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Lição 01_-_ Atributos de Deus Elianai Castellano

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LIÇÃO 01 - 2° TRIMESTRE DE 2021 
DEUS SE REVELOU À HUMANIDADE 
 
TEXTO ÁUREO: Porquanto o que Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 
Rm 1.9 
 
INTRODUÇÃO 
As sagradas escrituras declaram com muita propriedade, com inspirações de grandes homens de 
Deus, quem Ele é, Sua natureza, as suas criações os seus atributos e tudo que é peculiar ao ser Divino. 
 
Rm 1.20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua 
divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem 
inescusáveis. 
Sl 104.24 - Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a 
terra das tuas riquezas. 
Is 41.4 - Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu o Senhor, o primeiro, e com os 
últimos eu mesmo. 
Iniciamos mais um trimestre para a glória de Deus. Temos uma trajetória empolgante e motivadora 
pela frente. Gastar tempo com o estudo do Ser Supremo, o poderoso Deus Criador e Senhor de tudo e de todos 
é algo que deveria ser fascinante para todos nós. 
É nos estudos teológicos que vamos encontrar uma descrição mais detalhada do estudo sobre Deus. O 
termo Teologia origina-se da palavra grega theós que significa “deus”, em junção com a palavra logos, que 
significa “estudo”, “discurso”, “raciocínio”, “tratado”, teologia, portanto, pode ser definida como um estudo 
racional acerca de Deus, ou seja, a ciência que se ocupa de Deus, dos seus atributos, de suas perfeições. 
Já o termo Teontologia, pouco utilizado, é o mesmo que teologia própria, ou teologia propriamente 
dita, e refere-se a uma área de estudo da Teologia Sistemática que estuda, mais especificamente, sobre Deus 
Pai. A palavra teontologia é um neologismo1 que foi criada por Lewis Sperry Chafer, com a finalidade de 
definir melhor a doutrina de Deus e evitar interpretações ambíguas2. 
O vocábulo “revelar” (revelare em latim; gãlô em hebraico e apokalyptõ em grego). Os escritores 
clássicos traduziram a palavra “apocalipse” por revelação e foi vertida para o latim com esse sentido, que 
frequentemente é usado pelas Escrituras (Pv 11.13; Dn 2.22,28) e tem o sentido de “tirar o véu”. Só 
conhecemos de Deus o que Ele mesmo quis revelar (Dt 29.29). 
Dt 29.29 - As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e 
a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei. 
Muitos, ainda nos dias atuais, veem a teologia e conhecimento bíblico com desagrado, desconforto e 
até mesmo resistência. Infelizmente entre os cristãos, principalmente pentecostais e neopentecostais, há um 
grupo que faz da experiência a sua base para se acreditar nas verdades bíblicas, e não o inverso. A experiência 
espiritual é algo sublime e precisamos vivencia-la em nosso cotidiano. Um crente precisa ter suas experiências 
com Deus, mas todas elas, indistintamente, precisam estar fundamentadas nas Escrituras. 
Embora a existência de Deus não possa ser demonstrada tão somente pela razão, para que as pessoas 
creiam, não se pode dizer com isso que cremos sem nenhuma fonte de informação. A natureza revela o seu 
 
1 Neologismo é o nome dado a uma nova palavra criada ou a uma palavra já existente à qual é atribuído um novo significado. Seria 
uma palavra criada a partir de outra para explicar melhor o que se pretende. NORMA CULTA. Neologismo. Disponível em: 
<https://www.normaculta.com.br/neologismo/>. Acesso em: 25/09/2017. 
2 SOARES, Ezequias. Teologia – a Doutrina de Deus. In: CPAD, Teologia Sistemática Pentecostal. 4ª impressão. Rio de Janeiro: 
2010, p. 53. 
http://pt.shvoong.com/tags/deus/
https://www.normaculta.com.br/neologismo/
 
 
Criador. A Escritura é a nossa autoridade quanto esse assunto. Deus se revelou de várias maneiras e a Sua 
revelação máxima é através de Jesus Cristo. Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus revelada aos homens. 
Na Bíblia a revelação mais impactante e decisiva de Deus é Jesus Cristo. Jesus é a revelação exata de Deus. 
Assim como Jesus revela o Pai, o Espírito Santo nos convence não apenas de que Deus existe, mas que somos 
filhos de Deus. 
Rm 8.16 - O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 
1Jo 2.23: Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o 
Pai. 
De posse dessas considerações iniciais vamos pensar um pouco no “como” Deus se revelou à 
humanidade. Veremos a revelação bíblica a respeito de Deus no primeiro tópico. O segundo e terceiro tópicos 
dedicam-se mais a questão do conhecimento, porque apenas conhecendo a verdade estaremos aptos a enfrentar 
os constantes desafios impostos pelo “conhecimento” que o mundo procura impor, e que vão na contramão de 
tudo aquilo que Deus pretendeu para os seus filhos. Que seja um bom estudo para a glória de Deus. 
 
1. A REVELAÇÃO DE DEUS 
Só é possível conhecer Deus porque Ele revelou se a Si mesmo. Evidentemente que não é possível ao 
ser humano conhecê-lo plenamente, mas é possível conhecer o suficiente para saber que existe um 
relacionamento entre o ser humano e Deus. No presente tópico será abordado sobre a revelação de Deus por 
intermédio da natureza, de Seus Nomes como encontramos na Escrituras e Jesus Cristo. Como mencionou 
Tony Evans (Livro: Deus é tremendo – ed. Vida): “O estudo de Deus é a busca mais significativa da vida” – 
vide Jeremias 9.23-24. 
 
Jr 9.23-24 - Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; 
não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou 
o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor. 
A revelação de Deus tem dois propósitos principais, a saber: a pessoa de Deus e os propósitos de Deus. 
O conhecimento de Deus também segue em duas direções: primeiro estuda-se as características de um Deus 
incognoscível [que não se pode conhecer] frente à limitação do entendimento humano. Quanto a isso o 
salmista se expressa da seguinte forma: “a sua grandeza, inescrutável” (Sl 145.3); “o seu entendimento é 
infinito” (Sl 147.5) e em inúmeras outras passagens percebemos o mesmo sentimento de impotência diante do 
conhecimento de Deus. 
Jó 26.14 - Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, 
pois, entenderia o trovão do seu poder? 
Jó 36.26 - Eis que Deus é grande, e nós o não compreendemos, e o número dos seus anos não se pode calcular. 
Jó 31.5 - Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas que nós não compreendemos. 
Sl 139.6 - Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não aposso atingir. 
Is 40.28 - Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, 
nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. 
Is 46.5 - A quem me fareis semelhante, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos 
semelhantes? 
Rm 11.33 - Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são 
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! 
Todavia, Deus revelou-se a si mesmo em sua Palavra, sendo, portanto, também um Deus cognoscível 
[que se pode conhecer]. O termo “cognoscível” vem do latim cognitio e significa “conhecimento”. Em virtude 
da infinita grandeza do Criador, esse conhecimento acerca dEle é comparável ao reflexo de um espelho, como 
um enigma (1Co 13.12), pois “em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos” (1Co 13.9). Nesse sentido, 
 
 
Deus é cognoscível, conquanto esse conhecimento não signifique, simplesmente, o fato de alguém possuir 
informações sobre Ele. Trata-se de uma expressão que denota a autorrevelação de Deus, em Jesus Cristo, para 
a vida eterna3. 
Diante desse “conhecimento de Deus” [ainda quelimitado] podemos afirmar que a natureza não é 
somente testemunha, mas também uma prova irrefutável da existência do Criador. Ela é suficiente para 
mostrar com clareza a existência dAquele que do nada cria todas as coisas, com o Seu poder e a Sua sabedoria. 
Sl 19.1-4 - Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz 
declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se 
ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma 
tenda para o sol. 
Ec 3.11 - Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa 
descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. 
O homem é a imagem e semelhança de Deus, mesmo em forma caída, corrompida, não deixou de ser 
a imagem e semelhança do Seu Criador, essa imagem está deformada, mas não aniquilada. A esse ser criado 
à sua imagem e conforme sua semelhança Deus se revela: quem Ele é, o que Ele faz e o que requer que os 
homens façam. Assim como fez com Noé, Abraão, Moisés (Gn 6.13-21; 12.1; 15.13,-21; Êx 3.7-22), assim 
também, revelou a Israel às leis e promessas quanto a obediência e desobediência à Aliança (Êx 20-23; Dt 
4.13; Sl 78.5; Sl 147). Aos profetas revelou seus propósitos (Am 3.7). Jesus, Deus encarnado, também 
demonstrou a vontade do Pai (Jo 15.15b). O Filho revelou o Pai como nenhum outro: 
Jo 1.18 - Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. 
Mt 11.25-27 - Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que 
ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te 
aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém 
conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 
Persiste a verdade fundamental: Deus fez o mundo, tudo o que nele há e Ele mesmo é o que dá a vida 
e respiração a tudo. Não deixou a si mesmo sem testemunho, At 14.17, por isso podemos conhece-lo ainda, 
que o conhecimento humano esteja muito aquém do que Ele é e faz, integralmente. 
Is 42.5 - Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto 
produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela. 
 
1.1. A revelação de Deus na natureza 
São vários textos bíblicos que registram a natureza como meio de revelação da glória de Deus, de 
Seu poder, de Sua soberania. O apóstolo Paulo falando à multidão na cidade de Listra menciona um 
permanente testemunho acerca de Deus por meio da natureza [At 14.15-17]. O salmista declara que, ao 
contemplar a terra e os céus, reconhece a grandeza e majestade do Senhor [Sl 8]. Outros textos que indicam 
as obras da criação de Deus como testemunho acerca do criador – Sl 19; At 17.24-29; Rm 1.18-21 (este texto 
diz que o ser humano, ao contemplar as obras da criação de Deus, deve glorificá-lo e ser-lhe grato). Na 
teologia esta categoria é identificada como Revelação Geral*. 
 
Não deixe de conferir as referências bíblicas apontadas pelo comentaristas. Comece a pensar este item 
a partir de uma leitura destas citações. Já estudamos anteriormente este assunto, chamando atenção para as 
muitas possibilidades de observação da assinatura de Deus na natureza. Algumas dicas de vídeos para 
vislumbrarmos melhor este assunto: 
 
 
3 SOARES, Ezequias. Teologia: a doutrina de Deus. In: CPAD. Teologia Sistemática Pentecostal.2ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 
2008, p. 60. 
 
 
▪ Nos padrões existentes [fractais]: 
https://www.youtube.com/watch?v=LKZlaWfXFRI&ab_channel=wstiago1978 
▪ Nos números [número de ouro, proporção áurea, número de Deus]: 
https://www.youtube.com/watch?v=e1-rL3KZALk&ab_channel=FatosDesconhecidos 
▪ Isaac newton e a demonstração de que o mundo natural é matemático: 
https://www.youtube.com/watch?v=JOfs6K4sFac&ab_channel=DocumentariosCiencia 
▪ A assinatura de Deus na natureza: Criacionismo a partir da física, Adauto Lourenço: 
https://www.youtube.com/watch?v=PsA8xBvKoDs&ab_channel=TeologiaCrist%C3%A37 
▪ As baleias e as estrelas louvam a Deus: palestra do Pastor americano Louie Giglio de Atlanta, EUA 
https://www.youtube.com/watch?v=8rvY-B5-Y3Y&ab_channel=AndersonLu%C3%ADsLocutor 
 
Sabemos que a natureza funciona como uma interlocutora. Ela está participando do processo de 
interação da criatura com o criador através de uma linguagem própria. Aquele [a] que desenvolve sensibilidade 
tanto para ver quanto para enxergar [que são coisas diferentes], ouvir, sentir, palpar, cheirar, ou seja, utilizar 
sabiamente os sentidos dados por Deus, consegue captar a mensagem que está sendo transmitida de contínuo 
pelo Criador a toda humanidade. A ideia da existência de Deus está impressa na alma humana, mas não nos 
conceitos, que são formados na medida em que o ser humano é confrontado com as obras da criação e com a 
Palavra revelada4. 
 Há entre os seres humanos e Deus uma enorme distância, a distância do finito para o infinito, 
a distância que existe entre o tempo e a eternidade, entre o nada e o tudo. Todavia, é necessário lembrar 
que a noção da grande distância que existe o Criador e a criatura advém da revelação que Deus faz de 
si mesmo. O nosso conhecimento de Deus não advém de nossa própria pesquisa ou capacidade inerente 
de conhecê-lo. Se Deus não se nos houvesse revelado de maneira ordinária (revelação geral) e 
extraordinária (revelação especial), não saberíamos que Deus grande temos nem da distância que há 
entre ele e nós. É através de sua revelação que ele se torna conhecível e, ao mesmo tempo, nos aponta 
a sua incompreensibilidade5. 
 
Deus fala aos homens através da Sua criação e manifesta a Sua glória, essa mensagem é clara e os que 
a negam são inescusáveis diante de Deus (Rm 1.20). Apesar de ser uma mensagem sem palavras, revela que 
todo homem tem um certo “conhecimento de Deus”. Está entendido neste texto de Rm 1.19-21, de que alguma 
forma o homem consegue “ler” através da natureza a existência de Deus. o ser humano através de sua razão 
pode conhecer o processo da natureza, entendendo esse processo, pode então chegar ao conhecimento de Deus. 
Através da natureza conhecemos o Deus Criador, a inteligência de Deus e como Ele sustenta todas as coisas 
pelo Seu poder. 
Se tão somente observarmos a natureza ficará óbvio que ela teve um criador e que esse criador é o 
Deus supremo, no qual cremos, que fixou nela sua assinatura, para não deixar dúvidas. O Planeta terra, nosso 
lar no espaço, já nos fornece uma infinidade de constatações que, dificilmente, alguém conseguirá contra-
argumentar, e se o fizer será através de especulações infundadas. Quando se estuda a ciência, confrontando 
seus principais ensinos com as Escrituras, pode-se retirar muitas conclusões de grande significado prático para 
nossos dias, que vão corroborar para o entendimento da cosmogênese [origem do universo], a partir da visão 
cristã de mundo. 
Hb 11.3 - Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que 
se vê não foi feito do que é aparente. 
Todavia, a natureza, não comunica apenas coisas boas, agradáveis, admiráveis, majestosas e 
espetaculares. Ela também grita pela depredação, geme pelas agressões, reage com ímpeto aos abusos e volta-
 
4 Cf. CAMPOS, Heber Carlos. O ser de Deus e os seus atributos. 2ª Edição 2002. São Paulo: Editora Cultura Cristã, p. 59. 
5 Idem. Op. cit. p. 71. 
https://www.youtube.com/watch?v=LKZlaWfXFRI&ab_channel=wstiago1978
https://www.youtube.com/watch?v=e1-rL3KZALk&ab_channel=FatosDesconhecidos
https://www.youtube.com/watch?v=JOfs6K4sFac&ab_channel=DocumentariosCiencia
https://www.youtube.com/watch?v=PsA8xBvKoDs&ab_channel=TeologiaCrist%C3%A37
https://www.youtube.com/watch?v=8rvY-B5-Y3Y&ab_channel=AndersonLu%C3%ADsLocutorse para o ser humano com sua fúria, provocando catástrofes naturais de grande magnitude. Desde a queda do 
homem ela se tornou amaldiçoada e caminha rumo a destruição, até que seja restaurada. Em sua forma original 
tudo era bom. Tudo o que Deus fez era, absolutamente, bom, mas com a queda os seríssimos problemas para 
a vida começaram e o gemer da criação pode ser entendido como a degradação do que era bom. 
Gn 3.17 - E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, 
dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 
Rm 8.19-23 - Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a 
criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que 
também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de 
Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, 
mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, 
a saber, a redenção do nosso corpo. 
A criação que Paulo se referiu aqui, que está sujeita involuntariamente, se refere a criação irracional, 
animada ou inanimada, uma vez que, podemos entender pelo contexto que não se refere aos anjos, aos 
demônios e nem aos seres humanos [todos estes são seres racionais]. Significando que a queda não atingiu 
somente as pessoas, mas também a natureza. Os sinais da morte estão presentes na natureza, o que se vê para 
todos os lados não é um sinal da evolução do universo, mas de sua decadência. 
A natureza não pode redimir-se nem libertar a si mesma. A terra e os animais estão gemendo. A 
humanidade é composta de seres caídos, vivendo em um mundo caído, em cuja natureza os sintomas da morte 
estão presentes por todos os lados. Em Rm 8.22 Paulo irá afirmar que, a natureza está suportando angústias 
até agora, e o ser humano, em seu desvario, cuida de acrescentar mais e mais sofrimento a criação de Deus. 
 
*Revelação Geral: Dá-se o nome de Revelação Geral de Deus àquela que é apreendida através da natureza, 
da história e da consciência humana. Segundo escreveu Thiessen ela “é comunicada por meio de fenômenos 
naturais que ocorrem na natureza ou no decorrer da história, é endereçada a todas as criaturas inteligentes de 
modo geral e é acessível a todos; tem por objetivo suprir a necessidade natural do homem e a persuasão da 
alma para buscar o Deus verdadeiro”6. Da revelação de Deus na natureza já falamos alguma coisa acima. A 
revelação de Deus na história nós podemos verificar na expressão da soberania de Deus sobre as nações, 
sobre o destino de povos e reinos. O Sl 75.6,7 afirma: Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto 
vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta. E em 1Cr 16.31 lemos - Alegrem-se os 
céus, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O Senhor reina. Ele é o Senhor da história. Depõe do 
trono os poderosos, Lc 1.52; passa em revista o seu exército de guerra, Is 13.4; sela o destino das nações e 
diante disso o cristianismo encontra na história uma revelação do poder e da providência de Deus. 
Ainda sobre a revelação geral na consciência humana pode-se afirmar que todos os povos de todos os 
tempos, em maior ou menor grau tem consciência da existência de Deus, tem um padrão de moralidade; tem 
um conhecimento intrínseco do bem e do mal. Deus colocou dentro do homem a eternidade e a consciência 
humana demonstra reconhecer as leis de Deus. 
Rm 2.14,15 - Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não 
tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando 
juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 
 
1.2. Os nomes de Deus 
Normalmente, os nomes dos personagens bíblicos recebem nas Escrituras um significado específico 
relacionado aos acontecimentos da sua vida. Isso se torna claro quando se tratamos de Deus. Ele recebe 
vários nomes e cada um tem um significado para caracterizar melhor o Ser divino. Deus revelou os Seus 
 
6 THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: Imprensa Batista Regular. 1997, p. 10. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_personagens_b%C3%ADblicas
https://www.dicionarioinformal.com.br/escrituras/
 
 
próprios nomes ao Seu povo, diferentemente dos nomes dados as pessoas. Veremos aqui alguns nomes de 
Deus: Elohim – “a forma plural pode ser entendida como a maneira de significar que a plenitude da deidade 
acha-se dentro do Único Deus verdadeiro” – Gn 1.1 (Russell E. Joyner – Teologia Sistemática – Stanley 
Horton); Iavé – A versão Almeida traduz “SENHOR”; Adonai – “Senhor – expressa a ideia de governo e 
domínio”; El-Shaddai – “O Deus Todo-Poderoso”; El-Elyon – “O Deus Altíssimo”; El-Olam – “O Deus 
eterno”; Iavé Jireh – “O Senhor proverá” [Gn 22.14]; Iavé Mecadishkem – “O Senhor que vos santifica”; 
Iavé Nissi – “O Senhor é minha bandeira” [Êx 17.15]; Iavé Ra’a – “O Senhor é meu pastor” [Sl 23.1]; Iavé 
Shalom – “O Senhor é paz” [Jz 6.24]; Iavé Tsidkenu – “O Senhor justiça nossa” [Jr 23.6]; Iavé Shamah – 
“O Senhor está ali” [Ez 48.35]; Iavé Elohim – “O Senhor Deus de Israel” [Is 17.6]. 
 
É de praxe considerar que Deus se revela na natureza, na Escritura e através de Jesus Cristo. O 
comentarista escolheu discorrer sobre a revelação de Deus nas Escrituras através dos nomes divinos porque é 
dessa maneira que Ele se apresenta para nós. Ele nos diz: Muito prazer, Eu Sou Elohim, Eu Sou El Shadday, 
Eu sou Yahweh Tzevaot; Eu sou Yahweh Raphá, etc., e desta forma podemos ir nos apercebendo de quem 
Deus é através dos seus nomes. Quando eu digo meu nome para uma pessoa eu estou dizendo que eu sou eu 
e nenhuma outro pessoa. É um marca de identidade muito relevante. 
Como o propósito fundamental das Escrituras é revelar Deus ao ser humano vamos encontrar no estudo 
dos nomes de Deus na Bíblia a revelação do caráter e dos atributos do próprio Deus, também tal estudo nos 
revela como Deus deseja ser conhecido por nós. O comentarista apontou esses nomes em sua variedade, com 
as passagens bíblicas referentes. Vou apenas esticar o assunto e ajeitar um pouco as coisas na nossa cabeça, 
para entendermos melhor essa diversidade. 
Deus tem um só nome, um tetragrama, usado na Bíblia 6823 vezes, YHWH, que tem sido referido 
como Yahweh, Yavé, Iavé, Javé ou ainda Jeová. No sentido exato, esse é o único nome pessoal de Deus que 
pertence somente a Ele. A palavra Jeová, como já explicamos em outros momentos, é um equívoco do período 
medieval, quando as vogais da palavras Adonai foram enxertadas no tetragrama YHWH para forjar uma 
pronúncia, uma vez que o tetragrama, em si, é impronunciável. Com exceção deste, os outros são títulos ou 
descrições. Entretanto, outros nomes são aplicáveis ao Deus das Escrituras, ainda que seja um nome que 
signifique Deus em outras línguas: 
 
El: É uma palavra genérica para Deus, mas não o nome de Deus especificamente. Todos os povos semíticos, 
com exceção dos Etíopes, fazem uso deste termo para referirem-se a Deus. O uso do termo no Antigo 
Testamento é visto em inúmeras passagens, mais na poesia, especialmente em Salmos e Jó. Também aparece 
em referência a “um outro deus” em Dt 32.12 e como nome próprio de uma divindade menor: Jz 9.46. Quando 
se usa referente a Deus verdadeiro geralmente ocorre com o artigo: Gn 46.3; Sl 68.20 [o Deus]. Para além 
disto o que se tem é o uso dos termos: 
 
Elohim: O maior número de eruditos o considera como o plural de El. Alguns relacionam com Eloah. Na 
gramática, em seu uso com os verbos, estes geralmente, são usados no singular, conforme Gn 1.1 - No 
princípio criou Deus os céus e a terra [criou está no singularDeus está no plural]. Porém o plural pode ser 
encontrado, conforme Js 24.19. Seu uso com o artigo só acontece ao fazer referência ao “Deus verdadeiro”. 
A forma plural pode designar o Deus verdadeiro, Sl 21.1 ou deuses falsos, Ex 15.11. Ele é encontrado na 
Bíblia acrescido de um epíteto [palavra que qualifica um substantivo, atributo ou acessório, cognome, 
alcunha]. 
 
Adonai: Utilizado mais de 300 vezes para designar Deus. Js 10.3, Is 1.24, Gn 15.2, Js 3.11, Zc 4.14. Adonai 
refere-se ao senhorio de Deus. O significado literal é Senhor, mas nunca é usado para se referir ao homem. 
https://escolabiblicadominical.com.br/?s=Teologia+
 
 
Adonai destaca a plena soberania de Deus. A Septuaginta (LXX) traduziu a palavra Adonai para o grego por 
Kurios, e no português foi traduzido por Senhor, meu Senhor. 
 
Eloah: Quer dizer literalmente “Deus”. Seu uso especialmente se encontra em Jó, aparecem 41 vezes, 
especialmente nos debates de Jó e seus amigos. Fora do livro de Jó, se usa especialmente nas poesias antigas. 
No livro de Jó é usado por Jó e Elifaz, só uma vez por Zofar (Jó 11.57), nunca por Bildade, seis vezes por Eliú 
(Jó 33.12). Trata-se de uma palavra muito antiga, de origem aramaica. 
 
Combinações com El 
 
1) El Olam – pode ser lido como o Deus da eternidade, ou como El, o eterno 
▪ Na Torah: Gn 21.33: “E plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do Senhor, Deus 
Eterno”. O Deus que não muda, em contraste com os deuses da natureza. 
▪ Nos profetas: Is 40.28: “Não sabes, não ouviste que o Eterno Deus, o Senhor, o criador dos fins 
da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.”. Também Jr 10.10. 
▪ Nos Escritos: Sl 90.2; Dn 4.3 
 
2) El Elyon – O Deus Altíssimo 
A história de Abraão e Melquisedeque é a mais antiga ocorrência de ‘elyôn no Antigo Testamento: 
Neste trecho El é identificado como o “possuidor” de toda a terra7, Nm 24.16; Dt 32.8; 2Sm 22.14; Sl 18.13; 
Sl 21.7 e 99.2. De acordo com a tradição semítica esta palavra exalta a majestade de Deus. Assim nos texto 
ugaríticos se usa para a supremacia da deidade e nos textos fenícios como epíteto do deus mais alto do panteon. 
Nos livros poéticos o termo é usado para refletir a onipotência de Deus, Sl 18.3. Também é usado para o Deus 
que defende Israel, Sl 9.2, 91.1 e 9. 
Gn 14.18-22: E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. 
 
3) El Shadday – Onipotente, o Todo Poderoso 
O mais frequente e o mais enigmático dos epítetos do Deus dos patriarcas é shadday. Em Ex 6.2 El 
Shadday é visto como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O epíteto Shadday parece significar “o montanhês”. 
A sua análise morfológica há muito tempo está em discussão. Nas narrativas bíblicas El Shadday não se liga 
a um santuário, Gn 17.1; Ex 6.3; Rt 1.20-21; Jó 5.17 (No livro de Jó aparece 31 vezes). Entre as teorias acerca 
do significado original do termo: (1) Shadu (Acádico) – montanha, seria o Deus da Montanha; (2) Shadad 
(Semítico) – ser violento, irresistível, poderoso em extremo, sem limite para o seu poder, neste sentido seria 
o Deus Todo Poderoso dos hebreus 
Ex 6.2,3 - Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o Senhor. E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, 
como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido. 
 
4) El Ro`i – O Deus que vê, aquele que vê 
Gn 16.13 - E ela chamou o nome do Senhor, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não 
olhei eu também para aquele que me vê? 
Quando a relação de Sara com Agar ficou insuportável e Sara agiu com dureza e maltratou Agar fugiu 
para o deserto. Ninguém parecia importar com ela e com o filho que esperava. Ali, no deserto, sentindo a 
miséria de seu passado e incerteza do futuro, Agar se encontrou com Deus, que a viu e cuidou dela. Ninguém 
 
7 Cf. HARRIS, R. Laird, ARCHER JR., Gleason L. e WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo 
Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1120. 
 
 
a não ser El Roi - “o Deus que me vê” estava interessado na vida e no futuro desta escrava fugitiva e do filho 
que ela carregava no ventre. 
 
Caminhemos agora um pouco mais com YHWH, o nome com o qual Deus se apresentou a Moisés, o 
tetragrama de consoantes hebraicas que, por força de não ter sido escrito com as vogais, e ser desconhecida a 
sua pronúncia é transliterado por Yahweh (Yavé). Não há entre os estudiosos do hebraico unanimidade quanto 
a pronúncia que seria a mais correta. Os hebraístas, em geral, são a favor da palavra Yahweh, como a pronúncia 
mais provável. Mas Yavé, Javé e Iavé também são muito encontrados, como uma forma reduzida da mesma 
palavra. 
Se YHWH é uma forma causativa, como alguns exegetas crêem, então ele pode significar que o Eu 
Sou é aquele que faz ser e cria o mundo. Aquele que fará ser o que ele fará ser. Aquele que faz ser e se revela. 
Aquele que vai mostrar ao seu povo quem Ele é, se revelando ao seu povo através de suas ações. Aquele que 
cumpre suas promessas. Em Ex 3.14 tem-se a expressão – Eu sou o que sou, que também significa eu serei o 
que serei, eu me tornarei o que me tornarei. Todas as vezes que aparece o tetragrama YHWH, o Eterno está 
dizendo: Eu sou, no sentido que eu me tornarei o que você necessita. Eu me torno a solução dos seus 
problemas, de suas necessidades. Esta fórmula expressa a decisão de Yahweh de verdadeiramente apoiar a 
saída do povo do Egito e de realizá-la na história através de todos os meios disponíveis. 
 
Combinações com Yahweh 
 
1) Yahweh Tzevaot - Iavé dos Exércitos. O profeta Zacarias fez um amplo uso deste termo para 
designar a Deus. Em Êxodo 6.26; 7.4-5; 1Sm 17.26; Am 4.13 temos a menção a Yaweh dos Exércitos de 
Israel. Mas seu aparecimento nas Escrituras é amplo. Sl 89.6-8; Gn 2.1; 32.2; Is 34.4 governa a todos os seres 
celestiais, e os corpos celestes, governa a todos os deuses, ele é Yahweh dos Exércitos do céu. 
Am 4.13 - Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu 
pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o Senhor, o Deus dos Exércitos, é o seu nome. 
 
2) Yahweh Yireh - Iavé Proverá. Yavé cuidará, o Senhor é provedor. Largamente utilizado em nossos 
dias este é um nome de Deus que enfatiza suas provisões. Segundo escreveu Campos, esse é um dos nomes 
mais preciosos entre todos os nomes compostos das Escrituras8 
Gn 22.7-8 - Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele 
disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá 
para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. 
Gn 22.14 – E chamou Abraão o nome daquele lugar: o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No 
monte do Senhor se proverá. 
 
3) Yahweh Raphá - Iavé que sara, o Senhor que cura. Esta foi, inicialmente, a promessa de Deus a 
todos aqueles que o obedecessem diligentemente. E como resultado da sua obediência, Ele não lançaria sobre 
eles nenhuma das doenças que havia lançado sobre os egípcios (Ex 15.26; cf. 23.25; Sl 105) 
Ex 15.26. E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e 
inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das 
enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara. 
Conforme explica Mackintosh: o versículo 26 põe diante de nós o caráter importante da primeira etapa 
do povo de Deus no deserto. Encontramo-nos em grande perigo de cair num espírito maldisposto, impaciente 
e de murmuração. Todavia, bendito seja o Seu nome, Ele sempre Se mostra à altura das necessidades do Seu 
 
8 CAMPOS, Héber Carlos de. O Ser de Deus e os seus atributos. 1ª Edição. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 90. 
 
 
povo; e eles, em vez de se queixaremdas suas circunstâncias, deviam fazer delas o motivo de se aproximarem 
mais d'Ele. É assim que o deserto se torna útil para nos ensinar o que Deus é. É uma escola na qual aprendemos 
a conhecer a Sua graça constante e os Seus amplos recursos9. E assim Ele se apresenta como o Deus que sara. 
 
4) Yahweh Nissi - Iavé é a minha bandeira. Este foi o nome que Moises deu ao altar, que ele construiu 
para comemorar a derrota de Israel contra os dos amalequitas. Não uma bandeira literal, mas uma bandeira 
que tremulou durante toda guerra quando o espírito de cooperação, ajuda, parceria, comunhão, graça e 
solicitude se manifestaram nas atitudes de Arão e Hur, ao segurar as mãos cansadas de Moisés no cume 
daquele outeiro, Ex 17.10. Tudo foi vitória naquele dia e a bandeira de Iavé flutuou sobre as tropas inimigas 
triunfante, até se transformar em um altar de adoração, tendo essa formosa e acalentadora inscrição “Yahweh-
Nissi” 
Ex. 17.15 - E Moisés edificou um altar, ao qual chamou: o Senhor é minha bandeira. 
 
5) Yahweh Tzidkenu - Iavé é a nossa Justiça. O mais precioso nome de Deus que é aplicado muito 
diretamente ao Messias, “O Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23.6; cf. 33.16). Este é o nome e o atributo pelos quais 
Jesus Cristo, o Messias, deveria ser particularmente conhecido (1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.9; 2Pe 1.1; 1Jo 2.1). 
Jr 23.6 - Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o 
chamará: o Senhor justiça nossa. 
 
6) Yahweh Shammah - Iavé está ali. Ezequiel encerra o seu livro com a descrição de Jerusalém 
durante o Milênio. No último versículo deste livro, ele dá um novo título à cidade: Yahweh Shammah. “O 
Senhor está ali” ou “Eu estou ali”. Deus está na cidade santa e ama seu povo, apesar deste não o merecer tem 
planos para ele e quer traze-los de volta ao arrependimento. A presença de Yahweh Shammah representa não 
só aniquilação da maldade das Nações perversas, mas o abrigo permanente daqueles que servem o Senhor por 
inteiro. Se o desviado se arrepender, Deus promete reconstruir o que o pecado destruiu e a sua vida será 
novamente marcada pelo nome divino Yahweh Shammah 
Ez 48.35 - Dezoito mil canas por medida terá ao redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: o Senhor 
está ali. 
 
7) Yahweh Mecadishkem - Iavé santifica. Desde o início fica claro que o Senhor não é apenas aquele 
que separa o seu povo para si mesmo, mas também aquele que o santifica. Sabemos de antemão, que no que 
diz respeito a Israel, que eles não mantiveram uma conduta aprovada, e ainda que, libertos do Egito, estavam 
cativos a uma vida de pecados, em uma insubordinação e rebeldia espantosas. A grande questão é: como era 
possível, esse Israel em pecado e egoísmo se reconciliar com esse Deus santo? É possível pessoas pecadoras 
e corruptas viverem na Sua santíssima presença? Por isso Deus se apresenta como Yahweh Mecadishkem, 
aquele que tem poder para limpar seu povo moral e espiritualmente, que faz com que todas as coisas 
relacionadas a Ele e ao Seu culto sejam santificadas. 
Ex 31.13 - Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é 
um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica. 
Lv 20.8 - E guardai os meus estatutos, e cumpri-os. Eu sou o Senhor que vos santifica. 
 
8) Yahweh Ra’ah (Ro’i) - Iavé é meu pastor. Como verbo Ra’ah possui o significado de cuidar de um 
rebanho. É um termo figurativamente para pastorear. As palavras Ra’ah e Ro’i em hebraico tem mais de um 
sentido. Já vimos que em Gn 16.13 Ro’i significa vista, visão, aspecto, aparência, mas o pastor do Sl 23 é 
 
9 MACKINTOXH, C. H. Estudos sobre o Livro de Êxodo. 2ª Edição em português. Diadema, SP: Depósito de Literatura Cristã, 
2001, p. 162. 
 
 
Ro’i, e seu outro significado é exatamente este, o de pasto, pastagem. Já a palavra Ra’ah, que em geral diz 
respeito a governar, tem uma raiz primitiva que possui o significado de apascentar, levar ao pasto, liderar, 
dirigir, associar-se, acompanhar, devotar, alimentar. Ela também pode ser trazida por mal, maldade, perfídia, 
desgraça, calamidade. Os diferentes significados destas palavras somente são identificados no contexto. 
 
9) Yahweh Shalom – Iavé é paz. “O Senhor é (a minha) paz”, exclamou Gideão depois de receber a 
visita do anjo do Senhor, ao erigir um altar em Ofra e conhecer a paz de Deus ao seu coração. Shalom significa 
não apenas paz, como ainda saúde, integridade, inteireza. A bênção de Deus irrompeu em um momento de 
desesperança e opressão. A bênção é característica da ação de Deus, que cria bem-estar (shalom) e vida com 
dignidade e sentido. 
Jz 6.24 - Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e chamou-lhe: o Senhor é paz; e ainda até o dia de 
hoje está em Ofra dos abiezritas. 
 
10) Yahweh Elohim - Ao pé da letra: Eu Sou Deus, mas, comumente trazido por Senhor Deus. Uma 
junção dos dois nomes pelos quais Deus se apresenta ao Seus. Os dois termos já foram explicados acima. 
Is 17.6 - Porém ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais 
alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos seus ramos mais frutíferos, diz o Senhor Deus de Israel. 
 
Com isso demos uma pincelada nos nomes de Deus. Mesmo gastando um pouco mais de tempo preferi 
esclarecer por que, nunca na história da igreja evangélica se falou tanto sobre os nomes de Deus. Está presente 
em pregações, hinos, apresentações diversas e nem sempre usados corretamente O problema aumenta quando 
os nomes de Deus são usados de maneira quase que mágica, como se na expressão do nome de Deus algo 
sobrenatural fosse acontecer. Vamos estar mais precavidos com relação a estas coisas. 
 
1.3. A revelação através de Jesus Cristo 
Jesus Cristo, o Verbo. O Verbo era Deus e se fez carne [Jo 1.1, 14]. Importante conectar este texto 
com Hebreus 1.1 – o Deus que no passado falou de muitas maneiras, “falou-nos, nestes últimos dias, pelo 
Filho”. Assim, quando o Verbo tabernaculou entre nós, tratava-se do supremo ato revelador de Deus. Jesus 
Cristo é o centro desta revelação especial. Respondendo ao pedido de Filipe, Jesus disse: “Quem me vê a 
mim, vê o Pai” [Jo 14.9], esclarecendo, assim, que o Filho tinha vindo ao mundo para revelar o Pai. Portanto, 
para crescermos no conhecimento de Deus somente é possível sendo um discípulo de Cristo conforme as 
Escrituras [Jo 17.25-26]. 
 
Jo 1.1, 14 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (...) E o Verbo se fez 
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 
Hb 1.1,2 - Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a 
nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o 
mundo. 
Jo 17.25-26 - Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste 
a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado 
esteja neles, e eu neles esteja. 
Vimos no item 1.1 algo sobre a Revelação Geral, que também é entendida como imediata ou mediada, 
e é dirigida a todos os seres humanos de todo tempo e lugar. No entanto, entendemos que ela, por si, “não [é 
suficiente] para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação” (Cf. Confissão 
de Fé Westminster, I.1). A revelação geral não revela Jesus Cristo ou Sua obra redentora dirigida aos 
pecadores. Assim, tornou-se necessário aquilo que é chamado de “revelação especial”. A revelação especial é 
 
 
a revelação do caminho da salvação. É a Palavra de Deus, manifestada no Senhor Jesus Cristo, Jo 1.18; Mt 
11.25-27. Um dos textos bíblicos mais importantes descrevendo a revelação especial de Deus encontra-se em 
Hebreus 1.1-2. Em tempos passados,antes da conclusão das Escrituras, Deus revelou Sua obra redentora por 
meio dos profetas, através de sonhos, visões e teofanias. Mas, agora, a revelação especial recebeu sua forma 
permanente nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento10. 
Thiessen11 esclarece que a Revelação Especial de Deus seria como aquele tesouro especial de Deus a 
ser partilhado com o mundo inteiro: Lc 2.10; Mt 28.19 At 1.8. E que ela é dada aos seres humanos de várias 
maneiras: (a) Na forma de milagres; (b) Através da profecia; (c) Na pessoa e no trabalho de Jesus Cristo; (d) 
Nas Escrituras; (e) Na experiência pessoal. 
Deveríamos falar de cada um destes, mas não cabe no contexto deste item, então vamos nos deter na 
pessoa e no trabalho especial realizado pelo Senhor Jesus. Cristo é o centro da história e da revelação. Já lemos 
o que disse o escritor aos Hebreus em 1.1,2, Paulo disse que Ele é a imagem do Deus invisível, Cl 1.5 e diz 
também que “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade, Cl 2.9. João diz: “Ninguém jamais 
viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai é quem O revelou, Jo 1.18. E o próprio Jesus disse: 
“Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho 
quiser revelar, Mt 11.27; ainda mais: “Quem me vê a mim vê o Pai, Jo 14.9. Com isso, a igreja te desde o 
princípio, visto em Cristo a Suprema revelação do Pai12 
Jesus Cristo é a melhor prova da existência de Deus, pois, viveu a vida de Deus entre os homens. 
Quando pensamos no Tabernáculo de Moisés no deserto e nas Festas Sagradas do povo de Israel entendemos 
que o elemento principal, tanto do Tabernáculo quanto destas festas é a presença de Deus entre os homens, 
trazendo luz e repouso eterno (Ap.21.3,4). Por esta causa Cristo veio ao mundo: “E o Verbo se fez carne, e 
habitou entre nós...”(Jo 1.14). A palavra habitou no original grego é tabernaculou. Não se relaciona com casa, 
habitação ou morada, e sim com tabernáculo. Trata-se da palavra eskinosen, pretérito de um verbo criado a 
partir do substantivo skené, que significa tenda, ou tabernáculo. Assim, a tradução literal desse Versículo 
poderia ser: E o Verbo se fez carne e tabernaculou entre nós. Não é por acaso que Cristo recebeu o nome de 
Emanuel, que quer dizer Deus conosco (Mt 1.23). 
 
2. A NECESSIDADE DE CRESCER NO CONHECIMENTO 
Não devemos permanecer como crianças, aceitando todo vento de doutrina, mas, pelo contrário, 
conhecer a verdade e rejeitar os falsos mestres que induzem ao erro [Ef 4.14]. Precisamos crescer em 
conhecimento, como ensinou Paulo aos efésios [Ef 4.13]. 
 
Ef 4.13-14 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, 
à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda 
por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 
O que permite a uma pessoa experimentar crescimento espiritual e aperfeiçoar-se como servo e serva 
de Deus nessa terra? Será que com inteligência, esforço pessoal e aplicação diligente tem-se suficiente para 
uma pessoa aperfeiçoar-se, até que chegue à estatura de “varão” perfeito? Como um discípulo e uma discípula 
de Cristo podem, na direção do Espírito Santo entender e aplicar todas as verdades bíblicas em sua própria 
vida e crescer continuamente, ao ponto de refletir com fidedignidade a imagem e semelhança de Deus? Russell 
E. Joyner escreveu que “nossa maneira de compreender a Deus não deve basear-se em pressuposições a 
respeito dEle, ou em como gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que 
 
10 MATHISON, Keith. Revelação Geral e Revelação Especial. Disponível em: https://tuporem.org.br/revelacao-geral-e-revelacao-
especial/. Acesso em: 30/03/2021. 
11 THIESSEN, Henry Clarence. op. cit., p. 13. 
12 Idem, p. 17. 
https://tuporem.org.br/revelacao-geral-e-revelacao-especial/
https://tuporem.org.br/revelacao-geral-e-revelacao-especial/
 
 
optou por se revelar a nós através das Escrituras”. Não há como conhecer Deus sem o devido conhecimento 
das Escrituras. Para conhecer a verdade e rejeitar os falsos ensinos faz-se necessário sair do estágio de criança, 
com uma visão limitada e atitudes infantis e progredir através da apropriação do conhecimento que emana da 
Palavra de Deus. Deus se revelou, mas saberemos tanto dEle quanto nos dispusermos e aplicarmos em 
conhecê-lo. 
1Pe 2.2 - Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para 
que por ele vades crescendo. 
 
2.1. Um conhecimento além do aspecto intelectual 
O termo “conhecer” nas Sagradas Escrituras muitas vezes tem um sentido que vai além de 
simplesmente ter conhecimento intelectual de algo ou de alguém [Os 6.3]. Conforme os fiéis chegam a 
conhecer melhor o Senhor, Ele vem como a chuva, trazendo mais vida e bênçãos espirituais a Seu povo. 
Conhecer os mistérios de Deus não são aprendidos exclusivamente em cadeira de faculdade teológica, mas é 
para aqueles que têm comunhão com Ele. Deus se revela de forma diferenciada para quem tem intimidade 
com Ele. Quem tem temor a Deus é contemplado com os Seus segredos [Sl 25.14]. Por isso o conhecimento 
pessoal de Deus vai além do aspecto intelectual. 
 
Os 6.3 - Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá 
como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. 
Sl 25.14 - O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhes fará saber o seu concerto. 
Deus se revela de forma diferenciada para quem tem intimidade com Ele. Veja que versículo 
excepcional! Que chamado glorioso para uma vida distinta, separada, santificada, que na medida que cresce 
em amor cresce também em ciência e em conhecimento. 
Fp 1.9-11- E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento, Para que 
aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo; cheios dos 
frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. 
Ainda, em sua carta aos Colossenses Paulo declarou que conhecer a Deus vai além de simplesmente 
ter conhecimento intelectual, por esse motivo ele orava para que aqueles irmãos em Colossos fossem dotados 
de conhecimento da vontade de Deus, em sabedoria e inteligência espiritual (citado no próximo item, mas já 
fazendo menção aqui pela pertinência do assunto): 
Cl 19,10 - Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de 
pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para 
que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e 
crescendo no conhecimento de Deus; 
Só identificamos o erro quando conhecemos a verdade, só conheceremos a verdade se a buscarmos 
racionalmente, com nosso entendimento, e esse conhecimento vai transformar nossa vida. Serão nossos óculos 
para lermos o mundo e nos aproximarmos mais e mais de Deus. 
Os 6.3 - Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; ... 
Jo 8.32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará 
Ef 4.13,14 - Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem 
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados 
em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. 
2Pe 3.18 - Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a 
glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém. 
A busca constante pelo crescimento, e não somente espiritual, deveria ser o ideal de vida, de todo servo 
e serva do Senhor Jesus, enquanto caminha nesse mundo em sua breve existência. Todavia, o que vemos 
https://escolabiblicadominical.org/?s=comunh%C3%A3o+
 
 
aconteceros nossos dias é que o povo, de modo geral, e não somente o povo cristão, tem sido destruído por 
falta de conhecimento, na medida que o conhecimento se expande, de modo nunca isto. Por todo globo 
terrestre as informações acumulam-se de modo inimaginável, mas as pessoas estão cada vez menos 
conscientes da realidade que as cerca. 
Todavia, quem tem temor a Deus tem sua mente esclarecida para os segredos de Deus e nisto reside o 
princípio do seu conhecimento, o tipo de conhecimento que vale a pena cultivar, mais do que qualquer outro. 
Pv 1.7 - O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. 
 
O princípio (i.e., o primeiro e controlador princípio, e não uma etapa que se deixa para trás; cf 
12:13) não é meramente um método correto de pensamento, mas sim um relacionamento correto: é uma 
submissão em adoração (temor) ao Deus da aliança, que Se revelou pelo Seu nome (o Senhor, i.e., Javé: 
Êx 3:13-15). Saber, portanto, no seu sentido integral, é um relacionamento que depende da revelação e 
que é inseparável do caráter (“sabedoria e treinamento”, 7b). Quando destacamos (conforme a 
necessidade) campos limitados do conhecimento para estudo especial, devemos nos lembrar do 
contexto deixado para trás; senão, nosso conhecimento será precoce e torcido, com na Queda, e 
acabaremos sabendo menos (cf. 3:7; Rm 1:21,22) e não mais13, 
 
Quando nos apropriamos daquilo que é conveniente sabermos, vamos aplicar tal conhecimento com o 
fim de que o nome do Senhor seja glorificado. O escritor aos Hebreus nos exorta: Portanto, convém-nos 
atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos 
delas. Hb 2.1. Precisamos, realmente, pensar em que medida o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, 
pois a busca pelo conhecimento que se afasta desse princípio condena os indivíduos a se tornarem teóricos 
superficiais e inúteis. 
 
2.2. O conhecimento para um andar digno 
O conhecimento de Deus e dos Seus mandamentos ajuda no caminhar dos fiéis [Sl 25.12], numa vida 
de exemplo e vitórias. Quando nós temos a revelação de Deus, da Sua vontade e de quem Ele é, cresce a 
nossa responsabilidade de andarmos como verdadeiros filhos de Deus e a obedecer aos Seus mandamentos, 
porque Ele é santo e precisamos procurar a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor [Hb 12.14]. A 
oração de Paulo pelos colossenses é para que fossem cheios do conhecimento da vontade de Deus, adquirindo 
sabedoria e inteligência espiritual, para andar dignamente diante do Senhor [Cl 1.9-10]. 
 
Sl 25.12 - Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher. 
Hb 12.14 - Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, 
Cl 1.9-10 - Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de 
pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para 
que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e 
crescendo no conhecimento de Deus; 
Há muita coisa a ser dita acerca dos que, conhecendo a Deus, escolhem andar pelos caminhos traçados 
por Ele, em dignidade e honra. O olhar de Deus acompanha aqueles que são fiéis. Sl 101.6 - Os meus olhos 
procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá. E andar 
com Deus redunda em bênçãos sobre bênçãos. Todavia, o fato de servirmos a Deus não nos impedirá de andar 
por caminhos tortuosos, entulhados, perigosos, às vezes. 
Mas o problema não está no caminho e sim no seu andar. Este foi um dos lamentos de Jó, que por 
conta das avarias do seu caminho teve que para de caminhar e assentar-se sobre cinzas. Ali, atingido por todos 
 
13 KIDNER, Derek. Provérbios: Introdução e comentário. 1ª edição 6ª reimpressão. São Paulo: Vida Nova, 2006. Série Cultura 
Bíblica, v. 15, p. 57. 
https://escolabiblicadominical.org/?s=Paulo+
 
 
os lados e chegar na pior situação que um ser humano pode chegar ele constata que estava em um “beco sem 
saída”. 
Jó 19.8 - O meu caminho ele entrincheirou, e já não posso passar, e nas minhas veredas pôs trevas. 
Mas o aviso profético de Deus é bem claro: 
Is 50.10 - Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não 
tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. 
Essa questão de ter conhecimento para ter também um andar digno me recorda a caminhada de Israel 
no deserto. Desde o início havia um guia, instituído por Deus, para orientá-los: a nuvem. As instituições acerca 
do movimento da nuvem encontram-se em Nm 9.15-23. Veja o verso 17: Mas sempre que a nuvem se alçava 
de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se 
acampavam. 
Por muitas e muitas vezes temos falado que o melhor lugar para se estar é no centro da vontade de 
Deus, que precisamos andar na vontade de Deus, viver na vontade de Deus e considerar a vontade de Deus 
como prioridade em nossa vida. E acreditamos realmente nisto. Mas, nem sempre a aplicação prática segue 
par a par com nossa crença. O que eu aprendo com o movimento da nuvem é que debaixo da nuvem e 
aguardando o som da trombeta o israelita estava seguro, alimentado, seu caminho era iluminado e guardado. 
Todos tinham que esperar pela ordem de Deus e avançar na luz do Senhor, logo que a ordem chegava. Se 
assim fizessem haveria um caminho por onde caminhar e veredas direitas para os seus pés. Outro fato: se 
avançassem sem que a nuvem se movesse iriam caminhar nas trevas, se ficassem parados depois da nuvem 
ter partido iriam ficar em trevas. Isto, figurativamente se aplica a nós, significa também que o nosso caminhar 
vai nos manter na luz ou nas trevas. Ainda que pareça que está tudo bem, só estará bem mesmo enquanto 
caminharmos na luz do Senhor. 
Is 48.17 - Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o 
que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. 
Pv 4.11 - No caminho da sabedoria te ensinei, e por veredas de retidão te fiz andar. 
*Ez 11.21 - Mas, quanto àqueles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestáveis, e as suas 
abominações, farei recair nas suas cabeças o seu caminho, diz o Senhor Deus. 
1 Jo 1.7 - Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de 
Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. 
Cumpre ao servo[a] do Senhor escolher um andar digno, viver nesta terra com seus olhos nos céus, 
olhando para Jesus, autor e consumador da sua fé, [Hb 12.2], a fim de que não ande como andam os demais, 
perdidos em seus próprios caminhos. 
 
2.3. O conhecimento para um viver frutífero 
O crescimento no conhecimento da vontade de Deus traz a sabedoria e uma inteligência espiritual, 
possibilitando, além de andar dignamente perante o Senhor, agradar-lhe em tudo, e, também, a oportunidade 
de ter uma vida de frutificação em toda boa obra [Cl 1.9-10]. Importante estarmos atentos ao propósito de 
Deus para nós quando nos chamou e nos nomeou [Jo 15.16]. Todos os cristãos são escolhidos para darem 
frutos. Quando a árvore não dá fruto, precisa ser podada [Jo 15.2; 15.8]. 
 
Cl 1. 10 - Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda 
boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; 
Jo 15.16 - Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, 
e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. 
Jo 15.2 - Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. 
Jo 15.8 - Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. 
https://www.bibliaon.com/versiculo/joao_15_16/Temos tido muitas oportunidades de sermos confrontados com o ensino bíblico acerca da frutificação 
como uma necessidade de vida de todo aquele ou aquela que quer ser achado digno de entrar no céu. Um 
relacionamento adequado com o Senhor começa pelo conhecimento da Palavra de Deus. O testemunho das 
Escrituras foi deixado para todos os filhos de Deus, em todos os tempos. Entendemos que o propósito da 
revelação divina através das Sagradas Escrituras é nos conceder a salvação, e como afirma John Stott, Deus 
falou e fala através de ações e de palavras e ele fala “não só para nos ensinar, mas para nos salvar; não só para 
instruir, mas para nos instruir, especificamente para a salvação”14. O propósito também é nossa frutificação, 
Sua palavra torna os seres humanos frutíferos, ela os salva, transformando-os à semelhança de Jesus Cristo, 
cheios de bons frutos. 
Em Jo 15, citado acima, a alegoria da videira e das varas deixa plenamente claro que Cristo não admitia 
que "uma vez na videira, sempre na videira". Pelo contrário, Jesus nessa alegoria faz aos seus discípulos uma 
advertência séria, porém amorosa, mostrando que é possível um verdadeiro crente abandonar a fé, deixar 
Jesus, não permanecer mais nEle e por fim ser lançado no fogo eterno do inferno (v. 6). 
Temos aqui o princípio fundamental que rege o relacionamento salvífico entre Cristo e o crente, a 
saber: que nunca é um relacionamento estático, baseado exclusivamente numa decisão ou experiência passada. 
Trata-se, pelo contrário, de um relacionamento progressivo, à medida que Cristo habita no crente e comunica-
lhe sua vida divina (Jo 17.3; Cl 3.4; Jo 5.11-13). 
Três verdades importantes são ensinadas nesta passagem: (a) A responsabilidade de permanecer em 
Cristo recai sobre o discípulo. É esta a nossa maneira de corresponder ao dom da vida e ao poder divinos 
concedidos no momento da conversão. (b) Permanecer em Cristo resulta em Jesus continuar a habitar em nós 
(v. 4a); frutificação do discípulo (v. 5); sucesso na oração (v. 7); plenitude de alegria (v. 11). (c) As 
consequências do crente deixar de permanecer em Cristo são a ausência de fruto (v. 4,5), a separação de Cristo 
e a perdição (v. 2a,6). 
Ele prometeu Sua presença e nós precisamos garantir nosso lugar ao lado dEle. Isso será possível se 
não desperdiçarmos a seiva gloriosa que temos recebido do “tronco forte” onde estamos enxertados. Ele nós 
dá tudo o que precisamos para crescer e frutificar para a glória dEle. 
A questão da inabilidade para produção de frutos hoje, passa também pela inanição a que muitos estão 
expostos, em ambientes que parecem oferecer o genuíno alimento da Palavra de Deus, quando na verdade o 
que oferece pode matar a fome, mas não nutre. Muito movimento, pouco fervor espiritual legitimo e nenhuma 
transformação de vida. A inovação e a criatividade na pregação do evangelho, por exemplo, precisam se 
harmonizar com a verdade espiritual que vamos transmitir. As pregações motivacionais em nossos dias, que 
prometem imersão na Palavra, mas que não chegam nem a mergulhar, são um exemplo claro do grau de 
pobreza a que estamos submetidos, cotidianamente. Precisamos tão-somente retornar à pregação da verdade 
e plantar a semente. Se formos fiéis nisso, o solo que Deus preparou frutificará: “porque a terra por si mesma 
frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga”, Mc 4.28. 
2Co 11.3 - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de 
alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. 
O conhecimento para um viver frutífero exige de nós empenho, diligência e um olhar ampliado sobre 
nossa necessidade pessoal de produzirmos frutos e não somente passar pela vida nos alimentando dos frutos 
produzidos por outros. 
 
3. ALGUNS RESULTADOS DE CONHECERMOS A DEUS 
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” [Os 6.3a]; “Antes, crescei na graça e 
conhecimento” [2Pe 3.18a]. Além do crescimento pessoal, ninguém pode ensinar o que não sabe nem dar 
 
14 STOTT, John RW. A Bíblia: o livro para hoje. São Paulo: ABU Editora, 1997, p. 22-23. 
 
 
instruções sem conhecimento. Quem ensina precisa ensinar a si mesmo, antes de ensinar aos outros [Rm 
2.21]. 
 
Rm 2.21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, 
furtas? 
O conhecimento de Deus nos leva a um discernimento muito grande acerca de nossas limitações. 
Quanto mais nos aproximamos de Deus mais queremos aprender, por nos damos conta de que sabemos pouco 
ou quase nada. Na verdade, todo aquele ou aquela que pensa que sabe alguma coisa está enganando a si 
mesmo. Esse é o resultado imediato de quem começa sondar as coisas de Deus. O outro é que se eu ou você 
estamos na condição de mestres precisamos aprender muito se quisermos ensinar alguma coisa, mesmo porque 
o juízo divino não será mais suave para estes. Lemos em Tg 3.1 - Meus irmãos, muitos de vós não 
sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. 
Mas não devemos nos sentir entristecidos ou temerosos por isto. É o Espírito Santo que instrui nossas 
mentes e alimenta nossos corações; que nos usa e nos guia em todas as coisas; que coloca palavras nas nossas 
bocas, na mesma medida que vai plantando-as nas nossas mentes; Deus nos enriquece com o que necessitamos 
para conhecer os mistérios de Deus e assim transmitir a outros os tesouros da sabedoria e da ciência, com o 
qual Ele vai nos concedendo. 
Cl 2.2-3,9 - Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da 
plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos 
todos os tesouros da sabedoria e da ciência. [...] Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da 
divindade. 
Os resultados, certamente, virão com o crescimento pessoal e espiritual, e o maior deles é a autonomia 
para distinguir entre o certo e o errado, o justo e injusto, o santo e o profano, e, fazer escolhas acertadas a fim 
de que o nome do Senhor seja glorificado. 
Cl 2.18,19 - Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-
se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual 
todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 
 
3.1. Crescimento espiritual. 
É evidente que num primeiro momento o conhecimento necessário acerca de Deus está no nível 
suficiente para produzir fé. Dois exemplos: Lucas 23.41-42; João 9.11. Contudo, no caso do homem que era 
cego, após ter sido expulso da sinagoga, o Senhor Jesus o encontrou e o conduziu a crescer no conhecimento 
acerca daquele que o havia curado [Jo 9.35-38]. Assim como ocorre com um recém-nascido, se espera que 
o nascido de novo cresça na fé, conhecimento, relacionamento com Deus [1Pe 2.1-3]. Portanto, como 
discípulos de Cristo, precisamos desejar e buscar crescer no conhecimento de Cristo para não sucumbirmos 
diante de falsas doutrinas [1Tm 4.1; 2Pe 1.5-8]. 
 
Lc 23.41-42 - E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este 
nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. 
Jo 9.11 - Ele respondeu e disse-lhes: O homem chamado Jesus fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai 
ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, e lavei-me, e vi. 
Jo 9.35-38 - Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus? Ele 
respondeu e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia? E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele 
que fala contigo. Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou. 
Leia ainda os outros versículos sugeridos: 1Pe 2.1-3; 1Tm 4.1 e 2Pe 1.5-8. 
https://www.bibliaon.com/versiculo/jo_9_11/
https://www.bibliaon.com/versiculo/jo_9_11/
 
 
Assim comoocorre com um recém-nascido, se espera que o nascido de novo cresça na fé, 
conhecimento, relacionamento com Deus. A obra da salvação é uma obra divina, perfeita e completa, mas o 
homem precisa tomar a iniciativa de crer em Jesus. Crer em Jesus implica em muitas atitudes e não 
simplesmente acreditar que Jesus exista. Crer em Jesus é: renunciar o pecado, receber os seus ensinamentos e 
praticá-los, produzindo frutos dignos de arrependimento, praticando obras que acompanham a salvação, sendo 
assim justificado pela fé diante de Deus e pelas obras diante dos homens. 
Há pessoas que se convencem de que Jesus é bom, que seus preceitos devem ser seguidos e aderem ao 
cristianismo apenas de forma intelectual, conhecem fatos sobre Jesus, mas nunca o conheceu, realmente. 
Convencer-se não é mesmo que converter-se. Para entrar no reino é necessário nascer de novo. 
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”, Mt 7.21. A porta de entrada é o conjunto 
daquilo que está descrito como doutrinas da salvação, e isso se faz acompanhar por uma transformação de 
vida, manifestada no fruto do Espírito em atividade na existência do cristão 
Jo 3.3 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não 
pode ver o reino de Deus. 
Uma vez tendo nascido de novo o passo seguinte é o crescimento espiritual. E sobre isso o assunto é 
vastíssimo. 
Hb 6.9 - Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que 
assim falamos. 
Tivemos no 2º trimestre de 2018 uma lição específica sobre este tema: lição 09 – É preciso buscar 
crescimento espiritual. Segue uma citação do nosso Pastor Moisés Pereira Pinto: 
 
Não se pode aceitar que alguém ao se converter a Cristo mantenha as mesmas práticas do velho 
homem. Quando Jesus esclareceu a Nicodemos sobre o novo nascimento (Jo 3:1-21), ficou bem claro 
a necessidade de mudança (conversão) de vida. Todos aqueles que aceitam Cristo como Salvador e 
permitem a transformação de sua vida deixam as práticas do velho homem e buscam viver em novidade 
de vida. A decisão de se converter a Cristo traz uma mudança de direção e nas atitudes de todos que O 
aceitam como Salvador. Deixam de fazer a sua própria vontade para submetê-la a Cristo que passa 
governar integralmente a vida do novo homem (nascido de novo). O crescimento espiritual se faz 
progressivamente com conhecimento da Palavra de Deus e da sua vontade, o que leva cada um de nós 
à prática de tudo que aprendemos nas Sagradas Escrituras. Aqueles que experimentam o Novo 
Nascimento são gerados de novo e espera-se que, de glória em glória, um dia alcancem a estatura de 
varão perfeito e que todos tenham a mente de Cristo15. 
 
Ninguém está pronto. Estamos todos em processo de crescimento. As vezes ele acontece rapidamente 
como um “estirão” da adolescência, outras vezes o processo é lento e gradual. Mas está sempre acontecendo. 
Conhecer, entender e viver as verdades da Palavra de Deus é que possibilitará tal crescimento, em graça. 
Dt 32.2 - Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco 
sobre a erva e como gotas de água sobre a relva. 
Do conhecimento da Palavra brota o desejo de aperfeiçoamento e crescimento espiritual, de vida 
separada e comunhão contínua. Do Espírito Santo vêm os meios necessários para atingirmos nossos objetivos. 
Sozinhos nada somos e nada fazemos, nem tampouco conseguiremos proceder segundo os moldes bíblicos. 
Mas graças a Deus temos Aquele que nos ajuda nas nossas fraquezas e nos conduz em vitória. 
Jó 17.9 - E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força. 
Pv 1.5 - O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos; 
Não existe crescimento espiritual sem intimidade com Deus. Mt 6.6. Paulo era um dos maiores eruditos 
e intérpretes da lei em sua época; depois de ser batizado ele ficou por três anos em meditação e reflexão no 
deserto da Arábia, para depois iniciar o seu ministério (Gl 1.16-18). Todo conhecimento adquirido, ao longo 
 
15 PINTO, Moisés Pereira. Crescimento Espiritual. In: Manual de Curso CAPOE 2016. Juiz de Fora, MG: IECADJF, 2016, p. 111. 
 
 
dos anos, não foi suficiente para prepara-lo para o serviço divino, mas na escola de Deus ele pôde aprender 
que há uma fonte inesgotável de sabedoria que vem do alto, do pai das luzes, conforme registrou Tiago, Tg 
1.17, e então pôde crescer na presença de Deus e cumprir o mandato divino para sua vida. Ao escrever para 
os crentes em Corinto ele declara: 
1Co 2.1-4 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com 
sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este 
crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha 
pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e 
de poder. 
A determinação divina quanto ao crescimento do seu discípulo diz respeito, não somente aos 
convertidos a Cristo, mas também ao perdidos que precisam ser alcançados por tão grande salvação. 
Crescemos quando somos nutridos e edificados na Palavra e crescemos quando anunciamos a outros o que o 
Senhor tem feito em nossas vidas. Crescemos quando abrimos nossos corações para receber o Espírito Santo 
e crescemos quando manifestamos ao mundo os dons e talentos espirituais recebidos, através de uma vida 
transformada. A Grande Comissão, como é chamada a tarefa dada a todo discípulo de Cristo, diz respeito ao 
plano de Jesus para a formação espiritual do seu povo, o crescimento da Igreja e o serviço ao mundo. Antes 
de subir aos Céus Cristo ressurreto comissionou seus discípulos: 
Mt 28.18-20 – E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto 
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, 
até a consumação dos séculos. Amém. 
Mc 16.15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 
Lc 24.46-48 - E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia 
ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em 
todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. 
A ordem foi dada por aquele que declarou: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir 
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins 
da terra, At 1.8. O processamento do crescimento espiritual manifesta-se também quando o discípulo se veste 
das incumbências deixadas pelo Mestre Jesus, e cumpre bem suas obrigações. 
Esse é o caminho para não sucumbirmos às falsas doutrinas e não passar pela vida como meninos 
espirituais, infrutíferos e inúteis na obra de Deus. 
 
3.2. A confiança de quem conhece. 
Quem conhece o nome de Deus pode confiar nEle [Sl 9.10]. Pode buscá-Lo nas suas necessidades, 
pode engrandecê-Lo. Quem não conhece não tem como confiar. Como confiar num estranho? Quem confia 
pode levar uma vida piedosa ao Seu lado. Quem conhece não é confundido nem destruído [Os 4.6]. Quem 
não conhece não sabe a quem pedir socorro [Sl 121.1]. Quem conhece sabe de onde virá o socorro [Sl 121.2]. 
A confiança da vida eterna está baseada no conhecimento do Deus verdadeiro e na aceitação do Filho 
Unigênito de Deus [Jo 17.3]. 
 
Sl 9.10 - E em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste os que te 
buscam. 
Os 4.6 - O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, 
também eu te rejeitarei, para que não sejassacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, 
também eu me esquecerei de teus filhos. 
Sl 121.1 - Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? 
https://www.bibliaonline.com.br/acf/os/4/6
https://www.bibliaonline.com.br/acf/os/4/6
 
 
Jo 17.3 - E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem 
enviaste. 
Ainda que a tendência humana seja à dúvida, insegurança e instabilidade, aquele que está em Cristo é 
fortalecido, tem sua esperança e confiança renovadas, torna-se firme e comprometido com o que fala e faz. 
Sl 71.5 - Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade. 
Pv 14.26 - No temor do Senhor há firme confiança e ele será um refúgio para seus filhos. 
É notável a confiança que homens como Jó e inúmeros outros personagens bíblicos, tiveram nesse 
Deus, confiando plenamente que seus propósitos jamais seriam pervertidos. Enxergar a vida através das lentes 
da esperança que não termina com a provação e com confiança em Deus é saber que tudo o que Ele intenta 
fazer Ele faz, que cada uma de suas promessas são cumpridas e que Ele é verdadeiro e imutável. 
Jó 23.12-14 - Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a 
minha porção. Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. 
Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo. 
Essa era também a percepção do apóstolo Paulo, que escrevendo ao jovem pastor Timóteo fala de sua 
fé e de sua confiança nos elevados propósitos divinos ao afirmar: 
1Tm 1.12 - Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, 
e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. 
Quando Deus se revela e estamos aptos para apreender [entender e segurar] essa revelação, a confiança 
plena - ainda quando as circunstâncias estejam desfavoráveis - é o resultado certo. 
Sl 56.3 - Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti. 
Sl 91.2 - Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. 
Is 12.2 - Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força 
e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. 
Quem não conhece não tem como confiar, mas quem O conhece tem todos os motivos para confiar e 
prosseguir confiando. Há uma ação esperada de todo filho de Deus: confiança. Confiar no Senhor de todo o 
coração é o inverso de duvidar dEle e da sua Palavra. Esta confiança é fundamental em nosso relacionamento 
com Deus e tem base na premissa de que Ele é fidedigno. Como filhos de Deus, podemos ter a certeza de que 
nosso Pai celestial nos ama e que cuidará fielmente de nós, conduzir-nos-á no caminho certo e cumprirá as 
suas promessas. Nos tempos mais difíceis da nossa vida, podemos entregar ao Senhor o nosso caminho (cf. Sl 
37.5) e confiar nEle para agir em nosso favor. Bíblia de Estudo Pentecostal. 
 
3.3. A sabedoria adquirida com o conhecimento. 
O povo de Israel permanecendo fiel aos mandamentos de Deus, despertaria em outros povos o 
interesse em conhecer o Senhor. Além de demonstrar sabedoria, também gozaria das bênçãos advindas de 
seguir nos caminhos de Deus. Deus tem compromisso com aqueles que permanecem fiéis a Ele e às Suas leis 
[Dt 4.5-6]. Paulo diz aos efésios: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas 
orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o 
espírito de sabedoria e de revelação.” [Ef 1.16-17]. 
 
Dt 4.5-6 - Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que 
assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa 
sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Só 
este grande povo é gente sábia e inteligente. 
Duas coisas chamam minha atenção quando leio Efésios 1. O trecho apontado acima mostra Paulo 
orando pelos crentes da igreja de Éfeso, pedindo a Deus que lhes abrisse o entendimento e que a igreja tivesse 
discernimento espiritual. Ele pede por espírito de sabedoria e espírito de revelação. O que vem a ser isto? 
 
 
Jó 38.36 - Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento? 
Sabedoria não é sinônimo de conhecimento. Sabedoria é o conhecimento iluminado por Deus; é olhar 
a vida com os olhos de Deus, vendo a vida como Deus a vê16. Há muitas pessoas que mesmo tendo muito 
conhecimento, ainda assim são muito tolas. Segundo escreveu Russell Shedd, a sabedoria representa olhar 
para a vida com o os olhos de Deus e perceber o que Ele está fazendo, para, depois, envolver-se nisso17. 
Pessoas sábias conhecem a Deus, todavia conhecer Deus é diferente de conhecer a respeito de Deus. Ao 
encontrar Deus na pessoa de Jesus o apóstolo Paulo entendeu, e por isso ele está orando para que o crentes em 
Éfeso também entendam, que o ser humano não pode nem conhecer a si mesmo sem o verdadeiro 
conhecimento de Deus. E Warren Wiersbe afirmou, neste sentido que “o conhecimento de Deus é a própria 
essência da vida eterna. Conhecer a Deus pessoalmente é salvação, Jo 17.3; conhecer a Deus progressivamente 
é santificação, Os 6.3; conhecer a Deus perfeitamente é glorificação, 1Co 13.9-12”. 
Deus dá sabedoria e revela. Apenas o divino Espírito Santo morando no crente pode “tirar o véu” e 
permitir que vejamos e entendamos as riquezas insondáveis de Deus, para com sabedoria aplicar este 
conhecimento. Ainda segundo escreveu Shedd, espírito de revelação quer dizer visão de todas as coisas, não 
apenas deste mundo que está se acabando, mas a visão estendida dos valores, tal como eles são traduzidos a 
partir do céu18. Não precisamos orar por uma “nova revelação”, achar que somos portadores de uma ‘nova 
revelação” e nem acreditar em qualquer “nova revelação” que surge no mercado religioso, mas precisamos 
entender em que medida Deus prossegue revelando o oculto e o escondido e nos dando de conhecer seus 
desígnios eternos. 
Dn 2.20-22 - Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são 
a sabedoria e a força; e ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá 
sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está 
em trevas, e com ele mora a luz. 
Tg 1.5 - E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança 
em rosto, e ser-lhe-á dada. 
Fiquemos, pois, com a sabedoria do apóstolo Paulo expressa em 2Co 3.5 - Não que sejamos capazes, 
por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, 
 
CONCLUSÃO 
Conhecer alguém pressupõe convivência, familiaridade, trato diário. Deus se permite revelar. Vale a 
pena nos aprofundarmos nos mistérios de Deus, Ele ainda tem muito a nos revelar. Agora, O conhecemos em 
parte, então chegará o dia em que O conheceremos como Ele é [1Co 13.12]. 
1Co 13.12 - Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, 
conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. 
 
 
 
 
16 LOPES, H. D. Efésios: Igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, p. 38-39. 
17 SHEDD, Russell. Tão grande salvação. São Paulo: Editora Vida nova, 1978, p. 25. 
18 Idem, p. 26.

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