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Vigilância em saúde: Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Inter federativa, e dá outras providências; Seção I- Das Regiões de Saúde: Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. É responsável por todas as ações de vigilância, prevenção e controle de agravos, prioritariamente com ações de promoção à saúde, com o monitoramento epidemiológico das doenças transmissíveis e não transmissíveis, de atividades sanitárias programáticas, de vigilância em saúde ambiental e saúde do trabalhador, elaboração e análise de perfis demográficos epidemiológicos, proposição de medidas de controle etc; A Vigilância encontra-se distribuída em patamares hierárquicos técnico administrativos, nas esferas federal, estadual, municipal e regional, sendo que a base de todas as informações é a região, mais precisamente a microárea; Resolução N. 588, de 12 de julho de 2018 – No ano de 2018, foi instituída a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), através da Resolução no 588/2018 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Refere-se a um escrito, norteador do planejamento das ações de vigilância em saúde nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), contendo as definições das responsabilidades, princípios, diretrizes e estratégias dessa vigilância. Sua elaboração foi motivada pela decisão do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de realizar a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), com o objetivo central de propor diretrizes para a formulação da Política Nacional de Vigilância em Saúde e o fortalecimento de ações de promoção e proteção da saúde. A PNVS incide: sobre todos os níveis e formas de atenção a saúde. Abrangendo todos os serviços de saúde públicos e privados. São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde, devendo-se constituir em espaço de articulação de conhecimentos e técnicas. O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. Vigilância em saúde: processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a proteção e promoção da saúde da população, prevenção e controle de riscos, agravos e doenças. Vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações e serviços que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção à saúde, prevenção e monitoramento dos fatores de riscos relacionados às doenças ou agravos à saúde. Vigilância em saúde do trabalhador: conjunto de ações que visam promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nas doenças e agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento, de processos produtivos e de trabalho. Vigilância epidemiológica: conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças, transmissíveis e não-transmissíveis, e agravos à saúde. Vigilância sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços do interesse da saúde. Abrange a prestação de serviços e o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo e descarte. Imunização: O Programa Nacional de Imunizações do Brasil tem avançado ano a ano para proporcionar melhor qualidade de vida à população com a prevenção de doenças. Tal como ocorre nos países desenvolvidos, o Calendário Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. No total, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida. Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde considerando o custo-benefício. O PNI do Brasil é um dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes imunobiológicos para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. Infraestrutura: infraestrutura laboratorial e de apoio diagnóstico, do sistema de informações de doenças de notificação compulsória, etc. De acordo com o artigo 34 do Decreto nº 9.795, de 17 de maio de 2019 I - Coordenar a gestão do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, por meio: a) do Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, de doenças transmissíveis e de agravos e doenças não transmissíveis; b) do Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, incluído o ambiente de trabalho; c) do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, nos aspectos pertinentes à vigilância em saúde; d) dos sistemas de informação de vigilância em saúde; e) dos programas de prevenção e controle de doenças de relevância em saúde pública, incluído o Programa Nacional de Imunizações; f) da Política Nacional de Saúde do Trabalhador; 1) Planejamento e acompanhamento integrado nas ações de Vigilância em Saúde em reuniões com todos os gestores locais, incluindo organizações sociais e parceiros, objetivando organizar os serviços de saúde, no território regional, para o desenvolvimento de ações de Vigilância em Saúde a agravos e Doenças de Notificação Compulsória (DNC); doenças imunopreveníveis; doenças, agravos e eventos inusitados; doenças emergentes – propiciando a promoção à saúde; a prevenção das doenças; a proteção de riscos; o diagnóstico com a respectiva notificação; o acompanhamento dos casos; a aplicação de medidas de controle qualificadas e oportunas, debelando surtos e epidemias, melhorando a qualidade de saúde da comunidade. 2) Composição de referencial teórico-técnico, sintético para todos os equipamentos de saúde, composto de Guia de Consulta Rápida (confeccionado pelos responsáveis técnicos da Vigilância), instruindo os profissionais dos equipamentos de saúde para intervir nos principais agravos e doenças de notificação compulsória, com atualização anual pela SUVIS; Guia Epidemiológico do Ministério da Saúde – última edição; Fichas de Investigação Epidemiológica do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de todos os agravos e Doenças de Notificação Compulsórias. A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde é condiçãoobrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o alcance dos resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes: I – Compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de vigilância em saúde nas práticas das equipes da Saúde da Família; II – planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas; III – monitoramento e avaliação integrada; IV – Reestruturação dos processos de trabalho com a utilização de dispositivos e metodologias que favoreçam a integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde, tais como linhas de cuidado, clinica ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos e protocolos, entre outros; V – Educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão. Surtos e eventos inusitados ou > situação de saúde decorrentes de potenciais impactos ambientais de processos e atividades produtivas nos territórios, envolvendo > As vigilâncias epidemiológicas, sanitária, em saúde ambiental, em saúde do trabalhador e a rede de laboratórios de saúde pública. Definições usuais: Doença: significa enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos; Agravo: significa qualquer dano à integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas e lesões auto ou heteroinfligidas; Evento: significa manifestação de doença ou uma ocorrência que apresente potencial para causar doença; Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN): é um evento que apresenta risco de propagação ou disseminação de doenças para mais de uma Unidade Federada, com priorização das doenças de notificação imediata e outros eventos de saúde pública, independentemente da natureza ou origem, depois de avaliação de risco, e que possa necessitar de resposta nacional imediata; Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII): é evento extraordinário que constitui risco para a saúde pública de outros países, por meio de propagação internacional de doenças que potencialmente requerem uma resposta internacional coordenada. (BRASIL, 2011). Alguns fatores processuais são imprescindíveis para um adequado funcionamento: • O comprometimento, a disciplina, a competência e o papel integrador da equipe multidisciplinar técnica da Vigilância Local (SUVIS); • A importância do trabalho integrado de todos os gestores locais, dividindo tarefas no desempenho dos treinamentos, capacitações e outras ações; • O comprometimento de todos os profissionais da Atenção Básica e da ESF na cobertura de sua área de abrangência; • A possibilidade de propor e desenvolver projetos novos com os recursos já existentes, apenas organizando os serviços, demonstrando a notável capacidade de adaptação aos modelos de gestão em saúde pública. Vigilância Epidemiológica: “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. (LEI 8.8080, 1990). Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. Informação > decisão > ação. - coleta e processamento de dados; - análise e interpretação dos dados processados; - divulgação das informações; - investigação epidemiológica de casos e surtos; - análise dos resultados obtidos; - recomendações e promoção das medidas de controle indicadas. - Notificação de doenças e agravos; - Exames laboratoriais; - Registros vitais; - Vigilância sentinela; - Registros médicos e hospitalares; - Estudos epidemiológicos (inquéritos populacionais); - Sistemas de registro de dados administrativos; - Pesquisa de casos e surtos; - Rumores. > A periodicidade da notificação pode ser: imediata (até 24h) ou semanal, para o Ministério da Saúde, SES (Secretária Estadual) ou SMS (Secretária Municipal). Quem deve notificar? Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. > Ficha Individual de Notificação / Ficha Individual de Investigação (SINAN). FIN – Ficha Individual de Notificação. É preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal. > Tem a via branca (enviada a vigilância) e amarela (prontuário do paciente), com número de identificação. FII – Ficha Individual de Investigação. É um roteiro de investigação que possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença. Notificação é principal fonte de dados da VE – comunicação da ocorrência ou suspeita de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. Registro sistemático de doenças de notificação compulsória ocorre desde 1969; Investigação Epidemiológica: • É um método de trabalho utilizado para esclarecer a ocorrência de doenças, emergências de saúde pública, surtos e epidemias, a partir de casos isolados ou relacionados entre si; • É um trabalho de campo, realizado a partir de casos notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus contatos; • É uma atividade obrigatória de todo sistema local de Vigilância em Saúde; • Deve ocorrer de forma integrada e concomitante com as demais ações relacionadas à vigilância, promoção e assistência para a prevenção e controle de doenças 1. Estabelecer ou confirmar o diagnóstico; 2. Identificar a fonte de infecção e o modo de transmissão; 3. Identificar os grupos expostos a maior risco e buscar casos secundários, esclarecer as circunstâncias que propiciaram a ocorrência e investigar fatores de risco; 4. Determinar as principais características epidemiológica. > O propósito final é orientar a recomendação e adoção oportuna de medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos; - Doenças de notificação compulsória; - Surtos e epidemias; - Doenças emergentes, de etiologia desconhecida ou não esclarecida;- Óbitos de causa desconhecida; - Óbitos de Mulher em Idade Fértil; - Óbito Infantil. 1. Coleta de dados sobre os casos. 2. Busca de pistas. 3. Busca ativa de casos. 4. Processamento e análises parciais dos dados. 5. Encerramento de caso. 6. Relatório final. • Formulários padronizados para cada Doença de Notificação Compulsória; • Evento inusitado – elaborar ficha de investigação especial; • Definição de caso – padronização dos critérios diagnósticos para a entrada e a classificação final dos casos no sistema; • Preenchimento deve ser muito cuidadoso; • A qualificação das fichas de notificação e de investigação é um processo importante para garantir a validade dos dados; > Identificar casos adicionais (secundários ou não) ainda não notificados, ou os oligo sintomáticos que não buscaram atenção médica para: - Tratar adequadamente esses casos; - Determinar a magnitude e a extensão do evento; - Ampliar o espectro das medidas de controle. > A busca ativa de casos é etapa importante no processo de Vigilância Epidemiológica às vezes é a única forma de detecção de casos; Encerramento do caso: data. - Sem dados, de qualidade, não são geradas informações para que ações em saúde sejam efetivadas; - Olhar vigilante deve ser uma característica de todo profissional de saúde, seja envolvido no cuidado, na gestão ou planejamento;