Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
3 . 3 E d i ç ã o Revista, Atualizada e Ampliada ( ) ngen . s d a P s i c o l o g i a C o g m t n a B fé vc hi- tóricci cta Psico log ia Socia l P r e s s u p o s t o s b á s i cos ; i t a P s i c o lo g i a S ó c i o - t . pgi r i t iya O q u e é P s i c o l o g i a A p l i c a d a ' B r é v c ’h i s t ó r i c o tia P s i c o lo g i a .1 uríclica ( ) q u e c I s i co lo g i a Ju r í d i c a ^A p lic a ç õ e s da P s i c o lo g i a Ju r i d i c a P s i c o l o g i a Po l i c ia l P s i c o l o g i a C r i m i n a l í s t i c a P s i c o l o g i a da l i n l r ev i s t a c In t cr rogatón i , - P s i c o lo g i a d o T e s t e m u n h o P s i co lo g i a A p l i c a d a a l i i v c s l i ga çá u c as V í t i m a s d o I r á f i eo d e P e s s o a s P s i c o l o g i a d o s J u i / c s P s i c o lo g i a d o s J u r a d o s Ps i còpa tp . l og i a I o r e n s c P s i c o l o g i a P e n i t e n c i á r i a 1 9 H Fernando dc Jesus , P W Psicologia aplicada à Justiça Os problemas apresentados para serem solucionados normalmente estão desestruturados, sem uma ordem lógica e coerente, com um número de variáveis sobre as quais não temos controle, tais como: pressão do tempo, falta de informações adequadas, interferência de outras variáveis latentes etc. O problema não é apresentado de forma clara. Por exemplo: sabemos que algumas psicoterapias são adequadas para a solução de determinados tipos de problemas, no entanto não podemos garantir que teremos uma solução com 100% de eficácia. Da mesma maneira, poderíamos dizer que existem muitas formas populares de motivar os empre gados de uma empresa, mas essas formas populares teriam uma baixa possibilidade de resultado positivo em muitos casos. Solução de problemas A expressão “solução de problemas” possui um sentido muito amplo. Em um sentido estrito, referir-se-ia àquelas tarefas que exigem processos de raciocínio mais complexos e não simplesmente a uma atividade rotineira. Usualmente quando uma pessoa enfrenta um problema, de início, não sabe como resolvê-lo (SIMON, 1978). Existem problemas que são resolvidos em poucos segundos, embora outros demorem anos para serem resolvidos. A situação torna-se mais difícil ainda, quando temos um tempo marcado para podermos apresentar a solução de um determinado problema, ou outras variáveis ocultas dificultam a sua organização. No exercício da Psicologia Aplicada, a solução de problemas é uma habilidade que necessita ser praticada. Estamos sempre decidindo o que vestir, onde comer, que carro comprar, se exerceremos a profissão x, y ou z etc., que exigem em responsabilidades similares na solução de problemas. E quando existe a variável de tempo de decisão, a situação se toma mais crítica (LESGOLD, 1988). Primeiramente devem os identificar se estamos perante um bom problema ou não. Hastie (2001) enumerou os seguintes passos de identifi cação de um bom problema: 1. a sentença do problema é clara, compreensível e sucinta; 2. a sentença do problema é expressa de forma intuitivamente sensível e por meio de símbolos significativos; 3. o problema é difícil, porém acessível, pode-se dizer que é um desafio e não uma impossibilidade; C a p ít u l o I V O que é psicologia aplicada 4. é possível avaliar corretamente uma possível solução; 5. a resposta ao problema está relacionada com um conhecimento corriqueiro; a solução para o problema está conectada com rami ficações em muitas outras teorias e práticas relacionadas. Para podermos resolvei problemas de forma adequada, teríamos de atender aos seguintes componentes básicos (GLASS e HOLYOAK, 1986): • o significado daquele problema para a vida da pessoa ou do grupo a qual pertence; • um objetivo claro ou a formulação de um programa que iremos implementar como uma solução para o problema; • objetos, materiais ou outros recursos que poderiam ser utilizados no esclarecimento do objetivo; • o estabelecimento de uma série de operações e ações que devem ser tomadas de forma metodológica; • uma série de regras que não podem ser violadas durante a resolução dos problemas. Um problema bem definido e o objetivo a ser atingido bem clarificado significam um caminho importante para conseguirm os atingir a meta (SIMON, 1973). Muitas vezes, em um problema, necessitamos escrever esquemas ou gráficos para conseguirmos a solução. Como exemplo, temos n problema famoso dos ^.missionários e dos canibais: três missionários e três canibais estão na margem esquerda de um rio. Eles possuem um barco que leva somente duas pessoas. Se o número de canibais superar o número de missionários, na outra margem do rio (margem direita), os canibais comerão os missionários. Como nós os transportaremos para a outra margem do rio em condições de segurança? Caso utilizemos uma representação gráfica, ficará muito mais fácil resolver o problema, pois buscaremos o caminho da situação em que nos encontramos até o nosso objetivo final (LESGOLD, 1988). Simon (1973) defende a ideia de que um problema bem estruturado é uma ilusão; porém defende também que o processo de associação de pensa mento com os chamados problemas bem estruturados é similar ao uso das soluções aplicadas àqueles problemas que são mal estruturados. 31 Psicologia aplicada à Justiça Muitos problemas, especialmente estes que enfrentamos cotidiana- m ente, p ossuem várias so lu çõ es porém algum as delas provocam consequências mais graves do que outras. Por isso, devemos possuir um pensamento crítico para as soluções (JOHNSON e ZECHMEISTER, 1992). Daí a necessidade de um feedback constante. Poderíamos dizer que os princípios mais importantes para a solução de um problema seriam os seguintes (JOHNSON e ZECHMEISTER, 1992): • esforce-se para obter um entendimento completo, cuidadosamente revisto, do que é dado e das possibilidades de solução; • aprenda a utilizar representações externas do problema, usando lápis e papel para fazer anotações; • reflita, não seja impulsivo, aloque parte do tempo da solução ád problema para pensar; • não continue a trabalhar em um problema para o qual não possua os conhecimentos psicológicos específicos; • pesquise, em sua experiência passada, sobre informações relevantes, inclusive sobre informações que você pode descobrir, ou sobre soluções apresentadas, pensando analogicamente; • simplifique problemas complexos, criando subproblemas que o conduzirão ao objetivo; • quando tentar resolver um problema, monitore seus esforços em uma tentativa de evitar a confiança em um sucesso previsível, mas já com procedimentos inapropriados, ou com modos habituais ou familiares de fazer coisas que criem obstáculos ao acesso das alternativas usadas para o objetivo. O treinamento em técnicas de solução de problemas poderia auxiliar o psicólogo aplicado na difícil tarefa de tatear em um ambiente com excesso de informações das mais variadas formas, com o objetivo de encontrar evidências e provas que serão úteis na busca da solução do problema. D ’Zurila (1986) e Nezu e colaboradores (1989) desenvolveram um esquema geral de solução de problemas que, adaptado às necessidades do psicólogo aplicado, seria o seguinte: a) Orientação para o problema • Percepção do problema N ecessidade do reconhecimento da existência e classificação da complexidade do problema. 32 C a p ít u l o T V O que é psicologia aplicada • Atribuições da ocorrência do problema Necessidade da busca da explicação do processo de atribuição causal do problema. • Avaliação do problema Compreensão da significação do problema na tarefa a ser desenvolvida e na sua solução. • Controle pessoal O problema deve ser percebido como controlável; que o profissional tenha capacidade de encontrarsua solução. • Aceitação e compromisso de tempo e esforço Aceitação da estimativa de tempo necessário à solução e o esforço proporcional à complexidade do problema a ser resolvido. b) Definição e formulação do problema • Busca de informação - Informação sobre a tarefa a ser desenvolvida Profissional e equipe devem estar informados previamente do nível de complexidade do programa a ser desenvolvido, e de qual a sua contribuição dentro da solução do problema. - Informações estratégicas Necessidade de obter informações a respeito do perfil das pessoas que irão atuar em equipe, como também do ambiente no qual serão desen volvidos os programas. • Compreensão do problema Organizar e categorizar as informações necessárias à correta compreensão do problema. • Estabelecimento dos objetivos Planejar o alcance de objetivos concretos, conforme a estimativa de tempo de solução. • Reavaliação do problema O problema, quando se encontra estruturado, necessita ser reavaliado com precisão, para que os objetivos sejam redefinidos. 33 Psicologia aplicada à Justiça c) Levantamento de alternativas • Princípio da quantidade Levanta-se a informação de quantas alternativas estão disponíveis para a solução. • Princípio de adiamento do julgamento Obtenção da resposta, se no presente momento estamos preparados de forma evidente para a solução. • Princípio da variedade Obtermos informação sobre se este problema ocorreu anteriormente e sobre se alguém já solucionou esse tipo de problema. d) Tomada de decisão • Antecipar os resultados da solução Avaliação dos resultados positivos e negativos de sua solução, aplicando o princípio da refutabilidade (POPPER, 1994). • Avaliai' e julgar os resultados de cada solução encontrada Mensuração do custo/benefício na solução do problema em todas as suas etapas. • Preparação para a apresentação da solução Decisão entre uma solução simples ou uma combinação entre as várias soluções encontradas. e) Prática da solução e verificação • Aplicação da solução encontrada Caso não se encontre a solução, devido aos obstáculos encontrados no processo, deve-se voltar às etapas anteriores, em busca de uma solução alternativa, ou tentar eliminar os obstáculos existentes. • Registro dos passos na solução de problemas É necessário auto-observar-se e medir o desempenho individual na solução de problemas e nos resultados alcançados. • Autoavaliação Utilizar critérios de autoavaliação, tais como: bem-estar emocional com a solução encontrada, quantidade de tempo e nível de esforço empregado, avaliação do resultado custo/benefício. 34 C a p ít u l o I V 0 que é psicologia aplicada • Utilizar feedback Retomar, sempre que necessário, aos passos anteriores para constatar se as correções realizadas ajudar am a encontrar uma solução mais eficaz. Sabem os que o esquema apresentado anteriormente não é uma panaceia, mas poderá auxiliar em muitas situações de enfrentamento de problemas complexos de Psicologia Aplicada. O comportamento das pessoas é extremamente variável e a habilidade dos psicólogos para predizer o comportamento humano, através de sua história passada e do controle de variáveis, toma-se muito difícil. Além disso, existem muitos fatos pouco esclarecidos em Psicologia e não existe uma teoria absolutamente correta. Os físicos defendem a ideia de que suas teorias necessitam sempre de revisões e nunca são totalmente verdadeiras. No entanto, sabemos que, em Física e Química, podemos utilizar o conhecimento para fazermos predições precisas. O ajuste de variáveis em Psicologia infelizmente não poderia ser enquadrado na mesma categoria da Física e da Química (POPPER, 1999). Estaríamos então sem condições de solucionarmos os problemas psicoló gicos que nos são apresentados? Cremos que não. Embora tenhamos a consciência das dificuldades em predizennos totalmente o comportamento humano, em muitos casos existe a aplicação da Psicologia, com resultados excelentes. A dificuldade reside no fato de que os estudos de Psicologia são aplicados para grupos de pessoas, sendo difícil termos uma predição correta do comportamento para os indivíduos desses grupos. Esses problemas ocorrem especialmente na área clínica e na educacional. 2. Habilidades básicas do psicólogo aplicado 2.1. Uso do método científico As várias áreas de atuação do psicólogo aplicado exigirão dele o domínio de método científico específico para aplicar os conhecimentos da ciência Psicologia para solucionar os problemas apresentados. Poderíamos resumir da seguinte forma o método científico tradicional (COOLICAN, 1996,1999): • observar o fenômeno, buscando informações, coletando dados numéricos e descrições; • raciocinar indutivamente, utilizando a criatividade na formulação de hipóteses, de maneira a não se deixar influenciar totalmente pelas teorias existentes; 35 Psicologia aplicada à Justiça • produzir uma teoria, procurando encontrar com o poderíamos predizer as relações encontradas, por exemplo, assumindo a ideia de que as pesquisas demonstram que os jurados graduados em Direito possuem uma tendência à culpabilidade; • testar hipóteses, desenvolvendo uma investigação científica dese nhada para testar uma teoria, por exemplo: a variação de gênero (masculino/feminino) poderia afetar a tendência à culpabilidade, se o réu é feminino; • coletar informações e analisar dados, procurando informações fáticas que possam auxiliar o estabelecimento das relações entre as variáveis estudadas; • aceitar, refutar ou modificar uma teoria, os resultados encontrados irão influenciar a utilização de determinada teoria. Os psicólogos aplicados utilizam entrevistas, pesquisas, questionários ou outros métodos, que irão auxiliar a organização de dados e a formulação de hipóteses, que serão testadas e posteriormente aceitas ou refutadas. A diferença entre o uso do senso comum e o trabalho do psiçólogo aplicado é a utilização de um rigor metodológico em problemas do mundo real, de forma particularizada, objetivando uma mudança de comportamento. A Psicologia não possui um único paradigma de atuação. Um paradigma é um modelo que guia a maioria das investigações realizadas por determinado campo científico, em que hipóteses são testadas e seus resultados são posteriormente incorporados jno corpo dessa ciência, desde que exista uma aceitação universal. I 2.2. Utilização de um corpo teórico de Psicologia Embora não exista uma teoria de Psicologia que responda de forma satisfatória a todas as perguntas sobre o pensar humano, ou uma habilidade para realizar predições exatas do comportamento humano, existe um corpo teórico para poder treinar e sustentar os resultados obtidos na solução de problemas psicológicos. Esse corpo teórico ajudará a construir uma extensão do resultado das pesquisas desenvolvidas até a aplicação delas nos problemas apresentados. Muitas dessas habilidades são desenvolvidas durante os estudos acadêmicos, mas a prática psicológica é obtida através do exercício de aplicação que pode ser considerado, sob determinado aspecto, como a arte de aplicar o método adequado e a teoria adequada ao caso a ser resolvido. 36 C a p ít u l o IV O que é psicologia aplicada 2.3. Intervenção e sua avaliação 0 objetivo principal do psicólogo aplicado é socorrer de uma forma imediata um problema real. Sendo assim, deverá utilizar-se de um programa de intervenção, conforme os seguintes passos: a) Contato com o cliente ou organização O cliente, inicialmente, apresenta-se um pouco hesitante em manter um contato com psicólogos. Existe uma certa resistência, por parte da popu lação, em sua maioria, em procurar intervenção psicológica. O cliente não espera que durante a intervenção seja questionado em seu comportamento, ativo.Quando lhe é exigido um papel diferente do que esperava, podem surgir dificuldades na velocidade do andamento da intervenção. b) Informações iniciais O psicólogo necessitará de informações prévias para que possa iniciar o seu raciocínio sobre o problema apresentado. Nessa etapa, deverá discutir, a fim de saber se realmente há um problema; deverá coletar os dados que possam ser importantes para a solução do problema e analisar o comportamento proble mático ou o sistema no qual serão procuradas as soluções adequadas. c) Diagnose do problema A partir desse ponto é que o conhecimento e a aplicação de métodos científicos são importantes para a busca da solução. Casos similares podem ser comparados e intervenções de sucesso podem ser analisadas, pela sua relevância para o caso estudado. Poderão ser formuladas hipóteses iniciais que estejam de acordo com o modelo científico de intervenção adotado, predições podem ser realizadas e pode-se realizar os testes iniciais. d) Elaboração de um programa de intervenção O ,psicólogo, em conjunto com o cliente, iniciará o desenho de um programa de intervenção que possa solucionar o problema ou improvisar uma situação que consiga suspender o seu agravamento. A participação do cliente nessa etapa é também muito ativa, pois deverá contribuir para que o programa seja desenhado como algo possível de ser realizado e não se tome uma utopia. e) Implementação do programa de intervenção A implementação de um programa de intervenção irá mobilizar uma grande quantidade de pessoas, que desempenharão diversos papéis. Nesse 37 Psicologia aplicada à Justiça momento, o psicólogo, juntamente com o grupo de mudança, estará atuando no foco da mudança a ser implementada. Deverá ser adotada uma conduta ética, que é extremamente importante na manutenção de um clima agradável no desenvolvimento do programa. A utilização de um bom acompanhamento e a realização de constantes feedbacks possibilitarão um constante controle da direção do programa implementado, com o também poderão demonstrar os pontos de falha existentes no programa. A avaliação do programa possibilitará o desenvolvimento e aperfei çoamento de novas técnicas e soluções que poderão ser implementadas futuramente, como também possibilitará efetuar uma análise crítica das decisões tomadas. f) Desenvolvimento de prática e banco de dados Os psicólogos aplicados, com a sua prática, desenvolvem teorias que sã o formadas através de suas falhas, sucessos e técnicas apropriadas. As teorias são chamadas de teorias aplicadas, pois foram o resultado de casos específicos, não podendo ser generalizadas para todos os casos. A formação desse corpo teórico possibilita aos profissionais desenvolver sua atividade de forma contínua. A dinâmica da criação do conhecimento gerado pelas atividades do psicólogo aplicado consistirá na transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito por meio de quatro fases: socialização (de tácito em tácito); externalização (de tácito em explícito); combinação (de explícito em explícito) e intemalização (de explícito em tácito). O resultado desse processo será uma integração dinâmica de conceitos aparentemente opostos, na qual a essência da criação está baseada na construção e no gerenciamento da síntese, o que é chamado de conversão do conhecimento (MENDES, 2005). A diferença fundamental entre a pesquisa básica e a aplicada reside no fato de que a aplicada procura solucionar algum problema prático de forma específica, não realizando generalizações, como a pesquisa básica. Já a pesquisa básica é orientada em direção à produção de mais teoria e não à solução de um problema específico de uma situação. As diferenças básicas seriam estas: • contexto de investigação: laboratório (básica); campo (aplicada); • natureza do problema: orientada para a teoria (básica); orientada para a solução de problema (aplicada); • relevância do resultado: avanço da teoria (básica), aplicabilidade nos problemas do mundo real (aplicada). C apítulo V BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA JURÍDICA 1. Antecedentes Os primeiros sinais do surgimento da Psicologia Jurídica iniciam-se no século XVIII. Um dos temas iniciais que estabeleceram a natural relação èntre Psicologia e Direito foi o sentimento jurídico do estabelecimento de normas para o convívio comum conforme às regras e normas de conduta estabelecidas por determinado grupo social. A partir da relação dialética entre o Direito Natural e o Direito Positivo, surgiu a fundamentação do sentimento jurídico. N esse sentido podemos citar Ihering (1877), defensor da existência de um Direito Positivo e fonte do sentimento de justiça coletivo, em oposição aos pensamentos de Gustav Rumelin que defendia, em 1875, que o sentimento jurídico e a consciência são sistemas distintos da ordem e fonte do Direito (GARZÓN, 1989). Rossi, em sua obra Psicologia Coletiva, reforça a ideia de que o surgimento do Direito deu-se a partir da consciência coletiva dos povos. Éssa discussão continuou no século XIX, embora tenha tido uma menor ressonância no campo da Psicologia. Ao final do século XIX, são produzidas algumas reflexões sobre o Direito e a sua função na vida social, a partir de ciências próximas da Psico logia e também dela como as do filósofo alemão Fichte, com a sua obra Fundamentos do D ireito Natural segundo os princípios da doutrina da Ciência (1796), em que formula as relações do Direito com o Estado. Gabriel Tarde publicou La philosophie pénale em 1890 e Les transformations du droit em 1893. Nesse mesmo período Émile Durkheim lançou o conceito de anomia e Mead publicou The Psychology o f Punitive Justice em 1917. Mittermaier (1834) em sua obra La doctrina de la prueba apresenta a nece.sa3ãde-.de..y iüúc^ .o .^ ^ ^ .JÊ sten iun ho-rià-d ^ iiãd judicial e as causas-qae^odem -éim inuir a responsahiIidade~k.gaL-de uma ação. Nesse momento a Psicologia Jurídica estava centralizada especialmente hõTcompor- tamentos delitivos. Como reflexo disso surgem outras obras tais como Psicologia aplicada à Justiça Psicopatologia Criminal (KRAFT-EBNIGS, 1892), Psicologia dei crimen (WULFFEN, 1908), Psicologia criminal y psicopatologia jurídico-penal (SOMMER, 1904). italiano e sua grande influência na época do pensamento criminológico sobre criminaíidade.~ ATsicõTógia Criminai obteve também grande contribuição através deHans Gross (1898). jurista alemão, que apontou a importancia de conhecer ajg§icolog-ia-daqueles que ajudam a deterrriinãf õs Tatos na ação j ü d ie iã lconsi dcraodo.. que a PsIcoToglaríiirídícli com o uma Psicologia Aplicada estuda os fenômenos referentes a dinâmica d o 'dêlilü7lstõ é as decisões que estavam ocultas rio Coffipõrtamento crimmal7 Freud (1906), em uma conferência dirigida a juizes na Áustria, defende a ideia de que a Psicologia podia realizar aplicações práticas ao campo do Direito, registrando sua importância na interpretação da atividade judicial. Alguns anos depois, Watson (1913) também comentou que juristas e psicólogos possuem interesses comuns. O século XX foi muito importante, pois a literatura gerou uma grande quantidade de trabalhos sobre as relações entre o Estado, a Sociedade e a Legislação. Dentre alguns, podemos citar o trabalho de Max Weber sobre a burocracia e a religião em ciência econômica. Sob um ponto de vista político, podemos mencionar o trabalho_de Laswell, (1956) nO qüàl comenta sobre os processos de decisão-judieial, afirmando que os juizes não são tão livres em suas decisões, sendo influen ciados por componentes inconscientes. - ^ , ^ Vi, .0 , Hayeck (1959, 1973, 1976), economista e representante da escola austríaca de pensamento econômico, formulou reflexões de grande interesse, a partir dos conteúdos interdisciplinares existentes entre Política, Economia, Psicologiae Direito, proporcionando uma visão social do que era entendido classicamente como sentimento [jurídico, isto é, o problema da ordem social natural em contraponto com a ordem derivada da ação intencional e propositiva, como também da própria atividade judicial. ^ntenormente ao século XX, eram os próprios juristas que reclamavam a necessidade de, um contMximento^ psicolóaíco pãr& poder realizar sua atividade judicial. Nesse pensamento, podemos citar Eckardts Hausen que publicou A necessidade de conhecimento psicológico para ju lgar os delitos (1792), J. Schaumann que escreveu A Ideia de uma Psicologia Criminal (1792) e Munch que publicou a Influência da Psicologia Criminal sobre um 40 ------------------ I - b C a p ít u l o V Breve histórico da psicologia jurídica Sistema de D ireito Penal (1799). Podemos constatar que a preocupação com a necessidade do conhecimento psicológico na Justiça não é muito ^ recente (GARZÓN, 1989). No século XIX foi que surgiu a necessidade explícita da aplicação da ^ sico log íã jõ^ irê ito .T ã l^comò A Psicologia em suas principais aplicações à administração da Justiça (1808). Feuerbach, jurista, reconhece a necessidade em sua obra Exposição Documentada de Crimes Célebres e seu discípulo Mittermaier, através de sua obra A Doutrina da Prova (1834) demonstra a necessidade da valoração do peso do testemunho para uma decisão judicial e as causas que podem fazer diminuir a responsa- O termo Psicologia Judicial apareceu pela primeira vez através da publicação da obra Manual Sistemático de Psicologia Judicial (1835), em que o autor ressaltava a importância da Antropologia e da Psicologia no auxílio de uma atividade judicial correta. Com a publicação da obra de Zitelman O Erro e a Relação Jurídica: uma investigação jurídica-psicológica, o raciocínio judicial e a necessidade de o juiz compreender conceitos psico lógicos fica definitivamente evidenciada. No final do século XIX ocorreu um decréscimo no interesse pela Psico logia Jurídica pelas razões do desenvolvimento interno da recém-nascida ciência experimental Psicologia, como também da própria ciência do Direito, que se encontrava amalgamando seus princípios fundamentais. Quando as ciências iniciaram sua libertação da Filosofia, ocorreu uma atenção exageradamente voltada para os processos internos, em que somente possui validade o que lhe é próprio. Como resultado disto, qualquer saber social deve ser autossuficiente, se quer ser um conhecimento científico. O Direito também teve o seu processo de independência através do negativismo reativo, afastando a contribuição que a Psicologia poderia fornecer à prática judicial. No início do século XX, após um período estéril, ressurgiram a Filosofia e a Psicologia do Direito, tendo os juristas voltado a defender a existência de problemas psicológicos no seu corpo teórico. Uma série de acontecimentos^estabeleceu a definitiva relação da Psicologia com o Direito (GARZÓN, 1989): _s-j a) as ciências médicas e a aproximação da Psicologia e da Fisiologia fizeram surgir obras como Psicopatologia Judicial, de Krafft-Ebinigs (1892) e Psicologia Criminal de Giessen em que a psicopatologia tomou-se o tema-Ceatral;- 41 Psicologia aplicada à Justiça Nessa ocasião, adquiriram especial relevância^asjeorias desenvolvidas por T .omhros<v'médjm italiano, que criou uma escola de_pensamento sobre a criminalidade, tendo-se então a Psicologia Criminal convertido em uma psicopatologia criminal. Lombroso defendia_âJelaçãQ-&ntm_aS-j:aracterísticas físicas e a criminalidade, a partir de estndos-realizados-em-prisões-italíanas. Sua obra La Psicologia dei testimoni nei processi penali foi publicada em 1906. Durante muito tempo a Psicologia Criminal utilizou-se do pensamento de Lombroso, apesar da existência de escolas contrárias. Podem ser citadas como obras contemporâneas de análise de conduta delinquente o trabalho de Glueck e Glueck Physique and delinquency (1956), de H. J. Eysenck Crime and Personality e de Feldman Criminal Behaviour: A Psychological Analysis (1977). O debate sobre conduta criixdnalioiimportante para o ressurginienta da Psicologiá Juridicã'cõmõlambém para a ampliação das suas áreas de atuação, a^ partir dasldelas de Hans Grossjí.lS98T. TiSsti alemão. que, embora reconhecendo a importância da Psicologia Criminal, defendia a necessidade da aplicação dos conhecimentos deTsicõIõgia aos outros .me.mhms da-IiLsiiça. b) surgem novamente obras que tratam da Psicologia Jurídica, tais como a de Fiore Manuale di Psichologia Giudiziaria e a de Altavilla Psico logia Judicial (1925). Bartol e Bartol (1987) dizem que houve a consolidação, de um lado da análise psicológica da conduta humana relacionada com os aspectos legais (conduta criminal, testemunhos etc.) e de outro lado da Psicologia Aplicada, que é utilizada tanto em assuntos penais com qem civis, tais como responsabihdade-civilT-eustódiainfantil etc. f 2. Psicologia Jurídica no século XX Os estudos desenvolvidos por J. M. Cattel (1895) sobrg_processos dejnem áriâ3^3BIgm ü^õs7^úe^foram apontados por alguns psicólogos jçómo o infcio da ^ i cologi^ngrcm tpSjüHaico. tiveram grande repercussão^ assim como os estudos desenvolvidos por Freud Psycfw-dnãlysis and the ascertaihihg oftruih ih coufts o fla w (1906), indicando a importância que a Psicologia possui no campo legal. Na América, Watson apontava os interesses comuns entre juristas e psicólogos (GARZÓN, 1989). Nas primeiras décadas do século XX, os psicólogos do continente europeu (Alemanha e França) desenvolveram trabalhos empírico-experimentais sobre o testemunho e sua participação nos processos judiciais. C a p ít u l o V Breve histórico da psicologia jurídica Hugo Munstenberg, psicólogo alemão, discípulo de Wundt que foi convidado a ir à Universidade de Harvard, teve um papel relevante nesse novo campo da Psicologia. Em 1907, esse autor publicou o livro On the witness stand, que lançou a ideia da utilização de um teste de assnr.iaçãode palavras para ajudar a estabelecer a culpabilidade ou a inocência de acusados, tgn3õ~si'd~ò' àfâcado~ duramente belos juristas da época. Zimbardo (1975) apresenta uma situação que pode ser exemplar no cotidiano de um julgamentcTnõjúri, para que o profissional da JiIs:tiçá põ.ssa reconhecer ãTnecessidade do desenvolvimento da percepção psicológica; Os jornalistas sentaram-se na primeira fileira de cadeiras. Um escreveu que os I meus ouvintes estavam tão surpresos com meu discurso que resultou em um V)' grande silêncio; outro, que eu era interrompido constantemente por aplausos, e ^ C que ao final da apresentação durou vários minutos. O primeiro escreveu que eu \ não deixava de sorrir durante o discurso de meu opositor, e o segundo anotou que \ meu rosto estava sério sem nenhum sorriso. De acordo com um, eu estava ’ ruborizado; segundo outro, estava pálido como uma parede branca (ZIMBARDO, 1975, pp 35-36). As oposições existentes entre os atores legais conseguiram impulsionar ainda mais o desenvolvimento da Psicologia do Testemunho, fazendo com que os psicólogos abrissem ainda mais os aspectos de investigação, tais como os sistemas de interrogatório, os tipos de fatos delitivos. a deteccão de falsos testemunhos,.as amnésias simuladas..os testemunhos de crianças, _as rodas de identificação etc. Nas décadas de 50 e 60, a Psicologia do Testemunho surge com vigor, a partir de pressupostos da P sicologia Cognitiva (GARRIDO, 1994). Ao mesmo tempo, ocorre o desenvolvimento da Psicologia Criminal. De um lado os psicólogos clínicos começam a colaborar com os psiquiatras nos exames psicológicos legais e de outro lado, como dizem Bartol e Bcnol (1987), os psicólogos clínicos colaboram em distintos aspectos com os sistemas de justiça juvenil e provocam um grande desenvolvimento nos estudos psicométricosutilizados nos laudos psicológicos. Em relação à Psicologia Policial, Terman e Thurstone na década de 20 e 30, já utilizavam testes psicométricos na seleção de policiais. Na década dos anos 50, o psicólogo forense é devidamente incorporado como perito que testemunha, utilizando os conhecimentos da Psicologia nos Tribunais. 43 Psicologia aplicada à Justiça------------------------------------------------------------ Clark, que é psicólogo, participou em 1955 como perito judicial em audiências produzidas pelo juiz Brown, em que estava sendo debatida a segregação escolar. Clark apresentou dados empíricos e psicológicos que apontaram os efeitos prejudiciais do segregacionismo escolar para o desen volvimento cognitivo e escolar, tendo sido este resultado acolhido pelo Tribunal Supremo dos Estados Unidos da América. Essa decisão afirmava explicita mente que as Ciências Sociais demonstraram que a educação separada entre brancos e negros promove a segregação racial (GARRIDO, 1994). Os juristas do realismo legal tinham a concepção de que as decisões judiciais eram uma atividade com uma grande margem de atuação discricio nária em sua aplicação legal aos casos reais. As decisões estavam apresentando mais um fundamento psicológico do que um juízo lógico-dedutivo. Baseando-se nessa fundamentação psicológica, multiplicaram-se os textos realizados por juristas, que enfatizavam a necessidade de fundamentação psicológica não somente no Pir^to-mas-também na prática do ftmstãTCahn, nos anos 50 ^defendia a ideia .da_apUcaçã© dos-eonhed.mentos das Clenciãs~Sõa ã is às jurisprudências. Os juristas passaram a utilizar os conhecimentos psicológicos basi camente em dois sentidos (GARZÓN, 1989): • com o objetivo de traduzir osxoneeitQft. abstratos das .leis em termos empíricos, isto é^ traduzir a linguagem dos fatos ejn_ conceitos operacionais; » proporcionar conceitos e técnicas que permitem apresentar claramente a-tealidarie psicológica e social para auxiliar, com infonnações especializadas, as decisões da justiça. Embora os juristas se mostrassem entusiasmados com o desenvolvi mento da Psicologia Jurídica, os psicólogos se mostravam mais pessimistas e preocupavam-se com as deficiências que ainda existiam na experimentação ’ psicológica, despertando a atenção para a necessária atitude de prudência na aplicação dos conhecimentos das Ciências Sociais aos contextos legais. Kalven (jurista) e Zeisel (sociólogo) publicaram em 1966 a obra The American Jury, que foi o resultado de um grande projeto de pesquisa iniciado na Universidade de Chicago e que tinha como objetivo a análise do comportamento dos jurados. Nessa pesquisa, estudaram as .semelhanças e diferenças das avaliações de juizes e jurados apresentando os níveis de acordo e desacordo e as variáveis que poderiam influenciar essas decisões. 44 C a p ít u l o V Breve histórico da psicologia jurídica Thibaut e Walker, em 1975, terminaram um ambicioso programa de investigação psicológica experimental, que não estudou somente as dimensões psicológicas da percepção da justiça, mas iniciou um novo campo, que é o da percepção da justiça processual. Essa obra deu impulso ao surgimento, mais tarde, de outra importante obra, que foi The Social Psychology o f Procedural Justice, publicada por Lind-Tyler em 1988. Os anos seguintes são o resultado de um notável desenvolvimento da Psicologia Jurídica, especialmente nos países de língua anglo-saxônica. Nos países de língua latina partiu da Espanha, onde o crescimento e a apli cação foram também de destaque, até os países da América Latina, que estão iniciando e também consolidando em algumas áreas específicas a regulamentação e a aplicação da Psicologia na Justiça. 45 Psicologia aplicada à Justiça A decisão mais relevante que os julgadores tomam é a de atribuir um comportamento ao estado interno da pessoa observada, chamada de atribuição disposicional ou a fatores externos presentes no ambiente, denominada de atribuição situacional. Considerando por exem plo que uma pessoa está respondendo a um processo judicial, pode-se inferir que cometeu algum crime, estava envolvido em um fato delituoso, é testemunha de algum fato jurídico, enfim podem existir causas internas (cometer crime) ou externas (estar envolvido em fato delituoso). O que poderá determinar a atribuição de certo ato à vontade individual ou à situação na qual a pessoa se encontra? Deve-se considerar a força da pressão situacional em que a pessoa está envolvida. Essa pressão pode implicar em exigências de desempenho de papel normativo. Por exemplo: supõe-se que um juiz decide por uma pena de muitos anos de reclusão ao cometimento de um crime menos grave; podemos inferir que este juiz é rigoroso na penalidade. Quando sabemos que o aumento da criminalidade naquele estado foi significativo podemos inferir que a penalidade mais grave é uma forma de punição exemplar da justiça, como modelo para o não cometimento daquele tipo de crime (atribuição externa). \ Este raciocínio tem sido explicado como sendo uma regra subtrativa, que determina que ao fazer-se atribuições relativas a disposições internas (pessoais) o julgador subtrai da disposição pessoal envolvida pelo próprio comportamento o impacto das variáveis situacionais. O estilo de julgamento das pessoas tende a ser influenciado pelo locus de controle interno ou externo. Caso seja interno possui uma tendência mais autoritária em razão de atribuir a ocorrência de determinado fato ao desejo de realizá-lo ou, caso seja externa, como a ocorrência ter sido decorrente de variáveis externas contrárias ao seu desejo. Este conceito possui uma ampla aplicação nos estudos de Psicologia Jurídica e de Investigação. Como nos diz Ashworth (1995) quando da elaboração de uma sentença judicial o c magistrado consciente ou inconscientemente utiliza de seu estilo de atribuição interna ou externa para fundamentar a causa da ocorrência do fato jurídico sob exame. 28 C a p ítu lo IV O QUE É PSICOLOGIA APLICADA O termo “Psicologia Aplicada” sugere a imagem de psicólogos traba lhando em um ambiente especial, com clima de laboratório, com controle de variáveis; realizando pesquisas sobre comportamento humano, áreas cerebrais, formas de desenvolvimento acelerado de inteligência, análise de estudos de personalidade e resolvendo problemas associados ao desempenho de atletas etc. Essas atividades são comuns ao exercício da profissão de psicólogo, embora muitas dessas pesquisas básicas não se encontrem direcionadas para a solução de um problema específico do mundo real (COOLICAN, 1996). O ponto de partida para compreendermos a área de atuação da Psicologia Aplicada é compreendermos a necessidade de solucionarmos problemas no mundo real. O psicólogo que está interessado em pesquisa pura e básica procurará entender e explicar o comportamento humano em condições controladas. A Psicologia Aplicada procurará, na maior parte dos casos, aplicar os conhecim entos psicológicos anteriormente produzidos em laboratório, de forma a mudar o comportamento humano e solucionar problemas específicos no mundo real (BRAVO, 1995). 1. O psicólogo aplicado como solucionador de problemas O trabalho normal do psicólogo aplicado é solucionar um problema em forma de intervenção. A pesquisa básica produzida será o guia que o psicólogo aplicado usará para conseguir solucionar os problemas apresen tados; em consequência, auxiliará no desenvolvimento de pesquisas que nascerão com as intervenções realizadas. Raramente, em sua atuação, o psicólogo aplicado encontrará em sua biblioteca ou em sua experiência passada a solução para os problemas que acontecerão em sua atividade profissional. Nos problemas apresentados, por mais que possuam alguma semelhança com algum anteriormente solu cionado, sempreocorrerá uma distinção de forma a ser individualizado. 29 Psicologia aplicada à Justiça As especialidades que a Psicologia Jurídica poderá abrir são diversas, podendo ser citadas: • Psicologia Aplicada a Tribunais; • Psicologia da Delinquência; • Psicologia Penitenciária; • Psicologia Judicial (juizes, jurados e testemunhos); • Psicologia Policial e das Forças Armadas; • Mediação Familiar; • Vitimologia etc. A Psicologia Jurídica deve se restringir aos conteúdos psicológicos da norma, sem procurar explicar se ela é ou não é justa, nem pretende^ argumentar sobre seus fms, pois não cabem ao campo de atuação do psicólogo esses questionamentos. Entretanto, não deve ela ser impedida de proporcionar informações que, colateralmente, podem ser interpretadas pelos juristas como uma amostra de disfuncionalidade de certos objetivos. D essa maneira, estaremos formando a base de uma Psicologia não somente empírica, mas empírico-crítica (BAYÉS, M UNNÉ e SABATÉ, 1980). N o confronto entre P sico log ia e L ei, sob um •ponto de vista epistemológico, poderíamos esclarecer ós métodos divergentes utilizados pelo Direito e pela Psicologia. Enquanto o Direito se vale da jurisprudência a .partir de uma metodologia He.rinh.va rie análise de casos, utilizanda-mmnodelo de p r a c e s s a m e nto_ de inform ação top-dow n, com base em normas de coerência com decisões previamente tomadas, a Psicologia éjmais criativa, através do empírico, sendo suajãeoÍQgia a descrição e a explicação, que estão ernõposiçãõli prescrição da norma jurídica (JESUS, 1996, 2000). De maneira que possamos esclarecer as diferenças existentes entre Psicologia e L e i , citamos Haney (1980) que chega a enumerar oito formas de diferenciação: 1. a Psicologia acadêmica enfatiza as visões criativas; os psicólogos são formados desde o início de sua carreira para serem inovadores e utilizarem soluções criativas. Por outro lado, o modelo da Lei é de utilização de decisões fixas, isto é, os juristas tendem a basear suas decisões em casos precedentes, evitando o uso de argumentos baseados em raciocínios inovadores; 50 2. o método utilizado na busca da verdade em Psicologia é especial mente o método experimental; método que procura ressaltar a objetividade e trata de eliminar distorções e erros. O método legal para alcançar a objedvidade é de adversários ou de confrontação; sendo as distorções uma parte aceita e assumida pelo método; 3. os Tribunais de Justiça são parte de um sistema hierárquico que é autoritário. Podem ocorrer recursos superiores de decisões tomadas, de forma que aqueles com a posição mais alta são os que possuem a última palavra. A Psicologia é uma ciência empírica baseada em dados de fundamentação, e embora os juristas possam fazer uso de dados de casos anteriores, esse aspecto empírico não é científico, já que somente é utilizado para provar algo concreto. As leis são estáveis e apesar de que possam mudar, a mudança será lenta; 4. a Lei é ._prescritiva, diz-às~pessnas .com o,devem comportar-se; em contraposição a Psicologia é descritiva; 5. a Lei busca dar uma aparência de segurança, embora em um processo, em um julgamento, se manejem conceitos de uma certa relatividade, de dúvida razoável no sistema jurídico anglo-saxão, uma vez que tomada a decisão, esta se considera como verdade e quase sempre é irrevogável. A Psicologia baseia-se em dados empíricos e em probabilidade; 6. a Lei é centralizada em um caso único e por isso considerada idiográfica; a Psicologia busca ser nomotética, tendendo a estabe lecer princípios gerais ou paradigmas. A o Direito interessam os casos individuais; e à Psicologia os padrões de pensamento e de comportamento; 7. a Psicologia é proativa, é livre para decidir que áreas devem investigar e como dirigirá a investigação. Os interesses individuais são os determinantes principais de sua escolha e a motivação econômica não possui um valor importante em suas decisões embora estas possam ter uma relação direta com demandas governamentais ou de entidades privadas. Os- juristas são reativos, somente podem atender aos casos e às demandas apresentadas formalmente; 8. a investigação psicológica é geralmente acadêmica ou investigação pura. A maioria da investigação psicológica não se apresenta como uma forma de resolver problemas em um mundo real; a Lei, ao C a p ít u l o VI firw' —(7 ; V j ^ ; 1_____ Q que é psicologia jurídica 51 Psicologia aplicada à Justiça contrário, é uma disciplina operacional, existindo para resolver problemas do mundo real e é aplicada a questões da vida real. Enquanto os psicólogos estão formados para observar e para usar adequadamente métodos a fim de definir processos, os advogados estão formados para intervenção. Os advogados manipulam a aparência externa enquanto os psicólogos examinam o processo interno de uma situação ou de um caso. 2. Definição e características AJBsicojogia Jurídica constitui-sede um campo de investigação psico- lógicoespecializãdõ. cuia tinahdãdêTo_esiudQ do comportamentodoü_aloxcs jurídicos no âmbitcTHo Direito-daJeLe da iustica. É reconhecida internacionalmente como Psicologia Jurídica e/ou Forense. Contudo, em nossa opinião, ficaria mais adequado chamá-la de Psicologia Jurídica, tendo-se em vista que esse termo abrange um campo muito maior que o termo forense, que estaria aplicado somente às atividades exercidas no foro. 3. Funções As funções do psicólogo jurídico, no exercício de suas atribuições, poderiam ser assim sintetizadas: • avaliar e diagnosticar: em relação às condutas psicológicas dos atores jurídicos; • assessorar: orientar e/ou assessorar, como perito, órgãos judiciais em questões próprias de sua área, a fim de trazer para os autos informações psicológicas essenciais para a tomada de decisão; Y • intervir: planejar e realizar programas de prevenção, de tratamento, de reabilitação e de integração de atores jurídicos na comunidade, no meio penitenciário, tanto individual quanto coletivamente; • formar e educar: treinar e selecionar profissionais do sistema legal ' (juizes, policiais, promotores, advogados, agentes penitenciários etc.) em conteúdos e técnicas psicológicas úteis em seu trabalho; • colaborar com campanhas de prevenção social contra a crimina- ' lidade em meios de comunicação: elaborar e assessorar campanhas de informação social para a população em geral e para a que vive em área de risco; 52 C a p ít u l o V I 0 que é psicologia jurídica • pesquisar: estudar e pesquisar os problemas da Psicologia Jurídica; -4 / • ajudar a vítima: pesquisar e contribuir para a melhoria da situação da vítima e para sua interação com o sistema legal; • mediar: apresentar soluções negociadas aos conflitos jurídicos, através de uma intervenção mediadora que contribua para diminuir e prevenir o dano emocional e social, e que possa oferecer uma alternativa à via legal, em que as partes tenham um papel predomi nante. 4. Formação Conteúdos básicos e fundamentais: O psicólogo jurídico necessita de uma formação especializada, que pode estar estruturada em uma grade de disciplinas gerais e específicas. Conhecimentos específicos e inter-relacionados com outras matérias: 1. Psicologia e Lei Introdução à Psicologia Jurídica Pressupostos e conceitos comuns e divergentes entre Psicologia e Direito 2. Psicologia da família e das relações familiares Direito de família Evolução familiar e características das crises e conflitos familiares Avaliação familiar 3. Psicologia e sistema penitenciário, família e proteção de menores: acolhimentos, adoção nacional e internacional O contexto do sistema carcerário Efeitos psicológicos do encarceramento Alternativas de encarceramento, direito penitenciário e avaliação psicológica no contextopenitenciário Programas de intervenção Reinserção do egresso na sociedade e na família 53 C a p ítu lo V I O QUE É PSICOLOGIA JURÍDICA 1. Introdução Não seria possível explicar, sob nossa opinião, o método jurídico através da Psicologia, com o qual existiria a possibilidade de interferir na política finalista do Direito por meio de critérios psicológicos. Sendo assim, essas duas formas de pensamento poderiam corresponder à Filosofia do Direito e à Psicologia Geral, mas não as consideramos válidas para a construção de uma Psicologia Jurídica de orientação científica (BAYÉS, MUNNÉ e SABATÉ, 1980). Conforme Garrido (1994), não poderíamos deixar de citar a contri buição de Munstenberg, em 1908 (apud BALU, 1984), sojjreji grande necessidade de a lei positiva conhecer e aplicar os des£flbri,mentQS-_da Psicologia científica,'especialmente no campo destinado-a testem unhos Um acontecimento histórico nns F.IIA foi a decisão sobre a proibição, da ed u caçã^ d lsm ffiin ad S l^ e brancos-e-negros, Nessa decisão ^afirma-se claramente que as ciências sociais demonstraram que^a educação separada promove a segregãçSoTactal ÇGARRIDO, 1994). Em 1894 o Tribunal Supremo dos EUA emitiu uma sentença judicial acerca dos separados mais iguais nas relações sociais, normatizando que a segregação social não violava a constituição. Em 1954, o Tribunal Supremo reformou esta decisão anterior, ao declarar que a segregação racial legalizada em escolas públicas é intrinsecamente desigual, violando assim, os direitos constitucionais. Essa decisão foi tomada baseada em um grande número de pesquisas em Ciências Sociais. — ^ 1 •’ xrfty p A<5 oK_/ Nesse momento, as ciências sociais, entre elas a Psicologia, ofereceram a realídãdesõcIãiTque põssm sentido prático, anlicando concretamente a lei, ãüxíITãndo quem necessita aplicá-la e oferecendo um sentjjda-vardadgirQ.J 'aplicação da lei. Este sentido verdadeiro é construído através da conscien- "HzaçãcTdos operadores do Direito das variáveis legais e extralegais as quais estavam influenciando sem que ocorresse sua valoração. 47 Psicologia aplicada à Justiça Uma outra data importante foi o ano de 1962, com a manifestação do juiz Bazelon (apud BALU, 1984), pois psicólogos e psiquiatras não estavam de acordo com um diagnóstico de doença mental de Yenkins. O juiz admitiu a qualificação do psicólogo para diagnosticar doenças mentais. Balu (1984) demonstrou, através das provas de Poythress e Petrella (POYTHRESS, 1979; PETRELLA e POYTHRESS, 1983) e através de estudos comparativos e representativos, que os diagnósticos realizados por psicólogos forenses podiam ser melhores que os dos psiquiatras. A j f o cologia Jurídica é fundamentada como uma especialidade que desenvolve um grande e específico campo de relações entre os mundos dõ D ir^õT ê3C Psicõlõ|ía;^s'ãspècfõs~fôóiffcõs7íxpIícãiivos e de pesquisa, como_Jambém^na_-apllGaçãQ, na avaíiação e nò tratamento (COLÉGIO formal da conduta humana, embora a Lei compreenda a Psicologia sob um ponto de vista de.enüdade-fixa e não de.conduta aprendIdarnds~TevãHiralfulíijc) pontos de contato. O primeiro, supondo a Psicologia como fundamento da Lei Positiva; o segundo, como auxiliàr da Lei Positiva; o terceiro, como objeto de estudo da Lei Positiva, na medida que o comportamento legal é objeto de estudo em si mesmo, isto é, o fenômeno legal é o laboratório da conduta humana; o quarto estudará como a Lei influencia o comportamento humano, sendo, pois, uma relação inversa dos pontos anteriores (GARRIDO, 1994). Com toda a certeza, a Psicologia e o Direito teriam de se encontrar, por mais que tentassem permanecer distantes (ARCE, PRIETO e SOBRAL, 19^4): a Psicologia, por um lado, procurando coropreender..e_explicar o compor- tgTTTemrrRumãnniroDireito, por outro, possuindoumxoni unlQ-dejgeocupações sõBre como regularx4 )re.\!^d^ermÍQados-tápos-dfr-60tapertamento, com o objetivo .de estabelecer iim -cnnlrato ..soc ial de convivêncisLcomunitâria ^ Podemos perceber, então, a complementaridade que a Psicologia pode fornecer ao Direito, sem desejar ir além do que lhe compete. Parece-nos importante a consciência dos limites de intervenção da Psicologia no Direito, porque, caso isso não ocorra, possibilita-se um psicologismo que, nesse início de formação da Psicologia Jurídica brasileira, seria traumático no que se refere à consolidação do espaço que pode-se conquistar perante o Direito. Quando a Psicologia ou outra ciência social pretende converter-se em juiz, as relações entre a Psicologia e a Lei tomam-se difíceis, pois esta não é a sua verdadeira finalidade. OFICIAL DE PSICÓLOGOS, 1997). e a Lei possuem a mesma concepção. 48 C a p ít u l o V I O que é psicologia jurídica A posição anteriormente citada, caso fosse mantida, conduziria os profissionais a atitudes e decisões arbitrárias, fazendo com que o surgimento de conflitos inibisse o crescimento de um novo campo, que se encontra consolidado em muitos países, como EUA, Inglaterra, Espanha etc. Outra diferenciação referente às relações entre a Psicologia e o Direito é a distinção concernente a Psicologia e Lei, Psicologia na Lei e Psicologia da Lei. Bartol e Bartol (1994) apontam: a) Psicologia na Lei tem sido a relação mais comum entre as duas disciplinas, onde os profissionais da lei são os que tomam a iniciativa e rlemanijarn a atna^ãn dos psi ^ o(ias.j^ ii3rrnecessitam. ou quando pensam que terão alguma vantagem devido a orientação da Psicologia, finalizando a relação assim que seus objetivos são alcançados. Trata-se assim de uma psicologia aplicada especialmente à sotueão-de-nroblema específico, contro lando assim os profissionais da lei à aplicação dos conhecimentos psicológicos conforme sua conveniência. Essa forma limita a capacidade de participação e de contribuição da Psicologia no mundo jurídico; b) Psicologia e Lei responde a um tipo de relação equilibrada quando nem a Psicologia e nem õ DTfeito prevalecem e onde~aPsiCürõgiá analisa os componentes psicológicos existentes no Direito, desenvolvendo investigação e teoria. A realização de estudos bem planejados e sustentados teoricamente conforme, a contextualizàçãb do muriHõTegal ppd<»r^ relevantes aos atores jurídicos. Alguns críticos pontuam que a relação não chega a ser totalmente interdisciplinar em razão da necessidade de mudança de paradigmas; c) a Psicologia da Lei representa uma aproximação abstrata da lei como determinante do comportamento. Como a lei afeta a s^ iH a d g7 A H ■é_efetiva?-F.m que grau a lei é útil na modificação de comportamento-dos yioladores? Blackbum (1996) sumariza a aplicação da Psicologia no Direito de uma forma bem útil. Aponta que a Psicologia na Lei faz referência a aplicação específica da Psicologia no contexto do Direito, em campos como fiabilidade de testemnnhos, estado mental de um acusado de delito, percepção de teste munhas em crimes. O termo Psicologia e T.e.i serja usado como reflexão sobre a atuação dos atores jurídicos: inízes. promotores, advogados, policiais, jurado^vãnqttfflfitõ a Psieoíogia da Le i-se. refere a questões como a razão -■pela qual as pessoas obedecem ou não à lei, o desenvolvimento moraLe-a percepção pública perante as sanções penais. 49 C a p ítu lo V II APLICAÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA 1. Psicologia Policial 1.1. Introdução A Psicologia Policial está se convertendo em uma área de grande importância no mundo e se encontra já estabelecida em alguns países europeus e notadamente nos anglo-saxões. O desenvolvimento e a aceitação da Psicologia Policial foram lentos e gradativos pois os paradigmas das diversas linhas da Psicologia fizeram com que houvesse uma desconfiança muito grande sobre ela, por parte dos policiais. Atualmente, ainda encontramos resistência à compreensão do objetode estudo da Psicologia. Um dos pontos mais polêmicos reside no fato de como seria a utilização da Psicologia em uma organização policial, tendo-se em vista que a sociedade, de uma forma genérica, entende a Psicologia somente como uma aplicação clínica. Além disso, a organização policial manteve-se durante muito tempo afastada da sociedade, e em consequência, dos profissionais da Psicologia. A abertura dos regimes políticos possibilitou a abertura da organização policial, de maneira a permitir a possibilidade de que houvesse a entrada de profissionais de outras áreas no mundo policial. A utilidade dos sistemas mais eficazes de controle e busca da integração do sujeito, prevenindo qualquer desvio, se faz presente quando nos referimos à principal ferramenta: a polícia. Observamos que o controle social cada vez mais é exercido de cima para baixo, transformando-se de um controle social no sentido clássico para um controle da sociedade por parte de quem possui o poder para esse fim. O aparato policial encontra-se então limitado pela situação política do momento. Embora os regimes políticos possam variar, a percepção do 57 Psicologia aplicada à Justiça b) Conteúdos complementares Nos casos em que a formação se aplica à população com necessidades especiais, devem ser incluídos conteúdos específicos próprios de tais áreas, tais como: deficientes físicos, terceira idade, marginalizados etc. 5. Conclusão King (1986) sugere que o conhecimento científico não poderia fornecer uma'explicação definitiva e abrangente da realidade social, devido ao fato de a conduta humana ser intrinsecamente subjetiva e complexa, necessitando logo de uma revisão crítica do conceito de Psicologia Aplicada e de seus diferentes modelos de aplicação. Por conseguinte, as técnicas e os procedimentos empregados pela Psicologia moderna necessitam de um marco conceituai, que não poderia ser reduzido a uma inocente utilização de uma teoria psicológica, mas deveria consistir em uma teoria dentro do mundo legal, de maneira que possa haver uma integração entre os campos psicológico e legal (JESUS, 1996). O desafio para a Psicologia Jurídica brasileira está lançado. Esperamos que a nossa Psicologia possa responder adequadamente aos anseios do mundo jurídico, de maneira rápida e eficaz, tendo em vista a necessidade intervencionai imediata na práxis jurídica e a necessidade de compreensão do indivíduo em sua complexidade. A Psicologia Jurídica está em um importante momento de desenvol vimento de sua identidade, de forma a estar de acordo com as mudanças socioeconômicas e as realizações da sociedade dinâmica do século XXI. t 56 Psicologia aplicada à Justiça 4. Família e proteção de menores, acolhimentos, adoção nacional e internacional, atendimento a vítimas de tráfico de pessoas Análise da guarda de menores e elaboração do documento compe tente à tomada de decisão Preparação psicológica para acolhimento e adoção Atendimento às vítimas de tráfico de pessoas nos aspectos relacio nados ao dano psíquico e reintegração 5. Avaliação psicológica forense a) Aspectos metodológicos: Prova pericial Técnicas de avaliação psicológica e forense Desenvolvimento de instrumentos de avaliação forense Laudo psicológico b) Perícia psicológica, âmbito de aplicação: Avaliação psicológica de responsabilidade Implicações psicológicas forenses dos principais transtornos Psicopatológicos Aspectos psicológicos da separação, do divórcio e da Adoção Análise psicológica de medidas legais com respeito a Menores 6 . Sistema judicial e processos psicológicos Tomada de decisões legais Psicologia do Testemunho e Psicologia dos Jurados Aspectos psicológicos da corrupção Psicologia e meios de comunicação 7. Psicologia da delinquência Modelos de intervenção Psicologia da conduta criminal C a p ít u l o V I O que é psicologia jurídica 8 . Psicologia Jurídica do menor Sistema legal de proteção à infância Justiça de menores 9. Mediação Mediação: conceito Técnicas de mediação Modelos e programas de mediação 10. Vitimologia A vítima perante o sistema jurídico - avaliação psicológica de vítimas Programas de atenção à vítima 11. A Psicologia e os órgãos de segurança Psicologia Policial e Militar Psicologia de Investigação Políticas de prevenção criminal 12. A Perícia psicológica A prova pericial Laudo psicológico - aspectos psicológicos da separação, divórcio e adoção Análise psicológica de medidas legais com respeito a menores 13. Aspectos deontológicos a) Conhecimentos auxiliares: Princípios gerais de Direito Ordenamento jurisdicional Conceitos Básicos de Direito Civil, Penal e Processual Conceitos complementares de Direito Penitenciário, Canônico, Trabalhista e do Menor 55
Compartilhar