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Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 2.3 Arras .................................................................................................................. 2 3. Modalidades de obrigações.................................................................................... 2 3.1 Obrigação de dar ............................................................................................... 2 3.1.1 Obrigação de dar coisa certa ....................................................................... 2 3.1.1.1 Entrega ................................................................................................. 3 3.1.1.2 Restituição ........................................................................................... 3 3.1.2 Obrigação e dar coisa incerta ...................................................................... 4 3.2 Obrigação de fazer ............................................................................................ 4 3.2.1 Fungível ........................................................................................................ 4 3.2.2 Infungível ..................................................................................................... 5 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 2.3 Arras As arras não estão relacionadas com perdas e danos! É um sinal de pagamento que demonstra a seriedade na formação de um contrato futuro. Elas podem ser confirmatórias ou penitenciais. As arras confirmatórias são aquelas que não admitem arrependimento. Elas estão previstas no art. 418, CC e são a regra geral. Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. As arras penitenciais são aquelas que admitem o arrependimento. Elas estão previstas no art. 420, CC. Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Quando uma pessoa que entregou as arras confirmatórias se arrepende, ela perde as arras e ainda poderá ter que pagar perdas e danos. Já no caso das arras penitenciais, não serão devidas perdas e danos, no entanto, se a pessoa que se arrependeu foi quem entregou as arras, ela perderá o valor das arras, diferentemente, se quem se arrependeu foi quem recebeu as arras, essa pessoa deverá dar o valor das arras em dobro. As arras penitenciais são devolvidas porque o legislador quis dar a elas uma natureza indenizatória, pois mesmo podendo se arrepender, poderá perder as arras. 3. Modalidades de obrigações 3.1 Obrigação de dar A obrigação de dar pode ser de dar coisa incerta ou dar coisa certa. A obrigação de dar coisa certa é aquela que tem gênero, quantidade e qualidade. Exemplo: dar um carro gol, ano 2015, placa PPP 1111. A obrigação de dar coisa incerta é aquela que tem apenas gênero e quantidade. Exemplo: dar um carro. 3.1.1 Obrigação de dar coisa certa Quando cair obrigação de dar coisa certa na prova, deve-se fazer quatro perguntas: Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 1ª) quem é o devedor? É sempre quem está na posse do bem; 2ª) quem, é o proprietário da coisa? Pode ser o devedor ou credor. Quando o proprietário for o devedor, a obrigação de dar coisa certa deve ser chamada de entrega, que está disciplinado nos artigos 234, 235, 236 e 237, CC. Quando o credor for o proprietário, a obrigação de dar coisa certa deve ser chamada de restituição, que está prevista nos artigos. 238, 239 e 240, CC. 3ª) ocorreu a perda da coisa? Se sim, deve-se saber se a perda foi total (perecimento) ou foi parcial (deterioração); 4ª) a perda foi com ou sem a culpa do devedor? 3.1.1.1 Entrega Está disposto nos artigos 234 a 237, CC. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. O art. 237 é o oposto do res perit domino (a coisa perece para o dono), pois se a coisa perece para o dono, ela também melhora para o dono, então se houver alguma melhoria até a tradição, o dono terá direito a essa melhoria. 3.1.1.2 Restituição Artigos 238 a 240, CC Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. 3.1.2 Obrigação e dar coisa incerta O gênero não perece, o que perece é sempre a qualidade. Portanto, para que alguém cumpra a obrigação de dar coisa incerta é necessário que haja a escolha da qualidade. E essa escolha é chamada de concentração do débito e ela é feita, em regra, pelo devedor. Art. 246, CC. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 3.2 Obrigação de fazer A obrigação de fazer pode ser fungível ou infungível. A fungível é aquela que pode ser realizada por um terceiro. Já a infungível é aquela que apenas pode ser realizada pelo devedor. 3.2.1 Fungível Quando a obrigação for fungível e o inadimplementofor absoluta, cabe apenas pedir perdas e danos. Quando for inadimplemento relativo, cabe pedir a execução específica, podendo contratar um terceiro para realizar a obrigação (art. 249, CC). Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br 3.2.2 Infungível Se for uma obrigação infungível cabe apenas pedir perdas e danos, art. 247, CC. O inadimplemento de uma obrigação de fazer infungível é sempre absoluto. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. O inadimplemento de uma obrigação de fazer admite uma obrigação específica? Apenas se for obrigação de fazer fungível.
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