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Mayara Medeiros ({Urticária Crônica}) ❖ Urticária é uma dermatose, caracterizada pelo aparecimento súbito de urticas e prurido, com ou sem angioedema. ❖ 50% das urticarias são acompanhadas de angioedema (inchaço nos olhos, boca), pois há ativação mastocitária excessiva nos planos mais profundos da derme. ❖ A lesão apresenta 3 características típicas: o Pápula eritemato-edematosa, ou urtica, geralmente rodeado por eritema reflexo; o Prurido associado, ou as vezes uma sensação de queimação; o Resolução fugaz: 1-24h ❖ Angioedema é tipicamente caracterizado por: o Edema súbito e pronunciado da derme profunda e subcutânea; o Às vezes dor no lugar de prurido; o Envolvimento frequente de membranas mucosas; o Resolução em até 72h. ❖ Importante caracterizar se o eritema e o angioedema são de caráter histaminérgicos, pois, existem outros que não são mediados por histamina, como o angioedema causado por IECA (mediado por bradicinina), não tem tanto prurido e o angioedema demora mais para desaparecer. ❖ 10% de pacientes com urticária crônica podem surgir com acometimento apenas de angioedema, sem a urticária. ❖ 40% dos pacientes podem ter apenas urticária, sem angioedema. Definição e classificação da Urticária crônica: Fisiopatologia: ❖ Na figura, está representado um mastócito e todas as substâncias que são capazes de ativá-lo, como IgE, neuroreceptores, fatores físicos, algumas drogas etc. que causarão sua degranulação. ❖ Principal mediador é a histamina. Urticária aguda: ❖ Causas: o Infecção: grande maioria das urticárias agudas são infecções virais o Alimentos o Medicamentos ❖ Manejo: o Como investigar? ▪ A maioria infecciosa: observar ▪ Se gatilho alimentar ou medicamentoso: encaminhar à alergista para investigação. o Como tratar? Mayara Medeiros ▪ Anti-histamínicos de segunda geração até dose quadruplicada ▪ Corticoide oral, se angioedema. ▪ Acompanhamento: 6> 6 semanas → Urticária crônica ▪ Tranquilizar a família, orientar quanto à evolução. Urticária crônica espontânea: ❖ Causa mais frequente de urticária crônica ❖ Afeta mais de 1 milhão de brasileiros ❖ Associação com autoimunidade (pensar em tireoidites, hipotireoidismo, solicitar anti-TPO e função tireoidiana TSH e T4 livre, lúpus, solicitar FAN e outras doenças autoimune) ❖ Mecanismo: o Não há estímulos físicos de degranulação mastocitária o 1º mecanismo: formação de anticorpos do tipo IgG contra os receptores de alta afinidade do mastócito (receptores de alergia). ▪ Anti-TPO, Anti-DNA, FAN, qualquer anticorpo IgG se ligando e degranulando o mastócito. o 2º mecanismo: ativação por anticorpos IgE. O IgG se pões entre duas IgE, fazendo com que elas se liguem entre si e degranulem o mastócito. o 3º mecanismo: ativação por autoantígenos. Antígenos da própria tireoide, por exemplo. É muito comum pacientes que possuem doenças autoimune da tireoide terem urticária, principalmente mulheres jovens. Urticárias induzidas: ❖ Vias físicas de ativação do mastócito. o Ex: dermografismos, urticária colinérgica (micropápulas, aumento da temperatura corporal, suor – fazer diagnóstico diferencial com dermatite atópica através da anamnese), pressão tardia (pápula surge após pressão, como por exemplo ao aferir a pressão com tensiômetro). Dermografismo ❖ Para esses pacientes de urticária de contato ao frio é importante a investigação de imunocomplexos e precipitação de anticorpos com o frio. Possuem risco maior de anafilaxia, principalmente ao mergulharem em lugares frios. Desse modo, há contraindicação de banhos de piscina, rio, mar etc. Urticária ao calor Urticária solar Mayara Medeiros ❖ Investigação: história clínica BASTANTE detalhada Protocolo de investigação da urticária: Investigação laboratorial: ❖ Urticária aguda: o Nenhuma o Se sinais de alerta, quadro clínico sugestivo de etiologia alimentar ou medicamentosa, investigação específica e direcionada: ▪ Hemograma ▪ VHS/ PCR ▪ Sumário de urina ▪ Radiografia de tórax ❖ Urticária crônica: o Hemograma o VHS o PCR o Direcionamento de acordo com a história clínica. Diagnóstico diferencial: ❖ Doenças autoimunes e autoinflamatórias o Febre o Dor articular o Mal-estar ❖ Urticária vasculite o Lesões duram >24h, hipercromia residual ❖ Angioedema por Bradicinina o Angioedema hereditário o Angioedema por IECA Tratamento: ❖ Inicia o tratamento com anti-histamínico de segunda geração fazendo o escalonamento da dose a cada 4 semanas, podendo chegar até dose quadruplicada de anti-histamínico de segunda geração. ❖ Se chegou na dose quadruplicada e o paciente não respondeu, o próximo passo é utilizar o anticorpo monoclonal Anti-IgE (Omalizumabe). É um anticorpo que vai se ligar aos receptores de IgE, causando down regulation nos receptores de autoafinidade, não deixando os autoantígenos e anticorpos reativos se ligarem no receptor da IgE, bloqueando-os e impedindo que o mastócito degranule. ❖ Caos ainda assim não consiga controlar, adicionar a ciclosporina, que é um imunossupressor. Como avaliar o controle da urticária? ❖ Questionários: Anti-histamínicos de 2ª geração por idade: ❖ A partir de 6 meses: o Fexofenadina o Desloratadina o Cetirizina (muito utilizada na prática) o Levocetirizina (pouca sedação) ❖ A partir de 2 anos: o Loratadina Mayara Medeiros o Ebastina ❖ Maior que 12 anos: o Rupatadina o Bilastina o Epinastina Quais anti-histamínicos podem ser utilizados em dose quadruplicada? ❖ Cetirizina ❖ Desloratadina ❖ Ebastina ❖ Fexofenadina ❖ Levocetirizina ❖ Rupatadina ❖ Não utilizar dose associada para evitar interação medicamentosa.
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