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@cura.radical Sistema esquelético Funções O sistema esquelético desempenha diversas funções básicas: - Sustentação; - Proteção; - Assistência ao movimento (ossos são os elementos passivos do movimento); - Homeostasia mineral (o tecido ósseo constitui 18% do peso corporal, possui armazenamento de sais minerais como cálcio e fósforo. O tecido ósseo armazena 99% do cálcio corporal. Quando há necessidade os ossos liberam na corrente sanguínea estes sais, bem como faz suas armazenagem); - Produção de células sanguíneas (no interior de determinados ossos, existe um tecido conjuntivo chamado medula óssea vermelha, que produz hemácias [eritrócitos] leucócitos e plaquetas em um processo chamado hematopoese. A medula óssea vermelha é composta por hemácias em desenvolvimento, adipócitos, fibroblastos e macrófagos em uma rede de fibras reticulares; é encontrada nos ossos em desenvolvimento do feto e em alguns ossos do adulto, como os ossos do quadril; costelas e esterno, vértebras, crânio e extremidades do úmero e fêmur. No RN, toda a medula óssea é vermelha e está envolvida na hematopoese. Com o avanço da idade, grande parte da medula óssea passa de vermelha para amarela - Armazenamento de energia (a medula óssea amarela é constituída por adipócitos que armazenam triglicerídeos, que se consiste em uma matriz energética. Estrutura dos ossos A estrutura macroscópica do osso pode ser analisada levando em conta as partes de um osso longo (possui o comprimento maior que a largura). Um osso longo típico é composto pelas seguintes partes: 1-2A diáfise constitui o corpo do osso – a parte longa, cilíndrica e principal do osso; 2-2As epífises são as extremidades proximal e distal do osso.; 3-2As metáfises são as regiões entre a diáfise e as epífises. No osso em crescimento, cada metáfise contém uma lâmina epifisial (de crescimento), formada por uma camada de cartilagem hialina que possibilita que a diáfise do osso cresça em comprimento. Quando o comprimento de um osso para de crescer por volta dos 14 aos 24 anos, a cartilagem na lâmina epifisial é substituída por osso; a estrutura óssea resultante é conhecida como linha epifisial. 4-2Cartilagem articular é uma fina camada de cartilagem hialina que recobre a parte da epífise onde o osso se articula com outro osso. A cartilagem articular reduz o atrito e absorve o choque nas articulações livremente móveis. Uma vez que a cartilagem articular não apresenta pericôndrio nem vasos sanguíneos, o reparo de lesões é limitado. 5-2Periósteo é a bainha de tecido conjuntivo resistente que reveste a superfície óssea não recoberta por cartilagem articular e exerce importante papel para a manutenção da estrutura óssea, como proteção do osso, contribuição para a nutrição óssea, auxílio na reparação de fraturas, crescimento ósseo, além de servir de ponto de fixação de tendões e ligamentos. 6-2Cavidade medular é um espaço oco e cilíndrico na diáfise que contém a medula óssea amarela adiposa e numerosos vasos sanguíneos em adultos. 7-2Endósteo é uma fina membrana que reveste a cavidade medular. Contém uma única camada de células formadoras de osso e pouco tecido conjuntivo. Histologia - Contém uma matriz extracelular abundante entre células bem separadas. - A matriz extracelular é formada por cerca de 15% de água, 30% de fibras colágenas e 55% de sais minerais cristalizados. O sal mineral mais encontrado é o fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2], que se combina com outro sal mineral, o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], para formar cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2]. Os cristais se combinam ainda com outros sais minerais, como carbonato de cálcio (CaCO3), e íons como magnésio, fluoreto, potássio e sulfato. Conforme esses sais são depositados na estrutura formada pelas fibras de colágeno da matriz extracelular, eles cristalizam e o tecido endurece. Esse processo, chamado calcificação, é iniciado por células formadoras de osso chamadas osteoblastos. A combinação de sais cristalizados e fibras colágenas é responsável pelas características do osso. Embora a solidez de um osso dependa de sais minerais inorgânicos cristalizados, sua flexibilidade depende das fibras de colágeno - Quatro tipos de células são encontrados no tecido ósseo: ➢ Células osteogênicas Ou células progenitoras, são encontradas ao longo da parte interna do periósteo, no endósteo e nos canais internos ósseos que contêm vasos sanguíneos. São células-tronco ósseas não especializadas derivadas do mesênquima, que possuem capacidade mitótica que por sua vez originam os osteoblastos. ➢ Osteoblastos São células formadoras de osso. Sintetizam fibras de colágeno e componentes orgânicos que são essenciais na matriz extracelular, dão início a calcificação. Uma vez que os próprios osteoblastos são recobertos por matriz extracelular, tornam-se aprisionados em suas secreções e transformam-se em osteócitos. ➢ Osteócitos São as principais células do tecido ósseo, fazem a manutenção do mesmo, como regulação do metabolismo tecidual. ➢ Osteoclastos São células enormes derivadas da fusão de cerca de 50 monócitos (um tipo de leucócito) que se concentram no endósteo. No lado da célula que faz contato com a superfície óssea, a membrana plasmática do osteoclasto apresenta dobras profundas, formando uma borda pregueada. Aqui, a célula libera poderosos ácidos e enzimas lisossômicas que digerem os componentes minerais e proteicos da matriz extracelular óssea subjacente. Essa degeneração da matriz extracelular óssea, chamada reabsorção, é parte do desenvolvimento, da manutenção e do reparo ósseos. Em resposta a certos hormônios, osteoclastos ajudam a regular o nível sanguíneo de cálcio. Tecidos ósseos - Os ossos não são completamente compactos e apresentam muitos espaços minúsculos entre suas células e os componentes da matriz extracelular Alguns espaços servem de canais para vasos sanguíneos (suprem as células ósseas com nutrientes) Outros espaços atuam como áreas de armazenamento para a medula óssea vermelha. - Dependendo do tamanho e da distribuição dos espaços, as regiões de um osso podem ser classificadas como compactas ou esponjosas. Em geral, cerca de 80% do esqueleto é de osso compacto e 20% é de osso esponjoso. Tecido ósseo compacto - Apresenta poucos espaços; - É a forma de tecido mais resistente; - É encontrado abaixo do periósteo de todos os ossos e constitui a maior parte das diáfises dos ossos longos; - Oferece proteção e suporte e resiste aos estresses produzidos pelo peso e movimento; Tecido cartilaginoso Cartilagem, é um tipo de tecido conjuntivo que é composto por colágeno, fibras elásticas e possui uma matriz firme se sulfato de condroitina, logo é um material resistente. Não possui suprimento nervoso e nem sanguíneo, com exceção do pericôndrio (túnica de tecido conjuntivo denso não-modelado que reveste a superfície e contém vasos sanguíneos e linfáticos, como também nervos). Suas células se diferenciam em condrócitos. Funções Dependem da estrutura da matriz - Sustentação dos tecidos moles; - Revestimento de superfícies articulares (absorve choques, alivia a tensão e serve como um meio facilitador para o deslizamento dos ossos nas articulações); - Formação e crescimento dos ossos longos (vida-intrauterina e após nascimento); Células As células da cartilagem madura são os condrócitos, que podem aparecer juntos ou isolados dentro de espaços chamados lacunas na matriz. São originados dos condroblastos. Os condrócitos secretam colágeno tipo II, proteoglicanos e glicoproteínas, como a condronectina. Matriz Apresenta uma matriz extracelular,e a função da cartilagem é baseada na constituição desta matriz. Constituição: - Colágeno ou colágeno + elastina; - Ácido Hialurônico; - Proteoglicanas (proteínas + Glicosaminoglicanos); - Glicoproteínas; - Fibronectina. Tipos de cartilagens Existem três tipos de cartilagens: Cartilagem Hialina - É o tipo mais frequente de cartilagem no corpo humano; - A fresco possui coloração branco- azulada e translúcida - Sua matriz possui delicadas fibrilas de colágeno tipo II; - Forma o primeiro esqueleto do embrião que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo; - Histogênese acontece a partir do mesênquima; - Possui pericôndrio; - Confere flexibilidade e sustentação, reduz a tensão e o choque nas articulações; - É a mais fraca dos três tipos de cartilagens; - Mais suscetível a processos degenerativos; - Pode ser encontrada: na parede das fossas nasais, traqueia, brônquios, extremidade ventral das costelas e revestindo a superfície dos ossos longos. Cartilagem elástica - Possui cor amarelada a fresco; - Apresenta pericôndrio e cresce por aposição; - Sua matriz apresenta fibras de colágeno II, e uma abundante rede de fibras elásticas; - Pode estar presente individualmente, ou formar peça com a cartilagem Hialina; - Menos sujeita a processos degenerativos; - Pode ser encontrada: no pavilhão auditivo, conduto auditivo externo, tuba auditiva, epiglote e cartilagem cuneiforme da laringe. Cartilagem Fibrosa - Também chamada de fibrocartilagem; - Sua matriz possui grande quantidade de fibras colágenas tipo I; - Suas características são intermediarias entre o conjuntivo denso e cartilagem Hialina; - Pouca substância fundamental; - Não possui pericôndrio; - É encontrada: Nos discos intervertebrais, pontos em que tendões e ligamento se inserem nos ossos e na sínfise púbica - É o mais forte dos três tipos de cartilagens. Crescimento das cartilagens Podem acontecer de duas maneiras: - Crescimento intersticial, Sucessivas divisões mitóticas pelos condrócitos preexistentes - Crescimento por aposição; Acontece a partir de células do pericôndrio Ossificação Na formação do tecido ósseo, existem duas maneiras de ser acontecer: Ossificação intramembranosa A ossificação intramembranosa é o mais simples dos dois métodos de formação óssea. Os ossos planos do crânio, a maioria dos ossos faciais, a mandíbula e a parte medial da clavícula são formados dessa maneira. A sequência de acontecimentos se dá na seguinte forma: 1-2 Desenvolvimento do centro de ossificação. No local em que o osso vai se desenvolver, mensagens químicas específicas fazem com que as células do mesênquima se agrupem e se diferenciem, primeiramente em células osteogênicas e, depois, em osteoblastos. O local dessa aglomeração é chamado centro de ossificação. Os osteoblastos secretam a matriz extracelular orgânica do osso até ficarem circundados por ela. 2-2 Calcificação. Em seguida, a secreção de matriz extracelular cessa e as células, agora chamadas osteócitos, encontram-se nas lacunas e estendem seus processos citoplasmáticos estreitos pelos canalículos que irradiam para todas as direções. Em poucos dias, cálcio e outros sais minerais são depositados e a matriz extracelular endurece ou calcifica (calcificação). 3-2 Formação das trabéculas. Conforme a matriz extracelular óssea vai se formando, ela se desenvolve em trabéculas que se fundem umas com as outras para formar osso esponjoso ao redor da rede de vasos sanguíneos no tecido. O tecido conjuntivo associado aos vasos sanguíneos nas trabéculas se diferencia em medula óssea vermelha. 4-2 Desenvolvimento do periósteo. Junto com a formação das trabéculas, o mesênquima se condensa na periferia do osso e se transforma em periósteo. Por fim, uma fina camada de osso compacto substitui as camadas superficiais do osso esponjoso, porém o osso esponjoso permanece no centro. Muito do osso recém-formado é remodelado (destruído e reformado) pelas transformações que o osso sofre para chegar a seu tamanho e forma adultos. Ossificação endocondral A substituição da cartilagem por osso é chamada ossificação endocondral. Embora a maioria dos ossos do corpo seja formada dessa maneira, o processo é observado melhor no osso longo, ocorrendo da seguinte maneira: 1-2 Desenvolvimento do modelo de cartilagem. No local onde o osso será formado, mensagens químicas específicas fazem com que células no mesênquima se aglomerem no formato do futuro osso e, em seguida, se desenvolvam em condroblastos. Os condroblastos secretam matriz extracelular cartilaginosa, produzindo um modelo de cartilagem que consiste em cartilagem hialina. Uma cobertura chamada pericôndrio se desenvolve em torno do modelo de cartilagem. 2-2 Crescimento do modelo de cartilagem. Quando os condroblastos se encontram profundamente imersos na matriz extracelular cartilaginosa, eles passam a ser chamados condrócitos. O comprimento do modelo de cartilagem cresce pela divisão celular contínua dos condrócitos, acompanhada por mais secreção de matriz extracelular cartilaginosa. Este tipo de crescimento cartilaginoso, chamado crescimento intersticial (endógeno) (crescimento a partir de dentro), resulta em crescimento em comprimento. Em contraste, o crescimento da cartilagem em espessura decorre principalmente pelo depósito de material de matriz extracelular na superfície cartilaginosa do modelo por novos condroblastos que se desenvolvem a partir do pericôndrio. Esse processo é chamado crescimento por aposição (exógeno), o que quer dizer crescimento na superfície externa. Com o crescimento do modelo de cartilagem, os condrócitos na sua região média hipertrofiam (aumentam de tamanho) e a matriz extracelular cartilaginosa circundante começa a calcificar. Os outros condrócitos dentro da cartilagem em calcificação morrem porque os nutrientes não podem mais ser difundidos com rapidez suficiente pela matriz extracelular. Os espaços deixados pelos condrócitos mortos formam pequenas cavidades chamadas lacunas. 3-2Desenvolvimento do centro de ossificação primário. A ossificação primária ocorre para dentro, a partir da superfície externa do osso. Uma artéria nutrícia penetra no pericôndrio e no modelo de cartilagem em calcificação por um forame nutrício na região média do modelo cartilaginoso, estimulando as células osteoprogenitoras no pericôndrio a se diferenciarem em osteoblastos. Uma vez que o pericôndrio começa a formar osso, passa a ser chamado periósteo. Próximo ao meio do modelo, capilares periosteais crescem pela cartilagem calcificada em desintegração, induzindo o crescimento do centro de ossificação primário, que consiste em uma região onde tecido ósseo vai substituir a maioria da cartilagem. Em seguida, os osteoblastos começam a depositar matriz extracelular óssea sobre os remanescentes da cartilagem calcificada, formando trabéculas de osso esponjoso. A ossificação primária se espalha a partir dessa localização central em direção às duas extremidades do modelo cartilaginoso. 4-2Desenvolvimento da cavidade medular. Enquanto o centro de ossificação primário cresce em sentido às extremidades ósseas, os osteoclastos degradam parte das recém-formadas trabéculas de osso esponjoso. Essa atividade deixa na diáfise uma cavidade, a cavidade medular. Por fim, grande parte das paredes da diáfise é substituída por osso compacto. 5-2Desenvolvimento dos centros de ossificação secundários. Quando ramos da artéria epifisial penetram na epífise, são desenvolvidos centros de ossificação secundários, em geral próximo ao momento do nascimento. A formação óssea é similar àquela que ocorre nos centros de ossificação primários.Entretanto, nos centros de ossificação secundários, o osso esponjoso permanece no interior das epífises (não ocorre formação de cavidades medulares). Em contraste à ossificação primária, a ossificação secundária procede para fora, a partir do centro da epífise, em sentido à superfície externa do osso. 6-2Formação da cartilagem articular e da lâmina epifisial (de crescimento). A cartilagem hialina que reveste as epífises se torna a cartilagem articular. Antes da idade adulta, a cartilagem hialina permanece entre a diáfise e as epífises como lâmina epifisial (de crescimento), região responsável pelo crescimento em comprimento dos ossos longos, o que será abordado em um momento posterior. Fratura e reparo ósseo Fratura é qualquer perda da continuidade óssea.. O reparo de uma fratura óssea envolve as seguintes fases: 1- Fase reativa. Fase inflamatória inicial. Os vasos sanguíneos que cruzam a linha de fratura estão rompidos. Com o extravasamento sanguíneo das extremidades rompidas dos vasos, uma massa de sangue (normalmente coagulado) se forma ao redor do local da fratura. Essa massa de sangue, chamada hematoma de fratura, em geral se forma 6 a 8 h depois da lesão. Visto que a circulação sanguínea no local onde o hematoma de fratura se desenvolve é interrompida, as células ósseas circunvizinhas morrem. O edema e a inflamação que ocorrem em resposta às células ósseas mortas produzem mais resíduos celulares. Os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam a remover o tecido morto ou danificado dentro e ao redor do hematoma de fratura. Este estágio pode durar até algumas semanas. 2-1 Fase de reparação. Formação do calo fibrocartilaginoso. A fase de reparação é caracterizada por dois eventos: formação de um calo fibrocartilaginoso e de um calo ósseo para preencher o intervalo entre as extremidades ósseas fraturadas. Vasos sanguíneos começam a crescer no hematoma da fratura e fagócitos começam a limpar as células ósseas mortas. Os fibroblastos do periósteo invadem o local da fratura e produzem fibras de colágeno. Além disso, as células do periósteo se desenvolvem em condroblastos e começam a produzir fibrocartilagem nessa região. Esses eventos promovem o desenvolvimento de um calo fibrocartilaginoso (mole), que consiste em massa de tecido de reparação composta por fibras de colágeno e cartilagem que une as extremidades do osso. A formação do calo fibrocartilaginoso leva cerca de 3 semanas. 2-2 Fase de reparação. Formação do calo ósseo. Nas áreas mais próximas ao tecido ósseo saudável bem vascularizado, células osteogênicas se desenvolvem em osteoblastos, os quais começam a produzir trabéculas de osso esponjoso. As trabéculas unem as porções vivas e mortas dos fragmentos ósseos originais. Por fim, a fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e o calo passa a ser chamado calo ósseo (duro). O calo ósseo persiste por 3 a 4 meses. 3- Fase de remodelação óssea. A fase final do reparo da fratura é a de remodelação óssea do calo. As porções mortas dos fragmentos originais do osso fraturado são gradativamente reabsorvidas pelos osteoclastos. Osso compacto substitui osso esponjoso na periferia da fratura. Irrigação e inervação óssea - Os ossos são ricamente supridos por sangue. Os vasos sanguíneos, especialmente abundantes nas porções ósseas que contêm medula óssea vermelha, chegam aos ossos a partir do periósteo. - A irrigação do osso, é realizada por meio dos canais de Volkmann e dos canais de Havers. - Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que suprem os ossos. O periósteo é rico em nervos sensitivos, alguns deles transmitindo sensações de dor. Esses nervos são especialmente sensíveis a laceração ou tensão - O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos; apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática. Divisões do sistema esquelético Esqueleto axial Esqueleto apendicular Tipos de ossos Com base no formato ósseo, existem algumas classificações: ➢ Ossos longos - Possuem o comprimento maior que a largura; - Consistem em uma diáfise e duas epífises; - Internamente possui um canal medular, entretanto, a medula óssea está presente nos canais medulares somente até a idade de aproximadamente 25 anos, sendo posteriormente substituída pela medula óssea amarela No adulto, apenas alguns ossos continuam exercendo essa função: O osso do quadril, as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno. - São discretamente curvados para apresentar resistência (stress gerado pelo peso corporal); - Os ossos longos consistem principalmente em tecido ósseo compacto nas diáfises, mas contêm quantidades consideráveis de tecido ósseo esponjoso nas epífises; - Variam muito de tamanho; - Ex: Úmero, rádio, ulna, falanges, fêmur, tíbia e fíbula. ➢ Ossos curtos - Tem largura e comprimento praticamente iguais; - Formato cuboide; - Possui tecido ósseo esponjoso, porém em sua superfície é formado de tecido compacto; - Ex: A maioria dos ossos do carpo e do tarso. ➢ Ossos planos - Conferem proteção e áreas extensas para fixação muscular; - Possui duas lâminas de tecido ósseo compacto e por intermédio uma lâmina de tecido esponjoso; - Ex: Ossos do crânio e esterno. ➢ Ossos irregulares - Não podem ser agrupados nas outras categoriais por possuírem formatos cujo nome diz, irregulares; - Quantidade de tecido compacto e esponjoso varia; - Ex: Vértebras, ílio, ísquio e púbis, alguns ossos da face e o calcâneo. ➢ Ossos alongados - Comprimento maior que a largura, porém não apresentam canal medular; - Ex: Costelas. ➢ Ossos sesamoides - Presente onde há constante stress, causado pelo peso corporal, choques e fricções; - Varia de pessoa para pessoa; - Ex: Patelas. ➢ Ossos pneumáticos - Os ossos pneumáticos contêm cavidades revestidas de mucosa contendo ar, denominadas de seios paranasais.. - No crânio possuímos cinco ossos pneumáticos, sendo que 4 deles constituem os seios paranasais. - Ex: Maxila, esfenóide, etmóide, frontal e temporal. OBS A medula óssea vermelha é restrita aos ossos alongados como as costelas, planos como o esterno e crânio; ossos irregulares como as vértebras e os ossos do quadril; ossos longos como as epífises proximais do fêmur, do úmero e alguns osso curtos Acidentes ósseos Os ossos apresentam acidentes característicos, que consistem em aspectos estruturais adaptados para funções específicas. A maioria não existe por ocasião do nascimento, se desenvolvendo em resposta a determinadas forças, sendo portanto, mais proeminente no esqueleto adulto. Em resposta à tensão aplicada por tendões, ligamentos, aponeuroses e fáscias em uma superfície óssea, é depositado osso novo, produzindo áreas de elevações e rugosidades. Já a compressão de uma superfície óssea produz uma depressão. Dois tipos de acidentes ósseos: - Depressões e aberturas, que permitem a passagem de tecidos moles (como vasos sanguíneos, nervos, ligamentos e tendões) ou formam articulações; - Processos, projeções ou protuberâncias que ajudam a formar articulações ou que servem de pontos de fixação para tecido conjuntivo (como ligamentos e tendões). Saliências ósseas - As saliências podem ser articulares ou não. - As articulares correspondem a elevações nos ossos que se articulam com outras estruturas. São chamadas cabeças, côndilos, capítulos e trócleas - As saliências não articulares correspondem a elevações nos ossos que não se articulam com outrasestruturas. São chamadas bordas, cristas, espinhas, linhas, apófises ou processos, tuberosidades e tubérculos, como, por exemplo: a crista ilíaca e a espinha esquiática. Depressões ósseas - As depressões, podem ser articulares ou não. - As articulares são reentrâncias nos ossos que se articulam com outras estruturas. Temos as cavidades, as fóveas, as incisuras (essas podem ser ou não articulares) e os alvéolos, como, por exemplo: cavidade glenoide da escápula. - As depressões não articulares são reentrâncias nos ossos que não se articulam com outras estruturas. São chamados sulcos e fossas, exemplo: sulco do nervo radial do úmero e fossa intercondilar do fêmur. Forames e canais ósseos Os forames e canais são aberturas nos ossos com função de permitirem a passagem de qualquer estrutura anatômica. Essas aberturas podem ser formadas por um único osso ou por mais de um osso. Exemplo: forames vertebral e transverso da vértebra e canal óptico do osso esfenoide. Artrologia Uma articulação é um ponto de contato entre os ossos, entre a cartilagem e os ossos, e entre dentes e ossos. Quando um osso se articula com outro osso, isso significa que um osso forma uma juntura com outro osso. As articulações são protegidas pelos ligamentos que são uniões de tecidos conjuntivos entre ossos, com a função de ajudar a estabilizar a articulação. De forma geral, eles são pouco elásticos, ficam “frouxos” ou se rompem caso sejam esticados excessivamente, gerando a maioria das lesões ligamentares. • Classificação das articulações ➢ Classificação funcional: A classificação funcional das articulações, leva em conta o grau de movimento que elas permitem. - Sinartrose, articulação imóvel Massa sólida de tecido conjuntivo denso não-modelado. - Anfiartrose, articulação levemente móvel Massa sólida de cartilagem Hialina. - Diartrose, articulação livremente móvel Presença de cavidade articular entre os ossos e envoltos por uma cápsula. ➢ Classificação estrutural: A classificação estrutural das articulações baseia na presença ou ausência de um espaço entre os ossos que se articulam, chamada cavidade articular. - Fibrosa, não possui cavidade articular e os ossos são mantidos por tecido conjuntivo fibroso – Sinartrose. - Cartilagíneas, não possui cavidade articular e os ossos são mantidos por cartilagem – Anfiartrose. - Sinovial, existe cavidade articular e os ossos são mantidos por uma cápsula articular circundante. – Diartrose. Sinartrose Articulação imóvel e possuí três tipos: - Suturas Articulação fibrosa encontrada entre os ossos do crânio, podem ser: A) Denteada ou serreada: união em “linha denteada” Ex: Sutura coronal, sagital e lambdoíde. B) Escamosa: união entre ossos com grande curvatura Ex: Sutura temporoparietal. C) Plana: união linear retilínea Ex: Sutura palatina mediana e internasal. D) Esquindilese: união entre um osso no outro é do tipo em fenda (crista de um osso se aloja na fenda do outro) Ex: Sutura esfenovomeral - Sindesmose Existe muito T.C fibroso, com suas fibras dispostas em feixes, possui semelhança com os ligamentos. Geralmente formam membranas interósseas. Ex: Articulação tibiofibular distal - Gonfose Articulação fibrosa no qual um pino em forma de cone ajusta-se em um soquete. Ex: Articulações das raízes dos dentes nos alvéolos (soquetes) das maxilas e mandíbula. Anfiartrose Articulação levemente móvel, podem ter dois tipos: - Sincondrose Articulação cartilaginosa em que o material de conexão é a cartilagem hialina. É uma cartilagem primária (eventualmente substituída por osso) Ex: Disco epifisário e a articulação da 1° costela e o esterno. - Sínfise Articulação cartilaginosa secundária, em que o material de conexão é um disco largo de fibrocartilagem. Ex: Articulações intervertebrais e a sínfise púbica. Diartrose Articulação livremente móvel, possui algumas características: - Cápsula articular: envolve a cavidade articular e une os ossos em articulação. Possui duas camadas: Membrana fibrosa, é a camada externa composta por T.C denso irregular. Ela se fixa ao periósteo dos ossos na articulação. Sua flexibilidade permite o movimento da articulação, enquanto sua grande força resiste ao deslocamento. Membrana sinovial, camada interna composta por T.C areolar, possui três tipos de células, uma destas o sinoviócito tipo B secreta sinóvia (líquido sinovial) que é composto por ácido hialurônico, colágeno e fibronectina, serve para lubrificar e preencher a cavidade articular, além de reduzir atrito, fornecer nutrientes e remover impurezas das células cartilaginosas e da cartilagem articular (hialina) – Sinoviócito A.. - Cavidade articular (sinovial): separa os ossos em articulação. - Cartilagem Articular (hialina): recobre as superfícies dos ossos em articulação, reduzindo o atrito quando os ossos se movem e auxiliando na absorção dos choques. - Sinóvia 1. cápsula articular; 2. ligamentos; 3. cavidade articular; 4. cartilagem articular; 5. líquido sinovial e; 6. pode ou não possuir um disco articular. OBS: Dentro de algumas diartroses, como a articulação do joelho, existem coxins de fibrocartilagem denominados discos articulares (meniscos). Eles ficam entre dois ossos com formas diferentes, e auxiliam a estabilizar a articulação fornecendo um encaixe mais apertado. Ruptura de cartilagem é uma ruptura dos meniscos. Bolsas sinoviais são estruturas saculares que estão cheias de líquido, localizadas onde o osso e o tecido mole se encontram, como pele e osso, tendões e ossos, músculos e ossos, e ligamentos e ossos. Como possuem líquido (semelhante ao sinovial) elas acolchoam o movimento de uma parte do corpo sobre outra. Bursite é a inflamação destas estruturas. Classificação de acordo com o número de superfícies: De acordo com o número de superfície articular, articulações sinoviais (diartroses) podem ser classificadas em: ➢ Simples: quando apenas dois ossos fazem parte da articulação, como, por exemplo, as articulações interfalângicas; ➢ Composta: quando três ou mais ossos fazem parte da articulação, como, por exemplo, a articulação do cotovelo; ➢ Complexa: quando existe a presença do disco ou menisco, como, por exemplo, a articulação temporomandibular ou articulação do joelho. Classificação funcional: Em relação ao número de eixos de movimento, essas articulações podem ser classificadas como: - Articulação Plana (Biaxial ou triaxial) Suas superfícies articulares são usualmente planas ou discretamente curvadas, proporciona movimentos laterais e deslizamentos para trás e para frente. Se a articulação plana faz rotação além de deslizamento, logo é triaxial (multiaxial), possibilitando movimentos em 3 eixos Ex: Intercarpais e intertarsais, esternoclaviculares, acromioclavicular. - Articulação Elipsóide/condilar (biaxiais) Projeção oval convexa de um osso se encaixa em uma depressão oval de outro osso, proporcionam movimentos de flexão/extensão, adução/abdução. Ex: metacarpofalângica e radiocarpal - Articulação Gínglimo (monoaxial) A superfície convexa de um osso ajusta-se a superfície côncava de outro osso. O movimento é primeiramente em um único plano, similar ao de uma porta com dobradiça. O movimento é usualmente de flexão e extensão. Ex: cotovelo (úmero-radial e úmero- ulnar) e joelho (femorotibiais). - Articulação Trocóide/pivô (monoaxial) Uma articulação arredondada ou pontiaguda de um osso articula-se dentro de um anel formado parcialmente por osso e parcialmente por um ligamento. O movimento primário é a rotação, movimento de um osso em torno do seu próprio eixo. Ex: Radioulnar proximale atalntoaxial. - Articulação em Sela (biaxiais) A superfície articular de um osso tem forma de sela e a superfície articular do outro tem a forma dos membros inferiores de um cavaleiro sentado em uma sela. Os movimentos são flexão/extensão e adução/abdução. Ex: carpometacarpal - Articulação Esferóide (triaxial) Face esferóide de um osso se encaixando na depressão caliciforme (forma de cálice) de outro osso. Permite movimentos de flexão/extensão, adução/abdução, rotação e cicundução. Ex: Quadril e ombro. OBS: Possíveis traumas e desgastes provocam alterações das substâncias articulares e podem ocasionar uma degradação enzimática com consequente remoção da matéria pela ação mecânica do movimento. Essa diminuição das áreas de contato e erosão da cartilagem pode levar, por consequência, a possíveis fissuras, formação de cistos e osteófitos, dando início à osteoartrose - doença articular degenerativa com inflamação, desgaste e redução do movimento das articulações. Sistema muscular As células musculares são especializadas em contração e relaxamento. São os elementos ativos do movimento. A célula muscular geralmente está sob o controle do SN. Cada músculo possui um nervo motor que se ramifica e forma a placa motora, podendo controlar todas as células do músculo; - O tecido muscular é responsável pelo movimento do corpo; - Constituído por células alongadas, caracterizadas pela presença de grande quantidade de filamentos citoplasmáticos responsáveis pela contração; - Origem embriológica: mesodérmica; - Diferenciação ocorre devido a processo de alongamento gradativo com simultânea síntese de proteínas filamentosas; - Cerca de 40% a 50% do peso de uma pessoa corresponde aos seus músculos; - Quantidade: somam-se em número de 600, aproximadamente, distribuídos nos diferentes membros e estruturas do corpo humano. Com diferentes formas e tamanhos; - Células musculares diferenciadas: Membrana P. = Sarcolema; Citoplasma = Sarcoplasma; Retículo endoplasmático = Retículo sarcoplasmático; Mitocôndrias = Sarcosomas; Funções dos músculos ▪ Produção dos movimentos corporais Ex: Andar e correr ▪ Estabilização das posições corporais Ex: Ficar em pé ou sentar ▪ Regulação do volume dos órgãos Ex: Esfíncteres controlando a saída de substâncias ▪ Movimento de substâncias dentro do corpo Ex: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Esse tipo de músculo também pode mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. ▪ Produção de calor Ex: Exercício físico, arrepio, tremura (podem aumentar em até 100x o calor) Propriedades do tecido muscular 1. Excitabilidade elétrica: Capacidade de responder a determinados estímulos por meio da produção de sinais elétricos chamados potenciais de ação musculares. Podem ser dois tipos de estímulos: - Sinal elétrico autorrítmico que surge no próprio tecido muscular, como no marca-passo cardíaco. - Estímulo químico, como neurotransmissores liberados por neurônios, hormônios distribuídos pelo sangue ou, até mesmo, alterações locais de pH. 2. Contratilidade: É a capacidade do tecido muscular de se contrair vigorosamente quando estimulado por um potencial de ação. 3. Extensibilidade: É a capacidade de o tecido muscular se estender com limites sem sofrer lesão. O tecido conjuntivo no interior do músculo limita seu grau de extensibilidade e o mantém dentro da amplitude de contração das células musculares. Normalmente, o músculo liso está sujeito a maior grau de estiramento. 4. Elasticidade: É a capacidade do tecido muscular de retornar ao comprimento e forma originais depois de uma contração ou alongamento. Componentes Anatômicos - Ventre muscular (fibras musculares- porção contrátil); - Tendão (forma cilíndrica ou em fita) e Aponeurose (forma laminar ou em leque) – São esbranquiçados, brilhantes e muito resistentes, constituídos de tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas, servem para fixar o músculo no osso. - Bainha tendínea/sinovial (formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão, permitindo-lhe um deslizamento fácil; - Bolsas sinoviais (bursas) – encontrada entre os músculos ou entre um musculo e um osso, favorecem o deslizamento muscular Fáscia Muscular - Tecido conjuntivo; - Facilita o deslizamento entre os músculos; - Envolve os ventres musculares e ajuda a diminuir o atrito. Tecidos musculares - De acordo com características morfológicas e funcionais, existem três tipos de tecidos musculares: ❖ Tecido muscular estriado esquelético ❖ Tecido muscular estriado cardíaco ❖ Tecido muscular liso Tecido muscular esquelético - Feixes de células cilíndricas muito longas e multinucleadas, núcleos periféricos; - Células musculares = fibras musculares; - As células do músculo estriado esquelético são originadas pela fusão de centenas de outras células precursoras, chamadas mioblastos. - Células com estriações transversais; - Citoplasma da fibra muscular apresenta-se preenchido por miofibrilas; - Cada miofibrila é formada por sarcômeros (estriações transversais = alternância de faixas claras e escuras); - Estriação da miofibrila devido a repetição de sarcômeros; - Miofibrilas contêm 4 proteínas: Actina (miofilamento delgado-formato cordão de pérolas); Miosina (miofilamento espesso); Tropomiosina e Troponina. - Fibras musculares são envoltas por camadas de tecido conjuntivo: EPIMÍSIO, envolve todo o músculo; PERIMÍSIO, envolve os fascículos musculares ENDOMÍSIO, envolve as fibras musculares - Atividade: contração rápida, vigorosa e voluntária e não se regenera. Origem e Inserção Origem é a extremidade do músculo, presa a peça óssea que não se desloca – ponto fixo. Inserção é a extremidade do músculo, presa a peça óssea que se desloca – ponto móvel. Agonista e Antagonista Um músculo agonista é aquele que está sendo ativo, ou seja, executando o movimento. O músculo antagonista tem a ação contrária. Ex: Quando se contraí o m. bíceps o m. tríceps relaxa, e assim inversamente. Caso os dois sejam contraídos o braço fica imóvel. Classificação Morfológica dos Músculos Esqueléticos Em relação à: • Organização das fibras: A) Disposição paralela das fibras - Longo (músculos em que se predomina o comprimento): - Fusiforme (as fibras se estendem de fuso a fuso). - Largo (músculos onde o comprimento e largura se equivalem) - Leque B) Disposição de fibras oblíquas Parecem penas - Bipenado (as duas porções da pena) - Unipenado (uma porção da pena) - Multipenado (Tem várias penas interligadas) C) Disposição circular das fibras • Quanto a origem Dependendo de quantas origens (cabeças de origem) o m. tiver ele pode ser classificado em: - Moníceps (uma cabeça) - Bíceps (duas cabeças) - Tríceps (três cabeças) - Quadríceps (quatro cabeças) • Quanto a inserção Dependendo de quantas inserções (caudas de inserção) o m. tiver ele pode ser classificado em: - Unicaudado (um tendão inserido) - Bicaudado (dois tendões inseridos) - Policaudado (três ou mais tendões inseridos) • Quanto ao número de ventres musculares - Monogástrico (um ventre) - Digástrico (dois ventres) - Poligástrico (três ou mais ventres) Organização do músculo esquelético Tipos de fibras musculares e contração muscular O conjunto músculos que compõem o corpo humano é chamado de massa muscular. A massa muscular é composta por dois tipos principais de fibras musculares: ➢ fibras tipoI que possuem coloração vermelhas e, ➢ fibras tipo II, de coloração branca. De acordo com as características contráteis e metabólicas, as fibras podem ser divididas em: ➢ fibras de contração lenta: as fibras tipo I, vermelhas, ➢ fibras de contração rápida: as fibras tipo II, brancas. Fibras tipo 1 - Contração lenta; - Coloração vermelha – devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias; - Sistema de energia utilizado: aeróbico; - Oxidativa – utiliza o oxigênio como principal fonte de energia; - Altamente resistentes à fadiga; - Mais apropriadas para exercícios de longa duração; - Predominam em atividades aeróbicas de longa duração como natação e corrida. Fibras tipo 11 - Contração rápida; - Coloração branca; - Sistema de energia utilizado: anaeróbico; - Glicolítica – utiliza a fosfocreatina e glicose; - Fadigam rapidamente; - Proporcionam movimentos rápidos e poderosos; - Predominam em atividades que exigem paradas bruscas ou saltos, como basquete, futebol, musculação etc. As fibras musculares diferem quanto à velocidade de contração, ao tipo de abalo mecânico, resistência à fadiga e às vias metabólicas preferenciais para a utilização de energia química. Do ponto de vista prático, há fibras musculares quase incansáveis como os músculos posturais que ficam tonicamente contraídos quase o tempo todo e outros que ficam alternando entre a contração e o relaxamento como os músculos dos dedos ou dos membros. Um mesmo músculo ora pode realizar muita força e ora realizar delicados movimentos musculares. Com a contração das fibras musculares esqueléticas ocorre o encurtamento dos sarcômeros em um processo no qual os filamentos de actina se deslizam sobre os de miosina, levando à formação da actomiosina. Esse deslizamento acontece graças à existência de pontos de união entre esses dois filamentos. Para que esse deslizamento aconteça, há a necessidade de grande quantidade de íons cálcio (Ca ++) e trifosfato de adenosina (ATP), que é “quebrado” pela molécula de miosina em um processo de hidrólise, liberando a energia necessária para a ocorrência de contração. Assim, a contração do músculo esquelético se apresenta em um sistema de proteínas filamentosas, a actina e a miosina, mais especificamente, que deslizam entre si em paralelo. Esse processo ocorre na dependência de um mecanismo complexo, que é iniciado por um impulso nervoso. Esse impulso, ao ser transmitido ao retículo sarcoplásmico, irá induzir a liberação de íons de cálcio para o sarcoplasma de cada célula muscular. Em sequência, desencadeia-se o ciclo de interações da actina com a miosina, que dá andamento ao processo de contração muscular. A contração acontece pela ação e movimento de proteínas contráteis presentes no sarcolema das células musculares e pode ser entendida como um encurtamento do tamanho do músculo. Nos músculos estriados (esquelético e cardíaco) isso ocorre quando as estriações se aproximam umas das outras, afastando-se no relaxamento, ou seja, é o encurtamento de cada sarcômero que ocasiona a contração do músculo como um todo, com maior ou menor intensidade. Conhecendo o uso das moléculas de ATP na contração muscular podemos entender porque o corpo de uma pessoa fica rígido logo após sua morte. Esse fenômeno é conhecido como rigor mortis. Ele acontece porque após a morte o organismo torna-se incapaz de utilizar a molécula de ATP por completo. Consequentemente a cabeça de miosina não consegue se desligar da actina, e a contração continua ocorrendo por muito tempo. A contração nos três tipos de músculo não possuem mecanismo iguais, já que suas células apresentam diferenças entre si. As células musculares estriadas, tanto cardíacas quanto esqueléticas, possuem sarcômeros então a contração acontece, com retículo sarcoplasmático liberando íons cálcio. Já o músculo liso não possui essa organização, seu retículo sarcoplasmático é pouco desenvolvido e não apresentam nem túbulos T. Os miofilamentos estão associados, no músculo liso, as corpos densos espalhado pelo sarcoplasma da célula em todas as direções. Assim quando os filamentos de actina e miosina interagem entre si, a célula se deforma não apenas longitudinalmente, como as células estriadas, mas também transversalmente. Um músculo irá se contrair através de um estímulo, resultando em uma tentativa de unir suas extremidades. A contração muscular nem sempre irá resultar em encurtamento do músculo. Contração isotônica: movimento muscular. Tipos de contração isotônica: contração concêntrica e contração excêntrica. Contração isométrica: a contração muscular não resulta em nenhum tipo de movimento. ▪ Contração concêntrica: há movimento articular à medida que a tensão aumenta, havendo também encurtamento do músculo. Pode-se exemplificar essa contração com o exercício de se mover um haltere da posição do cotovelo estendido para a posição dobrado. Contração excêntrica: ocorre quando as fibras musculares trabalham com o objetivo de desacelerar os movimentos. Nesse caso, a resistência externa ultrapassa a força muscular e o músculo se alonga à medida que a tensão aumenta. Em um exercício para os bíceps, por exemplo, abaixa- se o haltere lentamente contra a força da gravidade, que gera uma contração excêntrica do músculo bíceps. Uma vez que são movimentos contrários, é importante destacar que uma contração excêntrica só irá ocorrer após uma contração concêntrica. A contração isométrica, por sua vez, ocorre quando um músculo gera força na tentativa de encurtar-se, entretanto não supera a resistência externa e se mantém estático. Por exemplo, quando seguramos um objeto pesado com as mãos e o cotovelo mantém-se flexionado a 90º, está havendo uma contração isométrica do bíceps. Tecido muscular cardíaco - Formado por células alongadas que se anastomosam irregularmente; - Células apresentam estriações transversais, 1 ou 2 núcleos centrais; - Presença de linhas transversais = discos intercalares; - Células revestidas por bainha de tecido conjuntivo (equivalente ao endomísio); - Abundante rede de capilares sanguíneos; - Quase metade do volume das células do músculo estriado cardíaco é ocupada por mitocôndrias, fato que reflete na dependência de um metabolismo aeróbico e na necessidade contínua de ATP. - Como o consumo de oxigênio por essas células é alto, há uma abundante quantidade de mioglobina. - Os filamentos contráteis de actina e miosina são arranjados nas miofibrilas através de invaginações da membrana plasmática, pelas cisternas do retículo sarcoplasmático e pelas numerosas mitocôndrias dispostas longitudinalmente - Atividade: contração involuntária, forte e rápida e não se regenera. Tecido muscular liso - Células fusiformes, apresentam 1 núcleo central; - Dispostas em camadas nas paredes de órgãos ocos como os do aparelho digestório e vasos sanguíneos; - Células são revestidas por uma rede delicada de fibras reticulares; - Vasos sanguíneos e nervos penetram e se ramificam entre as células; - Feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as direções formando uma trama tridimensional; - Os músculos são responsáveis pela ereção dos pelos na pele durante nosso arrepio e também pelos movimentos de órgãos como esôfago, estômago e intestino, por exemplo, sendo associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo sanguíneo no organismo; - Nele também não há placas motoras. No tecido conjuntivo presente entre as células musculares, há terminações axônicas que liberam neurotransmissores que proporcionam a atividade contrátil do músculo; - Atividade: contração lenta, fraca, involuntáriae pode se dividir. Regeneração Tecidual - Músculo cardíaco: não se regenera; - Músculo esquelético: células satélites dispostas paralelamente às fibras musculares – é possível que ocorra a formação de novas células, como no processo de reparo de uma lesão ou de hipertrofia decorrente do exercício intenso, por exemplo. Esse processo acontece através da divisão e fusão de mioblastos quiescentes, que são as chamadas células satélites. Estas possuem características fusiformes, mononucleadas, com o núcleo escuro e menor do que aquele da célula muscular. - Músculo liso: resposta regenerativa eficiente (na parede de vasos – pericitos). As células musculares lisas podem se dividir, o que permite o reparo do tecido lesado e o aumento de órgãos, como o útero durante a gravidez, por exemplo. OBS: - HIPERTROFIA: aumento do volume das células - HIPERPLASIA: proliferação das células por divisões mitóticas Anotações
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