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TCC - Mariana e Felipe versão final pdf a (1)

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
FELIPE ANDRADE ZIMMERMANN 
MARIANA TERNES LENNERT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS NORMAS REGULAMENTADORAS NR 7, NR 9 E NR 18 NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL E CÁLCULO DE PENALIDADES PELA NR 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2020 
 
FELIPE ANDRADE ZIMMERMANN 
MARIANA TERNES LENNERT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS NORMAS REGULAMENTADORAS NR 7, NR 9 E NR 18 NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL E CÁLCULO DE PENALIDADES PELA NR 28 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade 
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial 
à obtenção do título de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
 
 
Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms. 
 
 
 
Palhoça 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a nossas famílias, 
professores e amigos por todo o apoio e 
incentivo para a conclusão dessa etapa. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos ao nosso orientador, José Humberto, por todo conhecimento 
compartilhado, apoio e confiança depositada em nosso projeto. 
Aos nossos amigos, Felipe Alves e Lucas Freitas, e a todos os colegas pelas trocas de 
ideias e ajuda mútua, que fizeram esses anos da graduação mais leves e divertidos. 
Eu, Felipe, agradeço primeiramente a Deus, pelo Dom da Vida e da Sabedoria, e ao 
nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a Terra para ensinar a nós seres humanos a fazermos bom 
uso destes Dons. Segundamente aos meus pais que me deram a oportunidade de estudar 
engenharia civil, além de todo o apoio durante o curso e o trabalho, e meu irmão por todo o 
suporte durante essa trajetória da graduação. Agradeço também ao engenheiro Juan W. Moore, 
pela oportunidade de trabalhar com ele e por todos os ensinamentos, que auxiliaram muito neste 
trabalho. 
Eu, Mariana, agradeço a minha mãe, que como Médica do Trabalho, tirou todas as 
dúvidas, compartilhou experiências e auxiliou para que o trabalho pudesse ser concluído. Ao 
meu pai, que mesmo de longe sempre se fez presente, e a minha irmã por não medir esforços 
para me ajudar. Agradeço também ao Vitor, pelo apoio incondicional e incentivo diário. 
E a todos que contribuíram para a realização deste trabalho e torcem por nos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” 
(ALBERT EINSTEIN) 
 
RESUMO 
A construção civil é um dos setores mais importantes no desenvolvimento do país, entretanto, 
também é o setor responsável por uma das maiores taxas de acidentes de trabalho fatais. Apesar 
da existência das Normas Regulamentadoras, que buscam a proteção do trabalhador, redução 
de acidentes e beneficiam tanto empresas como funcionários, muitas das empresas nessa área 
ainda negligenciam suas recomendações, provocando falta de atenção de seus colaboradores 
(através de treinamento inadequado), não utilização adequada de EPIs, falta de fiscalização ou 
uso de equipamentos obsoletos. 
Por conta disso, foi efetuada uma análise das Normas Regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 
da segurança do trabalho na construção civil, bem como o cálculo das possíveis multas no caso 
de seu descumprimento, como previsto na NR 28. 
Assim, de forma a realizar esse estudo sobre os custos e a implementação das Normas 
Regulamentadoras, foi feita uma análise do texto das normas, de forma a observar as vantagens 
trazidas pela sua aplicação, tanto para a empresa como para seus funcionários. Além disso, foi 
feita uma pesquisa bibliográfica, com base em artigos, livros e publicações, de forma a trazer 
maior familiaridade com o tema. 
O intuito conclusivo é reforçar a importância do conhecimento das normas na área da 
construção civil, especialmente para o engenheiro, demonstrando que a aplicação das normas 
traz vantagens para a empresa e para seus funcionários, de forma a prevenir e evitar acidentes, 
melhorando a saúde do trabalhador e poupando a empresa de multas e embargos. 
 
Palavras-chave: Normas Regulamentadoras. Segurança do Trabalho. Construção Civil. 
 
ABSTRACT 
Civil construction is one of the most important sectors in the country, however, it is also the 
sector responsible for one of the highest rates of fatal work-related accidents. Regardless of the 
existence of the regulatory norms (“Normas Regulamentadoras”, or NRs), which seek to protect 
the worker, to reduce accidents, and benefit both companies and employees, many of the 
companies in this field still neglect its recommendations, provoking lack of attention from its 
laborers (through inadequate training), non-adequate use of PPEs, lack of inspection or use of 
obsolete equipment. 
Because of that, it was performed an analysis of the workplace safety regulatory norms NR 7, 
NR 9, and NR 18 in civil construction, as well as the calculation of the possible fines in the case 
of noncompliance, as fixed in the NR 28. 
This way, to accomplish this study about the costs and the implementation of the regulatory 
norms, their text was analyzed, to note the advantages brought on by their application, both to 
the business and its employees. Besides, a bibliographical research was made, based in articles, 
books, and publications, in a way to bring more familiarity with the theme. 
The intended conclusion is to reinforce the importance of knowing the norms in the civil 
construction field, especially to the engineer, demonstrating that their application brings 
advantages to the company and to its workers, to prevent and avoid accidents, improving the 
health of the laborers and sparing the company from fines and embargos. 
 
Keywords: Regulatory Norms. Workplace Safety. Civil Construction. 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Normas Regulamentadoras e seus objetivos. .......................................................... 21 
Tabela 2 – Capacitação: Carga Horária, Periodicidade e Conteúdo Programático. ................. 36 
Tabela 3 – Valor da Multa (em UFIR). .................................................................................... 39 
Tabela 4 – Anexo I - Gradação de Multas (em BTN). ............................................................. 39 
Tabela 5 - Análise de Riscos Ambientais: Pedreiro. ................................................................ 45 
Tabela 6 - Análise de Riscos Ambientais: Ajudante de pedreiro. ............................................ 46 
Tabela 7 - Análise de Riscos Ambientais: Armador. ............................................................... 46 
Tabela 8 - Análise de Riscos Ambientais: Carpinteiro. ........................................................... 47 
Tabela 9 - Análise de Riscos Ambientais: Gesseiro. ................................................................ 47 
Tabela 10 - Classificação das consequências. .......................................................................... 55 
Tabela 11 - Classificação das probabilidades. .......................................................................... 55 
Tabela 12 – Valores das multas - NR 18 (1-10 funcionários). ................................................. 58 
Tabela 13 - Valores das multas - NR 18 (11- 25 funcionários). ............................................... 58 
Tabela 14 - Valores das multas - NR 18 (26 -50 funcionários). ............................................... 59 
Tabela 15 - Valores das multas - NR 18 (51-100 funcionários). .............................................. 59 
Tabela 16 - Valores das multas - NR 18 (101 -250 funcionários). ........................................... 60 
Tabela 17 - Valores das multas - NR 18 (251 – 500 funcionários). ......................................... 60 
Tabela 18 - Valores das multas - NR 18 (501 – 1000 funcionários). .......................................61 
Tabela 19 - Valores das multas - NR 18 (+1000 funcionários). ............................................... 61 
Tabela 20 - Valores das multas - NR 07 (1 – 10 funcionários). ............................................... 66 
Tabela 21 - Valores das multas - NR 07 (11 – 25 funcionários). ............................................. 67 
Tabela 22 - Valores das multas - NR 07 (26 – 50 funcionários). ............................................. 68 
Tabela 23 - Valores das multas - NR 07 (51 – 100 funcionários). ........................................... 69 
Tabela 24 - Valores das multas - NR 07 (101 – 250 funcionários). ......................................... 70 
Tabela 25 - Valores das multas - NR 07 (251 – 500 funcionários). ......................................... 71 
Tabela 26 - Valores das multas - NR 07 (501 – 1000 funcionários). ....................................... 72 
Tabela 27 - Valores das multas - NR 07 (mais de 1000 funcionários). .................................... 73 
Tabela 28 - Valores das multas - NR 09 (1 – 10 funcionários). ............................................... 78 
Tabela 29 - Valores das multas - NR 09 (11 – 25 funcionários). ............................................. 80 
Tabela 30 - Valores das multas - NR 09 (26 – 50 funcionários). ............................................. 82 
Tabela 31 - Valores das multas - NR 09 (51 – 100 funcionários). ........................................... 84 
Tabela 32 - Valores das multas - NR 09 (101 – 250 funcionários). ......................................... 87 
 
Tabela 33 - Valores das multas - NR 09 (251 – 500 funcionários). ......................................... 89 
Tabela 34 - Valores das multas - NR 09 (501 – 1000 funcionários). ....................................... 91 
Tabela 35 - Valores das multas - NR 09 (mais de 1000 funcionários). .................................... 93 
Tabela 36 - Valores das multas para a construtora exemplificada de 9 funcionários. ............. 96 
Tabela 37 – Anexo II - Norma Regulamentadora 07 ............................................................. 104 
Tabela 38 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 .............................................................. 105 
Tabela 39 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 .............................................................. 105 
Tabela 40 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 .............................................................. 106 
Tabela 41 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 .............................................................. 107 
Tabela 42 – Anexo II - Norma Regulamentadora 18. ............................................................ 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Exames periódicos: Pedreiro. ................................................................................. 49 
Quadro 2 - Exames periódicos: Ajudante de Pedreiro. ............................................................ 50 
Quadro 3 - Exames periódicos: Armador. ................................................................................ 51 
Quadro 4 - Exames periódicos: Carpinteiro. ............................................................................ 52 
Quadro 5 - Exames periódicos: Gesseiro. ................................................................................ 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABEG – Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia 
Geotécnica 
AEAT - Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 
AJB - Águas Jurisdicionais Brasileiras 
ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho 
BTN – Bônus do Tesouro Nacional 
CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção 
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho 
CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas 
CTTP – Comissão Tripartite Paritária Permanente 
ENIT – Escola Nacional da Inspeção do Trabalho 
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva 
EPI – Equipamento de Proteção Individual 
EPP - Empresa de Pequeno Porte 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ME – Microempresa 
MEI - Microempreendedor Individual 
NR – Norma Regulamentadora 
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
PEMT – Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho 
PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos 
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
Sintracon-SP – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo 
SIT - Subsecretaria de Inspeção do Trabalho 
SST - Segurança e Saúde no Trabalho 
UFIR – Unidade Fiscal de Referência 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13 
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 14 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 14 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14 
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15 
1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15 
1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 16 
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 16 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 18 
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... 18 
2.2 RISCOS E ESTATÍSTICAS ............................................................................................ 19 
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................................................... 21 
2.3.1 Norma Regulamentadora 7 ........................................................................................ 27 
2.3.2 Norma Regulamentadora 9 ........................................................................................ 29 
2.3.2.1 Programa de Gerenciamento de Riscos ...................................................................... 31 
2.3.3 Norma Regulamentadora 18 ...................................................................................... 32 
2.3.4 Norma Regulamentadora 28 ...................................................................................... 37 
2.4 TRABALHOS CORRELATOS ...................................................................................... 40 
3 ANÁLISES E RESULTADOS......................................................................................... 44 
3.1 RECONHECIMENTO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS ............................. 44 
3.2 PERIODICIDADE DOS EXAMES MÉDICOS ............................................................. 48 
3.3 INTERDIÇÕES E EMBARGOS DE OBRAS ................................................................ 54 
3.4 MULTAS E PENALIDADES ......................................................................................... 57 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 98 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 99 
ANEXOS ...............................................................................................................................103 
ANEXO A – Anexo II – Norma Regulamentadora 28 ...................................................... 104 
 
 13 
1 INTRODUÇÃO 
A construção civil é um dos setores mais importantes no desenvolvimento de um país, 
sendo responsável direta e indiretamente por elevar a capacidade de produção, através de obras 
de infraestrutura, e trazer melhoria da qualidade de vida, com empreendimentos cada vez mais 
sofisticados e confortáveis (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2012). 
No Brasil, o setor tem grande impacto na economia, contando com um total de 126.316 
empresas ativas, responsáveis pela ocupação de milhões de pessoas, receita bruta de 280 bilhões 
de reais e receita líquida de 250 bilhões de reais, de acordo com a Pesquisa Anual da Indústria 
da Construção (IBGE, 2017). As empresas de construção civil foram também responsáveis por 
8,8 bilhões de reais em investimentos. 
Segundo a ANAMT (Associação Nacional de Medicina do Trabalho, 2019), a 
construção civil é um dos segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, sendo 
o primeiro do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes e o quinto em 
afastamentos com mais de 15 dias. 
Para que se reduzam os riscos de acidentes de trabalho na construção civil, deve-se 
seguir as regras dispostas na Norma Regulamentadora 18 – Segurança e Saúde no Trabalho na 
Indústria da Construção, que trata de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança 
nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da construção. 
Quando se fala em saúde do trabalhador, é indispensável falar sobre a Norma 
Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. A NR 7 estabelece 
a obrigatoriedade da implementação do PCMSO, bem como parâmetros mínimos e diretrizes 
para sua execução, tendo como objetivo prevenir, monitorar e controlar danos à saúde e 
integridade do trabalhador, além de detectar riscos prévios, especialmente as doenças 
relacionadas ao trabalho. 
Já a Norma Regulamentadora 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a 
Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, estabelece as medidas de prevenção quando houver 
exposições ocupacionais, assim como os requisitos para a avaliação dos riscos ocupacionais, 
quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR. 
Tendo em vista a importância das Normas Regulamentadoras, a NR 28 – Fiscalização e 
Penalidades, é responsável por apontar as condições de trabalho, observando irregularidades e, 
caso haja desrespeito às normas, aplicando penalidades. 
Para fins de esclarecimento e introdução sobre as Normas Regulamentadoras e seu 
caráter legal, tem-se a seguinte definição, de acordo com o Guia Trabalhista (2018): 
 14 
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são 
de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos 
da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho 
- CLT.O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e 
medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas 
na legislação pertinente. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao 
cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho. (Guia Trabalhista, 
2018, disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm) 
 
O propósito deste trabalho é gerar uma pesquisa da Normas Regulamentadoras 
utilizadas em canteiros de obra (NR 18) e os exames médicos que devem ser efetuados por cada 
funcionário (NR 7), segundo a análise de risco da função exercida (NR 9). Essas normas visam 
garantir a segurança dos trabalhadores na construção civil. Caso elas não sejam aplicadas pela 
empresa de forma correta, essa sofre penalidades previstas na NR 28. 
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO 
O presente projeto busca analisar e esclarecer a NR 7, NR 9, NR 18 e NR 28 e como é 
feita sua execução pelas empresas na construção civil. Com auxílio de um médico do trabalho 
e a orientação de um engenheiro de segurança, será estudada a aplicação prática dessas normas. 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 
Este trabalho busca compreender como as Normas Regulamentadoras, que estão 
relacionadas à segurança dos profissionais na construção civil, e quais as penalidades que as 
empresas podem sofrer caso não sigam suas recomendações. Como são aplicadas as NR 7, NR 
9 e NR 18 e, no caso de seu descumprimento, quais são as penalidades impostas na NR 28? 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Os recentes acontecimentos na esfera sociopolítica nos anos de 2018 e 2019, formaram 
um consenso das autoridades político-administrativas do país, com um entendimento de que o 
Brasil precisa e passará por reformas em setores essenciais. A partir destas reformas, espera-se 
que em 2020 e nos anos seguintes a economia do país volte a crescer. E, quando se fala de uma 
economia crescente, não se pode deixar de mencionar o setor da construção civil. (ABEG, 2020) 
A construção civil é uma área que está diretamente ligada à economia, sendo um 
indicador importante para se avaliar a situação de um país. Quando a economia está crescendo, 
 15 
a construção civil está crescendo, e esse laço também se mantém em situações desfavoráveis. 
(ALMIR OLIVEIRA, 2019) 
Dada essa contextualização, é importante lembrar que o crescimento da construção civil, 
apesar de ser uma excelente notícia, também levará ao crescimento de estatísticas não tão 
favoráveis. O setor hoje é responsável por uma das maiores taxas de acidentes de trabalho fatais. 
Boa parte das empresas negligenciam as Normas Reguladoras e as recomendações das NBRs, 
fato que, associado à ineficiência do governo em fiscalizar as obras, traz uma expectativa de 
que o número de acidentes só venha a piorar. (FERRO, 2019) 
Essa negligência talvez parta do princípio de que as empresas consideram o 
investimento em segurança e aplicação das normas economicamente desfavorável, um 
pensamento equivocado primeiramente pelo fato que é impossível avaliar o valor da vida e da 
saúde de uma pessoa, e, segundo, porque a segurança e aplicação das normas é um investimento 
necessário, que trará diversos benefícios para as empresas, inclusive econômicos. 
Considera-se essa uma pesquisa de extrema importância, pois o ser humano é o bem 
mais valioso de uma empresa e merece ser tratado como tal. Ao longo da graduação, ouve-se 
muitas vezes sobre a importância da prevenção em todos os setores da engenharia civil e não é 
diferente com relação aos trabalhadores. Essa pesquisa trará benefícios para diversas partes; 
para nós da graduação, sairemos da universidade como profissionais mais atentos às 
necessidades dos trabalhadores. Estes poderão usufruir de um ambiente de trabalho muito mais 
saudável e seguro, já que a intenção é incentivar os investimentos das empresas nessa área. Por 
fim, as empresas terão diversos benefícios, tais como colaboradores mais produtivos, menos 
riscos no canteiro, evitarão despesas como multas e indenizações, além de possíveis embargos. 
Enfim, essa pesquisa busca fortalecer a indústria da construção como um todo, trazendo uma 
perspectiva diferente sobre saúde e segurança para o setor. 
1.4 OBJETIVOS 
1.4.1 Objetivo Geral 
Este trabalho tem como objetivo descrever a correta aplicação das normas 
regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 da segurança do trabalho na construção civil e as 
possíveis multas, previstas na NR 28, caso elas não sejam cumpridas. 
 16 
1.4.2 Objetivos Específicos 
• Descrever as recomendações das NR 7, NR 9 e NR 18; 
• Descrever as penalidades impostas pela Norma Regulamentadora 28; 
• Avaliar os benefícios da aplicação das recomendações das NRs para os 
trabalhadores em obra; 
• Avaliar os benefícios da aplicação das recomendações das NRs para as 
construtoras; 
• Calcular o custo das penalidades impostas pelaNR 28 para o descumprimento 
da NR 7, NR 9 e NR 18. 
1.5 METODOLOGIA 
A fim de alcançar os objetivos propostos neste trabalho, realizou-se, quanto à natureza, 
uma pesquisa básica através de um estudo bibliográfico de livros, artigos e publicações. A 
natureza básica, conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 126), “Envolve verdades e interesses 
universais, procurando gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência, sem 
aplicação prática prevista.”. 
Para a abordagem do problema de pesquisa, utilizou-se o método qualitativo. Segundo 
Flick (2009): 
Diferente de um estudo quantitativo, o pesquisador não usa a literatura existente sobre 
o seu tema com o objetivo de formular hipóteses a partir dessas leituras para, então, 
basicamente, testá-las. Na pesquisa qualitativa, o pesquisador utiliza os insights e as 
informações provenientes da literatura enquanto conhecimento sobre o contexto, 
utilizando-se dele para verificar afirmações e observações a respeito de seu tema de 
pesquisa naqueles contextos. Ou o pesquisador utiliza-o para compreender as 
diferenças em seu estudo antes e depois do processo inicial da descoberta. (FLICK, 
2009, p. 62). 
 
O método qualitativo foi utilizado, pois, de acordo com Sordi (2017, p.63), “[...] se 
volta à subjetividade dos sujeitos (ou objetos) estudados e é operacionalizado de forma mais 
indutiva, objetivando a construção de teorias (estratégias de pesquisa construtivas)”. 
O objetivo do estudo é classificado como exploratório, tendo como objetivo 
proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais claro ou criando hipóteses 
sobre ele (PRODANOV e FREITAS, 2013). 
O procedimento técnico empregado foi a pesquisa bibliográfica, concebida a partir de 
material científico já publicado sobre o tema, através pesquisas e dados estatísticos. 
 17 
Para que o estudo sobre custo e implementação das Normas Regulamentadoras seja 
realizado, será feita uma análise das normas, observando a vantagem da sua aplicação para a 
empresa e seus funcionários. 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 
Este trabalho de conclusão de curso é composto por quatro etapas. 
O capítulo um do trabalho apresenta uma introdução, que explora o porquê de sua 
importância, sua justificativa e objetivos. 
O segundo capítulo esclarece a segurança do trabalho na construção civil, analisa os 
riscos de acidentes e estatísticas em canteiro de obras e apresenta as Normas Regulamentadoras 
em vigor, ressaltando a NR 7, NR 9, NR 18 e NR 28. 
O terceiro capítulo explora as informações coletadas e os resultados obtidos, 
apresentando as normas e sua aplicação em canteiros de obras, reconhecimento dos riscos 
ambientais, necessidade e frequência de exames médicos, principais causas de interdições e 
embargos nas obras e as possíveis multas e penalidades acarretadas pelo descumprimento das 
NRs. 
No quarto capítulo são discutidos os resultados da pesquisa, trazendo considerações 
finais, uma breve análise dos objetivos e sugestões para futuros trabalhos relacionados a esse 
tema, seguido pelos referenciais bibliográficos. 
 
 
 
 18 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
Nessa pesquisa, serão apresentados os riscos relacionados a acidentes e dados 
estatísticos gerados pela indevida ou não aplicação das Normas Regulamentadoras, assim como 
as principais causas de acidentes em canteiro de obras. Também será retratada a importância da 
segurança do trabalho para a construção civil. 
Como tema escolhido para o trabalho, serão descridas as Normas Regulamentadoras, 
enfatizando a NR 7, NR 18 e NR 28, com suas devidas aplicações e importâncias. 
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
A indústria da construção civil está entre os segmentos que mais registram acidentes de 
trabalho no Brasil, ocasionando mortes, incapacidade permanente e afastamentos (ANAMT, 
2019). 
Ao se analisar a atividade empresarial do setor da construção civil, pode-se encontrar 
um padrão de desatenção com a segurança do trabalho, em muitos casos claramente uma 
negligência com as normas. A indústria da construção passa por um momento pleno de 
desenvolvimento tecnológico, incluindo tecnologias altamente benéficas para a segurança dos 
trabalhadores, porém as empresas parecem ter uma aversão grande à saúde e segurança, criando 
uma adoção seletiva de tecnologias que excluem as tecnologias de saúde e segurança do 
trabalho (FILGUEIRAS, 2015). 
Historicamente, a indústria da construção civil sempre teve uma estrutura de segurança 
do trabalho inadequada. Os recordes em acidentes de trabalho desse setor não são recentes, 
possuindo uma enorme contribuição para acidentes de trabalho fatais registrados desde os anos 
60, mesmo com a existência de uma lei especifica desde os anos 70 (FILGUEIRAS, 2015). 
O setor parece também não ter uma boa perspectiva para o futuro, visto que se tem 
criado um ciclo de desobediência das normas por parte das empresas e de conciliação por parte 
das instituições públicas responsáveis por fiscalizar e penalizar essas infrações. Essa cultura de 
burlar a legislação prejudica não só os trabalhadores, mas também as empresas que cumprem 
com todas as normas e oferecem saúde e segurança aos seus funcionários, pelo fato de que as 
empresas burladoras se tornam economicamente mais atrativas para serem contratadas, por 
conta dessa economia na saúde e segurança. E, por causa dessa competitividade no mercado, 
muitas empresas corretas acabam se rendendo as práticas de burlar as leis trabalhistas 
(FILGUEIRAS, 2015). 
 19 
Contudo, a atualização das Normas Regulamentadores que se iniciaram em 2019 parece 
apresentar esperança para o segmento da construção civil. Em fevereiro de 2020, foi publicado 
o novo texto da Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria 
da Construção. 
Segundo a Secretária do Trabalho do Ministério da Economia (2020): 
Um dos normativos setoriais mais importantes na área da saúde e segurança dos 
trabalhadores, a Norma Regulamentadora 18, que trata das condições e meio ambiente 
de trabalho na indústria da construção, teve seu novo texto apresentado nesta segunda-
feira (10). Com a redação atualizada, as regras de proteção receberam reforço e os 
empregadores ganharam mais autonomia para definir as medidas de prevenção a 
acidentes e adoecimentos e para uso de novas tecnologias construtivas. Todo processo 
de discussão sobre a modernização da NR passou pela Comissão Tripartite Paritária 
Permanente (CTTP), que aprovou a redação por unanimidade entre trabalhadores, 
empregadores e o governo. Pelo menos 2 milhões de trabalhadores formais e 400,5 
mil empreendimentos do setor devem ser diretamente beneficiados pelas mudanças, 
que foram apresentadas em São Paulo, em evento organizado pela Câmara Brasileira 
da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) 
no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo 
(Sintracon-SP). (Secretária do Trabalho do Ministério da Economia (2020). 
Disponível em: http://trabalho.gov.br/noticias/7362-nova-nr-18-aumenta-seguranca-
dos-trabalhadores-e-estimula-modernizacao-na-construcao-civil). 
 
Com as mudanças que estão por vir, devido a normas atualizadas e mais objetivas, se 
espera um maior interesse por parte das empresas da indústria da construção em atender as 
obrigações das normas, tendo em vista que as Normas Regulamentadoras atualizadas trarão 
mais autonomia para os empregadores e objetividade nos textos. Se a indústria da construção 
civil como um todo se adaptar às normas atualizadas e criar uma cultura de atendimento as 
obrigações, inclusive por parte dos pequenos negócios que normalmente usam a falta de capital 
como desculpa para ignorar alguns pontos das NRs, será possível reverter algumas estatísticas 
com relação aos riscos da construção civil, que infelizmente são a o cenário atual da indústria, 
como será visto a seguir. 
2.2 RISCOS E ESTATÍSTICASUm estudo realizado pelo AEAT (Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho) 
mostrou o segmento da construção civil atingiu 549.405 acidentes de trabalho no ano de 2017 
(ANAMT, 2019). 
Segundo o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a taxa de 
trabalhadores informais na construção civil atingiu em média 40%, com essa média subindo 
para 60% em alguns estudos. Os acidentes de trabalho desses funcionários não entram na 
estatística. 
 20 
Determinados fatores aumentam a ocorrência de acidentes nas obras, como falta de 
atenção dos colaboradores, não utilização adequada dos EPIs, falta de fiscalização no ambiente 
de trabalho e uso de equipamentos obsoletos (CARVALHO, 2017). Entre os exemplos mais 
comuns de acidentes na construção civil, pode-se citar: 
 
• Quedas em altura: a utilização de EPIs para trabalhadores que exercem funções 
acima de 2 metros de altura é de extrema importância, como cintos paraquedistas 
ou dispositivos de sistemas de ancoragem; 
• Cortes e lacerações: a falta de treinamento e uso dos EPIs na utilização de serras 
e canivetes causam sérios acidentes; 
• Exposição a sons altos: exposição da audição a barulhos sem o uso de protetores 
infra auriculares pode causar perda de audição, zumbidos, transtornos de atenção 
e até depressão; 
• Picadas de insetos e animais peçonhentos: principalmente na etapa de 
preparação do terreno, podem ocorrer encontros com animais peçonhentos. O 
uso de botas específicas protege o funcionário de picadas; 
• Choque elétrico: este trabalho deve ser realizado por um profissional 
qualificado, com a utilização de todos os equipamentos de proteção necessários; 
• Falta de sinalização: com a sinalização correta e clara, evita-se acidentes em 
áreas de risco; 
• Falta de atenção: a distração de um funcionário pode causar acidentes 
envolvendo outro colega de trabalho. 
 
Existem diversas formas para garantir maior segurança ao funcionário no ambiente de 
trabalho, a principal delas é o cumprimento das regras dispostas nas Normas Regulamentadoras 
do setor. A NR 18 trata especificamente da segurança na construção civil, e para o 
conhecimento e aplicação dessa regulamentação, é preciso um treinamento inicial e periódico 
(por fase da obra) (BATISTA, 2019). 
Certificar-se que os Equipamentos de Proteção Coletivos e Individuais estão sendo 
utilizados de forma correta. O fornecimento dos equipamentos e treinamento dos funcionários 
para sua correta utilização é de responsabilidade da empresa, assim como a fiscalização durante 
o período do trabalho. 
 21 
Tendo como objetivo a segurança dos colaboradores, pode-se dizer que o ambiente de 
trabalho e as normas merecem uma diligência complementar das empresas, que devem ficar 
atentas a diversos fatores que os trabalhadores ficam expostos diariamente. 
Para que seja consolidada a segurança na indústria da construção civil, é de extrema 
importância que as Normas Regulamentadoras sejam atendidas à risca. Muitos profissionais na 
construção civil sabem pouco sobre elas, além de possuírem pouca preocupação em aplicar as 
obrigações em obra. Por isso, os próximos tópicos têm o objetivo de apresentá-las, trazendo 
uma abordagem geral de todas as Normas Regulamentadoras e abordando especificamente as 
NRs 7, 18 e 28, que terão seu conteúdo sintetizado a fim de contextualização. 
 
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS 
As Normas Regulamentadoras (NRs) são um conjunto de requisitos e procedimentos 
relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, 
públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT. (GUIA TRABALHISTA, 2018) 
Atualmente existem 37 normas aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 
Segue abaixo as Normas Regulamentadoras expostas individualmente com seu respectivo 
assunto e objetivo (Tabela 1). 
 
Tabela 1 - Normas Regulamentadoras e seus objetivos. 
NR Assunto Abordado Objetivo 
01 
Disposições Gerais e 
Gerenciamento de Riscos 
Ocupacionais 
O objetivo desta Norma é estabelecer as 
disposições gerais, o campo de aplicação, os termos 
e as definições comuns às Normas 
Regulamentadoras relativas à segurança e saúde no 
trabalho e as diretrizes e os requisitos para o 
gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas 
de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho - 
SST. 
02 Inspeção Prévia Revogada pela Portaria SEPRT n° 915, 30/07/2019 
03 Embargo ou Interdição 
Estabelece situações de emergência, nas quais 
empresas se sujeitam a paralisar totalmente ou 
 22 
parcialmente suas obras, considerando obra todo e 
qualquer serviço de engenharia de construção, 
montagem, instalação, manutenção ou reforma. 
04 
Serviços Especializados em 
Eng. de Segurança e em 
Medicina do Trabalho 
Estabelece que empresas privadas e públicas, 
órgãos públicos da administração direta e indireta e 
os poderes Legislativos e Judiciários, que possuam 
empregados regidos pela CLT, conforme o grau de 
risco de sua atividade principal e o seu número de 
empregados, obrigatoriamente, deverão constituir 
o Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, 
com a finalidade de promover a saúde e proteger a 
integridade do trabalhador no local de trabalho. 
05 
Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes – 
CIPA 
A norma da CIPA estabelece que a sua formação 
deve ocorrer em qualquer empresa ou instituição 
que possa admitir trabalhadores, além de 
empregados contratados com carteira assinada. 
Empresas que possuem no mínimo 20 empregados 
são obrigadas a manter a CIPA. 
06 
Equipamentos de Proteção 
Individual – EPI 
Define que a empresa é obrigada a fornecer aos 
empregados, gratuitamente, os EPI adequados ao 
risco do trabalho. Eles devem estar em perfeito 
estado de conservação e funcionamento, a fim de 
resguardar a saúde, a segurança e a integridade 
física dos trabalhadores. 
07 
Programas de Controle 
Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO 
Esta norma tem como objetivo promover e 
preservar a saúde dos trabalhadores. O programa 
estabelece a obrigatoriedade da elaboração e 
implementação do mesmo, por parte dos 
empregadores que admitam trabalhadores como 
empregados, do PCMSO. O PCMSO deverá ter 
caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico 
http://betaeducacao.com.br/o-que-e-pcmso/
https://betaeducacao.com.br/o-que-e-pcmso/
http://http/betaeducacao.com.br/o-que-e-pcmso/
 23 
precoce dos agravos à saúde relacionados ao 
trabalho, inclusive de natureza subclínica. 
08 Edificações 
Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem 
ser observados nas edificações, para garantir 
segurança e conforto aos que nela trabalhem. 
09 
Avaliação e Controle das 
Exposições Ocupacionais a 
Agentes Físicos, Químicos e 
Biológicos 
Estabelece os requisitos para a avaliação das 
exposições ocupacionais a agentes físicos, 
químicos e biológicos quando identificados no 
Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR. 
10 
Segurança em Instalações e 
Serviços em Eletricidade 
Tem como objetivo estabelecer os requisitos e as 
condições mínimas de execução de medidas de 
controle e sistemas preventivos, visando garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta 
ou indiretamente, interajam em instalações 
elétricas e serviços com eletricidade. 
11 
Transporte, Movimentação, 
Armazenagem e Manuseio de 
Materiais 
Esta norma se aplica à implantação da segurança 
para operações de elevadores, guindastes, 
transportadores industriais e máquinas 
transportadoras, a fim de garantir resistência, 
segurança e conservação. 
12 Máquinas e Equipamentos 
Estabelece medidas de prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho nas fases de projeto e 
utilização de máquinas e equipamentos de todos os 
tipos e visa regularizar a sua fabricação, 
importação, comercialização, exposição e cessão a 
qualquer título. 
13 
Caldeiras, Vasosde Pressão e 
Tabulações e Tanques 
Metálicos de Armazenamento 
Estabelece requisitos mínimos para gestão da 
integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de 
pressão, suas tubulações de interligação e tanques 
metálicos de armazenamento, nos aspectos 
relacionados à instalação, inspeção, operação e 
manutenção, visando à segurança e à saúde dos 
trabalhadores. 
 24 
14 Fornos 
Esta norma regulamentadora determina 
recomendações de utilização, instalação, 
manutenção e construção de fornos industriais em 
ambientes de trabalho. 
15 
Atividades e Operações 
Insalubres 
Descreve as atividades, as operações e agentes 
insalubres, sendo eles qualquer tipo de ambiente 
que possa vir a oferecer algum risco à saúde dos 
trabalhadores. 
16 
Atividades e Operações 
Perigosas 
Regulamenta as atividades e operações legalmente 
consideradas perigosas, estipulando as 
recomendações prevencionistas correspondentes. 
17 Ergonomia 
Esta norma estabelece parâmetros de ergonomia a 
fim de garantir a saúde, segurança e conforto do 
funcionário. 
18 
Segurança e Saúde no 
Trabalho na Indústria da 
Construção 
Tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem 
administrativa, de planejamento e de organização, 
que objetivam a realização de medidas de controle 
e sistemas preventivos de segurança nos processos, 
nas condições e no meio ambiente de trabalho na 
indústria da construção. 
19 Explosivos 
Tem a função de determinar o parâmetro de 
depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. 
Esta é uma atividade de alto risco, portanto se faz 
necessário a NR-16. 
20 
Segurança e Saúde no 
Trabalho com Inflamáveis e 
Combustíveis 
Estabelece as disposições regulamentares acerca do 
armazenamento, manuseio e transporte de líquidos 
combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção 
da saúde e a integridade física dos trabalhadores em 
seus ambientes de trabalho. 
21 Trabalhos a Céu Aberto 
Impõe a existência de abrigos, ainda que rústicos, 
capazes de proteger os trabalhadores contra 
intempéries, sendo elas quaisquer condições 
 25 
climáticas intensas, como vento forte, chuva 
torrencial, tempestade, furacão, seca, vendaval etc. 
22 
Segurança e Saúde 
Ocupacional na Mineração 
Responsabiliza e empresa pela disciplina dos 
preceitos a serem observados na organização e no 
ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível 
o planejamento e o desenvolvimento da atividade 
mineira com a busca permanente da segurança e 
saúde dos trabalhadores. 
23 Proteção Contra Incêndios 
Destaca as medidas de proteção contra incêndios, 
visando a prevenção da saúde e integridade física 
dos trabalhadores. Deve ser realizada em todas as 
empresas. 
24 
Condições Sanitárias e de 
Conforto nos Locais de 
Trabalho 
Decreta condições sanitárias e de conforto em 
locais como instalações sanitárias, vestiários, 
refeitórios, cozinhas, alojamentos e refeitórios. 
25 Resíduos Industriais 
Refere-se a medidas preventivas relacionadas a 
resíduos industriais no que diz respeito ao destino 
dos mesmos. Destaca que é proibido o lançamento 
ou a liberação nos ambientes de trabalho de 
quaisquer contaminantes gasosos sob a forma de 
matéria ou energia, direta ou indiretamente, de 
forma a serem ultrapassados os limites de 
tolerância estabelecidos pela norma NR-15. 
26 Sinalização de Segurança 
Tem como objetivo padronizar as cores que devem 
ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de 
acidentes, identificando os equipamentos de 
segurança, delimitando áreas, identificando as 
canalizações empregadas nas indústrias para a 
condução de líquidos e gases advertindo contra 
riscos. 
27 
Registro Profissional do 
Técnico de Segurança do 
Revogada pela Portaria GM n° 262, 29/05/2008 
 26 
Trabalho no Ministério do 
Trabalho (MTB) 
28 Fiscalização e Penalidades 
Estabelece os critérios a serem adotados pela 
fiscalização do trabalho quando da aplicação de 
penalidades pecuniárias (multas), critérios que 
devem ser aplicados durante a visita do agente 
fiscal do trabalho (prazos, por exemplo) e a 
interdição de locais de trabalho ou 
estabelecimentos. 
29 
Segurança e Saúde no 
Trabalho Portuário 
Tem como objetivo regular a proteção obrigatória 
contra acidentes e doenças profissionais, assim 
como facilitar primeiros socorros a acidentados e 
alcançar as melhores condições possíveis de 
segurança e saúde aos trabalhadores portuários. 
30 
Segurança e Saúde no 
Trabalho Aquaviário 
Esta norma se aplica à proteção e regulamentação 
das condições de segurança e saúde dos 
trabalhadores aquaviários e que realizam trabalhos 
a bordo de embarcações. 
31 
Segurança e Saúde no 
Trabalho na Agricultura, 
Pecuária Silvicultura, 
Exploração Florestal e 
Aquicultura 
Tem como objetivo estabelecer os preceitos a 
serem observadas na organização e no ambiente de 
trabalho, de forma a tornar compatível o 
planejamento e o desenvolvimento de quaisquer 
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, 
exploração florestal e aquicultura com a segurança 
e saúde e meio ambiente do trabalho. 
32 
Segurança e Saúde no 
Trabalho em 
Estabelecimentos de Saúde 
Tem a finalidade de cuidar da saúde dos 
profissionais da área da saúde, (não só os da área 
hospitalar, inclusive todos os que estão no Ensino e 
Pesquisa). 
33 
Segurança e Saúde no 
Trabalho em Espaços 
Confinados 
Definir o reconhecimento de espaços confinados, 
assim como a avaliação, monitoramento e controle 
de riscos que neles possam existir. 
 27 
34 
Condições e Meio Ambiente 
de Trabalho na Indústria da 
Construção, Reparação e 
Desmonte Naval 
Tem como finalidade estabelecer requisitos 
mínimos e as medidas de proteção à segurança, 
saúde e meio ambiente de trabalho nas atividades 
da indústria de construção e reparação naval. 
35 Trabalho em Altura 
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de 
proteção para o trabalho em altura, envolvendo o 
planejamento, a organização e a execução, de 
forma a garantir a segurança e a saúde dos 
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente 
com esta atividade. 
36 
Segurança e Saúde no 
Trabalho em Empresas de 
Abate e Processamento de 
Carnes e Derivados 
 
Esta tem objetivo de estabelecer requisitos 
mínimos para avaliação, controle e monitoramento 
dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas 
na indústria de abate e processamento de carnes e 
derivados destinados ao consumo humano, de 
forma a garantir a saúde e segurança do 
trabalhador. 
37 
Segurança e Saúde em 
Plataformas de Petróleo 
 
Estabelece os requisitos mínimos de segurança, 
saúde e condições de vivência no trabalho a bordo 
de plataformas de petróleo em operação nas Águas 
Jurisdicionais Brasileiras (AJB). 
Fonte: Elaborado pelos autores com base em ENIT, 2020. 
 
A norma regulamentadora 18 trata das condições de trabalho na construção civil, 
estabelecendo as medidas de controle e sistemas preventivos de segurança (INBEP, 2017). 
Junto à NR 18, deve-se observar outras normas para que se possa avaliar a aplicação e o 
benefício das NRs para os trabalhadores em obra. 
Na sequência, daremos destaques as Normas Regulamentadores objeto do nosso estudo. 
2.3.1 Norma Regulamentadora 7 
Preservar a saúde dos trabalhadores é o principal objetivo da NR 7, que estabelece a 
obrigatoriedade da criação e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições 
que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde 
 28 
Ocupacional – PCMSO, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de Risco 
(PGR) da organização, sendo responsabilidade do empregador implementar de maneira efetiva 
o PCMSO sem custo para seus empregados. Segundo a atualização da norma, as MEI 
(Microempreendedor Individual), ME (Microempresa) e EPP (Empresa de Pequeno Porte) 
estão desobrigados de elaborar o PCMSO (NR 7, 2020). 
A norma estabelecea obrigatoriedade de exames médicos para as empresas. São eles: 
 
• Exame admissional: realizado antes do funcionário assumir suas atividades; 
• Exame periódico: a cada ano ou a intervalos menores para empregados expostos 
a riscos ocupacionais identificados e classificados no PGR e para portadores de 
doenças crónicas que aumentem a susceptibilidade quando expostos ao risco. Já 
para os demais funcionários, o exame clínico deve ser realizado a cada dois anos; 
• Retorno ao trabalho: sempre que o funcionário estiver afastado por mais de 30 
dias por doença ou acidente; 
• Mudança de função: deve ser realizado antes da data da mudança, para o controle 
dos novos riscos; 
• Exames complementares: a NR 7 exige exames específicos para cada risco e 
agentes agressores presentes no ambiente que o trabalhador pode estar exposto. 
 
É de responsabilidade do empregador: 
 
• Garantir a elaboração e implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua 
eficácia; 
• Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao 
PCMSO; 
• Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, um coordenador 
responsável pela execução do PCMSO; 
• No caso de a empresa estar desobrigada de manter um médico do trabalho, de 
acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, 
empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; 
• Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar 
médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. 
 29 
 
Compete ao médico coordenador: 
 
• Realizar os exames médicos previstos no PCMSO ou encaminhá-los ao 
profissional médico familiarizado com os princípios da patologia a que está ou 
será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado; 
• Caso o médico encarregado do PCMSO observe inconsistências no inventário 
de riscos da organização, deve reavaliá-las em conjunto com os responsáveis 
pelo PGR; 
• Encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos 
da NR 7 profissionais ou entidades devidamente capacitados, equipados e 
qualificados. 
 
É de responsabilidade do médico coordenador do PCMSO o relatório anual, que deve 
ser discutido com os responsáveis por segurança e saúde no trabalho da empresa, incluindo a 
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), com cópia anexada a ata dessa reunião, 
além de conter o número e a natureza dos exames realizados, estatísticas de resultados anormais 
e planejamentos para o ano seguinte. 
As finalidades do PCMSO estão associadas ao controle da saúde e segurança nos 
ambientes em que um empregado executa suas funções. A precaução, preparação e investigação 
dos problemas pertencentes ao meio laboral são alguns dos objetivos desta norma, promovendo 
um ambiente seguro e sadio para o trabalhador. 
Observando a necessidade de conhecer os riscos aos quais cada função está exposta, no 
próximo capítulo será desenvolvida uma tabela com base na Avaliação e Controle das 
Exposições Ocupacionais e Agentes Físicos, Químicos e Biológicos (NR 9), de forma a analisar 
a periodicidade dos exames para as seguintes funções da construção civil: pedreiro, ajudante de 
pedreiro, armador, carpinteiro e gesseiro. 
2.3.2 Norma Regulamentadora 9 
A Norma Regulamentadora 9 - Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais e 
Agentes Físicos, Químicos e Biológicos estabelece os requisitos para a avaliação das 
exposições dos trabalhadores a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no 
PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), para fins de prevenção e controle dos riscos 
 30 
causados pelos agentes, estipulando também medidas de prevenção, que dependem das 
características das exposições e necessidades de controle. 
A identificação das exposições ocupacionais aos agentes deve considerar: 
a) descrição das atividades; 
b) identificação do agente e formas de exposição; 
c) possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas; 
d) fatores determinantes da exposição; 
e) medidas de prevenção já́ existentes; 
f) identificação dos grupos de trabalhadores expostos. 
Uma análise preliminar do trabalho deve ser realizada, junto à coleta de dados já 
disponíveis relativos aos agentes, a fim de determinar quais medidas de prevenção ou avaliações 
qualitativas e quantitativas serão necessárias. A avaliação quantitativa deverá ser realizada para: 
a) comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados; 
b) dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores; 
c) subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção. 
Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais devem ser incorporados ao 
inventário de riscos do PGR. As medidas necessárias devem, então, ser adotadas para a 
eliminação ou controle das exposições, de acordo com os critérios estabelecidos nos anexos da 
NR 9, em conformidade com o PGR. Enquanto não forem estabelecidos os anexos, devem ser 
adotados para fins de medidas de prevenção: 
a) os critérios e limites de tolerância constantes na NR-15 e seus anexos; 
b) como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância; 
c) como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose. 
 31 
Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15, devem ser utilizados como 
referência para medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of 
Governmental Industrial Higyenists (ACGIH). 
No próximo capítulo do trabalho será elaborada uma análise de risco, com base na NR 
9 e PGR, para funções da construção civil, de forma a avaliar a periodicidade dos exames 
segundo a NR 7. 
2.3.2.1 Programa de Gerenciamento de Riscos 
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é uma futura Norma Regulamentadora 
desenvolvida pela Secretária do Trabalho, ainda em fase de aprovação. Em 2019 foi realizada 
uma consulta pública sobre o texto, porém ainda não se chegou a uma validação (ONSAFETY, 
2019). 
O PGR está vinculado a todas as demais Normas Regulamentadoras, em especial com 
a NR 1 – Saúde e Segurança no Trabalho, NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde 
Ocupacional, NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais e Agentes Físicos, 
Químicos e Biológicos, e NR 17 – Ergonomia (ONSAFETY, 2019). 
Este Programa busca juntar diversos procedimentos técnicos para monitorar e avaliar 
riscos, elaborando um documento com todas as ações necessárias para que os riscos no 
ambiente de trabalho sejam encontrados, analisados e evitados (ONSAFETY, 2019). 
A elaboração e implementação do PGR nos canteiros de obras é obrigatória, indicando 
todos os riscos ocupacionais e suas medidas de prevenção. O Programa deve ser elaborado por 
um profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho (NR – 18, 2020). 
Segundo a NR – 18, além de estar de acordo com todas as exigências da NR – 01, o 
PGR deve conter os seguintes documentos elaborados por profissionais habilitados: 
• Projeto da Área de vivência do canteiro de obras. 
• Projeto Elétrico das instalações temporárias. 
• Projeto do Sistema de Proteção Coletiva. 
• Projeto do SPIQ – Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas. 
• Relação dos Equipamentos de Proteção Individual e suas especificações. 
 
O Programa de Gerenciamento de riscos deve estar devidamente atualizado de acordo 
com a etapa do canteiro de obras. São permitidas soluções alternativas para a as medidas de 
 32 
prevenção coletiva, desde que as alternativas propiciem desenvolvimento tecnológico, 
garantam a saúde e segurança nas atividades e tenham como objetivo o controle e prevenção 
dos riscos (NR – 18, 2020). 
 Conforme a NR – 18, quando adotadas soluções alternativas, algumas exigências a mais 
são necessárias: 
• As soluções devem estar expressamente previstas no PGR, bem como todos os 
projetos necessários envolvidos.• Devem somente iniciar mediante autorização especial. 
• Os documentos referentes às soluções alternativas devem estar disponíveis no 
canteiro. 
 
O PGR é um dos documentos mais importantes com relação a saúde e segurança na 
construção civil. A partir de 2020, ele passa a substituir o antigo PCMAT, buscando garantir 
segurança e saúde ocupacional, identificando e controlando riscos, sendo fundamental para 
atender as exigências da NR – 18, da qual abordaremos na sequência. 
2.3.3 Norma Regulamentadora 18 
A NR 18 (2020) tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de 
planejamento e de organização, que visam à implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na 
indústria da construção. 
A Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da 
Construção, é a norma que foi elaborada para atuar especificamente na Construção Civil. Como 
a indústria da construção é uma das áreas com a maior quantidade de riscos, e estatisticamente 
uma das áreas com mais acidentes fatais devido a esses riscos, a elaboração dessa norma foi 
muito importante, bem como sua aplicação, com o intuito de prover saúde ocupacional aos 
trabalhadores e prevenir acidentes (HALLAN, 2020). 
Esta Norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da seção "F" 
do Código Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades e serviços de 
demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção de 
obras de urbanização (NR 18, 2020). 
É de responsabilidade das empresas impedir o ingresso ou a permanência de 
trabalhadores no canteiro de obras sem que estejam resguardados pelas medidas previstas nesta 
 33 
NR. E fazer a Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de 
Inspeção do Trabalho - SIT, antes do início das atividades, de acordo com a legislação vigente 
(NR 18, 2020). 
A NR 18 obriga a elaboração e a implementação do PGR (Programa de Gerenciamento 
de Riscos) nos canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas 
medidas de prevenção. Ele deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em 
segurança do trabalho e implementado sob responsabilidade da empresa (NR 18, 2020). 
As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer condições mínimas de 
segurança, conforto e privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, 
higiene e limpeza (NR 18, 2020). 
São contempladas as seguintes instalações: 
• Instalação sanitária; 
• Vestiário; 
• Local para refeição; 
• Alojamento, quando houver trabalhador alojado. 
 
Estas instalações devem atender as disposições da Norma Regulamentadora nº 24 - 
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho (NR 18, 2020). 
Na existência de instalações de alojamento, é obrigatório também, a disposição das 
seguintes instalações: 
• Cozinha, quando houver preparo de refeições; 
• Local para refeição; 
• Instalação sanitária; 
• Lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das 
roupas; 
• Área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado 
o local de refeição para este fim. 
Deve ser garantido o fornecimento de água potável próximo aos postos de trabalho. 
Além disso, nas frentes de trabalho devem ser fornecidas instalações sanitárias e locais para 
alimentação (NR 18, 2020). 
A execução das instalações elétricas temporárias e definitivas deve atender ao disposto 
na NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade). As instalações elétricas 
temporárias devem ser executadas e mantidas conforme projeto elétrico elaborado por 
profissional legalmente habilitado (NR 18, 2020). 
 34 
De acordo com a NR 18, com relação às etapas de obra, são estabelecidas 
obrigatoriedades de segurança para as seguintes atividades: 
• Demolição; 
• Escavação; 
• Fundação e desmonte de rochas; 
• Carpintaria e armação; 
• Estruturas de concreto; 
• Estruturas metálicas; 
• Trabalhos à quente; 
• Serviços de impermeabilização; 
• Telhados e coberturas. 
 
 Nestas atividades, os projetos devem ser realizados por profissionais legalmente 
habilitados e a área de realização dos serviços deve estar sinalizada e com proteções específicas 
para os trabalhadores, em concordância com a NR 18. Os funcionários responsáveis pela 
execução destes serviços devem possuir todos os treinamentos requeridos, inclusive aqueles 
previstos em outras Normas Regulamentadoras, como no caso de serviços em telhados e 
coberturas, que entram na categoria de trabalhos em altura, caso em que deve ser também 
aplicada a NR 35 (NR 18, 2020). 
Em pisos com uma diferença de nível superior a 0,4 m é obrigatório a instalação de 
escada ou rampa para a circulação dos trabalhadores. Em situações em que os trabalhadores 
precisem passar por vãos com risco de queda é necessário também a instalação de passarelas. 
A NR 18 estabelece diversas especificações para as escadas, rampas e passarelas. Dimensões 
mínimas, presença de corrimão, pisos antiderrapantes e com forração, são obrigações nestas 
situações (NR 18, 2020). 
É obrigatória a instalação de proteção coletiva quando houver risco de queda de 
trabalhadores ou de projeção de materiais e objetos no entorno da obra. Os vãos de passagem e 
as aberturas nos pisos devem possuir fechamento provisório enquanto não tiverem sido 
completamente finalizados. As instalações devem ser projetadas por um profissional habilitado 
(NR 18, 2020). 
As máquinas e os equipamentos devem atender as obrigações especificadas na NR 12 - 
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Devem ficar localizados em espaços 
com boa iluminação e cobertura. No uso de máquinas ou equipamentos que não estejam 
especificados na NR 12, devem ser planejados procedimentos de segurança para o trabalho com 
 35 
eles. A NR 18 também possui várias obrigações quanto a utilização das máquinas. Na utilização 
de ferramentas os trabalhadores devem ser capacitados e treinados seguindo as recomendações 
da própria NR 18 e do manual do fabricante (NR 18, 2020). 
Com relação a movimentação e o transporte de materiais e pessoas, deve ser aplicadas 
todas as obrigações que a NR 18 impõe, das quais se destacam a obrigação de os 
dimensionamentos de equipamentos de transporte vertical, bem como todas as instalações, 
montagem, operação e manutenção serem realizadas por profissionais habilitados. 
Os andaimes devem ser projetados e executados por profissionais habilitados, possuírem 
sistema de proteção contra queda em todo o seu perímetro, possui superfície com forração 
completa, resistência, ser antiderrapante, nivelada e fixa (NR 18, 2020). 
De acordo com a NR 18, os trabalhadores são obrigados a utilizarem roupas de alta 
visibilidade quando estiverem trabalhando em áreas de passagem de veículos e cargas, além 
disso as obras possuem as seguintes obrigações quanto a sinalização: 
• Identificar os locais de apoio; 
• Indicar as saídas de emergência; 
• Advertir quanto aos riscos existentes; 
• Uso de EPI; 
• Áreas de movimentação e transporte de materiais; 
• Acessos e circulação de veículos e equipamentos; 
• Locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e 
radioativas. 
 
A capacitação dos trabalhadores deve ser realizada seguindo as obrigações apresentadas 
pela NR 01 – Disposições Gerais, acontecer em local com condições mínimas de higiene e 
conforto, e deve possuir avaliação para verificar o aprendizado do trabalhador (NR 18, 2020). 
Como apresentado na tabela a seguir (Tabela 2), a NR 18 estabelece carga horária, 
periodicidade e conteúdo de treinamento que devem ser seguidos. 
 
 
 
 36 
Tabela 2 – Capacitação: Carga Horária, Periodicidade e Conteúdo Programático. 
Capacitação 
Treinamento 
inicial (carga 
horária) 
Treinamento periódico(carga horária) 
Treinamento 
Eventual 
Básico em segurança do 
trabalho 
4 horas 4 horas/2 anos 
Carga horária a 
critério do 
empregador 
Operador de grua 
80 horas, sendo 
pelo menos 40 
horas para a parte 
prática 
A critério do 
empregador 
 
Operador de guindaste 
120 horas, sendo 
pelo menos 80 
horas para a parte 
prática 
A critério do 
empregador 
 
Operador de 
equipamentos de guindar 
A critério do 
empregador, 
sendo pelo menos 
50% para a parte 
prática 
A critério do 
empregador/2 anos 
 
Sinaleiro/amarrador de 
cargas 
16 horas 
A critério do 
empregador/ 2 anos 
 
Operador de elevador 16 horas 4 horas/anual 
Instalação, montagem, 
desmontagem e 
manutenção de 
elevadores 
a critério do 
empregador 
A critério do 
empregador/anual 
 
Operador de PEMT 4 horas 4 horas/2 anos 
Encarregado de ar 
comprimido 
16 horas 
A critério do 
empregador 
 
Resgate e remoção em 
atividades no tubulão 
8 horas 
A critério do 
empregador 
 
 37 
Serviços de 
impermeabilização 
4 horas 
A critério do 
empregador 
 
Utilização de cadeira 
suspensa 
16 horas, sendo 
pelo menos 8 
horas para a parte 
prática 
8 horas/anual 
Atividade de escavação 
manual de tubulão 
24 horas, sendo 
pelo menos 8 
horas para a parte 
prática 
8 horas/anual 
Demais 
atividades/funções 
A critério do 
empregador 
A critério do 
empregador/ a critério 
do empregador 
 
Fonte: Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, 2020. 
 
Na realização de serviços em plataformas flutuantes, as plataformas devem estar 
registradas na Capitania dos Portos, possuir os documentos necessários, conter guarda-corpos 
e superfície antiderrapante. Devem ser utilizadas botas especiais e coletes salva-vidas. A 
presença de pessoal capacitado em salvamento e primeiros-socorros é obrigatória (NR 18, 
2020). 
Todas as atividades na indústria da construção civil devem seguir a hierarquia prevista 
na NR 01. Além disso, todo o tipo de atividade especificada em uma outra NR também deve 
seguir as obrigações desta (NR 18, 2020). 
2.3.4 Norma Regulamentadora 28 
A Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades determina os 
procedimentos que devem ser adotados pela fiscalização trabalhista de segurança e medicina 
do trabalho, estabelecendo prazos para a correção de irregularidades técnicas, como também 
valores de multas e os procedimentos de autuação por infração das Normas Regulamentadoras 
de Segurança e Medicina do trabalho (ENIT, 2020). 
O fiscal do trabalho tem como função identificar as condições de trabalho, verificar as 
irregularidades e impor multas à empresa, caso ela não esteja de acordo com as NRs obrigatórias 
no ambiente de trabalho. O fiscal poderá estipular o prazo de adequação das irregularidades 
 38 
encontradas e, se a situação não for regularizada, as penalidades necessárias serão aplicadas 
(LIMA, 2019). 
Segundo a norma, o prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado 
a, no máximo, 60 dias. A empresa poderá recorrer ou solicitar adiamento de tempo até 10 dias 
após a data da fiscalização, prorrogando para 120 dias o prazo para seu cumprimento (NR 28, 
2020). 
O embargo ou interdição ocorre quando existe situação de risco à saúde ou integridade 
física do trabalhador. O fiscal deverá propor, então, a interdição do estabelecimento, setor de 
serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo total ou parcial, com a determinação das 
medidas que deverão ser adotadas para a correção das situações de risco. Dos motivos de 
embargo ou interdição, pode-se destacar: 
• Layout de máquinas e equipamentos; 
• Manutenção; 
• Operação de máquinas ou equipamento com defeito; 
• Prevenção de quedas nos trabalhos em altura; 
• Contato com energia elétrica; 
• Utilização das cores de segurança; 
• Placas com dizeres para prevenção; 
• Áreas sem proteção liberadas; 
• Falta de inspeção nas proteções coletiva e individuais; 
• Utilização de produtos químicos e riscos físicos; 
• Local apropriado para refeições; 
• Oferta de água potável; 
• Pouco monitoramento e inspeção das atividades de risco; 
• Oferta de equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores; 
• Oferta de equipamentos de proteção coletiva (EPC); 
• Documentos de segurança de acordo com a atividade da empresa. 
 
As penalidades para o descumprimento da norma de segurança e saúde do trabalhador 
serão aplicadas conforme o quadro de gradação de multas anexado à norma, obedecendo as 
infrações previstas no quadro de classificação das infrações. Quanto maior a empresa e mais 
prejudicial aos códigos a sua violação, maior será a multa aplicada (LIMA, 2019). 
 39 
Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, a multa será aplicada 
na forma do art. 201, parágrafo único, da CLT, conforme os seguintes valores estabelecidos 
(Tabela 3): 
 
Tabela 3 – Valor da Multa (em UFIR). 
 
Fonte: Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades, 2020. 
 
As infrações aos preceitos legais e/ou regulamentadores sobre segurança e saúde do 
trabalhador terão as penalidades aplicadas conforme o disposto no quadro de gradação de 
multas (Tabela 4), obedecendo às infrações previstas no quadro de classificação das infrações 
(Anexo A) desta Norma. 
 
Tabela 4 – Anexo I - Gradação de Multas (em BTN). 
 
Fonte: Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades, 2020. 
 
É de responsabilidade da empresa manter o ambiente de trabalho em acordo com as 
exigências das normas. Se houver descumprimento ou ocorrência de acidentes graves, os 
 40 
agentes de inspeção do trabalho podem visitar o canteiro de obra. As penalidades devem ser 
corrigidas segundo o prazo da notificação. Caso haja risco grave a saúde e integridade do 
trabalhador, poderá ocorrer a interdição total da obra. 
Entre os itens observados pela norma estão: organização e segurança do ambiente de 
trabalho, condições de higiene no local, proteção coletiva e individual dos trabalhadores e a 
documentação de segurança. Assim, existem diferentes ferramentas de fácil implantação que 
podem ajudar empresas a fiscalizar os itens das normas em um canteiro de obras. 
2.4 TRABALHOS CORRELATOS 
As Normas Regulamentadoras são um assunto frequentemente abordado por estudos 
acadêmicos, com autores criando formas e ferramentas para facilitar o uso e aplicação das NRs 
na construção civil, ajudando profissionais encarregados de fiscalizar obras a exercerem seus 
trabalhos de forma mais ágil e exata, com o objetivo de proteger o trabalhador e evitar possíveis 
multas e penalidades. 
Derksen (2017) criou uma ferramenta para avaliação do atendimento do item 4 da NR 
18 e cálculo da multa aplicável pela NR 28. Como objetivo, o trabalho apresenta uma 
ferramenta prática para avaliar em campo o item 4 da NR 18, facilitando o entendimento da 
norma, visando a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, levantando irregularidades e 
possíveis problemas legais passiveis de multas conforme a NR 28 para áreas de vivência de 
uma obra. 
Para a elaboração do trabalho, o autor desenvolveu um questionário em Excel na forma 
de checklist, uma ferramenta que auxilia a coleta de dados, em um formato de fácil 
entendimento e bem aceito por profissionais, devido à sua simplicidade e rapidez na aplicação. 
Com a planilha dividida em três etapas, para simplificação e melhor compreensão, ela é 
estruturada conforme a NR 18.4, com perguntas fixas. 
As perguntas do questionário que se referem à norma são uma cópia fiel da NR 18, para 
que a distorção de texto fosse evitada, tendo sempre três respostas possíveis por item da norma: 
atende, não atende e não aplicável. 
Como resultado, Derksen (2017) obteve a multa e a porcentagem das não conformidades 
calculadas de forma automática na planilha de acordo com as características da obra e 
exigências da NR 18.4, possibilitandouma pesquisa quantitativa dos dados, buscando levantar 
as condições da área de vivência no canteiro de obras. 
 41 
O autor avaliou cinco empresas de diferentes regiões do Brasil, de diferentes portes e 
variado número de funcionários. Com base nos resultados, Derksen afirma que a ferramenta 
desenvolvida se apresentou de forma eficaz, atendendo ao objetivo posposto, apresentando a 
norma de forma simples (para facilitar a avaliação em campo) e calculando possíveis 
penalidades no caso de não cumprimento. 
Seguir corretamente a norma proporciona ao trabalhador condições de saúde e higiene 
que melhoram seu desemprenho profissional. O estudo de Derksen (2017) mostrou que, em 
duas das cinco obras, o percentual de não conformidade foi relativamente alto, ficando acima 
de 32%, com um possível impacto financeiro alto para esses dois canteiros. Caso a obra receba 
uma visita do Ministério do Trabalho, o valor da multa estaria entra R$ 26.550,36 e R$ 
41.050,85. Muitas dessas não conformidades são simples de serem resolvidas, além disso, as 
obras podem ser embargadas devido ao não atendimento de itens essenciais para o canteiro. 
Concluiu-se que o uso da ferramenta desenvolvida por Derksen (2017) para o cálculo 
dos valores da penalidade pela NR28 é válido e que seria interessante a expansão para os demais 
itens da NR18, visto os prejuízos que podem ser obtidos em função da fiscalização, buscando 
o bem-estar dos trabalhadores, sua segurança e melhorando produtividade na obra. 
Buzzi (2018) observou que um dos piores índices em relação a segurança do trabalho 
vem da indústria da construção civil, o que gera um alto percentual de acidentes trabalhistas. 
Por conta disso, ela realizou uma pesquisa com o intuito de elaborar uma metodologia aplicada 
que apresente todos os itens listados na NR 18 necessários para segurança do trabalhador e da 
empresa. Utilizando a NR 28, identificaram-se as devidas penalizações e custos pelas não 
conformidades, caso haja uma possível fiscalização. 
A autora aplicou uma lista de verificações em um estudo de caso de três construtoras de 
diferentes portes, levando em consideração o número de funcionários por obras e as não 
conformidades apresentadas no canteiro. De acordo com a NR 28, foram aplicadas as devidas 
penas e, por fim, somou-se todas as penalidades das não conformidades. Demonstrou-se os 
valores em reais caso houvesse uma possível fiscalização na obra. 
Por fim, foi desenvolvida uma metodologia aplicada, utilizando essa lista de verificação, 
para demonstrar os itens avaliados em uma possível fiscalização do Ministério do Trabalho na 
construção civil, que pode ser utilizado para cálculo de custos das não conformidades. 
De forma a atingir os objetivos propostos, Buzzi (2018) criou uma planilha conforme as 
necessidades de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil segundo a NR 
18. A planilha foi aplicada em três obras de diferentes construtoras, e após a execução da lista 
de verificações, foram identificadas as não conformidades presentes nas obras. Após aplicação 
 42 
da lista de verificação nas três construtoras, o número de empregados existentes em cada obra 
foi incluso no cálculo, implicando que quanto maior o número de funcionários, maior será o 
valor da infração. 
Buzzi (2018) identificou, nas diferentes construtoras, 126, 62 e 25 itens não conformes 
com as obrigações da norma. A construtora de maior porte e que possuía o maior número de 
funcionários foi a que obteve menos itens não atendidos, já a construtora de pequeno porte e 
com um número de funcionários muito menor, obteve praticamente o quíntuplo de não 
conformidades pela norma. 
Os valores gerados de multas mínimas e máximas para cada construtora pelo total de 
não conformidades ocorridas no canteiro foi: 126 itens não atendidos pela construtora de 
pequeno porte e poucos empregados, obtiveram um valor mínimo de R$ 202.651,50 e um valor 
máximo de R$ 249.419,70. Os 62 itens não atendidos pela segunda construtora chegaram a R$ 
115.177,10 e R$ 132.981,60. Já a construtora de maior porte e que obtinha mais empregados, 
teve como penalidade mínima R$89.624,89 e máxima R$ 102.102,50. Todos esses valores 
gerados seriam as possíveis multas que as construtoras teriam que pagar caso houvesse uma 
possível fiscalização no canteiro. 
Silveira et al. (2005) realizou um estudo sobre acidentes de trabalho na construção civil 
investigados durante dois anos através de prontuários hospitalares na cidade de Ribeirão Preto, 
SP. Foram pesquisados 6.122 prontuários, com objetivo de identificar o número de 
trabalhadores acidentados da construção civil, suas características pessoais e as circunstâncias 
dos acidentes. 
De todos os prontuários analisados, 150 estavam relacionados à construção civil, todos 
eram do sexo masculino e a causa predominante dos acidentes foram as quedas (37,7%). As 
partes do corpo mais lesadas foram os membros superiores (30,7%). Em nenhum prontuário 
encontrou-se uma via da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). 
Entre os 150, Silveira et al. (2005) observou a existência de pedreiros ou ajudantes de 
pedreiro (55,2%), serralheiros, marceneiros, carpinteiros e seus ajudantes (17,2%), pintores 
(7,5%) e outros profissionais como vidraceiros, ajudantes de montagem, oficiais de serviço, 
operadores de betoneira, ajudantes de encanador, calheiros e encarregados de obras (18,6%). 
A maior parte dos acidentes foi causada por quedas (37,3%), acontecidas em escadas, 
muros e andaimes (possivelmente causadas pela falta de utilização dos EPIs). A seguir, 
acidentes por contato com ferramentas, máquinas e aparelhos (16%). Em 19 casos (12,7%), 
ocorreram acidentes no trajeto do trabalho (atropelamentos, colisão, quedas de motocicletas, 
entre outros). Os impactos por objetos (11,3%) aconteceram porque foram lançados por outros 
 43 
colegas, arremessados em discussões no ambiente de trabalho, ou por terem caído de locais 
inadequados ou sem proteção. 
A falta de treinamento para realizar as tarefas exigidas, a falta do EPI ou seu uso de 
forma inadequada, além de outros fatores, podem ter contribuído para os acidentes de maneira 
importante. Os acidentes foram severos, pois resultaram em múltiplas lesões ao corpo. 
O autor concluiu que os trabalhadores da construção civil realizam sua atividade laboral 
em ambientes insalubres e de modo arriscado. Quando sofrem acidente no ambiente de trabalho, 
na maioria das vezes, são atendidos pelo sistema públicos de saúde, que não consegue 
reconhecê-los enquanto trabalhadores e seus AT acabam não sendo oficialmente informados a 
Previdência Social, o que colabora para o quadro de subnotificação de acidentes no país. 
 
 44 
3 ANÁLISES E RESULTADOS 
Neste capítulo são apresentadas as análises e resultados da pesquisa que buscou verificar 
a aplicação das Normas Regulamentadoras em um canteiro de obras. Com base na NR 9, foi 
realizado um reconhecimento de riscos de cinco funções da construção civil (pedreiro, ajudante 
de pedreiro, carpinteiro, armador e gesseiro) e, em seguida, foi feita uma análise baseada na NR 
7, para conhecer a periodicidade dos exames médicos necessários para essas cinco funções. 
Então, em segundo momento, foi elaborado um estudo sobre principais causas de 
interdições e embargos de obras que se dão pelo descumprimento da NR 18. Por fim, foi feito 
o cálculo das multas e penalidades sofridas caso haja o descumprimento dessas Normas 
Regulamentadoras, baseando-se na NR 28. 
3.1 RECONHECIMENTO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS 
Segundo a Norma Regulamentadora 9, são considerados riscos ambientais agentes 
físicos, químicos e biológicos que existam nos ambientes em que o trabalhador exerce sua 
função, e são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. (NR 9, 2020) 
O PPRA é elaborado por um Engenheiro de Segurança do Trabalho e é voltado ao 
controle de riscos existentes ou que venham a

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