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TXXIV Larissa Cardeal 9. LEUCEMIAS AGUDAS - as leucemias são divididas em linfoides e mielóides, sendo que ambas têm subdivisões ainda em agudas e crônicas - as leucemias mielóides e linfoides são doenças diferentes, mas possuem epidemiologia complementar - LLA é uma doença mais comum em crianças e/ou adolescentes, especialmente em crianças - LMA é uma doença de adultos, especialmente de idosos - tanto na LMA quanto na LLA ocorrem alterações após a divisão da stem cell, sendo que o blasto (linfoblasto ou mieloblasto) sofre uma transformação neoplásica, de forma que adquire características competitivas mais fortes que das células normais > célula que se prolifera mais > quadros agudos: grande quantidade de precursores imaturos (blastos) - transformação neoplásica na linhagem linfóide - tratamento longo - possui uma das maiores taxas de curas de neoplasias (80 a 90% de cura) - o resultado de sobrevida em crianças é muito melhor do que em adolescentes e adultos - comum haver linfonodomegalia (localizada ou generalizada) e esplenomegalia > células se proliferam na medula, entram na medula e se estacionam em órgãos linfoides secundários TXXIV Larissa Cardeal - se for leucemia do tipo T, pode haver a presença de uma massa mediastinal por acometimento do timo - os blastos podem atingir a barreira hematoencefálica, podendo migrar para SNC, produzindo sintomas neurológicos > o fato de não haver sintomas neurológicos não indica que não houve invasão da BHE, sendo necessária a pesquisa dessas células por coleta do líquor - há uma barreira testicular que também pode ser invadida pelos blastos, produzindo leucemia nesse local > além do tratamento sistêmico, é necessário irradiar o testículo - taxa de sobrevida é ótima em crianças atualmente > nas décadas passadas era pior a curva de sobrevida > houve evolução do diagnóstico e do tratamento da LLA - taxa de sobrevida ainda é ruim em adultos - transformação neoplásica na linhagem mielóide - como a linhagem linfoide é extensa (com produção de vários tipos celulares, há uma classificação maior das LMA - incidência progressiva com o aumento da idade - é mais raro do que a LLA TXXIV Larissa Cardeal - pelo menos metade dos pacientes falece em 1 ano pós diagnóstico - doença agressiva, de prognóstico ruim - após a célula sofrer uma transformação neoplásica, passa a possuir uma taxa de proliferação maior > além disso, consegue bloquear, mesmo que parcialmente, a apoptose > a célula neoplásica não amadurece – na fase que ela sofreu alteração, ela permanece – permanência da célula linfoblasto - após a transformação neoplásica na célula precursora linfóide, como essa célula adquire possibilidades de hiperproliferar e escapar da apoptose, começa haver acúmulo de células linfoides - em condições fisiológicas, a proliferação deve ocorrer com o objetivo de repor as células que sofreram apoptose, de forma que haja manutenção do número de células no organismo - na neoplasia, há aumento da proliferação e diminuição da apoptose, havendo sobra dessas células, de tal forma que começam ocupar espaços de outros tipos celulares na MO - essa hiperproliferação intensa é de tal forma que começa haver ocupação do espaço medular por esses precursores linfoides > isso pode gerar colapso da medula óssea, com diminuição da produção dos outros tipos celulares por infiltração medular - nas crianças, comumente os fatores são hereditários - anemia de Fanconi é comum > trata-se de uma pancitopenia aplásica progressiva, que pode dar um quadro de leucemia aguda - Sd de Down é fator de predisposição, mas não são todas as crianças que têm a Sd que têm LLA TXXIV Larissa Cardeal - nos adultos, é mais comum o desenvolvimento de LLA por fatores adquiridos - é dependente dessa balança, de forma que, quanto mais células leucêmicas houver infiltrando a medula, mais presentes serão as sintomatologias - o infiltrado da MO ocupa espaço do estroma medular, de forma que há menor produção de outras células dentro da normalidade > há produção de pancitopenia progressiva - sintomas de anemia - quadros intensos: palidez e dispneia progressiva aos esforços - neutropenia > aumento de incidência de infecções - plaquetopenia moderada já há sangramentos mais intensos - plaquetopenia severa há sangramentos espontâneos - os sangramentos geram piora da anemia - coleta de LQR de paciente com LLA assintomática - sempre que se fizer diagnóstico de LLA é obrigatória a coleta de LQR > se houver invasão da BHE, deve-se fazer quimioterapia sistêmica e intratecal - a suspeita inicia-se em alterações intensas de exames de hemograma > anemia + plaquetopenia + alterações de glóbulos brancos - a alteração de glóbulos brancos pode ser: > leucocitose > leucopenia TXXIV Larissa Cardeal - fase inicial da doença: medula infiltrando, sem células circulantes > pancitopenia (anemia + plaquetopenia + leucopenia) - a partir de um determinado momento, os blastos começam migrar para a circulação, de forma que haverá anemia + plaquetopenia + leucocitose por circulação de células neoplásicas (com células imaturas) - imunofenotipagem dá o diagnóstico de certeza - citogenética é solicitada para se realizar a classificação do paciente - paciente com leucocitose muito intensa, chega a formar uma “capa” de glóbulos brancos - diagnóstico é dado por punção aspirativa de MO e faz-se um esfregaço do aspirado - há encontro de infiltrado monocítico (linfoblasto) no aspirado de MO - paciente com apenas 6% de hematopoiese residual - mieloperoxidase é o exame da citoquímica > feita por uma coloração de células de linhagem mielóides > se as células não se corarem, indica que trata-se de uma problemática na linhagem linfoide > paciente com mieloperoxidase negativa = linhagem linfoide = leucemia linfoide aguda - citometria de fluxo busca os marcadores da doença - mieloperoxidase positiva = linhagem mielóide aguda - há alterações citogenéticas indicativas de melhor prognóstico e outras, de pior prognóstico TXXIV Larissa Cardeal - LMA do tipo M3 ou pró mielocítica é caracterizada por uma alteração citogenética, havendo uma translocação 15;17 - dentro da linhagem linfoide há uma grande classificação, devido às diferentes fases da doença - a LLA é classificada em: > LLA do tipo B - mais prevalente > LLA do tipo T - LMA é classificada de M0 a M7, a partir da associação com a fase da célula que ocorreu a lesão neoplásica TXXIV Larissa Cardeal - M0 (também denominada de indiferenciada) > transformação ocorreu no ponto mais imaturo da célula progenitora mielóide - célula tão indiferenciada que não possui grânulos no citoplasma >> não cora na mieloperoxidase - sem a imunofenotipagem, pode haver dificuldade na diferenciação de LLA e LMA - M1 já há grânulos no citoplasma - mieloperoxidase cora a célula > corante marrom - M3 = LMA pró mielocítica > transformação ocorre na fase de pró mielócito (célula repleta de grânulos primários) > quando esses grânulos caem na corrente sanguínea promovem ativação do sistema de coagulação, de forma que consomem fatores de coagulação (produção de coagulopatia secundária) – alto risco de sangramento – pacientes podem necessitar de transfusão de crioprecipitado - única com o tratamento diferente TXXIV Larissa Cardeal - tratamento extenso, com duração de, no mínimo, 2 anos e meio - o tratamento de suporte é geral, para todos os pacientes, independente de idade e de gravidade > transfusão de hemácias> transfusão de plaquetas > profilaxia para infecções (alguns ainda assim desenvolvem neutropenia febril e necessitam de internação) - todos os pacientes devem receber quimioterapia - alguns pacientes têm indicação de transplante - paciente com neoplasia (que por si só já é imunossuprimido) + mielossupressão - maioria dos pacientes falece por infecções TXXIV Larissa Cardeal i. Fase de indução deve durar 4 semanas; é feita independente da quantidade de blastos do paciente, sendo que a meta final é que o paciente tenha no máximo 5% de blastos (quantidade normal de blastos) – se paciente não atinge a meta, troca-se o método de indução e se reinicia o protocolo ii. Fase de consolidação tem objetivo de que a carga leucêmica caia a níveis muito baixos (níveis de DRM – doença residual mínima = <0,001% na LLA) – fase aproximadamente de duração de 6m – se atingida a meta, paciente é considerado curado iii. Fase de manutenção é a fase mais longa, que deve durar 2 anos e é quase toda de medicação oral – objetivo de manter o paciente em DRM, para que a doença não retorne - os fatores que envolvem melhor prognóstico em crianças do que em adultos são: > idade (cada 10a a mais, há queda na curva terapêutica) > fatores citogenéticos de bom prognóstico estão mais presentes em crianças > adultos têm menos fatores de bom prognóstico e mais fatores de mau prognóstico - pacientes receberam mesmo tratamento, mas a curva terapêutica foi diferente para cada um deles - tratamento para adultos com protocolo pediátrico obteve maior sucesso do que os tradicionais - a curva terapêutica ainda é diferente, mas melhorou com relação ao do tratamento convencional TXXIV Larissa Cardeal - o tratamento pediátrico é indicado apenas até os 45a, acima dessa idade, é tóxico para o paciente - curva terapêutica em evolução - pacientes idosos ainda sofrem muito com a doença pela dificuldade de tratamento - em todo ciclo de quimioterapia deve-se colher líquor e realizar QT intratecal (IT) - casos refratários ou recidivados > drogas caras - grande maioria dos quadros de LMA é de pacientes idosos > idosos toleram menos o tratamento agressivo (que é curativo) - tratamento é de acordo com a faixa etária - jovens (<60a): tratamento curativo TXXIV Larissa Cardeal - idosos: tratamento de controle - principal tratamento de indução é o denominado 7+3 >> 7 dias de infusão contínua de citarabina + 3 doses de antracílico > tóxico, mas muito eficaz - pacientes não elegíveis para o tratamento mais agressivo, usa-se o tratamento baseado em drogas hipometilantes, cujas 2 drogas principais são: 5-azacetidina e decitabina - atualmente não há fase de manutenção - a fase de indução é quimio sempre - a fase de consolidação pode ser quimio + transplante (a depender das indicações) - faz-se 2 ciclos de indução e depois se reavalia o paciente - deve-se fazer a avaliação citogenética e avaliar a possibilidade de doador compatível > se paciente for de bom prognóstico, não há necessidade de transplantar > se for de mal fator citogenético, o transplante é mandatório, pois a doença volta > pacientes intermediários deve-se avaliar risco x benefício TXXIV Larissa Cardeal - tratamento da LMA M3 > indução + 3 ciclos de consolidação + 2 anos de manutenção - tratamento tóxico, que pode gerar aplasia medular - paciente pode já ter quadro de neutropenia intensa na primeira internação - se o paciente for elegível para transplante, vai para o TMO após 2 ciclos de indução; se não for, vai para os 4 ciclos de consolidação - altas doses de citarabina, 4 ciclos com espaçamento de 4sem > tratamento em torno de 6m - tratamento ambulatorial (os outros são em internação) - tratamento sem tempo pré determinado > feito enquanto o paciente responder à terapêutica - nova droga que melhora resultado terapêutico, mas pouco usado no BR por ser muito caro - expectativa de vida de pacientes com LLA
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