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73415_Resumo-Aula2P2_Direito-Civil

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Direito Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
2.1.1.2 Subespécies de bens móveis ................................................................ 2 
2.1.2 Bem principal e acessório ............................................................................ 2 
2.1.3 Bem público ................................................................................................. 4 
3. Fatos Jurídicos ........................................................................................................ 5 
3.1 Conceito ............................................................................................................ 5 
3.2 Negócio jurídico ................................................................................................ 5 
3.2.1 Classificação ................................................................................................. 5 
 
 
 
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2.1.1.2 Subespécies de bens móveis 
São os bens propriamente ditos, os semoventes e os bens móveis por imposição 
legal. 
Os bens móveis propriamente ditos são aqueles que poderão ser deslocados. Os 
semoventes são os animais. E os bens móveis por imposição de lei estão elencados no art. 
83, CC. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Um exemplo de direito pessoal de caráter patrimonial é o crédito. 
Observação: Art. 84, CC. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da 
demolição de algum prédio. 
Exemplo: O vitral antes de ser colocado na parede de uma igreja será considerado um 
bem móvel. Após ser colocado na igreja, ele passa a ser bem imóvel. Se acontecer alguma 
reforma na igreja e esse vitral for retirado, ele vai continuar sendo um bem imóvel. Agora se 
a igreja for demolida, o vitral passará a ser um bem móvel. 
 
2.1.2 Bem principal e acessório 
O princípio que rege essa classificação é o princípio da gravitação universal, que diz 
que o acessório segue o principal. Os bens principais podem ser considerados por si só, já os 
acessórios não. Observe o art. 92, CC: 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, 
aquele cuja existência supõe a do principal. 
Espécies de bens acessórios: acessões; frutos; produtos pertenças; benfeitorias. 
Os frutos são benefícios retirados do bem principal que se renovam ciclicamente. Se 
essa renovação ocorrer por força da natureza, temos um fruto natural, se ocorrer por força 
do homem temos um fruto industrial. Ainda existem os frutos civis. 
Os frutos naturais podem ser pendentes, percebidos e consumidos. Os frutos 
pendentes são aqueles que ainda não foram destacados do fruto principal, por exemplo: 
manga na árvore. O fruto natural percebido é aquele que já foi destacado do bem principal, 
por exemplo: manga na sua mão. E o fruto natural consumido é aquele que já tem uma 
destinação econômica, por exemplo: suco de manga. Os frutos industriais são aqueles que 
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envolvem a indústria, a força humana, por exemplo: cadarço de tênis, pingente de um colar. 
Os frutos civis são benefícios retirados do bem principal representados por pecúnia e que se 
renovam ciclicamente, por exemplo: juros, aluguéis, etc. 
Produtos são benefícios retirados do bem principal que não se renovam ciclicamente. 
São os recursos naturais em sua grande maioria. Ex: petróleo, carvão, etc. 
O conceito de pertenças está no art. 93, CC. 
 Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Assim, se as pertenças não integram o bem principal, elas podem ser objeto de uma 
relação jurídica autônoma, e têm um valor econômico próprio. Exemplo: tratores de uma 
fazenda; estátua. As pertenças têm uma importância muito grande por conta do que diz o 
art. 94, CC: 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das 
circunstâncias do caso. 
Conforme esse artigo, as pertenças não seguem o principal. 
As benfeitorias são melhoramentos realizados no bem e é diferente de acessão, que 
é algo novo que surge, fixado ao solo. De acordo com o art. 96, as benfeitorias podem ser 
necessárias, úteis ou voluptuárias. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual 
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
As benfeitorias necessárias servem para evitar que o bem se deteriore. Exemplo: 
trocar o encanamento, o telhado. As benfeitorias úteis são aquelas que ampliam a utilização 
do bem. Exemplo: fazer uma escada maior. As benfeitorias voluptuárias são sinônimo de 
lazer. 
 Em uma prova de analista do TRF caiu o seguinte questionamento: um casal colocou 
um lavabo na sua sala de jantar e colocou uma tela de proteção na varanda. Isso é 
benfeitoria útil, necessária ou voluptuária? 
O lavabo não é para evitar deterioração, também não é para lazer, então, o lavabo é 
para uma benfeitoria útil, serve para ampliar a utilização. Em relação à tela na varanda, 
também é uma benfeitoria útil, pois amplia a utilização da varanda. 
 
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2.1.3 Bem público 
Art. 99, CC. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, 
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de 
direito privado. 
Os bens de uso comum do povo são aqueles afetados ao uso de todos. 
Os bens de uso especial são os afetados a uma destinação específica. 
Os bens dominicais não estão afetados a nenhuma destinação específica. Eles 
integram o patrimônio disponível do ente público. 
Características: Os bens públicossão inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis 
(não podem ser usucapíveis). 
Observação1: Os bens dominicais são os únicos bens públicos que podem ser 
alienados. No entanto, para ser alienado é necessário que alguns requisitos sejam 
cumpridos, conforme o art. 101, CC: 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da 
lei. 
As “exigências da lei” a que esse artigo se refere são: a avaliação do bem, uma 
licitação, e tem que ter uma lei autorizando a venda. 
Observação2: Para a administração vender um bem de uso comum do povo ou um 
bem de uso especial será necessário fazer a desafetação do bem. E desafetá-lo significa 
transformar o bem em dominical e quando isso ocorrer poderá vender o bem, seguindo as 
regras para a venda de bens afetados. A desafetação se dá por lei, e não por ato 
administrativo! 
Observação3: A cobrança de taxa ou tarifa pública para que o cidadão tenha acesso a 
um bem de uso comum do povo, não o desnatura como tal. Isso porque o art. 103, CC diz 
que o uso dos bens públicos pode se dar de forma gratuita ou retribuída. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
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Observação4: O acesso das pessoas aos bens de uso comum do povo pode ser 
limitado em prol da soberania ou segurança nacional. Exemplo: ruas que dão acesso à 
fronteira. 
Observação5: As praias são bens de uso comum do povo. Não existindo praia 
particular no Brasil. Até mesmo as praias das ilhas continua sendo de uso comum do povo, 
mesmo das ilhas que sejam de particulares. 
 
3. Fatos Jurídicos 
3.1 Conceito 
Fato jurídico é qualquer fato que cria, modifica ou extingue direito. Se esse fato for 
causado pela natureza, é um fato jurídico natural, se for um fato produzido pelo homem, 
temos um fato jurídico humano. 
São três os fatos jurídicos produzidos pelo homem: 1) ato ilícito; 2) ato jurídico; 3) 
negócio jurídico. 
A responsabilidade civil, que pode ser extracontratual ou contratual. E a fonte da 
responsabilidade civil extracontratual é o ato ilícito (art. 186/188). Já a fonte da 
responsabilidade civil contratual é o inadimplemento. 
Ato jurídico tem os seus efeitos previstos em lei, enquanto o negócio jurídico tem os 
efeitos decorrendo da vontade das partes. Exemplo: emancipação; pagamento; etc. O art. 
185, CC trata do ato jurídico. 
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que 
couber, as disposições do Título anterior. 
 
3.2 Negócio jurídico 
3.2.1 Classificação 
Pode ser unilateral ou bilateral. 
O negócio jurídico unilateral é aquele que se aperfeiçoa pela manifestação de apenas 
uma vontade. Exemplo: testamento; promessa de recompensa. O arts. 854 a 878, CC. 
O negócio bilateral é aquele que e aperfeiçoa pelo encontro de pelo menos duas 
vontades. Exemplo de negócio jurídico bilateral: contrato. Então, para um contrato estar 
perfeito é necessário ter o encontro de pelo menos duas vontades. Um contrato pode ser 
unilateral ou bilateral, não devendo isso ser confundido com negócio jurídico 
unilateral/bilateral. Um contrato unilateral é aquele que gera obrigações para apenas uma 
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das partes. Já contrato bilateral gera obrigação para ambas as partes. Exemplo de contrato 
unilateral: contrato de doação. 
 Para uma doação estar perfeita, é necessária a aceitação do donatário? 
Sim. A doação é um contrato unilateral, gerando obrigações apenas para uma das 
partes. No entanto, um contrato é um negócio jurídico bilateral e, como tal, necessita da 
manifestação de ambas as partes e, por isso, é necessário que a outra parte aceita.

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