Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA AULA 04: CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO Discentes: Gabriela Coutrin (201905403), Maura Waléria (201900222), Pedro Augusto (201905429) e Vitoria Matos de Oliveira (201910800). Docente: Maria Assima Bittar Gonçalves. Curso: Engenharia de Alimentos. Goiânia, 2022 INTRODUÇÃO O calor específico é definido como a quantidade calor necessária para que seja possível elevar a temperatura de uma determinada substância por unidade de temperatura. Já a capacidade térmica é definida como uma grandeza física extensiva, sendo que é dependente da massa de sua respectiva substância, ela é a quantidade de calor necessária (cedida ou recebida) para que um corpo varie sua temperatura em uma unidade. Na indústria alimentícia a propriedade térmica dos alimentos é extremamente importante que as propriedades físicas e químicas dos alimentos sejam conhecidas, visto que elas influenciam na textura e sabor, provocam escurecimento não-enzimático ou reação de Maillard. E conhecendo essas propriedades, também, se torna possível o dimensionamento de equipamentos para várias áreas da indústria. Para a determinação da quantidade de energia necessária nos processos de aquecimento e resfriamento, por exemplo, se faz necessário o conhecimento do calor específico. OBJETIVO Determinar experimentalmente a capacidade calorífica da água e do calorímetro, e por meio dela estabelecer relações com a calorimetria do leite, ketchup, suco de goiaba e suco de manga. MATERIAIS E MÉTODOS ● Balança analítica; ● Ketchup; ● Água; ● Suco de manga; ● Suco de goiaba; ● Leite; ● Garrafa térmica; ● Termômetro; ● Banho termostático. A água fria foi levada, em um béquer, para a balança analítica com o intuito de obter sua massa, após isto ela foi colocada em uma garrafa térmica e sua temperatura foi medida, quando a temperatura estabilizou seguimos o mesmo procedimento para a água quente, após a temperatura estabilizar colocamos, a água quente, na garrafa que continha água gelada e medimos a temperatura até acontecer o equilíbrio térmico. Em seguida, para as amostras (ketchup, leite, suco de manga e suco de goiaba), foi repetido o procedimento da água gelada. Após todo o procedimento ser realizado, a amostra que se encontrava em banho termostático foi colocada dentro da garrafa térmica, que continha a água gelada, e sua temperatura foi medida até que entrasse em equilíbrio, após isso a massa da amostra foi medida. Todo o procedimento anterior foi repetido para as outras 3 amostras. Para o cálculo do calor específico da garrafa térmica foi utilizada a equação 1. (1)𝐶𝑔. (𝑇 𝑒𝑞 − 𝑇 𝑖𝑓 ) + 𝑚 𝑓 . 𝑐𝑝 𝑓 . (𝑇 𝑒𝑞 − 𝑇 𝑖𝑓 ) = 𝑚 𝑞 . 𝑐𝑝 𝑞 . (𝑇 𝑖𝑞 − 𝑇 𝑒𝑞 ) (2)𝐶𝑔 = 𝑚 𝑔 . 𝑐𝑝 𝑔 Para o cálculo do calor específico das amostras foi utilizada a equação 3. (3)𝐶𝑔. (𝑇 𝑒𝑞 − 𝑇 𝑖𝑓 ) + 𝑚 𝑓 . 𝑐𝑝 𝑓 . (𝑇 𝑒𝑞 − 𝑇 𝑖𝑓 ) = 𝑚 𝑎𝑚 . 𝑐𝑝 𝑎𝑚 . (𝑇 𝑖𝑎𝑚 − 𝑇 𝑒𝑞 ) A fim de saber o calor específico da água fria e da água quente foi utilizada a tabela 1 (GEANKOPLIS, 1993). Tabela 1: Calor específico da água em diferentes temperaturas. Para encontrar valores de calor específico da água em temperaturas não tabelas, foi feita a interpolação, através da equação 4. (4)𝑥−𝑥1𝑥2−𝑥1 = 𝑦−𝑦1 𝑦2−𝑦1 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 2 podemos observar a temperatura de equilíbrio de cada amostra, bem como seus respectivos calores específicos. Amostra T inicial da água (°C) T inicial da amostra (°C) T de equilíbrio (°C) Calor específico (cal/g°C) Leite 9,20 60,0 25,03 0,6383 Ketchup 10,36 60,1 22,62 0,5572 Suco de goiaba 8,72 59,8 23,93 0,6736 Suco de manga 7,67 59,9 22,04 0,4352 Tabela 1: Calores específicos das amostras analisadas. De acordo com ASHRAE (1982), o calor específico (cp) do leite acima do ponto de congelamento (-0,5°C) é de 0,93 Kcal/kg.°C. O valor do cp para o Ketchup encontrado por SHAROBA (2005) foi de 0,705 cal/g.°C. O valor encontrado para a goiaba, de acordo com estudos de GRIPPE (2021) foi de 0,8575 cal/g.K. Já para a manga, ASHRAE (1982) encontrou o valor de 0,9000 Kcal/kg.°C. Ao comparar os valores encontrados na literatura com os valores encontrados para o calor específico de cada amostra, podemos observar que existem poucas divergências, causadas por erros experimentais, como: não haver isolamento térmico correto nas garrafas térmicas; a dificuldade de medição da temperatura de equilíbrio, tendo em vista que o bulbo do termômetro pode não ter encostado da forma correta dentro da garrafa; falta de aquecimento das amostras após o uso para a realização do experimento de outros grupos. CONCLUSÃO O experimento realizado entregou resultados próximos aos encontrados na literatura, mostrando que a metodologia utilizada foi eficaz. Os valores obtidos para o calor específico em cal/g.°C do ketchup, leite, suco de manga e suco de goiaba, foram, respectivamente: 0,5572; 0,6383; 0,4352 e 0,6736. REFERÊNCIAS ASHRAE. “Refrigeration” Handbook. Am. Soc. Heat. Refrig. Air Cond. Eng., Atlanta, USA. 1982. ISMAIL, K. A. R. Fenômenos de Transferência: experiências de laboratório. Editora Campus, Rio de Janeiro. 239p. 1982. Geankoplis, C. J. Transport processes and unit operations. 3ª edição 1993 GRIPPE, V. Y. Q. ESTUDO EXPERIMENTAL DO ARREFECIMENTO DA GOIABA VERMELHA EM DIFERENTES FLUIDOS. Disponível em: https://bdm.ufmt.br/bitstream/1/1934/1/VINICIUS.pdf Acesso em: 05 de jul. de 2022. SHAROBA, A. M.; SENGE, B.; EL-MANSY, H. A.; BAHLOL, BLOCHWITZ, R. Chemical, sensory and rheological properties of some commercial German and Egyptian tomato ketchups. Eur Food Res Technol (2005) 220:142–151 DOI: 10.1007/s00217-004-0981-7.