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18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 1/7 Local: Sala 1 - TJ - Prova On-line / Andar / Polo Tijuca / POLO UVA TIJUCA Acadêmico: EAD-IL80044.-20222A Aluno: BRUNA MAYARA OLMO PEREIRA Avaliação: A2- Matrícula: 20211300731 Data: 30 de Junho de 2022 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 7,00/10,00 1 Código: 35835 - Enunciado: “Difícil é classificar a personalidade artística desse poeta, narrador, crítico e ensaísta, que criou, com a argúcia paciente de um pesquisador, e que pesquisou a realidade brasileira, com o ímpeto luminoso de um criador. Terá sido ele o nosso primeiro scholar, surgido antes das Universidades — um singular scholar autodidata, oposto ao diletantismo. Enquanto os seus companheiros de geração vinham, na grande maioria, das Faculdades de Direito, Mário de Andrade tinha, como título de estudos superiores, um curso de piano no Conservatório de São Paulo, que lhe deu a inusitada condição, àquela época, de musicólogo, avis rara entre bacharéis de arribação em Letras Jurídicas. A esse poeta, que assinou ensaios capitais sobre música brasileira, e lançou os fundamentos de nossa historiografia artística — a esse musicólogo, inseparável do poeta, deve-se a poesia matricial do modernismo. Refiro-me a Pauliceia desvairada, publicado após a Semana de Arte Moderna, ainda em 22, e em que, pela primeira vez, frutificou, e até com certo atraso, em nossas letras e artes.” (Fonte: NUNES, B. Mário de Andrade: as enfibraturas do Modernismo. Revista Iberoamericana, n. 50, v. 126, p. 63-75, jan.-mar. 1984. Disponível em: http://revista- iberoamericana.pitt.edu/ojs/index.php/Iberoamericana/article/viewFile/3861/4030. Acesso em: 8 jul. 2019). Segundo a crítica especializada, a obra de Mário de Andrade traduz as perspectivas de uma época porque: a) O autor não deixou uma obra tão vasta como seus contemporâneos, mas garantiu seu renome ao participar da Semana de Arte Moderna de 1922. b) Pauliceia desvairada é o principal livro de Mário de Andrade, que se dedicou, no campo literário, exclusivamente à produção poética. c) A personalidade literária de Mário de Andrade não correspondia à sua postura como pesquisador, pois aqui ele foi menos denso e crítico. d) Mário de Andrade estudou e aprendeu sobre domínios vastos porque frequentou importantes universidades europeias e norte-americanas. e) O autor foi um escritor modernista, que se lançou em pesquisas estéticas empenhadas, e um grande estudioso de múltiplos temas brasileiros. Alternativa marcada: e) O autor foi um escritor modernista, que se lançou em pesquisas estéticas empenhadas, e um grande estudioso de múltiplos temas brasileiros. Justificativa: Resposta correta: O autor foi um escritor modernista, que se lançou a pesquisas estéticas empenhadas, e um grande estudioso de múltiplos temas brasileiros. Mário de Andrade foi um escritor de múltiplas facetas, além de realizar importantes estudos em outras áreas, como música e etnografia. Essas vertentes diversas, conectadas à criação artística e literária, justificam que consideremos sua obra "empenhada" ou comprometida do ponto de vista social e intelectual. Distratores:O autor não deixou uma obra tão vasta como seus contemporâneos, mas garantiu seu renome ao participar da Semana de Arte Moderna de 1922. Incorreta. A participação da Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco na biografia do autor, mas sua importância vai muito além do evento.Mário de Andrade estudou e aprendeu sobre domínios vastos porque frequentou importantes universidades europeias e norte-americanas. Incorreta. Mário de Andrade fez toda a sua formação do Brasil e, inclusive, foi um importante estudioso de temas brasileiros em perspectivas várias.Pauliceia desvairada é o principal livro de Mário de Andrade, que se dedicou, no campo literário, exclusivamente à produção poética. Incorreta. Mário de Andrade dedicou-se a 0,50/ 0,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 2/7 muitos outros gêneros literários, como romance, conto, ensaio literário, diário etc., além de estudos especializados.A personalidade literária de Mário de Andrade não correspondia à sua postura como pesquisador, pois aqui ele foi menos denso e crítico. Incorreta. Mário de Andrade foi um autor de grande densidade e criticidade nos vastos domínios aos quais se dedicou, inclusive poesia e romance. 2 Código: 35838 - Enunciado: “Rebelde e de inteligência fulgurante, Oswald de Andrade estimulou (a favor e contra) a criação de mitos em torno de sua figura: ʻMas esse Oswald lendário e anedótico tem razão de ser: a sua elaboração pelo público manifesta o que o mundo burguês de uma cidade provinciana enxergava de perigoso e negativo para os seus valores artísticos e sociais. Ele escandalizava pelo fato de existir, porque a sua personalidade poderosa atulhava o meio com a simples presença ,̓ testemunha Antonio Candido em ʻDigressão sentimental sobre Oswald de Andrade .̓ E, na visão desse mesmo crítico, num homem como Oswald ʻa existência é tão importante quanto a obra .̓” (Fonte: FONSECA, M. A. Por que ler Oswald de Andrade. São Paulo: Globo, 2008. E-book). Considerando a apreciação crítica de Maria Augusta Fonseca, que cita, inclusive, Antonio Candido, pode-se inferir sobre a produção de Oswald de Andrade: a) Embora a produção de Oswald de Andrade seja bastante original, normalmente seus intérpretes observam a pouca densidade crítica, visto que o autor preferia se orientar por um cânone do absurdo, do grotesco e do insólito. b) Sua produção periférica, bastante original, pode justificar que o chamemos de poeta das margens, pois não estabeleceu conexões profundas com o vanguardismo que se tornou conhecido no Brasil e no mundo. c) A presença de Oswald de Andrade foi rechaçada pela elite paulista, pois sua experiência operária se chocava com as bases de uma educação oferecida segundo os eruditos moldes clássicos e aristocráticos. d) Seu renome foi alçando sobretudo porque travou uma luta contra os modernistas, vindo a tornar-se uma importante voz de contraste aos grandes nomes presentes na Semana de Arte Moderna de 1922, como Mário de Andrade. e) Sua obra foi reconhecida como uma das mais importantes do Modernismo brasileiro, contribuindo para estabelecer contatos profícuos, inovadores e significativos, embora não organizados segundo uma lógica cartesiana. Alternativa marcada: e) Sua obra foi reconhecida como uma das mais importantes do Modernismo brasileiro, contribuindo para estabelecer contatos profícuos, inovadores e significativos, embora não organizados segundo uma lógica cartesiana. Justificativa: Resposta correta: Sua obra foi reconhecida como uma das mais importantes do Modernismo brasileiro, contribuindo para estabelecer contatos profícuos, inovadores e significativos, embora não organizados segundo uma lógica cartesiana. Oswald de Andrade — reconhecido por sua irreverência, não havendo uma lógica ou uma proposta literária, em princípio, clara para seu público — foi um dos grandes articuladores dos modernistas paulistas. Distratores:Seu renome foi alçando sobretudo porque travou uma luta contra todos os modernistas e seus princípios, vindo a tornar-se uma importante voz de contraste aos nomes presentes na Semana de Arte Moderna de 1922. Incorreta. Oswald de Andrade foi irreverente, mas isso não permite afirmar que levou as disputas às últimas consequências.Sua produção periférica, bastante original, pode justificar que o chamemos de poeta das margens, pois não estabeleceu conexões profundas com o vanguardismo que se tornou conhecido no Brasil e no mundo. Incorreta. Oswald de Andrade foi um autor central, não periférico, no Brasil. Sua proposta antropofágica ficou muito conhecida no exterior.A presença de Oswald de Andrade foi rechaçada pela elite paulista, poissua experiência operária se chocava com as bases de uma educação oferecida segundo os eruditos moldes clássicos e aristocráticos. Incorreta. Oswald de Andrade foi um representante da elite paulista, um importante ponto de contato com a 1,50/ 1,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 3/7 burguesia.Embora a produção de Oswald de Andrade seja bastante original, normalmente seus intérpretes observam a pouca densidade crítica, visto que o autor preferia se orientar por um cânone do absurdo, do grotesco e do insólito. Incorreta. Oswald de Andrade tinha alta densidade crítica, apesar de lidar em uma face risível e insólita. 3 Código: 35960 - Enunciado: “Ao escrever o romance, marcado pelo signo da ambiguidade, Guimarães Rosa mitifica esse grande espaço interior do Brasil que é o sertão, recolhendo as sagas dos guerreiros que o habitaram. Um espaço sem fronteiras interiores nem exteriores, tendo por pontos de fuga no horizonte, aludidos mas nunca mostrados, a cidade e o mar. Um espaço onde o maravilhoso e o fantástico fazem parte da vida cotidiana.” (GALVÃO, W. N. Guimarães Rosa. São Paulo: Publifolha, 2000, p. 30). Identifique qual obra de Guimarães Rosa se refere à descrição de autoria de Walnice Nogueira Galvão. a) Sagarana. b) Vidas secas. c) Primeiras estórias. d) Grande sertão: veredas. e) Fogo morto. Alternativa marcada: d) Grande sertão: veredas. Justificativa: Resposta correta: Grande sertão: veredas. A alternativa é a correta porque se refere a um romance, embora haja elementos que apareçam em Sagarana e em Primeiras estórias, como a estreita relação entre o maravilhoso e o cotidiano, bem como a inexistência de fronteiras entre o exterior e o interior (o "grande sertão"). Distratores:Vidas secas. O romance Vidas secas (1938) é de autoria de Graciliano Ramos.Fogo morto. O romance Fogo morto (1943) é de autoria de José Lins do Rego.Primeiras estórias. O livro Primeiras estórias (1962) reúne contos de Guimarães Rosa.Sagarana. O livro Sagarana (1946) reúne contos de Guimarães Rosa. 0,50/ 0,50 4 Código: 35812 - Enunciado: “O dispositivo literário capta e dramatiza a estrutura do país, transformada em regra da escrita. E, com efeito, a prosa narrativa machadiana é das raríssimas que, pelo seu mero movimento, constituem um espetáculo histórico-social complexo, do mais alto interesse, importando pouco o assunto de primeiro plano. Neste aspecto caberiam comparações com a prosa de Chateaubriand, Henry James, Marcel Proust ou Thomas Mann.” (SCHWARZ, R. Prefácio. In: ______. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 11). A apreciação crítica acima, de autoria do crítico literário brasileiro Roberto Schwarz, pode ser conectada à seguinte obra de Machado de Assis: a) Memórias póstumas de Brás Cubas (1881). b) Ressurreição (1872). c) A mão e a luva (1874). d) Crisálidas (1864). e) Tu, só tu, puro amor (1880). Alternativa marcada: a) Memórias póstumas de Brás Cubas (1881). Justificativa: Resposta correta: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). O livro Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, constitui um marco da prosa narrativa rumo à complexificação, com sua ácida ironia e inovação formal. Possui, portanto, alto grau de complexidade. 0,50/ 0,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 4/7 Distratores:A mão e a luva (1874). Incorreta. O romance A mão e a luva (1874), de Machado de Assis, é o segundo livro do gênero escrito pelo autor, ainda com clara presença de elementos românticos, apesar da linguagem límpida, com tendência realista. Não possui alto grau de complexidade.Crisálidas (1864). Incorreta. O livro Crisálidas (1864), de Machado de Assis, é o primeiro livro de poesia de Machado de Assis. Desse modo, não pode ser comparado à prosa de autores supramencionados, como Chateaubriand, Henry James, Marcel Proust ou Thomas Mann.Tu, só tu, puro amor (1880). Incorreta. A peça de teatro Tu, só tu, puro amor, de Machado de Assis, não possui um teor realista como sua prosa começava a desenvolver. Sua matéria principal são amores do escritor Camões, suas ilusões e desilusões, por uma jovem da alta nobreza.Ressurreição (1872). Incorreta. O romance Ressurreição, de Machado de Assis, foi publicado em 1872. Considerado da primeira fase do autor, apresenta traços românticos, apesar de não lançar mão de procedimentos como peripécias sentimentais e descrição idealizada de personagens. 5 Código: 35816 - Enunciado: “Velho vento vagabundo!/ No teu rosnar sonolento/ Leva ao longe este lamento,/ Além do escárnio do mundo. // Tu que erras dos campanários/ Nas grandes torres tristonhas/ E és o fantasma que sonhas/ Pelos bosques solitários.// Tu que vens lá de tão longe/ Com o teu bordão das jornadas/ Rezando pelas estradas/ Sombrias rezas de monge. [...] Que a tua sombra me envolva,/ Que o teu vulto me console/ E o meu Sentimento role/ E nos astros se dissolva...// Que eu me liberte das ânsias,/ De ansiedades me liberte,/ Pairando no espasmo inerte/ Das mais longínquas distâncias.// Eu quero perder-me a fundo/ No teu segredo nevoento,/ Ó velho e velado vento,/ Velho vento vagabundo!”(Fonte: CRUZ E SOUSA, J. da. Obra completa: poesia. Jaraguá do Sul: Avenida, 2008. v. 1. p. 293-296. Adaptado. Disponível em: https://estdaliteratura.files.wordpress.com/2017/05/9-10-e2809cacrobata-da-dore2809d- e2809csinfonias-do-acasoe2809d-e28093-cruz-e-sousa.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019. ) Com base na leitura do início e do fim do poema Velho Vento, de 30 estrofes, de autoria de Cruz e Sousa, pode-se inferir que: a) O Simbolismo de Cruz e Souza pode ser sistematicamente conectado ao cotidiano, ao prosaico e aos versos livres. b) As imagens do poema são fracamente colocadas, de modo que é débil a associação do poema com o Simbolismo. c) A proposta poética de Mallarmé fica patente na positividade discursiva, que exalta a liberdade poética e a imaginação. d) Forma e conteúdo afastam-se, sem que uma relação estreita entre eles possa ser poeticamente construída. e) Há aliterações e assonâncias, sugerindo uma estreita relação entre forma e conteúdo, elemento marcadamente simbolista. Alternativa marcada: a) O Simbolismo de Cruz e Souza pode ser sistematicamente conectado ao cotidiano, ao prosaico e aos versos livres. Justificativa: Resposta correta: Há aliterações e assonâncias, sugerindo uma estreita relação entre forma e conteúdo, elemento marcadamente simbolista.As aliterações e as assonâncias do poema, com repetições de consoantes e vogais, são recursos muito presentes no Simbolismo. Distratores:A proposta poética de Mallarmé fica patente na positividade discursiva, que exalta a liberdade poética e a imaginação. Incorreta. O simbolismo de linhagem que remete à Mallarmé busca reforçar a musicalidade, o apuro formal e a negatividade.Forma e conteúdo afastam-se, sem que uma relação estreita entre eles possa ser poeticamente construída. Incorreta. A musicalidade do poema, fortemente trabalhada pelo poeta, demonstra que forma e conteúdo se aproximam fortemente.As imagens do poema são fracamente colocadas, de modo que é débil a associação do poema com o Simbolismo. Incorreta. As imagens do poema são muito presentes, procedimento poético que também se torna marca simbolista e moderna.O Simbolismo de Cruz 0,00/ 1,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 5/7 e Souza pode ser sistematicamente conectado ao cotidiano, ao prosaico e aos versos livres. Incorreta. As modernas características nesta alternativa mencionadas — o cotidiano, o prosaico e os versos livres — não são simbolistas. 6 Código: 35962 - Enunciado: "Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo nʼágua, proava para cá, concordado. E eu tremi,profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia… Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão."(Fonte: GUIMARÃES ROSA, J. A terceira margem do rio. In: ______. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 32). “Contrapõem-se aí com força duas imagens literárias: o rio, simbolizando a continuidade, e a canoa, a descontinuidade. Ambas se espelham, modificadas, no tempo, que é lentíssimo como o fluir ininterrupto do rio, e na duração de uma vida humana, que é extremamente curta. E uma nova oposição entre a fixidez das margens e o movimento das águas remete a uma terceira margem, que nunca é mencionada, a não ser no título e que abre o relato para uma outra dimensão, a da finitude.” (Fonte: GALVÃO, W. N. Guimarães Rosa. São Paulo: Publifolha, 2000, p. 59). Com base nos excertos acima, do conto A terceira margem do Rio, de Guimarães Rosa, e da apreciação crítica de Walnice Nogueira Galvão, pode-se concluir que as relações humanas presentes na narrativa apontam para: a) O remorso infindável ou a libertação do filho, que se manifesta quando este se afasta, ao não corresponder ao gesto final do pai para que trocassem de lugar na canoa. b) O desencontro de todos os elementos da família da família pós-moderna, pois o conto apresenta, em seu enredo, filhos órfãos em busca vã por seus pais. c) A prodigalidade do filho, que gasta tudo o que a família tem e, por isso, é abandonado por todos logo no início da trama, impulsionando o movimento de toda a narrativa. d) O encontro final e definitivo entre pai e filho, visto que o segundo atende o pedido do primeiro na canoa, reforçando o peso da linhagem paterna e, portanto, familiar. e) Uma infinita circularidade de elementos sempre voláteis, de modo que o rio poderia ser melhor descrito como lago estanque e circular, que não permite à canoa se movimentar. Alternativa marcada: d) O encontro final e definitivo entre pai e filho, visto que o segundo atende o pedido do primeiro na canoa, reforçando o peso da linhagem paterna e, portanto, familiar. Justificativa: Resposta correta: O remorso infindável ou a libertação do filho, que se manifesta quando este se afasta, ao não corresponder ao gesto final do pai para que trocassem de lugar na canoa. Quando o pai faz gesto positivo para a troca, o filho recua, o que pode ser interpretado de modo duplo: como remorso e lamento até o fim da vida; ou como libertação final da imagem paterna. Distratores:O desencontro de todos os elementos da família da família pós-moderna, pois o conto apresenta, em seu enredo, filhos órfãos em busca vã por seus pais. Incorreta. Os filhos da família abordada no conto têm pai (que segue para uma canoa para ficar no meio do rio) e mãe, a qual aparece, de qualquer modo, lateralmente no conto.Uma infinita circularidade de elementos sempre voláteis, de modo que o rio poderia ser melhor descrito como lago estanque e circular, que não permite à canoa se movimentar. Incorreta. O formato do rio não pode ser circular, como depreendemos pela narrativa, pois está em uma terceira margem, no meio, entre dois pontos.A prodigalidade do filho, que gasta tudo o que a família tem e, por isso, é abandonado por todos logo no início da trama, impulsionando o movimento de toda a narrativa. Incorreta. O filho não abandona a família; pelo contrário, fica como elo entre aqueles que habitam a casa e o pai, que segue, sem explicação, para a canoa.O encontro final e definitivo entre pai e filho, visto que o segundo atende o pedido do primeiro na canoa, reforçando o peso da linhagem paterna e, portanto, familiar. Incorreta. O filho oferece-se, mas não cumpre o chamado diante do gesto 0,00/ 1,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 6/7 positivo do pai; de qualquer modo, há uma ambiguidade relativa ao peso da família em sua identidade. 7 Código: 35964 - Enunciado: “O brilho de sua intricada tessitura linguística, a poesia intrínseca de sua prosa, dificulta e mesmo amesquinha qualquer aproximação aos componentes políticos ou ideológicos de um Grande sertão: veredas ou de um Sagarana. Porém não podemos nos furtar de indagar em que grau esse brilho e essa poesia nascem da política do texto, ou aos menos são por ela condicionados. De modo sintético, podemos dizer que a ficção de Rosa, no plano político e no plano ideológico, como nos demais, é essencialmente dinâmica, transitiva, isto é, parece-nos como instância de passagem ou, numa expressão mais pertinente, de travessia.” (STERZI, E. Formas residuais do trágico. Alguns apontamentos. In: FINAZZI-AGRÒ, E.; VECCHI, R. Formas e mediações do trágico. São Paulo: Unimarco, 2004, p. 106). Elabore um texto dissertativo analisando criticamente o conto A terceira margem do Rio, do livro Primeiras estórias (1962), de Guimarães Rosa. O texto deve seguir os seguintes critérios:- Caracterização de algum elemento narrativo (personagem, espaço ou tempo, por exemplo).- Conexão entre o elemento narrativo e o conceito de “travessia”, na acepção defendida por Eduardo Sterzi. Resposta: É instigador pensarmos que o conto em análise conta a história de um homem e sua família. O tema central é a reclusão de um homem em uma canoa, que se movimenta, ao longo do rio sem direção. Ele decide fugir da convivência com a sociedade e irá viver sozinho, remando com uma canoa no rio. Nesse contexto, há a travessia que significa que ao passar pelo rio, é caracterizado como mudança e transformação, o que pode ser relacionado à ideia de modernidade como uma multiplicidade de caminhos possíveis. Em vista disso, apesar de o homem ser visto como desequilibrado, essa fuga é vista como uma forma de de existir em um completo isolamento. Além disso, Guimarães Rosa elabora, sobretudo, narrativas entre o passado e o futuro. Assim como em A Terceira margem do Rio é cercada, principalmente, de neologismo e pela oralidade do sertanejo capturando particularidades da fala e inovações sintáticas, Guimarães relata em seu texto modernidade, tradição entre o clássico e o experimental, colocando diálogos do romance burguês e, ao mesmo tempo, ecoando um sentido atemporal. Portanto, a história passa por toda a vida do narrador que é o filho, há a passagem do rio que é o tema central na trama onde emanam magia e transcedentalismo já que é o ir e vir da vida. Sendo assim, o rio é a terceira margem que é comparado ao pai que personifica o movimento incessante das aguas a circunscrever o silencio, solidão à margem da sociedade. Comentários: Muito bem, Bruna! Justificativa: Expectativa de resposta:A resposta deve elaborar o conceito de “travessia”, articulando-o a elementos da narrativa, significando passagem, mudança e transformação, o que pode ser relacionado à ideia de modernidade como uma multiplicidade de caminhos possíveis, sem que nenhum deles receba uma primazia diante do outro. Guimarães Rosa elabora narrativas que se colocam no meio do caminho entre o passado e o futuro, entre a tradição e a modernidade, entre o clássico e o experimental, pondo em diálogo as matrizes reveladoras do romance burguês, mas, ao mesmo tempo, ecoando um sentido atemporal, como uma estabilidade relativa que se sustenta a despeito do fluir do tempo e da matéria. Dentre vários caminhos possíveis, pode-se mencionar o núcleo familiar esfacelado pela “viagem” do pai; ou pode-se afirmar esse deslocamento para uma terceira margem inexistente, entre duas margens tangíveis: “Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais” (ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio; Civilização Brasileira;Três, 1974, p. 51). É interessante — frise-se — que o elemento mencionado esteja bem coeso do ponto de vista crítico. 2,50/ 2,50 8 1,50/ 1,50 18/07/22, 09:37 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7223234/936716fc-7de1-11eb-9d6a-061c8bffc327/ 7/7 Código: 35844 - Enunciado: “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. / Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. / Tupi, or not tupi, that is the question. / Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. / Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.” (ANDRADE, O. de. Manifesto Antropófago e outros textos. São Paulo: Penguin; Companhia das Letras, 2017. E-book). Com base em trecho do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, apresente características modernas da linguagem do autor. Em sua resposta também devem ser mencionados os seguintes procedimentos literários de Oswald de Andrade ao se propor a assimilação da cultura do outro, do estrangeiro ou do Ocidente: * Valorização do elemento primitivo.* Busca da originalidade estética do ponto de vista formal. Resposta: É importante chamar atenção que antropofagia oswaldiana deve ser vista como uma estratégia criativa, cujo intuito era questionar as bases politicos-economico-culturais impostas pelo colonizador em nosso meio artístico e intelectual. Nesse contexto, Oswaldo retoma as discussões sobre a língua brasileira, pois defendia para representá-la localmente, pois as manifestações buscavam incluir tudo que está "marginalizado" em nossa vivência cultural. Além disso, Ao defender um novo mito formador, Oswaldo retoma muitas discussões iniciadas ao romantismo, propõe, sobretudo, a inclusão da lábia brasileira, da malandragem, da língua coloquial na literatura nacional. Além disso, A Antropofagia nivela as vanguardas europeias, cujas diferenças são anuladas localmente, misturando-se todas em vista de um projeto de desidealizar a representação do Brasil. Portanto, a ideia era assimilar outras culturas, mas não copiar. Assim, ele pretendia celebrar o multiculturalismo e a miscigenação já que aclamava originalidade e criatividade dos artistas brasileiros desde que passasse por um processo de ressignificação. Comentários: Ótimo, Bruna! Justificativa: Expectativa de resposta:Oswald de Andrade defende, por meio de uma linguagem ágil e permeada pelo contraste e pelo humor, a importância de se valorizar a cultura nacional, com as pouco conhecidas àquela época matrizes indígenas e africanas. O autor relativiza os elementos da cultura europeia dita civilizada, destacando a necessidade de se mergulhar em nossa herança polifônica, de facetas diversas. O manifesto é um convite à assimilação original do outro; portanto, sua modernidade pressupõe devorar aquilo que lhe é estranho, criando novas formas, não comprometidas com a coerência ou com a lógica cartesiana.
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