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Feito por Natiély Oliveira MATERIAIS PARA CONTROLE DO BIOFILME INTRODUÇÃO O biofilme ou placa dentária é formado por uma massa concentrada e sólida, rica em polissacarídeos não calcificados e glicoproteínas salivares firmemente aglutinadas às faces dentárias e outras estruturas bucais sólidas (próteses, aparelhos ortodônticos, restaurações, implantes, etc.), onde na grande maioria essa placa desenvolve-se sobre a película adquirida, sendo está o biofilme que envolve toda a cavidade bucal. Sinônimo: placa bacteriana Na anamnese já é filtrado os hábitos do paciente com a saúde bucal. Esse processo se inicia pela: − Colonização da superfície do esmalte por microrganismos. − Metaboliza carboidratos fermentáveis, deixando o meio mais ácido. − Essa acidez localizada, leva a dissolução do fosfato de cálcio das camadas superficiais da estrutura do esmalte. − A doença progride lentamente. − Atinge o esmalte, dentina e cemento. − Destruição localizada dos tecidos duros. Fator necessário: acúmulo de biofilme. Fatores determinantes: negativo (exposição á açucares), positivo (exposição á fluoretos). Fatores moduladores: biológicos (saliva), sociais (contexto socioeconômico). FORMAÇÃO DO BIOFILME 1. Formação da película adquirida 2. Aderência de células bacterianas isoladas (4h) 3. Multiplicação das bactérias aderidas formando pequenas colônias (4-24h) 4. Sucessão microbiana e coagregação (1- 14dias) 5. Biofilme maduro (2 semanas) Conseguimos evidenciar os locais onde tem presença de biofilme com evidenciadores de placa. 1. Espalhe 4 a gotas do evidenciador nos dentinhos (pode ser com um cotonete ou usar a língua para ajudar!) 2. Aguarde 10 segundos. 3. Enxague até a água não sair tingida. 4. Todas as superfícies onde houver placa bacteriana antiga ficará AZUL e onde houver placa recente VERMELHO/ROSA. Após a aplicação e orientação ao paciente sobre os cuidados com a cavidade bucal, realizamos uma profilaxia. CÁLCULO É resultado da mineralização do biofilme, formando uma estrutura de consistência dura e coloração amarelo-esbranquiçada, que pode ou não ser absorver pigmentos externos (alimentos, cigarro...) Sinônimo: tártaro A superfície externa do cálculo sempre abriga uma camada de biofilme não mineralizado. Feito por Natiély Oliveira CÁRIE A cárie é um dano nos dentes causado por ácidos produzidos pela placa bacteriana (biofilme), conjunto de bactérias presentes naturalmente na boca. As bactérias produzem o ácido que destrói o esmalte dos dentes após consumir restos de alimentos, principalmente açúcar. Algumas condições que variam de pessoa para pessoa, como composição da placa bacteriana e deficiências na produção de esmalte, também aumentam a vulnerabilidade a cáries. DOENÇAS PERIODENTAIS A doença periodontal é caracterizada pela inflamação e destruição dos tecidos de proteção (gengiva) e suporte (osso, cemento e ligamento periodontal) dos dentes. O biofilme pode provocar a inflamação da gengiva (a gengivite em si), que, se não tratada, evolui para periodontite. CONTROLE DO BIOFILME − Meios mecânicos (escova dental): são fundamentais e efetivos − Substâncias coadjuvantes (meios químicos) MEDIDAS DE REMOÇÃO MECÂNICA − Mais efetivo − Medida isolada para prevenção (prevenção/dentifrício) − A falta é um fator de risco comum − Requisito fundamental - hábitos saudáveis ESCOVA − Cabeça pequena − Filamentos com pontas arredondadas − Cerdas macias e extra macias ESCOVA DENTAL MANUAL ELÉTRICA − Pacientes com limitações físicas, mentais ou hospitalizados − Pacientes com danos dentais e gengivais decorrentes do excesso de força na escovação. FIO DENTAL − Região interdental-uso do fio dental e escovas interdentais − Sítio de maior prevalência de doença periodontal − 80% de remoção do biofilme CONTROLE DO BIOFILME: O FLÚOR − O flúor é o 13° elemento mais abundante na natureza - e, também, o mais eletronegativo dos halogênios. − Com grande capacidade de reagir com outros elementos químicos e formar compostos orgânicos e inorgânicos, o flúor está presente no ar, no solo e nas águas. FORMA DE AÇÃO − Ingestão pré-eruptiva: agindo na formação do esmalte − Ação pós-eruptiva: interferindo nos processos de remineralizarão − Desmineralização da hidroxiapatita: pH 5,5 − Quanto menor o pH mais será ácido − Abaixo de 4,5 temos a desmineralização, num paciente comum sem aplicação de flúor. − Em saúde acima de 5,5 − Somente 10% da hidroxila é substituída pelo flúor na apatita. − O ideal seria a substituição de pelo menos 60% da hidroxila pelo flúor (cerca de 60%). Feito por Natiély Oliveira FLUORETO DE CÁLCIO X ATIVIDADE DE CÁRIE − Pacientes com atividade de cárie estarão submetidos a um maior número de ataques desmineralizantes. − A camada de fluoreto de cálcio terá longevidade menor. − Nestes pacientes, torna-se necessária uma maior frequência de aplicação de flúor. FORMAS DE UTILIZAÇÃO FLÚOR SISTÊMICO − Alimentação: Peixes, chá, verduras, legumes − Água : 0,7 ppm em cidades tropicais 1,0 ppm em regiões mais frias − Comprimidos: 0,5 a 1,0 mg de Flúor por comprimido (em desuso) − A concentração do flúor muda de acordo com a região, pois em locais mais quentes devem ser em níveis menores e em locais mais frios em níveis maiores, isso varia devido a quantidade estimada de água que as pessoas do local irão tomar. CONSENSO TÉCNICO DO CECOL − Absorção no estomago -> Circulação sanguínea -> saliva e fluido gengival − 0,22 ppm na saliva − 5-10 ppm no biofilme FORMAS DE UTILIZAÇÃO NO F-SISTÊMICO − Água de abastecimento − Sal de cozinha − Suplementos pré e pós natal FLÚOR TÓPICO Efeito principal: pós eruptivo (tópico) − 0,6-0,8 ppm F − Importante manter em países em desenvolvimento, garante acesso ao flúor a maior patê da população. − No entanto, cuidado com o controle de flúor na água. ADMINISTRAÇÃO DO TÓPICO − Presença do flúor no meio → aumento da [F] na cavidade bucal após aplicação tópica − Formação de HA fluoretada ou FA − Ação bactericida ou bacteriostática − Formação de CaF₂ (FLUORETO DE CALCIO) PRESENÇA DO FLÚOR NO MEIO − Retenção do flúor → dentes, placa, saliva, mucosa − Flúor diminui com o tempo → aplicações com alta frequência e baixa concentração AÇÃO ANTIBACTERIANA − Redução da glicose − Acidificação do interior das células e chave da inativação das enzimas metabólicas − Interferência com a permeabilidade da membrana bacteriana para transferir íons − Inibição da síntese dos compostos de armazenamento intracelular (IPS), especialmente glicogênio − Alteração da integridade estrutural do biofilme FORMAÇÃO DE FLUORETO DE CÁLCIO (CAF₂) − Sal solúvel na cavidade bucal − No passado evitava-se sua formação − Atualmente, sabe-se que ele fica na cavidade bucal por até meses − Proteção por proteínas e fosfatos salivares Feito por Natiély Oliveira − Ao ingerir açúcar, o pH da placa diminui, dissolvendo a proteção do CaF² e liberando- o para o meio. − O CaF² se solubiliza parcialmente liberando o Flúor QUANTIDADE DE FLUORETO DE CÁLCIO FORMADO − Concentração do flúor aplicado e da frequência da aplicação. − Função inversa do pH. FLUORETO DE CÁLCIO X ATIVIDADE CÁRIE − Pacientes com atividade de cárie estarão submetidos a um maior número de ataques desmineralizastes. − A camada de fluoreto de cálcio terá longevidade menor. − Nestes pacientes, torna-se necessária uma maior frequência de aplicação de flúor. PERMANÊNCIA DE CAF₂ − Regiões mais irregulares → cárie lesão de − Período do dia → fica mais tempo durante o sono − Depende da atividade de cárie FORMAS DO F-NOS PRODUTOS− Flúor Fosfato Acidulado (FFA) NaF + Hg(PO), 0,1M (pH 3,0) − Fluoreto de Sódio (NaF) − MonoFluorFosfato (Na²FPO³) − Fluoreto Estanhoso (SnF) − Difluorsilano − Aminofluoretos − Tetrafluoreto de titânio (TiF4) FORMAS DE UTILIZAÇÃO NO F-TÓPICO − Dentifrícios − Gel − Verniz − Mousse − Materiais restauradores (ionômero de vidro) DENTIFRÍCIOS − Compostos de flúor-1000 á 1500ppm − Monofluorfosfato de sódio-MFP − Fluoreto de sódio − Fluoreto estranhoso − Amino fluoretos − Poucos dentifrícios ->uso na 1° infância − Efetividade de dentifrícios com concentrações menores − Cuidado na indicação na 1° infância - >atividade de carie + uso racional − Forma mais eficiente de controle da cárie → associa a vantagem do flúor com a higiene oral − Flúor constante na cavidade bucal → escova 2 a 3 x dia − Segundo especialistas, a principal razão da queda da incidência da cárie nos últimos anos Feito por Natiély Oliveira SOLUÇÃO (ENXAGUATÓRIOS) PORTARIA N.º 22 de 20 dezembro de 1989 SECRETARIA NACIONAL DE SAÚDE DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA − Flúor solúvel iônico ou ionizável - entre 202,5 e 247,5 ppm − Composto deve ser reativo com estrutura dentária − Compostos de flúor aceitos pela SNSVS: Fluoreto de sódio e Monofluorfosfato de sódio DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA 0.12% − Padrão ouro para o controle químico do biofilme supra gengival (Jones, 1997) − Bochechos de 15 ml, 1 min, 12/12h) − Incompatível com lauril sulfato de sódio (aguardar 30 min para escovar) − Não indicado para uso diário sem métodos mecânicos, pois pode ocorrer: manchamento dos dentes, restaurações e dorso da língua, sabor amargo, podendo causar alteração do paladar (especialmente diminuição da percepção do sal). ÓLEOS ESSENCIAIS − Pode ser utilizado diariamente − Mentol, timol, eucaliptol − O mecanismo de ação destes óleos não é bem entendido − Álcool foi removido da formulação recentemente TRICLOSAN − Composto fenólico − Gera resistência bacteriana e alterações hormonais − Modifica o desenvolvimento de microrganismos aquáticos − No Brasil, a Anvisa permite uma concentração de até 0,3% de triclosan em produtos de higiene pessoal CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO É um composto monocatiônico, portanto, possui menor substantividade do que a clorexidina, permanecendo na boca por apenas 3-5h. FLUORETO DE ESTANHO E CLORETO DE ESTANHO O estanho pode ser incorporado ao esmalte e dentina, tornando-os menos propensos à desmineralização causada por ácidos, como os da dieta. Além disto, reduz a formação de placa bacteriana, sendo um aliado para manutenção da saúde periodontal. FLUORETO DE SÓDIO − Ação antibacteriana As concentrações de fluoreto necessárias para efeitos antimicrobianos superam a concentração necessária para reduzir a solubilidade da apatita (0,03 a 0,08 ppm). Feito por Natiély Oliveira CITRATO DE ZINCO − Agente antimicrobiano Pode ser encontrado tanto em dentifrícios ,quanto em enxaguatórios. LACTOPEROXIDASE Na presença de peroxido de hidrogênio produzido por bactérias orais, a peroxidase salivar catalisa a oxidação de tiocianato (SCN-) a hipotiocianito ( OSCN-) que inibe o crescimento de bactérias. ENXAGUATÓRIOS: QUANDO INDICAR ? − Crianças maiores de 5 anos − Alta atividade de cárie APLICAÇÃO TÓPICA PROFISSIONAL FFA (Flúor Fosfato Acidulado) − Conc. 1,23 % de F- pH ácido → maior quantidade de CaF₂ − Gel tixotrópico (viscosidade reduzida quando o frasco é agitado) NaF (Fluoreto de Sódio ) − Conc. 2% de NaF- pH neutro − Usado em crianças com restaurações Mousse (espuma) − Acidulado ou neutro − Melhor aceitação → melhor sabor − Eficiência semelhante → necessidade de mais estudos − Cuidado com a quantidade TÉCNICA DE APLICAÇÃO − Profilaxia → pode ser com a escova − Criança em posição sentada → não deitada − Colocação de Flúor → em moldeiras (por arcada) ou com cotonetes (por quadrantes) − Isolamento relativo → sugador e rolos de algodão − 1 minuto e cuspir exaustivamente − Cuidado com a quantidade → o suficiente para cobrir o fundo da moldeira − Não ingerir água ou alimentos por 30 minutos VERNIZES COM FLÚOR Schimidt (1964) → Duraphat Arends & Schuthof (1975) → Fluor protector − Permite maior tempo de contato do flúor com a superfície do dente − Comercialmente encontramos: duraphat, duraflor, cavityshild, duraflur, fluirniz − 5% de NaF , 22.600 ppm de flúor − Redução de 46% no CPO-S − Estudos com menor qualidade → estudos futuros − Pouca informação sobre efeitos adversos ou aceitabilidade VANTAGENS − Maior contato do flúor com o dente − Facilidade de uso − Menor toxicidade − Grande aceitação pelas crianças DESVANTAGENS − Alteração de cor temporária − Vernizes importados → Custo maior − Vernizes nacionais eficiência não comprovada − Possibilidade de reação alérgica VERNIZ - TÉCNICA − Limpeza − Isolamento relativo por quadrante − Colocação do verniz com pincel 3 a 4 minutos Feito por Natiély Oliveira − Recomendações → não escovar, nem ingerir alimentos duros (36 h) FLUOR GEL − Evidência clara de redução − Redução de 21% no CPO-S − Pouca informação sobre efeitos em dentes decíduos, efeitos adversos ou aceitabilidade − Utiliza moldeira, mesmo processo dos vernizes QUANDO INDICAR ? − Crianças com atividade de carie − Forma CaF² → adere mais nas lesões − Maior atividade de cárie → mais rápido acaba − Maior quantidade de aplicações (4 a 6, durante 6 semanas) EFEITOS COLATERAIS Intoxicação aguda: DPT (dose provavelmente tóxica)= 5 Mf/Kg de peso Sintomas: − Náusea − Dor gástrica − Hiper salivação − Dor de cabeça − Suor − Diarreia − Fraqueza generalizada − Problemas gastrointestinais − Parada cardiorrespiratória NO CASO DOS VERNIZES − Concentração de F- não é homogênea em todo o frasco de alguns vernizes − Aumento da quantidade no fundo do frasco − Cuidado com vernizes nacionais → desprezar o final TRATAMENTO − Redução do pH do sistema gastrointestinal, diminuindo a absorção − Ingestão de leite – Hidróxido de alumínio – Al (OH)³ − Internação em hospital INTOXICAÇÃO CRÔNICA − Principal problema do flúor: Fluorose dental − Casos mais graves → Fluorose óssea FLUOROSE Feito por Natiély Oliveira OBSERVAÇÃO: A FLUORTERAPIA NÃO PARALISA A CÁRIE DENTARIA SOZINHA − Remoção do biofilme: higiene oral − Orientação de dieta: diminuição da frequência da ingestão de açúcar − Fluorterapia + Higiene oral = diminuição da incidência da cárie para maioria dos indivíduos saudáveis
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