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A formação do homem no contexto de crise da razão

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FIP – EDUCAR 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO, RELAÇÕES HUMANAS E DIVERSIDADE SÓCIO-CULTURAL
DOCENTE: Ms. Francisco Bento
Aluna: Luzimeire Meireles Malaquias Santos
ATIVIDADE 1: 
ÉTICA E EDUCAÇÃO
A formação do homem no contexto de crise da razão
1)Vivemos a era de uma razão pragmática, erigida sobre os escombros da razão universal. Um momento de contrastes, desigualdades e da primazia do superficial. Nesse contexto, os ajuntamentos humanos adotam o fenômeno do tribalismo. Discutam
2) O autor tece distinções entre ética e moral. Comente-as.
3) “A ética assentada no princípio da emoção” (pg. 35), do que se trata?
4) Homem: dimensão apolínea versus dimensão dionisíaca. Comente a afirmação.
5) Em fls.38, o autor afirma que a razão universal se declara única legítima, mas hoje convivemos com sua crise e, consequentemente, com o surgimento de outras razões; que implicação tem esse fato para os relacionamentos humanos?
6) Contida às fls. 38/39; fale sobre a visão de Maffesoli acerca do projeto filosófico da Modernidade.
7) E a educação como se encaixa nesse novo contexto ético? 
DESENVOLVIMENTO
Tribalismo significa possuir uma forte identidade cultural ou étnica que separe seus membros dos membros de outro grupo, sendo o forte sentimento de identidade um pré-requisito para a formação de uma sociedade tribal verdadeira.
Nesse sentido Maffesoli (1995), fala sobre o fenômeno do tribalismo em nossos dias, destacando a divisão em grupos dentro de nossa sociedade. As seitas, os grupos que reivindicam a diversidade de gêneros, os partidos políticos, os rappers, dentre tantos outros, que com suas regras, levantam suas bandeiras, quer sejam para ajudar o próximo, exercendo a caridade, a solidariedade, quer seja em benefícios individualistas, se fecham em seus grupos, dando origem a uma série de consequências, podendo estas ser boas ou más, como intolerância, preconceitos e até mesmo a violência. Podemos destacar os ataques aos cristãos, com grande número de vítimas fatais, em diversas partes do mundo.
 
Os conceitos moral e ética são sempre confundidos. A ética refere-se a regras universais, é o que mostra a todas as pessoas do mundo se estão certos ou errados, se aquilo é justo ou injusto. É a racionalidade, o discernir entre as melhores formas de conduta. Já a moral refere-se ao conjunto de regras admitidas em uma época e em uma determinada sociedade, ou seja, pode mudar com o tempo e de acordo com cada sociedade. Maffesoli cita o exemplo da máfia, que possui uma ética própria, mas é moralmente reprovável. 
A ética assentada no princípio da emoção trata-se de ética descartável, que perpassa a mídia, ou seja, indivíduos movidos por sentimentos, se vendem a modismos e considerando que a mídia exerce poder sobre as massas, acabam produzindo simulacros da realidade, que nada tem de busca pela ética, pela justiça, mas sim, é um verdadeiro espetáculo teatral.
A dimensão Apolínea é a dimensão do existir. É marcada pela retidão e pela justiça, exigindo dos homens o senso da medida e o autoconhecimento. A dimensão Dionisíaca é caracterizada pela busca do prazer, da paixão. As duas dimensões por vezes se harmoniza para, em seguida, uma vencer a outra. Assim é com o homem. O autor usa a metáfora de Apolo e Dionísio para representar a conduta humana, que, em certos momentos agem como Apolo, e em outros, abandonando a ética agem como Dionísio.
O aparecimento das várias verdades, das muitas razões, trouxe para o nosso século as diferentes regras, os mais variados modos de pensar e de agir. Assim sendo, cada grupo, ao defender a sua causa despreza as causas alheias, o que, como já foi dito, pode gerar desrespeito, intolerância, cobiça, instabilidade nos relacionamentos pessoais e superficialidade nas relações em geral.
Maffesoli afirma a falência do projeto filosófico da modernidade. Para ele, o que o ser humano aparenta ser, tornou-se mais importante do que o que ele realmente é. A sobriedade deu lugar ao êxtase sem limites, o dionisíaco venceu o apolíneo. É um projeto de superficialidades, mas para o autor, o que se pode fazer é aceitar cada um como ele se mostra. É hipostasiar o não-racional e o estético, acreditando que Dionísio veio redimir a humanidade sufocada pela racionalidade.
É difícil generalizar uma postura para a educação, já que os próprios sujeitos da educação são indivíduos plurais; As mentes não devem ser manipuladas, nem as ideologias ensinadas. Entretanto é necessário que levemos nossos alunos a aprender a se posicionar criticamente em relação à natureza, à sociedade, ao mundo e ao tempo em que se vive.

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