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Engenharia e Segurança do Trabalho Engenharias 1° Período Prof.: Renan Wesney ▪ Engenheiro Mecânico; ▪ Especialista em Gestão de Projetos e Empreendedorismo; ▪ Black Belt em Lean Seis Sigma; ▪ Experiência Industrial: Indústria Alimentícia e de Calçados; ▪ Análise, Desenvolvimento e supervisão de Projetos; ▪ Planejamento e Controle da Manutenção Industrial; ▪ Ensino a Engenheiros Mecânicos, Produção, Civil e Arquitetura. O professor 2 Dinâmica! 1. Ádila Bianca Santos Silva 2. Alan Teixera do Nascimento 3. Alan Wilame Silva Mergulhão 4. Alexsandro Silvano de Oliveira 5. Allan Douglas Gomes Silva 6. Andre Lopes da Silva 7. Arthur Henrique Silva Bento 8. Bruno dos Santos Couto 9. Caique Ricardo da Silva 10. Camilly Vitória de Souza França 11. Carlos Alberto dos Santos Araujo 12. Dafyne Francinni da Silva Cunha 13. Edson Batista da Silva 14. Edson Pereira da Silva 15. Egonn Rafael de Oliveira Demetrio 16. Eliardo de Oliveira Araújo 17. Eliedson Pereira de Assis 18. Emilly Priscila Sousa dos Santos 19. Enoely Vitória Silva Melo 20. Fernando Antônio Rodrigues 21. Francisco Onofre de Arruda Neto 22. Gabriel Felipe Marinho Torres 23. Guilherme Henrique Leite dos Santos 24. Isaac Adielson da Silva Lima 25. Jean Sérgio Mendes 26. Jean Sérgio Mendes Junior 27. Joao Carlos Leite de Menezes Santos 28. João Henrique Leite Barbosa 29. Jose Carlos dos Santos Sales 30. José Mateus de Lima Florencio 31. José Raphanael Climerio 32. Josualdo de Oliveira Leite Filho 33. Joyce Alessandra da Silva 34. Julyane Raiza de Lima Vieira 35. Kaio Henrique Teixeira de Menezes 36. Laryssa Vanessa da Silva Santos 37. Lazaro Lopes de Oliveira Neto 38. Leilson de Araújo Lima 39. Lílian Tauane Batista da Silva 40. Lucas Gabriel da Silva 41. Lucas Samuel Neves Aragão 42. Luiz Antônio da Silva 43. Luiz Carlos de Souza 44. Maria Andrea Souza Couto 45. Mario Moreno Ripardo Silva 46. Maysa Vitória Silva dos Santos 47. Paulo Galindo de Souza 48. Pedro Augusto Rocha dos Santos 49. Rafael Rocha Lima 50. Rayan David de Albuquerque Melo 51. Rodolfo Emanuel de Oliveira Neves 52. Samuel Sthegahara da Silva Oliveira 53. Thiago Alves Candido da Silva 54. Uallas de Lima Macedo 55. Victor Gabriel Lima da Silva 56. Vinicius Amador Alves de Melo 57. Vitor Gabriel Alves Bento 3 Regras ▪Deverá ser preenchido um papel com as respostas da pergunta, e colocado sob o birô. ▪As respostas serão verificadas por ordem de entrega. O primeiro que acertar, leva a pontuação! ▪O grupo que tiver mais pontos ao fim, levará o prêmio! 4 1ª Pergunta (2,5 pontos) ▪Qual a soma e a média das idades dos integrantes do seu grupo? 5 2ª Pergunta (2,5 pontos) ▪Quantas pessoas de cada cidade existem em seu grupo? Qual a cidade mais distante de Caruaru? ▪Exemplo: ▪Caruaru: 5 ▪Palmares: 2 ▪Cupira: 2 ▪Cidade Mais distante: Palmares 6 3ª Pergunta (2,5 pontos) ▪Quantas pessoas do seu grupo trabalham? Quantas só estudam? Qual a porcentagem? ▪Exemplo: ▪Trabalham: 6 – 60% ▪Estudam: 4 – 40% 7 4ª Pergunta (2,5 pontos) ▪Qual a soma dos períodos já cursado dos alunos do grupo? ▪Exemplo: ▪2 períodos: 5 alunos ▪3 períodos: 2 alunos ▪6 períodos: 2 alunos ▪Total de períodos: (2 x 5)+(3 x 2)+(6 x 2) = 28 períodos! 8 E o campeão é: ▪Equipe 9 ▪O que espera aprender nesta cadeira? Os Engenheiros 10 11https://youtu.be/3KafYzDkP2Q O r is co d e ac id en te s https://youtu.be/3KafYzDkP2Q C o m is sã o in te rn a d e p re ve n çã o d e ac id en te s 12 Objetivo ▪Executar atividades ligadas à segurança e higiene no trabalho que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes e melhorias das condições do ambiente de trabalho. ▪Conhecer e interpretar dados estatísticos de acidentes e doenças para execução de ações preventivas no ambiente de trabalho. ▪Emitir pareceres técnicos sobre ambiente de trabalho, equipamento de proteção coletivo e individual, como também, orientar empregador e empregado sobre medidas de prevenção e eliminação e neutralização de riscos no trabalho. ▪Prestar assessoria referente a assuntos ligados à segurança e saúde do trabalho de forma a indicar, solicitar e inspecionar equipamentos, ambientes, postos de trabalho e ferramentas. 13 Ementa I II 14 ▪UNIDADE I: INTRODUÇÃO ▪A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO ▪O AMBIENTE DE TRABALHO ▪UNIDADE II: ACIDENTES, RISCOS E PREVENÇÃO. ▪CONCEITOS ▪ACIDENTES: PREVENÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ▪EPIS ▪RISCOS TOXICOLÓGICOS ▪UNIDADE III: LEGISLAÇÃO ▪ INTRODUÇÃO ▪ LEGISLAÇÃO VIGENTE ▪APLICAÇÃO ▪UNIDADE IV: SEGURANÇA ▪ SEGURANÇA DOS PROCESSOS ▪RISCOS DE EXPLOSÕES E INCENDIOS ▪UNIDADE V: GESTÃO ▪ INTRODUÇÃO ▪GESTÃO DE RISCOS ▪GESTÃO DE EMERGÊNCIAS ▪ Prova Primeira Unidade: 22 de abril de 2022 ▪ Prova Segunda Unidade: 03 de junho de 2022 ▪ Final: 17 de junho de 2022 ▪ Sempre, uma aula antes de cada prova, haverá um espaço para revisão. ▪Provas: Questões fechadas e abertas Avaliação 15 PROVA 7,00, ATIVIDADES 1,0 e AVA 2,00 16 17 18 ▪ Livros: Bibliografia 19 ▪Marcos históricos do prevencionismo ▪Papel do higienista ocupacional ▪Riscos, acidentes de trabalho e prevenção; ▪Equipamentos de proteção individual Introdução à segurança do trabalho e higiene ocupacional 20 Objetivos da Unidade ▪Conhecer os principais marcos históricos do prevencionismo no Brasil; ▪Entender o papel do higienista ocupacional e o cenário no qual ele se insere; ▪Compreender a relação entre riscos, acidentes de trabalho e suas formas de prevenção; ▪Identificar a importância dos equipamentos de proteção individual na saúde do trabalhador. 21 Tópicos de Estudo ▪Higiene e segurança do trabalho ▪ Um breve histórico global ▪ Um breve histórico nacional ▪O ambiente de trabalho ▪ SESMT ▪ Ergonomia ▪Acidentes, riscos e prevenção ▪ Acidentes de trabalho ▪ Riscos ▪ Riscos toxicológicos ▪Equipamento ▪ Requisitos mínimos para aprovação do EPl 22 Higiene e segurança do trabalho ▪Nos dias de hoje, é impossível imaginar uma grande empresa ou corporação sem políticas e programas de saúde e segurança do trabalho implantadas. ▪A engenharia de segurança tem como premissa a prevenção de doenças ocupacionais e de acidentes de trabalho. ▪A cada dia, em todo o mundo, milhares de trabalhadores perdem suas vidas ou sofrem algum tipo de prejuízo à sua saúde devido a doenças ocupacionais, que representam uma das grandes “epidemias silenciosas” da atualidade. ▪Em grande parte desses casos, o pior acontece por negligência, falta de precisão de diagnósticos médicos, ausência de acompanhamento, precariedade de atendimentos etc. ▪É imprescindível que a prevenção primária de riscos em locais de trabalho seja posta em prática para que seja resolvido ou, ao menos, amenizado o problema das doenças ocupacionais. 23 24https://youtu.be/I9eWFEQJKsI https://youtu.be/I9eWFEQJKsI 25https://youtu.be/RXhcLK2S3Ws https://youtu.be/RXhcLK2S3Ws Brasil ▪A ciência que estuda os ambientes de trabalho, juntamente à prevenção de doenças atreladas a eles, é comumente chamada de higiene ocupacional, higiene do trabalho ou higiene industrial. ▪Estes dois últimos termos, na verdade, contemplam a higiene ocupacional como um todo, até mesmo porque a higiene ocupacional opera em conjunto com outras áreas, como, por exemplo, a medicina, a ergonomia e a sociologia ▪A higiene ocupacional, como ciência praticada profissionalmente, só foi reconhecida oficialmente no Brasil em agosto de 2014, graças à sua inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações, 26 Higiene ocupacional ▪Ela visa a prevenção de doenças ocupacionais, por meio da antecipação, do reconhecimento, avaliação e do controle dos agentes ambientais, em conjunto com a medicina ocupacional, cujo foco consiste predominantemente no indivíduo. De acordo com o comitê misto constituído pela OIT e OMS, os objetivos da higiene ocupacionalem seu âmbito de atuação são: ▪ manter o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores no mais alto nível; ▪ evitar que condições de trabalho causem danos ou prejuízos aos trabalhadores; ▪ proteger os trabalhadores dos riscos existentes em seus ambientes de trabalho; ▪ considerar as aptidões fisiológicas e psicológicas do trabalhador quanto à sua função; ▪ adaptar o trabalho ao trabalhador e vice-versa. 27 Higiene ocupacional ▪Os agentes ambientais tradicionalmente considerados pela higiene ocupacional são os chamados agentes físicos, químicos e biológicos. ▪No entanto, os itens contemplados podem ser ampliados, considerando, por exemplo, aqueles referentes à ergonomia, já que os mesmos agentes ambientais que representam risco na higiene ocupacional serão elementos de desconforto na ergonomia, como, por exemplo, o ruído, o calor e a iluminância. 28 Políticas de Saúde e Segurança do Trabalhador ▪Existem, porém, alguns gargalos para o sucesso de um processo de implantação de políticas de saúde e segurança do trabalhador (SST), seja em grandes ou pequenas empresas. ▪Dentre eles, podemos apontar: ▪ a real inserção do trabalhador nessas políticas (por meio de treinamentos, por exemplo), ▪ o envolvimento da alta direção da empresa, ▪ a postura das chefias de SST perante os outros colaboradores ▪ e a naturalidade com a qual os processos serão executados em conjunto com o próprio processo produtivo fabril. ▪Além desses fatores, que podem gerar dificuldade na gestão da segurança do trabalho, no dia 7 de janeiro de 2019, o Governo Federal brasileiro anunciou a extinção do Ministério do Trabalho, Emprego e Previdência (MTE), incorporando as pastas a outros Ministérios como, por exemplo, os Ministérios da Economia, da Cidadania e da Justiça e Segurança Pública. 29 Políticas de Saúde e Segurança do Trabalhador ▪No entanto, além da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na CLT, as normas regulamentadoras do extinto Ministério do Trabalho continuam em vigor, correspondendo à legislação básica que rege a segurança do trabalho no Brasil. ▪Elas constituem observância obrigatória por parte de empresas públicas e privadas que contratem pelo regime da CLT, podendo o não cumprimento dos parâmetros por elas estabelecidos gerar prejuízos penais ao empregador. ▪A elaboração/revisão das NRs compete ao Ministério do Trabalho, ou ao órgão equivalente, por meio de um sistema tripartite paritário de grupos e comissões, formado por representantes dos empregados, empregadores e também do Governo. ▪Em janeiro de 2020, o Governo anunciou o fim de um processo de revisão e modernização de algumas NRs, como, por exemplo, as de número 7,9, 15, 18 e 20. Os novos textos já estão em vigor e fazem parte de um processo iniciado em 2019. ▪Com a revogação das NRs 2 e 27, que tratavam de inspeção prévia e registro profissional do técnico de segurança do trabalho, respectivamente, hoje estão em vigor 35 normas que contemplam os mais variados ambientes de trabalho. 30 31 ▪SESMT ▪Ergonomia O ambiente de trabalho 32 O ambiente de trabalho ▪Diante de todo o exposto, resta explorarmos os parâmetros responsáveis por determinar se um ambiente de trabalho é salubre, saudável e seguro, ou não. ▪ Dada a infinidade de profissões e atividade existentes atualmente, existe também uma gama enorme de condições e diretrizes que devem ser obedecidas em cada um dos possíveis ambientes de trabalho. ▪Esses parâmetros servem para que o trabalhador labore em perfeitas condições de saúde e segurança, mas, devido ao grande número de variantes, cada um destes ambientes de trabalho também traz diversos riscos. 33 O ambiente de trabalho ▪Em muitas das NRs encontra-se a indicação de que é dever do empregador comunicar, instruir e informar seus empregados sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, bem como fornecer condições para que eles sejam eliminados ou amenizados. ▪Existem diversas formas de criar essa relação entre empregado e empregador, de forma que o ambiente de trabalho seja o mais agradável possível. ▪O Diálogo Diário de Segurança (DDS), por exemplo, é uma das ferramentas de melhoria existentes na gestão de segurança e está previsto como uma das opções a serem implementadas pelo SESMT. 34 SE SM T 35https://youtu.be/wvoV3GdZb6w https://youtu.be/wvoV3GdZb6w SESMT ▪O serviço especializado em segurança e em medicina do trabalho (SESMT), mencionado também em outras NRs, possui sua própria base de orientação, disposta pela Norma Regulamentadora nº 04, e prevê que as empresas devem obrigatoriamente manter o SESMT, no intuito de proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, bem como zelar pela sua saúde. ▪O dimensionamento do serviço é feito de acordo com a gradação de risco da atividade principal da empresa e com o número total de empregados, seguindo as orientações dos Quadros l e II da NR-04, respectivamente. ▪Dentre os profissionais que compõem a equipe do SESMT estão o médico do trabalho, o engenheiro de segurança do trabalho, o técnico de segurança do trabalho, o enfermeiro do trabalho e o auxiliar ou técnico em enfermagem do trabalho. Aos profissionais membros do SESMT, compete, por exemplo: ▪ Aplicar os conhecimentos de engenharia e de medicina do trabalho; ▪ Determinar a utilização de EPI, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido; ▪ Colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações; ▪ Realizar atividades de conscientização, educação e orientação; ▪ Registrar todos os acidentes, todos os casos de doença ocupacional etc. 36 SESMT ▪Os Quadro l e II da NR-04, demonstram a classificação das atividades econômicas de acordo com seu grau de risco e seu uso no processo de dimensionamento do SESMT. ▪O cumprimento da NR é responsabilidade da empresa, que deve garantir o exercício profissional dos membros do SESMT. ▪O impedimento do exercício profissional, mesmo que parcial, constitui infrações, se devidamente comprovadas, passíveis de aplicação de penalidades previstas na NR-28. 37 SESMT 38 SESMT 39 SESMT ▪Além disso, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), previsto pela NR-09, é um importante documento de segurança e saúde do trabalho, elaborado com o intuito de preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle da ocorrência de riscos no ambiente de trabalho. ▪Além de riscos físicos, químicos, biológicos e eventuais condições de periculosidade que podem existir nos diversos tipos de ambientes de trabalho, ainda existem as doenças ocupacionais, muito comuns, sobretudo, nas últimas décadas. ▪Esse tipo de doença é gerado, adquirido ou desencadeado pelo exercício de uma dada atividade ou em função de condições específicas de trabalho 40 SESMT ▪É importante que todos tenham em mente que um profissional que desenvolve uma doença ocupacional possui os mesmos direitos legais de um trabalhador que se envolva em um acidente de trabalho, por exemplo. ▪As equipes do SESMT, sobretudo os médicos e enfermeiros do trabalho, devem estar atentas aos primeiros sinais de desconforto físico, mental ou psicológico de um trabalhador. ▪Podemos citar, entre as doenças ocupacionais mais comuns, as lesões por esforço repetitivo/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/ DORT), as dorsalgias, os transtornos (mentais, de articulações e auditivos), e as varizes nos membros inferiores. ▪Estes problemas podem ser gerados muitas vezes por falta de um ambiente de trabalho adequado ao trabalhador. A NR 17 – Ergonomia, nos instrue como evitar isto. 41 Ergonomia ▪A NR-17, é o conjunto de normas técnicas relativas à ergonomia, que visa estabelecer parâmetros para a adaptação das condições de trabalho as características dos trabalhadores, sejam elas físicas, psíquicas ou biológicas. ▪Essa norma contempla atividadesque envolvem levantamento, transporte e descarga de materiais, condições ambientais do posto de trabalho, mobiliário, carga horária de trabalho, atividades em horário noturno etc. ▪O SESMT, ou qualquer outro profissional que trabalhe com prevenção e levantamento de riscos, deve seguir as orientações da NR-17, para que seja elaborada uma análise ergonômica de qualidade. ▪Desse modo, devem ser realizadas todas as adaptações necessárias para que todo o processo produtivo seja executado e nenhum trabalhador o realize em condição de desconforto ou insegurança. 42 43https://youtu.be/No2BEYN5QNg https://youtu.be/No2BEYN5QNg Acidentes, riscos e prevenção 44 45https://youtu.be/7wz49dXLlt4 https://youtu.be/7wz49dXLlt4 46https://youtu.be/7wz49dXLlt4 https://youtu.be/7wz49dXLlt4 Acidentes, riscos e prevenção ▪Os números oficiais de acidentes de trabalho podem ser encontrados em fontes de dados elaborados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), e pelo Ministério da Cidadania e pela Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. ▪Desde 1969, por exemplo, a OIT produz o anuário de estatísticas do trabalho, tendo um de seus capítulos dedicado exclusivamente aos dados de acidentes de trabalho. A publicação compila e dispõe dados de cada país, como, por exemplo, o número de pessoas acidentadas, os dias de trabalho perdidos e as taxas de acidentes fatais. ▪Por meio de uma estimativa divulgada em 2017, a OIT projetou que os acidentes do trabalho viessem a causar 6,3 mil mortes por dia, resultando em 2,3 milhões de mortes em um ano, em todo o mundo. O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial, com um acidente de trabalho acontecendo a cada 48 segundos e um óbito a cada três horas e 38 minutos, decorrentes da ausência da cultura de saúde e segurança no trabalho. 47 Acidentes de trabalho ▪Para que se possa debater, de forma embasada, as estatísticas relacionadas aos acidentes de trabalho, aos riscos a eles associados e às formas de prevenção, é necessário que haja conhecimento quanto a sua classificação e seus conceitos. Assim, conforme dispõe o art. 19 da lei nº 8213/91, ▪Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 48 Acidentes de trabalho ▪A a Lei nº 8.213/1991, equipara acidentes de trajeto a acidentes de trabalho. Segundo ela, acidente de trajeto é todo aquele que ocorre “no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado”, ficando o empregador responsável por emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), além de garantir a estabilidade de empregado ao trabalhador acidentado que tenha ficado mais de 15 dias afastado. ▪Por expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais também se equiparam a acidentes de trabalho. ▪Define-se a doença profissional como aquela “produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”, e a doença ocupacional como aquela “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso |” 49 Acidentes de trabalho ▪Uma importante ferramenta da qual os profissionais da segurança do trabalho dispõem, no que diz respeito aos acidentes de trabalho, é a NR-05, que trata da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). ▪Este órgão tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar o trabalho e a preservação da vida compatíveis. ▪A CIPA foi uma recomendação feita pela OIT no ano de 1921 e que, 23 anos depois, transformou-se em determinação legal no Brasil. ▪A presença da CIPA é obrigatória a empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes, cooperativas, órgãos da administração pública direta e indireta, associações coorporativas, assim como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. De forma geral, a Comissão possui direitos e deveres de ambos os lados da representação, ou seja, tanto por parte dos empregados quanto dos empregadores. 50 CIPA e a NR 05 51 NRs/nr-01-atualizada-2020.pdf 52https://youtu.be/7E3Fvqffg1U https://youtu.be/7E3Fvqffg1U CIPA ▪Assim, as atribuições gerais da CIPA são: ▪ identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores e assessoria do SESMT; ▪elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; ▪participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; ▪ realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho, visando a identificação de situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; 53 CIPA ▪ colaborar no desenvolvimento e na implementação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), bem como de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; ▪ requisitar ao empregador e analisar informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; ▪ requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; ▪promover, anualmente, em conjunto com o SESMT (quando houver), a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT; 54 CIPA ▪De maneira equivalente, empregador e empregados possuem atribuições especificas em relação à formação e ao funcionamento da CIPA. As principais são descritas nos itens na NR-05. ▪Assim, compete aos empregados: ▪Participar da eleição dos representantes da sua categoria; ▪Colaborar com a gestão da CIPA; ▪ Indicar situações de risco e sugestões de melhoria à CIPA; ▪Aplicar em seu ambiente de trabalho as recomendações disponibilizadas pela comissão. ▪Enquanto ao empregador, compete: ▪Proporcionar, aos membros da CIPA, tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do seu plano de trabalho, bem como de suas atribuições como cipeiro. 55 CIPA ▪CURIOSIDADE ▪Cipeiro é o nome dado ao membro eleito para compor a CIPA. Este, não poderá mais ser demitido desde o registro de sua candidatura até um ano após o término do seu mandato. Ou seja, participar da CIPA tem suas grandes responsabilidades, mas também fornece benefícios e estabilidade. 56 CIPA ▪Ao presidente da CIPA, compete: ▪ convocar os membros para todas as reuniões; ▪manter o empregador informado sobre o andamento das atividades; ▪ coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; ▪delegar atribuições ao vice-presidente; e coordenar as reuniões, encaminhando as decisões acertadas ao empregador e ao SESMT (quando houver). ▪Ao vice-presidente, cabe: ▪executar atribuições que lhe forem delegadas; ▪ substituir o presidente quando houver impedimentos ou afastamentos. 57 CIPA ▪Existem ainda atribuições que são conjuntas do presidente e do vice, sendo elas: ▪ garantir condições necessárias para o desenvolvimento dos trabalhos da CIPA; ▪ zelar para que os objetivos propostos pela CIPA sejam alcançados; ▪delegar atribuições aos membros; ▪promover o relacionamento da CIPA com o SESMT (quando houver); ▪divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores; ▪encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; ▪ constituir a comissão eleitoral. 58 CIPA ▪Desse modo, devemos observar alguns dos principais itens a serem seguidos para a organização de uma CIPA,de acordo com o que preconiza a NR 05: ▪a CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com a quantidade de membros, previsto no Quadro I da NR-05; ▪Os representantes dos empregadores se elegem por designação própria; ▪os representantes dos empregados são eleitos por voto secreto, disponibilizando os candidatos de acordo com seu interesse; ▪quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR, podendo haver participação dos empregados, por meio de negociação; ▪o mandato dos membros da CIPA tem duração de um ano, podendo haver reeleição; ▪ serão garantidas, aos membros da CIPA, condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa; 59 CIPA 60 *NR4 Empregados elegerão: 2 efetivos e 1 suplente Empregador Indicará: 2 Efetivos e 1 Suplente NRs/NR-05.pdf NRs/nr-04.pdf CIPA ▪O presidente da CIPA é designado pelo empregador, dentre seus representantes, e o vice-presidente será escolhido pelos representantes dos empregados, dentre os titulares; ▪a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido ou ser desativada pelo empregador antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades. 61 CIPA ▪Mesmo diante de tantas recomendações e procedimentos, é preciso que sejam seguidos os itens preconizados pela NR-05 sendo: ▪ As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado, possuindo ata oficial, assinada por todos os membros presentes e encaminhada a todos os membros da comissão; ▪ Tais reuniões devem acontecer quando houver denúncia de situação com risco grave e iminente, ocorrer algum acidente de trabalho grave ou fatal ou houver solicitação expressa de uma das representações; ▪ Um membro titular perderá seu cargo para um suplente quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem a devida justificativa; 62 CIPA ▪Conhecidos os processos de formação, as atribuições dos membros e os parâmetros de funcionamento e gestão da CIPA, faz-se necessário fornecer treinamento aos membros da Comissão, tanto para titulares como para os suplentes, para que tenham subsídios suficientes para comandar o andamento das atividades. ▪Os treinamentos devem ocorrer antes da posse e ter duração total de 20 horas, podendo ser dividida em, no máximo, 8 horas diárias. ▪As empresas que não estiverem elencadas no Quadro I da NR 5 deverão promover, anualmente, treinamento para o empregado designado como responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR 5. 63 CIPA ▪A demais, entre os itens do treinamento devem constar: ▪O reconhecimento do ambiente de trabalho, das condições de trabalho e dos riscos do processo produtivo; ▪Noções sobre acidentes, doenças do trabalho e AIDS, bem como medidas de prevenção; ▪Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária, relativas à segurança e saúde do trabalhador; ▪Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle de risco; ▪Dentre outros assuntos pertinentes ao exercício da função de cipeiro. 64 Comunicação de Acidente de trabalho ▪Como vimos, uma das atribuições da CIPA consiste em requisitar à empresa, as cópias das CAT, ou comunicação de acidente de trabalho, emitidas. ▪Elas consistem de um documento emitido para registrar e reconhecer os acidentes ocorridos com os trabalhadores, sejam eles de trabalho ou de trajeto, assim como uma doença ocupacional. ▪A empresa tem a obrigação de informar à Previdência Social todos os acidentes ocorridos com seus colaboradores, mesmo que não haja afastamento, até o primeiro dia útil após a data do ocorrido, podendo haver penalização financeira à empresa que não cumprir com os prazos. ▪Não sendo aberta a CAT por parte do empregador, o próprio empregado envolvido no acidente ou possuidor da doença ocupacional em questão poderá dar entrada nesse registro, junto à Previdência Social, ou solicitar que isso seja realizado por algum dependente seu, representante sindical da sua categoria profissional, médico ou autoridade pública. Nesse caso, a empresa continua passível de multa. 65 Comunicação de Acidente de trabalho ▪ Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permite que seja feito o registro da CAT online, mas está sendo totalmente substituído pelo E-social até junho de 2022. 66 67https://youtu.be/xNFAHAksudc https://youtu.be/xNFAHAksudc Comunicação de Acidente de trabalho ▪Assim, efetuar o devido registro de todos os acidentes de trabalho e de trajeto, bem como das eventuais doenças ocupacionais, é uma atitude preventiva para o trabalhador, podendo evitar transtornos futuros quanto à Previdência Social, bem como para o empregador, que pode enfrentar penalizações por negligência de assistência aos seus empregados. 68 RISCOS ▪Segundo a Norma Regulamentadora nº 01, um risco relacionado ao trabalho, ou risco ocupacional, consiste da: ▪ [...] combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas a agentes nocivos relacionados aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas de saúde que podem ser causados pelo evento ou exposição. 69 NRs/nr-01-atualizada-2020.pdf 70https://youtu.be/2SaFfsCxXmg https://youtu.be/2SaFfsCxXmg RISCOS ▪De acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e a Fundação Oswaldo Cruz, os riscos do trabalho podem ser divididos em cinco categorias, sendo elas: ▪riscos de acidentes, riscos ergonômicos, riscos físicos, riscos químicos e riscos biológicos. 71 72https://youtu.be/YbSYz537y0w https://youtu.be/YbSYz537y0w Riscos ▪Risco de Acidentes: Fatores que expunham o trabalhador a alguma situação de vulnerabilidade que coloque em risco sua integridade física, mental ou psicológica. São exemplos desse tipo de risco a existência, no ambiente de trabalho, de máquinas e equipamentos sem proteção para partes cortantes, arranjo inadequado do layout do ambiente de trabalho etc. ▪Riscos Ergonomicos: Fatores que possam alterar as características psicofisiológicas do trabalhador, gerando algum tipo de desconforto ou danos à sua saúde. ▪Profissões da área da construção civil, bem como processos automotivos, administrativos e alimentícios são comumente associadas a queixas ergonômicas por parte de seus colaboradores. São exemplos: mobília inadequada às atividades, postura incorreta de trabalho, peso em excesso etc. 73 RISCOS ▪A NR-17 (ergonomia) estabelece parâmetros para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto e segurança, e um desempenho eficiente. ▪Agentes de riscos físicos consistem de diversas formas de energia às quais os trabalhadores podem estar expostos, tais como: ruído, calor, pressão, radiações ionizantes e não-ionizantes, frio, vibração, umidade etc. ▪Cada um desses agentes possui uma metodologia de avaliação (quantitativa ou qualitativa) e limites de tolerância, dispostos na NR-15 - Atividades e operações insalubres (Quadro 3) e seus anexos. 74 RISCOS 75 NR15 76 NRs/nr-15-atualizada-2021.pdf RISCOS ▪São considerados agentes de riscos químicos todos os compostos, substâncias ou produtos que possam ser inalados pelo trabalhador, como, por exemplo, Poeiras, névoas, gases e fumos; ▪Que possuam capacidade de absorção cutânea ou possam ser ingeridos, como, 77 por exemplo, produtos químicos de limpeza, resinas, tintas etc. ▪Cada um desses agentes possui uma metodologia de avaliação e limites de tolerância, dispostas na NR-15 - Atividades e operações insalubres (Quadro 4) e seus anexos. RISCOS ▪São considerados agentes de risco biológico os fungos, os vírus, as bactérias, os protozoários etc. Tais riscos são associados a trabalhadores de laboratórios, hospitais, clínicas veterinárias, sistemas de tratamento de esgoto, coletade lixo urbano, cemitérios, dentre outros, conforme descrição do Anexo nº 14 - Agentes Biológicos, da NR-15, e suas metodologias de avaliação são feitas de forma qualitativa. ▪Um dos pontos necessários para diminuir ou eliminar riscos é a criação do mapa de riscos, conforme preconizado pela NR-05, na primeira alínea do item 5.16, que deve ser elaborado com assessoria do SESMT, onde houver. ▪Um mapa de risco nada mais é do que uma representação esquemática de todos os riscos levantados em um determinado ambiente de trabalho, que possam acarretar prejuízos à saúde do trabalhador. 78 79https://youtu.be/Yl2brH8xuW0 https://youtu.be/Yl2brH8xuW0 RISCOS ▪O mapa de risco é apresentado graficamente, com o auxílio de círculos de cores e tamanhos diferentes, que representam os diferentes graus de risco. ▪Todos os trabalhadores podem e devem colaborar com esta etapa, utilizando as ferramentas de mapeamento para o levantamento das informações de todos os ambientes, incluindo dados de equipamentos, instalações, produtos, fluxos, resíduos e atividades gerais. 80 Mapa de Risco 81 82https://youtu.be/85K0cMaPsKw https://youtu.be/85K0cMaPsKw MAPA DE RISCO 83 Mapa de risco ▪Os responsáveis pela elaboração do mapa de risco são os membros da CIPA, com possível assessoria dos membros do SESMT, tomando como base as informações coletadas na fase de levantamento de dados do ambiente. Para sua elaboração, deverão ser seguidas quatro etapas, sendo elas: ▪ conhecer o processo de trabalho; ▪ identificar os riscos existentes; ▪ identificar a fonte geradora do risco; ▪ identificar quais serão as medidas preventivas a serem tomadas. ▪Toda empresa deve apresentar um mapa de riscos, que deve ser atualizado sempre que houver alterações nos processos de trabalho ou no layout do ambiente, uma vez que ele é elaborado com base na planta baixa ou no esboço do local de trabalho. ▪Para o caso de empresas que não possuam CIPA e SESMT, o empregador poderá contratar o serviço de uma consultoria de segurança do trabalho para elaboração do mapa de risco. 84 Risco Toxicológico ▪A higiene ocupacional, sobretudo ao lidar com agentes químicos, deve possuir um alinhamento grande com a toxicologia ocupacional e com a medicina do trabalho. ▪Um programa de saúde do trabalhador deve ser embasado em conhecimentos aprofundados de toxicologia para que os riscos de exposição possam ser estimados de maneira exata e ações de controle e prioridades sejam estabelecidas. ▪Alguns dos pontos principais aos quais o higienista deve se atentar, quanto às medidas de controle referentes à toxicidade de produtos, dizem respeito as vias de penetração, a vida biológica do agente e a todas as suas eventuais interações, dentro e fora do organismo do receptor. ▪Obviamente, riscos químicos advêm de produtos desta mesma origem, e cada um deles possui sua concentração tóxica e um limite de tolerância de exposição, com algumas exceções, nos quais esse limite não existe e não há tolerância. 85 Risco Toxicológico ▪As relações entre dose-efeito e dose-resposta são fundamentais para a fixação de um limite de exposição ocupacional (LEO) correto. ▪Na prática da higiene ocupacional, a forma de se estimar a dose de um agente químico ao qual um grupo de trabalhadores está exposto é pela medida de concentração no ar. Em cenários ideais, é possível dizer que a exposição não existe quando a concentração ambiental for próxima a zero ou não há a presença do agente. ▪Porém, no caso de baixíssimas concentrações de um agente, quando será considerada a exposição ao trabalhador? De maneira geral, a exposição significativa se inicia a partir da metade do LEO e este valor recebe o nome de nível de ação (NA). ▪A OSHA (Occupational Safety and Health Administration), órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos, define NA como o ponto a partir do qual as atividades do padrão proposto devem ser iniciadas, como medidas periódicas da exposição através da monitorização ambiental e biológica e controle médico. 86 Risco Toxicológico ▪A ACGIH, uma associação de profissionais dos EUA, possui um comitê com a atribuição de editar anualmente os TLVs (Threshold Limit Values, ou Valores Limites Limiares), por meio de um estudo detalhado de todas as informações científicas disponíveis. ▪Para ela, os TLVs (ou VLLs) referem-se a concentrações de substâncias dispersas na atmosfera e representam condições sob as quais supõe-se que quase todos os trabalhadores podem estar expostos dia após dia sem efeitos adversos a saúde. ▪Concentrações mantidas abaixo dos VLLs, sem nunca os ultrapassar, ainda podem gerar desconforto em alguns indivíduos de uma mesma comunidade. Uma porcentagem da população pode, inclusive, ter uma condição preexistente agravada ou mesmo desenvolver uma doença ocupacional. ▪Além disso, os VLLs servem de parâmetro para trabalhadores que se expõem a algum agente durante oito horas diárias e 40 horas semanais. 87 Risco Toxicológico ▪Os VLLs não devem ser utilizados como prova de existência ou ausência de uma doença ocupacional, uma vez que a concentração de um determinado agente não significa, obrigatoriamente, que o trabalhador esteja sofrendo exposição ou desenvolvendo alguma doença ocupacional. ▪Mesmo com as recomendações da ACGIH (Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais), que advertem que os TLVs não devem ser adotados por países que possuam condições (tecnológicas, climáticas etc.) diferentes das norte-americanas, nota-se que se tais limites fossem estabelecidos no Brasil, as fontes de dados científicos que serviriam de base para os valores brasileiros seriam idênticas as utilizadas pelo comitê norte- americano, pois inexistem grandes estudos brasileiros nessa área. Ou seja, as conclusões seriam praticamente as mesmas, com algumas pequenas adaptações. 88 Risco Toxicológico ▪Quem indica os TLVs no Brasil é o Ministério do Trabalho, por meio de sua Portaria nº 3.214, a NR- 09, como o padrão a ser seguido quando não existir, na lista preconizada pela NR-15, um limite de tolerância para uma determinada substância. ▪Assim, conclui-se que limites de tolerância e exposição devem ser tratados com particularidades e especificidades para cada local, país ou atividade. ▪Nota-se haver, também, um relacionamento estreito entre a higiene ocupacional e a toxicologia ocupacional, bem como uma possibilidade e/ou tendência de junção entre as duas ciências, para que tratem da exposição ocupacional a agentes químicos, bem como suas interações com os organismos e todos os fatores agravantes, e suas formas de prevenção. 89 Equipamento ▪De acordo com a Norma Regulamentadora nº 06, considera-se equipamento de proteção individual (EPI), “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 1978c). O Artigo 166 da CLT discorre que: ▪A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. ▪Existem EPIs para todo e qualquer tipo de risco, sejam eles físicos, químicos, biológicos etc. Podem ser utilizados EPIs para proteção respiratória (máscaras e respiradores), auditiva (protetores auriculares e abafadores), e térmica (japonas, macacões, luvas, botas), bem como para proteção da cabeça (capacetes e balaclava), dos olhos e da face (óculos, protetor facial e máscara de solda), dentre outros tantos tipos. 90 91https://youtu.be/R7VpzTROE6s https://youtu.be/R7VpzTROE6s NR6 92 NRs/nr-06.pdf Equipamento ▪CURIOSIDADE ▪Segundo dados da ANIMASESG (2019), o mercado de EPIs no Brasil movimentou mais de R$ 8.5 bilhões, sendo mais de R$ 2.7 bilhões referentes a luvas (de segurançae hospitalares) e mais de R$ 228 milhões destinados à compra de EPIs para proteção respiratória. 93 Equipamento ▪O SESMT, dentro de suas atribuições, deve recomendar os EPIs adequados ao risco existente em cada atividade ao empregador, a quem caberá: ▪ adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade e exigir seu uso; ▪ fornecer ao trabalhador EPIs aprovados pelo trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e a conservação; ▪ responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; ▪ comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; ▪ e registrar o seu fornecimento. ▪O empregado, por sua vez, fica responsável por: ▪ utilizar o EPl apenas para a finalidade a que se destina; ▪ responsabilizar-se pela guarda e conservação dos equipamentos; ▪ comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; ▪ e seguir orientações do empregador quanto ao uso adequado. 94 Equipamento ▪Conforme mencionado em Norma, todo e qualquer EPI só poderá ser posto a venda ou utilizado com a indicação do seu certificado de aprovação (C.A.), expedido pelo órgão nacional competente. ▪O C.A. nada mais é do que uma garantia técnica de que determinado equipamento pode ser utilizado como um EPI e possui condições de proteger o usuário, sem quaisquer danos 95 Equipamento ▪Requisitos mínimos para aprovação do EPI ▪Os procedimentos e os requisitos técnicos mínimos para a avaliação de um EPI, bem como para a emissão, renovação ou alteração de C.A., são estabelecidos pela Portaria nº 11.347, de 6 de maio de 2020, que também dá outras providências, definindo os procedimentos e requisitos técnicos em relação: ▪ a avaliação de equipamento de proteção individual; ▪ aos certificados de conformidade e relatórios de ensaio; ▪ ao prazo de validade do certificado de aprovação; ▪ à migração de certificados de aprovação; ▪ a comercialização e marcações obrigatórias; ▪ a fiscalização do equipamento de proteção individual; ▪ à suspensão do certificado de aprovação. 96 SINTETIZANDO ▪Os diversos acontecimentos históricos envolvendo a saúde e a segurança do trabalhador, que aconteceram ao redor do mundo, culminaram no que hoje são as legislações trabalhistas, os direitos dos trabalhadores, as políticas de saúde, segurança e higiene ocupacional e as Normas Regulamentadoras. ▪Cada uma das NRs possui particularidades e foram estabelecidas após anos e anos de pesquisas e observações, feitas por pesquisadores e legisladores, nos últimos séculos. ▪A higiene ocupacional não é uma ciência de um determinado profissional, com uma única formação específica. Um higienista ocupacional deve manter-se atualizado aos avanços tecnológicos e conhecimentos técnicos da área, ter capacidade de ser compreendido pelos diversos níveis hierárquicos de trabalhadores com os quais irá lidar e possuir visão ampla, para identificar todos os riscos inerentes as atividades com as quais trabalha, antecipar ações e traçar medidas de gerenciamento de riscos. 97 SINTETIZANDO ▪Os mais diversos ambientes de trabalho existentes atualmente trazem consigo uma gama enorme de riscos associados, sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou, ainda, riscos associados à periculosidade, comumente mais fatais que os demais. Riscos e acidentes possuem relação direta e talvez sejam os pontos mais importantes aos quais o profissional de segurança deve se dedicar. ▪O papel do profissional de segurança do trabalho é, antes de tudo, evitar a existência de riscos no ambiente de trabalho. Não sendo possível, o objetivo passa a ser a atenuação ou amenização dos riscos por meio de programas de segurança que envolvam desde o uso de EPI, até mapas de riscos e outras ferramentas de gerenciamento, que deverão ser elaboradas e implementadas pela CIPA e pelo SESMT, quando houver. 98 SINTETIZANDO ▪Um ambiente de trabalho saudável e seguro demanda a participação de todos, sejam eles membros de CIPA e SESMT, ou trabalhadores contratados, terceirizados, diretores ou sócios. O uso correto de equipamentos de proteção individual, bem como a implantação de equipamentos de proteção coletiva, conjuntamente com políticas de segurança e treinamentos, e o respeito às Normas Regulamentadoras, são passos fundamentais para a saúde de qualquer empresa ou instituição. ▪O crescimento de qualquer empreendimento depende diretamente da satisfação e da disposição com as quais seus colaboradores prestam seus serviços, que dependem diretamente da valorização e do reconhecimento de profissionais de saúde, segurança, meio ambiente e higiene ocupacional. 99 100https://youtu.be/mvOpzyyS_ag https://youtu.be/mvOpzyyS_ag ▪Evolução da legislação ▪Órgãos competentes ▪Normas Regulamentadoras Aspectos legais da saúde e segurança do trabalho 101 Objetivos da unidade ▪Discutir sobre a evolução das legislações que regem a segurança e saúde do trabalho no Brasil; ▪Identificar quais órgãos são competentes quanto à segurança e saúde do trabalho no Brasil; ▪Conhecer melhor cada norma regulamentadora e demais ferramentas legais vigentes. 102 Tópicos de estudo ▪ Evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪ Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪ Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil ▪ Normas Regulamentadoras ▪ Outras legislações pertinentes 103 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Assim como as tecnologias, que avançam e se modernizam com o passar dos anos, as legislações também sofrem alterações e adequações necessárias ao seu processo de assimilação e até mesmo de serventia. ▪De nada adiantaria uma legislação criada no século passado diante das constantes mudanças das formas e modelos de trabalho da atualidade. ▪ Reconhecido como um dos primeiros dispositivos legais relativos à proteção do trabalho, o Decreto nº 1.313, de 1891, é considerado um marco no tocante à inspeção do trabalho no Brasil, pois foi a partir dele que se iniciaram as atividades de fiscalização permanente de fábricas onde houvesse menores trabalhando. 104 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪O Decreto, como o próprio caput diz, estabeleceu providências para regularizar o trabalho de menores empregados nas fábricas da Capital Federal à época. ▪O objetivo era regularizar o trabalho infantil de crianças do sexo feminino (de 12 a 15 anos de idade) e masculino (de 12 a 14 anos) em relação ao ambiente e à jornada de trabalho. ▪As atividades por parte de crianças menores de 12 anos eram proibidas, exceto para casos de aprendizes em fábricas têxteis, a partir dos oito anos de idade. ▪As jornadas de trabalho instituídas eram de sete a nove horas. ▪Há alguns anos, ficou estabelecido, pela legislação atual, que o trabalho infantil é crime. 105 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪No entanto, na época em que o Decreto nº 1.313 foi publicado, crianças de pelo menos oito anos de idade já eram permitidas em ambientes fabris, daí sua importância quanto ao processo de fiscalização das condições de trabalho desses menores. ▪Inspetores eram obrigados a visitar todas as fábricas ao menos uma vez ao mês e apresentar anualmente, aos órgãos competentes, um relatório com as ocorrências mais relevantes em relação as condições de trabalho dos menores, seus dados pessoais, seu grau de alfabetização etc. ▪Para os dias atuais, é um absurdo imaginar crianças trabalhando, ainda mais em fábricas. ▪No entanto, à época, regulamentar e fiscalizar as condições de trabalho desses menores era um avanço nas políticas de saúde e segurança do trabalhador no Brasil. 106 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Algumas medidas importantes eram tomadas com base nos relatórios apresentados pelos inspetores, como, por exemplo, a obrigação de disponibilizar pelo menos 20 m² de ar respirávela cada operário, dada a percepção do alto grau de insalubridade do ar das fábricas. ▪Além disso, surgiram padronizações referentes aos solos das fábricas, que deveriam ser secos e impermeáveis; e à ventilação, que deveria ser franca e completa, evitando que houvesse confinamento de ar, além de adequações e proibições quanto ao trabalho de menores em atividades em depósitos de carvão vegetal ou animal, manipulações diretas de fumo, petróleo, benzina, ácidos corrosivos, entre outros produtos. 107 108https://youtu.be/8jx8OuHFwMQ https://youtu.be/8jx8OuHFwMQ A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Outro item legal de bastante importância no cenário nacional foi o Decreto pride nº 3.724, de 1919, que apresentou evoluções em relação ao Decreto nº 1.313, apesar de ainda considerar legal o trabalho infantil e abranger praticamente apenas os trabalhadores da construção civil. ▪Sua redação, porém, abordava diversos pontos que hoje são parte das legislações previdenciárias, como a Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social. ▪Os principais beneficiados pelo Decreto nº 3.724 foram os operários da construção civil, de transportes de carga e descarga, indústrias e trabalhos agrícolas. Categorias da saúde, por exemplo, ficaram de fora do texto. ▪No entanto, alguns pontos muito importantes foram dispostos, como a regularização de indenizações para casos de morte ou incapacidade total ou permanente e a obrigatoriedade da declaração de Acidente (primeira versão da nossa atual Comunicação de Acidente do Trabalho). 109 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪À época, a declaração cobria apenas casos em que o trabalhador fosse obrigado a ausentar-se do trabalho, e o julgamento era feito pela justiça comum, já que a Justiça do Trabalho seria instituída apenas com a promulgação da Constituição de 1934, alguns anos depois da criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas. ▪Mais à frente, em 1943, ocorria um dos marcos mais importantes quando o assunto é saúde e segurança do trabalhador. Por meio do Decreto-Lei nº 5.452, era promulgada a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. ▪Em um mesmo documento, foram compiladas as legislações sobre direito do trabalho e segurança e saúde no trabalho (SST). 110 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Desde sua publicação original, a CLT já contava com o capítulo V - Da Higiene e Segurança do Trabalho, que, posteriormente, em 1977, seria alterado para Da Segurança e da Medicina do Trabalho. ▪Até meados dos anos 1970, a legislação de segurança do trabalho no Brasil era basicamente corretiva, e não preventiva. ▪A preocupação existia, mas apenas com as indenizações dos trabalhadores acidentados, sem qualquer interesse em investigar qual a origem dos acidentes ou o motivo pelo qual eles ocorriam, mesmo as empresas já sendo obrigadas a manter ativo o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). 111 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Este, porém, servia apenas para doenças em geral, sem direcionamento ao caráter ocupacional. ▪Em 1978, a Portaria nº 3.214, precedida da Lei nº 6.514, de 1977, estabeleceu as Normas Regulamentadoras (NRs), utilizadas como parâmetros de saúde e segurança do trabalho até os dias de hoje. ▪Apesar de já ter se passado mais de 40 anos, algumas dessas normas ainda carecem de revisões e adequações a realidade de hoje. ▪Houve propostas de atualizações, recentemente, que podem trazer renovação e facilitação burocrática em relação aos textos antigos da década de 1970. 112 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪A carência de legislações específicas da área de SST relacionava-se à falta de profissionais capacitados e qualificados, com conhecimentos atualizados. ▪Apenas em 1985, por meio da Lei nº 7.410, foi instituída a especialização de engenheiro de segurança do trabalho e a profissão de técnico de segurança do trabalho. Esses profissionais foram, sem dúvida, essenciais aos avanços em SST que nos trouxeram até às legislações de hoje. ▪Profissionais da área de SST devem ter conhecimento das mais variadas legislações, sendo as principais a trabalhista, a previdenciária e a ambiental. ▪A trabalhista é, sem dúvida, a que o profissional de segurança deve ter maior domínio, sobretudo em relação às NRs e à CLT. ▪A legislação previdenciária merece o posto de segunda mais relevante, pois se relaciona diretamente a trabalhista e define os acontecimentos provenientes dos acidentes, as prestações financeiras e os termos das aposentadorias especiais e laudos. 113 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Por último, mas não menos importante, a legislação ambiental estabelece vários pontos de interseção com as demais citadas anteriormente. ▪Um exemplo clássico é o ruído, que, apesar de ser um problema local, da empresa, pode transpor os seus limites e trazer prejuízos à população do entorno, tornando-se um problema ambiental regido por legislações específicas. ▪O ano de 1994 tem bastante relevância no cenário nacional da SST, pois foi fundada, naquele ano, a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO) e instaurada a obrigatoriedade, por parte de empregadores, da apresentação de programas prevencionistas, como, por exemplo, o PPRA, PCMSO, PCMAT etc. 114 115https://youtu.be/oCtlUoh0VZo https://youtu.be/oCtlUoh0VZo A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Dez anos depois, em 2004, destaca-se o processo de reformulação da legislação previdenciária, introduzindo a obrigatoriedade das normas técnicas da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), criada em 1966, com operações iniciadas apenas em 1969. ▪Talvez um dos avanços mais atuais das legislações do trabalho tenha sido a promulgação da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), por meio do Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011, que traça alguns parâmetros e diretrizes para o bom gerenciamento do trabalho no País; e do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT), de 2012, que tem por objetivo instituir ações capazes de reduzir o número de acidentes de trabalho e mortes de trabalhadores e dar assistência aos acidentados. 116 A evolução das legislações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ▪Além disso, as Normas Regulamentadoras vêm passando por atualizações desde o início de 2019, como medida de atualização, adequação à realidade e redução de processos burocráticos que se arrastam desde sua criação. ▪Vale lembrar que as alterações são feitas com base no modelo tripartite paritário, do qual fazem parte o governo, empregados e empregadores. 117 O Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪A Consolidação das Leis do Trabalho, popularmente chamada de CLT, está em vigor há mais de 70 anos e é basicamente um guia do trabalho no Brasil. ▪Por meio do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a CLT foi aprovada no governo de Getúlio Vargas e trouxe inúmeras modernizações e regulamentações quanto ao trabalho (urbano, rural, de relações coletivas e individuais) no País. ▪Talvez o maior valor da CLT seja seu poder de impedir que relações de abuso sejam cometidas por parte de empregadores. Em termos claros, a CLT veio para aclarar os direitos dos trabalhadores e deixar bem delimitados todos os deveres dos empregadores, garantindo condições mínimas de trabalho. ▪Um exemplo clássico é a introdução do direito processual nas discussões trabalhistas, bem como a exigência da celeridade processual, ou seja, a agilidade em julgar processos trabalhistas, que, a época da promulgação, costumavam demorar muito tempo até serem julgados. 118 119https://youtu.be/x3a2PKNAYWM https://youtu.be/x3a2PKNAYWMO Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪A CLT trouxe muitas definições importantes, capazes de impedir que brechas sejam utilizadas como ferramenta de beneficiamento, principalmente por parte dos empregadores, como, por exemplo, os próprios conceitos de empregador e empregado: ▪Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos de atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. ▪Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 120 O Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪Mais do que definições, a CLT regularizou a relação de serviço entre patrão e empregado e trouxe avanços até hoje muito elogiados por especialistas, como: ▪À obrigatoriedade da carteira de trabalho e previdência social (CTPS) para qualquer pessoa empregada. Na CTPS, devem estar registradas todas as informações referentes à vida profissional do empregado, essenciais à garantia dos direitos previstos pela própria CLT, como, por exemplo, o seguro- desemprego e o FGTS; ▪À limitação do mínimo valor de salário que um trabalhador deve receber enquanto contratado como empregado, ou seja, o famoso salário-mínimo. Seu cálculo deve levar em conta despesas de uma pessoa adulta com alimentação, vestuário, transporte, higiene e habitação. No ano de 2022, o salário mínimo no Brasil recebeu um reajuste de 10%, posto em vigor, passando a ter o valor de R$ 1.212,00; 121 O Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪A CLT estipulou uma jornada de trabalho diária de oito horas, o que equivale a 40 horas semanais, sendo permitidas até 44 horas semanais, a depender de acordos entre empregado e empregador. Antes dessa delimitação da CLT, os trabalhadores chegavam a trabalhar até 12 horas diárias; ▪ Ficou garantido a toda mulher gestante o direito à licença-maternidade, que deverá ser de 120 dias (quatro meses), podendo ser oferecidas, por opção do empregador, licenças de até 180 dias (seis meses). Além disso, é assegurada à empregada a estabilidade no emprego desde o momento em que a gravidez for descoberta até cinco meses após o parto; ▪É garantido um adicional de 20% na remuneração ao trabalhador que desenvolver trabalho noturno, ou seja, entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. Caso o empregado trabalhe em regime de revezamento ou escalas semanais ou quinzenais, esse direito deixa de vigorar; 122 O Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪O Decreto-Lei ainda garantiu aos trabalhadores o direito à greve. Fica a critério dos trabalhadores identificar a necessidade e a oportunidade para exercerem seus direitos de paralisação. O que é necessário como pré-requisito é que os empregadores sejam avisados com pelo menos 48 horas de antecedência. Cabe ao sindicato da categoria coletar as informações referentes ao motivo da greve, organizar documentos etc. ▪A publicação da CLT foi um marco importantíssimo para as legislações trabalhista e previdenciária no Brasil no que diz respeito aos deveres e direitos dos empregados. ▪Foram traçados, também, deveres importantes do empregador, como a obrigatoriedade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Deve ser recolhido 8% do salário bruto do empregado para o FGTS, que pode ser sacado em algumas situações específicas como: demissão (sem justa causa); aquisição de casa própria; diagnóstico de câncer, aids e outras doenças graves; e aposentadoria. 123 O Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ▪Além disso, a CLT estipulou o pagamento do 13º salário, que é feito com base na remuneração mensal do trabalhador e pode ser pago em até duas vezes, sendo a primeira até o dia 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro do mesmo ano. ▪As relações de trabalho vêm mudando constantemente, e espera-se que as legislações também sofram alterações com o passar dos anos. ▪É papel de cada trabalhador estar ciente de seus direitos e exigi-los de seus empregadores ou à Justiça do Trabalho, quando necessário for. 124 Resolução do último exercício ▪1- Sobre as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), analise as afirmativas a seguir a luz da NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e marque: I. O empregador designará entre seus representantes o vice-presidente da CIPA e os representantes dos empregados escolherão, entre os titulares, o presidente. II. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. III. Os membros da CIPA, eleitos e designados, serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. A. se somente a afirmativa I estiver correta. B. se somente a afirmativa II estiver correta C. se somente a afirmativa III estiver correta D. se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. E. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 125 Resolução do último exercício ▪2-Sobre as atribuição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de acordo com a Norma Regulamentadora 5, assinale a alternativa INCORRETA. A. elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho B. participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho C. realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho, visando a identificação de situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores D. identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores e assessoria do SESMT E. emitir no prazo de um dia útil todas as CAT da empresa F. Resposta correta promover, anualmente, em conjunto com o SESMT (quando houver), a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT; 126 Resolução do último exercício ▪3-O quadro 01 da NR 05 demonstra como deve ser feito o dimensionamento da CIPA. Uma indústria que produz tubos de aço com costura, é definida no quadro 01 da NR 4 como de Grau de Risco 4. Sabendo que esta indústria tem 1500 funcionários, quantos membros efetivos e suplentes devem formar a CIPA como um todo? (eleitos + indicados) 127 ▪9 Efetivos, 7 Suplentes ▪18 Efetivos, 14 Suplentes ▪13 efetivos, 10 suplentes ▪6 efetivos, 4 suplentes ▪Não é necessário CIPA Resolução do último exercício ▪4-Uma ambulância, em deslocamento rápido por via urbana, conduzia ao hospital Roberto, um operário da construção civil com fratura exposta na clavícula, acidentado na obra predial em que trabalhava. ▪A bordo do veículo havia, além da vítima, o condutor e um auxiliar de enfermagem. No trajeto para o hospital, a ambulância colidiu contra dois transeuntes: ▪Fábio, um trabalhador com vínculo empregatício formal, que ia de casa para o trabalho; ▪Leandro, um trabalhador informal que nunca teve registro na previdência social e que, no momento do acidente, fazia o trajeto trabalho-casa. ▪As cinco pessoas envolvidas no acidente sofreram fratura na tíbia. Quanto à saúde e à segurança no ambiente de trabalho e ao conceito legal de acidente do trabalho, considerando-se a situação hipotética narrada no texto, é correto afirmar que: 128 Resolução do último exercício ▪Leandro sofreu acidente do trabalho, pois, no momento da colisão, fazia o trajeto trabalho-casa. ▪Fábio sofreu acidente do trabalho, pois, no momento da colisão, estava a caminho do trabalho. ▪a fratura sofrida pelo auxiliar de enfermagem não seria considerada acidente do trabalho caso se constatasse que, no momento da colisão, ele estivesse sem o cinto de segurança. ▪o condutor da ambulância não sofreu acidente do trabalho, pois foi o culpado pela batida. ▪a equipe de socorro móvel não está protegida pela lei que dispõe sobre acidente do trabalho, devendo, nesse caso, o hospital empregador arcarcom todo o tratamento e amparo financeiro da equipe. 129 Resolução do último exercício ▪5-Um Técnico de Segurança do Trabalho, na instituição, identificou alguns agentes nocivos aos trabalhadores que não estavam contemplados no mapa risco: ▪1) iluminação inadequada, 2) umidade, 3) animais peçonhentos, 4) óleo solúvel em água e 5) pó em cima dos móveis. ▪Estes riscos ocupacionais, de acordo com a sua natureza, são classificados, respectivamente, como risco: ▪ergonômico, físico, de acidente, químico e químico. ▪ergonômico, de acidente, biológico, químico e biológico ▪de acidente, biológico, biológico, de acidente e biológico ▪de acidente, físico, de acidente, químico e químico ▪de acidente, físico, biológico, químico e biológico. 130 Resolução do último exercício ▪5-Um Técnico de Segurança do Trabalho, na instituição, identificou alguns agentes nocivos aos trabalhadores que não estavam contemplados no mapa risco: ▪1) iluminação inadequada, 2) umidade, 3) animais peçonhentos, 4) óleo solúvel em água e 5) pó em cima dos móveis. ▪Estes riscos ocupacionais, de acordo com a sua natureza, são classificados, respectivamente, como risco: ▪ergonômico, físico, de acidente, químico e químico. ▪ergonômico, de acidente, biológico, químico e biológico ▪de acidente, biológico, biológico, de acidente e biológico ▪de acidente, físico, de acidente, químico e químico ▪de acidente, físico, biológico, químico e biológico. 131 Resolução do último exercício ▪A figura abaixo representa um Mapa de Riscos. Com base nesse Mapa de Riscos, assinale a afirmativa correta. 132 A. Na bancada, foram identificados riscos biológico, ergonômico e de acidentes, sendo todos de grau pequeno. B. Não é correto informar vários riscos em um único círculo, pois, dessa forma, não é expresso o grau de risco de cada um deles C. O risco indicado pela legenda de cor vermelha na bancada se refere ao físico em grau de risco alto D. No armário, o risco indicado pela legenda de cor amarela se refere ao risco ergonômico em grau de risco pequeno. Resolução do último exercício ▪A figura abaixo representa um Mapa de Riscos. Com base nesse Mapa de Riscos, assinale a afirmativa correta. 133 A. Na bancada, foram identificados riscos biológico, ergonômico e de acidentes, sendo todos de grau pequeno. B. Não é correto informar vários riscos em um único círculo, pois, dessa forma, não é expresso o grau de risco de cada um deles C. O risco indicado pela legenda de cor vermelha na bancada se refere ao físico em grau de risco alto D. No armário, o risco indicado pela legenda de cor amarela se refere ao risco ergonômico em grau de risco pequeno. Resolução do último exercício ▪A respeito dos EPIs marque a opção INCORRETA: ▪De acordo com a Norma Regulamentadora nº 06, considera-se equipamento de proteção individual (EPI), “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” ▪A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados ▪Existem EPIs para todo e qualquer tipo de risco, sejam eles físicos, químicos, biológicos etc. Podem ser utilizados EPIs para proteção respiratória (máscaras e respiradores), auditiva (protetores auriculares e abafadores), e térmica (japonas, macacões, luvas, botas), bem como para proteção da cabeça (capacetes e balaclava), dos olhos e da face (óculos, protetor facial e máscara de solda), dentre outros tantos tipos. ▪O SESMT, dentro de suas atribuições, deve recomendar os EPIs adequados ao risco existente em cada atividade ao empregador ▪Todo e qualquer EPI só poderá ser posto a venda ou utilizado com a indicação do seu certificado de aprovação (C.A.), expedido pelo órgão nacional competente ▪Ao utilizar o EPI, o empregado responsabilizar-se pela guarda e conservação dos equipamentos, podendo usa-lo em atividades relacionadas ou não a empresa. 134 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), publicada em 7 de novembro de 2011, tem como centro de suas atenções a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, bem como a prevenção de acidentes e de prejuízos à saúde. ▪Os princípios norteadores da PNSST são: universalidade; prevenção; precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de assistência, reabilitação e reparação; diálogo social; e integralidade ▪As ações previstas na PNSST devem constar também no Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT) e basear-se nas seguintes diretrizes: ▪ Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde; ▪Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção; 135 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪Assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador; ▪Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco; ▪Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador; ▪Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho; ▪Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores; ▪Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho. 136 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪A implantação e a execução da PNSST é de responsabilidade do agora Ministério do Trabalho e Previdência Social, sem prejuízos da participação de outros órgãos e instituições atuantes na área, e a ele compete: ▪ Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a execução das atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas condições de trabalho; ▪Elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho; ▪Participar da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho, assim como da formulação de novos procedimentos reguladores das relações capital- trabalho; ▪Promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência, propondo seu aperfeiçoamento; 137 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪Acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à Organização Internacional do Trabalho (OIT), nos assuntos de sua área de competência; ▪Planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador. ▪Por meio da colaboração com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), o Ministério do Trabalho e previdência social, ou o órgão que tenha ficado incumbido de suas atribuições, deve ainda: ▪Elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que afetam a segurança e saúde do trabalhador; 138 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪Produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos que visem à eliminação ou redução de riscos no trabalho, incluindo equipamentos de proteção coletiva e individual; ▪Desenvolver e executar ações educativas sobre temas relacionados a melhoria das condições de trabalho nos aspectos de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho; ▪Difundir informações que contribuam para a proteção e promoção da saúde do trabalhador; ▪Contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a proteção e promoção da saúde do trabalhador, incluindo a revisão e formulação de regulamentos, o planejamento e desenvolvimento de açõesinterinstitucionais e a realização de levantamentos para a identificação das causas de acidentes e doenças; 139 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪Estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com organismos e instituições afins, nacionais e internacionais, para fortalecer a atuação institucional, capacitar os colaboradores e contribuir com a implementação de ações globais de organismos internacionais. ▪Além do Ministério do Trabalho e Emprego, a PNSST ainda atribui responsabilidade aos Ministérios da Saúde (Quadro 1) e da Previdência Social (Quadro 2): 140 Responsabilidade do ministério da saúde 141 Responsabilidade do ministério do trabalho e previdência social 142 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪A gestão da PNSST é participativa e de responsabilidade da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST), formada por membros do governo e representantes dos trabalhadores e dos empregadores. Compete à CTSST: ▪Acompanhar a implementação e propor a revisão periódica da PNSST, em processo de melhoria contínua; ▪Estabelecer os mecanismos de validação e de controle social da PNSST; ▪Elaborar, acompanhar e rever periodicamente o PLANSAT; ▪Definir e implantar formas de divulgação da PNSST e do PLANSAT, dando publicidade aos avanços e resultados obtidos; ▪Articular a rede de informações sobre SST. 143 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) ▪A gestão executiva da PNSST, por sua vez, é conduzida por um comitê executivo constituído por membros dos ministérios envolvidos, que tem as seguintes atribuições: ▪Coordenar e supervisionar a execução da PNSST e do PLANSAT; ▪Atuar junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para que as propostas orçamentárias de segurança e saúde no trabalho sejam concebidas de forma integrada e articulada a partir de cada programa e respectivas ações, de modo a garantir a implementação da Política; ▪Elaborar relatório anual das atividades desenvolvidas no âmbito da PNSST, encaminhando-o à CTSST e à Presidência da República; ▪Disponibilizar periodicamente informações sobre as ações de segurança e saúde no trabalho para conhecimento da sociedade; ▪Propor campanhas sobre segurança e saúde no trabalho. 144 Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil 145 Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil ▪Atualmente, no Brasil, há diversos tipos de legislações capazes de traçar diretrizes e procedimentos quanto à segurança e saúde no trabalho, seja no Poder Executivo, seja no Judiciário. ▪Quando ainda estava no site Ministério do Trabalho e Previdência disponibiliza um sistema de pesquisa de legislação com os diversos tipos de legislações existentes (Quadro 3), nos quais profissionais, empregados e empregadores devem se basear. São eles: 146 Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil 147 Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil ▪Dentro de cada tópico, é possível encontrar, subdivididas por ano quando em grande quantidade, cada exemplo de legislação vigente equivalente a cada categoria. ▪Por exemplo, no item Normas Regulamentadoras, é possível ser direcionado ao site do Ministério e ter acesso a todas as NRs vigentes atualmente. ▪Ainda no portal do Ministério, é possível realizar uma busca de legislações de acordo com um determinado tema (Quadro 4): 148 Legislação vigente e aplicação: tipos de legislações vigentes no Brasil Conforme apresentado pelo Quadro 3, as Normas Regulamentadoras são um dos tipos de legislações seguidas e bastante consultadas no Brasil e servem como ferramentas norteadoras tanto para os empregados quanto para os empregadores. 149 Normas Regulamentadoras ▪As Normas Regulamentadoras (NRs) são itens fundamentais da legislação do trabalho no País e, ao lado da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), formam a legislação básica que rege a segurança do trabalho no Brasil. ▪As NRs devem ser obrigatoriamente seguidas por empresas públicas e privadas que tenham empregados regidos pela CLT, bem como trabalhadores rurais e avulsos, que também se encontram sob a égide das Normas Regulamentadoras. ▪O não cumprimento dessas normas por parte do empregador pode acarretar a aplicação de penalidades previstas na legislação. ▪O objetivo central das NRs é, basicamente, traçar obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e por trabalhadores, no intuito de garantir trabalho seguro e sadio e evitar a ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. 150 Normas Regulamentadoras ▪O sistema tripartite paritário compõe a metodologia de gerenciamento das NRs: comissões e grupos compostos por representantes do governo, dos empregados e dos empregadores realizam as devidas alterações sempre que julgam necessárias. ▪Será apresentada uma breve síntese das aplicações de cada uma das Normas Regulamentadoras: ▪ OBS: Estas normas são frequentemente alteradas, e o texto demonstrado aqui, poderá ser amanhã modificado. 151 NR 1 - Disposições gerais ▪A NR 1, além de considerações gerais, trata das disposições gerais e do gerenciamento de riscos ocupacionais. Traz também alguns conceitos essenciais ao entendimento das outras NRs, como, por exemplo, os de empregado, empregador, os direitos e deveres de cada um e os conceitos de risco ocupacional, perigo, trabalhador avulso e ato faltoso. ▪Uma das novidades da última atualização é um capítulo específico para tratar de capacitação, e a permissão do aproveitamento de treinamentos quando um trabalhador troca de emprego dentro de uma mesma atividade. 152 NR 3 - Embargo ou interdição ▪Essa norma tem como objetivo traçar diretrizes para caracterização do grave e iminente risco, e apresentar quais devem ser os requisitos técnicos de embargos e interdições. ▪Tanto o embargo quanto a interdição são procedimentos de cunho prevencionista para situações emergenciais, uma vez que têm como consequência a paralisação total ou parcial das atividades quando o auditor fiscal do trabalho (AFT) constata situação de risco grave ou iminente à segurança, saúde e integridade física dos trabalhadores. ▪É importante que fique clara a diferença entre embargo e interdição, proposta pela redação dos itens 3.2e 3.3 da NR 3: ▪3.2. A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. ▪3.3. O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra 153 NR 4- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) ▪A NR 4 regulamenta as regras de constituição dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), cujo objetivo é fomentar a saúde e garantir a integridade do trabalhador no local de trabalho. Por ser um serviço especializado, seus membros devem ser especialistas, ou seja, ter capacitação para atuar em atividades relacionadas à segurança e saúde do trabalho. ▪Ao longo da NR 4, são estabelecidas as atribuições do SESMT, critérios de formação e escolha dos seus membros obrigatórios, tipos de SESMT existentes, metodologia de dimensionamento conforme atividade econômica da empresa, grau de risco, quantidade de funcionários etc. ▪Vale ressaltar que o SESMT não tem caráter assistencialista, mas prevencionista, tem abrangência estadual e sua composição mínima é de um técnico de segurança do trabalho 154 NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ▪A CIPA é uma comissão que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Deve ser composta por membros representantes dos empregados e dos empregadores, em quantidade paritária. ▪A NR 5 somente deverá ser posta em prática em alguns setores, como os trabalhos portuário, de construção civil, mineração
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