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ESTRATÉGIA-E-PLANEJAMENTO-EM-SEGURANÇA-PRIVADA-DIAGRAMADA

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Prévia do material em texto

Estratégia e Planejamento 
em Segurança Privada 
 
 
 02 
 
 
1. Conceitos e Definições Importantes 4 
 
2. História da Segurança Privada no Brasil 9 
 
3. Legislação Vigente 12 
Leis Sobre Segurança Privada 13 
Decretos Sobre Segurança Privada 13 
Portarias Sobre a Segurança Privada 14 
 
4. Direitos e Deveres do Profissional 
de Segurança Privada 17 
 
5. Definições de Estratégia e Planejamento 22 
Estratégia como Plano 22 
Estratégia como Padrão 23 
Estratégia como Posição 25 
Estratégias como Perspectiva 26 
Inter-Relacionando os P’S 27 
 
6. Referências Bibliográficas 32 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
1. Conceitos e Definições Importantes 
 
 
Fonte: EGestor1 
 
palavra “segurança” tem ori-
gem no latim, língua na qual 
significa “sem preocupações”, e cuja 
etimologia sugere o sentido “ocupar-
se de si mesmo” (se + cura). A etimo-
logia dá-nos um bom conselho de 
ação política, mas deixa-nos a dúvi-
da sobre o seu objetivo. 
O conceito de segurança faz re-
ferência àquilo que tem a qualidade 
do que é seguro ou que está livre de 
perigo. Neste sentido, a segurança 
pública é um serviço que deve pres-
 
1 Retirado em https://blog.egestor.com.br/como-montar-uma-empresa-de-seguranca-privada/ 
tar o Estado para garantir a integri-
dade física dos cidadãos e dos seus 
bens. 
Desta forma, as forças de segu-
rança do Estado encarregam-se de 
prevenir que sejam cometidos deli-
tos e de perseguir os delinquentes, 
com a missão de entregá-los ao Po-
der Judiciário. Este organismo tem a 
missão de aplicar os castigos que es-
tipula a lei, que podem ir desde uma 
multa até à pena de morte, consoan-
te o país e a gravidade do delito. 
 
A 
 
 
5 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
No entanto, tendo em conta a 
ineficácia da segurança estatal e a 
sua falta de alcance em certos casos, 
nasceu o negócio da segurança pri-
vada, onde diversas empresas estão 
incumbidas de disponibilizar guar-
das, vigilantes e diversos dispositi-
vos a qualquer cidadão que os possa 
pagar. 
Por questões de números, não 
há agentes de polícia suficientes 
para cuidar e proteger cada pessoa 
ou empresa. Por isso, quem se sentir 
em risco pode recorrer aos serviços 
de segurança privada e contratar um 
guarda (segurança) permanente. Da 
mesma forma, as empresas que 
queiram ter um vigilante que tome 
conta das respectivas instalações po-
dem contratar este tipo de serviços. 
Dependendo do país, os vigi-
lantes privados podem ter ou não 
porte de armas de fogo e contar com 
diferentes atribuições delegadas pe-
lo Estado. Em geral, o controle do 
espaço público continua a estar ex-
clusivamente limitado às forças de 
segurança estatais. 
Podemos definir Segurança 
Privada como um conjunto de práti-
cas e medidas de proteção, capazes 
de criar um estado, em que o patri-
mônio do local esteja livre de danos, 
interferências e perturbações. Essas 
práticas têm a finalidade de poder 
garantir a integridade do patrimônio 
e a incolumidade física das pessoas. 
Podemos considerar patrimô-
nio todos os bens, poderios econô-
micos e a universalidade de direitos 
que se expressem de forma econô-
mica ao seu proprietário. 
Ao tratar de danos, falamos 
sobre perdas materiais, como incên-
dios, acidentes, roubos, furtos, e di-
versas outras ocorrências que sejam 
capazes de fornecer algum prejuízo 
material. 
As interferências, de maneira 
geral, são relacionadas aos atos de 
sabotagem, espionagem, concorrên-
cia desleal e furtos de informações, 
ou seja, ocorrências que possam in-
terferir no andamento dos negócios, 
causando prejuízos financeiros. 
Já as perturbações são sempre 
relacionadas com situações que in-
terrompem, ameaçam ou alteram as 
atividades do local, normalmente 
trazendo também prejuízos finan-
ceiros. 
A segurança pública é o ramo 
da segurança, de caráter privado e 
preventivo, exercida por empresas 
credenciadas junto ao Departamen-
to de Polícia Federal, nos termos da 
legislação vigente, como o objetivo 
de garantir a incolumidade física das 
pessoas e a integridade do patrimô-
nio. 
As atividades da segurança 
privada são consideradas comple-
mentares as atividades de segurança 
 
 
6 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
pública nos termos da legislação es-
pecífica e se resumem basicamente 
em: 
Vigilância patrimonial, trans-
porte de valores, escolta armada, se-
gurança pessoal e cursos de forma-
ção, extensão e reciclagem de vigi-
lantes. 
O segmento comercial especi-
alizado abrange as empresas de se-
gurança privada que oferecem a ter-
ceiros os serviços de “vigilância pa-
trimonial”, “transporte de valores”, 
“escolta armada” e “segurança pes-
soal privada”. Inclui também os cha-
mados “cursos de formação e aper-
feiçoamento de vigilantes”, empre-
sas cuja atividade-fim não é comer-
cializar serviços de proteção e sim 
formar, especializar e reciclar a 
mão-de-obra que executará as ativi-
dades de segurança privada. 
Cabe, portanto, definir alguns 
conceitos que serão utilizados não 
somente nesta pós-graduação, como 
também em toda a sua vida profissi-
onal. São eles: 
Segurança: É a percepção que se 
tem quando do emprego de recursos 
humanos e tecnológicos, capacita-
dos e específicos, agregando ainda o 
estabelecimento de normas e proce-
dimentos a fim de proporcionar um 
estado de ausência de risco. 
Segurança Patrimonial: “É um 
conjunto de medidas, capazes de ge-
rar um estado, no qual os interesses 
vitais de uma empresa estejam livres 
de interferências e perturbações”. 
Conjunto de medidas: A segu-
rança patrimonial não depende ape-
nas do departamento de segurança 
da empresa, mas envolve todos os 
seus setores e todo o seu pessoal. 
Estado: significa uma coisa perma-
nente. É diferente de uma situação, 
que é temporária. 
Interesses vitais: Os interesses vi-
tais de uma empresa não estão ape-
nas em não ser roubada ou incendia-
da. O mercado, os segredos, a estra-
tégia de marketing, pesquisas de no-
vos produtos devem igualmente ser 
protegidos. 
Interferências e perturbações: 
Nada deve impedir o curso normal 
da empresa. Deve-se prevenir não 
apenas contra incêndios e assaltos, 
mas também contra a espionagem, 
sequestros de empresários, greves, 
sabotagem, chantagem, etc. 
Grau de segurança: Não existe 
segurança perfeita, total ou absolu-
ta. O que existe é a segurança satis-
fatória. 
A segurança é satisfatória 
quando: 
 É capaz de retardar ao máximo 
uma possibilidade de agres-
são; 
 É capaz de desencadear forças 
- no menor espaço de tempo 
possível - capazes de neutrali-
zar a agressão verificada. 
 
 
 
7 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
Segurança Empresarial: É o 
conjunto otimizado dos meios hu-
manos, técnicos e administrativos, a 
fim de manter a empresa operando e 
cumprindo sua missão, ou seja, ga-
rantindo a continuidade do negócio 
e a geração de lucro. Esse conjunto 
deve assegurar a integridade física e 
moral do indivíduo, proteger o patri-
mônio, investigar, prevenir, impedir 
e reprimir as ações de qualquer na-
tureza que venham ameaçar ou difi-
cultar o pleno desenvolvimento das 
atividades do empreendimento, 
contribuindo desta forma para a 
prevenção e a minimização de per-
das. 
Patrimônio: São todos ativos que 
participam na produção de lucro do 
empreendimento, tais como: Recur-
sos Humanos (funcionários, tercei-
ros, parceiros de negócio e clientes); 
Intelectuais (informações, dados, 
documentos, políticas, imagem e re-
putação da corporação) e Materiais 
(equipamentos, serviços). 
Análise de Riscos: É um processo 
de identificação e avaliação de cada 
ameaça, em relação à probabilidade 
de ocorrência, a vulnerabilidade do 
objeto protegido contra a mesma e o 
impacto sobre o lucro do empreen-dimento. 
Risco: É a probabilidade do patri-
mônio sujeitar-se a fatores (inciden-
tes, vulnerabilidade e ameaças) que 
venham colocar em perigo, gerar 
perda ou danos aos ativos, compro-
metendo a continuidade das ativida-
des da corporação, consequente-
mente do lucro. 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
2. História da Segurança Privada no Brasil 
 
 
Fonte: Notícias de2 
 
urante os anos em que o Brasil 
foi presidido por generais do 
exército, as forças de segurança pú-
blica foram direcionadas para repri-
mir e combater grupos subversivos. 
Com isso, houve um aumento ex-
pressivo de assaltos à mão armada, 
principalmente, a bancos e institui-
ções financeiras. 
Para minimizar esse cenário, 
foi necessário estabelecer no país as 
diretrizes para a implantação da se-
gurança privada no Brasil. 
A Atividade de segurança pri-
vada no Brasil teve início em 1967. A 
primeira legislação sobre o assunto 
surgiu em 1969, com a instituição do 
 
2 Retirado em https://www.noticiasde.com.ar/ 
Decreto Lei 1.034/69, que autorizou 
o serviço privado em função do au-
mento de assaltos a bancos, obriga-
dos à época a recorrer à segurança 
privada. 
Este primeiro decreto regula-
mentou uma atividade até então 
considerada paramilitar. 
As empresas que exerciam a 
atividade foram limitadas a um nú-
mero de cinquenta no Estado de São 
Paulo e eram controladas pela Se-
cretaria de Segurança Pública. Até 
1983 os governos estaduais fiscaliza-
vam estas empresas. 
D 
 
 10 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
Na década de 60, por meio de 
um decreto do governo, deu-se iní-
cio a legislação sobre segurança pri-
vada. Na ocasião, houve a determi-
nação de que os bancos deveriam fa-
zer a sua própria segurança no inte-
rior de suas agências e proteger o 
transporte de seus valores. 
A partir de então, a legislação 
foi sendo atualizada e adequada aos 
novos tempos. A segurança privada, 
antes restrita aos bancos, foi esten-
dida para atender a propriedades 
públicas e privadas, para a escolta de 
cargas e para a proteção pessoal. 
Em 1983, foi promulgada a Lei 
número 7.102 que regulamentou as 
atividades de segurança privada em 
todo território nacional. Nessa lei, 
estão as normas para a constituição 
e o funcionamento das empresas 
privadas interessadas em explorar 
os serviços de segurança, vigilância, 
proteção e escolta. 
Atualmente, a demanda pelos 
serviços de segurança privada no 
Brasil tem crescido em face à dificul-
dade que os governos federal, esta-
duais e municipais têm em inibir as 
atividades dos malfeitores. 
A demanda por Segurança Pri-
vada aumentou ao longo dos anos e 
esta necessidade deixou de ser ex-
clusiva das instituições financeiras 
para ser fundamental também a ór-
gãos públicos e empresas particula-
res. 
O auge dos serviços de segu-
rança foi no final dos anos 70. A 
crescente procura exigia uma nor-
matização, pois o decreto lei de 1969 
já não comportava todos os aspectos 
da atividade. 
Foi realizado então um grande 
esforço junto ao governo federal pa-
ra regulamentar a atividade através 
de legislação específica. Em 1983 a 
atividade foi regulamentada através 
da Lei 7.102 e a fiscalização deixou 
de ser estadual (SSP) e passou a ser 
federal (MJ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
3. Legislação Vigente 
 
 
Fonte: Vigilante Diferenciado3 
 
ormalmente as Leis sobre Se-
gurança Privada são criadas e 
aprovadas pelo Congresso Nacional, 
os Decretos pelo Presidente da Re-
pública e as Portarias pela Diretoria 
da Polícia Federal. 
A legislação sobre Segurança 
Privada é um conjunto de requisitos 
legais que regulariza e organiza as 
atividades de Segurança Privada no 
Brasil, popularmente chamada de 
ordem jurídica, e que estabelece 
condutas e ações aceitáveis ou recu-
sáveis nas questões referentes a Se-
gurança Privada. 
 
3 Retirado em https://vigilantediferenciado.catimbabrasileira.com.br/2020/06/20/normas-juridi-
cas-sobre-seguranca-privada/ 
Os principais tópicos da legis-
lação sobre segurança privada ver-
sam sobre a realização da vigilância 
patrimonial de instalações e estabe-
lecimentos públicos e privados e a 
proteção de pessoas físicas dentro 
dos ambientes cujos limites são de-
terminados para tal. Assim, em um 
evento musical, por exemplo, a se-
gurança privada deverá proteger as 
instalações físicas, os artistas e pes-
soal envolvido com o espetáculo, os 
equipamentos utilizados e o público 
que está no ambiente definido, que 
pode ser aberto ou fechado, como gi-
násios, arenas ou estádios. 
N 
 
 13 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
Outro tópico da legislação se 
refere ao transporte de valores, cuja 
abrangência foi aumentada e, atual-
mente, vários tipos de cargas são 
protegidos nas estradas e nas cida-
des brasileiras. Por fim, a segurança 
pessoal também completa os tópicos 
da legislação. 
Iremos citar a seguir as princi-
pais leis, decretos e portarias em vi-
gência da legislação referente à se-
gurança privada para que você possa 
compreender melhor o assunto: 
 
Leis Sobre Segurança Pri-
vada 
 
Em ordem cronológica, pode-
mos listar as seguintes leis, decreta-
das pelo Congresso Nacional e San-
cionadas pelo presidente da repú-
blica: 
Lei nº 7.102, de 20 de junho de 
1983: Dispõe sobre segurança para 
estabelecimentos financeiros, esta-
belece normas para constituição e 
funcionamento das empresas parti-
culares que exploram serviços de vi-
gilância e de transporte de valores, e 
dá outras providências. 
Lei nº 9.017, de 30 de março de 
1995: Estabelece normas de con-
trole e fiscalização sobre produtos e 
insumos químicos que possam ser 
destinados à elaboração da cocaína 
em suas diversas formas e de outras 
substâncias entorpecentes ou que 
determinem dependência física ou 
psíquica, e altera dispositivos da Lei 
nº 7.102, de 20 de junho de 1983, 
que dispõe sobre segurança para es-
tabelecimentos financeiros, estabe-
lece normas para constituição e fun-
cionamento de empresas particula-
res que explorem serviços de vigi-
lância e de transporte de valores, e 
dá outras providências. 
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro 
de 1999: Regula o processo admi-
nistrativo no âmbito da Administra-
ção Pública Federal. 
Lei nº 9.873, de 23 de novem-
bro de 1999: Estabelece prazo de 
prescrição para o exercício de ação 
punitiva pela Administração Pública 
Federal, direta e indireta, e dá outras 
providências. 
Lei nº 10.826, de 22 de dezem-
bro de 2003: Dispõe sobre regis-
tro, posse e comercialização de ar-
mas de fogo e munição, sobre o Sis-
tema Nacional de Armas - Sinarm, 
define crimes e dá outras providên-
cias. 
 
Decretos Sobre Segurança Pri-
vada 
 
 
Cabe também mencionarmos 
os decretos presidenciais realizados 
pelo o líder do Poder Executivo 
usando das atribuições que lhe con-
fere o artigo 81, inciso III, da Cons-
tituição Federal: 
 
 14 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
Decreto nº 89.056, de 24 de no-
vembro 1983: Regulamenta a Lei 
nº 7.102, de 20 de junho de 1983, 
que “dispõe sobre segurança para 
estabelecimentos financeiros, esta-
belece normas para constituição e 
funcionamento das empresas parti-
culares que exploram serviços de vi-
gilância e de transporte de valores e 
dá outras providências”. 
Decreto nº 3.665, de 20 de no-
vembro de 2000: Dá nova reda-
ção ao Regulamento para a Fiscali-
zação de Produtos Controlados (R-
105). 
Decreto nº 5.123, de 1º de julho 
de 2004: Regulamenta a Lei no 
10.826, de 22 de dezembro de 2003, 
que dispõe sobre registro, posse e 
comercialização de armas de fogo e 
munição, sobre o Sistema Nacional 
de Armas - SINARM edefine crimes. 
Decreto nº 9.094, de 17 de julho 
de 2017: Dispõe sobre a simplifica-
ção do atendimento prestado aos 
usuários dos serviços públicos, rati-
fica a dispensa do reconhecimento 
de firma e da autenticação em docu-
mentos produzidos no País e institui 
a Carta de Serviços ao Usuário. 
Decreto nº 9.150, de 4 de se-
tembro de 2017: Aprova a Estru-
tura Regimental e o Quadro De-
monstrativo dos Cargos em Comis-
são e das Funções de Confiança do 
Ministério da Justiça e Segurança 
Pública, remaneja cargos em comis-
são e funções de confiança e substi-
tui cargos em comissão do Grupo-
Direção e Assessoramento Superio-
res - DAS por Funções Comissiona-
das do Poder Executivo - FCPE. 
 
Portarias Sobre a Segurança 
Privada 
 
Por último, mas não menos 
importante, cabe salientar sobre as 
portarias estabelecidas pelo diretor-
geral do departamento de polícia fe-
deral no uso das suas atribuições le-
gais: 
Portaria nº 3.233/2012 - DG/ 
DPF, de 10 de dezembro de 
2012: Dispõe sobre as normas rela-
cionadas às atividades de Segurança 
Privada. 
Portaria nº 33.732/17 - DG/DPF 
de 07 de abril de 2017: Dispõe so-
bre as normas relacionadas ao cre-
denciamento de instrutores dos cur-
sos voltados à formação, reciclagem 
e especialização dos profissionais de 
segurança privada. 
Além das Leis, Decretos e Por-
tarias, há diversos outros Pareceres 
e Despachos que são emitidos ao 
longo do tempo pela própria Polícia 
Federal, em respostas a consultas, 
ou para complementação e esclare-
cimentos de pontos referentes às 
normas. 
 
 15 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
A Polícia Federal fornece em 
seu site oficial uma lista contendo: 
Orientações, Manual do Vigilante, 
Dúvidas Frequentes e Instruções 
Normativas quanto à segurança pri-
vada no Brasil. Os dados podem ser 
consultados no site que se encontra 
na bibliografia desta apostila. 
 
16 
 
 
 
 17 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
4. Direitos e Deveres do Profissional de Segurança 
Privada 
 
 
Fonte: Gozcu Grup4 
 
Vigilante possui Direitos e De-
veres garantidos pela Portaria 
3.233/2012-DG/DPF da Polícia Fe-
deral. Essa Portaria disciplina as 
atividades de segurança privada, ar-
mada ou desarmada, desenvolvidas 
por empresas especializadas e pelos 
profissionais que nelas atuam. 
As atividades de segurança 
privada serão reguladas, autorizadas 
e fiscalizadas pelo Departamento de 
Polícia Federal e a política de segu-
 
4 Retirado em https://gozcugrup.com.tr/ 
rança privada envolve a Administra-
ção Pública e as classes patronal e 
laboral, observando a Dignidade da 
pessoa humana; Segurança dos ci-
dadãos; Prevenção de eventos dano-
sos e diminuição de seus efeitos; 
Aprimoramento técnico dos profis-
sionais de segurança privada e Estí-
mulo ao crescimento das empresas 
que atuam no setor. 
São consideradas atividades 
de segurança privada: 
O 
 
 18 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
Vigilância patrimonial: ativida-
de exercida em eventos sociais e 
dentro de estabelecimentos, urba-
nos ou rurais, públicos ou privados, 
com a finalidade de garantir a in-
columidade física das pessoas e a 
integridade do patrimônio; 
Transporte de valores: atividade 
de transporte de numerário, bens ou 
valores, mediante a utilização de 
veículos, comuns ou especiais; 
Escolta armada: atividade que vi-
sa garantir o transporte de qualquer 
tipo de carga ou de valor, incluindo 
o retorno da equipe com o respectivo 
armamento e demais equipamentos, 
com os pernoites estritamente ne-
cessários; 
Segurança pessoal: atividade de 
vigilância exercida com a finalidade 
de garantir a incolumidade física de 
pessoas, incluindo o retorno do vigi-
lante com o respectivo armamento e 
demais equipamentos, com os per-
noites estritamente necessários; 
Curso de formação: atividade de 
formação, extensão e reciclagem de 
vigilantes. 
A seção IV, artigo 163 da Por-
taria assegura ao vigilante direitos, 
tais como: 
 O recebimento de uniforme, 
devidamente autorizado, às 
expensas do empregador; 
 Porte de arma, quando em efe-
tivo exercício; 
 A utilização de materiais e 
equipamentos em perfeito 
funcionamento e estado de 
conservação, inclusive armas e 
munições; 
 A utilização de sistema de co-
municação em perfeito estado 
de funcionamento; 
 Treinamento regular nos ter-
mos previstos nesta Portaria; 
 Seguro de vida em grupo, feito 
pelo empregador e 
 Prisão especial por ato décor-
rente do serviço. 
 
Já a Seção V, artigo 164 res-
palda os deveres dos vigilantes. São 
eles: 
 Exercer suas atividades com 
urbanidade (Ser sociável, edu-
cado e cortês), probidade (Ter 
postura, integridade e hones-
tidade) e denodo (Coragem e 
bravura diante do perigo), ob-
servando os direitos e garan-
tias fundamentais, individuais 
e coletivos, no exercício de 
suas funções; 
 Utilizar, adequadamente, o 
uniforme autorizado, apenas 
em serviço; 
 Portar a CNV - Carteira Nacio-
nal de Vigilante (Documento 
de identidade funcional do vi-
gilante, de uso obrigatório em 
serviço, com validade de 5 
(cinco) anos); 
 Manter-se adstrito ao local sob 
vigilância, observando-se as 
peculiaridades das atividades 
de transporte de valores, es-
colta armada e segurança pes-
soal e comunicar ao seu supe-
 
 19 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
rior hierárquico quaisquer in-
cidentes ocorridos no serviço, 
assim como quaisquer irregu-
laridades relativas ao equipa-
mento que utiliza, em especial 
quanto ao armamento, muni-
ções e colete à prova de balas, 
não se eximindo o empregador 
do dever de fiscalização. 
 
Também é de suma importân-
cia ao profissional da segurança pri-
vada se atentar à algumas informa-
ções, mesmo que estas não estejam 
estabelecidas em leis, para que exer-
ça com sublimidade suas atribui-
ções: 
 Ter conhecimentos elementa-
res de Direito, Direito Consti-
tucional e Direito Penal, enfo-
cando os principais crimes que 
o profissional da segurança 
privada deve prevenir e aque-
les nos quais pode incorrer. 
 Ampliar seus conhecimentos 
para respeitar a visão política e 
prática da afirmação dos Di-
reitos Humanos, observando a 
complexidade e a diversidade 
dos seres humanos e de seus 
direitos, compreendidos tam-
bém perspectiva de respeito à 
diversidade de orientação 
sexual, dos direitos das mu-
lheres (combate à violência de 
gênero), das crianças, adoles-
centes e idosos, dos portado-
res de necessidades especiais, 
combatendo, por fim, a utiliza-
ção de práticas discriminató-
rias no exercício da profissão. 
 Desenvolver atitudes para o 
atendimento adequado e prio-
ritário às pessoas com defi-
ciência. 
 Desenvolver conhecimentos 
sobre o Sistema Nacional de 
Segurança Pública, atribuições 
constitucionais de cada corpo-
ração policial e das Forças Ar-
madas e atribuições da guarda 
municipal. 
 Possuir conhecimento sobre a 
atuação e acionamento da po-
lícia militar em caso de ocor-
rência policial gerada na área 
da vigilância. 
 Saber identificar grupos crimi-
nosos e seu modo de operação, 
com o fim de evitar cooptação 
do profissional de segurança 
privada. 
 Possuir noções básicas de pre-
venção e combate a incêndios, 
sabendo adotar as providên-
cias adequadas em caso de si-
nistros, principalmente na 
evacuação de prédios. 
 Ser capacitado a prestar assis-
tência inicial em caso de emer-
gência através de assimilação 
de conhecimentos de primei-
ros socorros. 
 Manter-se em boa forma fí-
sica. 
 Desenvolver habilidades, fun-
damentos e técnicas de defesa 
pessoal e de terceiros. 
 Manejar de maneira eficiente 
o armamento empregado na 
atividade de vigilância, como 
último recurso de defesa pes-
soal ou de terceiros. 
 
 20 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
 Desenvolver conhecimentos 
sobre vigilância geral e sobre 
as áreasde vigilância especia-
lizadas, como vigilância em 
banco, shopping, hospital, es-
cola, indústria, com o fim de 
manter a integridade do patri-
mônio que guarda, executar os 
serviços que lhe competem e 
realizar uma vigilância dinâ-
mica, alerta, integrada e inte-
rativa. 
 Desenvolver conhecimentos 
teóricos e práticos sobre o sis-
tema de telecomunicações uti-
lizado pelas empresas de segu-
rança e a utilização dos equi-
pamentos de comunicação. 
 Desenvolver conhecimentos 
sobre os sistemas computado-
rizados e de controle eletrôni-
co, não restritos, geridos por 
empresas e disponíveis a seus 
vigilantes. 
 Possuir noções de criminalísti-
ca (evidências, vestígios e local 
de crime). Instrumentalizar o 
aluno de técnicas de isolamen-
to do local do crime, preserva-
ção de vestígios até a chegada 
da polícia. 
 Desenvolver conhecimentos 
gerais sobre conceitos e legis-
lação relativos ao emprego da 
força de maneira escalonada, 
com auxílio de armas não-le-
tais. 
 
21 
 
 
 
 22 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
5. Definições de Estratégia e Planejamento 
 
 
Fonte: Linkedin5 
 
natureza humana insiste em 
uma definição para cada con-
ceito. Mas a palavra estratégia há 
tempos vem sendo usada implicita-
mente de diferentes maneiras, ainda 
que tradicionalmente tenha sido de-
finida de uma única forma. O reco-
nhecimento explícito das definições 
múltiplas pode ajudar as pessoas a 
moverem-se neste campo difícil. As-
sim, apresentamos aqui cinco defi-
nições de estratégia - como plano, 
pretexto, padrão, posição e perspec-
tiva - e depois consideraremos algu-
mas de suas inter-relações. 
 
 
5 Retirado em https://br.linkedin.com/ 
Estratégia como Plano 
 
Para quase todos a quem você 
perguntar, estratégia é um plano - 
algum tipo de curso de ação consci-
entemente pretendido, uma diretriz 
(ou conjunto de diretrizes) para li-
dar com uma situação. Uma criança 
tem uma “estratégia” para pular 
uma cerca, uma corporação tem uma 
estratégia para capturar um mer-
cado e um profissional da segurança 
privada possui suas estratégias para 
manter a segurança do local. Por 
essa definição, as estratégias têm 
A 
 
 23 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
duas características essenciais: são 
criadas antes das ações às quais vão 
se aplicar e são desenvolvidas cons-
ciente e propositalmente. 
Como planos, as estratégias 
podem ser gerais ou especificas. Há 
o uso da palavra no sentido especí-
fico que deve ser identificado aqui. 
Como plano, uma estratégia tam-
bém pode ser um pretexto, realmen-
te apenas uma “manobra” específica 
para superar um oponente ou con-
corrente. A criança pode usar a cerca 
como um pretexto para levar um va-
lentão para o quintal, onde seu Do-
berman aguarda os intrusos. Da 
mesma forma, uma corporação pode 
ameaçar expandir a capacidade da 
fábrica para desencorajar um con-
corrente de construir uma nova fá-
brica. E um vigilante pode realizar 
um disparo para o alto, desde que 
esteja em propriedade privada e não 
seja feito em direção à via pública 
com o único intuito de afugentar um 
possível invasor. Aqui a estratégia 
real (como plano, ou seja, a intenção 
real) é a ameaça, não a expansão em 
si, e, como tal, é um pretexto. 
Na verdade, há uma literatura 
crescente no campo da gestão estra-
tégica, e também sobre o processo 
geral de barganha, que vê a estraté-
gia dessa forma e por isso concentra 
atenção em seus aspectos mais dinâ-
micos e competitivos. 
 
Estratégia como Padrão 
 
Mas, se as estratégias podem 
ser pretendidas (seja como planos 
gerais, seja como pretexto especí-
fico), elas certamente também po-
dem ser realizadas. Em outras pala-
vras, definir estratégia como um 
plano não é suficiente; também pre-
cisamos de uma definição que englo-
be o comportamento resultante. As-
sim, propõe-se uma terceira defini-
ção: estratégia é um padrão - especi-
ficamente, um padrão em uma cor-
rente de ações. Por essa definição, 
quando Picasso pintou quadros 
azuis por um período, foi uma estra-
tégia, assim como foi estratégia o 
comportamento da Ford Motor 
Company quando Henry Ford ofere-
cia o modelo T apenas na cor preta. 
Em outras palavras, por essa defini-
ção, estratégia é consistência no 
comportamento, pretendida ou não. 
Isso pode soar como uma defi-
nição estranha para uma palavra que 
tem sido tão associada à livre von-
tade (strategos, em grego, a arte do 
general do exército). Mas o ponto 
principal é que, embora quase nin-
guém defina estratégia dessa forma, 
muitas pessoas parecem usá-lá uma 
vez ou outra. Considere esta citação 
de um executivo empresarial: “Gra-
dualmente, a abordagem bem-suce-
dida transforma-se em um modelo 
 
 24 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
de ação que se torna nossa estraté-
gia. Nós certamente não temos uma 
estratégia global para isso”. Esse co-
mentário é inconsistente apenas se 
nos restringirmos a uma definição 
de estratégia: o que esse homem pa-
rece estar dizendo é que a empresa 
dele tem estratégia como padrão, 
mas não como plano. Ou considere 
este comentário na Business Week 
sobre uma joint-venture entre Gene-
ral Motors e Toyota: 
A tentativa de acordo com a 
Toyota pode ser muito importante 
porque é outro exemplo de como a 
estratégia da GM se reduz a fazer um 
pouco de tudo até que o mercado de-
cida para onde vai. (Business Week, 
31 outubro 1983). 
Um jornalista inferiu um pa-
drão no comportamento de uma cor-
poração e chamou-o de estratégia. O 
ponto é que cada vez que um jorna-
lista imputa uma estratégia a uma 
corporação ou a um governo, e cada 
vez que um executivo faz a mesma 
coisa com um concorrente ou mes-
mo com a administração superior de 
sua empresa, eles estão implicita-
mente definindo estratégia como pa-
drão de ação - ou seja, inferindo con-
sistentemente um comportamento e 
rotulando isso como estratégia. Eles 
podem, evidentemente, ir além e im-
putar intenção àquela consistência – 
ou seja, assumir que há um plano 
por trás do padrão. Mas isso é uma 
suposição, que pode vir a ser falsa. 
Assim, as definições de estra-
tégia como plano e padrão podem 
ser muito independentes uma da ou-
tra: planos podem não se realizar, 
enquanto que padrões podem apare-
cer sem ser preconcebidos. Parafra-
seando Hume, as estratégias podem 
resultar de ações humanas, mas não 
de projetos humanos. Se rotulamos 
a primeira definição como estratégia 
pretendida e a segunda como estra-
tégia realizada, podemos distinguir 
estratégias deliberadas, nas quais as 
intenções que existiam previamente 
foram realizadas, das estratégias 
emergentes, nas quais os modelos se 
desenvolveram sem intenções, ou 
apesar delas (que se tornaram não 
realizadas). 
Querer que uma estratégia se-
ja verdadeiramente deliberada - ou 
seja, para que um padrão seja pre-
tendido exatamente como realizado 
- pareceria ser uma exigência exage-
rada. Intenções precisas teriam que 
ser declaradas antecipadamente pe-
los líderes da organização; isso teria 
que ser aceito por todos os demais e 
então realizado sem qualquer inter-
ferência de forças de mercado, tec-
nológicas, políticas, etc. 
Da mesma forma, uma estra-
tégia verdadeiramente emergente é 
novamente uma exigência exagera- 
 
 25 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
da, requerendo consistência de ação 
sem qualquer dica de intenção. (Sem 
consistência significa sem estraté-
gia, ou pelo menos estratégia não re-
alizada). Assim, algumas estratégias 
aproximam-se o suficiente de uma 
dessas formas, enquanto outras - 
provavelmente a maioria - locali-
zam-se em uma linha continua que 
existe entre as duas, refletindo as-
pectos deliberados e também emer-
gentes. 
 
Estratégia como Posição 
 
A quarta definição é que estra-
tégia éuma posição - especificamen-
te, um meio de localizar uma organi-
zação naquilo que os teóricos orga-
nizacionais gostam de chamar de 
“ambiente”. Por essa definição, es-
tratégia torna-se a força mediadora - 
ou a “combinação” entre organiza-
ção e ambiente, ou seja, entre o con-
texto interno e o externo. 
Em termos ecológicos, estraté-
gia torna-se um “nicho”; em termos 
econômicos, um local que gera 
“renda” (ou seja, “retorno por [estar] 
em um local ‘único’”; em termos ad-
ministrativos, um “domínio” de pro-
duto-mercado, o local no ambiente 
onde os recursos estão concentra-
dos. 
Observe que essa definição de 
estratégia pode ser compatível com 
qualquer uma (ou todas) das anteri-
ores; pode-se pré-selecionar uma 
posição e aspirar a ela por meio de 
um plano (ou pretexto), e/ou ela po-
de ser alcançada, talvez até encon-
trada, por meio de um padrão de 
comportamento. 
Nas visões militares e de jogos 
da estratégia, a posição é geralmente 
usada no contexto daquilo chamado 
de “jogo entre duas pessoas”, mais 
conhecido no mundo empresarial 
como competição direta (na qual os 
pretextos são muito comuns). A de-
finição de estratégia como posição, 
porém, implicitamente nos permite 
abrir o conceito para os chamados 
jogos de ‘n’ pessoas (ou seja, muitos 
jogadores) e ir além. Em outras pa-
lavras, embora posição possa sem-
pre ser definida em relação a um 
único competidor (o que ocorre lite-
ralmente na área militar, na qual a 
posição se torna o local de batalha), 
ela também pode ser considerada no 
contexto de diversos competidores 
ou simplesmente em relação aos 
mercados ou um ambiente como um 
todo. Mas estratégia como posição 
também pode ir além da competi-
ção, economia e outros. 
Na verdade, qual o significado 
da palavra “nicho”, senão uma posi-
ção ocupada para evitar competição. 
Assim, podemos passar da definição 
usada pelo general Ulysses Grant em 
meados de 1860, “Estratégia [é] a 
disposição dos recursos de alguém 
da maneira que lhe dê mais chance 
 
 26 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
de derrotar o inimigo”, para a do 
professor Richard Rumelt em mea-
dos de 1980, “Estratégia é criar situ-
ações para rendas econômicas e en-
contrar formas de sustentar essas si-
tuações”, ou seja, qualquer posição 
viável, diretamente competitiva ou 
não. 
Astley e Fombrun, na verdade, 
dão o próximo passo lógico para 
apresentar a noção de estratégia “co-
letiva”, ou seja, estratégia que visa 
promover a cooperação entre as or-
ganizações, mesmo supostos con-
correntes (equivalente, em biologia, 
a animais que se reúnem em bandos, 
em busca de proteção). Tais estraté-
gias podem variar “de acordos e dis-
cussões informais a mecanismos 
formais, como diretorias corporati-
vas associadas, joint ventures e fu-
sões”. 
Na verdade, consideradas de 
um ângulo ligeiramente diferente, 
elas podem ser descritas algumas 
vezes como estratégias políticas, ou 
seja, estratégias para subverter for-
ças legítimas de competição. 
 
Estratégias como Perspectiva 
 
Enquanto a quarta definição 
de estratégia olha para fora, buscan-
do localizar a organização no ambi-
ente externo, e para baixo, para po-
sições concretas, a quinta olha para 
dentro da organização, na verdade, 
para dentro da cabeça dos estrate-
gistas coletivos, mas com uma visão 
mais ampla. Aqui, estratégia é uma 
perspectiva, seu conteúdo consis-
tindo não apenas de uma posição es-
colhida, mas também de uma ma-
neira fixa de olhar o mundo. Há or-
ganizações que favorecem o marke-
ting e constroem toda uma ideologia 
a seu redor (a IBM); a Hewlett-Pa-
ckard desenvolveu a “maneira HP”, 
baseada em sua cultura de engenha-
ria, enquanto que o McDonald’s se 
tornou famoso por sua ênfase em 
qualidade, serviço e limpeza. 
Nesse aspecto, estratégia é pa-
ra a organização aquilo que a perso-
nalidade é para o indivíduo. Na ver-
dade, um dos primeiros e mais influ-
entes autores a escrever sobre estra-
tégia (pelo menos na forma como 
suas ideias refletiram em textos 
mais populares) foi Philip Selznick, 
que escreveu sobre o “caráter” de 
uma organização - “comprometi-
mentos” distintos e integrados “com 
maneiras de agir e responder” que 
são construídos diretamente. Diver-
sos conceitos de outros campos tam-
bém capturam essa noção; os antro-
pólogos referem-se à “cultura” de 
uma sociedade, e os sociólogos à sua 
“ideologia”; os teóricos militares es-
crevem sobre a “grande estratégia” 
dos exércitos; teóricos da adminis-
tração usaram termos como “teoria 
dos negócios” e sua “força motriz”; e 
 
 27 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
os alemães talvez capturem melhor 
o sentido com sua palavra “weltans-
chauung”, literalmente “visão do 
mundo”, significando intuição cole-
tiva sobre como o mundo funciona. 
Esta quinta definição sugere 
acima de tudo que estratégia é um 
conceito. Isso tem uma implicação 
importante, ou seja, todas as estra-
tégias são abstrações que existem 
apenas na cabeça das partes interes-
sadas. É importante lembrar que 
ninguém nunca viu ou tocou uma es-
tratégia; cada estratégia é uma in-
venção, uma criação da imaginação 
de alguém, seja concebida com a in-
tenção de regular o comportamento 
antes que ocorra a ação, seja inferida 
como padrão para descrever um 
comportamento que já ocorreu. 
O que é de fundamental im-
portância nesta quinta definição, 
porém, é que a perspectiva é com-
partilhada. Como indicado nas pala-
vras weltanschauung, cultura e ide-
ologia (em relação à sociedade), mas 
não à palavra personalidade, estra-
tégia é uma perspectiva comparti-
lhada pelos membros de uma orga-
nização, por suas intenções e/ou por 
suas ações. Na verdade, quando fa-
lamos sobre estratégia neste con-
texto, entramos na esfera da mente 
coletiva - pessoas unidas por pensa-
mento e/ou comportamento co-
mum. Dessa forma, uma questão 
importante no estudo da formação 
de estratégia é como ler essa mente 
coletiva - para entender como as in-
tenções se espalham pelo sistema 
chamado organização para se torna-
rem compartilhadas e que ações de-
vem ser praticadas em bases coleti-
vas e consistentes. 
 
Inter-Relacionando os P’S 
 
Como sugerido acima, estraté-
gia como posição e perspectiva pode 
ser compatível com estratégia como 
plano e/ou padrão. Mas, na verdade, 
as relações entre essas diferentes de-
finições podem ser mais complexas 
do que isso. Por exemplo, enquanto 
alguns consideram perspectiva co-
mo sendo um plano, outros a descre-
vem como criadora de planos (por 
exemplo, como posições e/ou pa-
drões em algum tipo de hierarquia 
implícita). Mas o conceito de estra-
tégia emergente é que um padrão 
pode surgir e ser reconhecido, de 
forma a criar um plano formal, tal-
vez dentro de uma perspectiva geral. 
Podemos perguntar em pri-
meiro lugar como surge a perspec-
tiva. Provavelmente por meio de ex-
periências anteriores: a organização 
tentou várias coisas em seus anos 
iniciais e gradualmente consolidou 
uma perspectiva que funcionava. 
Em outras palavras, parece que as 
organizações desenvolvem “cará-
 
 28 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
ter”, da mesma forma como as pes-
soas desenvolvem personalidade - 
interagindo com o mundo como o 
veem por meio do uso de suas habi-
lidades inatas e inclinações naturais. 
Assim, o padrão também pode gerar 
a perspectiva. E a posição também 
pode. A discussão de Witness Per-
row sobre “homens de lã” e “homens 
de seda” do comércio têxtil, pessoas 
que desenvolveram uma dedicação 
quase religiosa às fibras que produ-
ziram. 
Porém, não importa como 
apareçam, há razões para acreditar 
que enquanto planos e posições po-
dem ser dispensáveis, perspectivas 
são imutáveis. Em outras palavras, 
uma vez estabelecidas, as perspecti-
vas podem ser difíceis de mudar. Na 
verdade, umaperspectiva pode se 
tornar tão profundamente arraigada 
no comportamento de uma organi-
zação que as crenças associadas po-
dem se tornar subconscientes na ca-
beça de seus membros. Quando isso 
ocorre, a perspectiva pode passar a 
se parecer mais com um padrão do 
que com um plano - em outras pala-
vras, pode se basear mais na consis-
tência de comportamentos do que 
na articulação das intenções. 
Evidentemente, se a perspec-
tiva é imutável, então uma mudança 
em plano e posição dentro da pers-
pectiva é fácil se comparada a uma 
mudança de perspectiva. Nesse as-
pecto, é interessante destacar o caso 
do Egg McMuffin. Esse produto, 
quando novo - o café da manhã nor-
te-americano em um bolinho - foi 
uma mudança estratégica da rede de 
lanchonetes McDonald’s? Lançada 
em turmas de MBA, essa questão 
quebra-cabeças (ou pelo menos que-
bra-estômagos) inevitavelmente ge-
rava debates empolgados. Os propo-
nentes (normalmente pessoas com 
simpatia por fastfood) alegam que 
evidentemente foi: levou o McDo-
nald’s a um novo mercado, o de café 
da manhã, ampliando o uso das ins-
talações já existentes. Os oponentes 
replicam que isso não faz sentido; 
nada mudou, apenas alguns poucos 
ingredientes: é a mesma velha papa 
em uma nova embalagem. Evidente-
mente, os dois lados estão certos – e 
errados. Depende simplesmente de 
como se define estratégia. Posição 
alterada; a perspectiva permaneceu 
a mesma. Na verdade - e este é o 
ponto - a posição poderia ser facil-
mente alterada porque é compatível 
com a perspectiva existente. O Egg 
McMuffin é todo McDonald’s, não 
apenas em produto e embalagem, 
mas também em produção e propa-
gação. Mas imagine uma mudança 
de posição no McDonald’s que exi-
gisse uma mudança de perspectiva – 
digamos, introduzir jantar à luz de 
 
 29 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
velas com serviço personalizado (seu 
McPato com laranja preparado ao 
ser pedido) para capturar o mercado 
de pessoas que jantam tarde da noi-
te. Não precisamos dizer mais nada, 
exceto, talvez, rotular isso de “sín-
drome Egg McMuffin”. 
Considerando que as palavras 
estratégia, objetivos, metas, política 
e programas têm diferentes signifi-
cados para cada leitor ou para as vá-
rias culturas organizacionais, usa-
mos certas definições consistente-
mente... por clareza - e não por pe-
dantismo - seguem essas definições. 
Uma estratégia é o padrão ou 
plano que integra as principais me-
tas, políticas e sequências de ação da 
organização em um todo coeso. Uma 
estratégia bem-formulada ajuda a 
organizar e alocar os recursos de 
uma organização em uma postura 
única e viável, baseada em suas com-
petências e deficiências internas re-
lativas, mudanças antecipadas no 
ambiente e movimentos contingen-
tes por parte dos oponentes inteli-
gentes. 
As metas (ou objetivos) esta-
belecem o que vai ser atingido e 
quando os resultados devem ser ob-
tidos, mas não estabelecem como os 
resultados devem ser atingidos. To-
das as organizações têm metas múl-
tiplas dentro de uma hierarquia 
complexa: desde objetivos de valor, 
que expressam as premissas de valor 
amplas para onde a empresa deve se 
dirigir, passando por objetivos orga-
nizacionais gerais, que estabelecem 
a natureza pretendida do empreen-
dimento e as direções nas quais a 
empresa deve se mover, até uma sé-
rie de metas menos permanentes, 
que definem objetivos para cada 
unidade organizacional, suas subu-
nidades e, finalmente, todas as prin-
cipais atividades programadas den-
tro de cada subunidade. Os princi-
pais objetivos - aqueles que afetam a 
direção geral e a viabilidade da enti-
dade - são chamados de objetivos es-
tratégicos. 
As políticas são regras ou dire-
trizes que expressam os limites den-
tro dos quais a ação deve ocorrer. 
Essas regras sempre têm a forma de 
decisões contingentes para resolver 
conflitos entre objetivos específicos. 
Por exemplo: “Não exceder três me-
ses para o estoque de qualquer item 
sem aprovação corporativa”. Como 
os objetivos que suportam, as políti-
cas existem em uma hierarquia em 
toda a organização. As principais po-
líticas - aquelas que orientam a dire-
ção geral e a postura da entidade ou 
que determinam sua viabilidade - 
são chamadas de políticas estratégi-
cas. 
Os programas especificam a 
sequência de ações passo a passo, 
necessária para atingir os principais 
 
 30 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
objetivos. Expressam como os obje-
tivos vão ser atingidos dentro dos li-
mites estabelecidos pela política. As-
seguram que recursos sejam com-
prometidos para atingir as metas e 
fazem um acompanhamento dinâ-
mico, por meio do qual podemos 
medir o progresso. Os principais 
programas que determinam a força 
e a viabilidade geral de uma entida-
de são chamados de programas es-
tratégicos. 
As decisões estratégicas são 
aquelas que determinam a direção 
geral de um empreendimento e sua 
viabilidade final à luz das mudanças 
previsíveis, imprevisíveis e irreco-
nhecíveis que podem ocorrer nos 
principais ambientes adjacentes. 
Elas sutilmente moldam as verda-
deiras metas do empreendimento. 
Ajudam a delinear os limites amplos 
dentro dos quais a empresa opera. 
Ditam tanto os recursos que a em-
presa terá disponíveis para suas ta-
refas como os principais padrões 
para os quais esses recursos serão 
alocados. E determinam a eficácia 
da empresa - se suas principais for-
ças estão na direção certa conside-
rando seus potenciais recursos - em 
vez de dizer se as tarefas individuais 
são desempenhadas eficientemente. 
Gerenciamento voltado para a efici-
ência, junto com a miríade de deci-
sões necessárias para manter a vida 
diária e os serviços da empresa, for-
mam o domínio de operações. 
 
 
 31 
 
 32 
ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA PRIVADA 
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