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Codigo Civil comentado - Prova do Glauco

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Código Civil 
DAS PESSOAS NATURAIS
Art. 1º - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Personalidade e capacidade jurídica: Liga-se à pessoa a idéia de personalidade, que 
exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Sendo a pessoa 
natural o sujeito ‘das relações jurídicas e a personalidade, a possibilidade de ser sujeito, 
toda pessoa é dotada de personalidade. Esta tem sua medida na capacidade, que é 
reconhecida, num sentido de universalidade, no art. 12 do Código Civil, que, ao 
prescrever “toda pessoa é capaz de direitos e deveres”, emprega o termo “pessoa” na 
acepção de todo ser humano, sem qualquer distinção de sexo, idade, credo ou raça.
Capacidade de direito e capacidade de exercício: À aptidão oriunda da personalidade 
para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil dá-se o nome de capacidade de 
gozo ou de direito.
Art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Começo da personalidade natural: Pelo Código Civil, para que um ente seja pessoa e 
adquira personalidade jurídica, será suficiente que tenha vivido por um segundo.
• Direitos do nascituro: Conquanto comece do nascimento com vida a personalidade 
civil do homem, a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro
Momento da consideração jurídica do nascituro: Ante as novas técnicas de 
fertilização 
In vitro e do congelamento de embriões humanos, houve quem levantasse o 
problema 
relativo ao momento em que se deve considerar juridicamente o nascitum, 
entendendo-se que a vida tem início, naturalmente, com a concepção no ventre 
materno.
Art. 3o
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I— os menores de dezesseis anos; 
II — os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III — os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
• Menoridade de dezesseis anos: Os menores de dezesseis anos são tidos como 
absolutamente incapazes para exercer atos na vida civil, porque devido à idade não 
atingiram o discernimento para distinguir o que podem ou não fazer que lhes, é 
conveniente ou prejudicial Por isso para a validade dos seus atos, será preciso que 
estejam representados por seu pai, por sua mãe, ou por tutor. 
• Impossibilidade transitória para exprimir a vontade: Aquele que por doença que 
acarrete deficiência física ou perda de memória, não puderem, 
ainda que temporariamente manifestar seja vontade para praticar atos da vida civil 
deverão estar representado por um curador (CC. arts. 1.767,11, e 1.780). 
Art. 4o
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I— os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II— os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III — os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV — os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Incapacidade relativa: A incapacidade relativa diz respeito àqueles que podem praticar 
por si os atos da vida civil desde que assistidos por quem o direito encarrega desse 
ofício, em razão de parentesco, de relação de ordem civil ou de designação judicial, sob 
pena de anulabilidade daquele ato (CC, art. 171, 1), dependente da iniciativa do lesado, 
havendo até hipóteses em que tal ato poderá ser confirmado ou ratificado. Há atos que o 
relativamente incapaz pode praticar, livremente, sem autorização
• Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos: Os maiores de dezesseis e menores 
de dezoito anos só poderão praticar atos válidos se assistidos pelo seu representante. 
Caso contrário serão anuláveis.
Ébrios habituais, viciados em tóxicos e deficientes mentais com discernimento reduzido: 
Alcoólatras, dipsômanos ,toxicômanos, portadores de deficiência mental, que sofram 
redução na sua capacidade de entendimento, não poderão praticar atos na vida civil sem 
assistência de curador (CC, art. 1.767, III). desde que interditos. 
• Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo: Abrangidos estão, aqui: os 
fracos 
de mente, surdos-mudos e e portadores de anomalia psíquica que apresentem sinais 
de desenvolvimento mental incompleto, comprovado e declarado em sentença de 
interdição, que os tornam incapazes de praticar atos na vida civil, sem a assistência de 
um curador (CC, art. 1.767. IV).
Pródigos: São considerados relativamente incapazes os pródigos, ou seja, aqueles que, 
comprovada, habitual e desordenadamente, dilapidam seu patrimônio, fazendo gastos 
excessivos. Com a interdição do pródigo, privado estará ele dos atos que possam 
comprometer seus bens, não podendo, sem a assistência de seu curador (CC, art. 1.767, 
V), alienar, emprestar, dar quitação, transigir, hipotecar, agir em juízo e praticar, em 
geral, atos que não sejam de mera administração (CC, art. 1.782).
• Indígenas e sua submissão a regime tutelar Os índios, devido a sua educação ser lenta e 
difícil, são colocados pelo novo Código Civil sob a proteção de lei especial, que regerá a 
questão de sua capacidade
Art. 5o
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada 
à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
1 — pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II — pelo casamento; 
III — pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV — pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V — pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
Maioridade: Em relação à menoridade, a incapacidade cessará quando o menor 
completar dezoito anos, segundo nossa legislação civil. Ao atingir dezoito anos a 
pessoa tornar-se-á maior, adquirindo a capacidade de fato , podendo, então, exercer 
pessoalmente os atos da vida civil.
Emancipação expressa ou voluntária: Antes da maioridade legal, tendo o menor 
atingido dezesseis anos, poderá haver a outorga de capacidade civil por concessão dos 
pais, no exercício do poder familiar, mediante escritura pública inscrita no Registro 
Civil competente (Lei n. 6.015/73, arts. 89 e 90; CC, art. 92, II), independentemente de 
homologação judicial. Além dessa emancipação por concessão dos pais, ter-se-á a 
emancipação por sentença judicial, se o menor com dezesseis anos estiver sob tutela 
(CPC, arts. 1.103 a 1.112,1; Lei n. 8.069/90, arts. 148, VII, parágrafo único, e), ouvido o 
tutor
Emancipação tácita ou legal: A emancipação legal decorre dos seguintes casos: 
a) casamento, pois não é plausível que fique sob a autoridade de outrem quem tem 
condições de casar e constituir família; assim, mesmo que haja anulação do 
matrimônio, viuvez, separação judicial ou divórcio, o emancipado por esta forma não 
retoma à incapacidade; 
b) exercicio de emprego público efetivo, por funcionário nomeado em 
caráter efetivo (não abrangendo a função pública extranumeraria ou em comissão), 
com exceção de funcionário de autarquia ou entidade paraestatal, que não é 
alcançado pela emancipação. Diarista e contratado não serão emancipados por força 
de lei (RT 98/523; 
Súmula 14 do STF Lei n. 1.711\52, art 22 II: Lei 8.112\90, art 5o , V. 
Art. 6o
A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva. 
• Morte real: Com a morte real, cessa a personalidade jurídica da pessoa natural, 
que deixa de ser sujeito de direitos e deveres
•Morte presumida : A morte presumida pela lei se dá ausência de uma pessoa nos 
casosdos arts 22 a 39 do Código Civil e dos arts. 1.161 a 1.168 do Código de Processo 
Civil, Se uma pessoa desaparecer , sem deixar notícias, qualquer interessado na sua 
sucessão ou o Ministério Público (CPC. art. 1.163) poderá requerer ao juiz a 
declaração de sua ausência e a nomeação de curador. Se após um ano da arrecadação 
dos bens do ausente, ou, se deixou algum representante. em se passando três anos, 
sem que dê sinal de vida, poderá ser requerida sua sucessão provisória (CC, art.. 26) e 
o início do processo de inventário e partilha de seus bens, ocasião em que a ausência 
do desaparecido passa a 
ser considerada presumida
Art . 7o
Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
1 — se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II — se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá 
ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar 
a 
data provável do falecimento. 
• Monte presumida sem decretação de ausência: Admite-se declaração judicial de 
morte presumida sem decretação de ausência em casos excepcionais, apenas 
depois de 
esgotadas todas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável 
do 
óbito, e tais casos são: a) probabilidade da ocorrência da morte de quem se 
encontrava 
em perigo de vida e b) desaparecimento em campanha ou prisão de pessoa, não 
sendo 
ela encontrada até dois anos após o término da guerra.
Art. 8o
Se dois ou mais indivíduos falecerem ria mesma ocasião, não se podendo 
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
Comoriência ou morte simultânea: A comoriência é a morte de duas ou mais 
pessoas na 
mesma ocasião e em razão do mesmo acontecimento. Embora o problema da 
comoriência, em regra, alcance casos de morte conjunta, ocorrida no mesmo 
acontecimento, ela coloca-se, com igual relevância, no que concerne a efeitos 
dependentes de sobrevivência, na hipótese de pessoas falecidas em locais e 
acontecimentos distintos, mas em datas e horas simultaneas ou muito próximas
Efeito da morte simultânea no direito sucessóriO: A comoriência terá grande 
repercussão na transmissão de direitos sucessórios, pois, se os comorientes são 
herdeiros 
uns dos outros, não há transferência de direitos; um não sucederá ao outro, sendo 
chamados à sucessão os seus herdeiros ante a presunção juris tantum de que 
faleceram 
ao mesmo tempo. Se dúvida houver no sentido de se saber quem faleceu primeiro, 
o 
magistrado aplicará o art. 8
o
do Código Civil, caso em que, então, não haverá 
transmissão de direitos entre as pessoas que morreram na mesma ocasião.
Art. 9o
Serão registrados em registro público: 
1 — os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II— a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III — a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV — a sentença declaratória de ausência e de morte presumida
• publicidade do estado das pessoas: Com o escopo de assegurar direitos de 
terceiros, o legislador, a fim de obter a publicidade do estado das pessoas, exige 
inscrição em registro público de determinados atos e a certidão extraída dos livros 
cartoríários fará prova plena e. segura do estado das pessoas físicas.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
1— das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, 
o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade 
conjugal; 
II — dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a 
filiação;
III — dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção.
Importância da averbação: Surge, ao lado do registro, um ato específico — a 
averbação 
— ante a necessidade de fazer exarar todos os fatos que venham atingir o estado da 
pessoa e, conseqüentemente, o seu registro civil, alterando-o, por modificarem ou 
extinguirem os dados dele constantes. A averbação será feita pelo oficial do cartório 
em que constar o assento à vista da carta de sentença, de mandado ou de petição 
acompanhada de certidão ou documento legal e autêntico, com audiência do 
Ministério Público 
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o quarto grau.
Sanções suscitadas pelo ofendido em razão de ameaça ou lesão a direito da
personalidade: Os direitos da personalidade destinam-se a resguardar a dignidade
humana, mediante sanções, que devem ser suscitadas pelo ofendido (lesado direto). 
Essa sanção deve ser feita por meio de medidas cautelares que suspendam os atos 
que ameacem ou desrespeitem a integridade físico-psíquica, intelectual e moral, 
movendo-se, em seguida, uma ação que irá declarar ou negar a existência da lesão, 
que poderá ser cumulada com ação ordinária de perdas e danos a fim de ressarcir 
danos morais e patrimoniais.
http://www.webfrases.com/ver_frase.php?id_frase=a34599f6
Lesado indireto: Se se tratar de lesão a interesses econômicos, o lesado indireto 
será aquele que sofre um prejuízo em interesse patrimonial próprio, resultante de 
dano causado a um bem jurídico alheio, podendo a vítima estar falecida ou 
declarada ausente.
A indenização por morte de outrem é reclamada jure proprio. pois ainda que o 
dano,que recai sobre a mulher e os filhos menores do finado, seja resultante de 
homicídio ou acidente, quando eles agem contra o responsável, procedem em 
nome próprio,reclamando contra prejuízo que sofreram e não contra o -que foi 
irrogado ao marido e pai.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os 
bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante,
na forma estabelecida em lei especial.
Disposição de partes separadas do próprio como, em vida, para fins terapêuticos: 
E possível doação voluntária, feita por escrito e na presença de testemunhas, por 
pessoa capaz, de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo para efetivação de 
transplante ou tratamento , comprovada a necessidade terapêutica do receptor, 
desde que uso não contrarie os bons costumes, nem traga risco para a integridade 
física do doador, nem comprometa suas aptidões vitais, nem lhe provoque 
deformação ou mutilação, pois não se pode exigir que alguém se sacrifique em 
benefício de terceiro (Lei n. 9.434/97, art. 9o, § 3o a 7o ).
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou da parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer
tempo.
Disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte:
Admitido está o ato de disposição gratuita de órgãos, tecidos e partes do corpo 
humano post mortem para fins científicos ou de transplante em paciente com doença 
progressiva ou incapacitante, irreversível por outras técnicas terapêuticas (Lei n. 
9.434/97, art. 12; e Dec. n. 2.268/ 97, art. 23).
• Princípio do consenso afirmativo : Consagra o princípio do consenso afirmativo, pelo
qual a pessoa capaz deve manifestar sua vontade de dispor gratuitamente do próprio
corpo, no todo ou em pate, para depois de sua morte, com objetivo científico (p. ex.,
estudo de anatomia humana em universidade) ou terapêutico (p. ex., transplante de
órgãos e tecidos)
• Revogação “sine die”: Quem vier a disporpara depois de sua morte do próprio corpo, 
no todo ou em parte, tem o direito de, a qualquer tempo, revogar livremente essa 
doação post mortem.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-Se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
• Princípio da autonomia: O profissional da saúde deve respeitar a vontade do 
paciente, ou de seu representante, se incapaz. Daí a exigência do consentimento livre 
e informado.Imprescindível será a informação detalhada sobre seu estado de saúde e 
o tratamento a ser seguido, para que tome decisão sobre a terapia a ser empregada.
• Princípio da beneficência: A prática médica deve buscar o bem-estar do paciente,
evitando, na medida do possível, quaisquer danos e risco de vida. Só se pode usar
tratamento ou cirurgia para o bem do enfermo.
• Princípio da não.maleficência: Há obrigação de não acarretar dano ao paciente.
• Direito de recusa de algum tratamento arriscado: E direito básico do paciente o de 
não ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a terapia ou cirurgia e, ainda, 
o de não aceitar a continuidade terapêutica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o
sobrenome
Nome civil da pessoa natural: O nome integra a personalidade por ser o sinal exterior
pelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio da família e da
sociedade.
• Elementos constitutivos do nome: Dois, em regra, são os elementos constitutivos do
nome: o prenome próprio da pessoa, que pode ser livremente escolhido, desde que 
não exponha o portador ao ridículo; e o sobrenome, que é o sinal que identifica a
procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe, podendo advir do apelido de
família paterno, materno ou de ambos. A aquisição do sobrenome pode decorrer não 
só do nascimento, por ocasião de sua transcrição no Registro competente 
reconhecendo sua filiação,como também da adoção, do casamento, da união estável, 
ou ato de interessado, mediante requerimento ao magistrado.
• Direito à honra objetiva como direito conexo ao direito ao nome: A pessoa tem
autorização de usar seu nome e de defendê-lo de abuso cometido por terceiro, que, 
em publicação ou representação, venha a expô-la ao desprezo público — mesmo 
que não haja intenção de difamar — por atingir sua boa reputação, moral e 
profissional, no seio da coletividade (honra objetiva). Em regra, a reparação por essa 
ofensa é pecuniária, mas há casos em que é possível a restauração in natura, 
publicando-se desagravo.
Art. 17. 0 nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja 
intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
• Uso de nome alheio em propaganda comercial: É vedada a 
utilização de nome alheio em propaganda comercial, por ser o 
direito ao nome indisponível, admitindo-se sua relativa 
disponibilidade mediante consentimento de seu titular, em prol 
de algum interesse social ou de promoção de venda de algum 
produto, mediante pagamento de remuneração convencionada.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao
nome.
Proteção ao pseudônimo : Protege-se juridicamente o pseudônimo adotado,
comumente, para atividades ilícitas por literatos e artistas, dada a importância de que
goza, por identificá-los no mundo das letras e das artes, mesmo que não tenham
alcançado a notoriedade.
Art. 20 Salvo se autorizadas, ou se necessárias á administração da justiça ou á
manutenção da ordem publica, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
publicação, a exposição ou utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, 
a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra 
, a boa fama ou a responsabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo Único – Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para
requerer essa proteção o cônjuge , os ascendentes ou descendentes.
Tutela do direito à imagem e dos direitos a ela conexos : A imagem-retrato é 
arepresentação física da pessoa como um todo ou em partes separadas do corpo, desde 
que identificáveis, implicando o reconhecimento de seu titular por meio de fotografia, 
escultura , desenho, pintura. O direito à imagem é autônomo, não precisando estar em 
conjunto com a intimidade, a identidade, a honra etc. Embora possam estar, em certos 
casos, tais bens a ele conexos, isso não faz com que sejam partes integrantes um do 
outro.
Proteção da imagem como direito autoral: A imagem é protegida pelo art. 52, XXVIII, a, 
da CF, como direito autoral, desde que ligada à criação intelectual de obra fotográfica, 
cinematográfica, publicitária etc.
• Limitações ao direito à imagem: Todavia, há certas limitações do direito à imagem, com 
dispensa da anuência para sua divulgação, quando: a) se tratar de pessoa notória, pois 
isso não constitui permissão para devassar sua privacidade, pois sua vida íntima deve ser 
preservada. A pessoa que se toma de interesse público, pela fama ou significação 
intelectual, moral, artística ou política não poderá alegar ofensa ao seu direito à imagem 
se sua divulgação estiver ligada à ciência, às letras, à moral, à arte e apolítica . Isto é assim 
porque a difusão de sua imagem sem seu consenso deve estar relacionada com sua 
atividade ou com o direito à informação; b) se referir a exercício de cargo público, pois 
quem tiver função pública de destaque não poderá impedir que no exercício de sua 
atividade, seja filmada ou fotografada, salvo na intimidade;
e) se procurar atender à administração ou serviço da justiça ou de polícia, desde que a 
pessoa não sofra dano à sua privacidade; 
d) se tiver de garantir a segurança pública nacional, em que prevalecer o interesse social 
sobre o particular, requerendo a divulgação da imagem, p. ex., de um procurado pela 
policia ou a manipulação de arquivos fotográficos de departamentos policiais para 
identificação de delinqüente.
e) Se buscar atender ao interesse público, aos fins culturais, científicos e didáticos; 
f) Se houver necessidade de resguardar a saúde pública. Assim, portador de moléstia 
grave e contagiosa não pode evitar que se noticie o fato; 
g) se obtiver imagem, em que a figura seja tão-somente parte do cenário (congresso, 
enchente, praia, tumulto, show, desfile, festa carnavalesca, restaurante etc.), sem que se 
a destaque, pois se pretende divulgar o acontecimento e não a pessoa que integra a 
cena;
h) se tratar de identificação compulsória ou imprescindível a algum ato de direito 
público ou privado.
Reparação do dano à imagem: O lesado pode pleitear a reparação pelo dano 
moral e patrimonial (Súmula 37 do STJ) provocado por violação à sua 
imagem-retrato ou imagem-atributo e pela divulgação não autorizada de 
escritos ou de declarações feitas.
Se a vítima vier a falecer ou for declarada ausente, serão partes legítimas 
para requerer a tutela ao direito à imagem, na qualidade de lesados 
indiretos, seu cônjuge, ascendentes ou descendentes e também, no nosso 
entender, o convivente, visto ter interesse próprio,
vinculado a dano patrimonial ou moral causado a bem jurídico alheio.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do
interessado, adotará as providencias necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrario a esta norma
Inviolabilidade da vida privada: O direito à privacidade da pessoa contém 
interesses jurídicos, por isso seu titular pode impedir ou fazer cessar invasão em sua 
esfera íntima, usando para sua defesa: mandado de injunção, habeas data, habeas 
corpus, mandado de segurança, cautelares inominadas e ação de responsabilidade 
civil por dano moral e patrimonial.
TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de 
direito privado.
• Conceito de pessoa jurídica: A pessoa jurídica é a unidade de pessoasnaturais 
ou de patrimônios que visa à obtenção de certas finalidades, reconhecida pela 
ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I — a União;
II — os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III — os Municípios;
IV — as autarquias;
V — as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que 
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
• Pessoas jurídicas de direito público interno: São pessoas jurídicas de direito 
público interno: a) a União, que designa a nação brasileira, nas suas relações com 
os Estados federados que a compõem e com os cidadãos que se encontram em 
seu território; logo, indica a organização política dos poderes nacionais 
considerada em seu conjunto.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
• Pessoas jurídicas de direito público externo: São as regulamentadas pelo 
direito internacional público, abrangendo: nações estrangeiras, Santa Sé e 
organismos internacionais (ONU, OEA, Unesco, FAO etc.).
ART. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros,ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo.
Teoria do risco e responsabilidade objetiva: Por essa teoria cabe 
indenização estatal de todos os danos causados, por comportamentos dos 
funcionários, a direitos de particulares. Trata-se da responsabilidade objetiva do 
Estado, bastando a comprovação da existência do prejuízo a administrados. Mas o 
Estado tem ação regressiva contra o agente, quando tiver havido culpa ou dolo 
deste, de forma a não ser o patrimônio público desfalcado pela sua conduta ilícita. 
Logo, na relação entre poder público e agente, a responsabilidade civil é subjetiva, 
por depender da apuração de sua culpabilidade pela lesão causada ao 
administrado.
ART. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I — as associações;
II — as sociedades;
III — as fundações.
Parágrafo único. As disposições concernentes às associações aplicam-se,
subsidiariamente, às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste
Código.
ART. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Direitos da personalidade das pessoas jurídicas . As pessoas jurídicas têm direitos 
da personalidade como o direito ao nome, à marca, à honra objetiva, à imagem, ao 
segredo etc., por serem entes dotados de personalidade pelo ordenamento jurídico-
positivo. Havendo violação desses direitos, as pessoas jurídicas lesadas poderão 
pleitear, em juízo, a reparação pelos danos, sejam patrimoniais, sejam morais. Tais 
direitos lhes são reconhecidos no mesmo instante da sua inscrição no registro 
competente , subsistindo enquanto atuarem e terminando com o cancelamento da 
inscrição das pessoas jurídicas.
TÍTULO III
DO DOMICILIO
ART. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
• Conceito legal de domicilio civil da pessoa natural: Pelo art. 70 do Código Civil, o
domicílio civil é o lugar onde a pessoa estabelece sua residência com animo definitivo
tendo, portanto, por critério a residência . Nesta conceituação , legal há dois 
elementos:o objetivo, que é a fixação da pessoa em dado lugar, e o subjetivo, que é a 
intenção de ali permanecer com animo definitivo. Importa em fixação espacial 
permanente da pessoa natural.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências , onde, alternadamente,
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
• Pluralidade domiciliar - A nossa legislação admite a pluralidade de domicilio se a 
pessoa natural tiver mais de uma residência, pois considerar-se-á domicilio qualquer 
uma delas.
Art.72. É também domicilio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde está é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicilio pára as relações que lhe corresponderem.
* Centro de ocupação habitual como domicilio: O Local onde a pessoa natural exerce 
a sua profissão também é considerado domicilio civil.
ART. 73. Ter-se-á por domicilio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada.
• Falta de domicílio certo: O nosso Código Civil no artigo ora focado admite que,
excepcionalmente, pode haver casos em que uma pessoa natural não tenha 
domicílio certo ou fixo, ao estabelecer que aquele que não
tiver residência habitual, como, p. ex., o caixeiro-viajante, o circense, terá por 
domicilio o lugar onde for encontrado.
Art. 74. Muda-se o domicilio, transferindo a residência, com a intenção manifesta 
de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa , e para onde vai , ou, se tais declarações não 
fizer, da própria mudança, com as circunstancias que a acompanharem.
• Condições para a mudança de domicilio: Duas serão as condições previstas em lei para
que se opere a mudança de domicilio da pessoa natural: a) transferência da residência
para local diverso; e b) ânimo definitivo de fixar a residência, constituindo novo
domicilio.
• Perda do domicilio pela mudança: Perder-se-á o domicílio pela mudança, porque este
passará a ser o mais recente. Ter-se-á, como vimos, a mudança quando houver
transferência de residência, com a intenção de deixar a anterior para estabelecê-la em
outra parte (RF, 91/406).
• Prova da intenção manifesta de mudar o domicílio: A mudança de domicilio
corresponderá à intenção de não permanecer mais no local em que se encontra. O modo
exigido por lei para que se dê a exteriorização da referida intentio será a simples
comunicação feita pela pessoa que se mudou à municipalidade do lugar que deixa e à do
local para onde vai. Como, em regra, a pessoa natural que se muda não faz tal
declaração, seu ânimo de fixar domicilio em outro local resultará da própria mudança,
com as circunstâncias que a acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I — da União, o Distrito Federal;
II— dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III— do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV — das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicilio especial no seu estatuto ou 
atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das 
suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder
Art. 76. Têm domicilio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou 
assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente 
suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da 
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente 
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado;e o do preso, o 
lugar em que cumprir a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o 
teve.
• Citação de ministro ou agente diplomático no estrangeiro: Se o ministro ou agente
diplomático brasileiro for citado no exterior e alegara imunidade sem designar o 
local onde tem, no país, o seu domicílio, deverá responder perante a Justiça do 
Distrito Federal ou do último ponto do território brasileiro onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicilio 
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
•Foro de eleição: Domicílio contratual ou de eleição é o estabelecido 
contratualmente pelas partes em contrato escrito, que especificam onde se 
cumprirão os direitos e os deveres oriundos da avença feita. O domicilio de eleição 
dependerá de manifestação expressa dos contraentes, da qual surge a competência 
especial, determinada pelo contrato, do foro que irá apreciar os possíveis litígios 
decorrentes do negócio jurídico contratual. O local indicado no contato para o 
adimplemento obrigacional será também aquele onde o inadimplente irá ser 
demandado ou acionado.
LIVRO II
DOS BENS
TÍTULO ÚNICO
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS
CAPÍTULO I
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS
Dos bens imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
• Bens imóveis: Os bens imóveis são aqueles que não se podem transportar, sem
destruição, de um lugar para outro, ou seja, são os que não podem ser removidos sem
alteração de sua substancia.
• Classificação dos bens imóveis: Os bens imóveis podem ser classificados em: 
a) Imóveis por sua natureza, abrangendo o solo, pois sua conversão em bem
móvel só seria possível com modificação de sua substância. Entretanto, o legislador
ampliou esse conceito, incluindo os acessórios e adjacências naturais, as árvores, os
frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. 
b) imóveis por acessão física, que incluem tudo aquilo que o homem incorporar 
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções 
(pontes, viadutos etc.), de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, 
fratura ou dano; 
c) Imóveis por acessão intelectual ou por destinação do proprietário, que são todas as 
coisas móveis que o proprietário mantiver, intencionalmente, empregadas em sua 
exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. São qualificados como 
“pertenças”: máquinas agrícolas, ornamentos, instalações, animais ou materiais 
empregados no cultivo da terra, geradores, escadas de emergência justapostas nos 
edifícios, equipamentos de incêndio, aparelhos de ar-condicionado etc.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I —os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II—o direito à sucessão aberta.
• Imóveis por determinação legal: Com o escopo de garantir a segurança das 
relações jurídicas, o art. 80 considera como imóvel o direito real sobre imóveis e as 
ações que o asseguram, e o direito à sucessão aberta.
Tais bens incorpóreos são considerados pela lei como imóveis para que possam 
receber proteção jurídica.
• Direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram: São, em razão do 
disposto no art. 80, 1. bens imobiliários não só os direitos reais sobre imóveis, 
como propriedade,usufruto, uso, habitação, enfiteuse, anticrese, penhor, inclusive 
o agrícola, hipoteca, renda constituída sobre imóvel, servidão predial, mas também 
as ações que os asseguram, como as reivindicatórias, as hipotecárias, as 
pignoratícias, as negatórias de servidão, as de nulidade ou de rescisão de contratos 
translativos de propriedade etc.
• Direito à sucessão aberta: Para os casos de alienação e pleitos judiciais a 
legislação considera o direito à sucessão aberta como bem imóvel, ainda que a 
herança só seja formada por bens móveis ou abranja apenas direitos pessoais. Ter-
se-á a abertura da sucessão no instante da morte do de cujus; daí, então, seus 
herdeiros poderão ceder seus direitos hereditários, que são tidos como imóveis. 
Logo, para aquela cessão, será imprescindível a escritura pública.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I— as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local;
II— os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.
• Imobilização de edificação para fins de remoção: Edificação que, apesar de separada do
solo, conservar sua unidade e for removida para outro local, não perderá seu caráter de
bem imóvel.
• Imobilização de materiais provisoriamente separados de um prédio: Considerar-se-á
imóvel qualquer material retirado provisoriamente de uma construção, como tijolo,
telha, madeira etc., para ser nela reempregado após o conserto ou reparo. Assim, o que
se tira de um prédio para novamente nele incorporar pertencerá ao imóvel e será imóvel
. Se empregado em outro prédio, perderá temporariamente sua imobilidade enquanto não 
for utilizado na nova construção.
•Mobilização do material por demolição do prédio: Se o prédio for demolido, o
material de construção será tido como móvel, se não for mais empregado em
reconstrução, pois , pelo art. 81, II , não perdem o de imóveis os materiais
provisoriamente separados de um prédio, para nele mesmo se reempregarem”. Os
materiais, enquanto não forem empregados em alguma construção, conservarão a sua
qualidade de móveis, readquirindo essa qualidade os provenientes de demolição de
algum prédio (CC, art. 81, LI), se não forem reempregados.
Dos bens móveis
ART. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção
por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
• Noção de bens móveis: Os bens móveis são os que, sem deterioração na 
substância ou na forma, podem ser transportados de um lugar para outro, por força 
própria (animais) ou estranha (coisas inanimadas).
• Semoventes: São os animais considerados como móveis por terem movimento 
próprio, daí serem semoventes.
• Bens móveis propriamente ditos: As coisas inanimadas suscetíveis de remoção 
por força alheia constituem os bens móveis propriamente ditos, p. ex., mercadorias, 
moedas, objetos de uso, títulos de dívida pública, ações de companhia etc.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I— as energias que tenham valor econômico;
II — os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III — os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Móveis por determinação de lei: serão móveis por determinação
legal: as energias que tenham valor econômico, como, por ex., a elétrica, os direitos
reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os direitos pessoais de 
caráter patrimonial ou os de obrigação ou de crédito e as ações respectivas e os 
direitos de autor
(Lei n. 9.610/ 98, art. 3o ). Assim, p. ex., um escritor poderá ceder seus direitos 
autorais sem outorga uxória. A propriedade industrial,também é coisa móvel, 
abrangendo os direitos oriundos do poder de criação e invenção
do indivíduo, assegurando a lei ao seu tutor as garantias expressas nas patentes de
invenção, na exclusiva utilização das marcas de indústria e comércio e nome 
comercial,protegendo esses direitos contra utilização alheia e concorrência desleal.
ART. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os
provenientes da demolição de algum prédio.
• Materiais de construção como móveis por natureza: Os materiais empregados 
numa construção, como madeiras, telhas, azulejos, tijolos, enquanto não aderirem ao 
prédio, constituindo parte integrante do imóvel, conservarão a natureza de bens móveis 
por natureza. Se alguma edificação for demolida, os materiais de construção 
readquirirão a qualidade de móveis, porque não mais participarão da natureza do 
principal.
• Separação provisória do material de construção: Se o material de construção 
separar-se temporariamente do prédio que está sendo reformado, p. ex., continuará 
sendo bem
imóvel, uma vez que sua destinação é continuar a fazer parte do mesmo.
Dos bens fungíveis e consumíveis
ART. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-sepor outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.
• Fungibilidade: A fungibilidade é própria dos bens móveis. Os bens fungíveis são os 
que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade (p. 
ex.,dinheiro, café, lenha etc.).
• Infungibilidade : Os bens infungíveis são os que, pela sua qualidade individual, têm
valor especial, não podendo, por este motivo, ser substituídos sem que isso acarrete a
alteração de seu conteúdo, como um quadro de Renoir. A infungibilidade pode
apresentar-se em bens imóveis e móveis.
ART. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata 
da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à 
alienação.
• Bens consumíveis: Os bens consumíveis são os que terminam logo com o 
primeiro uso,havendo imediata destruição de sua substância (p. ex., os 
alimentos, o dinheiro etc.).
•Bens inconsumíveis: Os bens inconsumíveis são os que podem ser usados
continuadamente, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem 
atingir sua integridade. Coisas inconsumíveis podem tornar-se consumíveis se 
destinadas à alienação. Nesta hipótese ter-se-á a consuntibilidade jurídica.
Dos bens divisíveis
ART. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
• Divisibilidade: São divisíveis os bens que puderem ser fracionados em partes
homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo, sem
desvalorização e sem prejuízo ao uso a que se destinam, formando um todo 
perfeito. Por exemplo, se repartirmos uma saca de açúcar, cada metade conservará 
as qualidades do produto, podendo ter a mesma utilização do todo, pois nenhuma 
alteração de sua substância houve. Apenas se transformou em duas porções reais e 
distintas de açúcar em menor proporção, ou quantidade, mantendo cada qual a 
mesma qualidade do todo.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes
• Classificação das coisas indivisíveis: Os bens serão indivisíveis: 
a) por natureza, se não puderem ser partidos sem alteração na sua substância ou 
no seu valor (p. ex., um cavalo vivo dividido ao meio deixa de ser semovente);
b) por determinação legal, se a lei estabelecer sua indivisibilidade. É o que ocorre, 
p. ex., com o art. 1.386 do Código Civil, que estabelece que as servidões prediais 
são indivisíveis em relação ao prédio serviente; 
e) por vontade das partes, pois uma coisa divisível poderá transformar-se em 
indivisível se assim o acordarem as partes, mas a qualquer tempo poderá voltar a 
ser divisível. Por exemplo, na obrigação indivisível (CC, art. 314), toma-se indivisível 
bem divisível, ajustando conservar a sua indivisibilidade por tempo determinado ou 
não, ou, então, acordando em dividir em partes ideais coisa indivisível, como 
sucede no condomínio
Dos bens singulares e coletivos
ART. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
Independentemente dos demais.
• Bens singulares: As coisas singulares são as que, embora reunidas, se 
consideram de per si, independentemente das demais (CC, art. 89). As coisas 
singulares poderão ser simples ou compostas. 
Serão simples se formarem um todo homogêneo, cujas partes componentes 
estão unidas em virtude da própria natureza ou da ação humana, sem reclamar 
quaisquer regulamentações especiais por norma jurídica. Podem ser materiais 
(pedra, caneta-tinteiro, folha de papel, cavalo) ou imateriais (crédito).
As coisas compostas são aquelas cujas partes heterogêneas são ligadas pelo 
engenho humano, hipótese em que há objetos independentes que se unem 
num só todo sem que desapareça a condição jurídica de cada pane. Por exemplo, 
materiais de construção que estão ligados à edificação de uma casa.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que,
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de
relações jurídicas próprias.
Universalidade de fato: E um conjunto de bens singulares, corpóreos e 
homogêneos, Ligados entre si pela vontade humana para a consecução de um 
fim (p. ex., uma biblioteca, um rebanho, uma galeria de quadros). Em relação à 
mesma pessoa têm destinação unitária, podendo ser objeto de relações 
jurídicas próprias (art. 90, parágrafo único, do CC).
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, 
de uma pessoa, dotadas e valor econômico.
Universalidade de direito: E a constituída por bens singulares corpóreos 
heterogêneos
ou incorpóreos (complexo de relações jurídicas), a que a norma jurídica, com o 
intuito
de produzir certos efeitos, dá unidade, por serem dotados de valor 
econômico, como, p.
ex., o patrimônio, a herança etc.
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
•Coisa principal: Coisa principal é a que existe por si, exercendo sua função e
finalidade, independentemente de outra (p. ex., o solo).
• Coisa acessória: A coisa acessória é a que supõe, para existir juridicamente, uma
principal.
Nos imóveis, o solo é o principal, sendo acessório tudo aquilo o que nele 
se incorporar permanentemente (p. ex., uma árvore plantada ou uma construção, já 
que é impossível separar a idéia de árvore e de construção da idéia de solo). Nos 
móveis, principal é aquela para a qual as outras se destinam, para fins de uso, 
enfeite ou complemento (p. ex., uma jóia — a pedra é acessório do colar). Não só os 
bens corpóreos comportam tal distinção; os incorpóreos também, pois um crédito é 
coisa principal, uma vez que tem autonomia e individualidade próprias, o mesmo 
não se dando com a cláusula penal, que se subordina a uma obrigação principal. 
Prevalecerá a regra “o acessório segue o principal”.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
• Pertenças: Bens acessórios destinados. de modo duradouro, a conservar ou 
facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, a servir de adorno ao bem principal sem 
ser parte integrante. Apesar de acessórios, conservam sua individualidade e 
autonomia, tendo apenas com o principal uma subordinação econômico-jurídica, 
pois sem haver qualquer incorporação vinculam-se ao principal para que este atinja 
suas finalidades. São pertenças todos os bens móveis que o proprietário, 
intencionalmente, empregar na exploração industrial de um imóvel, no seu 
aformoseamento ou na sua comodidade, como, p. ex., molduras de quadros, 
acessórios de um automóvel, máquinas de uma fábrica. São imóveis por acesso 
intelectual. 
• Partes integrantes: São acessórios que, unidos ao principal, formam com ele um 
todo,sendo desprovidos de existência material própria, embora mantenham sua 
identidade. P.ex.: as lâmpadas de um lustre; frutos e produtos enquanto não 
separados da coisa principal.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem
as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou 
das circunstâncias do caso.
•Inexisténcia de pertenças de direito: A relação de pertinência só existe entre 
coisas e não entre direitos. No plano dos negócios jurídicos, por não ser o das 
relações entre coisas, mas entre credor e devedor, se eles disserem respeito ao 
bem principal, não alcançarão as pertenças, a não ser que o contrário resulte de 
lei, de manifestação de vontade ou das circunstâncias do caso, visto que a 
finalidade econômica ou social delas pode auxiliar o principal. Para que um campo 
de tênis, separado de um hotel, a ele pertença, será preciso que sete assente e 
averbe no Registro Imobiliário. O piano não é pertença do imóvel residencial, mas 
o será de um conservatório, ante as circunstânciasdo caso, uma vez que é 
imprescindível para que este possa atingir sua finalidade.
ART. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos
podem ser objeto de negócio jurídico.
• Frutos: No dizer de Clóvis Beliváqua, frutos são utilidades que a coisa produz
periodicamente, cuja percepção mantém intacta a substância do bem que as gera. 
São, como assevera Lafayette, os produtos que periodicamente nascem e renascem 
da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte, como o algodão, a lã, 
o leite etc.
• Rendimentos: Os rendimentos são os frutos civis (CC, arts. 1.215 e 206, § 3’, III), 
ou prestações periódicas, em dinheiro, decorrentes da concessão do uso e gozo de 
um bem que uma pessoa concede a outra.
• Produtos: Os produtos são utilidades que se pode retirar da coisa, alterando sua
substância, com a diminuição da quantidade até o esgotamento, porque não se
reproduzem periodicamente (p. ex., pedras de uma pedreira, petróleo de um 
poço).
• Frutos e produtos como objeto de negócio jurídico: Os frutos e produtos, mesmo 
não separados do bem principal, podem ser objeto de negócio jurídico. IR ex., pelo 
art. 237 do Código Civil, quanto aos frutos de coisa certa, os percebidos até a 
tradição serão do devedor e os pendentes ao tempo da tradição, do credor.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias .
$ 1o - São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentem o uso
habitual do bem, ainda que o tornem agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o - São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o - São necessárias as que tem por fim conservar o bem ou evitar que se 
deteriore.
• Benfeitorias voluptuárias: As benfeitorias voluptuárias, de mero deleite ou recreio, 
têm
por escopo tão-somente dar comodidade àquele que as fez, não tendo qualquer 
utilidade
por serem obras para embelezar a coisa (p. ex., construção de piscina numa casa
particular, revestimento em mármore de um piso de cerâmica em bom estado, 
decoração luxuosa de um aposento etc.).
• Benfeitorias úteis : As benfeitorias úteis são as que visam aumentar ou facilitar o 
uso do bem, apesar de não serem necessárias (RT, 516/157) (p.ex., instalação de 
aparelhos sanitários modernos, construção de uma garagem).
• Benfeitorias necessárias: As benfeitorias necessárias (RT, 682(142) são obras
indispensáveis à conservação do bem, para impedir a sua deterioração (p. ex., 
serviços realizados num alicerce da casa que cedeu, reconstrução de um assoalho 
que apodreceu,
colocação de cerca de arame farpado para proteger a agricultura).
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário , possuidor ou detentor.
• Benfeitoria e acessão natural: Se benfeitorias são obras e despesas feitas pelo 
homem na coisa, com o intuito de conservá-la, melhorá-la ou embelezar , claro está 
que não abrangem os melhoramentos (acessões naturais) sobrevindos àquela coisa 
sem a intervenção do proprietário. possuidor ou detentor por ocorrerem de um fato 
natural (p.ex., o aumento de urna área de terra em razão de desvio natural de um rio).
• Melhoramentos que constituem acessão natural - A acessão natural é o aumento 
dovolume ou do valor do bem devido a forças eventuais. Assim sendo não é 
indenizável, pois para sua realização o possuidor ou detentor não concorreu com seu 
esforço. Nem com seu patrimônio. Por ser coisa acessória segue o destino da 
principal. O Código Civil no seu art. 1.248, I a IV, contempla as seguintes formas de 
acessão natural, no que concerne à propriedade imóvel: formação de ilhas, aluvião, 
avulsão e abandono de álveo. A acessão altera a substância da coisa, e a benfeitoria 
apenas objetiva a sua conservação ou valorização ou o seu maior deleite (RT, 
374/170).
DOS BENS PÚBLICOS
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes as pessoas
• Classificação dos bens quanto aos sujeitos a que pertencem os Bens públicos são 
os que pertencem ao domínio nacional, ou seja, à União, aos Estados ou aos 
Municípios. De modo que, conforme a pessoa jurídica de direito público interno a 
que pertencerem ,os bens públicos serão federais, estaduais,municipais.
Os bens particulares são os que tiverem como titular de seu domínio pessoa 
natural ou jurídica de direito privado.
Art. 99 São bens públicos:
1— os de uso comum do povo, tais como rios, mares estradas, ruas e praças;
II — os de uso especial , tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias;
III – Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrario, consideram-se dominicais os 
bens pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado.
• Bens públicos de uso comum do povo: Os bens de uso comum do povo, embora
pertencentes a pessoa jurídica de direito público interno, podem ser utilizados, sem
restrição e gratuita ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer 
permissão especial desde que cumpridas as condições impostas por regulamentos 
administrativos (p. ex., praças, jardins, ruas, estradas, mares, praias — Lei n. 
7.661/88, art. 9º). Nada obsta a que o Poder Público venta a suspender seu uso por 
razões de segurança nacional ou do próprio povo usuário. Por exemplo, interdição do 
porto, barragem do rio etc.
• Bens públicos de uso especial: Os bens públicos de uso especial (CC, art. 99, 11) são 
os utilizados pelo próprio Poder Público, constituindo-se por imóveis aplicados ao 
serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, como prédios onde 
funcionam tribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios, quartéis etc. São os que 
têm destinação especial.
• Bens dominicais: Os bens dominicais são os que compõem o patrimônio da União (CF,
arts. 20,1 a XI, e 176), dos Estados (CF, art. 26,1 a IV) ou dos Municípios, como objeto
do direito pessoal ou real dessas pessoas de direito público interno (CC, art. 99, III). Se 
a lei não dispuser o contrário, são dominicais os que pertencerem a pessoa jurídica de
direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado (CC, art. 99, parágrafo
único). Abrangem bens móveis ou imóveis, como: títulos de dívida pública; estradas de
ferro, telégrafos, oficinas e fazendas do Estado; ilhas formadas em mares territoriais ou
rios navegáveis; terras devolutas
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei 
determinar.
• Inalienabilidade dos bens públicos: Os bens públicos de uso comum do povo e 
os de
uso especial são inalienáveis, logo não podem ser vendidos, doados ou trocados. Tal
inalienabilidade poderá ser revogada desde que:
a) o seja mediante lei especial; 
b)tenham tais bens perdido sua utilidade ou necessidade, não mais conservando sua
qualificação; e 
c) a entidade pública os aliene em hasta pública ou por meio de
concorrência administrativa.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
• Alienabilidade dos bens públicos dominicais: Qualquer bem público 
dominical pode ser alienado, desde que sejam observadas as exigências legais.
ART. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
•Inalienabilidade dos bens públicos e a questão do usucapião: Os bens 
públicos, por serem inalienáveis (CC, arts. 100 e 101), não poderão ser 
usucapidos.
• Imprescritibilidade e impenhorabilidade dos bens públicos como caracteres 
decorrentes da sua inalienabilidade: Os bens públicos são imprescritíveis, não 
podendo ser adquiridos por usucapião (CF/88, art. 191, parágrafo único; Ri), 
463/66). Mas há alguns juristas, como Silvio Rodrigues, que, ante o disposto 
na Constituição Federal, art.188, admitem o usucapião de terras devolutas. 
São impenhoráveis, porque inalienáveis, sendo, portanto, insuscetíveis de 
serem dados em garantia. A impenhorabilidade impede que o bem passe do 
patrimônio do devedor ao do credor, ou de outrem, por força de execução 
judicial (adjudicação ou arrematação).
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração 
pertencerem.
•Uso gratuito ou oneroso dos bens públicos: Os bens podem ser utilizados gratuita 
ou onerosamente, conforme for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja 
administração pertencerem. A regra geral é o seu uso gratuito, dado que são 
destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que para tanto paga impostos. 
Todavia, não perderão a natureza de bens públicos se leis ou regulamentos 
administrativos condicionarem ou restringirem o seu uso a certos requisitos ou 
mesmo se instituírem pagamento de retribuição. Por exemplo, pedágio nas 
estradas, venda de ingresso em museus, para contribuir para sua conservação ou 
custeio.
Fonte: NOVO CÓDIGO CIVIL COMENTADO
(Lei n. 10.406, de 10-1-2002)
PARTE GERAL

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