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Juliana Valente - Direito Civil VI (1)

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Nome: Juliana Valente da Silva
Matrícula: 202051096152
Matéria: Direito Civil VI (Direitos Reais)
Professora: Rosangela Maria de A. Gomes 
IBMEC – CENTRO
Questão: CANDICE, solteira, proprietária de um apartamento em zona nobre da cidade,recebeu, em 2010,oferta de emprego em Paris (França). Na mesma ocasião, sua irmã,SABINA, lhe pede ajuda pois está se separando,desempregada, sem ter onde morarcom os 2 filhos.
CANDICE convida a irmã para morar em seu apartamento, uma vez que irá trabalharno exterior. Assim, o imóvel fica sendo cuidado por SABINA, que aceitou a oferta e se mudou para o imóvel.
SABINA conseguiu um emprego e propôs à CANDICE pagar as despesas doapartamento, uma vez que não pagava aluguel. CANDICE concordou.CANDICE ficou residindo em Paris por 10 anos. Durante esse período, vinha ao Brasilnas férias e festas natalinas, ficando no seu apartamento. Entretanto, percebeu queSABINA havia feito obras, sem sua autorização, e que todos os 2 quartos do imóvelestavam ocupados. Portanto, quando CANDICE estava no Brasil, ela dormia na sala doseu apartamento.Com a pandemia do COVID19, CANDICE perdeu o emprego em Paris e retornou aoBrasil. Avisou à SABINA que estava voltando em definitivo. Ao chegar no apartamento constatou que SABINA havia mudado a fechadura e não permitiu a entrada de CANDICE no imóvel. Além disso, protocolizou ação de usucapião contra CANDICE, alegando que pagou durante 10 anos as despesas do imóvel, portanto, estava na posseplena do imóvel e com função social, vez que é sua moradia com os filhos.
Assiste algum direito à SABINA? Qual seria o argumento para defesa de CANDICE eretomada do imóvel?
R: Não, pois não há usucapião de imóvel emprestado e nem alugado.
A Usucapião cumpre alguns requisitos legais e precisam ser observados. São eles: posse mansa e pacífica (sem objeções), animus domini, ou seja: a vontade, o ânimo de ser dono, justo título e boa fé. Perceba que se faltar um dos requisitos, não há que se falar em Usucapião. 
No que se refere ao comodato, sua previsão legal está no artigo 579 do Código Civil, na seguinte forma:
CC-Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
· É obrigatório o preenchimento legal para fins de usucapião.
· Se tratando de contrato de comodato, mesmo verbal, não dá azo a aquisição de propriedade por prazo aquisitivo, isso porque trata-se de posse precária, por mera tolerância do proprietário que permite o uso do bem, sem, todavia, se dispor do seu domínio. Não gera direito algum e é revogável a qualquer momento.
Logo, quem reside em um bem imóvel, sendo o bem emprestado/cedido, não tem ânimo de ser dono. Não tem justo título. Também não está usufruindo de uma posse mansa e pacífica, pois há um Comodato em ação.
Atente que Sabina agiu de má-fé, pois sabia que o imóvel era de sua irmã e que a mesma permitiu a sua estadia pelo tempo que estivesse no exterior e nesse período retornava ao imóvel nas férias e festas Natalinas. Candice o fez com o intuito de promover melhor qualidade de vida a irmã e aos sobrinhos, e não com o afã de perder ou ‘presentear’ com sua propriedade. 
Uma vez a posse sendo infringida, cabe ao possuidor/proprietário ingressar com a medida cabível para reaver o que fora prejudicado. Dessa forma, caberá o ensejo da ação de Reintegração de Posse, pois o proprietário detém o direito amplo sobre o bem, o que não acontece com o possuidor, que apenas administra o bem em questão.
Deverá Candice comprovar a má-fé de Sabina e seu retorno todos os anos em férias e festas natalinas, o que desqualifica a aquisição da propriedade por Sabina, conforme art. 1.238 CC/02.

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