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Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre 1.3- Filho doente, dói na gente... 1. Leucemia: fisiopatologia, epidemiologia, prevenção, tratamento, diagnóstico, estadiamento, evolução, classificação, achados laboratoriais, fatores de risco, prognóstico, quadro clínico. Leucemias são neoplasias malignas caracterizadas pela reprodução incoordenada de células sanguíneas anormais na medula óssea, células essas que são lançadas na corrente sanguínea, podendo infiltrar diversos órgãos, incluindo linfonodos e o baço. AGUDAS: Acumulo de progenitores, ou seja, blastos, que são incapazes de se diferenciar em células maduras, devido a um bloqueio de maturação. CRÔNICAS: Acumulo de células maduras, que seguiram o processo normal de maturação. FISIOPATOLOGIA: As leucemias ocorrem a partir de mutações genéticas e/ou epigenéticas em leucócitos imaturos. Essas mutações ocasionam erros na produção de proteínas e perda de sinais regulatórios que controlam a divisão celular e apoptose, originando células metastáticas com crescimento desregulado. Consequentemente, há acúmulo de leucócitos imaturos na medula óssea e na corrente sanguínea, prejudicando o sistema imunológico e a formação de elementos hematopoiéticos essenciais. As leucemias são geralmente classificadas em quatro tipos principais, a partir do gênero celular acometido (linfocítica ou mieloide) e velocidade de progressão da doença (aguda ou crônica). Entretanto, existem divergências clínicas e laboratoriais mesmo entre leucemias de um mesmo tipo, devido a diferentes anormalidades cromossômicas observadas. Nos trabalhos analisados notou-se uma grande variabilidade de alterações cromossômicas associadas a cada tipo de leucemia. Pacientes que apresentaram anormalidades cromossômicas definidas, receberam tratamentos personalizados, determinando maior qualidade e expectativa de vida. Todos os tipos de leucemia têm em comum o crescimento desregulado de leucócitos imaturos que se acumulam na medula óssea, prejudicando o sistema imunológico e a formação de elementos hematopoiéticos essenciais. Pacientes que recebem tratamentos personalizados a partir de análises citogenéticas demonstram maior qualidade e expectativa de vida. As leucemias são classificadas em quatro tipos: leucemias agudas e crônicas, que por sua vez se subdividem em linfoides e mieloides. Nas leucemias agudas, ocorre um acumulo de células jovens mieloides (LMA) ou linfoides ( LLA). Tais células, chamadas de blastos, não são funcionais e possuem alto poder de divisão e multiplicação. Dessa forma, pelo fato de a produção de blastos ocuparem boa parte da medula óssea, a produção das células hematológicas é reduzida, acarretando em Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre pancitopenia, o que predispõe o paciente a astenia (pela anemia), infecções (pela leucopenia/neutropenia) e hemorragia (pela trombocitopenia). Leucemia mielóide aguda (LMA) é doença mieloproliferativa clonal caracterizada pelo acúmulo de progenitores mielóides imaturos na medula óssea (MO) com substituição do tecido hematopoético normal. Além da tríade clássica, a LMA pode causar adenopatia, hepatoesplenomegalia, hiperplasia gengival decorrente da infiltração desses órgãos pelos blastos. A leucemia linfoide aguda ou (LLA) é um câncer causado por um linfócito (tipo de célula responsável pela defesa do organismo) que sofre mutação na medula óssea por algum erro no DNA. É a leucemia mais comum da infância, possuindo quadro clinico semelhante à LMA. No Entanto, difere em alguns aspectos como a maior ocorrência de adenopatia e dor óssea. Além disso, não se observa a hiperplasia gengival. E é mais comum o acometimento do sistema nervoso central e testículos. Já as leucemias crônicas caracterizam- se pelo acumulo lento e gradativo de clones neoplásicos leucocitários na medula óssea e no sangue. A patogênese é semelhante àquela descrita para as leucemias agudas, com uma diferença de que não há o bloqueio da maturação, ou seja, as células neoplásicas produzidas pela medula seguem seu desenvolvimento. a)A leucemia mieloide crônica (LMC) contém como achado mais marcante a leucocitose neutrofilica acentuada e uma esplenomegalia devido a infiltração do órgão pelas células neoplásicas. Outros achados comuns são febre vespertina, sudorese noturna, astenia e desconforto abdominal. Infecções não são frequentes, j á que os leucócitos neoplásicos são funcionantes. b)A leucemia linfoide crônica (LLC) é uma doença característica de pacientes mais velhos, sendo o tipo d e leucemia mais comum em idosos. O clone neoplásico corresponde a um linfócito B maduro que, não se diferencia em plasmócito, ou seja, não passa à fase de produção de anticorpos. A evolução da doença leva ao acumulo desses linfócitos clonais na medula óssea, que passa para o sangue periférico e infiltram linfonodos, baço e fígado. É caracterizada por linfocitose acentuada, adenopatia. A leucemia aguda é o resultado de um ou mais eventos malignos que ocorrem num precursor inicial hematopoiético. Em vez de ocorrer proliferação e diferenciação normais, a célula afetada da origem a uma progenia que não se diferencia e continua a proliferar de modo incontrolável. Como resultado, as células mieloides i maturas na LMA, ou as células linfoides (LLA), chamados de blastos, se acumulam de maneira rápida e progressivamente substituem a medula ó ssea, ocasionando uma Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre redução na produção de células vermelhas normais, células bran cas e plaquetas. EPIDEMIOLOGIA: A LMA é a leucemia mais comum nos adulto s, e tem incidência estimada de 3 a 5 casos para 100 mil habitantes por ano. A idade média de apresentação da LMA é em torno dos 65 anos. E os pacientes do sexo masculino são mais frequentemente acometidos pela doença quando comparados ao do sexo feminino. No Brasil, as leucemias ocupam a 9ª posição no ranking de neoplasias em homens e 10º em mulheres. PREVENÇÃO: Diferentemente do que acontece na maioria dos casos de câncer, não há fatores de risco conhecidos para a leucemia, não podendo, desta forma, ser prevenida. Não está claro o que causa a leucemia mieloide aguda. A maioria das pessoas que contraem leucemia mieloide aguda não têm fatores de risco conhecidos, por isso não há maneira de prevenir as leucemias. O tabagismo é o fator de risco controlável mais significativo para a leucemia mieloide aguda, e parar de fumar reduz o risco de uma pessoa contrair a doença. É evidente que os não tabagistas são muito menos propensos do que os fumantes a desenvolver muitos outros tipos de câncer, bem como doenças cardíacas, acidentes vasculares e outras doenças. O tratamento de alguns tipos de câncer com quimioterapia ou radioterapia pode provocar leucemias secundárias (pós- tratamento). Os pesquisadores estão estudando como tratar esses cânceres sem aumentar o risco de leucemia secundária. Evitar produtos químicos cancerígenos conhecidos, como o benzeno, pode diminuir o risco de contrair a leucemia mieloide aguda. Mas, a maioria dos pesquisadores concorda que a exposição a produtos químicos ocupacionais ou ambientais representaapenas uma pequena fração dos casos de leucemia. TRATAMENTO: O tratamento é de suporte e especifico: 1. O tratamento de suporte para insuficiência da medula óssea inclui a inserção de um cateter venoso central, suporte hemoterapeutico e prevenção da síndrome de lise tumoral. A contagem de plaquetas deve ser mantida acima de 10x109 e a hemoglobina acima de 8g/dl. Qualquer episódio de febre deve ser imediatamente tratado. 2. A finalidade do tratamento da leucemia aguda é a indução de remissão completa (<5% de blastos na medula óssea, hemograma e estado clinico normal). O regime mais comumente adotado na remissão é denominado 3+7, e consiste em um ou dois ciclo de um agente Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre antraciclico. Em geral os pacientes alcançam remissão completa após um ou dois ciclos d e terapia de indução; A segunda fase é denominada consolidação e é feita com quimioterapia intensiva na esperança de eliminar a doença. Geralmente utiliza-se dois a quatro ciclos de antraciclíco ou com transplante de células tronco em casos de mau prognostico ou recidivas. 3. O tratamento especifico da LMA é determinado pela id ade e o estado físico do paciente, mas também pelas alterações genéticas das células leucêmicas. Em pacientes mais jovens, o tratamento consiste na quimioterapia intensiva. Costuma ser feito em quatro blocos de aproximadamente uma semana cada. Os fármacos são mielo tóxicos com seletividade limitada entre as células leucêmicas e as células medulares normais, de modo que a insuficiência medular decorrente do tratamento é severa, exigindo suporte intensivo e prolongado. O resultado final do tratamento para cada paciente de LMA depende de uma série de fatores, incluindo idade e número de leucócitos no hemograma inicial ao diagnostico. O fator determinante crucial é a alteração genética das células leucêmicas do caso. O transplante de células tronco alo gênicas reduz a frequência de recidiva da LMA, m as provoca risco de morbidade e mortalidade, de modo que não é indicado em casos de risco favorável, a menos que tenha havido recidiva. Nos pacientes acimas de 70 anos o resultado do tratamento é pobre por causa da resistência da doença primária e da má tolerância aos protocolos de tratamento intensivo. Morre por hemorragia, infecção e insuficiência cardíaca, renal ou de outros órgãos. Em idosos com doenças graves acometendo outros órgãos, deve-se decidir entre tratamento de suporte com ou sem quimioterapia suave com apenas um fármaco. O tratamento da LLA caracteristicamente inclui uma fase de indução de remissão, um período de intensificação (consolidação) que se estende por alguns meses, e uma fase de manutenção por um período de dois a três anos. Durante as duas primeiras fases, existe ainda uma preocupação com o sistema nervoso central que determina a utilização de quimioterapia intratecal associada ou não à radioterapia como medida profilática. DIAGNÓSTICO: O hemograma, na maioria dos casos , mostra anemia normocítica normocrônica e trombocitopenia. A contagem de leucócitos pode ser baixa, normal ou alta, atingindo 200.000 ou mais. O critério diagnostico para a LLA é a presença de linfoblastos na medula óssea em proporção >25% do total de células nucleadas. Os blastos são caracterizados pela morfologia, por exames imunológicos e por analise citogenética. Diferente da LMA a microscopia não irá apresentar bastonetes de Aure, nem os grânulos azurofílos no citoplasma Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre (dificuldade na identificação morfológica). A imunofenotipagem garante o diagnóstico (CD10, CD19 e CD20 – células B) em células de linhagem T os marcadores são: CD3 e CD7. O perfil metabólico do sangue não apresenta-se substancialmente alterado na L LA, porém é comum a elevação da desidrogenase láctica e do ácido úrico — ambos representando rápida destruição e regeneração celular. A radiografia simples do tórax é geralmente normal, mas pode demonstrar a presença de alargamento do mediastino, que ocorre em aproximadamente 50% dos casos de LLA do tipo T. O exame radiográfico do esqueleto em geral mostra alterações sugestivas da leucemia, porém esse exame é hoje raramente obtido nos pacientes com suspeita de leucemia devido à baixa especificidade e à ausência de implicação prognóstica. Nos casos de comprometimento do sistema nervoso central, o exame do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) irá mostrar pleocitose e células leucêmicas no exame do sedimentado citológico. Nos casos de sus peita de infiltração testicular, a ultrassonografia pode corroborar a observação clínica. O diagnóstico definitivo da leucemia é baseado no exame da medula óssea. Na maioria das vezes, a infiltração da medula pelas células leucêmicas é evidente. Ocasionalmente, o material da medula é muito difícil de ser obtido devido a necrose, fibrose ou excessiva quantidade de células leucêmicas. Nesses casos, a biópsia da medula óssea e o preparo de imprints podem oferecer células para morfologia, citoquímica, análise citogenética e imunofenotípica. CLASSIFICAÇÃO: Na década de 70, os especialistas franceses dividiram a leucemia mieloide aguda em subtipos de M0 a M7, com base no tipo de célula em que a leucemia se desenvolve e o grau de maturidade das células. A LMA é classificada de acordo com o esquema da OMS (2008). Há um foco progressivo nas anormalidades genéticas das células malignas e é provável que, ao fim, quase todos os casos de LMA sejam classificados por subtipos genéticos específicos. Cerca de 60% dos casos exibem anormalidades cariotipicas em uma análise citogenetica e muitos casos com cariótipos normais tem mutações em genes, detectados por métodos moleculares. ACHADOS LABORATORIAIS: Ao diagnóstico, as contagens hematológicas são muito variáveis nos casos de LMA. O número de leucócitos está aumentado (leucocitose) em mais da metade dos pacientes, mas a chamada hiperleucocitose, definida como contagens superiores a 100 mil leucócitos/mm3 , ocorre em menos de 20 % dos casos. A leucocitose está frequentemente acompanhada por anemia e plaquetopenia. A anemia é, na maioria das vezes, homocrômica e Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre normocítica. No exame morfológico do sangue periférico, com frequência são detectados mieloblastos. Deve -se destacar que a detecção de 20% ou mais de mieloblastos entre os leucócitos do sangue periférico é considerada o critério diagnóstico de LMA pela OMS. Porém não é um critério sinequanon, uma vez que a infiltração leucêmica pode ser detectável apenas na medula óssea em alguns casos (leucemia aleucêmica) e, portanto, o aspirado de medula óssea deve sempre ser obtido. Da mesma formaque para o sangue, a presença de 20% ou mais de mieloblastos na medula óssea é considerada critério diagnóstico pela OMS. Além da infiltração por mieloblastos, a análise morfológica do aspirado de medula óssea revela a diminuição do número de células das outras linhagens hematológicas e podem ocorrer também alterações qualitativas (displasia) em alguns casos. Alterações da hemostasia podem ser encontradas, e a causa mais frequente é o consumo de fatores plasmáticos da coagulação, muitas vezes caracterizando um quadro de CIVD. Assim, podem ser detectados o alargamento do Tempo de Protrombina (TP), do Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (TTPa), do Tempo de Trombina (TT), hipofibrinogenemia, aumento de Produtos de Degradação de Fibrina (PDF) e dos D-dímeros de fibrina. Essas alterações são particularmente frequentes na leucemia promielocítica aguda. Entre as alterações metabólicas detectadas em pacientes com L MA, a hiperuricemia é um achado frequente e decorre da elevada produção e da lise de células tumorais. Os níveis séricos da enzima Lactato Desidrogenase (LDH) podem também estar aumentados, particularmente nos subtipos monocíticos de LMA. FATORES DE RISCO: A etiologia da LMA é desconhecida na maioria dos pacientes, em especial n aqueles de causa primaria, ou seja, sem causa aparente. Numa minoria de casos, a LMA está relacionada a doenças genéticas, como a Síndrome de down, síndrome de Patau e síndrome de Klinefelter. Além dessas, as síndromes que cursam com falência medular congênita. Estão relacionados também a exposição ambiental ou ocupacional a agentes carcinogênicos, tabagismo, benzeno, derivados de petróleo, radiação ionizante (sobreviventes d a bomba atômica, radiologistas) e também altas d oses de radiação para tratamento de cancere s. Os maiores resultantes da radioterapia são aqueles em alta dose, administrada em períodos mais curtos, nos pacientes mais jovens. PROGNÓSTICO: O Prognostico de paciente com LMA tem melhorado sobretudo em pacientes abaixo d e 60 Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre anos, cerca de um terço deste grupo pode esperar longa remissão ou cura. As anomalias citogeneticas e a resposta inicial ao tratamento são os principais sinais de prognostico favorável, intermediário ou adverso. Para os idosos, a situação é desfavorável: menos de 1 0% daqueles acima de 70 anos podem esperar por uma longa remissão. QUADRO CLÍNICO: As queixas mais comuns derivam da supressão da hematopoese normal causada pela infiltração da medula óssea por células leucêmicas. Assim estão presente sintomas progressivos de palidez, fraqueza, cansaço, febre e sudorese noturna associados ou não a infecção. No entanto, algumas diferenças devem ser destacadas: A dor óssea é muito mais frequente; a adenomegalia cervical ou generalizada é mais frequente. Massas mediastinais pode ocorrer subtipo de células T do timo; Manifestações neurológicas, como confusão mental, cefaleia e comprometimento de nervos cranianos resultam de infiltração leucêmica, de hemorragia no SNC. O acometimento do SNC e dos testículos, especialmente na recidiva, é mais comum. Nesses locais, o tratamento quimioterápico é mais difícil, pelo fato do medicamento não ultrapassar abarreira hematoencefalica. 2. Estudar a linhagem hematopoiética e sua correlação com a leucemia. Hemocitopoese é o processo contínuo e regulado de produção de células do sangue, que envolve renovação, proliferação, diferenciação e maturação celular. As células do sangue têm vida curta e são constantemente renovadas pela proliferação mitótica de células localizadas nos órgãos hemocitopoéticos. As primeiras células sanguíneas do embrião surgem muito precocemente (em torno do 19 dia de gestação), o mesoderma do saco vitelino. Essa fase transiente da hemocitopoese, denominada mesoblástica, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos Primitivos (principalmente) e, em geral, ocorre no interior de vasos sanguíneos em desenvolvimento, prosseguindo até a 6 semana de vida intrauterina (VIU). Entre a 4 e a 6 semana de VIU inicia-se a hemocitopoese definitiva, com a migração, para o fígado fetal, de Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre células originadas dos vasos em desenvolvimento, da porção alantoide da placenta em desenvolvimento e da porção anterior do eixo aorta-gônada- mesonefro. Assim, o fígado funciona temporariamente como órgão hemocitopoético. Essa fase, denominada hepática, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos, granulócitos e monócitos; além disso, as primeiras células linfoides e os megacariócitos aparecem. A proliferação das células- tronco pluripotentes origina células-filhas com potencialidade menor as células progenitoras multipotentes, que produzem as células precursoras (blastos). A hemocitopoese depende de microambiente adequado e de fatores de crescimento fornecidos pelas células do estroma dos órgãos hemocitopoéticos. Esses fatores, denominados fatores de crescimento hemocitopoéticos, regulam a proliferação, a diferenciação e a apoptose de células imaturas, assim como a atividade funcional de células maduras. Dentre eles, encontram-se pelo menos 18diferentes interleucinas (IL), diversas citocinas (p. ex., interferona) e fatores estimuladores de colônias (CSF, colony stimulating factors). Embora um fator de crescimento em particular possa mostrar especificidade para determinada linhagem, ele é geralmente capaz de influenciar outras linhagens também, atuando sinergicamente com outros fatores. Por exemplo, embora o fator estimulador de colônias granulocíticas (G-CSF) estimule a proliferação de progenitores de granulócitos, ele atua sinergicamente com a IL-3 para aumentar a formação de megacariócitos. De maneira geral, os fatores de crescimento hemocitopoéticos podem ser divididos em fatores multipotentes, que atuam precocemente, e fatores que atuam tardiamente, mais específicos para cada linhagem. 3. Entender a abordagem da equipe multidisciplinar ao paciente oncológico e a família. Existem ONGS como a GRAAC, CASA HOPE, ABRAPEC que dão todo o supor te psicológico, financeiro e medico que os pacientes oncológicos precisam, visto que muitas vezes eles não tem condições de arcar com tais custos. O GRAAC é uma instituição sem fins lucrativos, criada para garantir a crianças e adolescentes com câncer, dentro do mais avançado padrão cientifico, o direito de alcançar todas as chances de cura com qual idade de vida. O hospital do GRAAC possui cerca de 3000 crianças atendidas anualmente, entre sessões de quimioterapia, consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias, transplantes de medula óssea e outros. Além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o GRAAC atua nodesenvolvimento de ensino e pesquisa. O GRAAC nasceu em 1991, graças a iniciativa de Dr. Sergio Petrilli, chefe do setor de oncologia do departamento Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre de Pediatria da Escola Paulista de Medicina. O primeiro passo foi transferir o setor de oncologia pediátrica do hospital são Paulo para uma casa, que ficou conhecido como “casinha”. Os pequenos paciente eram atendidos nesse local, dentro do conceito de hospital-dia, onde recebiam atendimento medico e assistencial e voltavam p ara suas casas. Desde 1998, o Hospital do GRAACC corresponde ao setor de Oncologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vinculado ao Departamento de Pediatria. A parceria assegura ao GRAACC suporte técnico e científico e impulsiona a criação de conhecimento e a qualidade das pesquisas genéticas, clínicas, cirúrgicas e biológicas sobre o câncer infantil, colaborando para criar novos protocolos terapêuticos. Para os alunos da Unifesp, o trabalho conjunto proporciona a experiência prática no hospital, aperfeiçoando a qualificação dos novos profissionais, que ajudarão a difundir técnicas de prevenção e tratamento do câncer infantil em todo o País. A atuação dos oncologistas pediátricos é dirigida a crianças e adolescentes e engloba as modalidades tratamento ambulatorial (em regime de internação em enfermaria e em unidade de tratamento intensivo – UTI), procedimentos diagnósticos e terapêuticos, cirúrgicos, quimioterapia, radiologia e tratamento de suporte. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR O tratamento oncológico envolve etapas diversas e para cada uma delas existe um profissional especializado para oferecer o melhor atendimento. A medicina é um dos campos mais vastos do conhecimento humano. Um médico oncologista pode passar cerca de 10 anos estudando antes de se tornar um especialista, sendo 6 anos de formação em medicina, a pós- graduação em oncologia e mais 2 ou 3 anos de residência clínica ou estágio em instituição reconhecida. Mesmo assim, seria praticamente impossível que esse profissional trabalhasse sozinho. É essencial ter o apoio de um enfermeiro oncologista, por exemplo, para aplicar e intermediar o tratamento entre paciente e médico. Além dele, existem outros profissionais envolvidos que se dedicam a ajuda r d e outras formas, como o nutricionista, já que a alimentação é primordial em qualquer tratamento médico. Para determinar um plano de tratamento, é preciso saber tudo a respeito do paciente, suas condições, tipo de tumor, medicamentos disponíveis, entre diversos outros detalhes. É por isso que existe a equipe multidisciplinar no tratamento contra o câncer. O médico oncologista é quem irá avaliar as condições do tumor, de saúde do paciente, o tratamento indicado, e a evolução do tratamento. O médico oncologista determina o rumo geral do tratamento, qual a forma de tratamento a ser aplicada, se será necessário realizar cirurgia, Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre quimioterapia, radioterapia, ou alguma outra forma de tratamento. Ele também avalia a resposta do tratamento para saber se o mesmo está s endo eficaz ou se é necessário mudar a forma de tratamento. Além disso, também avalia os efeitos colaterais que podem surgir ao longo do tratamento oncológico. Existem ainda profissionais de apoio, como psicólogos, equipe de terapia, odontologista, assistente social, entre outros. Tudo isso para que o paciente possa passar pelo tratamento com todo o suporte que puder ter. 4. Abordar o papel das entidades oncológicas no apoio ao paciente. Quando uma pessoa recebe um diagnóstico de câncer se depara com diversas situações, o período do tratamento é um momento muito delicado e que afeta não só o paciente, mas toda sua família e amigos, sabe-se que a preocupação com os cuidados, com o financeiro e com o psicológico pode trazer grandes problemas. As entidades de apoio aos pacientes com câncer e seus familiares têm o papel fundamental, de alertar e esclarecer a sociedade sobre a temática e prestar, no momento de fragilidade, todo o amparo e acolhimento profissional, visando um atendimento individual, humanizado e prestador de sentido à vida perante as situações difíceis e de vulnerabilidade. O Instituto Nacional do Câncer disponibiliza aos seus pacientes, cartilhas sobre as principais dúvidas que eles têm em relação ao seu tratamento, auxílios e cuidados especiais. O INCA disponibiliza também durante o período do tratamento acesso a atividades educativas que auxiliam os pacientes e seus familiares a lidarem com a doença. O instituto Vencer o Câncer (IVOC) é uma fundação sem fins lucrativos que tem como objetivos difundir, informar, apoiar e acolher pacientes e familiares diante do diagnóstico e tratamento do câncer; dividir com a população informações relacionadas a prevenção, alimentação, atividade física, direitos dos pacientes, sempre objetivando a busca por qualidade de vida. O próprio Instituto Vencer o Câncer (IVOC) é uma dessas entidades. O IVOC, procura oferecer informação com credibilidade, na linguagem do paciente e de seus familiares, evitando ruídos e entendendo o momento dos pacientes. Tanto que as informações do portal dizem respeito a tópicos variados, desde controle de efeitos colaterais até humanização do tratamento e cuidados com o espírito, passando por direitos dos pacientes.
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