Buscar

cinema

Prévia do material em texto

CINEMATOGRAFIA DIGITAL
EDIÇÃO 1
AV1
27 de Abril de 2021
André Bazin
Assim como a crítica nasce na França (pela imprensa), também nasce André Bazin (1918-1958). Bazin foi um crítico de cinema que assistiu e estudou sobre filmes sua vida inteira. Seus textos sobre a sétima arte eram ricos em conhecimento e tinham excelente qualidade e refinamento de escrita. Sua importância se deve ao seu legado de artigos que promoviam a evolução do modo de se fazer cinema, como por exemplo o conjunto de livros ‘O que é o cinema?’, com 4 volumes (1958, 1959, 1961 e 1962).
André Bazin contribuiu para que o Cinema Clássico se tornasse o Cinema Pós-Guerra. Foi um dos fundadores e editores da famosa revista francesa Cahiers du Cinéma e sempre foi alguém de mente muito aberta, revolucionário. Possuía conhecimento o suficiente pra debater sobre qualquer assunto sobre cinema, dialogava mesmo se não concordasse com as opiniões alheias. Também dizia que os críticos deveriam avaliar apenas os filmes que gostassem, para que as críticas sempre fossem construtivas. 
O crítico francês propagava a relação da linguagem do cinema com outras artes (literatura, teatro, pintura), com a vida social e com a própria realidade. Defendia a utilização de planos sequência, durações mais longas de planos, menos cortes e profundidade de campo. Essa montagem diferenciada era essencial para que os filmes devessem representar a realidade com a maior precisão possível.
Bazin acreditava que um filme devia representar a visão pessoal de um cineasta, baseando-se para isso numa tendência espiritual chamada "personalismo". Essas ideias tiveram uma importância capital para o desenvolvimento da "teoria do autor", cujo manifesto foi o artigo de François Truffaut "Uma certa tendência do cinema francês" ("Une certaine tendence du cinéma français"), publicado nos Cahiers. Bazin é também conhecido como proponente de uma "crítica apreciativa", em que só os críticos que gostaram de um filme poderiam escrever a respeito dele, encorajando assim uma perspectiva construtiva.
Sem dúvidas, um de seus principais legados foi o ideal que desenvolveu junto com os jovens editores da Cahiers du Cinéma, o ideal da Política de Autores: Todo filme deveria ter um toque maior da personalidade de seus autores, capturando sua essência, para que cada vez mais fosse possível identificar o cinema com uma arte de expressão pessoal.
Nouvelle Vague
A Nouvelle Vague, do francês “Nova Onda”, foi um movimento cinematográfico que surgiu na própria França entre as décadas de 1950 e 1960, no período pós segunda guerra.
Sua proposta era se rebelar contra o cinema de Hollywood, que incentivava sua cultura pelo mundo. O movimento, assim como os franceses, possuiu uma personalidade forte de querer ser independente e retratar a cultura francesa, livre de influências.
Essa ideia nasceu aproximadamente junto com os movimentos do Neorrealismo Italiano, na Itália pós-fascismo e o do Cinema Novo, no Brasil. Defendia que o cinema é definitivamente uma arte, uma forma de expressão e, tinha a missão de retratar as visões de seus autores (política dos autores).
Um de seus principais filmes é ‘Acossado’ (1960), pois ilustra várias características dos filmes da “Nova Onda” e é dirigido e roteirizado pelos dois maiores artistas do movimento: Jean-Luc Godard e François Truffaut.
A Nouvelle Vague tem sua importância até hoje em dia porque foi muito importante para a evolução do cinema. Seu estilo ainda é bastante aplicado pelo cinema artístico e algumas de suas ideias se fundiram com as maneiras anteriores e posteriores de fazer filmes, criando assim toda uma diversidade de obras.
A Nouvelle Vague foi composta por filmes que deixaram um pouco de lado as normas técnicas de como se fazer um filme e focaram mais em representar a realidade. Com temáticas cotidianas, algumas obras se assemelhavam a documentários e/ou não possuíam narrativas lineares (começo, meio e fim). Estava sendo experimentado algo menos profissional, com improvisações, como por exemplo em: roteiros, figurinos, locações e objetos de cena. Havia também um grande experimentalismo na montagem, com escolhas de planos sequências e jump cuts para ilustrar a passagem do tempo.
Cahiers du Cinéma 
Em abril de 1951 surgiu, na França, o primeiro fascículo da revista Cahiers du Cinéma. Criada por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze, Joseph-Marie Lo Duca e Léonide Keigel, a Cahiers du cinéma, uma revista de espessura fina e capa amarela, tornaria-se publicação ressignificadora no âmbito do Cinema, tendo sido um verdadeiro “journal de combat”, uma revista com um plano de batalha, que objetivou incluir o Cinema na esfera das Artes. 
Com uma equipe editorial inicialmente composta por personalidades como André Bazin, Claude Chabrol, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette, Eric Rohmer e François Truffaut, a primeira publicação, de 1951, mostrava suas intenções, com seu manifesto aberto denunciando: “o maléfico neutralismo que toleraria um cinema medíocre, uma crítica cautelosa e um público estupefato”. Os autores denunciavam, ainda, a hipótese de que o filme era uma extensão empobrecida da literatura ou do teatro e não uma expressão artística em si mesmo.
A Cahiers du Cinéma, ao longo da década de 1950, conseguiu alcançar seu propósito inicial, firmando suas ideias sobre o cinema, que passaria a ser considerado a sétima arte e não mais um simples produto da indústria do entretenimento.
Ao longo dos anos 1960 e 1970, a revista acompanhou as transformações pelas quais passavam o cinema, gerando artigos críticos e consistentes sobre o universo do cinema. Sua importância prevalece nos dias atuais, sendo uma publicação mensal de relevo no âmbito do cinema.
A Biblioteca da ECA conta com a Cahiers du Cinéma em seu acervo. Há desde o primeiro exemplar de 1951 até fascículos do ano corrente.
Cahiers du Cinéma x Cinema Brasileiro
O cinema brasileiro deve parte de sua repercussão internacional à atenção dada pela tradicional revista. Graças a ela, o cinema novo passou a ser reconhecido lá fora. Mais recentemente, em setembro de 2019, a revista dedicou a capa à produção audiovisual nacional, estampando nas bancas uma foto de “Bacurau”, filme de Kleber Mendonça Filho que levou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
Editores
Francisca Thalya Nascimento Silva
Matrícula: 201804210188
Valbei do Nascimento Souza Junior
Matrícula: 201902114736

Continue navegando