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2 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – Estudo do texto ...................................................................................... 03 
Capítulo I – O texto ......................................................................................................... 03 
Capítulo II – Linguagem verbal e não verbal .................................................................. 04 
Capítulo III – Funções da linguagem .............................................................................. 04 
Capítulo IV – Efeitos de sentido ...................................................................................... 06 
Capítulo V – Gêneros textuais ....................................................................................... 12 
Leitura ........................................................................................................................... 15 
Fixação .......................................................................................................................... 17 
Pintou no ENEM ........................................................................................................... 20 
Gabarito ........................................................................................................................ 25 
 
UNIDADE 2– Estudo da língua .................................................................................... 26 
Capítulo VI – Variação linguística .................................................................................... 26 
Capítulo VII – Fala e escrita ..............................................................................................29 
Capítulo VIII – Estrutura das palavras .............................................................................. 30 
Capítulo IX – Classe de palavras ...................................................................................... 31 
Leitura .............................................................................................................................. 48 
Fixação ............................................................................................................................ 49 
Pintou no ENEM .............................................................................................................. 54 
Gabarito ........................................................................................................................... 63 
 
 
UNIDADE 3 – Análise textual ......................................................................................... 64 
Capítulo X – Elementos textuais e contextuais ................................................................ 64 
Capítulo XI – Intertextualidade .......................................................................................... 67 
Leitura .............................................................................................................................. 70 
Fixação ............................................................................................................................. 73 
Pintou no ENEM ............................................................................................................. 78 
Gabarito ........................................................................................................................... 79 
 
Referências ...................................................................................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
UNIDADE 1 – Estudo do texto 
 
O TEXTO 
 
Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou 
publicitário, um anúncio visual sem nenhuma palavra, uma 
canção, um filme, um gráfico, um discurso oral que nunca foi 
escrito, enfim, os mais variados arranjos organizados para 
informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é, 
pois, exclusivamente da palavra. 
. Irene A. Machado 
 
Quando se fala em texto, identifica-se o uso da linguagem (verbal ou não verbal) que tem significado, 
unidade e objetivo comunicativo. 
É importante considerar que todo texto tem um contexto, ou seja, a situação concreta à qual o texto faz 
referência. 
O contexto envolve sempre o conhecimento sobre o que está sendo dito e também as crenças e 
conclusões relativas ao texto em questão. Há diferentes tipos de contexto (social, cultural, estético, político) 
e sua identificação é fundamental para a compreensão do texto. 
Também é importante interpretar os pressupostos (circunstância ou fato considerado como antecedente 
necessário de outro) e os implícitos (algo que está envolvido naquele contexto, mas não é revelado, é 
deixado subentendido, é apenas sugerido) que o texto traz. 
 
 
 
Em relação à linguagem, pode-se defini-la como um sistema de signos capaz de representar, através de 
som, letra, cor, imagem, gesto etc., significados básicos que resultam de uma interpretação da realidade e 
da construção de categorias mentais que representem os resultados dessa interpretação. 
Os signos linguísticos são os elementos de significação nos quais se baseiam as línguas. Possuem uma 
dupla face: a face do significado (o conceito do objeto) e a face do significante (os sinais gráficos ou 
sonoros que representam o objeto). 
Exemplo: A palavra cadeira não é a cadeira (você não senta na palavra cadeira!), mas quando é dita ou 
lida, imediatamente se tem a ideia de cadeira. O simples fato de dizer a palavra que nomeia o objeto é 
suficiente para que sua imagem venha à mente, devido ao seu valor simbólico partilhado pelos usuários da 
língua, que se torna convenção em uma sociedade. 
 
4 
 
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL 
 
 
Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo. 
 
 
Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. 
Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem 
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc. 
 
Linguagem mista: é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal, usando palavras 
escritas e figuras ao mesmo tempo. 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
De acordo com a visão clássica, para que haja comunicação é necessário que os interlocutores 
(remetente e destinatário de uma dada mensagem) utilizem um sistema de sinais – o código - devidamente 
organizado e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida refere-se a um contexto e para que chegue 
ao destinatário necessita de um canal, um meio físico concreto de contato. Veja o esquema a seguir: 
 
Esquema clássico da comunicação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo a Teoria da Comunicação proposta por Roman Jakobson em 1969, toda mensagem tem uma 
finalidade predominante que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de 
uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante. O conjunto dessas finalidades tem 
sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem. As seis funções são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
contato 
função fática 
 
código 
função metalinguística 
destinatário 
função conativa 
função poética 
 
mensagem 
função referencial 
 
contexto 
remetente 
função emotiva 
5 
 
1. Função referencial (ou denotativa) 
É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, direta, 
denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Essa linguagem é usada na ciência, na arte realista, 
no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos. 
Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã 
vermelha e uma pêra. 
 
2. Função emotiva (ou expressiva) 
É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a primeira pessoa do 
singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartasde 
amor. 
Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas também não quero 
comentar o assunto. 
 
3. Função apelativa (ou conativa) 
É aquela que se centraliza no receptor; o emissor procura influenciar o 
comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o 
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. É 
usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao 
consumidor. 
 
4. Função Fática 
É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a 
eficiência do canal. 
Ex: - Olá, como vai, tudo bem? 
- Alô, quem está falando? 
 
5. Função poética 
É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, 
sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem 
figurada apresentada em obras literárias, letras de música e em algumas propagandas. 
Ex: Tecendo a manhã (João Cabral de Melo Neto) “Um galo sozinho não tece uma manhã:/ele precisará 
sempre se outros galos[...]” 
 
6. Função metalinguística 
É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, 
da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios 
de metalinguagem. 
Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? 
- Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, 
etc. 
 
 
6 
 
Quadro-resumo das funções de linguagem 
 
 
EFEITOS DE SENTIDO 
 
Conotação e denotação 
 
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo 
contexto. 
Ex: Você tem um coração de pedra. 
 
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. 
Ex: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. 
 
Figuras de Linguagem 
 
 
As figuras de linguagem são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É 
um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, 
emotividade ou poeticidade ao discurso. 
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do 
autor. A palavra empregada em sentido figurado, não denotativo, passa a pertencer a outro campo de 
significação, mais amplo e criativo. 
As figuras de linguagem classificam-se em: 
 a) figuras de som; 
 b) figuras de palavras 
; c) figuras de pensamento; 
 d) figuras de construção. 
 
 
 
FUNÇÃO OBJETIVO DA MENSAGEM 
REFERENCIAL OU 
DENOTATIVA 
Transmitir informação 
EMOTIVA OU 
EXPRESSIVA 
Expressar as emoções, atitudes, estados de espírito do emissor com relação ao 
que fala 
CONATIVA OU 
APELATIVA 
Persuadir o destinatário, influenciando em seu comportamento 
FÁTICA 
 
Estabelecer ou manter comunicação 
METALINGUÍSTICA 
 
Falar sobre a própria linguagem 
POÉTICA 
 
Provocar algum efeito de sentido no receptor 
7 
 
Figuras de som 
a) aliteração: consiste na repetição ordenada de 
mesmos sons consonantais. 
Ex: “Esperando, parada, pregada na pedra do 
porto.” 
 
b) assonância: consiste na repetição ordenada de 
sons vocálicos idênticos. 
Ex: “Sou um mulato nato no sentido lato 
mulato democrático do litoral.” 
 
c) paronomásia: consiste na aproximação de 
palavras de sons parecidos, mas de significados 
distintos. 
Ex: “Eu que passo, penso e peço.” 
 
d) onomatopeia: Ocorre quando uma palavra ou 
conjunto de palavras imita um ruído ou som. 
Ex: "O silêncio fresco despenca das árvores. / 
Veio de longe, das planícies altas, / Dos cerrados 
onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... 
passou." 
 
Figuras de pensamento 
a) antítese: consiste na aproximação de termos 
contrários, de palavras que se opõem pelo 
sentido. 
Ex: “Os jardins têm vida e morte.” 
 
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em 
sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, 
efeito crítico ou humorístico. 
Ex: “A excelente Dona Inácia era mestra na arte 
de judiar de crianças.” 
 
c) eufemismo: consiste em substituir uma 
expressão por outra menos brusca; em síntese, 
procura-se suavizar alguma afirmação 
desagradável. 
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de 
ele roubou) 
 
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com 
finalidade enfática. 
Ex: Estou morrendo de sede. (em vez de estou 
com muita sede) 
 
e) prosopopeia ou personificação: consiste em 
atribuir a seres inanimados predicativos que são 
próprios de seres animados. 
Ex: O jardim olhava as crianças sem dizer nada. 
 
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias 
em progressão ascendente (clímax) ou 
descendente (anticlímax) 
Ex: “Um coração chagado de desejos/Latejando, 
batendo, restrugindo.” 
 
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a 
alguém (ou alguma coisa personificada). 
Ex: “Senhor Deus dos desgraçados!/Dizei-me 
vós, Senhor Deus!” 
 
h) paradoxo: Ocorre não apenas na aproximação 
de palavras de sentido oposto, mas também na 
de ideias que se contradizem referindo-se ao 
mesmo termo. É uma verdade enunciada com 
aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é 
outra designação para 
paradoxo. 
Ex: "Amor é fogo que arde 
sem se ver; / É ferida que 
dói e não se sente; / É um 
contentamento descontente; / É dor que desatina 
sem doer;" 
 
Figuras de palavras 
a) Comparação: Ocorre comparação quando se 
estabelece aproximação entre dois elementos 
que se identificam, ligados por conectivos 
comparativos explícitos - feito, assim como, tal, 
como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns 
verbos - parecer, assemelhar-se e outros. 
http://www.brasilescola.com/gramatica/figuras-som-ou-harmonia.htm
8 
 
Ex: "Amou daquela vez como se fosse máquina. / 
Beijou sua mulher como se fosse lógico." 
 
b) metáfora: consiste em empregar um termo com 
significado diferente do habitual, com base numa 
relação de similaridade entre o sentido próprio e o 
sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma 
comparação em que o conectivo comparativo fica 
subentendido. 
Ex: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” 
 
c) metonímia: como a metáfora, consiste numa 
transposição de significado, ou seja, uma palavra 
que usualmente significa uma coisa passa a ser 
usada com outro significado. Todavia, a 
transposição de significados não é mais feita com 
base em traços de semelhança, como na 
metáfora. A metonímia explora sempre alguma 
relação lógica entre os termos. 
Ex: Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em 
lugar de casa) 
 
d) catacrese: ocorre quando, por falta de um 
termo específico para designar um conceito, 
torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido 
ao uso contínuo, não mais se percebe que ele 
está sendo empregado em sentido figurado. 
Ex: O pé da mesa estava quebrado. 
 
e) antonomásia ou perífrase: consiste em 
substituir um nome por uma expressão que o 
identifique com facilidade. 
Ex: os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os 
Beatles) 
 
f) sinestesia: trata-se de mesclar, numa 
expressão, sensações percebidas por diferentes 
órgãos do sentido. 
Ex: A luz crua da madrugada invadia meu quarto. 
 
g)alegoria: é uma acumulação de metáforas 
referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura 
poética que consiste em expressar uma situação 
global por meio de outra que a evoque e 
intensifique o seu significado. Na alegoria, todas 
as palavras estão transladadas para um plano 
que não lhes é comum e oferecem dois sentidos 
completos e perfeitos - um referencial e outro 
metafórico. 
Ex: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O 
tenor e o barítono lutam pelo soprano, em 
presença do baixo e dos comprimários, quando 
não são o soprano e o contralto que lutam pelo 
tenor, em presença do mesmo baixo e dos 
mesmos comprimários.Há coros numerosos, 
muitos bailados, e a orquestra é excelente..." 
 
Figuras de construção 
As figuras de construção (ou de sintaxe) dizem 
respeito a desvios em relação à concordância 
entre os termos da oração, sua ordem, possíveis 
repetições ou omissões. Elas podem ser 
construídas por: omissão, repetição, inversão, 
ruptura ou concordância ideológica. Portanto, 
são figuras de construção ou sintaxe: 
a) elipse: consiste na omissão de um termo 
facilmente identificável pelo contexto. 
Ex: “Na sala, apenas quatro ou cinco 
convidados.” (omissão de havia) 
 
b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já 
apareceu antes. 
Ex: Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de 
prefiro) 
 
c) assíndeto: Ocorre quando orações ou palavras 
deveriam vir ligadas por conjunções 
coordenativas, aparecem justapostas ou 
separadas por vírgulas. 
Ex: "Não nos movemos, as mãos é que se 
estenderam pouco a pouco, todas quatro, 
pegando-se, apertando-se, fundindo-se." 
(Machado de Assis). 
9 
 
d) polissíndeto: consiste na repetição de 
conectivos ligando termos da oração ou 
elementos do período. 
Ex: “E sob as ondas ritmadas/ e sob as nuvens e 
os ventos/e sob as pontes e sob o sarcasmo /e 
sob a gosma e sob o vômito (...)” 
 
e) silepse: consiste na concordância não com o 
que vem expresso, mas com o que se 
subentende, com o que está implícito. 
Ex: Vossa Excelência está preocupado. 
“O que me parece inexplicável é que os 
brasileiros persistamos em comer essa coisinha 
verde e mole que se derrete na boca.” 
 
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto 
na frase. Normalmente, isso ocorre porque se 
inicia uma determinada construção sintática e 
depois se opta por outra. 
Ex: A vida, não sei realmente se ela vale alguma 
coisa. 
 
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja 
finalidade é reforçar a mensagem. 
 
 
Pleonasmo literário: 
É o uso de palavras redundantes para reforçar 
uma ideia, tanto do ponto de vista semântico 
quanto do ponto de vista sintático. Usado como 
um recurso estilístico, enriquece a expressão, 
dando ênfase à mensagem. 
Ex: "Morrerás morte vil na mão de um forte." 
 
Pleonasmo vicioso: 
É o desdobramento de ideias que já estavam 
implícitas em palavras anteriormente expressas. 
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois 
não têm valor de reforço de uma ideia, sendo 
apenas fruto do descobrimento do sentido real 
das palavras. 
Ex: subir para cima / entrar para dentro / repetir 
de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de 
sangue / monopólio exclusivo. 
 
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma 
palavra no início de versos ou frases. 
Ex: “ Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer” 
 
i) inversão: consiste na mudança da ordem 
natural dos termos na frase. 
Ex: “De tudo ficou um pouco. 
Do meu medo. Do teu asco.” 
Obs: Há quatro figuras de linguagem para a 
inversão: 
- anástrofe: Ocorre quando há uma simples 
inversão de palavras vizinhas 
(determinante/determinado). 
Ex: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem 
sombra tenho." 
- hipérbato: Ocorre quando há uma inversão 
completa de membros da frase. 
Ex: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " (As 
belas passeiam na Avenida à tarde.) 
- Sínquise: Ocorre quando há uma inversão 
violenta de distantes partes da frase. É um 
hipérbato exagerado. 
Ex: "A grita se alevanta ao Céu, da gente." (A 
grita da gente se alevanta ao Céu ) 
- Hipálage: Ocorre quando há inversão da 
posição do adjetivo: uma qualidade que pertence 
a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. 
Ex: "... as lojas loquazes dos barbeiros." (as lojas 
dos barbeiros loquazes) 
10 
 
Significação das palavras 
 
I) Campos semânticos: as palavras podem 
associar-se de várias maneiras. Quando se 
relacionam pelo sentido, temos um campo 
semântico. Não se trata de sinônimos ou 
antônimos, mas de aproximação de sentido num 
dado contexto. 
Ex.: 
- perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz 
(partes do corpo humano) 
- azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás (cores) 
- martelo, serrote, alicate, torno, enxada 
(ferramentas) 
- batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba 
(legumes) 
 
Observações 
a) Também constituem campos semânticos 
palavras como flor, jardim, perfume, terra, 
espinho, embora não pertençam a um grupo 
delimitado; mas a associação entre elas é 
evidente. 
b) As palavras podem pertencer a campos 
semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora: 
ela também serve para indicar cor, o que a 
colocaria no segundo grupo de palavras. 
 
II) Polissemia: é a capacidade que as palavras 
têm de assumir significados variados de acordo 
com o contexto. Não se trata de homonímia, que 
estudaremos adiante. 
Ex.: Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele 
executivo só anda de avião. Meu relógio não 
anda mais. 
O verbo andar tem origem no latim ambulare. 
Possui inúmeros significados em português, dos 
quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, 
de uma mesma palavra, de uso diverso na língua. 
Nas frases do exemplo, significa, 
respectivamente, caminhar, estar, viajar e 
funcionar. 
 
III) Sinonímia: outro item de suma importância 
para a interpretação de textos. Há sinonímia 
quando duas ou mais palavras têm o mesmo 
significado em determinado contexto. Diz-se, 
então, que são sinônimos. 
Ex.: O comprimento da sala é de oito metros. A 
extensão da sala é de oito metros. 
A substituição de comprimento por extensão 
não altera o sentido da frase, pois os termos são 
sinônimos. 
 
Em verdade, as palavras são sinônimas em 
certas situações, mas podem não ser em outras. 
É a riqueza da língua portuguesa falando mais 
alto. Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto 
são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela 
tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a 
troca de face por rosto numa frase do tipo: em 
face do exposto, aceitarei. 
 
IV) Antonímia: requer os mesmos cuidados da 
sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de 
bom vocabulário. Antonímia é o emprego de 
palavras de sentido contrário, oposto. 
Ex.: É um menino corajoso. 
É um menino medroso. 
 
V) Homonímia: diz-se que há homonímia quando 
duas ou mais palavras possuem identidade de 
pronúncia (homônimos homófonos) ou de grafia 
(homônimos homógrafos). Em alguns casos, as 
palavras possuem iguais a pronúncia e a grafia 
(homônimos perfeitos). A classificação em si não 
é importante, mas sim o significado das palavras. 
Ex.: ceda - seda -> homônimos homófonos 
peso (A) -> peso (ê) -> homônimos 
homógrafos 
pena - pena -> homônimos perfeitos (ou 
homófonos e homógrafos) 
 
VI) Paronímia: emprego de parônimos, palavras 
muito parecidas e que confundem as pessoas. 
Ex.: O tráfego era intenso naquela estrada. 
O tráfico de escravos é uma nódoa em 
nossa história. 
 
As palavras tráfego e tráfico são parecidas, mas 
não se trata de homônimos, pois a pronúncia e a 
grafia são diferentes. Tráfego é movimento de 
veículo; tráfico, comércio. 
 
Veja os principais homônimos e parônimos: 
 
 
 
 
 
11 
 
Homônimos homófonos 
acender - pôr fogo a ascender - elevar-se estrato - camada; tipo de 
nuvem 
extrato - que se extraiu 
acento - inflexão da voz assento - objeto onde se 
senta 
passo – passada paço - palácio imperial 
asado - com asas azado – oportuno incerto – duvidoso inserto – inserido 
caçar – perseguir cassar – anular incipiente - que está no 
início 
insipiente - que não sabe 
cegar - tirar a visão segar - ceifar, cortar lasso – cansado laço - tipo de nó 
cela - cômodo pequeno sela – arreio remissão – perdão remição – resgate 
censo – recenseamento senso – juízo seda - tipo de tecido ceda - flexão do verbo 
ceder 
cerração – nevoeiro serração - ato de serrar taxa – imposto tacha - tipo de prego 
cheque - ordem de 
pagamento 
xeque - lance do jogo de 
xadrez 
viagem – jornada viajem - flexão do verbo 
viajar 
cidra - certa fruta sidra - umtipo de bebida estático - firme, parado extático - em êxtase 
conserto – reparo concerto – harmonia espiar – olhar expiar – sofrer 
 
 
Parônimos 
amoral - sem o senso da 
moral 
imoral - contrário à moral flagrante - evidente fragrante - aromático 
apóstrofe – chamamento apóstrofo - tipo de sinal gráfico fluir - correr; manar fruir –desfrutar 
arrear - pôr arreios arriar – abaixar inerme - desarmado inerte – parado 
astral - dos astros austral - que fica no sul inflação - desvalorização infração - transgressão 
cavaleiro - que anda a 
cavalo 
cavalheiro – gentil infligir - aplicar pena infringir - transgredir 
comprimento - extensão cumprimento – saudação intemerato - puro intimorato - corajoso 
conjetura - hipótese conjuntura – situação lactante - que amamenta lactente - que mama 
delatar - denunciar dilatar – alargar lista - relação listra - linha, risco 
descrição - ato de 
descrever 
discrição - qualidade de discreto locador - proprietário locatário - inquilino 
descriminar - inocentar discriminar – separar lustre - candelabro lustro - cinco anos; brilho 
despercebido - sem ser 
notado 
desapercebido – desprevenido mandado - ordem judicial mandato - procuração 
destratar - insultar distratar – desfazer pleito - disputa preito - homenagem 
docente - professor discente – estudante preeminente - nobre, 
distinto 
proeminente - saliente 
emergir - vir à tona, sair imergir – mergulhar prescrever - receitar; 
expirar (prazo) 
proscrever - afastar, 
desterrar 
emigrar - sair de um país imigrar - entrar em um país ratificar - confirmar retificar - corrigir 
eminente - importante iminente - que está para ocorrer sortir - abastecer surtir - resultar 
esbaforido - ofegante espavorido – apavorado sustar - suspender suster - sustentar 
estada - permanência de 
alguém 
estadia - permanência de 
veículo 
tráfego - movimento de 
veículo 
tráfico – comércio 
facundo – eloquente fecundo - fértil; criador usuário - aquele que usa usurário - avarento; agiota 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
Os gêneros textuais são os textos materializados em situações comunicativas 
recorrentes, encontrados em nossa vida diária e apresentam padrões sócio-históricos 
característicos, ou seja, são textos orais ou escritos produzidos por falantes de uma 
língua em um determinado momento histórico. 
Os gêneros textuais são definidos por composições funcionais, objetivos comunicativos e estilos 
concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, instituições e técnicas. 
Os gêneros textuais se enquadram (relativamente) em um tipo textual. Porém, ao contrário dos tipos 
textuais, os gêneros possuem número ilimitado, enquanto os tipos possuem cinco ou seis categorias. 
 
ASPECTOS TIPOLÓGICOS 
DOMÍNIOS SOCIAIS DE 
COMUNICAÇÃO 
CAPACIDADES DE LINGUAGEM 
DOMINANTES 
EXEMPLOS DE GÊNEROS 
ORAIS E ESCRITOS 
 
 
 
Cultura literária ficcional 
 
 
NARRAR 
 
Mimesis da ação através da 
criação da intriga 
Conto maravilhoso 
Fábula 
Lenda 
Narrativa de aventura 
Narrativa de ficção científica 
Narrativa de enigma 
Novela fantástica 
Conto parodiado 
 
Documentação 
e memorização de ações 
humanas 
 
 
RELATAR 
 
Representação pelo discurso de 
experiências vividas, situadas no 
tempo 
Relatos de experiência vivida 
Relatos de viagem 
Testemunho 
Curriculum vitae 
Notícia 
Reportagem 
Crônica esportiva 
Ensaio biográfico 
 
 
Discussão de problemas sociais 
controversos 
 
 
ARGUMENTAR 
 
Sustentação, refutação e 
negociação de tomadas de 
posição 
Textos de opinião 
Diálogo argumentativo 
Carta do leitor 
Carta de reclamação 
Deliberação informal 
Debate regrado 
Discurso de defesa 
Discurso de acusação 
 
 
 
Transmissão e construção de 
saberes 
 
 
EXPOR 
 
Apresentação textual de 
diferentes formas dos saberes 
 
Seminário 
Conferência 
Artigo enciclopédico 
Entrevista de especialista 
Tomada de notas 
Resumos de textos expositivos 
e explicativos 
Relatório científico 
Relato de experiências 
científicas 
 
 
Instruções e prescrições 
 
DESCREVER AÇÕES 
 
Regulação mútua de 
Comportamentos 
Instruções de montagem 
Receita 
Regulamento 
Regras de jogo 
Instruções de uso 
Instruções 
 
13 
 
É importante considerar que um tipo textual pode aparecer em 
qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode 
conter mais de um tipo textual. Um tipo textual está contido num gênero 
e nunca ao contrário. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens 
narrativas, descritivas, injuntivas, e assim por diante, sem perder sua 
funcionalidade. 
 
 
DIVERSIDADE DE GÊNEROS TEXTUAIS 
 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
 
 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
 
14 
 
 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
GÊNERO TEXTUAL: 
 
 
OBJETIVO COMUNICATIVO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
LEITURA 
 
 
Indicação: 
Livro: Ler e Compreender: os sentidos do texto 
Autoras: Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias 
Editora: Contexto 
Ano: 2006 
 
 
Como interpretar bem um texto? 
Gustavo Bernado 
A interpretação dos textos não é uma atividade inventada pelos professores para desespero dos alunos. 
Antes da gente, as cartomantes, os quiromantes, os astrólogos e outros jogadores de búzios, entre tantos 
outros decifradores de mensagens ocultas, dedicam-se a interpretar imagens, indícios, coincidências, 
cartas, linhas das mãos, estrelas, conchas, cinzas e sonhos. 
A interpretação se torna uma atividade nobre, porém, quando se torna uma tarefa religiosa: instituir o 
significado da palavra de Deus através da interpretação dos livros sagrados, por exemplo a Bíblia. No 
princípio, só poderia haver uma interpretação correta do texto bíblico, restava encontrá-la. 
Esta origem do ato de interpretar deixou alguns problemas para o presente. Há leitores que ainda acham 
que só se possa encontrar uma e apenas uma interpretação correta para cada texto. Há outros leitores que 
defendem com ardor o seu direito à interpretação livre, entendendo que cada pessoa tem a sua 
interpretação, pessoal e intransferível. 
Ambos os grupos de leitores incorrem em equívoco. 
Por um lado, não há uma interpretação única sequer para a própria Bíblia. Por isso surgiram as religiões 
protestantes, que por definição protestavam contra a interpretação dominante dos católicos. Por esta razão, 
elas traduziram os textos sagrados para as línguas vulgares de modo a permitir a leitura e, 
consequentemente, a interpretação dos fiéis. 
Por outro lado, construir uma interpretação pessoal de um texto não é uma tarefa automática. Depende 
de respeito ao texto que se lê e aos contextos, quer do texto, quer do momento em que se lê. Na maioria 
das vezes, o que se chama de “minha interpretação” não passa de um aglomerado desorganizado de 
clichês e citações alheias lidas ou ouvidas sem digestão, sem trabalho pessoal de construção. 
Que a obra seja aberta, como mostrou Umberto Eco, não implica que ela seja escancarada. Ou seja: não 
vale tudo. O próprio Eco alertou: “dizer que um texto potencialmente não tem fim não significa que todo ato 
de interpretação possa ter um final feliz”.” As palavras do texto configuram um conjunto embaraçoso de 
evidências materiais que o leitor não pode deixar passar. 
Se não há, para cada texto, uma única interpretação correta, e se a interpretação de cada leitor também 
não é necessariamente correta, o problema de como interpretar bem persiste. 
Os filósofos antigos já se depararam com o fato perturbador de que cada livro possui alguma verdade, e 
que esta verdade é contraditória em relação à verdade de outros livros. Ora, se os livros falam a verdade 
mesmo quando se contradizem entre si, cada um deles deve ser compreendido como parte da mensagem: 
é a leitura de todos os livros que contéma mensagem. A verdade da interpretação se encontra no processo 
global de leitura, jamais neste texto ou naquele leitor. 
A popularização da interpretação dos textos bíblicos foi obviamente um avanço mas trouxe de 
contrabando um atraso, a saber: a multiplicação das seitas. Como boa parte das interpretações se esforça 
por excluir as demais, muitos religiosos de origem protestante negam a origem e a denominação de sua 
própria religião, aproximando-se do catolicismo (palavra que deriva de “universal”, sugerindo a ideia de uma 
única religião possível) que combatiam no começo de tudo. 
Ora, se a interpretação dos textos literários vai por esse caminho, entra em conflito frontal com a própria 
literatura, que pressupõe a suspensão momentânea de quaisquer verdades para melhor perspectivizar as 
possibilidades de saber. 
Preocupada com este conflito, a escritora Susan Sontag dedicou-se a escrever contra a própria 
interpretação, questionando a tendência dos interpretadores a separar a forma do conteúdo para atribuir 
http://www.editoracontexto.com.br/autores/ingedore-villaca-koch.html
http://www.editoracontexto.com.br/autores/vanda-maria-elias.html
16 
 
caráter acessório à primeira e essencial ao segundo. Essa tendência leva à formulação da pior de todas as 
perguntas: “o que o autor quis dizer?”. Encontramos essa pergunta pouco inteligente em muitas aulas e 
muitos manuais didáticos. A resposta do aluno mal educado pode ser, infelizmente, a mais correta: “sei lá, 
pô!”. 
O autor não se encontra presente, em alguns casos faleceu há séculos, logo deveria ter respeitado o seu 
direito mínimo de não ter mensagens postas na sua boca à revelia. O máximo que o leitor pode entender do 
texto é o que ele mesmo se tornou capaz de entender. É para esta condição que Oscar Wilde alertava, 
quando disse: “It is the spectator, and not life, that art really mirrors” – é o espectador, e não a vida, que a 
arte realmente reflete. 
Quando o leitor interpreta um texto, fala tão-somente do que pode falar: a verdade da sua leitura. A não 
ser para desqualificar todos os outros leitores e todas as outras leituras do mundo, não se pode falar da 
verdade intrínseca ou absoluta de um texto literário. O intérprete corre sempre o risco da arrogância, 
quando escava debaixo do texto para desenterrar o tal do “Sentido” maiúsculo que ali se encontraria 
soterrado. 
Para Susan Sontag, há uma minoria de casos em que a interpretação configura-se como um ato 
liberador que revê e transpõe valores. No entanto, a maioria das interpretações atuais seria “reacionária, 
impertinente, covarde, asfixiante.” Neste caso, a interpretação deveria ser condenada, porque “a Arte 
verdadeira tem a capacidade de nos deixar nervosos. Quando reduzimos a obra de arte ao seu conteúdo e 
depois interpretamos isto, domamos a obra de arte.” 
Nas palavras de Sontag, é preciso manter-se nervoso, perturbado, inquieto, depois do contato com a 
arte. Nas minhas palavras, é preciso preservar o enigma levantado pelo poeta, sem jamais resolvê-lo. 
O personagem de um romance de Isaías Pessoti declarava: “nenhum amor sobrevive à palavra, mas 
nenhum poder prescinde dela”. Nenhum amor sobrevive à palavra que se quer completa, ao “conte-me 
tudo não me esconda nada”, à insistência em escavar as verdades mais íntimas, em perguntar diariamente 
“mas o que é que você está pensando agora?”. Essa insistência não é amor, ou pelo menos não é só amor, 
se vem melada de um certo tipo de desespero que se traveste de suficiência para melhor esconder a 
necessidade de controle, isto é, a necessidade de exercer poder sobre o outro. 
Ora: o que vale para o amor vale para toda leitura – dos livros ou do mundo. 
Um exemplo sofisticado se encontra na interpretação usual dos narradores dos romances de Machado 
de Assis. Muitos críticos os consideram “unreliable” (em inglês, para parecer mais chique) – isto é, “não 
confiáveis”. De fato, Machado escreve muitos dos seus romances contra o próprio narrador – por tabela, 
contra o próprio leitor, uma vez que o leitor é forçado a tomar como sua a perspectiva da narrativa. Todavia, 
quando considera não confiável o narrador do escritor, o crítico finge que ele mesmo não seria também um 
dos alvos prioritários da ironia machadiana. Desta maneira, o crítico sugere que só ele mesmo, “o Crítico”, 
seria confiável. 
Na verdade, os narradores machadianos em primeira pessoa são tão confiáveis ou não confiáveis 
quanto qualquer narrador em primeira pessoa ou, mais amplamente, quanto qualquer pessoa. Bento 
Santiago, ao mesmo tempo que nos força a pressupor a traição de Capitu, mostra tantos indícios de que ela 
o traiu quanto de que não o fez. Brás Cubas mostra a si mesmo como um canalha, mas através das suas 
próprias palavras também podemos ler a decadência do sistema patriarcal do qual Brás Cubas é vítima e 
não causa. 
Todas estas restrições não nos permitem, entretanto, condenar a interpretação à morte, se este é o seu 
tempo. Condenada, a interpretação rirá de nós outros e ainda por cima nos obrigará a interpretar o seu riso. 
Como solucionar, então, o conflito entre a interpretação, que pressupõe tudo-dizer e tudo-esgotar, e a 
literatura, que pressupõe a suspensão momentânea das verdades, justo para não esgotá-las? 
Como sói acontecer, a formulação do problema contém a sua solução. Deve-se manter a questão e o 
conflito ativos e abertos. Um projeto inteligente de interpretação recua diante da solução final e protege a 
dúvida, preservando tanto o enigma do texto quanto a leitura do outro. 
 
Texto disponível em <http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna>. Acesso em 06 de março de 2014, às 20h. 
 
 
 
http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna
17 
 
 FIXAÇÃO 
 
1. O pai conversa com a filha ao telefone e diz 
que vai chegar atrasado para o jantar. 
Nesta situação, podemos dizer que o canal é: 
a) o pai 
b) a filha 
c) fios de telefone 
d) o código 
e) a fala 
 
2. Assinale a alternativa incorreta: 
a) Só existe comunicação quando a pessoa que 
recebe a mensagem entende o seu significado. 
b) Para entender o significado de uma 
mensagem, não é preciso conhecer o código. 
c) As mensagens podem ser elaboradas com 
vários códigos, formados de palavras, desenhos, 
números 
etc. 
d) Para entender bem um código, é necessário 
conhecer suas regras. 
e) Conhecendo os elementos e regras de um 
código, podemos combiná-los de várias maneiras, 
criando 
novas mensagens. 
 
3. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra 
em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois 
não sabia falar com fluência a língua Espanhola. 
Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta 
palestra seria um 
fracasso porque: 
a) não dominava os signos 
b) não dominava o código 
c) não conhecia o referente 
d) não conhecia o receptor 
e) não conhecia a mensagem 
 
4. Um guarda de trânsito percebe que o motorista 
de um carro está em alta velocidade. Faz um 
gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o 
gesto que o guarda faz para o motorista parar, 
podemos dizer que é: 
a) o código que ele utiliza 
b) o canal que ele utiliza 
c) quem recebe a mensagem 
d) quem envia a mensagem 
e) o assunto da mensagem 
 
5. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o 
chama: “Felipe está na hora de acordar”. 
O que está destacado é: 
a) o emissor 
b) o código 
c) o canal 
d) a mensagem 
e) o referente 
 
6. Reconheça nos textos a seguir, as funções da 
linguagem: 
a) "O risco maior que as instituições republicanas 
hoje correm não é o de se romperem, ou serem 
rompidas, mas o de não funcionarem e de 
desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-
vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação 
e da complacência. Diante do povo, diante do 
mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso 
agora é fazer funcionar corajosamente as 
instituições para lhes devolver a credibilidade 
desgastada. O que é preciso (e já não há como 
voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda 
mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é 
apurar tudo oque houver a ser apurado, doa a 
quem doer." (O Estado de São Paulo) 
 
b) O verbo infinitivo 
 Ser criado, gerar-se, transformar 
 O amor em carne e a carne em amor; nascer 
 Respirar, e chorar, e adormecer 
 E se nutrir para poder chorar 
 
 Para poder nutrir-se; e despertar 
 Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir 
 E começar a amar e então ouvir 
 E então sorrir para poder chorar. 
 
 E crescer, e saber, e ser, e haver 
 E perder, e sofrer, e ter horror 
 De ser e amar, e se sentir maldito 
 
 E esquecer tudo ao vir um novo amor 
 E viver esse amor até morrer 
 E ir conjugar o verbo no infinito... 
(Vinícius de Morais) 
 
 
c) "Para fins de linguagem a humanidade se 
serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a 
que se dá o nome genérico de voz, determinados 
pela corrente de ar expelida dos pulmões no 
fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou 
outra maneira, é modificada no seu trajeto até a 
parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.) 
 
d) " - Que coisa, né? 
 - É. Puxa vida! 
 - Ora, droga! 
 - Bolas! 
 - Que troço! 
 - Coisa de louco! 
 - É!" 
 
e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. 
Ultra Lights." 
 
 
f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo 
desejava que um grito me anunciasse qualquer 
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, 
http://gramaticaelinguagem.blogspot.com/2010/06/exercicios-sobre-os-elementos-da.html
http://gramaticaelinguagem.blogspot.com/2010/06/exercicios-sobre-os-elementos-da.html
http://gramaticaelinguagem.blogspot.com/2010/06/exercicios-sobre-os-elementos-da.html
http://www.coladaweb.com/
http://www.coladaweb.com/
18 
 
aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria 
tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os 
degraus e fui espalhar no quintal os fios da 
gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia 
piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o 
pensamento embaralhar-se longe daquelas 
porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me 
no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à 
janela, olhando as pernas dos transeuntes." 
(Graciliano Ramos) 
 
g) " - Que quer dizer pitosga? 
 - Pitosga significa míope. 
 - E o que é míope? 
 - Míope é o que vê pouco." 
 
 
7. No texto abaixo, identifique as funções da 
linguagem: 
 "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao 
coração de Marcela, não já cavalgando o corcel 
do cego desejo, mas o asno da paciência, a um 
tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há 
dois meios de granjear a vontade das mulheres: o 
violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, 
como o cisne de Leda e a chuva de ouro de 
Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por 
estarem fora de moda, aí ficam trocados no 
cavalo e no asno." (Machado de Assis) 
 
 
8. Descubra, nos textos a seguir, as funções de 
linguagem: 
 
a) "O homem letrado e a criança eletrônica não 
mais têm linguagem comum." (Rose-Marie 
Muraro) 
 
b) "O discurso comporta duas partes, pois 
necessariamente importa indicar o assunto de 
que se trata, e em seguida a demonstração. (...) A 
primeira destas operações é a exposição; a 
segunda, a prova." (Aristóteles) 
 
c) "Amigo Americano é um filme que conta a 
história de um casal que vive feliz com o seu filho 
até o dia 
em que o marido suspeita estar sofrendo de 
câncer." 
 
d) "Se um dia você for embora 
 Ria se teu coração pedir 
 Chore se teu coração mandar." (Danilo 
Caymmi & Ana Terra) 
 
e) "Olá, como vai? 
 Eu vou indo e você, tudo bem? 
 Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no 
futuro e você? 
 Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono 
tranquilo..." (Paulinho da Viola) 
 
 
9. Quais as funções da linguagem predominantes 
no poema abaixo? 
Poética 
 
Que é poesia? 
uma ilha 
cercada 
de palavras 
por todos os lados 
Que é um poeta? 
um homem 
que trabalha um poema 
com o suor do seu rosto 
Um homem 
que tem fome 
como qualquer outro 
homem. 
(Cassiano Ricardo) 
 
 
10. Qual a função da linguagem comum às duas 
historinhas? 
Texto I 
 
 
TextoII
 
 11. Veja a charge a seguir o e diga o que você 
sabe sobre o assunto tratado na mesma. Para 
facilitar seu trabalho, escreva pequenos períodos 
(frases) respondendo as perguntas: Sobre o que 
ela fala? É um problema atual? Como ele afeta 
sua vida? Há solução para o problema? 
 
http://lh3.ggpht.com/-N0W3rRtKgsg/TgI7_RPHpzI/AAAAAAAAL3A/J6Q4FaQl35g/s1600-h/clip_image002%5b5%5d.gif
19 
 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
12. Faça o mesmo agora com a charge abaixo. 
Após ver a imagem, responda em forma de texto 
as perguntas: Sobre o que ela fala? É um 
problema atual? Você lembra de algum exemplo 
relacionado ao assunto? Há solução para o 
problema? 
 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
13. Analise e responda: 
I. O foco narrativo do narrador-personagem é de 
primeira pessoa, podendo corresponder, 
inclusive, ao protagonista. 
II. O narrador em terceira pessoa se caracteriza 
por ter uma visão subjetiva, total e impessoal dos 
fatos. 
III. Ambos os focos narrativos podem ser 
caracterizar pela “onisciência” do narrador. 
 
(A) Apenas I está incorreta. 
(B) Apenas III está incorreta. 
(C) I e II estão incorretas. 
(D) II e III estão incorretas. 
(E) Nenhuma está incorreta. 
 
14. Leia e classifique os narradores: 
 
1. “Os campos, segundo o costume, acabava de 
descer do almoço e, a pena atrás da orelha, p 
lenço por dentro do colarinho, dispunha-se a 
prosseguir o trabalho interrompido poucos antes. 
Entrou no escritório e foi sentar-se à secretária” 
(Aluísio Azevedo) 
 
2. “Coloquei-me acima de minha classe, creio que 
me elevei bastante. Como lhes disse, fui guia de 
cego, vendedor de doces e trabalhador de 
aluguel. Estou convencido de quem nenhum 
desses ofícios me daria os recursos intelectuais 
necessários para engenhar esta narrativa.” 
(Graciliano Ramos) 
3. “Um segundo depois, muito suave ainda, o 
pensamento ficou levemente mais intenso, quase 
tentador: não dê, elas são suas. Laura espantou-
se um pouco: por que as coisas nunca eram 
dela?” (Clarice Lispector) 
 
( ) narrador participante 
( ) narrador observador 
( ) narrador onisciente 
 
A sequência correta é: 
(A) 1, 2, 3 
(B) 1, 3, 2 
(C) 2, 3, 1 
(D) 2, 1, 3 
(E) 3, 2, 1 
 
15. Os gêneros conto e crônica não têm em 
comum: 
(A) o suporte 
(B) a extensão 
(C) a presença da narrativa 
(D) a definição de tempo-espaço 
(E) a intenção artística literária 
 
16. Com relação ao gênero do texto, é correto 
afirmar que a crônica: 
 
(A) parte do assunto cotidiano e acaba por criar 
reflexões mais amplas; 
(B) tem como função informar o leitor sobre os 
problemas cotidianos; 
(C) apresenta uma linguagem distante da 
coloquial, afastando o público leitor; 
(D) tem um modelo fixo, com um diálogo inicial 
seguido de argumentação objetiva; 
(E) consiste na apresentação de situações pouco 
realistas, em linguagem metafórica. 
http://lh4.ggpht.com/-YnkS20Gpdvg/TgI8Bbx4IcI/AAAAAAAAL3I/9huh8hYN5M4/s1600-h/clip_image004%5b47%5d.jpg
http://lh4.ggpht.com/-YnkS20Gpdvg/TgI8Bbx4IcI/AAAAAAAAL3I/9huh8hYN5M4/s1600-h/clip_image004%5b47%5d.jpg
20 
 
PINTOU NO ENEM 
QUESTÃO 01 
 
________________________________________ 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 03 
 
 
________________________________________ 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
21 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
________________________________________ 
QUESTÃO 06 
 
 
QUESTÃO 07 
 
 
 
________________________________________ 
QUESTÃO 08 
 
 
 
22 
 
QUESTÃO 09 
 
 
 
_________________________________________ 
QUESTÃO 10 
 
 
 
 QUESTÃO 11 
 
 
____________________________________________QUESTÃO 12 
 
 
23 
 
QUESTÃO 13 
 
________________________________________ 
QUESTÃO 14 
 
QUESTÃO 15 
 
 
 
QUESTÃO 16 
 
 
 
24 
 
QUESTÃO 17 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 18 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
GABARITO - Unidade 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXAÇÃO PINTOU NO ENEM 
1 C 11 Aquecimento global 1 E 11 D 
2 B 12 Violência na escola 2 E 12 E 
3 B 13 B 3 A 13 C 
4 A 14 D 4 B 14 D 
5 D 15 E 5 A 15 A 
6 Ver páginas 04 a 06 16 A 6 B 16 D 
7 Ver páginas 04 a 06 17 - 7 E 17 D 
8 Ver páginas 04 a 06 18 - 8 A 18 E 
9 Ver páginas 04 a 06 19 - 9 E 19 - 
10 Ver páginas 04 a 06 20 - 10 D 20 - 
26 
 
UNIDADE 2 - Estudo da Língua 
 
 
 
 
Variação linguística 
 
A língua abriga vários registros que dependem basicamente da situação de fala e de com quem se fala. 
Há variações dentro da mesma língua decorrentes de fatores como: a região geográfica (nordestino, 
mineiro, carioca, paulista etc.), o sexo, a idade, a classe social e o grau de instrução dos falantes e o grau 
de formalidade do contexto (formal e informal). 
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada 
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial. 
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No 
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito 
linguístico. 
A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está 
relacionada a um grupo de pessoas de maior prestígio social. 
Aula de Português (Carlos Drummond de Andrade, 1999) 
A linguagem 
na ponta da língua, 
tão fácil de falar 
e de entender. 
 
A linguagem 
na superfície estrelada de letras, 
sabe lá o que ela quer dizer? 
 
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe 
e vai desmatando 
o amazonas de minha ignorância. 
Figuras de gramática, esquipáticas, 
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me. 
 
Já esqueci a língua em que comia, 
em que pedia para ir lá fora, 
em que levava e dava pontapé, 
a língua, breve língua entrecortada 
do namoro com a prima. 
 
O português são dois: o outro, mistério. 
 
27 
 
Tipos de variação: 
 
Variação histórica: acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada ao 
serem comparados dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante 
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos 
socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, 
período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e 
finalmente consagra-se pelo uso, na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de 
significado. 
 
Variação geográfica: refere-se a diferentes formas de pronúncia, às diferenças de vocabulário e de 
estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades 
linguísticas menores, em torno de centros polarizadores da cultura, da política e da economia, que acabam 
por definir os padrões lingüísticos utilizados na região sob sua influência. As diferenças linguísticas entre as 
regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. 
 
Variação social: agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, o grau de educação, a 
idade e o gênero do indivíduo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como 
poderia acontecer na variação regional. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico 
de uma pessoa, e há a possibilidade de que alguém, oriundo de um grupo menos favorecido, venha a 
atingir o padrão de maior prestígio. 
 
Variação estilística: refere-se às diferentes circunstâncias de comunicação em que se coloca um mesmo 
indivíduo: o ambiente em que se encontra (familiar ou profissional, por exemplo) o tipo de assunto tratado e 
quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois 
limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas 
linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é 
máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. 
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita efalada, pois os dois estilos ocorrem em 
ambas as formas de comunicação. 
 
 
 
 
 
 
Níveis das variações: 
Fonética: alteração na pronúncia das palavras. 
Ex: planta/pranta; vossa mercê/ você/ocê/cê. 
Morfológica: alteração na forma das palavras. 
Ex: Verão/ verãos, limão/limões (oposição aos – ões). 
Sintática: alteração na correlação entre as palavras. 
Ex: Os meninos fizeram o dever. / Os menino fez o dever. 
Lexical: alteração na escolha das palavras. 
Ex: mandioca /aipim; “Choveu direto essa semana”/ “Choveu todos os dias 
nesta semana” 
 
 
 
 
Existem diversas formas de se dizer a mesma coisa em um 
mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. 
 LABOV, 1972 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Significado
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunidade_ling%C3%BC%C3%ADstica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunidade_ling%C3%BC%C3%ADstica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_(sociedade)
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=L%C3%ADngua_escrita&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_falada
28 
 
 
Atividade para reflexão linguística: 
 
Seu dotô me conhece ? 
Patativa do Assaré 
Seu dotô, só me parece 
Que o sinhô não me conhece, 
Nunca sôbe que sou eu, 
Nunca viu minha paioça, 
Minha muié, minha roça 
E os fio que Deus me deu. 
 
Se não sabe, escute agora, 
Que vou contá minha história, 
Tenha bondade de uvi: 
Eu sou da crasse matuta, 
Da crasse que não desfruta 
Das riqueza do Brasi. 
 
1) Identifique os exemplos de variação linguística no poema e 
defina o nível da variação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Caso o poema fosse redigido na variedade culta da língua 
portuguesa, o que se perderia no que tange ao objetivo do 
poema? 
 
A GRAMÁTICA 
 
Toda língua possui uma estrutura, ou seja, todos os seus elementos estão intimamente ligados. Uma 
língua é, não só um conjunto de palavras, mas também um conjunto de regras, aprendidas desde cedo, que 
permite aos falantes construir e decodificar enunciados. O conjunto dessas regras é chamado de gramática. 
Todo falante tem o conhecimento natural da gramática de sua língua. No entanto, paralelamente a essa 
gramática natural, tem-se a gramática normativa. 
A gramática normativa é um conjunto de regras sistematizadas que estabelecem um determinado uso da 
língua, chamado de uso culto, norma culta, ou norma padrão. Essas regras impõem um padrão de 
linguagem a ser seguido pelos falantes, já que possui um prestígio social. 
 
 
 
 
 
GRAMATICALIDADE E AGRAMATICALIDADE 
 
Como visto anteriormente, não há certo ou errado dentro das variedades linguísticas. Falar “nóis vai” ao 
invés de “nós vamos” é apenas uma variação, embora “nós vamos” tenha mais prestígio social. Sendo 
assim, dentro da linguagem, tem-se a noção de gramaticalidade e agramaticalidade para aquilo que atende 
ou não às regras naturais da língua. 
GRAMATICAL 
AGRAMATICAL GRAMÁTICA NORMATIVA GRAMÁTICA NATURAL 
Assisti ao jogo. Assisti o jogo. Jogo o assisti. 
Disseram-me a verdade. Me disseram a verdade. Disseram verdade me a. 
 
 
Todas as variedades constituem sistemas linguísticos perfeitamente adequados para a expressão das 
necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes, das as práticas sociais e os hábitos culturais de 
suas comunidades. O preconceito linguístico e uma forma de discriminação que deve ser combatida. 
29 
 
 
Fala e escrita 
 
A língua falada e a língua escrita, emborasejam expressões de um mesmo idioma, apresentam 
características que nos permite a identificação de suas particularidades. Apesar da divisão (de cunho 
didático), as duas modalidades formam um contínuo linguístico, que é bastante visível em determinados 
gêneros textuais, como o chat ou bate-papo pela internet ou por mensagens telefônicas. 
As diferenças entre a fala e a escrita são: 
 
FALA ESCRITA 
contextualizada descontextualizada 
dependente autônoma 
implícita explícita 
redundante condensada 
não planejada planejada 
imprecisa precisa 
não normatizada normatizada 
fragmentária completa 
 
 
Falo de um modo, mas escrevo de outro?! 
 
De fato, falamos de um modo, mas escrevemos de outro, pois língua escrita e língua falada são duas 
modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas suas características próprias. 
Quando falamos, além das palavras, utilizamos outros elementos como os gestos, os olhares, a 
expressão do rosto e, principalmente, algo chamado entoação da frase. Pela entoação distinguimos uma 
frase afirmativa de uma interrogativa, uma frase dita com seriedade de outra dita com ironia, por exemplo. 
Quando escrevemos, entretanto, não há mais gestos, nem olhares, nem entoação. Sobram apenas as 
palavras. É por isso que, ao redigirmos relatórios, documentos, resenhas ou quaisquer outros tipos de texto 
escrito, devemos ter cuidado especial com a pontuação, a ortografia, a concordância e a colocação das 
palavras. Do contrário, corremos o risco de não sermos devidamente interpretados; nosso texto ficará 
confuso, comprometendo, assim, a comunicação. 
É válido ressaltar, também, que a língua escrita não é nem mais nem menos importante que a língua 
falada. Não existe "superioridade" de uma ou outra. São apenas modalidades diferentes que se realizam em 
situações diferentes. 
 
 
 
 
30 
 
 
Morfologia 
 
Estrutura das palavras 
A estrutura interna das palavras 
 
RADICAL: é a forma mínima (morfema) que indica o sentido básico de uma palavra. 
 
VOGAL TEMÁTICA: é um morfema vocálico que se acrescenta ao radical, preparando-o para receber as 
desinências. 
O tema é o acréscimo da vogal temática ao radical. 
 
 DESINÊNCIAS: são morfemas que correspondem às flexões das palavras variáveis. Podem ser nominais 
(gênero e número) ou verbais (tempo e modo). 
 
AFIXOS: são morfemas que acrescentados ao radical, alteram sua significação básica. Subdividem-se em 
prefixo, colocado antes do radical (infeliz), e sufixo, colocado depois do radical (felizmente). 
 
VOGAL e CONSOANTE DE LIGAÇÃO: são elementos mórficos que não possuem significação gramatical própria, 
mas são necessários para facilitar ou até possibilitar a pronúncia de determinadas construções (silv-í-cola, 
pe-z-inho, pobre-t-ão, rat-i-cida, rod-o-via). 
 
 ALOMORFES: são as variações que os morfemas sofrem (amaria - amaríeis; feliz - felicidade). 
 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
 
PALAVRAS PRIMITIVAS - não derivam de outras (casa, flor) 
PALAVRAS DERIVADAS - derivam de outras (casebre, florzinha) 
PALAVRAS SIMPLES - só possuem um radical (couve, flor) 
PALAVRAS COMPOSTAS - possuem mais de um radical (couve-flor) 
 
As palavras são formadas por: 
 
COMPOSIÇÃO - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição: 
a) justaposição: quando não ocorre a alteração fonética. 
Ex: girassol, sexta-feira. 
 
b) aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de elementos. 
Ex: pernalta, de perna + alta. 
 
DERIVAÇÃO - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de afixos. São cinco tipos de 
derivação: 
a) prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva. 
Ex: in-útil. 
 
b) sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva. 
Ex: clara-mente. 
 
c) parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra primitiva. 
31 
 
Ex: em - lata - ado. 
 
d) regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo, formam-se substantivos abstratos por 
derivação regressiva de formas verbais. 
Ex: ajuda / de ajudar. 
 
e) imprópria: alteração da classe gramatical da palavra primitiva . 
Ex: "o jantar" - de verbo para substantivo. 
A língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras: 
 
HIBRIDISMO: palavras compostas ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes. 
Ex: automóvel e monóculo (grego e latim) 
 
ONOMATOPÉIA: reprodução imitativa de sons. 
Ex: pingue-pingue, zunzum, miau. 
 
ABREVIAÇÃO VOCABULAR: redução da palavra até o limite de sua compreensão. 
Ex: metrô, moto, pneu, extra, dr., obs. 
 
SIGLAS: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras. 
Ex:Academia Brasileira de Letras- ABL;Partido do Trabalhador- PT. 
 
NEOLOGISMO: nome dado ao processo de criação de novas palavras. 
 
 
 
CLASSES DE PALAVRAS 
 
As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações. Podemos classificá-las 
em: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, artigo, numeral, advérbio, preposição, interjeição e conjunção. 
 
1) SUBSTANTIVO 
É uma palavra que designa um ser real ou imaginário. 
 
COMUM, COLETIVO E PRÓPRIO 
a) Substantivo comum: faz referência a todos os seres de uma espécie, designando-os em termos de 
suas propriedades essenciais. 
Ex: casa, mesa, água. 
 
b) Substantivo coletivo: designa um conjunto de coisas ou seres de uma espécie ou corporações 
sociais e religiosas agrupadas para determinado fim. Apresenta-se de forma singular. 
32 
 
Ex: Bando (de aves) 
 
c) Substantivo próprio: faz referência a seres particulares, únicos, dentre aqueles de uma mesma 
espécie. 
Ex: Carlos, Patrícia, Espírito Santo, Botafogo. 
 
CONCRETO E ABSTRATO 
a) Substantivo concreto: designa os seres que têm uma existência independente, real ou imaginária. 
Ex: pedra, carro, flor, Deus, alma, fada, Pedro. 
 
b) Substantivo abstrato: nomeia conceitos como ações, estados, qualidades, sentimentos, sensações, 
que não têm uma existência independente. Sua manifestação está sempre associada a um ser do 
qual depende a sua existência. 
Ex: amor, felicidade, beleza, ódio, doença. 
 
FLEXÕES DOS SUBSTANTIVOS 
GÊNERO: masculino ou feminino. 
NÚMERO: singular ou plural. 
GRAU: normal, diminutivo ou aumentativo. 
 
2) ADJETIVO 
É a palavra variável que atribui uma especificação ao substantivo, caracterizando-o. Pode indicar uma 
qualidade, um estado, a aparência ou um modo de ser dos referentes dos substantivos. Concorda em 
gênero e número com o substantivo que determina. 
 
ADJETIVOS PÁTRIOS: são os adjetivos derivados de substantivos que se referem a países, estados, 
províncias, regiões, cidades, aldeias, vilas, povoados etc. 
Ex: Nordestino, brasileiro, acreano, mineiro, sergipano, carioca. 
 
LOCUÇÃO ADJETIVA: conjunto de palavras (geralmente preposições+ substantivos ou 
preposições+advérbios) com valor e função de adjetivo. 
Ex: estar com fome = estar faminto, andar de cima = andar superior, indivíduo sem caráter. 
 
FLEXÕES DOS ADJETIVOS 
GÊNERO: uniforme (inteligente) ou biforme (honesto, honesta). 
NÚMERO: singular ou plural. 
GRAU: comparativo e superlativo. 
 
O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades 
de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como / quão); de superioridade: mais alto (do) 
que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de inferioridade: menos alto (do) que. 
O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso. Pode ser classificado como 
absoluto, quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de 
advérbio de intensidade) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo). 
 
3) ARTIGO 
É a palavra variável em gênero e número que se antepõe aos substantivos, determinando-os. A 
determinação operada pelo artigo pode ser definida ou indefinida.ARTIGO DEFINIDO - o, a, os, as: um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie. 
33 
 
ARTIGO INDEFINIDO - um, uma, uns, umas: um ser qualquer entre outros de mesma espécie. 
Podem aparecer combinados com preposições: numa, do, à, entre outros. 
 
4) NUMERAL 
É uma classe especial de palavras que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração. 
Classifica-se como: 
CARDINAL: 1, 2, 3, ... 
ORDINAL : primeiro, segundo, terceiro,... 
MULTIPLICATIVO: dobro, duplo, triplo, ... 
FRACIONÁRIO: meio, metade, terço,... 
COLETIVOS: dezena, dúzia, par... 
Quanto ao valor, os numerais podem apresentar valor adjetivo ou substantivo. Se estiverem 
acompanhando e modificando um substantivo, terão valor adjetivo. Já se estiverem substituindo um 
substantivo e designando seres, terão valor substantivo. 
Ex: Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor adjetivo) 
Ele será o primeiro desta vez. (valor substantivo). 
 
5) INTERJEIÇÃO 
É uma palavra invariável que expressa estados emocionais do falante, variando de acordo com o 
contexto emocional. 
 
LOCUÇÕES INTERJETIVAS: puxa vida!, não diga!, que horror!, graças a Deus!, ora bolas!, cruz credo! 
 
6) PRONOME 
É palavra variável que identifica os participantes da interlocução e os seres, eventos ou situações aos 
quais o discurso faz referência, substituindo ou acompanhando um substantivo. 
 
PESSOAS DO DISCURSO: 
1ª pessoa - aquele que fala, emissor. 
2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor. 
3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente. 
 
PRONOME SUBSTANTIVO: substitui um substantivo. 
Ex: Ele prestou socorro. 
PRONOME ADJETIVO: acompanha um substantivo. 
Ex: Aquele rapaz é belo. 
PRONOME PESSOAL: faz referência explícita e direta às pessoas do discurso. 
 
 
EXPRESSÃO INTERJEIÇÃO EXPRESSÃO INTERJEIÇÃO 
ALEGRIA ah!, oh!, oba! APLAUSO bravo!, bis!, mais um! 
ADVERTÊNCIA cuidado!, atenção CHAMAMENTO alô!, olá!, psit! 
AFUGENTAMENTO fora!, rua!, passa!, xô! DESEJO oxalá!, tomara! / dor - ai!, ui! 
ALÍVIO ufa!, arre! ESPANTO puxa!, oh!, chi!, ué! 
ANIMAÇÃO coragem!, avante!, eia! IMPACIÊNCIA hum!, hem! 
 SILÊNCIO silêncio!, psiu!, quieto! 
34 
 
 
PRONOMES PESSOAIS 
PESSOAS DO 
DISCURSO 
RETOS PRONOMES OBLÍQUOS 
ÁTONOS TÔNICOS 
Singul
ar 
1ª 
2ª 
3ª 
eu 
tu 
ele, 
ela 
me 
te 
o, a, lhe 
se 
mim, 
comigo 
ti, contigo 
ele, ela 
si, consigo 
Plural 
1ª 
2ª 
3ª 
nós 
vós 
eles,el
as 
nos 
vos 
os, as, 
lhes 
se 
nós, 
conosco 
vós, 
convosco 
eles, elas 
 si, consigo 
 
Os pronomes pessoais retos desempenham a função de sujeito ou predicativo do sujeito. 
Os pronomes pessoais oblíquos desempenham funções de objeto direto, objeto indireto, complemento 
nominal, adjunto adverbial ou agente da passiva. 
Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. 
 
 
Os pronomes oblíquos átonos atuam, sintaticamente, como complementos de verbos e a posição que 
ocupam na sentença variam. Eles podem aparecer em posição de ênclise (após o verbo do qual é 
complemento); em posição de próclise (antes do verbo) ou em posição de mesóclise (entre a forma 
derivada do infinitivo e as desinências modo-temporais e número-pessoais no futuro do presente e futuro do 
pretérito). 
Ex: 
 Ênclise: Faça-me o favor de não chegar atrasado à aula. 
 Próclise: Ontem o vi no cinema. 
 Mesóclise: Emprestar-lhe-ei os discos para a festa. 
 
 
Atenção! 
Na oralidade, é comum 
utilizar o pronome 
oblíquo átono no início da 
sentença. 
35 
 
PRONOME DE TRATAMENTO: palavra ou locução que funciona como verdadeiro pronome pessoal e é utilizada 
para designar o interlocutor. 
Ex: Vossa Excelência, Vossa Alteza, Vossa Senhoria. 
 
PRONOME POSSESSIVO: faz referência às pessoas do discurso, indicando uma relação de posse. 
Os pronomes possessivos, normalmente, ocorrem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir 
depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase. 
Meu filho não anda de moto. X Filho meu não anda de moto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRONOME DEMONSTRATIVO: faz referência às pessoas do discurso, estabelecendo, entre elas e os seres por 
ele designado, uma relação de proximidade ou distanciamento, no tempo e no espaço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Também são pronomes demonstrativos: mesmo(a)(s), próprio(a)(s), semelhante(s) e tal (tais) quando 
determinam substantivos. 
Ex: Ele já sabia que tais boatos iriam circular após a separação. 
Os demonstrativos podem ocorrer combinados com as preposições de e em: deste, neste, disto, nisto, 
desse, nesse, disso, nisso, daquele, naquele, daquilo, naquilo. 
 
PRONOME INDEFINIDO: faz referência à 3ª pessoa do discurso de uma maneira indefinida, vaga, imprecisa e 
genérica. 
Alguns pronomes indefinidos podem variar quanto ao gênero e número, outros variam apenas quanto ao 
número e outros são invariáveis. 
VARIÁVIES 
INVARIÁVEIS GÊNERO E NÚMERO (A/S) NÚMERO (S) 
todo, algum, vários, nenhum, 
certo, outro, muito, pouco, 
quanto, tanto, um. 
Qualquer (quaisquer), 
qual(quais), bastante 
(bastantes) 
quem, alguém, ninguém, outrem, que, 
algo, tudo, nada, cada, mais, menos, 
demais 
 
 UM POSSUIDOR VÁRIOS POSSUIDORES 
PESSOA GÊNERO NÚMERO 
 SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL 
1ª pessoa Masc. 
Fem. 
meu 
minha 
Meus 
minhas 
Nosso 
nossa 
Nossos 
nossas 
2ª pessoa Masc. 
Fem. 
teu 
tua 
teus 
tuas 
vosso 
vossa 
vossos 
vossas 
3ª pessoa Masc. 
Fem. 
seu 
sua 
seus 
suas 
seu 
sua 
seus 
suas 
VARIÁVEIS 
INVARIÁVEIS MASCULINO FEMININO 
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL 
Este Estes Esta Estas Isto 
Esse Esses Essa Essas Isso 
aquele aqueles aquela aquelas aquilo 
36 
 
PRONOME RELATIVO: faz referência a algum elemento anteriormente mencionado no texto, considerado seu 
antecedente, com o qual estabelece uma relação anafórica e introduz uma oração subordinada adjetiva. 
Os pronomes relativos podem ser variáveis ou invariáveis. 
VARIÁVIES (A/S) INVARIÁVEIS 
o qual, cujo, quanto que, quem, onde, quando, como 
 
O pronome cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse entre o antecedente e o termo que eles 
especificam. Seu sentido equivale ao de de quem, do qual, de que. 
Ex: Nunca coma em um restaurante cujo cozinheiro almoça fora.(o cozinheiro do restaurante) 
O pronome onde é relativo quando indica lugar e pode ser substituído por em que. 
Ex: Quero comprar uma casa com um quintal onde (em que) eu possa construir uma piscina. 
 
PRONOME INTERROGATIVO: é usado nas perguntas diretas ou indiretas e faz referência à 3ª pessoa do 
discurso. 
São pronomes interrogativos: que, quem, qual, quanto. 
Ex: Pergunta direta: Que são pronomes interrogativos? 
 Pergunta indireta: O professor perguntou ao aluno que são pronomes interrogativos. 
 
7) PREPOSIÇÃO 
É a palavra invariável que conecta termos de sintagmas, estabelecendo entre eles uma relação de 
dependência. Divide-se em essenciais (exclusivamente preposições) ou acidentais (palavras de outras 
classes, mas que funcionam como preposições). 
 
ESSENCIAIS ACIDENTAIS 
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, 
entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás 
afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, 
fora, salvo, segundo, senão, mediante, visto etc. 
 
Quanto ao emprego, as preposições podem ser usadas em: 
COMBINAÇÃO: ocorre quando a preposição a junta-se ao artigo masculino singular (ao) ou plural (aos). 
Nesse caso, não há perda fonética. 
CONTRAÇÃO: ocorre quando, ao combinar-se com outra palavra, a preposição sofre alguma modificação 
em sua constituição fonológica. Há, portanto, perda fonética (na/aquela> naquela). 
LOCUÇÕES PREPOSITIVAS: são duas ou mais palavras que funcionam solidariamente com o sentido de 
preposições. Em geral, são formadas de advérbio (ou locução adverbial) + preposição: abaixo de, acerca 
de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, juntode, 
perto de, até a, a par de, devido a. 
Observa-se que a última palavra da locução prepositiva é sempre uma preposição, enquanto a última 
palavra de uma locução adverbial nunca é preposição. 
 
8) CONJUNÇÃO 
É a palavra que liga duas orações ou termos de mesma função na oração. Quando a conjunção exerce 
seu papel de ligar as orações, estabelece entre elas uma relação de coordenação (“independência”) ou 
subordinação (dependência). 
As conjunções classificam-se em: 
 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois 
termos que exercem a mesma função sintática dentro da oração. 
Apresentam cinco tipos: 
37 
 
TIPOS IDEIA CONJUNÇÕES 
ADITIVAS adição e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda 
ADVERSATIVAS contraste, oposição mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia, antes (= 
pelo contrário), não obstante, apesar disso 
ALTERNATIVAS alternância ou exclusão ou, ou...ou, ora...ora, seja... seja, quando... quando, já... já 
CONCLUSIVAS conclusão pois, logo, portanto, por isso, por conseguinte. 
EXPLICATIVAS explicação porque, que 
 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: aquelas que ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. 
Apresentam dez tipos: 
TIPOS IDEIA CONJUNÇÕES 
INTEGRANTES “introdutórias de 
orações subordinadas 
substantivas” 
 que, se, como 
CAUSAIS causa porque, como, uma vez que, já que, que, porquanto, visto 
que, pois que 
 CONCESSIVAS concessão embora, ainda que, mesmo que, apesar de que, 
conquanto, posto que, se bem que 
CONDICIONAIS condição ou hipótese se, desde que, contanto que, caso, conquanto que, a não 
ser que, a menos que, sem que, salvo se, dado que 
CONFORMATIVAS conformidade conforme, segundo, como, consoante 
 COMPARATIVAS comparação como, mais...do que, menos...do que 
CONSECUTIVAS consequência de forma que, de sorte que, que, de maneira que, de tal 
modo que, sem que 
FINAIS finalidade a fim de que, que, porque, para que 
PROPORCIONAIS proporção à medida que, à proporção que, ao passo que 
TEMPORAIS tempo quando, depois que, desde que, logo que, assim que, 
antes que, até que, enquanto que, primeiro que, depois 
que, sempre que 
 
9) ADVÉRBIO 
É a palavra invariável que se associa ao verbo, indicando as circunstâncias da ação verbal; aos adjetivos, 
intensificando as qualidades por eles expressas; e a outros advérbios, intensificando o seu sentido. 
Os advérbios podem expressar circunstâncias de: 
LUGAR: longe, junto, acima, ali, lá, atrás, alhures. 
TEMPO: breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente, ainda. 
MODO: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria dos advérbios com sufixo –mente. 
DÚVIDA: quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente. 
INTENSIDADE: muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão. 
AFIRMAÇÃO: sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente. 
NEGAÇÃO: não, qual nada, tampouco, absolutamente. 
38 
 
 
 
LOCUÇÕES ADVERBIAIS: são expressões constituídas de duas ou mais palavras que exercem função 
adverbial. Resultam geralmente da combinação preposição + (artigo) + substantivo ou de preposição + 
(artigo) + advérbio. 
 
10) VERBO 
 
 
É a palavra que pode variar em número, pessoa, modo, tempo e voz, indicando ações, processos, 
estados, mudanças de estado e manifestações de fenômenos da natureza. 
FLEXÃO VERBAL 
NÚMERO: singular ou plural. 
PESSOA: 1ª, 2ª ou 3ª. 
MODO: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um 
fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido). 
TEMPO: pretérito (perfeito, imperfeito, mais- que prefeito), presente e futuro (futuro de presente e futuro do 
pretérito). 
VOZ: ativa, passiva e reflexiva. 
FORMAS NOMINAIS DO VERBO 
INFINITIVO: tem valor equivalente ao de um substantivo. 
EX: Preservar a natureza ( a preservação da natureza). 
GERÚNDIO: tem valor adverbial ou adjetivo. 
Ex: O menino machucou jogando bola( no momento em que jogava bola). 
PARTICÍPIO: tem valor equivalente ao de um adjetivo 
Ex: Todo livro deve ser lido criticamente. 
 
39 
 
VOZES VERBAIS 
ATIVA: sujeito é agente da ação verbal. 
Ex: O menino atravessou a rua. 
PASSIVA: sujeito é paciente da ação verbal. 
ANALÍTICA: verbo auxiliar + particípio do verbo principal. 
Ex: O doce foi comido. 
SINTÉTICA: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora). 
Ex: Comeu-se o doce. 
REFLEXIVA: sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal. 
Ex: Depois das denúncias, o governador demitiu-se de suas funções. 
 
Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser, na maioria 
das vezes). 
 Ex: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS 
Os verbos são classificados de acordo com a maneira como se comportam com relação ao paradigma da 
conjugação à qual pertencem. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. 
 
REGULARES: seguem o paradigma verbal de sua conjugação; 
Ex: amar, comer, partir. 
 
IRREGULARES: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem 
aparecer no radical ou nas desinências. 
Ex: ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão. 
Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas irregularidades. São 
classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir. 
 
DEFECTIVOS: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo. 
Ex: falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural. 
 
ABUNDANTES - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. 
Ex: aceito/aceitado, acendido/aceso. 
tenho/hei aceitado X é/está aceito 
 
VERBOS AUXILIARES: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos 
compostos e locuções verbais. 
Ex: Tenho estudado, haviam dito, precisamos vencer. 
 
TEMPOS VERBAIS 
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em 
diversos tempos. 
 
TEMPOS DO INDICATIVO 
Presente - Expressa um fato atual. 
Ex: Eu estudo neste colégio. 
 
40 
 
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual mas que não foi 
completamente terminado. 
Ex: Ele estudava as lições quando foi interrompido. 
 
Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi 
totalmente terminado. 
Ex: Ele estudou as lições ontem à noite. 
 
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até 
o momento atual. 
Ex: Tenho estudado muito para os exames. 
 
Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. 
Ex: Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta) 
 Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples) 
 
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao 
momento atual. 
Ex: Ele estudará as lições amanhã. 
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual 
mas já terminado antes de outro fato futuro. 
Ex: Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste. 
 
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato 
passado. 
Ex: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. 
 
Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um 
determinado fato passado. 
Ex: Se eu tivesse chegado a tempo, não teria perdido o avião. 
 
TEMPOS DO SUBJUNTIVO 
 
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. 
Ex: É conveniente que estudes para o exame. 
 
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado mais posterior a outro já ocorrido. 
Ex: Eu esperava que ele vencesse o jogo. 
* O pretérito imperfeito é também usado nas construçõesem que se expressa a ideia de condição ou 
desejo. 
Ex: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. 
 
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. 
Ex: Embora tenha estudado bastante, não passou no teste. 
41 
 
 
Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. 
Ex: Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames. 
 
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao 
atual. 
Ex: Quando ele vier à loja, levará as encomendas. 
*O futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. 
Ex: Se ele vier à loja, levará as encomendas. 
 
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado 
antes de outro fato futuro. 
Ex: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos. 
 
 
FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES 
 
Primitivos: Presente do indicativo, Pretérito perfeito do indicativo, Infinitivo impessoal 
 
Derivados do Presente do Indicativo: Presente do subjuntivo, Imperativo afirmativo, Imperativo negativo. 
 
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:Pretérito mais-que-perfeito do indicativo, Pretérito imperfeito 
do subjuntivo, Futuro do subjuntivo. 
 
Derivados do Infinitivo Impessoal: Futuro do presente do indicativo, Futuro do pretérito do indicativo, 
Imperfeito do indicativo, Gerúndio, Particípio. 
 
TEMPOS PRIMITIVOS 
PRESENTE DO INDICATIVO 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantO vendO partO O 
cantaS vendeS parteS S 
canta vende parte - 
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 
cantaIS vendeIS partIS IS 
cantaM vendeM parteM M 
 
 
PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal 
CANTAR VENDER PARTIR 
canteI vendI partI I 
cantaSTE vendeSTE partISTE STE 
cantoU vendeU partiU U 
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 
cantaSTES vendeSTES partISTES STES 
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM 
 
42 
 
INFINITIVO IMPESSOAL 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
 
TEMPOS DERIVADOS DO PRESENTE DO INDICATIVO 
PRESENTE DO SUBJUNTIVO 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
Des. 
temporal 
Des. temporal 
Desinência 
pessoal 
 1ª conj. 2ª/3ª conj. 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantE vendA PartA E A Ø 
cantES vendAS partaAS E A S 
cantE vendA PartaA E A Ø 
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS 
cantEIS vendAIS partAIS E A IS 
cantEM vendAM partAM E A M 
 
 
IMPERATIVO 
IMPERATIVO AFIRMATIVO OU POSITIVO 
 
Presente do 
Indicativo 
Imperativo 
Afirmativo 
Presente do 
Subjuntivo 
Eu canto --- Que eu cante 
Tu cantas CantA tu Que tu cantes 
Ele canta Cante você Que ele cante 
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos 
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis 
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem 
 
 
IMPERATIVO NEGATIVO 
 
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo 
Que eu cante --- 
Que tu cantes Não cantes tu 
Que ele cante Não cante você 
Que nós cantemos Não cantemos nós 
Que vós canteis Não canteis vós 
Que eles cantem Não cantem eles 
 
 
43 
 
TEMPOS DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO 
 
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO 
 
1ª 
conjugação 
2ª 
conjugação 
3ª 
conjugação 
Des. 
temporal 
Desinência 
pessoal 
 
1ª/2ª e 3ª 
conj. 
 
CANTAR VENDER PARTIR 
cataRA vendeRA partiRA RA Ø 
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S 
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø 
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS 
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS 
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M 
 
 
PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 
3ª 
conjugação 
Des. 
temporal 
Desinência 
pessoal 
 
1ª /2ª e 
3ª conj. 
 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø 
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S 
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø 
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS 
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS 
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M 
FUTURO DO SUBJUNTIVO 
1ª 
conjugação 
2ª 
conjugação 
3ª 
conjugação 
Des. 
temporal 
Desinência 
pessoal 
 
1ª /2ª e 3ª 
conj. 
 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantaR vendeR partiR Ø 
cantaRES vendeRES partiRES R ES 
cantaR vendeR partiR R Ø 
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS 
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES 
cantaREM VendeREM PartiREM R EM 
 
 
44 
 
TEMPOS DERIVADOS DO INFINITIVO IMPESSOAL 
FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantarIA venderIA partirIA 
cantarIAS venderIAS partirIAS 
cantarIA venderIA partirIA 
cantaríamos venderÍAMOS partirÍAMOS 
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS 
cantarIAM venderIAM partirIAM 
 
INFINITIVO PESSOAL 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantar vender partir 
cantarES venderES partirES 
cantar vender partir 
cantarMOS venderMOS partirMOS 
cantarDES venderDES partirES 
cantarEM venderEM partirEM 
 
 
TEMPOS COMPOSTOS 
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e o verbo principal no 
particípio. 
 
Pretérito Perfeito Composto do Indicativo 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no 
particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente. 
Ex: Eu tenho estudado demais ultimamente. 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantar ei vender ei partir ei 
cantar ás vender ás partir ás 
cantar á vender á partir á 
cantar emos vender emos partir emos 
cantar eis vender eis partir eis 
cantar ão vender ão partir ão 
45 
 
Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no 
particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. 
Ex: Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação. 
 
Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o 
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples. 
Ex: Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali. 
 
Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o 
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples. 
Ex: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade. 
 
Futuro do Presente Composto do Indicativo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo 
e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. 
Ex: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido. 
 
Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo 
e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. 
Ex: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade. 
 
Futuro Composto do Subjuntivo: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal 
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. 
Ex: Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. 
 
Infinitivo Pessoal Composto: 
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no 
particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. 
Ex: Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro. 
 
LOCUÇÕES VERBAIS 
 
Outro tipo de conjugação composta -também chamada conjugação perifrástica - são as locuções 
verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa 
frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado 
principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa 
ocorrem nos verbos auxiliares. 
Ex: Estou lendo o jornal. 
 Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar. 
 Ninguém poderá sair antes do término da sessão. 
 
A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio 
delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções 
verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a 
potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. 
Ex: Pode ocorrer algo inesperado durante a festa. 
 Deve ocorrer algo inesperado durante a festa. 
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo. 
Ex: Quero ver você hoje. 
46 
 
 
Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se 
a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal. 
 
ASPECTO VERBAL 
 
No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferenças entre 
o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tempos é uma diferença de 
aspecto, pois está ligada à duração do processo verbal. Observe: 
Quando o vi, cumprimentei-o. 
O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído. 
 
Quando o via cumprimentava-o. 
O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período impreciso 
de tempo. 
 
O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não impõem 
precisos ao processo verbal. 
Ex: Faço isso sempre. 
 É provável que ele faça isso sempre. 
 
Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em suas várias 
formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos. 
Ex: Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara ( ou havia fincado) 
dois dias antes. 
Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame. 
 
Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz respeito à 
localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos 
localizados nos ponto. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos localizados num 
ponto preciso do tempo: 
Ex: No momento em que o vi, acenei-lhe. 
 Tinha-o cumprimentado logo que o vira. 
 
Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos: 
Ex: Sempre que saía, trancava todas as portas. 
 
O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo verbal. 
Ex: Tenho encontrado problemas em meu trabalho. 
Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo repetido ou 
frequente, que se prolonga até o presente. 
Ex: Estou almoçando. 
A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo que se 
prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas também em outros 
tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.). 
Obs.: em Portugal, costuma-se utilizar o infinitivo precedido da preposição a em lugar do gerúndio. Ex: 
Estou a almoçar. 
 
As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presente e 
futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do aspecto perfeito - ao 
qual se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma vez realizada a ação. 
Ex: Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse. 
 
47 
 
Nas duas locuções destacadas abaixo, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do 
término e do início do processo verbal. 
Ex: Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia. 
 
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam. 
Ex: Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo. 
 
As locuções destacadas abaixo exprimem o início de um processo interrompido e a interrupção de outro, 
respectivamente. 
Ex: Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
LEITURA 
 
 
 
Indicação: 
Livro: Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós 
Autor: Carlos Alberto Faraco 
Editora: Parábola 
Ano: 2008 
 
 
Língua escrita e oral: Não se fala como se escreve 
"Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala." 
 
Alfredina Nery, 
Especial para a Página 3 
Pedagogia e Comunicação 
12/09/200719h03 
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu 
si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas 
palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate 
nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u 
purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê. 
O comentário é do humorista Jô Soares, para a revista Veja. Ele brinca com a diferença entre o 
português falado e escrito. Na verdade, em todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de 
outro. A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua e é com esse fato que o Jô brincou. 
Na língua escrita há mais exigências, em relação às regras da gramática normativa. Isso acontece 
porque, ao falar, as pessoas podem ainda recorrer a outros recursos para que a comunicação ocorra - 
pode-se pedir que se repita o que foi dito, há os gestos, etc. Já na linguagem escrita, a interação é mais 
complicada, o que torna necessário assegurar que o texto escrito dê conta da comunicação. 
A escrita não reflete a fala individual de ninguém e de nenhum grupo social. Por essa razão, a fala e a 
escrita exigem conhecimentos diferentes. A maioria de nós, brasileiros, falamos, por exemplo, "Eli me 
ensinô". O português na variante padrão exige, no entanto, que se escreva assim: "Ele me ensinou". Essas 
diferenças geram muitos conflitos. 
A leitura de um trecho do poema de Antonino Sales, "Malinculia", mostra as interferências da fala na 
escrita e como elas não anulam a expressividade poética de suas imagens. 
Malinculia, Patrão, É um suspiro maguado Qui nace no coração! É o grito safucado Duma sodade 
iscundida Qui nos fala do passado Sem se torná cunhicida! É aquilo qui se sente Sem se pudê ispricá! Qui 
fala dentro da gente Mas qui não diz onde istá! (...) (BAGNO, Marcos. "A Língua de Eulália: Uma Novela 
Sociolinguística) 
A língua muda, ainda, conforme o grupo social, a região, e o contexto histórico. São as 
chamadas variações linguísticas. A gíria e o jargão são algumas dessas variações. 
 
Texto disponível em <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-como-se-
escreve.htm> Acesso em 20 de março de 2014, às 17h. 
 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/gramaticas-normativa-descritiva-e-internalizada.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/variacoes-linguisticas-o-modo-de-falar-do-brasileiro.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/giria-e-jargao-a-lingua-muda-conforme-situacao.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-como-se-escreve.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-como-se-escreve.htm49 
 
 FIXAÇÃO 
 
 1. (UNICAMP Adaptada) 
MASSA! 
“Pô Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza virou nome num pedaço aqui na Sampa, quem sabe tu 
te anima e acha aí um point prá botá um nome de Magdalena Tagliaferro, Cláudio Santoro, Jacques Klein, 
Edoardo de Guarnieri, Guiomar Novaes, João de Souza Lima, Armando Belardie Radamés Gnattali. Esses 
caras não foi cruner de banda a La ‘Trogloditas do Sucesso’, mas se a tua moçada não manjar quem eles 
foi dá um look aí na Enciclopédia Britânica ou no Groves Internacional e tu vai sacá que o astral do século 
20 musical deve muito a eles.” 
Júlio Medaglia, di-jei do Teatro Municipal do Rio de 
 Janeiro / (São Paulo, SP) 
(“Painel do Leitor”, Folha de S. Paulo, 4.10.90) 
 
a) Que grupo social pode ser identificado por este estilo? Transcreva as marcas linguísticas características 
desse grupo, presentes no texto. 
 
b) Em que campo da cultura deram contribuição importante os nomes mencionados na carta e que 
passagem(ns) do texto permite(m) afirmar isso? 
 
 
2. (FUVEST Adaptada) 
A tua saudade corta 
como aço de navaia… 
O coração fica aflito 
Bate uma, a outra faia… 
E os óio se enche d’água 
Que até a vista se atrapaia, ai, ai… 
(Fragmento de “Cuitelinho”, canção folclórica) 
 
Se a forma do verbo atrapalhar estivesse flexionada de acordo com a norma-padrão, haveria prejuízo para 
o efeito de sonoridade explorado no final do último verso? Por quê? 
 
3. (ENEM) Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, 
saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de 
Língua Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí, galera”, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca 
com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte. 
[...] 
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. 
Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que 
não? 
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. 
— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos 
seus lares. 
— Como é? 
— Aí, galera. 
— Quais são as instruções do técnico? 
— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na 
zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um 
contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação 
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. 
— Ahn? 
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. 
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? 
50 
 
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma 
pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? 
— Pode. 
— Uma saudação para a minha progenitora. 
— Como é? 
— Alô, mamãe! 
— Estou vendo que você é um, um… 
— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um 
ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? 
— Estereoquê? 
— Um chato? 
— Isso. 
(Luís Fernando Veríssimo. Correio Braziliense, 13 de maio, 1998.) 
 
A expressão “pegá eles sem calça”poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua 
culta, formal,por: 
a) pegá-los na mentira. 
b) pegá-los desprevenidos. 
c) pegá-los em flagrante. 
d) pegá-los rapidamente. 
e) pegá-los momentaneamente. 
 
4. (Unicamp) O trecho abaixo foi extraído de uma crônica em que mãe e filho conversam sobre o presente 
que ele pretendia lhe dar no Dia das Mães. 
[...] 
— Posso escolher meu presente do Dia das Mães, meu fofinho? 
— Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato. 
— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua 
mãe. É fazer pouco-caso de mim. 
— lh, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato! 
— Deixe eu escolher, deixe... 
— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal! 
— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado? 
— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era! 
[...] 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. 
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. 
 
Em que tipo de variação linguística o autor se apoia para criar as situações humorísticas apresentadas 
nesse diálogo? Justifique sua resposta. 
 
 
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51 
 
5. (UFMA) 
 
 
 
Considerando a fala dos interlocutores, pode-se concluir que 
(A) o uso de “excelência” denota desrespeito, pois o depoente não vê o deputado como autoridade. 
(B) o efeito humorístico é provocado pela passagem brusca da linguagem formal para a informal. 
(C) o uso da linguagem formal e da informal evidencia a classe social a que pertencem as personagens. 
(D) a linguagem empregada no texto serve apenas para compor as imagens do deputado e do depoente. 
(E) o pronome “seu” foi usado pelo depoente como sinal de respeito para com o parlamentar ilustre. 
 
6. Observe a imagem abaixo e responda as perguntas a seguir: 
 
 
a) Qual tipo de linguagem o personagem da imagem acima usou para se expressar? 
b) Observando bem a imagem, diga pelo menos dois fatores que contribuem para que o personagem fale 
dessa forma? 
c) Esse jeito como o personagem falou dar para o ouvinte/leitor compreender? 
d) Essa linguagem usada por ele é considerada “correta” ou “errada”? Por quê? 
 
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7. Leia o texto abaixo e responda as questões sugeridas: 
Nos últimos meses, as prefeituras municipais de todo o Brasil, em especial as da Região Nordeste e Norte 
têm sofrido com a queda de suas receitas devido o Governo Federal ter reduzido a zero um imposto que 
beneficiou as montadoras de carro, mas que provocou o chamado “efeito dominó”, afetando os cofres de 
milhares de municípios pobres ou de renda per capita muito baixa. 
(Jornal Folha de São Paulo, 20/03/2012) 
a) Que tipo de texto é esse acima? 
b) Que linguagem foi usada para escrever esse texto? 
c) Por que foi usado esse tipo de linguagem e não outra? 
 
8. Leia a música a seguir e faça o que se pede: 
 
Tenho visto tanto coisa nesse mundo de meu Deus 
Coisas que prum cearense não existe explicação 
Qualquer pinguinho de chuva fazer uma inundação 
Moça se vestir de cobra e dizer que é distração 
Vocês cá da capitá me adiscurpe essa expressão 
No Ceará não tem disso não... 
Tem disso não, tem disso não... 
(Luiz Gonzaga) 
 a) Que linguagem foi usada para escrever essa música? 
 b) Essa linguagem atrapalhou no entendimento da música? 
 c) Se essa música fosse escrita/cantada seguindo a risca a norma culta da língua, continuaria com a 
mesma beleza melódica? 
 d) Retire desta música palavras e expressões da linguagem coloquial? 
 
 9. Que tipo de linguagem (culta ou coloquial) podemos ou devemos usar nas seguintes situações: 
a) Falando em público sobre política.________________________________ 
b) Numa pequena mensagem de celular para um amigo próximo. __________________________c) Numa pequena mensagem de celular para o seu professor de português.___________________ 
d) Numa carta de reclamação para a presidente Dilma. ________________________________ 
e) Numa conversa na praça entre amigos._________________________________ 
f) Um debate numa conferencia nacional sobre meio ambiente.__________________________ 
g) Um bilhete para irmã explicando que você foi à padaria comprar pão._____________________ 
h) Um bilhete para a diretora da sua escola explicando o porquê da sua falta _______________________ 
i) Uma redação solicitada pelo professor de português.______________________________ 
 
 10. Leia o texto retirado do Facebook de um adolescente e responda as perguntas: 
 
 E aí, moral! Tu vai p ksa do Paulin estudar hj? 
Se for, chama o kbça tbm q ele disse q qria ir. 
Vlw, muleq! Jo@o 
 
a) A linguagem deste texto é considerada culta ou coloquial? 
b) Por que o autor desta mensagem escreveu para o colega usando essa escrita? 
c) Essa escrita atrapalhou o seu entendimento do texto? 
d) Reescreva essa mesma mensagem usando a norma culta da língua. 
e) Retire desta mensagem duas expressões que são consideradas gírias. 
 
11. Leia o texto abaixo e assinale a única alternativa correta: 
 
“Iscute o que to dizeno, 
Seu dotor, seu coroné: 
De fome tão padeceno 
53 
 
Meus fio e minha muiér. 
Sem briga, questão nem guerra, 
Meça desta grande terra 
Umas tarefas pra eu! 
Tenha pena do agregado 
Não me dexe deserdado 
Daquilo que Deus me deu” 
 
 (Patativa do Assaré) 
 
Esse falante, pelos elementos explícitos e implícitos no poema, é identificável como: 
a) Escolarizado proveniente de uma metrópole. 
b) Sertanejo de uma área rural. 
c) Idoso que habita uma comunidade urbana. 
d) Escolarizado que habita uma comunidade no interior do país. 
e) Estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do país. 
 
12. Leia a música abaixo e marque a única alternativa correta: 
 
Esmola 
Uma esmola pelo amor de Deus 
Uma esmola, meu, por caridade 
Uma esmola pro ceguinho, pro menino 
Em toda esquina tem gente só pedindo. 
Uma escola pro desempregado 
Uma esmola pro preto, pobre, doente 
Uma esmola pro que resta do Brasil 
Pro mendigo, pro indigente (...) 
 (Samuel Rosa/Chico Amaral) 
 
A música registra um pedido de esmola, em que o eu - lírico utiliza uma linguagem: 
a) Pouco compreensiva, já que contém vários erros de gramática. 
b) Coloquial, crítica, compreensiva, comunicável. 
c) Imprópria para os poemas da literatura brasileira. 
d) Crítica, porém não coloquial. 
e) Descuidada e cheia de repetições. 
 
13.Analise as proposições com relação à música “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e responda corretamente: 
 
“Quando oiei a terr’ ardeno 
Na fogueira d’san João 
Eu preguntei a Deus do céu ai 
Pro que tamanha judiação (...)” 
 
( ) Este trecho, em uma análise linguística, está correto, pois, apesar dos desvios da norma culta, o 
trecho não apresenta dificuldades para a compreensão. 
( ) Por se tratar de expressões regionais este trecho não pode ser considerado como erro gramatical. 
( ) A música regional tem grande aceitação, principalmente, na região do compositor, mas, podemos 
dizer que as falhas linguísticas prejudicam a aceitação da música Asa Branca. 
 
A sequência correta é: 
 
a) VFF b) VVV c) FFF d) FVF e) VVF 
 
54 
 
 
 
 
PINTOU NO ENEM 
 
 
1. eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas... brincá na porta di casa di vôlei... 
andá de patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era a::... a palhaça da turma... 
((risos))... eu acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da 
minha vida foi... essa fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos... 
A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. 
Projeto Fala Goiana, UFG, 2010 (inédito). 
 
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada 
da língua é 
(A) predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. 
(B) vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. 
(C) realização do plural conforme as regras da tradição gramatical. 
(D) ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados. 
(E) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante. 
 
2. 
O senhor 
Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu 
ao autor chamando-o “o senhor”: 
 
Senhora: 
 
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele 
não é, de nada, nem de ninguém. 
 
Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua 
condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você 
escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas 
rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando 
é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e 
triste. 
 
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era 
a vez primeira. 
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991. 
 
A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações específicas 
de uso social. A violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve 
essa violação é: 
(A) “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.” 
(B ) “A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição.” 
(C) “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa.” 
(D) “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.” 
(E) “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.” 
 
 
3. 
 
TEXTO I 
Antigamente 
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes 
de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os 
pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois 
levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava 
55 
 
mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e 
cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem 
que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, 
jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as 
barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se 
pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco. 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento). 
TEXTO II 
 
 
FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado). 
 
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se,pelo emprego de palavras obsoletas, que 
itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que 
(A) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano. 
(B) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu. 
(C) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seuléxico no eixo temporal. 
(D) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente. 
(E) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada. 
 
4. 
Cabeludinho 
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar 
no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de 
ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó 
entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição 
deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas 
palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um 
menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe 
um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que 
trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. 
Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi 
um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao 
verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro. 
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003. 
 
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os 
sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu 
não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca 
(A) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto. 
(B) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa. 
(C) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas. 
(D) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias. 
(E) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem. 
 
 
 
5. 
56 
 
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por 
alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as 
regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo 
sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, 
acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” — do verbo “varrer”. De fato, 
trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, 
paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, 
aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para 
corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou 
com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles 
rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. 
Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas 
Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que 
nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada 
sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado. 
ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento). 
 
De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um 
xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece 
(A) a supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo. 
(B) a necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita. 
(C) a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação efetiva. 
(D) a importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade cultural de um povo. 
(E) a necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos informais privados. 
 
 
6. 
 O léxico e a cultura 
Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-se a expressar qualquer 
conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre 
os idiomas do mundo — ou seja, não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais 
desenvolvidos. Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial precisa 
realizar-se na prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua com 
pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou o 
grego clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física 
quântica ou biologia molecular. Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar tais 
conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses 
conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico, seja por meio de 
empréstimos de outras línguas, seja por meio da criação de novos termos na língua em questão, mas tal 
tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. 
BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 
(fragmento). 
Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica 
de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza 
(A) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de mundo 
particular específica de uma cultura. 
(B) a existência de línguas limitadas por não permitirem ao falante nativo se comunicar perfeitamente a 
respeito de qualquer conteúdo. 
(C) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramática de línguas indígenas, se comparados 
com outras línguas de origem europeia. 
(D) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à 
própria cultura dos falantes de uma comunidade. 
(E) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que 
sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. 
57 
 
7. A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde 
a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera 
em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos 
e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando 
por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do 
século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos 
clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, 
lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. 
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há 
mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o 
bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizantede 
outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? 
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: 
Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. 
Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). 
 
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que 
(A) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. 
(B ) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. 
(C) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. 
(D) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. 
(E) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. 
 
 
 
8. 
“Iscute o que tô dizendo, 
Seu dotô, seu coroné: 
De fome tão padecendo 
Meus fio e minha muié. 
Sem briga, questão nem guerra, 
Meça desta grande terra 
Umas tarefa pra eu! 
Tenha pena do agregado 
Não me dêxe deserdado” 
PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é naturá. In: Cordéis e outros poemas. Fortaleza: Universidade 
Federal do Ceará, 2008 (fragmento). 
 
A partir da análise da linguagem utilizada no poema, infere-se que o eu lírico revela-se como 
falante de uma variedade linguística específica. Esse falante, em seu grupo social, é identificado como 
um falante 
(A) escolarizado proveniente de uma metrópole. 
(B) sertanejo morador de uma área rural. 
(C) idoso que habita uma comunidade urbana. 
(D) escolarizado que habita uma comunidade do interior do país. 
(E) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do país. 
 
9. 
Antigamente 
Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio 
chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas 
fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados 
tinham assombrações, os meninos, lombrigas [...] 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, 
p. 1.184. 
58 
 
O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão, em 
linguagem atual. 
 
 Antigamente 
Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar 
o doutor e, depois, ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas 
fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados 
tinham assombrações, os meninos, vermes [...] 
 
Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças relativas a 
(A) vocabulário. 
(B) construções sintáticas. 
(C) pontuação. 
(D) fonética. 
(E) regência verbal. 
 
 
10. 
Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade 
que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, 
ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se 
transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar este 
esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à 
natureza que dispôs a ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada 
menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão se 
constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil 
estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da 
saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e 
propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes. 
Coluna Pênalti. Carta Capital, 28/4/2010. 
O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao 
então presidente da República Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira mostram que 
seu texto foi elaborado em linguagem 
(A) regional, adequada à troca de informações na situação apresentada. 
(B) jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do futebol. 
(C) coloquial, considerando-se que ele era um cidadão brasileiro comum. 
(D) culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de comunicação. 
(E) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu interlocutor. 
 
 
11. 
Vício na fala 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados 
ANDRADE, Oswald de. Obras completas. 5.ª ed. São Paulo: Globo, 1991, p. 80. 
 
Ao explorar a emotividade da linguagem, o autor faz referência às variantes linguísticas de natureza 
(A) estilística, pois utiliza a escrita para, de certa forma, marcar uma nova época literária. 
(B) regional, pois há regiões em que essa variedade linguística descrita no poema é aceita como 
padrão oficial. 
59 
 
(C) de registro, já que as variantes são formadas pelo processo de neologismo, típico em 
autores modernistas. 
(D) sociocultural, pois revela o conflito social entre as variantes de uma mesma língua. 
(E) temporal, pois marca a variação linguística de diferentes épocas. 
 
12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja, 7/5/1997. 
Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das atividades 
linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse comentário deixa evidente 
uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário 
(A) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso 
da língua. 
(B) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunicação 
oral e escrita. 
(C) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com 
adequação, eficiência e correção. 
(D) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma-padrão da língua em se 
tratando da modalidade escrita. 
(E) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade-padrão da língua para 
se expressar com alguma segurança e sucesso. 
 
13. 
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo? 
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra de veículo. 
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente? 
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco. 
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na 
agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma. 
 
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado). 
 
Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a 
maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido 
(A) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade. 
(B) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco. 
(C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais). 
(D) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo. 
(E) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio. 
 
 
 
 
60 
 
14. As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. 
Esse tema aparece no seguinte poema: 
“[...] 
Que importa que unsfalem mole descansado 
Que os cariocas arranhem os erres na garganta 
Que os capixabas e paroaras escancarem 
[ as vogais? 
Que tem se o quinhentos réis meridional 
Vira cinco tostões do Rio pro Norte? 
Junto formamos este assombro de misérias e 
[ grandezas, 
Brasil, nome de vegetal! [...]” 
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. 6.ª ed.São Paulo: Martins Editora, 1980. 
 
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito 
(A) étnico e religioso. 
(B) linguístico e econômico. 
(C) racial e folclórico. 
(D) histórico e geográfico. 
(E) literário e popular. 
 
15. 
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene. 
— A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! — comenta Sílvia, maravilhada diante 
dos canteiros de rosas e hortênsias. 
— Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também — diz Irene, sorrindo. — 
Já é um custo aguentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene. 
Todas sorriem. Irene prossegue: 
— Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida 
das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem. 
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado). 
 
Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de 
respeito que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o 
emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na 
situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia 
(A) pensa que Irene é a jardineira da casa. 
(B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam. 
(C) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural. 
(D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene. 
(E) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a qual não tem intimidade. 
. 
16. 
A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem 
várias finalidades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca 
das variedades linguísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a 
língua nas mais diversas situações comunicativas. Considerando as informações acima, imagine que 
você está à procura de um emprego e encontrou duas empresas que precisam de novos 
funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você 
(A) fará uso da linguagem metafórica. 
(B) apresentará elementos não verbais. 
(C) utilizará o registro informal. 
(D) evidenciará a norma-padrão. 
(E) fará uso de gírias. 
61 
 
17. 
Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do 
nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes 
que dominam a variedade-padrão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na língua em 
seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que 
estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em 
construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para 
mim fazer o trabalho), a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da 
existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma 
vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor. 
 
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs.). Ensino de gramática: descrição e 
uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). 
 
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que 
(A) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada 
empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto 
escrito. 
(B) falantes que dominam a variedade-padrão do português do Brasil demonstram usos que 
confirmam diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por 
falantes mais escolarizados. 
(C) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressar na 
escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais 
de concordância. 
(D) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de 
apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma-padrão. 
(E) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo 
ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais. 
. 
 
18. 
MANDIOCA — mais um presente da Amazônia 
Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As 
designações da Manihot utilissima podem variar de região, no Brasil, mas uma delas deve ser 
levada em conta em todo o território nacional: pão-de-pobre — e por motivos óbvios. Rica em fécula, a 
mandioca — uma planta rústica e nativa da Amazônia disseminada no mundo inteiro, 
especialmente pelos colonizadores portugueses — é a base de sustento de muitos brasileiros e o único 
alimento disponível para mais de 600 milhões de pessoas em vários pontos do planeta, e em 
particular em algumas regiões da África. 
O melhor do Globo Rural, fev. 2005 (fragmento). 
 
De acordo com o texto, há no Brasil uma variedade de nomes para a Manihot utilissima, nome 
científico da mandioca. Esse fenômeno revela que 
(A) existem variedades regionais para nomear uma mesma espécie de planta. 
(B) mandioca é nome específico para a espécie existente na região amazônica. 
(C) “pão-de-pobre” é designação específica para a planta da região amazônica. 
(D) os nomes designam espécies diferentes da planta, conforme a região. 
(E) a planta é nomeada conforme as particularidades que apresenta. 
 
 
19. 
Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-
se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, 
contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português 
europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às 
62 
 
normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou 
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes 
momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na 
bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, 
ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios. 
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs.). Ensino de gramática: descrição e 
uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado). 
 
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao 
qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as 
normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a 
(A) desconsideração da existência das normas popularespelos falantes da norma culta. 
(B) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII. 
(C) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de 
Portugal. 
(D) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país. 
(E) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos. 
 
20. 
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque 
geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas 
pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas 
de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus 
nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e 
todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um 
sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês 
doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al 
ou el — carnavau ,Raqueu... Já os paraibanos trocam o I pelo r. José Américo só me chamava, 
afetuosamente, de Raquer. 
QUEIROZ, Raquel de. O Estado de S. Paulo,9/5/1998 (fragmento adaptado). 
 
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de 
pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 
(A) na fonologia. 
(B) no uso do léxico. 
(C) no grau de formalidade. 
(D) na organização sintática. 
(E) na estruturação morfológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
GABARITO - Unidade 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXAÇÃO PINTOU NO ENEM 
1 Ver página 27 11 B 1 A 11 D 
2 Sim (ai, ai) 12 B 2 A 12 D 
3 B 13 E 3 E 13 A 
4 Variação geracional 14 - 4 E 14 B 
5 B 15 - 5 B 15 E 
6 Falante rural (ver página 27) 16 - 6 D 16 D 
7 Variedade culta prestigiada 17 - 7 E 17 B 
8 Coloquial 18 - 8 B 18 A 
9 Ver página 27 19 - 9 A 19 C 
10 Informal (internetês) 20 - 10 D 20 A 
64 
 
UNIDADE 3 – Análise textual 
Elementos textuais e contextuais 
 
Em um texto, encontramos elementos que nele se compõem, tanto na instância formal quanto na discursiva. 
Os elos que os separam e também os unem mostram que uma análise textual requer, minimamente, uma 
análise discursiva. 
Para que haja, então, compreensão plena dessas formações precisamos entender que o texto é uma junção 
de conceitos como língua, gênero, discurso, enunciado, co(n)texto etc. atuando simbioticamente. 
De acordo com os estudiosos, “o texto é um evento comunicativo no qual convergem ações linguísticas, 
cognitivas e sociais e “um texto não existe, como texto, a menos que alguém o processe como tal” 
(BEAUGRANDE, 1997, p. 10) 
Cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos estáveis de enunciados. O enunciado reflete as 
condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e 
por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua - recursos lexicais, fraseológicos 
e gramaticais - mas também, e sobretudo, por sua construção composicional (Bakhtin, 1979: 279 -280): 
 
 
O sentido do texto só é construído a partir da interação texto-leitor. Assim sendo, objetivo da análise do texto 
é construir o sentido e assegurá-lo, a partir dos elementos contextuais e textuais. 
Nesse processo, cada parte do texto deve ser analisada, buscando-se os elementos chaves e a relação 
entre as partes constituintes. A decomposição dos elementos essenciais e a sua classificação nos leva ao 
conjunto de ideias que o texto apresenta. 
Podem ser feitas três tipos de análise textual: a análise textual, propriamente dita, análise temática e análise 
interpretativa. 
a) ANÁLISE TEXTUAL 
É a primeira forma de aproximação do leitor com o texto, por meio do qual o pensamento do autor será 
conhecido e prepara o leitor para a análise temática (etapa subsequente). 
Nessa etapa, estão envolvidas a pré-leitura (observação do texto, imagens, títulos, fonte, data de 
publicação, tipo e gênero textual), ou seja, as expectativas que se tem do texto; e a leitura, que envolve a 
decodificação e a construção do sentido. 
65 
 
b) ANÁLISE TEMÁTICA 
É a busca por uma compreensão profunda do texto. Nessa etapa o leitor deve descobrir a ideia central do 
texto. Para descobri-la, deve-se perguntar: do que trata o texto? O que mantém sua unidade global? 
Para isso, há alguns procedimentos a serem seguidos: 
- Procure captar qual é o problema que motivou o autor a escrever ao texto; 
- Descubra como o autor aborda o tema e expõe sua problemática, como fundamenta sua argumentação e 
em que baseia sua conclusão; 
- Perceba o processo de raciocínio do autor = perceber a coluna vertebral do texto; 
- Verifique se houve compreensão do que o autor considera como essencial; 
- Identifique ideias secundárias ou complementares. Elas integram a argumentação; 
- Avalie a capacidade de estabelecer com segurança o esquema definitivo do pensamento do autor. 
c) ANÁLISE INTERPRETATIVA 
É a etapa em que o leitor interpretará o texto, fazendo inferências e construindo novos significados a partir 
do que foi lido. 
O que é interpretar? 
"(...) é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, 
é ler na entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar a fecundidade das ideias expostas,é cotejá-las 
com outros, é dialogar com o autor (...) (SEVERINO, 2007, p.94). 
 
Segue algumas orientações para a interpretação de um texto: 
- Relacione as ideias expostas pelo autor com o contexto da cultura científica e filosófica, recorrendo a 
outras fontes; 
- Descubra como o texto em questão está relacionado com o restante da obra do autor (a que corrente 
filosófica o autor está associado, se sua contribuição é original); 
- Procure ler o que se encontra nas entrelinhas = descobrir e inferir o que está implícito no texto e que serviu 
de base para o autor fundamentar seu raciocínio; 
- Adote uma posição pessoal fundamentada em relação ao texto estudado, procurando apoiar-se em 
argumentos válidos, lógicos e convincentes (atitude científica de julgamento); 
- Elabore um resumo crítico do estudo. 
 
Para realizar uma análise “completa” de um texto, a leitura deve incluir “várias leituras” : leitura para 
organizar o texto em nossa mente; para que marquemos os trechos mais importantes e as ideias principais 
do texto; para identificar uma ideia específica ou uma resposta; enfim, quando mais contato tivermos com o 
texto, melhor será a nossa análise. 
Nessa análise, inicialmente o leitor deve ler o texto do começo ao fim, com o objetivo de uma primeira 
apresentação do pensamento do autor. Não há necessidade de a leitura ser profunda. Trata-se apenas dos 
primeiros contatos iniciais, quando se sugere que já sejam feitas anotações dos vocábulos desconhecidos, 
66 
 
pontos não entendidos em um primeiro momento, e todas as dúvidas que impeçam a compreensão das 
pistas sobre o pensamento do autor. 
Após a leitura inicial, o leitor deve esclarecer as dúvidas assinaladas que, dirimidas, permitem que o leitor 
passe a uma nova leitura, visando a compreensão do todo. Nesta segunda leitura, com todas as dúvidas 
resolvidas, o leitor prepara um esquema provisório do que foi estudado, que facilitará a interpretação das 
ideias e/ou fenômenos, na tentativa de descobrir conclusões a que o autor chegou. 
É necessário o leitor relembrar que análise significa estudar um todo, dividindo em partes, interpretando 
cada uma delas, para a compreensão do todo. Quando se faz análise de texto, procuramos aideia do autor 
que originou o texto. Para que o estudo do texto seja completo, temos que decompô-lo em partes e, ao 
fazê-lo, estamos efetuando sua análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
INTERTEXTUALIDADE 
 
A intertextualidade é a relação que se estabelece entre dois textos, quando um deles faz referência a 
elementos existentes no outro. Esses elementos podem dizer respeito ao conteúdo, à forma, ou mesmo à 
forma e conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para reconhecer a intertextualidade é exigido que ao leitor que relacione, em diferentes textos, 
opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. 
 
 
 
Vou doar meu coração 
João Bosco e Vinícius 
 
Amigo por favor me dê uma ajuda 
Eu não sei o que eu faço 
Estou fora de mim 
Perdi aquilo tudo que eu tinha 
Quando ela me deixou 
Eu fiquei assim 
 
Amigo como é que eu te ajudo 
Pra te falar a verdade 
Também tô sofrendo 
Não dei o valor que ela queria 
Não cuidei do nosso amor 
Acabei perdendo 
 
O meu coração não serve pra nada 
Ele só anda nas madrugadas solitário 
Eu avisei, eu te falei pra não se apaixonar 
Coração otário 
 
Eu vou doar o meu coração 
Porque no leilão não tive nenhum lance 
Dentro de mim ele sofre de paixão 
Só vai melhorar se ela me der outra chance. 
 
 
Leilão 
César Menotti e Fabiano 
 
 
Estou à beira da loucura 
Ninguém mais me segura 
Tô fora da sua vida 
Eu já fui !!! 
 
Quero a minha liberdade 
Posso até sentir saudades 
Sei que custa dominar o coração 
 
Mas meu amor não dá mais 
Pra você tanto faz 
Eu me entrego 
Eu já fui !!! 
 
Eu quero a felicidade 
Saber na verdade 
Quem gosta de mim 
 
Eu vou fazer um leilão 
Quem dá mais pelo meu coração 
Me ajude voltar a viver 
Eu prefiro que seja você 
 
http://vagalume.uol.com.br/joao-bosco-e-vinius/
http://vagalume.uol.com.br/cesar-menotti-fabiano/
68 
 
 
Outros exemplos: 
Texto I 
Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos técnicos à 
clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havaí num estudo considerado 
revolucionário pela revista britânica "Nature", uma das mais importantes do mundo. (...) 
A notícia de que cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente de clonagem fez 
muitos pesquisadores temerem o uso do método para clonar seres humanos. 
 
O Globo. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36. 
Texto II 
Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais adultos, inclusive de 
alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo estudos publicados na edição de hoje 
da revista "Nature". 
 
A técnica empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização ao nascimento — 
três vezes maior que a técnica utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a ovelha Dolly. 
 
Folha de S.Paulo. 1º caderno - Mundo. 03 jul. 1998, p. 16. 
 
Qual é o tema do texto I? 
 
 
Qual é o tema do texto II? 
 
 
Os dois textos tratam do mesmo tema. Qual aspecto desse tema é tratado apenas no texto I? 
(A) A divulgação da clonagem de 50 ratos. 
(B) A referência à eficácia da nova técnica de clonagem. 
(C) O temor de que seres humanos sejam clonados. 
(D) A informação acerca dos pesquisadores envolvidos no experimento. 
 
 Texto I 
A criação segundo os índios Macuxis 
 
No início era assim: água e céu. 
69 
 
Um dia, um Menino caiu na água. O sol quente soltou a pele do Menino. A pele escorregou e formou a 
terra. Então, a água dividiu o lugar com a terra. 
E o Menino recebeu uma nova pele cor de fogo. 
No dia seguinte, o Menino subiu numa árvore. Provou de todos os frutos. E jogou todas as sementes ao 
vento. Muitas sementes caíram no chão. E viraram bichos. Muitas sementes caíram na água. E viraram 
peixes. Muitas sementes continuaram boiando no vento. E viraram pássaros. 
No outro dia, o Menino foi nadar. Mergulhou fundo. E encontrou um peixe ferido. O peixe explodiu. E da 
explosão surgiu uma Menina. 
O Menino deu a mão para a Menina. E foram andando. E o Menino e a Menina foram conhecer os quatro 
cantos da Terra. 
Texto II 
A criação segundo os negros Nagôs 
 
Olorum. Só existia Olorum. No início, só existia Olorum. 
Tudo o mais surgiu depois. 
Olorum é o Senhor de todos os seres. 
Certa vez, conversando com Oxalá, Olorum pediu: 
- Vá preparar o mundo! 
E ele foi. Mas Oxalá vivia sozinho e resolveu casar com Odudua. Deste casamento, nasceram Aganju, a 
Terra Firme, e Iemanjá, Dona das Águas. De Iemanjá, muito tempo depois, nasceram os Orixás. 
Os Orixás são os protetores do mundo. 
 
BORGES, G. et al. Criação. Belo Horizonte: Terra, 1999. 
 
Qual é o tema do texto I? 
 
 
Qual é o tema do texto II? 
 
 
Como é desenvolvido o tema do texto I? 
 
 
Como é desenvolvido o tema do texto II? 
 
 
Comparando-se essas duas versões da criação do mundo, constata-se que 
(A) a diferença entre elas consiste na relação entre o criador e a criação. 
(B) a origem do princípio religioso da criação do mundo é a mesma nas duas versões. 
(C) as divindades, em cada uma delas, têm diferentes graus de importância. 
(D) as diferenças são apenas de nomes em decorrência da diversidade das línguas originárias. 
 
 
 
70 
 
 
 
LEITURA 
 
 
 
Indicação: 
Livro: Produção textual, análise de gêneros e compreensão 
Autor: Luiz Antonio Marcuschi 
Editora: Parábola 
Ano: 2008 
 
 
 
 
LEITOR PROFICIENTE 
 
Um trabalho diversificado e criativo com a leitura tem sido cada vez mais necessário na escola atual, 
tendo em vista as crescentes transformações e exigências da nossa sociedade e do mercado de trabalho, 
quanto à capacidade de ler e interpretar textos. 
Qual é o papel da escola na formação de um cidadão crítico, participativo, de um cidadão-leitor? A 
escola e as aulas de Língua Portuguesa têm se preocupado com a formação de leitores? 
Atualmente, percebe-se que os alunos ao chegarem ao ensino médio apresentam imensas 
dificuldades de leitura / interpretação de textos e que as aulas de Língua Portuguesa até então, não estão 
privilegiando a leitura e sim a gramática normativa. E essa abordagem tradicional da linguagem é uma das 
causas para as dificuldades dos alunos na área da leitura. 
Segundo Antunes (2003), o trabalho com a leitura ainda está centrado em habilidades mecânicas de 
decodificação da escrita, muitas vezes sem reflexão, sem diálogo com o texto. Quando a leitura é utilizada, 
serve de pretexto para atividades metalinguísticas ou finalidades meramente avaliativas. 
Para Kleiman (2004) existem duas concepções de texto e de leitura que se perpetuam ainda hoje nas 
escolas. Ou o texto é visto como repositório de mensagens e informações ou é visto como um conjunto de 
elementos gramaticais. 
A leitura deve ser trabalhada de acordo com o gênero textual a ser utilizado; tendo objetivos 
diferentes para cada tipo de texto. São diversas as maneiras de ler como diversos são os textos e os 
objetivos de leitura. Para Geraldi (2004: 91), “leitura é um processo de interlocução entre leitor / autor 
mediado pelo texto. (...) O leitor não é passivo, mas agente que busca significações”. 
Quanto ao texto literário, este tem uma linguagem específica, a conotativa, que em entrevista com os 
jovens de uma escola pública estadual foi constatada a dificuldade de interpretar essa linguagem. Tal fato 
reflete a falta de conhecimento da natureza do texto literário e evidencia a abordagem tradicional e 
autoritária que tem sido dada à Literatura e à leitura, pois os próprios jovens afirmaram que gostam de ler e 
reconhecem a importância da leitura. 
Segundo Zilberman & Silva (1990), a Literatura perdeu o caráter educativo que possuía na 
Antiguidade e vive uma crise no seu ensino, no que diz respeito a finalidades e objetivos. 
Disponível em: <http://tccfacil.blogspot.com.br/2009/07/leitor-proficiente.html>.Acesso em 23 de março de 2014, às 15h. 
http://tccfacil.blogspot.com.br/2009/07/leitor-proficiente.html
71 
 
Da Arte de Interpretar Textos 
 
 
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo 
assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de 
escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é 
a interpretação de textos. Muitos dizem que não sabem 
interpretar, ou que é muito difícil. Concordo. Se você tem 
pouca leitura, consequentemente terá pouca argumentação, 
pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos 
horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos fragmentos de nossos 
escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes 
você não leu algo e pensou:"Nossa, ele disse tudo que eu penso." Com certeza, várias vezes. Temos aí a 
identificação de nossos pensamentos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo 
menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever quando puder e quiser. 
 
A prática das escolas em relação à escrita e interpretação tem mudado, mas a passos lentos, aliás como 
tudo que acontece na educação. Ainda temos professores em sala de aula que cortam a veia literária de 
seus alunos com comentários medíocres, que permitem apenas uma interpretação possível, a que vem no 
livro do professor com a tarja "uso do professor/venda proibida". 
 
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a 
pena para sua vida futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo 
momento. Exercita através de sua leitura de mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda 
um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino está a fim de 
você numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, 
argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o (a) professor(a) dizer "Vamos agora 
interpretar esse texto" para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer, pois ao se 
calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de expor 
suas ideias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo terá ido 
embora. 
 
Vou colocar aqui algumas dicas para você interpretar um texto: 
 
1. O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é a chave. 
2. Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá apenas os 
aspectos superficiais primeiro 
3. Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os personagens - 
Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais fácil será para interpretar o texto. 
4. Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas,perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no 
texto. 
72 
 
5. Não tenha medo de opinar - Já vi em sala de aula muitos alunos terem medo de dizer o que 
achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito. 
6. Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não viaje muito 
na interpretação.Veja os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe 
são mostrados. 
7. Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens - Se um determinado 
personagem tem como característica ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser mentira 
não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos necessário para uma boa interpretação de 
texto. 
8. Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos acontecimentos, o feedback, conta 
muito na hora de interpretar. 
9. Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É importante que você saiba ou 
pesquise sobre a época narrada no texto, assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você 
podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada. 
10. Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos 
concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito. 
 
Bem, não digo que seguindo essas dicas você agora interpretará todo texto que ler, mas já é um caminho. 
 
Disponível em <http://www.analisedetextos.com.br/2010/01/10-dicas-para-interpretar-textos.html>. Acesso em 25 de março de 2014, às 
20h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.analisedetextos.com.br/2010/01/10-dicas-para-interpretar-textos.html
73 
 
 
FIXAÇÃO 
 
TEXTO 1 
 Durante dezenas de milhares de anos, as sociedades baseadas na caça e pesca dependeram 
do mundo natural ao seu redor para obter alimentos. Hoje em dia, alguns povos indígenas ainda vivem 
dessa forma e consomem elementos da vida selvagem de uma maneira sustentável. Seria uma idiotice da 
parte deles destruírem as florestas e as planícies que lhes proporcionam víveres. 
Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso. No mar, cada vez 
mais são empregadas técnicas de pesca indiscriminadas, negligentes e completamente insustentáveis. 
Essas técnicas destroem os habitats que produzem e reabastecem os recursos. A pesca comercial tem 
causado danos significativos a ecossistemas marítimos em grande parte desconhecidos, exaurido 
inúmeras espécies de peixes, pássaros e mamíferos marinhos e condenado muitas outras à extinção. 
Com o esgotamento de reservas pesqueiras costeiras no mundo inteiro, como a pesca do bacalhau 
no nordeste dos Estados Unidos, a indústria da pesca se transferiu para os altos-mares – os 64% do 
oceano que se estendem além das jurisdições nacionais. Imensas redes de arrasto presas a traineiras 
indicam a escala colossal do ataque e o dano infligido. Redes instaladas em maciços roletes são 
arrastadas através do leito do mar, varrendo tudo em seu percurso, deixando um deserto submarino estéril 
e desolado. 
Um relatório da ONU, divulgado há pouco, analisa medidas para proteger os altos-mares e observa 
que o uso de redes de arrasto é de particular preocupação, por danificar ecossistemas vulneráveis. Na 
preservação, muitas vezes a ação só vem depois que ocorreu a destruição. 
Nesse caso, a ONU está numa posição privilegiada para atuar antes que danos irreparáveis sejam 
feitos. Com essa decisão, podemos prevenir a extinção de incontáveis espécies e ecossistemas que 
somente agora começam a ser descobertos e que ainda não são compreendidos. 
Fonte: Agente de Protocolo e Tramitação- TCU –PB/2006 – FCC 
 
 1. A afirmativa correta, de acordo com o texto, é: 
a) Nos Estados Unidos a pesca transferiu-se para o alto-mar para evitar a destruição das reservas costeiras, 
como a do bacalhau, no mundo todo. 
b) Hábitos de consumo de alguns povos indígenas levaram à destruição de florestas que lhes ofereceriam 
alimentos, comprometendo sua sobrevivência. 
c) A única maneira de preservar as reservas pesqueiras em todo o mundo é interrompendo as atividades de 
pesca, mesmo as que se desenvolvem de modo sustentável. 
d) A ONU mostra-se preocupada com a preservação do ecossistema marinho atualmente em risco devido a 
práticas como o uso de redes de arrasto no fundo do mar. 
e) A pesca comercial, atualmente, tem-se desenvolvido de forma a preservar o ecossistema marinho, 
apesar de retirar dele grande quantidade de recursos naturais. 
 
 2. Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso (início do 2º parágrafo). 
De acordo com o texto, o segmento grifado acima significa, em outras palavras: 
a) Estamos destruindo os recursos naturais que nos proporcionam alimentos. 
b) Dependemos do mundo natural para sobreviver, pois nele encontramos alimento; 
c) Ficamos mais preocupados com os possíveis danos causados ao ambiente marinho. 
d) Desenvolvemos técnicas mais seguras de exploração sustentável do meio ambiente. 
e) Vivemos hoje em dia como os povos indígenas, que conservam elementosda vida selvagem. 
 
 3. O uso das aspas na palavra “avançada” (início do 2º parágrafo). 
a) Indica utilização de palavras de origem estrangeira no contexto. 
b) Aponta emprego de gíria no contexto redigido em norma culta. 
c) Assinala reprodução fiel de uma opinião alheia ao contexto. 
74 
 
d) Reforça o sentido próprio da palavra, referente ao mundo moderno. 
e) Assinala no contexto o sentido irônico atribuído a ela. 
 
4. Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: 
a) O uso indiscriminado e criminoso de redes de arrasto em alto-mar constitui uma ameaça ambiental 
preocupante. 
b) Quilômetros abaixo da superfície marinha, na ausência de luz solar, animais retiram energia de orifícios 
vulcânicos. 
c) A suspensão provisória de redes de arrasto no mar profundo conta com o respaldo de países em 
desenvolvimento. 
d) É necessário a prevenção da ocorrência de danos irreversíveis ao equilíbrio ambiental existente no mar 
profundo. 
e) Alguns países querem restrinjir a expanção da pesca no fundo do mar, porém essa atividade parece 
ampliar-se por interesses comerciais. 
 
5. A frase inteiramente clara e correta é: 
a) Com espécies que ainda não está bem conhecida, é o extermínio feito em seu ecossistema pelas redes 
de arrasto da pesca comercial no mar profundo. 
b) Provoca-se muitos danos no ecossistema do mar profundo, pelas espécies que não se conhece bem 
ainda, feito com redes de arrasto usadas na pesca comercial. 
c) As redes de arrasto que se utiliza na pesca comercial do mar profundo, acaba com espécies que ainda 
nem bem se conhecem,causando danos. 
d) A pesca comercial, feita com imensas redes de arrasto, provoca danos colossais ao ecossistema do mar 
profundo, exterminando espécies ainda nem bem conhecidas. 
e) Com o extermínio das espécies do mar profundo, que ainda não está bem conhecida, temos a pesca 
comercial que são feitas com redes de arrasto. 
 
 
TEXTO 2 
 
A vida humana como valor jurídico 
 
 Vivemos sob a égide de uma Constituição que orienta o Estado no sentido da dignidade da pessoa 
humana, tendo como normas a promoção do bem comum, a garantia da integridade física e moral do 
cidadão e a proteção incondicional do direito à vida. Essa proteção é de tal forma solene que o atentado a 
essa integridade eleva-se à condição de ato de lesa-humanidade: um atentado contra todos os homens. 
Afirma-se que a Constituição do Brasil protege a vida e que tudo aquilo que soa diferente é contrário ao 
Direito e por isso não pode realizar-se. 
Todavia, dizer que a vida depende da proteção da Carta Maior é superfetação porque a vida está 
acima das normas e compõe todos os artigos, parágrafos, incisos e alíneas de todas as constituintes. 
 A cada dia que passa, a consciência atual, despertada e aturdida pela insensibilidade e pela 
indiferença do mudo tecnicista, começa a se reencontrar com a mais lógica de suas normas: a tutela da 
vida. Essa consciência de que a vida humana necessita de uma imperiosa proteção vai criando uma série 
de regras que se ajustam mais e mais com cada agressão sofrida, não apenas no sentido de se criar 
dispositivos legais, mas como maneira de estabelecer formas mais fraternas de convivência. Este, sim, 
seria o melhor caminho. 
 Tudo isso vai sedimentando a ideia de que a vida de todo ser humano é ornada de especial 
dignidade, o que deve ser colocado de forma clara em defesa da proteção das necessidades e da 
sobrevivência de cada um. Esses direitos fundamentais e irrecusáveis da pessoa humana devem ser 
definidos por um conjunto de normas que possibilitem que cada um tenha condições de desenvolver suas 
aptidões e suas possibilidades. 
 
Fonte: Agente da Polícia Federal – DPF/DGP – UnB CESPE 
 
75 
 
6. Considerando as ideias e a estrutura do texto acima, julgue os itens de 1 a 5, como Verdadeiros ou 
Falsos: 
 
1. O texto defende que a sociedade brasileira, apesar de vítima da violência do contexto tecnológico atual, 
tem por valor superafetado a proteção do direito à vida, garantido constitucionalmente. 
2. Entre os pilares que sustentam a Carta Magna brasileira – a dignidade da pessoa, o respeito ao cidadão, 
a garantia da sua integridade, o fortalecimento do bem comum e o resguardo do direito à vida – , 
sobreleva-se este último, pela qualidade de incondicional. 
3. É redundante afirmar que a Constituição do Brasil dá especial ênfase à defesa à existência no país, uma 
vez que a vida sobreleva-se a constituições sociais e está pressuposta em vários dispositivos legais. 
4. O texto argumenta que é universal e incontestável a consciência de que urge o estabelecimento de 
formas mais fraternas de convivência no mundo atual. 
5. O texto estrutura-se de forma dissertativa, com léxico predominantemente denotativo, apesar de haver 
palavras empregadas em sentido conotativo, a exemplo de “soa” e “ornada”. 
 
 
 
TEXTO 3 
 
BUROCRATAS CEGOS 
 
 A decisão, na sexta-feira, da juíza Adriana Barreto de Carvalho Rizzoto, da 7ª Vara Federal do Rio, 
determinando que a Light e a Cerj também paguem bônus aos consumidores de energia que reduziram o 
consumo entre 100 kWh e 200 kWh fez justiça. 
 
 A liminar vale para todos os brasileiros. Quando o Governo se lançou nessa difícil tarefa do racionamento, 
não contou com tamanha solidariedade dos consumidores. Por isso, deixou essa questão dos bônus em 
suspenso. Preocupada com os recursos que o Governo federal terá que desembolsar com os prêmios, a 
Câmara de Gestão da Crise de Energia tem evitado encarar essa questão, muito embora o próprio 
presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, já tenha dito que o bônus será pago. 
 
 Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para poder ter a garantia 
desse direito. Infelizmente, o permanente desrespeito ao contribuinte ainda faz parte da cultura dos 
burocratas brasileiros. Estão constantemente preocupados em preservar a máquina do Estado. Jamais 
pensam na sociedade e nos cidadãos. Agem como se logo mais na frente não precisassem da população 
para vencer as barreiras de mais essa crise. 
 
(Editorial de O Dia, 19/08/01) 
 
7. De acordo com o texto: 
a) A juíza expediu a liminar porque as companhias de energia elétrica se negaram a pagar os bônus aos 
consumidores. 
b) A liminar fez justiça a todos os tipos de consumidores. 
c) A Light e a Cerj ficarão desobrigadas de pagar os bônus se o governo fizer a sua parte. 
d) O excepcional retorno dado pelos consumidores de energia tomou de surpresa o Governo. 
e) O Governo pagará os bônus, desde que as companhias de energia elétrica também o façam. 
 
 8. Só não se depreende do texto que: 
a) os burocratas brasileiros desrespeitam sistematicamente o contribuinte. 
b) o governo não se preparou para o pagamento dos bônus. 
c) o chefe do executivo federal garante que os consumidores receberão o pagamento dos bônus. 
d) a Câmara de Gestão está preocupada com os gastos que terá o Governo com o pagamento dos bônus. 
e) a única forma de os consumidores receberem o pagamento dos bônus é apelando para a Justiça. 
 
76 
 
 9. De acordo com o texto, a burocracia brasileira: 
a) Vem ultimamente desrespeitando o contribuinte. 
b) Sempre desrespeita o contribuinte. 
c) Jamais desrespeitou o contribuinte. 
d) Vai continuar desrespeitando o contribuinte 
e) Deixará de desrespeitar o contribuinte. 
 
 10. A palavra que justifica a resposta ao item anterior é: 
a) Infelizmente 
b) Constantemente 
c) Cultura 
d) Jamais 
e) Permanente 
 
 11. Os burocratas brasileiros: 
a) ignoram o passado. 
b) não valorizam o presente. 
c) subestimam o passado. 
d) não pensam no futuro. 
e) superestimam o futuro. 
 
 
 12. Pode-se afirmar, com base nas ideias do texto: 
a) A Câmara de Gestão defende os interesses da Light e da Cerj. 
b) O presidente da República espera poder pagar os bônus aos consumidores. 
c) Receber o pagamento dos bônus é um direito do contribuinte, desde que tenha reduzido o consumo 
satisfatoriamente.d) Os contribuintes não deveriam ter recorrido à Justiça, porque a Câmara de Gestão garantiu o pagamento 
dos bônus. 
e) A atuação dos burocratas brasileiros deixou a Câmara de Gestão preocupada. 
 
 
 
TEXTO 4 
 
 
A biônica, ciência pouco conhecida, pesquisa as característica dos organismos vivos para reproduzi-las 
nas formas e mecanismos de novos produtos. Os exemplos de sua aplicação estão por toda parte: da 
engenharia à medicina, passando pela área militar, de tecnologia e de materiais. É só reparar bem para 
identificá-los. 
 Foi no campo militar, na década de 1960, que a biônica nasceu oficialmente, com o termo criado pelo 
major norte-americano J. E. Steele. Uma das aplicações mais conhecidas da biônica na área militar é a 
camuflagem. A inspiração veio da capacidade que alguns animais têm de se misturar à natureza, como o 
camaleão. A técnica foi usada pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, quando navios norte-
americanos e britânicos foram pintados com listras semelhantes às das zebras, o que dificultava sua 
visualização pelo inimigo. 
 A arquitetura e o design estão entre os principais campos de aplicação da biônica. Um dos exemplos mais 
conhecidos são as nadadeiras modernas – aquelas que possuem uma abertura no meio. O formato do 
rabo das baleias inspirou o projeto, que facilita a passagem da água, reduzindo o esforço do mergulhador. 
 Qual a ligação entre a vitória-régia e a arquitetura? A resposta é uma obra revolucionária, o Palácio de 
Cristal, construído na Inglaterra, em l85l, para hospedar a Primeira Exposição Universal de Londres – na 
qual mais de 30 países reuniram representantes de suas indústrias para apresentar as últimas inovações 
tecnológicas. O prédio, construído em ferro e vidro, foi idealizado pelo arquiteto e jardineiro inglês Joseph 
Paxton. Ele descobriu que a força da vitória-régia, que suporta o peso de uma criança, estava nas nervuras 
77 
 
centrais de suas folhas, interligadas em forma de cruz, e usou o mesmo princípio para construir o Palácio 
de Cristal. 
 O projeto causou polêmica entre os engenheiros da época, que não acreditavam que o edifício fosse 
suportar o peso de milhares de pessoas. Prova de que estavam errados é que o prédio não só sobreviveu 
aos 6 milhões de visitantes que participaram da exposição, como permaneceu intacto por mais de 80 anos. 
No final de 1936, foi destruído por um incêndio. 
 
 Fonte :TEC. JUD. – TRE. – AM. FCC. 
 
13. A informação que encerra o texto: 
a) Contraria o que havia sido afirmado, dando razão aos que criticaram a segurança da obra. 
b) Confirma as informações a respeito do projeto do palácio, destruído por um fator inesperado. 
c) Comprova o fato de que projetos de engenharia só devem basear-se em estruturas sólidas e confiáveis. 
d) Dá razão aos engenheiros da época, porque o prédio era inadequado ao grande número de visitantes. 
e) Responde à questão colocada no início do parágrafo, de que não é possível unir planta e arquitetura. 
 
 
 14. A Primeira Guerra Mundial é citada, no texto: 
a) Como exemplo de desrespeito e maus tratos a animais em situação de conflito armado. 
b) Para indicar o mau uso que pode ser feito de uma proposta científica, que buscar o progresso e a paz. 
c) Para registrar a necessidade de um controle das atividades científicas que envolvem animais e seus 
hábitos. 
d) Para situar o uso de uma característica animal como elemento auxiliar de segurança nas ações militares. 
e) Como uma crítica à inovação tática do disfarce, não apenas de soldados, mas também de 
equipamentos. 
 
 
 15. “– aquelas que possuem uma abertura no meio”. A frase colocada após o travessão acrescenta ao 
contexto a noção de: 
a) Proporcionalidade. 
b) Finalidade. 
c) Explicação. 
d) Condição. 
e) Conclusão. 
 
 16. “para reproduzi-las nas formas e mecanismo de novos produtos” (1º parágrafo). A forma de pronome 
grifada na frase acima substitui, no texto: 
a) As características dos organismos vivos. 
b) As ciências pouco conhecidas. 
c) As formas e mecanismos de novos produtos. 
d) Novas vidas em inúmeras áreas. 
e) Novas tecnologias e novos produtos. 
 
 17. “O prédio não só sobreviveu aos 6 milhões de visitantes que participaram da exposição, como 
permaneceu intacto por mais de 80 anos” (final do texto). O trecho acima está reescrito de outra maneira, 
mas conservando o sentido original do texto, em: 
a) O prédio não sobreviveu à exposição, e continuou fechado por mais 80 anos. 
b) O prédio permaneceu aberto para os visitantes da exposição, ainda durante mais 80 anos. 
c) As condições do prédio previam somente os visitantes da exposição, mas ficou aberto por mais de 80 
anos. 
d) Os visitantes que participaram da exposição mantiveram o prédio intacto por 80 anos. 
e) O prédio suportou o peso dos milhões de visitantes e continuou em perfeitas condições por mais de 80 
anos. 
 
 
78 
 
 
 
 
PINTOU NO ENEM 
 
 
 
As questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na área de Linguagens, Códigos e suas 
tecnologias sempre envolvem a análise textual. Portanto, nesta última unidade de nosso estudo, é 
importante que tenham acesso aos últimos cadernos de questões do ENEM e exercitem as habilidades de 
leitura e compreensão textual. 
 
Os cadernos de questões dos exames anteriores estão disponíveis no site do INEP: 
<http://portal.inep.gov.br/web/enem/edicoes-anteriores/provas-e-gabaritos> 
 
Façam a impressão dos Cadernos de Questões e dos Gabaritos do ano 2013 e 2012 – Segundo dia - 
cor AMARELA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.inep.gov.br/web/enem/edicoes-anteriores/provas-e-gabaritos
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GABARITO - Unidade 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXAÇÃO 
1 D 11 D 
2 A 12 C 
3 E 13 B 
4 E 14 D 
5 D 15 C 
6 FVFFV 16 A 
7 D 17 E 
8 E 18 - 
9 B 19 - 
10 E 20 - 
80 
 
 
REFERENCIAS 
 
 
 
ANDRÉ, Hildebrando Afonso de. Gramática ilustrada. 4. ed. São Paulo: Moderna, 1991. 
 
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. 
 
CUNHA, Celso. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3ª Ed. Rio de Janeiro. Editora Nova 
Fronteira. 2001. 
 
FERNANDES, Francisco. Dicionário de verbos e regimes. 33. ed. Porto Alegre/Rio de Janeiro: Globo, 
1983. 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário aurélio século XXI: o dicionário da língua 
portuguesa. 3. ed. totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 
 
INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática Aplicada aos Textos. São Paulo. Editora Scipione, 2003. 
 
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS, Rio de Janeiro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1. ed. 
Objetiva, 2001. 
 
JOTA, Zélio dos Santos. Dicionário de Linguística. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença/INL, 1981. 
 
LEITÃO, Luiz Ricardo e LIMA, Ronaldo. Interpretação de textos. Rio de Janeiro: Cooautor, 1995. 
 
MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1998. 
 
PIMENTEL, Ernani Filgueiras. Intelecção e interpretação de textos. 17. ed. Brasília: Vest-Con, 1999. 
 
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 20. ed. Rio de Janeiro: 
José Olympio, 1979. 
 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 
 
WALDECK, Sérgio e SOUZA, Luiz. Roteiros de comunicação e expressão. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Eldorado, 1980.

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