Buscar

ÓRGÃOS LINFÁTICOS

Prévia do material em texto

Luana M. Faria – ATM 2026/B 
 
SISTEMA LINFOIDE: responsável pelas respostas inflamatórias e 
imunológicas do corpo. 
❖ Órgãos linfoides 
 Linfonodos secundário 
 Timo primário 
 Baço secundário 
❖ Tecido linfoide associado a mucosas (incluindo o tecido linfoide 
difuso e as tonsilas) secundário 
❖ Medula óssea (um órgão mieloide) primário 
Órgãos linfoides primários (centrais): participam efetivamente do 
surgimento de novas células e desencadeiam o estímulo inicial para a 
sua diferenciação. Desenvolvimento e maturação dos linfócitos – 
fígado fetal, medula óssea e timo. 
Órgãos linfoides secundários (periféricos): participam da diferenciação 
terminal de células pré-formadas, armazenando-as, já maduras. Local 
onde células imunocompetentes reagem com outras e com antígenos, 
montando resposta imunológica - linfonodos, baço, tecidos linfáticos 
associados às mucosas (MALT). 
 
MEDULA ÓSSEA 
Local de geração da maioria das células sanguíneas maduras 
circulantes (hemácias, monócitos...). Onde ocorre os eventos iniciais 
na maturação da célula B. 
Hematopoiese: geração de células sanguíneas. Ocorre no saco 
vitelino, placenta e fígado durante o desenvolvimento fetal. Passa a 
ocorrer na MO na 12ª semana de gestação. Após o nascimento, a MO 
é a única responsável por esse processo. Permanece apenas no 
esterno, vértebras, costelas, ossos do crânio e, nas epífises proximais 
do fêmur e do úmero. 
 
Histologia da medula óssea vermelha tecido conjuntivo reticular + 
células tronco hematopoiéticas. 
Círculo: megacariócitos (precursor das plaquetas). Seta branca: núcleo do 
megacariócito. Seta preta: adipócito. 
• Tanto na medula óssea vermelha como na amarela existem 
nódulos linfáticos, que possuem acúmulos de linfócitos. 
• A medula óssea não tem vasos linfáticos. 
• A medula óssea vermelha é constituída por células reticulares, 
associadas a fibras reticulares (colágeno tipo III). Esses 
elementos (células e fibras) formam uma esponja, percorrida por 
numerosos capilares sinusóides. 
• Quando atingem a maturação, as células sanguíneas atravessam 
a parede dos sinusóides e caem no seu interior, sendo levadas 
pelo sangue circulante. 
• Entre as células reticulares existe um número variável de 
macrófagos, células adiposas e muitas células hematopoiéticas. 
TIMO 
Local de maturação das células T. Seus dois lóbulos são subdivididos 
em múltiplos lóbulos, os quais possuem um córtex externo e uma 
medula interna. O córtex é mais povoado com linfócitos do que a 
medula. 
 
Possui células epiteliais corticais que produzem IL-7, citocina 
necessária na fase inicial do desenvolvimento das células T. Também 
possui células epiteliais tímicas medulares (MTEC), importante 
na apresentação de antígenos às células T em desenvolvimento 
para causar sua seleção (tolerância aos auto-antígenos). A 
maturação de linfócitos T (chamados de timócitos no timo) começa no 
córtex, de onde eles migram para a medula à medida que vão 
amadurecendo. No timo existem apenas células T virgens maduras, 
Luana M. Faria – ATM 2026/B 
 
que entram no sangue e tecidos periféricos. O timo não tem vasos 
linfáticos aferentes, assim, não filtra a linfa. 
Histologia do timo 
▪ Cápsula tecido conjuntivo denso não modelado 
▪ Córtex é mais escuro. Linfócitos imaturos. Tecido linfoide frouxo 
com linfócitos T (timócitos) amadurecendo vindos da MO pela 
corrente sanguínea + macrófagos + células reticulares epiteliais 
(tipo I, II e II), barreira hematotímica: dificulta a penetração de 
antígenos do sangue na camada cortical + células alimentadoras 
tímica (progenitoras das células T diferenciam-se por influência 
hormonal (timosinas e timopoietinas)) + célula dendrítica tímica 
+ célula exterminadora tímica. 
No percurso do córtex para a medula os linfócitos vão 
amadurecendo, recebendo substâncias estimulantes – passam 
para zona medular – corrente sanguínea – outros órgãos 
linfáticos. Muitos linfócitos sofrem apoptose no percurso. 
Medula tecido linfóide frouxo com células reticulares epiteliais 
(tipo IV, V e VI) (tipo VI coalescem queratinizam-se formando os 
corpúsculos tímicos = de Hassall - aumentam com a idade) + 
macrófagos + célula dendrítica tímica + linfócitos T. Poucos 
linfócitos e mais células reticulares. Na camada medular, as 
células epiteliais frequentemente formam estruturas 
concêntricas, os corpúsculos de Hassall, que podem sofrer 
queratinização e calcificação no centro. 
 
 
LINFONODOS 
Antigamente chamados de gânglios linfáticos. São filtros da linfa, 
removendo partículas estranhas antes que a linfa retorne ao sistema 
circulatório sanguíneo. Filtram a linfa. Favorecem a iniciação das 
respostas imunes adaptativas aos antígenos carregados pelo sistema 
linfático. 
Encontrados na axila, virilha, ao longo dos grandes vasos do pescoço, 
no tórax, no abdome, especialmente no mesentério 
Quando ocorre a resposta imunitária, há um aumento na quantidade 
de plasmócitos pela diferenciação dos linfócitos B, e o linfonodo 
aumenta de tamanho, resultando na íngua 
 
 
Histologia do linfonodo 
▪ Cápsula tecido conjuntivo denso não modelado + fibras elásticas 
+músculo liso (forma trabéculas/septos). 
▪ Córtex tecido linfóide frouxo = células reticulares + fibras 
reticulares + macrófagos + linfócitos T e B + tecido conjuntivo 
reticular = nódulos/folículos linfáticos repletos de linfócitos B (se 
estiverem ativados por antígenos transformam-se em 
plasmócitos - formam centros germinativos = áreas claras) + 
células dendríticas + plasmócitos + plasmablastos (precursores 
de plasmócitos) 
▪ Paracórtex tecido linfóide frouxo = linfócitos T + células 
dendríticas + células reticulares + plasmócitos + plasmablastos + 
macrófagos 
▪ Medula tecido linfóide frouxo = linfócitos T e B passando pelos 
seios medulares + plasmócitos + plasmablastos + macrófagos + 
células reticulares. Linfócitos organizados em cordões e seios 
medulares, onde a linfa passa 
▪ Hilo seios medulares se unem e originamos vasos linfáticos 
eferentes por onde a linfa sai. Tem adipócitos. 
 
 
Recirculação de linfócitos 
Saem dos vasos sanguíneos e alcançam o tecido conjuntivo, penetram 
em vasos linfáticos indo para os linfonodos, os órgãos do MALT ou 
Luana M. Faria – ATM 2026/B 
 
baço, saem por vasos linfáticos aferentes até alcançar a corrente 
sanguínea. 
Entram em artérias nos linfonodos, entra no paracórtex, atravessando 
a parede de vênulas de endotélio alto (endotélio do tipo simples 
cúbico) passam por diapedese para a matriz do paracórtex examinam, 
procurando antígenos específicos. Saem para os vasos linfáticos até 
desembocar no ducto torácico e cair novamente na corrente 
sanguínea. 
Vênulas de endotélio alto também existem em outros órgãos linfáticos, 
como apêndice, tonsilas e placas de Peyer, mas não existem no baço. 
BAÇO 
Órgão linfoide secundário, altamente vascularizado, cuja principal 
função é a remoção de células sanguíneas velhas e danificadas, 
além de outras partículas, como imunocomplexos e 
microrganismos opsonizados, iniciando as respostas adaptativas 
aos antígenos sanguíneos. Situa-se na cavidade abdominal e é 
envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso revestida por 
peritônio. 
 
Histologia do baço 
▪ Cápsula tecido conjuntivo denso não modelado, com 
miofibroblastos e algumas fibras musculares lisas. Forma 
Trabéculas. 
▪ Polpa vermelha tecido linfoide frouxo = capilares dilatados: 
sinusoides capilares cheios de sangue. Sinosoides esplênicos – 
parede delgada e incompleta + lâmina basal descontínua entre 
cordoes celulares (cordoes esplênicos/ de Billroth). Possuem 
macrófagos que servem como um filtro para o sangue, 
removendo microrganismos, células danificadas e células 
opsonizadas (cobertas por anticorpos). + células reticulares + 
fibras reticulares+ linfócitos T, B + plasmócitos e outros 
leucócitos. 
▪ Polpa branca rica em linfócitos T e B, cujas populações ficam 
segregadas. Tecido linfóide frouxo com: folículos/nódulos 
linfóides (tecido conjuntivo reticular) - com linfócitos T e mais B 
– migram para a polpa vermelha – atinge luz dos sinusóides – 
incorporando-se ao sangue. Tem artéria central = arteríola 
periférica - se ramifica e irriga o tec. linfático. PALS = bainha de 
linfócitos T ao redor da artéria 
central. + macrófagos, + células 
apresentadoras de antígenos. 
 
 
Circulação do sangue 
O sangue entra pela artéria esplênica que chega pelo hilo, ela se 
ramifica nas trabéculas até arteríolas que são envolvidas pelos 
linfócitos - ramifica-se em capilares penicilares (sinusóides: 
circulação aberta) - sangue flui para a polpa vermelha e retorna para 
veias até chegar às veias trabeculares e depois veia esplênica. 
Também há a circulação fechada, onde o sangue não sai dos capilares. 
 
Luana M. Faria – ATM 2026/B 
 
Estrutura da polpa vermelha que mostra sinusoides e cordoes 
esplênicos/ de Billroth com células reticulares. 
• Fibras reticulares em relação às células e circundando os 
sinusóides. 
• Nos cordões esplênicos essas fibras formam uma malha 
tridimensional, e nos sinusoides estão dispostas 
perpendicularmente ao eixo maior das células endoteliais. 
• Circulação aberta (porção superior da figura) e a circulação 
fechada (porção inferior). As setas indicam os trajetos do sangue 
e as opções de movimento dos corpúsculos sanguíneos. 
• O sangue é vertido no interior dos cordões esplênicos da polpa 
vermelha e passa entre as células endoteliais dos sinusóides para 
o interior dos sinusóides adjacentes aos cordões. 
• Dos sinusóides o sangue passa para as veias da polpa vermelha, 
que se reúnem umas às outras e penetram nas trabéculas, 
formando as veias trabeculares. Estas confluem e originam a veia 
esplênica, que sai pelo hilo do baço. 
• Entre a polpa branca e vermelha há a zona marginal (seios 
marginais) = com linfócitos, macrófagos e células dendríticas 
(APCs), que retêm e processam antígenos trazidos pelo sangue 
= filtração e início da resposta imunitária. Separadas pela zona 
marginal, a qual é povoada por macrófagos especializados e 
células B distintas das células B foliculares e com menor 
repertório de especificidade de antígenos. 
Hemocaterese 
Hemoglobina é degradada nas suas porções heme e globina. 
 Globina: aminoácidos, sangue. 
 Heme: Ferro. Levado à medula óssea pela transferrina e 
utilizado para formar novas hemácias; restante é 
transformado em bilirrubina, que também vai para a 
corrente sanguínea. É captada pelas células do fígado e 
excretada como parte da bile 
TECIDOS LINFÁTICOS ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS - MALT 
Existe uma enorme população de linfócitos localizados nas mucosas, 
ou imediatamente abaixo das mucosas, e na derme, uma vez que são 
expostas ao ambiente externo e, assim, próximos a possíveis locais 
de entrada no corpo de agentes infecciosos e antígenos. Portanto, 
para proteger o organismo, existem esses acúmulos de linfócitos 
(nódulos linfáticos) em determinadas regiões. Ex.: tonsilas e placas de 
Peyer do intestino delgado (íleo). 
MALT: infiltrados encapsulados e nódulos linfáticos nas mucosas dos 
tratos gastrintestinal (GALT), respiratório e geniturinário (BALT) e na 
pele. 
Tecido linfoide difuso: tecido conjuntivo frouxo infiltrado por células 
linfoides (linfócitos, macrófagos, células reticulares). 
TONSILAS 
São órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfático não 
encapsulados abaixo do tecido epitelial. De acordo com sua 
localização na boca e na faringe distinguem-se em: faringiana, palatina 
e linguais. 
As tonsilas, diferentemente dos linfonodos e do baço, não são órgãos 
de passagem de linfa ou sangue. Possuem vasos linfáticos eferentes, 
mas não vasos linfáticos aferentes. 
Histologia das tonsilas 
Tecido conjuntivo reticular com nódulo linfático (linfócitos + células 
reticulares + macrófagos + células dendríticas). Epitélio estratificado 
pavimentoso não-queratinizado (linguais e palatinas) ou 
pseudoestratificado colunar ciliado (faríngea) 
Tonsila palatina 
Duas. Estão localizadas na parte oral da faringe. Nelas, o tecido 
linfático forma uma faixa relativamente espessa sob o epitélio 
estratificado pavimentoso da faringe, com folículos linfáticos e grande 
quantidade de linfócitos dispostos de maneira difusa. 
 
 
Luana M. Faria – ATM 2026/B 
 
Tonsila faringiana 
É a única que se situa na porção supero posterior da faringe. É 
recoberta pelo epitélio tipicamente encontrado na porção condutora 
das vias respiratórias: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado. 
É formada por pregas da mucosa e contém tecido linfático difuso e 
folículos linfáticos. Essa tonsila não contém criptas. 
 
Tonsila lingual 
São pequenas, porém mais numerosas do que as outras. Situam-se 
na base da língua, recobertas por epitélio estratificado plano. Em cada 
tonsila, o epitélio forma uma invaginação que se aprofunda muito, 
originando uma cripta. 
PLACAS DE PEYER 
Estruturas linfáticas em forma de anéis, situadas na mucosa e na 
submucosa do segmento distal do íleo. São compostas de tecido 
linfático difuso e de folículos linfáticos 
Histologia da placa de Peyer 
Epitelial simples colunar 
Folículo linfoide (tecido conjuntivo reticular) com linfócitos + 
plasmócitos + macrófagos + células reticulares + células dendríticas. 
Placa de Peyer e célula M 
Uma particularidade do 
epitélio de revestimento 
das placas de Peyer é a 
presença de células 
especializadas chamadas 
de células M (microfold 
cells). Enquanto o 
restante dos intestinos é revestido por epitélio simples colunar com 
células caliciformes, a região que recobre as placas de Peyer contém 
as células M. 
No revestimento epitelial das placas de Peyer, há células M (microfold 
cells), que se caracterizam por formar um espaço para o qual 
transportam partículas e microrganismos. Linfócitos, macrófagos e 
células dendríticas têm acesso a esse espaço e podem fagocitar ou 
endocitar antígenos que serão apresentados a linfócitos T. 
Plasmócitos ativados por antígenos produzem imunoglobulina 
secretora (sIgA), que é transportada para o lúmen intestinal através 
das células do revestimento intestinal (enterócitos). 
 
 
APÊNCICE CECAL 
Localizado no ceco, primeira porção do intestino grosso, é uma curta 
e delgada extensão do trato digestivo com grande quantidade de 
tecido linfoide frouxo e folículos linfoides 
 
 
Luana M. Faria – ATM 2026/B

Continue navegando