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FICHAMENTO DIREITO CIVIL PARTE 1 incidente de resolução de demandas repetitivas, assunção de competência e reclamação

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UNIVERSIDADE SALVADOR
CURSO DE DIREITO MATUTINO – CAMPUS CTN
5º SEMESTRE
FICHAMENTO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ALAN SANTOS E SANTOS
SALVADOR-BA
2022
TEMA ABORDADO:
Fichamento de Direito Processual Civil, o qual abordaremos “incidente de resolução de demandas repetitivas” e “assunção de competência e reclamação”. 
 INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS 
1. CONCEITO 
O chamado Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, está inserido no ordenamento jurídico nacional pelo Código de Processo Civil de 2015, está previsto nos artigos 976 a 987, ele tem como objetivo uniformizar a interpretação e a aplicação do direito material ou processual, quando constatada efetiva repetição de processos sobre a mesma controvérsia. O intuito do instituto é assegurar tratamento isonômico, prestigiando a segurança jurídica, e a confiança, do processo. 
2. CABIMENTO 
Cabe o incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver simultaneamente a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e o risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica, como expressa o art. 976, inciso I, II: “É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.”
3. EFEITOS
 O incidente de resolução de demandas repetitivas terá como efeito a suspensão dos processos na região ou no tribunal onde foi instaurado até decisão final no incidente, que deverá ser julgado no prazo de 1 ano e terá preferência sobre os demais casos, com exceção de casos que envolvam réu preso e pedidos de habeas corpus. Caso não for julgado no prazo estipulado de um ano, acabará os efeitos da suspensão, nos termos do art. 980, parágrafo único e art. 982, I, do CPC/15. Os efeitos da suspensão serão suspensos também, quando a decisão do incidente de resolução de demandas repetitivas, não foi interposto recurso especial ou recurso extraordinário no prazo legal. 
4. PROCEDIMENTO
 A instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas está expressa no artigo 977 do Código do Processo Civil, cuja a demanda deve ser direcionada ao presidente do tribunal, o qual, por sua vez, deverá determinar a sua distribuição e o direcionamento ao órgão colegiado competente para decidir acerca da admissibilidade do instituto: “Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: I – pelo juiz ou relator, por ofício; II – pelas partes, por petição; III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.” O juízo de primeiro grau possuirá completa legitimidade para dirigir em ex officio o pedido de instauração do incidente ao presidente do Tribunal. Nesse caso, o Tribunal competente para julgar o instituto, igualmente possuirá competência para julgar os recursos advindos do incidente, o reexame necessário da matéria que o envolvam – nas hipóteses sujeitas ao duplo grau obrigatório de jurisdição – ou mesmo as ações a ele concernentes de sua competência originária. O relator também terá legitimidade de ofício, para pleitear a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas bastando que verifique se estão presentes os requisitos objetivos previstos no Código. A participação do Ministério Público é obrigatória durante a tramitação do procedimento conforme as disposições do Código do Processo Civil, o ministério público poderá ser o requerente do incidente, porém também atuará como fiscal da ordem jurídica a partir do momento em que o incidente for admitido, pois, por determinação expressa da lei, o relator deve intimar o Ministério Público para que se manifeste, caso queira. 
5. JULGADOS ACERCA DOS TEMAS 
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP – Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas: 2162391-33.2021.8.26.0000 SP. Incidente em Turma Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, tendo como requerente Carvajal Informação Ltda e requerido Biasotto & amp; Biasotto Comércio de Veículos Ltda: trata-se de embargos referentes a contratos de locação celebrados, que após a celebração dos mesmos houve alterações contratuais, onde não se admitiu a instauração do incidente. 
6. ABORDAGEM CRÍTICA
 A finalidade do mesmo seria agilizar a prestação jurisdicional, diminuindo o número de processos judiciais e gerando uniformidade da jurisprudência, mas não garante a observância aos direitos e às garantias fundamentais, distorcendo a concepção de celeridade processual, comprometendo o contraditório e a ampla defesa. 
ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA 
1. CONCEITO 
O incidente de assunção de competência (IAC) é um mecanismo do Direito Processual Civil que tem o objetivo de, nas palavras de Antônio Pereira Gaio Júnior, estabelecer padrões de decisões necessários a fim de se evitar uma discrepância de entendimentos dos tribunais. Está inserido no sistema do CPC/2015 regulamentado pelos artigos 947 a 950 do Código de Processo Civil. 
2. CABIMENTO
 Em regra geral, revela-se admissível quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. § 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar. § 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência. § 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese. § 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal. 
3. EFEITOS
 A eficácia vinculante do acórdão proferido em incidente de assunção de competência está prevista em diversos artigos do CPC/2015. Além do §3º do Art. 947, destacam-se o teor dos Arts. 332, inciso III e 932, inciso IV. E, por fim, ressalta-se o disposto no Art. 927, que impõe a observância dos acórdãos em incidente assunção de competência aos juízes e aos tribunais. O acórdão resultante do julgamento da assunção de competência fixa uma tese jurídica a respeito de relevante questão de direito, de grande interesse público, que vinculará todos os juízes e órgãos fracionários pertencentes ao tribunal que emanou a decisão. Isso significa que, diante de casos posteriores que possuem a mesma razão de decidir do paradigma fixado, deverá o órgão julgador ligado ao tribunal que firmou a tese adotar o mesmo entendimento presente no acórdão do incidente, coibindo divergências internas no tribunal, o incidente cumprirá a função de expandir a tese assentada, conferindo segurança jurídica e maior previsibilidade por meio da uniformização do entendimento. Caso o órgão fracionário ou juiz venha a prolatar decisão sem observância ou com aplicação indevida da tese jurídica firmada em incidente de assunção de competência, a parte interessada ou Ministério Público poderão intentar Reclamação. A Reclamação deverá ser dirigida ao presidente do tribunal, sendo julgada pelo órgão jurisdicional cuja autoridade se pretenda garantir, conforme preceitua o Art. 988, inciso IV e §§1º, 2º e 4º, do CPC/2015. A tese fixada em incidente de assunção de competência poderá ser revista quando houver evolução na concepção jurídica sobre o tema. A revisão deverá ocorrer quandoo tribunal considerar que o precedente está incorreto ou ultrapassado e não deve ser seguido para decisões futuras. Quando um precedente é revogado, a corte julgadora está se recusando a seguilo e declarando que, apesar de os fatos do caso concreto serem materialmente iguais aos fatos do caso paradigma, uma nova regra deve ser aplicada ao julgamento. Porém, a revisão somente poderá ser realizada pelo próprio órgão que firmou a tese, sob pena de esvaziamento da eficácia vinculante. 
4. PROCEDIMENTO
 O Código de Processo Civil de 2015 destinou um capítulo inteiro para detalhar o procedimento relativo ao Incidente de Assunção de Competência Capítulo III do Título I, dentro do Livro III “Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais”. Havendo tramitação de recurso, remessa necessária ou processo de competência originária poderá a parte interessada, o Ministério Público ou a Defensoria Pública propor a instauração do incidente de assunção de competência. O órgão fracionário examinará a existência dos citados requisitos e, depois de mais uma vez confirmados, determinará o encaminhamento dos autos para o órgão colegiado competente conforme o Regimento Interno do Tribunal. O deslocamento da competência funcional se dá de forma horizontal, entre órgãos da mesma instância, que estão no mesmo patamar hierárquico, mas com funções diferentes, conforme determina a legislação interna do tribunal. A última etapa do procedimento, que se dá no órgão colegiado indicado no Regimento Interno do tribunal o órgão colegiado deverá fazer mais uma análise de admissibilidade do incidente, verificando a presença do interesse público, conforme determina o §2º, do Art. 947, do CPC/2015. Na hipótese de não existir o interesse público, os autos deverão ser devolvidos ao órgão fracionário originalmente competente. O processo do incidente no dia-a-dia de um tribunal, optouse por seguir a previsão do instituto no Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, órgão que possui decisão de admissão da assunção de competência em caso específico. 
5. JULGADOS ACERCA DOS TEMAS
 Superior Tribunal de Justiça STJ – Incidente de Assunção de Competência no conflito de competência: IAC no CC 170051 RS 2019/0376717-3. Incidente proposto nos autos de conflito instaurado entre a 21ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul e o Juízo de Direito da 1ª Vara Cível de Guaíba/RS, em autos de ação previdenciária ajuizada por segurado em face do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, objetivando restabelecer sua aposentadoria por invalidez, com o reconhecimento da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade da competência da 1ª Vara Cível de Guaíba/RS, na data de 04 de maio de 2018. 6. ABORDAGEM CRÍTICA Neste caminho para corrigir equívocos do passado, em que em se viu o processo civil muitas vezes servir de canal para tratamento desigual quando não poderia, é que se expõe o incidente de assunção de competência. Um importante instituto, totalmente reformulado, com a base técnica assentada pelo NCPC, voltado para a concretização de igualdade e justiça nas decisões do Poder Judiciário. Observa-se que, para conhecer como se processa de fato o incidente de assunção de competência, não basta apenas saber sobre o seu disciplinamento geral no CPC/2015, sendo fundamental ter um entendimento mais prático de como se dá a sua aplicação no regimento interno dos tribunais. o incidente de assunção de competência, ainda pouco utilizado, possui potencial para se tornar uma importante ferramenta de criação de precedentes obrigatórios, dando uniformidade à jurisprudência e garantindo segurança jurídica. 
RECLAMAÇÃO
1. CONCEITO
 A reclamação, medida originária de competência dos Tribunais, está hoje regulada pelo Código de Processo Civil, que consolidou a tendência de” as Cortes” assumirem papéis mais uniformizadores e consolidadores da jurisprudência. Com suas teses definidas, a reclamação, como instrumento para impor a observância às suas decisões e preservar a sua competência, foi muito valorizada em relação a consolidação do microssistema de demandas repetitivas. 
2. CABIMENTO
 A reclamação constitucional possui previsão na CF/88, na Lei 11.417/06 e no Novo CPC, possível duas hipóteses de cabimento, sendo elas; Como forma de preservação da competência dos tribunais superiores e garantia da autoridade de suas decisões. Além dessas, a Lei 11.417/2006 (art. 7o) prevê mais uma hipótese de cabimento da reclamação constitucional, decisão judicial ou ato administrativo que contrariar, negar vigência ou aplicar indevidamente entendimento consagrado em súmula vinculante. O art. 988, I, II e III do NCPC), cria novas hipóteses no inciso IV, observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência. 
3. EFEITOS
 Reclamação constitucional decorre do direito de petição e tem como alvo preservar a competência do Superior Tribunal de Justiça ou garantir a autoridade das suas decisões”, que justifica, inclusive, a previsão de prazo para o seu ajuizamento. Uma decisão proferida em uma reclamação constitucional tem por efeitos a cassação (sem necessidade de o órgão inferior proferir outra) ou a avocação dos autos, para observância da competência do tribunal. A reclamação constitucional não provoca a anulação ou reforma da decisão exorbitante. 
4. PROCEDIMENTO
A reclamação poderá ser ajuizada pela parte interessada ou pelo Ministério Público (art. 988, CPC), pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. 
5. JULGADOS ACERCA DOS TEMAS 
Superior Tribunal de Justiça STJ – Reclamação: RCL 39438 PE 2019/0351749-0. Reclamação tendo como Relator o Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, reclamante o senhor Manoel Bertino da Silva e reclamado o Tribunal de Justiça do estado de Pernambuco: trata de descumprimento de Habeas Corpus n. 520.914/PE da Quinta Turma do STJ que determinava a expedição de guia de execução provisória da pena em nome do reclamante, sendo a Reclamação julgada procedente.
6. ABORDAGEM CRÍTICA
Sendo assim de extrema importância para CPC, como a medida fundamental para manter a estrutura do sistema, que pressupõe o respeito às decisões paradigmas, ainda que condicionada ao ato prévio das instâncias ordinárias, estabelecendo o respeito ao que decidido de forma vinculante pelas Cortes Superiores.

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