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Classificação das Obrigações

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA 
 
 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriel Silva de Oliveira - 11911DIR233 
TURMA 78 MATUTINO 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL II 
 
Atividade Avaliativa I 
Classificação das Obrigações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDINA – MG 
2020 
2 
 
 
 
O direito pode ser dividido em dois grandes ramos, o dos direitos não patrimoniais, que 
são aqueles referentes à pessoa humana e o dos direitos patrimoniais, esses são os que 
possuem valoração econômica, esse ramo é dividido em direitos reais e obrigacionais, o 
direito real recai sobre a coisa, direta e imediatamente, vinculando-a a seu titular e 
conferindo-lhe o direito de sequela e o direito de preferência, podendo ser exercido contra 
todos; os direitos obrigacionais, pessoais ou de crédito, compõem o direito das 
obrigações. 
O conceito de obrigação pode ser definido como um vínculo jurídico que confere ao 
credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de 
determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e 
débito, de caráter transitório, (extingue-se por meio do seu cumprimento), cujo objeto 
consiste numa prestação economicamente aferível. O patrimônio do devedor responde 
por suas obrigações, ele constitui a garantia do adimplemento com que o credor pode 
contar. 
As obrigações instituídas pelo Código Civil se classificam em várias modalidades: 
1. Obrigação de dar (obrigação de dar coisa certa): É aquela em que o devedor se 
obriga a dar coisa individualizada (art. 313), que se distingue por características 
próprias, móvel ou imóvel; o devedor não pode, assim, modificar unilateralmente 
o objeto da prestação, isso também vale para o credor, o credor não pode exigir 
coisa diferente, ainda que menos valiosa. Confere ao credor simples direito 
pessoal, por isso, quando não cumprida, não podia o adquirente reivindicar a 
coisa, por não lhe ter o domínio, entretanto, tem o direito de entrar com a ação de 
perdas e danos e com a resolução da avença (art. 389 e 475). Abrange os 
acessórios da coisa, salvo convenção em contrário (art. 233), é uma decorrência 
da regra geral de que o acessório segue o principal, nada obsta a que se 
convencione o contrário. No silêncio do contrato quanto a esse aspecto, a venda 
de um terreno com árvores frutíferas inclui os frutos pendentes; a alienação de um 
imóvel inclui, como acessório, o ônus dos impostos; a de um veículo abrange os 
acessórios colocados pelo vendedor. Exemplo: a venda de determinado modelo 
de automóvel, o veículo é coisa especifica, individualizada e determinada. 
1.1. Obrigação de entregar e de restituir (tradição): A obrigação de dar coisa certa 
é cumprida mediante entrega (como na compra e venda) ou restituição (como no 
3 
 
comodato), alguns autores resumem esses dois em uma palavra, tradição. 
Consiste na devolução de um bem do credor, que já é seu dono. Nessa 
modalidade, se a coisa teve melhora ou acréscimo, “sem despesa ou trabalho do 
devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização” (art. 241). Exemplo: 
entrega, foi estabelecido um contrato de aluguel, o devedor é o locatário que tem 
a obrigação de entregar o imóvel ao credor, locador; restituição, ao fim do 
contrato, o credor passar a ser o locador, pois esse espera do locatário a entrega 
do imóvel. 
1.2. Perda ou Deterioração da Coisa: Em caso de perda total da coisa antes da 
entrega ou restituição, é preciso verificar se o fato ocorreu por culpa ou não do 
devedor. Não havendo culpa deste, fica resolvida a obrigação para ambas as 
partes, que voltam à primitiva situação (art. 234 e art. 238). Dessa maneira, se o 
vendedor já recebeu o preço da coisa, que veio a perecer sem culpa sua, deve 
devolvê-lo ao adquirente, em virtude da resolução do contrato, não sendo 
obrigado a pagar por perdas e danos. Quem sofre o prejuízo, na obrigação de 
entregar, é próprio alienante, pois continua sendo proprietário, até a tradição. 
Segundo o princípio que vem do direito romano, a coisa perece para o dono (res 
perit domino). Na obrigação de restituir coisa certa ao credor, o prejudicado 
estará na condição de dono. É possível ilustrar a situação no seguinte exemplo, 
um fazendeiro emprestou uma vaca para seu caseiro, certo dia um raio a atingiu, 
aconteceu o perecimento da coisa, ou seja, perda total sem culpa do comodatário, 
assim, a obrigação do comodatário se resolve e ele não precisará responder por 
perdas e danos (observado o art. 399), “ressalvados os seus direitos até o dia da 
perda” (art. 238). 
A culpa acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos, sendo 
assim, ocorrendo o perecimento do objeto, tem o credor direito a receber o seu 
equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovados, tanto na obrigação 
de entregar (art. 234), como na de restituir (art. 239). Pode-se usar o caso do 
empréstimo de um cão de caça por exemplo, um fazendeiro emprestou um cão 
para um caçador, no processo, o comodatário atirou no cão acidentalmente, este 
o veio a falecer, ele é obrigado a restituir o credor, mais perdas e danos. 
Em caso de deterioração (perda parcial), também é importante saber se houve 
culpa do devedor ou não. Sem culpa, na obrigação de entregar, poderá o credor 
resolver a obrigação, por não lhe interessar receber o bem danificado, voltando 
4 
 
as partes, neste caso, ao estado anterior; ou aceita-lo no estado em que se acha, 
com abatimento do preço, proporcional à perda (art. 235). Na obrigação de 
restituir, recebe- o no estado em que estiver, sem direito a qualquer indenização 
(art. 240). O caso de deterioração sem culpa do devedor pode ser ilustrado pelo 
seguinte exemplo, se o credor adquire um cavalo para corrida e o animal é picado 
por uma cobra e fica manco, ele passa a servir apenas para reprodução, o 
comprador poderá dar por resolvida a obrigação, se não pretender a coisa, ou 
receber o semovente, abatendo-se o preço respectivo, levando-se em conta o 
valor de um animal para reprodução e não mais para competições. Havendo culpa 
pela deterioração, se tratando da obrigação de entregar, as alternativas que o 
credor dispõe são as mesmas do art. 235, diz que se pode resolver a obrigação, 
exigindo o equivalente em dinheiro, ou pode aceitar a coisa; mas havendo culpa, 
em qualquer caso ele tem direito à indenização de pernas e danos (art. 236); na 
obrigação de restituir o credor também poderá exigir o equivalente em dinheiro, 
mais perdas e danos. 
Pode-se observar que de forma geral, sem culpa, resolve-se a obrigação, sendo as 
partes repostas ao estado anterior, sem perdas e danos. Havendo culpa, estas são 
devidas, respondendo o culpado, ainda, pelo equivalente em dinheiro da coisa. 
2. Obrigação de dar coisa incerta: O Código Civil explicita que “a coisa incerta 
será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade” (art. 243). A expressão 
coisa incerta indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas não 
totalmente, porque deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
É, portanto, indeterminada, mas determinável. Falta apenas determinar a sua 
qualidade, enquanto a qualidade não for determinada, a coisa permanece incerta. 
Exemplo: entregar dez caminhões de areia. 
A determinação se dá pela escolha. Feita esta, e cientificado o credor, acaba a 
incerteza, e a coisa se torna certa, vigorando as normas de dar coisa certa. O ato 
unilateral de escolha denomina-se concentração. Para que a obrigação se 
concentre em determinada coisa não basta a escolha. É necessário que ela se 
exteriorize pela entrega, pelo depósito em pagamento, pela constituição em mora 
ou por outro ato jurídico que importe a cientificação do credor. O direito de 
escolha compete ao devedor, como explicita o art. 244, se o contrário não 
resultar do título da obrigação. Portanto, só competirá ao credor se o contrato 
assim dispuser. Sendoomisso, pertencerá ao devedor. Entretanto existem limites 
5 
 
à atuação do devedor, o código estabelece que “o devedor não poderá dar a coisa 
pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. Deve então, guardar o meio-termo 
entre os congêneres da melhor e da pior qualidade. Podem as partes 
convencionar que a escolha se dará por terceiro, estranho à relação obrigacional, 
aplicando-se, por analogia, o disposto no art. 1930. Determinada a qualidade, 
torna-se a coisa individualizada, ou seja, certa. Antes da escolha, “não poderá o 
devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso 
fortuito” (art. 246), pois o gênero nunca perece. Se por exemplo, alguém se 
obrigar a entregar dez sacos de milho, não se eximirá da obrigação, ainda que se 
percam todas os sacos que possui, porque pode obter, no mercado, o milho 
prometido. Entram nessa categoria também as obrigações em dinheiro, pois o 
devedor não se exonera se vem a perder as cédulas que havia separado para 
perder a dívida. Diferente será a solução de obrigar-se a dar coisa certa, que 
venha a perecer, sem culpa sua, ou caso se trate de gênero limitado, são os que 
se encontram em determinado lugar, como animais de determinada fazenda. 
Sendo delimitado dessa forma o genus, o perecimento de todas as espécies que 
o componham acarretará a extinção da obrigação. 
3. Obrigação de fazer: Nessa modalidade das obrigações, a obrigação consiste em 
atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Diferentemente das 
obrigações de dar, o credor pode, conforme as circunstâncias, não aceitar a 
prestação por terceiro, enquanto nestas se admite o cumprimento por outrem, 
estranho aos interessados (art. 305). Exemplo prático: 
 
6 
 
Foi realizada uma compra na loja “Be Stronger”, o prazo de entrega é de seis 
dias úteis após a confirmação do pagamento, como o pagamento exemplificado 
já foi aprovado, eles têm a obrigação de entregar a mercadoria no prazo de seis 
dias. Esse é um exemplo real da obrigação de fazer. 
Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, ou 
a própria natureza desta impedir a sua substituição, estaremos diante de 
obrigação de fazer personalíssima, infungível ou imaterial (arts. 247 e 248). 
Exemplo: O paciente exige que sua cirurgia plástica seja feita por determinado 
cirurgião. 
A infungibilidade pode decorrer da própria natureza da prestação, ou seja, das 
qualidades artísticas ou profissionais do contratado, sendo neste caso, 
subtendida, ou do contexto da avença, por convencionado que o devedor a 
cumpra pessoalmente. Quando não há tal exigência, nem se trata de ato ou 
serviço cuja execução depende de qualidade pessoais do devedor, podendo ser 
realizado por terceiro, diz-se que a obrigação de fazer é impessoal, fungível ou 
material art. 249. Exemplo: Determinado pedreiro é o mestre de determinada 
obra, porém esse pode transferir esse papel a outro para realizar outras obras. 
A obrigação de fazer também pode derivar de um contrato preliminar, chamado 
de pacto de contrahendo, e consiste em emitir declaração de vontade, como, por 
exemplo, outorgar escritura definitiva em cumprimento a compromisso de 
compra e venda ou endossar o certificado de propriedade de veículo. 
3.1. Inadimplemento da obrigação de fazer: a impossibilidade de o devedor 
cumprir a obrigação de fazer, bem como a recusa em executá-la, acarretam o 
inadimplemento contratual. Se “ a prestação do fato se tornar impossível sem 
culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação (art. 248), desde que a 
impossibilidade seja absoluta, vide art. 106. Se decorrer de culpa deste, ou seja, 
se o próprio devedor criou a impossibilidade, responderá ele por perdas e danos 
(art. 248). Como ninguém pode fazer algo impossível, resolve-se a obrigação, 
sem consequências para o devedor sem culpa, e com a responsabilidade pela 
satisfação de perdas e danos, para o culpado. Exemplo: O ator que fica 
impedido de se apresentar em determinado espetáculo em razão de acidente a 
que não deu causa, ocorrido no trajeto para o teatro, sendo hospitalizado, não 
responde por perdas e danos. Mas a resolução do contrato o obriga a restituir 
eventual adiantamento da remuneração. Responde por elas, entretanto, se a 
7 
 
impossibilidade foi por ele criada, ao viajar para local distante, às vésperas da 
apresentação contratada. 
Em caso de recusa do devedor e cumprir a prestação a ele só imposta no contrato, 
ou só por ele exequível devido a suas qualidades pessoais (obrigação 
personalíssima ou infungível), haverá a responsabilização pelo pagamento das 
perdas e danos (art. 247). A recusa voluntária induz a culpa. Exemplo: O cantor 
que se recusa a se apresentar no espetáculo contratado responde pelos prejuízos 
acarretados aos promotores do evento. 
A recusa ao cumprimento de obrigação de fazer infungível resolve-se, em perdas 
e danos, pois não se pode constranger fisicamente o devedor a executá-la. Se 
tratando de obrigação de fazer fungível, que pode ser executada por terceiro, 
“será livre ao credor manda-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou 
mora deste, sem prejuízo da indenização cabível”. Em caso de urgência, “pode 
o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar 
executar o fato, sendo depois ressarcido” (art. 249). Para o credor, o que interessa 
é o cumprimento, a utilidade prometida. 
4. Obrigação de não fazer: A obrigação de não fazer, ou obrigação negativa, 
impõe ao devedor um dever de abstenção: o de não praticar o ato que poderia 
livremente fazer, se não se houvesse obrigado. Exemplo: O adquirente que se 
obriga a não construir, no terreno adquirido, prédio além de certa altura, ou o 
jogador de futebol que se compromete a não usar roupas e acessórios de outras 
marcas, além daquela para qual foi contratado. Se o sujeito praticar o ato ao que 
se obrigou a não praticar, tornar-se-á inadimplente, podendo o credor exigir, com 
base no art. 251, o desfazimento do que foi realizado, “sob pena de se desfazer 
à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos”. 
5. Obrigação Simples x Obrigação Composta: A obrigação simples é aquela que 
apresenta todos os elementos no singular, ou seja, um sujeito ativo, um sujeito 
passivo e um objeto. Exemplo: João se comprometeu a doar para Pedro um 
bezerro. A obrigação composta ou complexa, diferente da primeira, apresenta 
qualquer um dos elementos, ou todos, no plural. Exemplo: Os cirurgiões 
Henrique e Gabriel se comprometeram a fazer a cirurgia no João. 
6. Obrigação Cumulativa x Alternativa: A obrigações complexas ou compostas, 
se dividem ainda em cumulativas e alternativas. As cumulativas são aquelas em 
que os objetos aparecem relacionados com a conjunção “e”. Somando-se, então, 
8 
 
os dois objetos. Exemplo: Antônio se comprometeu a doar para José um bezerro 
e um cavalo Mangalarga marchador. A obrigação alternativa é composta pela 
multiplicidade de objetos. Tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais 
somente uma será acolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor. Os 
objetos são ligados pela disjuntiva “ou”. Difere da cumulativa, em que também 
há uma pluralidade de prestações, mas todas devem ser solvidas. O direito de 
escolha caberá ao devedor, “se outra coisa não se estipulou” (art. 252). Exemplo: 
Pedro deve certo valor para João, a prestação irá se resolver com a entrega de 
uma caminhonete ou de um trator. A consequências do inadimplemento estão 
dispostas nos arts. 253, 254, 255 e 256; em caso de culpa do devedor, o credor 
poderá reclamar o valor equivalente a prestação mais perdas e danos, não 
havendo culpa, extinguir-se-á a obrigação. 
7. Obrigações Divisíveis x Indivisíveis: As obrigações divisíveis são aquelas cujo 
objeto pode ser dividido entre os sujeitos; exemplo: uma casa de arroz é um 
objeto que pode ser dividido porque, apesar de fracionada, ainda mantém suas 
propriedadese mesma valoração econômica em proporção. O que não ocorre 
com as indivisíveis, “a obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto 
uma coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de 
ordem econômica, ou dada razão determinante do negócio jurídico” (art. 258). 
Exemplo: Não se pode dividir uma coleção de livros raros, pois sua valoração 
econômica será reduzida drasticamente. As obrigações divisíveis e indivisíveis 
possuem uma série de efeitos que devem ser listados para melhor compreensão: 
a) Há presunção, no caso da obrigação divisível, de que está repartida em tantas 
obrigações, iguais e distintas, quantos os credores e devedores (art. 257). 
b) Cada devedor se libera pagando sua quota, e cada credor nada mais poderá 
exigir, recebida sua parte na prestação. 
c) Quando a obrigação é indivisível, e há pluralidade de devedores, “cada um 
será obrigado pela dívida toda” (art. 259), somente porque o objeto não pode 
ser dividido. 
d) Se a pluralidade for de credores, “poderá cada um deles exigir a dívida 
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I – a todos 
conjuntamente; II – a um, dando este caução de ratificação dos outros 
credores” (art. 260). 
9 
 
e) Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, não ocorrerá a extinção da 
obrigação com relação aos demais credores. 
f) Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos, em caso de perecimento com culpa do devedor (art. 263). 
8. Obrigações solidárias: Obrigação solidária é aquela em que, havendo vários 
devedores, cada um responde pela dívida inteira, como se fosse o único devedor. 
Se a pluralidade for de credores, pode qualquer deles exigir a prestação integral, 
como se fosse único credor (art. 264). A solidariedade não se presume; resulta 
da lei ou da vontade das partes (art. 265). Exemplo: numa solidariedade ativa 
entre os co-credores João e Mateus e o devedor Josias, o vínculo interno se forma 
entre João e Mateus, já o vínculo externo entre João, Mateus e Josias. Nesse 
exemplo, o credor que é beneficiado com o pagamento, ou algum outro modo de 
extinção da obrigação, responderá aos outros pelas partes que lhes competem. 
As obrigações solidárias têm algumas características importantes: pluralidade de 
credores, de devedores ou de uns e de outros; Integralidade da prestação; 
corresponsabilidade dos interessados. São constituídas por três espécies: 
Obrigação solidária ativa, se vários forem credores; Obrigação solidária passiva, 
se houver pluralidade de devedores; Obrigação solidária recíproca ou mista, se 
houver simultaneidade de credores e de devedores. Além disso, é importante 
destacar as diferenças entre solidariedade e indivisibilidade: 
a) Se cada devedor solidário pode ser compelido a pagar sozinho a dívida 
inteira, tal fato se dá por der devedor do todo. Nas obrigações indivisíveis, 
contudo, o codevedor só deve a sua quota-parte. Se pode ser compelido ao 
pagamento da totalidade do objeto é porque não se pode fracioná-lo. 
b) Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos (art. 263). Na solidariedade, entretanto, tal não ocorre, pois, cada 
devedor continuará responsável pelo pagamento integral do equivalente em 
dinheiro do objeto perecido. 
Na solidariedade ativa concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer 
deles receber integralmente a prestação devida (art. 267). A solidariedade ativa 
também possui alguns efeitos a serem destacados: 
a) O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, por sua vez, pagará 
aos demais a quota de cada um. 
10 
 
b) Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor comum, a 
qualquer deles poderá este pagar (art. 268). Cessa esse direito, porém, se um 
deles já ingressou em juízo com ação de cobrança, pois só a ele o pagamento 
pode ser efetuado. 
c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade (art. 271). 
d) O credor que tiver remitido a dívida, ou recebido o pagamento, responderá 
aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272), podendo ser convencido em 
ação regressiva por estes movida. 
A solidariedade passiva é a relação obrigacional pela qual o credor tem direito 
a exigir e receber de um, de alguns ou de todos os devedores, parcial ou 
totalmente, a dívida comum (art. 275). Esta também tem seus efeitos: 
a) O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um 
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, se houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os 
codevedores (art. 283). 
b) Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, ou seja, 
ao emitente de nota promissória, por exemplo, responderá este por toda ela 
para com que pagar (art. 285). 
c) Qualquer alteração posterior do contrato, estipulada entre um dos devedores 
solidários e o credor, que venha a agravar a situação dos demais, só terá 
validade se for efetivada com a concordância destes (art. 278). 
d) É permitido ao credor, sem abrir mão de seu crédito, “renunciar à 
solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores” (art. 282). 
9. Obrigações de Meio x de Resultado: Pode-se entender como obrigação de meio 
o dever de desempenho, de uma atividade contratada, com diligência, zelo, ou 
mesmo com o emprego da melhor técnica e perícia para se chegar no resultado 
pretendido. Exemplo: O médico que se obriga a utilizar seus melhores esforços 
e usar de todos os meios disponíveis para a cura do paciente que o contratou, 
mas sem jamais garantir o resultado, ou seja, a própria cura. Quer dizer que ao 
exercer a atividade, o contratado não se obriga à ocorrência do resultado, mas 
apenas age na intenção de que ele aconteça. Dessa maneira, é de 
responsabilidade do credor a prova da conduta ilícita do devedor, devendo 
demonstrar que este, na atividade desenvolvida, não agiu com a diligência e os 
11 
 
cuidados necessários para a correta execução do contrato. Já na obrigação de 
resultado o devedor se obriga a alcançar um fim específico. É possível verificar 
a inadimplência do contratado se o resultado contratado não ocorrer, sujeitando-
se a responder por perdas e danos. Exemplo: contrato de prestação de serviço 
de pintura de parece, onde o pintor se obriga à completude de sua pintura. Assim, 
basta ao credor prejudicado a demonstração do descumprimento do contrato por 
meio da comprovação de não ter sido alcançado o resultado, restando ao devedor 
responder por perdas e danos. 
10. Obrigações Principais x Acessórias: Via de regra, as obrigações são 
autônomas, dotadas de existência própria, mas excepcionalmente há obrigações 
que dependem de outras. Assim sendo, a obrigação existente por si, abstrata ou 
concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas, denomina-se 
obrigação principal. Exemplo: a do vendedor, que se obriga, ao alienar um bem, 
a entregá-lo ao comprador. Aquela em que a existência supõe a da principal 
designa-se obrigação acessória. Há acessoriedade, nos juros (arts. 232, 406 e 
407), por exemplo, pois dependem, para existir, de uma obrigação principal, a 
que aderem (arts. 92 e 206). 
11. Obrigações propter rem: A obrigação propter rem passa a existir quando o 
titular do direito real é obrigado, devido à sua condição, a satisfazer certa 
prestação. É uma espécie jurídica que fica entre o direito real e o pessoal, 
consistindo nos direitos e deveres de natureza real que emanam do domínio. Tais 
obrigações só existem em razão da detenção ou propriedade da coisa. A força 
vinculante das obrigações propter rem manifesta-se conforme a situação do 
devedor ante uma coisa, seja como titular do domínio, seja como possuidor. 
Assim, nesse tipo de obrigação, o devedor é determinado segundo sua relação 
perante uma coisa, que é conexa com o débito. Exemplo: a contribuiçãomensal 
do condomínio, para a conservação da coisa comum; as do proprietário de 
apartamento, num edifico em condomínio, de não alterar a forma externa da 
fachada (art. 1297 e art. 1336). A obrigação propter rem possui três 
características: 
a) Vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor 
é proprietário ou possuidor; 
b) Possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, 
renunciando o direito sobre a coisa; 
12 
 
c) Transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação 
recairá sobre o adquirente. Exemplo: se alguém adquirir, por herança, uma 
quota de condomínio, será sobre o novo condômino que incidirá a obrigação 
de contribuir para as despesas de conservação da coisa. 
Assim, pode-se dizer que obrigação propter rem é a que recai sobre uma pessoa 
por força de um determinado direito real, permitindo sua liberação pelo 
abandono do bem. 
12. Obrigações Puras e Simples: São aquelas que não se sujeitam a nenhuma 
condição, termo ou encargo. Exemplo: Obrigação de dar um celular sem por 
que, para que, por quanto e nem em que tempo. 
13. Obrigações Condicionadas, Modais e a Termo: A obrigação condicional é a 
que contém cláusula que subordina seu efeito a evento futuro e incerto (art. 121). 
Logo, para sua configuração será necessária a ocorrência de dois requisitos 
essenciais: a futuridade e a incerteza. Exemplo: João se compromete a dar sua 
caminhonete para o seu neto quando for aprovado na faculdade de Direito. 
Quanto às condições, cumpre observar as seguintes regras: a capacidade das 
partes e a forma do negócio regem-se pela norma jurídica que vigorar no tempo 
de sua constituição; o direito condicional é transmissível por ato inter vivos ou 
causa mortis; reputa-se verificada a condição cujo implemento for 
maliciosamente obstado pela parte a quem favorecer; do mesmo modo sucede 
com a condição dolosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu 
implemento (art. 129). A obrigação modal é a que se encontra onerada com um 
modo ou encargo, isto é, por cláusula acessória, que impõe um ônus à pessoa 
natural ou jurídica comtemplada pela relação creditória. É o caso por exemplo, 
da obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado um prédio para 
escola. O onerada passa, então, a ter o dever de empregar o bem recebido pela 
maneira e com a finalidade estabelecida pelo instituidor, de tal sorte que, se não 
houvesse essa cláusula, ele não estaria vinculado a qualquer prestação, pois o 
modo, em regra, adere-se a atos de liberalidade. A obrigação modal pode ter por 
objeto uma ação (dar ou fazer) ou uma abstenção (não fazer) do onerado, em 
favor do disponente, de terceiro ou do próprio beneficiário, sendo que, neste 
último caso, o encargo assume a forma de um conselho, cujo descumprimento 
não acarretará nenhum efeito de direito, visto que não é admitida a reunião do 
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débito e do crédito numa só pessoa. A obrigação com encargo acarreta os 
seguintes efeitos: 
a) Não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no ato negocial, pelo disponente, como condição 
suspensiva (art. 136). 
b) A iliceidade ou impossibilidade física ou jurídica do encargo leva a 
considera-lo como não escrito, libertando a obrigação de qualquer restrição, 
exceto se, se apurar ter sido ele a causa determinante do negócio, caso em 
que se terá a anulação do ato; fora disto, porém este se aproveita como puro 
e simples (art. 137). 
c) Gera uma declaração de vontade qualificada ou modificada que não pode ser 
destacada do negócio; daí sua compulsoriedade. Dessa forma, o beneficiário 
deverá cumprir o encargo, sob pena de se revogar a liberalidade. Deve ser 
cumprido no prazo fixado pelo disponente e se este não o houver estipulado, 
cabe ao magistrado estabelecê-lo de acordo com a vontade presumida do 
disponente. Se o encargo consistir em prestação personalíssima, falecendo o 
devedor sem o cumprir, resolve-se o ato negocial, voltando o bem ao poder 
do disponente ou dos herdeiros. Se não disser respeito a obrigação desse tipo, 
o dever de cumpri-lo transmite-se aos herdeiros do gravado (arts. 553, 555, 
1938 e 1949). 
d) Podem exigir o cumprimento do encargo o próprio instituidor, seus 
herdeiros, as pessoas beneficiadas ou representante do Ministério Público, se 
se contiver em disposição testamentária ou for de interesse público (art. 553). 
e) A resolução do negócio jurídico em virtude de inadimplemento do modo não 
prejudica os direitos de terceiros. 
A obrigação a termo é aquela em que as partes subordinam os efeitos do ato 
negocial a um acontecimento futuro e certo. Termo é o dia em que começa ou se 
extingue a eficácia do negócio jurídico; não atua, portanto, sobre a validade da 
relação obrigacional, mas apenas sobre seus efeitos. O termo pode ser: 
a) inicial (dies a quó) ou suspensivo, se fixa o momento em que a eficácia do 
negócio deve-se iniciar, retardando o exercício do direito. 
b) final (dies ad quem) ou resolutivo, se determina a data da cessação dos 
efeitos do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas. Exemplo: 
a locação que se deverá findar dentro de dois anos (art. 135). 
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c) certo, quando estabelece uma data do calendário, dia, mês e ano. Por 
exemplo, 20 de setembro de 2021, ou então quando se fixa um certo lapso 
de tempo, como, por exemplo, daqui a seis anos ou no dia em que alguém 
atingir a maioridade. 
d) incerto, se se referir a um acontecimento futuro, que ocorrerá em data 
determinada, como por exemplo, quando determinado imóvel passar a ser 
de outrem, a partir da morte de seu proprietário. A morte é sempre certa; a 
data em que vai ocorrer é que é incerta. 
Sobre a exigibilidade da obrigação a termo, a obrigação constituída sem prazo 
reputar-se-á exequível desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em local 
diverso ou depender de tempo (art. 134). A obrigação a termo só poderá ser 
exigida depois de expirado o termo. Por ser a obrigação a termo, enquanto este 
não for atingido, é ela inexigível, visto que não nasce para o credor a pretensão; 
logo, não há prescrição, pois esta só terá início no momento em que o direito 
creditório se tornar exequível. 
14. Obrigações Líquidas e Ilíquidas: A obrigação líquida é aquela obrigação certa, 
quanto à sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. Seu objeto é certo 
e individuado; logo, sua prestação é relativa a coisa determinada quanto à 
espécie, quantidade e qualidade. É expressa por um algarismo, que se traduz por 
uma cifra. O inadimplemento da obrigação positiva e líquida, no seu termo, 
constitui de pleno direito o devedor em mora. Não havendo prazo assinado, 
começa ela desde a interpelação judicial ou extrajudicial. Exemplo: João deve 
dar a Pedro R$ 500,00 ou cinco sacos de arroz. 
A obrigação ilíquida é aquela incerta quanto à sua quantidade e que se torna certa 
pela liquidação, que é o ato de fixar o valor da prestação momentaneamente 
indeterminada, para que esta se possa cumprir; logo, sem liquidação dessa 
obrigação, o credor não terá possibilidade de cobrar seu crédito. Depende, 
portanto, de prévia apuração, por ser incerto o montante de sua prestação, 
tendendo a converter-se em obrigação líquida. Tal conversão se realiza, 
processualmente, mediante liquidação, que lhe fixará o valor, mas pode advir de 
transação, quando os transigentes acomodam seus interesses como julgarem 
conveniente, isto é, por força de ajuste entre as partes e de acordo com a lei (arts. 
948 e 954). A liquidação dá-se sempre que não houver a legal e a convencional. 
Exemplo: Pedro deve dar vegetais a João, não se sabe quanto nem qual vegetal. 
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REFERENCIAS 
 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das 
Obrigações. 22. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações: ParteGeral. 12. ed. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2011.

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