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Unidade 1 Livro Didático Digital Daniel Campelo Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autor DANIEL CAMPELO O AUTOR Daniel Campelo Olá. Meu nome é Daniel Campelo e sou economista mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável e especialista em Metodologia do Ensino a Distância. Possuo experiência técnico- profissional na área de Economia, gestão e mercado há mais de 15 anos. Há 10 anos atuo na docência do Ensino Superior nos cursos de Graduação e Pós-graduação, sendo os últimos cinco anos dedicados à modalidade de Ensino a Distância. Por acreditar no papel transformador da educação e no excelente caminho que abre para uma sociedade mais justa, passei a me dedicar à transmissão de minha experiência profissional e de vida àqueles iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Entendendo os conceitos e definições de logística nas organizações ..................................................................................................10 O que é logística? ......................................................................................................................... 10 Funções da operação logística .........................................................................12 A estratégica logística ................................................................................................................14 Aprendendo sobre a gestão da cadeia de suprimentos nas empresas .........................................................................................................18 O gerenciamento da cadeia de suprimentos ............................................................18 Qual a diferença entre GCS e logística? .......................................................................20 Importância do gerenciamento da cadeia de suprimentos ...........................21 Compreendendo os custos inerentes às operações logísticas .........................................................................................................25 Os custos de uma organização .......................................................................................... 25 Estimando os custos de uma atividade ........................................................................29 Técnicas de estimativa de custos ..................................................................30 Análise de custo-benefício de uma atividade ......................................................... 34 Compreendendo os custos de transportes nas operações logísticas ........................................................................................................ 38 Os custos de transportes ........................................................................................................38 Componentes de custos e tempo .....................................................................................41 Tipos de custos de transporte.............................................................................................48 7 UNIDADE 01 Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 8 INTRODUÇÃO A logística é um tema importante quando tratamos da gestão de custos, riscos e perdas. Você já imaginou um gestor logístico que não tenha conhecimento sobre estratégia logística e sobre gerenciamento da cadeia de suprimentos e custos? Um bom profissional deve ter conhecimento de alguns assuntos relevantes dentro de uma organização. E é assim que iremos trabalhar nesta primeira unidade. Inicialmente, iremos estudar sobre logística geral e logística estratégica. Em seguida, iremos entender sobre gerenciamento da cadeia de suprimentos. Estudaremos, ainda, os custos inerentes às operações logísticas e, por fim, nos concentraremos nos custos de transportes. Assim, finalizaremos todo o conteúdo proposto para você nesta primeira unidade. Vamos nessa? Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os conceitos e as definições de logística nas organizações. 2. Aprender sobre a gestão da cadeia de suprimentos nas empresas. 3. Compreender os custos inerentes às operações logísticas. 4. Compreender os custos de transportes nas operações de logística. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 10 Entendendo os conceitos e definições de logística nas organizações INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender os principais conceitos e definições de logística nas organizações. Iremos nos aprofundar nas funções da operação logística, cujo papel é fundamental na gestão de custos de uma organização, e depois abordaremos sua estratégia, um passo adiante no quesito gestão. Por isso, um bom gestor desta área precisa ter conhecimento sobre tais temáticas e ser capaz de colocá-las em prática sempre que requisitado. Compreender bem esses aspectos é relevante no seu conhecimento e em sua profissão. Vamos desbravar esse novo universo em busca de mais conhecimento. Então vamos lá. Avante! O que é logística? Originalmente, a logística desempenhava o papel vital de transportar militares, equipamentos e mercadorias em operações. Embora a logística seja tão importante como sempre o foi nas Forças Armadas, hoje o termo é mais comumente empregado no contexto da movimentação de mercadorias comerciais dentro da cadeia de suprimentos. Figura 1: Logística Fonte: Freepik Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 11 DEFINIÇÃO: Logística é o processo de planejar e executar o transporte e armazenamento eficiente de mercadorias durante todo o curso, do ponto de origem ao ponto de consumo. Seu objetivo é atender aos requisitos do cliente de maneira oportuna e econômica. Como parte do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS), a logística é o processo de planejamento e execução do transporte de mercadorias dos armazéns para os clientes. NOTA: Dada a importância do gerenciamento da cadeia de suprimentos, dedicaremos nesta unidade um capítulo exclusivo para esta temática! Muitas empresas são especializadas em logística, prestando serviços a fabricantes, varejistas e outras indústrias que apresentam grande necessidade de transporte de mercadorias. Alguns possuem toda a gama de infraestrutura, de aviões a caminhões, incluindo armazéns e softwares,a passo que outros se especializam em uma ou duas funções distintas. Normalmente, grandes varejistas ou fabricantes desempenham por conta própria as principais funções de sua rede logística. A maioria das empresas, no entanto, passa essas funções para empresas fornecedoras de logística terceirizada. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 12 Funções da operação logística As duas principais funções da operação logística são transporte e armazenamento. NOTA: A gestão de transporte se concentra no planejamento, otimização e execução do uso de veículos para movimentar mercadorias entre armazéns, lojas e clientes. O transporte é intermodal e multimodal, podendo incluir variedade de transporte, como hidroviário, aéreo, ferroviário e rodoviário. Logo, não surpreende que o gerenciamento de transporte seja um processo complexo envolvendo o planejamento e a otimização de rotas e cargas de remessa, gerenciamento de pedidos, auditoria e pagamento de frete. Ele também pode se estender ao gerenciamento de pátios, um processo que supervisiona a movimentação de veículos por esses espaços fora das fábricas, armazéns e instalações de distribuição. O gerenciamento de transportes é um aspecto importante, pois o preço, a disponibilidade e a capacidade das transportadoras podem variar bastante. NOTA: Iremos focar nos custos de transportes no fim desta unidade, onde dedicaremos um capítulo específico para abordarmos esta temática tão importante para as operações logísticas. As empresas de logística geralmente usam o software do sistema de gerenciamento de transporte (TMS) para ajudar a atender às demandas da logística relacionada ao transporte. Existem também aplicações específicas, como é o caso dos sistemas de gerenciamento de pátio. Já o armazenamento (ou gerenciamento de armazém), inclui funções como gerenciamento de estoque e atendimento de pedidos Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 13 e, ainda, envolve o gerenciamento da infraestrutura e dos processos do armazém. Exemplo: Em um centro de distribuição, onde os pedidos de mercadorias são recebidos, processados e atendidos (enviados ao cliente), todas as funções do gerenciamento de armazém são realizadas. A maioria das empresas utiliza o software WMS (Warehouse Management System) para gerenciar o fluxo e o armazenamento de mercadorias, bem como para rastrear o estoque. Grande parte dos fornecedores de software de planejamento de recursos empresariais (ERP) oferece módulos TMS e WMS, além de componentes mais especializados para gerenciamento de inventário e outras funções logísticas. O gerenciamento alfandegário (ou gerenciamento global do comércio) é também frequentemente considerado parte da logística, pois a documentação para mostrar conformidade com os regulamentos do governo deve ser processada frequentemente quando as mercadorias atravessam fronteiras nacionais ou entram nos portos de embarque. VOCÊ SABIA? Você sabia que alguns países no mundo já começam a utilizar carros autônomos, isto é, sem motorista? Já imaginou o impacto disso nos custos logísticos? Pois é. A inteligência artificial (IA) e a tecnologia de veículo sem motorista desempenharão um papel importante no que será a logística no futuro. Algumas empresas de logística já utilizam a IA para rastrear melhor os pacotes e prever problemas relacionados ao transporte na cadeia de suprimentos. Enquanto isso, como vimos acima, já se observa que há empresas que fazem uso de veículos autônomos, como empilhadeiras sem motorista, caminhões de entrega e drones. Essa forma de operar provavelmente se tornará mais comum em armazéns e rodovias. Embora a entrega pontual de mercadorias sem danos sempre tenha sido importante em toda a cadeia de suprimentos, tornou-se ainda Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 14 mais crítica nos últimos anos à medida que o comércio passou a realizar a entrega da encomenda, seja doméstica, seja no varejo, no mesmo dia em que o pedido foi feito. Fornecedores, fabricantes, distribuidores e varejistas tiveram que melhorar seus processos logísticos para atender à demanda por entrega mais rápida e mais conveniente de uma variedade maior de mercadorias. Tiveram, ainda, que integrar melhor seus processos e sistemas para melhorar a visibilidade da cadeia de suprimentos. Agora que já sabemos o que é logística e alguns conceitos importantes, vamos além? Chegou a hora de estudarmos estratégia logística, entender o que é essa temática e algumas estratégias importantes para a operação logística de sua empresa. Vamos lá? A estratégica logística Entendemos no tópico anterior a definição de logística e alguns conceitos importantes, porém há muito mais na logística do que apenas tomar decisões táticas sobre transporte e armazenamento. É preciso desenvolver uma estratégia de logística para garantir o alto desempenho da cadeia de suprimentos. Uma estratégia de logística pode ser definida como um conjunto de princípios orientadores, atitudes e forças motrizes que ajudam a coordenar planos, metas e políticas entre diferentes parceiros em qualquer cadeia de suprimentos. Auxilia também a aumentar o desempenho da cadeia de suprimentos, ao mesmo tempo em que melhora seu gerenciamento. A cadeia de suprimentos muda constantemente, o que, por sua vez, afeta a organização logística. Você deve implementar uma estratégia de logística para garantir que possa se adaptar à flexibilidade da cadeia de suprimentos. Uma estratégia de logística permite identificar como as mudanças iminentes afetam a empresa, fazendo com que você possa implementar as alterações organizacionais ou funcionais necessárias para garantir que os níveis de serviço não sejam reduzidos. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 15 Figura 2: Estratégia logística Fonte: Freepik Exemplo: Para tomar decisões estratégicas quanto aos custos, por exemplo, você deve examinar todos os cinco componentes da operação logística para verificar se é possível obter algum benefício potencial de custo. Vamos conhecer cada um desses cinco componentes da operação logística aprender a fazer a verificação tratada no exemplo acima. Transporte: verifique se suas estratégias de transporte atuais ajudam os níveis de serviço ou não. Terceirização: pergunte quais partes de terceirização são usadas na função de logística. Você deve questionar se a contratação de empresa de logística terceirizada melhoraria os níveis de serviço ou não. E se sim, como? Sistemas de logística: seus sistemas de logística atuais oferecem o nível de dados necessário para implementar com sucesso a estratégia de logística? Você precisa de novos sistemas? Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 16 Concorrentes: dê uma olhada no que seus concorrentes estão oferecendo. Verifique se você pode fazer alguma alteração na sua empresa ou quais os serviços aos clientes que podem melhorar significativamente. Revisão da estratégia: examine se todos os seus objetivos logísticos e organizacionais estão alinhados IMPORTANTE: Você deve projetar a estratégia de logística de maneira a conectá-la aos fornecedores, corporações e fabricantes localizados em várias partes do mundo. Você deve ter a tecnologia para vincular todos os envolvidos de uma maneira que ofereça consistência, aprimore a visibilidade e simplifique os processos, criando desse modo as ferramentas para enfrentar os desafios em tempo real. A seguir, vamos ver algumas boas estratégias logísticas que podem ser utilizadas na prática. a. Busque boas soluções: certifique-se de usar soluções que possam ser entregues a todos na cadeia de suprimentos, independentemente de sua localização. Assim, você deve optar por implementar uma solução configurável em vez de uma que seja um modelo “copia e cola” de outras empresas. Você deve encontrar uma solução que possa ser totalmente configurada para várias necessidades de sua cadeiade suprimentos. b. Realize ações apoiadas por fatos: quando você confia nos fatos e tem acesso em tempo real às informações, pode executar ações que ajudam sua empresa a atingir seu potencial máximo com um investimento de tempo mínimo. Evite recorrer aos costumes antigos da empresa se eles forem irrelevantes nos tempos atuais. c. Use dados precisos: quando você tem dados precisos, consegue tomar decisões informadas que podem ajudá-lo a planejar o sucesso futuro. Não tenha medo de usar a inovação para planejar com antecedência. d. Implemente sistemas automatizados: eles oferecem dados precisos sobre quase tudo de que você precisa. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 17 Não deixe de observar essa estratégia, pois caso você a negligencie, isso poderá atrapalhar seus planos para o futuro. e. Adote novas tecnologias: incorpore inovações como tecnologia em nuvem, tecnologia de rastreamento, uso de balanças de caminhão e tecnologia de voz em seus processos logísticos. Fique de olho em novos desenvolvimentos, como a impressão 3D, que podem vir a mudar o jogo no futuro. REFLITA: O futuro da logística é realmente promissor e você deve tomar as medidas necessárias para acompanhá-lo. Certifique-se de tomar decisões de longo prazo de modo que você consiga garantir que a logística realize um papel fundamental de apoio à empresa. Espero que a importância desses conceitos já tenha ficado mais clara para você. Como vimos, o papel do gestor logístico dentro da organização atualmente é cada vez mais abrangente. Agora que estudamos estes temas, vamos avançar na nossa unidade e estudar sobre gestão da cadeia de suprimentos nas empresas. Vamos em frente! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 18 Aprendendo sobre a gestão da cadeia de suprimentos nas empresas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender o funcionamento, a importância e a complexidade do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Além disso, você entenderá que logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos, embora muitas vezes equivocadamente tratados como sinônimos, não são a mesma coisa. Você sabia que vários gestores desconhecem essas diferenças? Além de ser importante conhecê-las, também se faz necessário aplicá-las nas organizações. Então, irei te conduzir a esse novo mundo de conhecimento: o gerenciamento da cadeia de suprimentos, sua importância e complexidades. Preparado? Vamos lá! O gerenciamento da cadeia de suprimentos Em uma organização, é preciso muitas vezes controlar o fluxo de um determinado produto. Em uma fábrica, por exemplo, é preciso controlar o produto desde sua fabricação até a entrega ao cliente. Para que isso seja feito de forma eficiente, é preciso que haja o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Quando falamos de controle, estamos falando de todas as pessoas responsáveis por este papel na organização. Acompanhar todo o processo da cadeia de suprimentos, com atenção às questões logísticas, realizando o monitoramento e controle é fundamental para o sucesso da organização. Mas afinal, o que é gerenciamento da cadeia de suprimentos? Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 19 DEFINIÇÃO: O gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS) é composto por diversas atividades necessárias para planejar, controlar e executar o fluxo de um produto no processo que vai da aquisição de matérias-primas e produção até a distribuição ao cliente final, da maneira mais simplificada e econômica possível. Figura 3: Controle do fluxo Fonte: Freepik O GCS abrange o planejamento e a execução integrados dos processos necessários para otimizar o fluxo de materiais, informações e capital financeiro nas áreas que incluem amplamente o planejamento da demanda, fornecimento, produção, gerenciamento e armazenamento de estoque, transporte e retorno por excesso ou produtos com defeito. Tanto a estratégia de negócios quanto softwares especializados são usados nesses esforços para criar uma vantagem competitiva. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 20 EXPLICANDO MELHOR: O gerenciamento da cadeia de suprimentos é um processo amplo e complexo que depende de cada parceiro, dos fornecedores aos fabricantes, para que funcione de forma positiva. Por esse motivo, o gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos também requer gerenciamento de alterações, colaboração e gerenciamento de riscos para criar alinhamento e comunicação entre todas as organizações. Diante destes elementos, você deve estar se perguntando se o gerenciamento da cadeia de suprimentos e logística são as mesmas coisas. A resposta, como já tratamos anteriormente, é: não! Vamos entender, então, do que tratam esses termos. Qual a diferença entre GCS e logística? Os termos gerenciamento e logística da cadeia de suprimentos são frequentemente confusos ou usados como sinônimos, mas na verdade estamos falando de coisas distintas. Você sabe quais são essas diferenças? Vamos conhecê-las agora! DEFINIÇÃO: A logística é um componente do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Ela se concentra em mover um produto ou material da maneira mais eficiente para que ele chegue ao lugar certo, na hora certa. Gerencia atividades como embalagem, transporte, distribuição, armazenamento e entrega. Por outro lado, o GCS envolve uma gama mais ampla de atividades, como fornecimento estratégico de matérias-primas, obtenção dos melhores preços de bens e materiais e coordenação dos esforços de visibilidade da cadeia de suprimentos (VCS) em toda a rede de parceiros dessa cadeia, dentre muitas outras atividades mais. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 21 Figura 4: Movimentação de produtos Fonte: Freepik O gerenciamento da cadeia de suprimentos produz benefícios como novas eficiências, maiores lucros, menores custos e maior colaboração. O GCS permite que as empresas gerenciem melhor a demanda, transportem a quantidade certa de estoque, lidem com interrupções, reduzam os custos ao mínimo e atendam à demanda do cliente da maneira mais eficaz possível. Esses benefícios do GCS são alcançados por meio de estratégias e softwares adequados para ajudar a gerenciar a crescente complexidade das cadeias de suprimentos atuais. Veremos mais sobre a importância da GCS e o papel da utilização de softwares nos próximos tópicos. Vamos nessa! Importância do gerenciamento da cadeia de suprimentos O primeiro ponto importante é que as atividades do GCS podem melhorar o atendimento ao cliente. O gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos tem a capacidade de garantir a satisfação do cliente, Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 22 assegurando que os produtos necessários estejam disponíveis no local e no momento certos. O GCS também pode aumentar a satisfação do cliente, entregando produtos aos consumidores no prazo e fornecendo serviço e suporte rápidos sempre que preciso. Ao aumentar os níveis de satisfação do cliente, as empresas são capazes de criar e melhorar a lealdade do cliente, tornando importante o crescimento no atendimento ao cliente, tanto para o cliente quanto para os negócios. O GCS também oferece uma grande vantagem para as empresas, diminuindo os custos operacionais gerais. As atividades de GCS podem reduzir o custo de compra, o custo de produção e o custo total da cadeia de suprimentos. Ao diminuir os custos operacionais, a GCS também pode melhorar a posição financeira de uma empresa. Figura 5: Gerenciamento dos produtos Fonte: Freepik Exemplo: Os custos reduzidos da cadeia de suprimentos podem elevar significativamente os lucros e o fluxo de caixa de uma empresa. Além disso, o GCS pode diminuir a utilização de grandes ativos fixos, como armazéns e veículos, por exemplo, permitindo que especialistas Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 23 da cadeia de suprimentos redesenhem sua rede para atender e operar adequadamente com cinco armazéns e não maiscom oito, reduzindo o custo de propriedade de três instalações. NOTA: Ainda nesta unidade, iremos focar em alguns conceitos gerais sobre custo e, ao final, vamos estudar os custos de transportes. Demais custos das operações logísticas e da cadeia de suprimentos nós iremos estudar ao longo da disciplina. Para compreendermos melhor a cadeia de suprimentos, vamos inicialmente partir de uma forma mais simplificada. A versão mais básica de uma cadeia de suprimentos inclui uma empresa, seus fornecedores e os clientes desta empresa. A cadeia poderia ser vista assim: produtor, fabricante, distribuidor, varejista e cliente de varejo de matérias-primas. Entendido isso, partimos para uma cadeia de suprimentos mais complexa que inclui vários fornecedores e vários clientes, além de todas as organizações que oferecem os serviços necessários para obter efetivamente os produtos, incluindo fornecedores de logística terceirizados, organizações financeiras, fornecedores de software da cadeia de suprimentos e fornecedores de pesquisa de marketing. Observe que fornecedores de softwares foi destacado no parágrafo anterior, pois é muito importante o papel que ele desempenha no gerenciamento da cadeia de suprimentos. A utilização de recursos tecnológicos é importantíssima no gerenciamento das cadeias de suprimentos modernas, e os fornecedores de sistemas de gestão empresarial (SGE) oferecem módulos focados em áreas significativas. Também existem fornecedores de software comercial que se concentram especificamente na GCS. Algumas áreas importantes a serem observadas incluem: • • .......................Software de planejamento da cadeia de suprimentos para atividades como gerenciamento de demanda. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 24 • Software de execução da cadeia de suprimentos para atividades como operações de fabricação diárias. • Software de visibilidade da cadeia de suprimentos para tarefas como detectar e antecipar riscos e gerenciá-los proativamente. • Software de gerenciamento de inventário para tarefas como rastrear e otimizar níveis de inventário. • Software de gerenciamento de logística e sistemas de gerenciamento de transporte para atividades como gerenciar o transporte de mercadorias, especialmente nas cadeias de suprimentos globais. • Sistemas de gerenciamento de armazém para atividades relacionadas às operações de armazém. Agora que estudamos o gerenciamento da cadeia de suprimentos, sua importância e complexidade, vamos avançar para nosso próximo capítulo. Observe que a gestão logística e da cadeia de suprimentos refere- se a custos. Esse é outro tema importante. Seja de que natureza for a organização, o gestor logístico precisa conhecer os custos envolvidos na operação, bem como os custos inerentes às operações logísticas. Diante disto, estudaremos a partir de agora os custos inerentes às operações logísticas. Vamos em frente! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 25 Compreendendo os custos inerentes às operações logísticas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você terá compreendido os custos inerentes às operações logísticas. Iremos entender inicialmente os custos de uma organização, como: diretos, indiretos, fixos e variáveis. Avançaremos apresentando quatro técnicas utilizadas para fazer a estimativa de custo. Por fim, estudaremos sobre como fazer a análise custo- benefício de uma operação logística. Esse tema ajudará o gestor em momento anterior a tomar conhecimento dos demais custos específicos da operação logística. E então? Motivado para desenvolver esse novo conhecimento? Vamos lá! Os custos de uma organização Agora, vamos começar a estudar uma temática importante para as empresas e para as operações logísticas. Vamos estudar os custos de uma organização e entender alguns destes associados às operações logísticas. DEFINIÇÃO: Os custos de logística são a soma de todas as despesas realizadas para disponibilizar um bem ou serviço ao mercado, principalmente ao consumidor final. Os custos de transporte continuam sendo um custo dominante, pois representam cerca de metade dos custos logísticos. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 26 NOTA: Estudaremos sobre os custos de transporte no último capítulo desta nossa primeira unidade. Os custos de estoque também são significativos, com uma participação de cerca 20% dos custos totais. Eles incluem os custos de manutenção de bens em estoque (custos de capital, armazenamento, depreciação, seguro, tributação e obsolescência) e são geralmente expressos como uma parcela do valor do estoque. Os custos de mão de obra envolvem o manuseio físico de mercadorias, incluindo tarefas como embalagem e rotulagem. O atendimento ao cliente abrange o recebimento e processamento de pedidos dos clientes. Exemplo: Os distribuidores pagam aluguéis mais altos para aproveitar um local de logística que ofereça uma boa localização, como um terminal intermodal, por exemplo, pois essa estratégia permite reduzir os custos de transporte, além de melhorar a capacidade de resposta e entrega do produto. Mas, antes de continuarmos, é importante avançarmos nos custos logísticos (vamos fazer isso ao longo de toda nossa disciplina). Criaremos uma boa base e entendimento sobre os custos de uma organização. Inicialmente, vamos conhecer os custos mais comuns em uma empresa. Vamos lá! Custos diretos: quaisquer custos diretamente atribuíveis a um trabalho específico. Isso pode incluir os salários pagos a equipe, a taxa de cobrança dos recursos e custos do software e hardware usados em um trabalho. Custos indiretos: são os custos distribuídos em vários trabalhos e não podem ser vinculados a um único trabalho. Esses custos incluem aqueles incorridos em serviços compartilhados, como custo de espaço Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 27 para escritório, impostos pagos pela organização e outros serviços, como secretaria, recepcionista e zelador. Custos variáveis: custos que mudam proporcionalmente à quantidade de tempo e material gastos no trabalho realizado. Custos fixos: custos que não mudam com a linha do tempo ou o progresso de um trabalho realizado. Custos acumulados: os custos cumulativos de uma organização são aqueles incorridos até uma fase ou etapa específica de um trabalho. Ele pode ser medido usando um Índice de Desempenho de Custo, que mede a proporção do valor agregado em relação ao custo real incorrido no trabalho. Conforme descrito acima, todos os custos acumulados até uma determinada fase podem ser chamados de custos cumulativos. Entendido os custos básicos de uma empresa, é importante também que você saiba a importância do orçamento faseado e o controle de custos. Vamos ver o que são esses conceitos agora! DEFINIÇÃO: Um orçamento faseado no tempo inclui os custos incorridos em cada intervalo ou etapa de uma atividade. Os marcos para esse trabalho seriam requisitos, design, codificação, teste e implementação. O orçamento para ele seria os custos em cada etapa da atividade. O orçamento geral da atividade deve ter todos os componentes dos custos incluídos, como custos diretos e indiretos, custos fixos e variáveis, dentre outros, juntamente com o custo em cada fase ou etapa da atividade. A variação de custo deve ser medida usando a técnica de valor agregado. Essa técnica permite ao gerente avaliar a conclusão da atividade em cada etapa, de acordo com o custo incorrido e o valor Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 28 acumulado até então. A variação entre essas duas medidas fornece uma estimativa precisa da condição em que uma determinada atividade está. DEFINIÇÃO: O plano de gerenciamento de custos deve incluir o plano para controle dos custos da atividade. Deve haver uma medida dos custos envolvidos e suas variações rastreadas, caso existam. Qualquer variação no orçamento deve ser controlada pelo controle do impacto dasalterações de custo. Figura 6 Controle da atividade Fonte: Freepik Além disso, o controle de custos pode ser feito na área de custos indiretos e despesas gerais e administrativas. Agora que entendemos os custos inerentes às operações logísticas, o orçamento faseado e o controle dos custos, vamos estudar sobre como estimar os custos de uma atividade. Vamos lá! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 29 Estimando os custos de uma atividade DEFINIÇÃO: A estimativa de custos é um processo importante na gestão de uma atividade. Você pode usá-la para muitos propósitos, como, por exemplo, se uma organização quiser saber o custo correto ao fazer um lance para receber recursos de investidores para uma determinada atividade. O gestor deve estar atento, pois pode ser necessário usar o processo de estimativa de custos no meio de uma atividade, no caso de grandes mudanças, e pode ser repetido a qualquer momento quando houver necessidade. Mas afinal, objetivamente, o que é estimativa de custos? A estimativa de custos é o processo de previsão do custo de uma atividade com um planejamento de execução previamente definido. EXPLICANDO MELHOR: A estimativa de custo é a soma de elementos de custo individuais, usando métodos estabelecidos e dados válidos para estimar os custos futuros de uma atividade com base no que é conhecido hoje. Figura 7: Estimativa de custo Fonte: Freepik Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 30 Em um primeiro momento, você pode achar o processo difícil, mas há várias técnicas para realizar essa tarefa. Depois de entendê-las, você poderá estimar os custos de uma atividade facilmente. Vamos estudar algumas ferramentas que auxiliam os envolvidos em uma atividade dentro da organização a fazerem as estimativas de custos. Vamos lá! Técnicas de estimativa de custos Como vimos, o custo de uma atividade deve incluir os recursos e a reserva de contingência. Para calcular os custos de recursos de uma atividade, você pode usar quatro técnicas principais: • Estimativa análoga. • Estimativa paramétrica. • Estimativa de três pontos. • Estimativa de baixo para cima. Dentre todas, a estimativa análoga é a menos precisa e a estimativa de baixo para cima é a mais precisa. Há uma diferença entre a estimativa de custos e o processo de duração estimado de uma atividade. Contudo, ambos usam as mesmas ferramentas para estimativa. Um é destinado ao dinheiro disponível para gastar e o outro é destinado ao tempo gasto. Vamos estudar melhor cada uma das quatro técnicas! Estimativa análoga Você pode usar essa técnica quando há informações limitadas disponíveis da atividade. Essa técnica não fornece uma estimativa confiável, seus benefícios são um resultado rápido com menos esforço. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 31 IMPORTANTE: Aqui, você estima o custo de uma atividade comparando-o com qualquer atividade semelhante no passado. Você analisará os registros históricos da organização. Em seguida, você usará seu julgamento especializado para encontrar a estimativa de custo da sua atividade. Se sua organização concluiu muitas atividades semelhantes, você selecionará a mais parecida com a sua, traçará um paralelo entre as atividades atuais e as anteriores e fará ajustes para obter o custo estimado da atividade. A estimativa pode ser precisa se a semelhança for alta e os estimadores forem especialistas. A estimativa análoga também é conhecida como estimativa de cima para baixo. Pontos importantes desta técnica: • É mais rápida, mas menos precisa. • Essa técnica é útil quando você tem menos detalhes. Estimativa paramétrica Como a estimativa análoga, a estimativa paramétrica usa dados históricos para calcular o custo, porém, ela usa dados estatísticos. Ela pega variáveis de atividades semelhantes e as aplica à atividade atual. Exemplo: Por exemplo, você pode obter o custo do concreto por metro cúbico de suas construções anteriores, encontrar a quantidade de Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 32 concreto do projeto atual e as multiplicar pela média do custo encontrado. Isso fornecerá o custo total do concreto para a sua nova construção. Da mesma forma, você pode calcular o custo de outros parâmetros: recursos humanos, materiais, transporte, equipamentos, dentre outros. A estimativa paramétrica é mais precisa que a estimativa análoga. Pontos importantes desta técnica: • Usa o relacionamento estatístico entre dados históricos e variáveis. • Essa técnica é mais precisa que a estimativa análoga. Estimativa de três pontos Essa técnica ajuda a reduzir vieses e incertezas ao estimar suposições. Aqui, você determina três estimativas, em vez de uma, e calcula a média delas para reduzir as incertezas, riscos e preconceitos. Duas distribuições comumente usam estimativas de três pontos: beta e triangular. O PERT (Técnica de Avaliação e Revisão de Programas) é baseado na distribuição beta. A fórmula de estimativa PERT é: Ce = (Co + 4Cm + Cp) / 6 Onde: Ce = Custo Esperado Cm = Custo mais provável. Considera um caso típico em que tudo acontece normalmente. Cp = Custo pessimista, no qual quase tudo dá errado. Co = Custo otimista, no qual tudo corre melhor do que se supõe. Já a fórmula da estimativa triangular é: Ce = (Co + Cm + Cp) / 3 Essa técnica minimiza as visualizações tendenciosas dos dados. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 33 Pontos importantes desta técnica: • Reduz o viés, o risco e a incerteza da estimativa. • Técnica mais precisa do que as técnicas de estimativa análogas e paramétricas. Estimativa de baixo para cima A estimativa de baixo para cima também é chamada de “técnica definitiva”. Essa é a técnica mais precisa, porém mais demorada e cara. Aqui, você calculará o custo de cada atividade isoladamente com o mais alto nível de detalhe e os agrupará para calcular o custo total da atividade. EXPLICANDO MELHOR: Simplificando, você dividirá o trabalho em seus menores componentes. Em seguida, você estimará o custo de cada componente e o agregará para obter o cálculo de custo da atividade. Pontos importantes desta técnica: • É mais precisa e fornece resultados confiáveis. • Você pode usá-la quando tiver todos os detalhes da atividade. • Essa técnica é cara e consome tempo. A estimativa de custos é um processo interativo. Pode ser repetido em diferentes estágios de uma atividade, conforme definido no plano de gerenciamento de custos. Esse processo ajuda a estabelecer a linha de base dos custos. É importante observar que quanto mais preciso o método, mais caro e demorado ele se torna. Você poderá usar a técnica de estimativa mais adequada à sua situação, porém, tenha em mente que nem sempre é aconselhável usar estimativas de baixo para cima quando você tem pouco tempo ou recursos. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 34 IMPORTANTE: A estimativa de custo é um processo importante, pois o sucesso de uma atividade depende disso. Se você obtiver uma determinada atividade com uma estimativa equivocada, precisará concluir a atividade do próprio bolso. Isso é ruim para você e afeta a credibilidade da sua organização. Agora que entendemos como realizar a estimativa de custos de uma atividade, vamos para o último tópico deste capítulo, no qual estudaremos como fazer uma análise de custo-benefício de uma atividade. Vamos em frente! Análise de custo-benefício de uma atividade Este tópico vai te oferecer orientações para realizar análises de custo-benefício de uma atividade. Assim, estudaremos alguns temas importantes, tais como: • Informações básicas sobre a análise de custo-benefício e como ele pode se encaixar no processo de desenvolvimento de uma atividade. • Discussão de termos e princípios econômicos. • Revisão de etapas relevantes na realização de uma análise de custo- benefício para uma atividade. • Conselhos sobre o uso de resultados de custo-benefício. Cabe destacarque a análise de custo-benefício não é a mesma coisa que análise de viabilidade econômica e financeira (embora a Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 35 análise custo-benefício componha a análise de viabilidade econômica e financeira). Vamos entender o que é a análise de custo-benefício a seguir. Vamos lá! O que é uma análise custo-benefício? DEFINIÇÃO: Uma análise de custo-benefício é uma avaliação sistemática das vantagens econômicas (benefícios) e desvantagens (custos) de um conjunto de alternativas de investimento. Normalmente, um “caso base” é comparado a uma ou mais alternativas (que apresentam algumas melhorias significativas em comparação ao caso base). EXPLICANDO MELHOR: A análise avalia diferenças incrementais entre o caso base e as alternativas. Em outras palavras, uma análise de custo- benefício tenta responder à pergunta: quais benefícios adicionais resultarão se essa alternativa for adotada e quais custos adicionais são necessários para trazê-la? Figura 8: A análise custo-benefício Fonte: Freepik Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 36 O objetivo de uma análise de custo-benefício é traduzir os efeitos de um investimento em termos monetários e contabilizar o fato de que os benefícios geralmente se acumulam por um longo período, enquanto os custos de capital incorrem principalmente nos anos iniciais. Exemplo: Se formos analisar os custos de transporte que podem ser monetizados, encontraremos, dentre outros: custos de tempo de viagem, custos de operação de veículos, custos de segurança, custos de manutenção em andamento e valor restante de capital (uma combinação de gasto de capital e valor residual). Para alguns tipos de atividades, desvios na rota, os tempos de viagem e a segurança podem melhorar, mas os custos operacionais podem aumentar devido a distâncias maiores. Uma análise de custo- benefício bem realizada indicaria se o tempo de viagem e a economia de segurança excedem os custos da atividade e os custos operacionais a longo prazo. As análises de custo-benefício são usadas como ferramenta pelos gerentes para ajudar a avaliar conceitos preliminares durante os primeiros estudos de planejamento, para avaliar alternativas e selecionar um caminho preferido para a realização da atividade. RESUMINDO: Uma análise de custo-benefício fornece uma medida monetária da conveniência econômica relativa às alternativas de uma atividade, mas os tomadores de decisão geralmente pesam os resultados em relação a outros efeitos e impactos não monetizados de uma atividade. Os resultados de uma análise de custo-benefício, juntamente com todas as informações relevantes de uma atividade, podem ser usados para avaliar os efeitos e os impactos monetizados e não monetizados de alternativas quando uma decisão precisa ser tomada. Embora a análise de custo-benefício sempre tente responder à pergunta: “Do ponto de vista econômico, os benefícios valem o investimento?”, esta pergunta é feita de diferentes maneiras e em Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 37 diferentes pontos do processo de desenvolvimento de uma atividade, conforme observamos abaixo: Planejamento da atividade: Do ponto de vista econômico, os benefícios de uma nova construção, por exemplo, valem os custos da atividade, em comparação com o sistema atual? Atividade e estudo ambiental: Do ponto de vista econômico, os benefícios do local “A” valem os custos da atividade? Como a localização “A” se compara a “B” ou “C”? Planejamento da construção: Do ponto de vista econômico, os benefícios de fechar algumas ou todas as faixas de uma estrada, por exemplo, durante a construção valem o atraso no tráfego e os custos de desvio, em comparação com a manutenção de algumas faixas abertas? Em princípio, uma análise ideal de custo-benefício projetaria e avaliaria todas as possibilidades, mas isso não é possível nem prático, pois envolveria grandes incertezas. Então, é preciso focar em um elemento e observar se a relação custo-benefício é positiva. Agora que entendemos melhor os custos inerentes às operações logísticas, vamos estudar o custo que tem o maior impacto no custo total de logística: o custo de transportes. Este é o primeiro custo de tantos outros que iremos estudar ao longo da nossa disciplina. Por se tratar do custo mais relevante, iremos tratar dele logo agora em nossa primeira unidade (antes mesmo de abordarmos a gestão de riscos e perdas). Vamos lá! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 38 Compreendendo os custos de transportes nas operações logísticas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender quais são os custos de transportes nas operações logísticas, além de saber quais são os componentes dos custos de transportes e seus principais tipos. Você deseja que a sua organização supere seus concorrentes com preços mais competitivos economizando nas operações logísticas? Então, entender estes conceitos é fundamental. Você sabe, por exemplo, a diferença entre custos de linha e custos de capital? Vamos abordar todas essas temáticas para que você entenda claramente a diferença entre os principais tipos de custos. Estarei aqui com você para te passar todo esse conhecimento. E então? Motivado para nosso último capítulo? Então vamos lá. Avante! Os custos de transportes Quando falamos de custos de transporte, inerentemente associamos aos custos do transporte de mercadoria. Mas devemos nos atentar que os custos de transportes envolvem pessoas e organizações. Assim, é necessário considerar também o transporte de passageiros. Antes de focarmos nos custos de transportes voltados às mercadorias (logística), vamos entender melhor os custos de transporte de forma geral. Os sistemas de transporte possuem alguns elementos capazes de aumentar sua capacidade e reduzir custos de mobilidade. Todos os usuários (por exemplo, indivíduos, empresas, instituições, governos, dentre outros) devem observar tais custos, seja na mobilidade de passageiros, seja no transporte de mercadorias. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 39 IMPORTANTE: Os custos de transporte de mercadoria devem ser observados sempre, tendo em vista que suprimentos, sistemas de distribuição, tarifas, salários, localizações, técnicas de marketing e custos de combustível estão constantemente mudando. Também há outros custos envolvidos na coleta de informações, negociação e cumprimento de contratos e transações, que costumam ser chamados de custo dos negócios. O comércio também envolve custos de transação que todos os agentes tentam reduzir, uma vez que os custos de transação representam uma parcela crescente dos recursos consumidos pela economia. Figura 9: Análise dos custos de transporte Fonte: Freepik De forma frequente, as empresas e indivíduos devem tomar decisões sobre como encaminhar passageiros ou mercadorias através do sistema de transporte. Para o frete e a produção de bens leves e de alto Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 40 valor de consumo, como eletrônicos, as empresas têm se dedicado cada vez mais a escolher o local de produção e de distribuição. Geralmente, os custos de transporte representam mais de 10% do custo total de um produto. Essa parcela também se aplica de forma aproximada ao transporte de pessoas, no qual as famílias gastam cerca de 10% de sua renda em transporte, incluindo a propriedade de automóveis, que possui uma estrutura de custos complexa. Assim, a escolha de um modo de transporte para passageiros e mercadorias entre origens e destinos tem se tornado cada vez mais importante e dependente de vários fatores, como a natureza das mercadorias, as infraestruturas disponíveis, as origens e os destinos, a tecnologia e, particularmente, suas respectivas distâncias. Juntos, eles definem os custos de transporte. DEFINIÇÃO: Os custos de transporte são os custos assumidos internamente pelos prestadores de serviçosde transporte. São apresentados como custos fixos (infraestrutura) e variáveis (operacionais), dependendo de uma diversidade de condições relacionadas à geografia, infraestrutura, barreiras administrativas, energia e como são transportados passageiros e carga. Como já vimos, os custos de transporte têm impactos significativos na estrutura das atividades econômicas e no comércio internacional. Estudos apontam que um aumento de tais custos em 10% reduziria os volumes de comércio em mais de 20% e que a qualidade geral da infraestrutura de transporte pode ser responsável por metade da variação nos custos de transporte. Em um ambiente competitivo em que o transporte é um serviço que pode ser cotado, os custos de transporte são influenciados pelas respectivas taxas das empresas que realizam esse serviço, sem contar a parte dos custos de transporte cobrada dos usuários, chamadas de tarifas. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 41 DEFINIÇÃO: As tarifas compõem o preço dos serviços de transporte pagos por seus usuários. Eles são o custo monetário negociado para mover um passageiro ou uma unidade de carga entre uma origem e um destino específicos. As tarifas geralmente são visíveis para os consumidores, pois os prestadores de serviços de transporte devem fornecer essas informações para garantir transações. Eles podem não necessariamente expressar os custos reais de transporte. A diferença entre custos e taxas resulta em perda ou lucro do provedor de serviços. Considerando os componentes dos custos de transporte discutidos anteriormente, a definição de taxas é uma tarefa complexa, sujeita a alterações constantes. Para transporte de carga e muitas formas de transporte de passageiros (por exemplo, transporte aéreo), as tarifas estão sujeitas a uma pressão competitiva. Isso significa que a taxa será ajustada de acordo com as complexas interações entre oferta e demanda. Eles refletem os custos diretamente envolvidos no envio (custo do serviço) ou são determinados pelo valor da mercadoria (valor do serviço). Como muitos atores envolvidos no transporte de cargas são privados, as taxas tendem a variar, geralmente de forma significativa, mas a lucratividade é fundamental. Componentes de custos e tempo O transporte apresenta formas particulares de custos e nível de serviços, o que resulta em diferenças substanciais em todo o mundo. O preço de um serviço de transporte não inclui apenas os custos monetários diretos ao usuário, mas também inclui custos de tempo e Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 42 custos relacionados a possíveis ineficiências, desconfortos e riscos (por exemplo, atrasos inesperados). No entanto, os atores econômicos geralmente baseiam sua escolha considerando apenas parte do preço total do transporte. Exemplo: Por exemplo, os motoristas são influenciados por custos marginais de curto prazo. Eles podem reduzir o preço de uma viagem específica de carro para apenas os valores gastos com combustível, excluindo assim custos fixos como depreciação, seguro e imposto sobre veículos. Figura 10: Análise de custos e serviços Fonte: Freepik Muitos remetentes ou transitários são guiados principalmente por custos diretos ao considerar o fator preço na escolha do melhor modal que irá utilizar. O foco restrito nos custos diretos é, de certa forma, atribuído ao fato de que os custos de tempo e custos relacionados a possíveis Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 43 ineficiências são mais difíceis de calcular e, geralmente, só podem ser totalmente avaliados após a chegada da carga. Existem condições significativas que afetam os custos de transporte e, portanto, as taxas de transporte. Vejamos cada uma delas: a. Distância e tempo Os impactos da geografia envolvem principalmente distância e acessibilidade. A distância é geralmente a condição mais básica que afeta os custos de transporte. Quanto mais difícil é converter espaço por um custo, mais importante é a relação com a distância, podendo ser expressa em termos de duração, tempo, custos econômicos ou quantidade de energia utilizada. Esses elementos variam muito de acordo com o tipo de modo de transporte envolvido e a eficiência de rotas de transporte específicas. Os países sem litoral tendem a ter custos de transporte mais altos, geralmente o dobro, pois não têm acesso direto ao transporte marítimo. O impacto da geografia na estrutura de custos pode ser expandido para incluir várias zonas tarifárias, como uma para local, outra para o país e outra para exportação. O componente de tempo de transporte também é uma consideração importante, pois está associado ao fator de serviço do transporte. Eles incluem o tempo de transporte, o tempo do pedido, a pontualidade e a frequência. Exemplo: Por exemplo, uma empresa de transporte marítimo pode oferecer um serviço de transporte de contêineres entre vários portos da América do Sul e do Pacífico. Indo para o Pacífico, para garantir a vaga do navio, o remetente deve ligar com pelo menos cinco dias de antecedência (hora do pedido). Pode levar 12 dias para chegar ao destino (tempo de transporte) e a ancoragem é feita a cada dois dias (frequência). Para um terminal portuário específico, um navio pode ter um atraso médio de seis horas (pontualidade). Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 44 b. Tipo de produto Muitos produtos requerem embalagem, manuseio especial, são volumosos ou perecíveis. Os custos de seguro também devem ser considerados e geralmente são uma função da relação valor e peso e do risco associado ao movimento. Exemplo: O carvão é obviamente uma mercadoria que é mais fácil de transportar do que frutas ou flores frescas, pois demanda instalações de armazenamento rudimentares e pode ser transbordado usando equipamento também rudimentar. Como tal, diferentes setores econômicos incorrem em custos de transporte diferentes, pois cada um possui sua própria intensidade de transporte. Com transporte por contêiner, o tipo de produto tem pouco custo de transporte, pois as taxas são definidas por contêiner, embora os produtos ainda precisem ser carregados ou descarregados deste. Para os passageiros, conforto e comodidades devem ser fornecidos, especialmente quando se fala de viagens de longa distância. Essas comodidades têm um custo, mas também podem ser uma fonte de receita. c. Economias de escala e energia Quanto maiores as quantidades transportadas, menor o custo unitário de transporte. Economias de escala ou as possibilidades de aplicá-las são particularmente adequadas para produtos a granel, como energia (carvão, petróleo etc.), minerais e grãos, se forem transportados em grandes quantidades. Uma tendência semelhante também se aplica ao transporte de contêineres, utilizando contêineres maiores, envolvendo custos unitários Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 45 mais baixos. Para o transporte de passageiros, economias de escala são consideráveis para os sistemas de transporte público. No entanto, eles são limitados pela demanda, pois a unidade de transporte de tamanho máximo que pode ser atribuída em uma rota não pode exceder a demanda disponível sem prejudicar sua lucratividade. As atividades de transporte são grandes consumidores de energia, especialmente petróleo. Cerca de 60% de todo o consumo global de petróleo é atribuído a atividades de transporte. O transporte normalmente representa cerca de 25% de todo o consumo de energia de uma economia. Os custos de vários tipos de transporte intensivos em energia, como o transporte marítimo e aéreo, são particularmente suscetíveis a flutuações nos preços da energia, uma vez que a energia é responsável por quase metade de seus custos operacionais. d. Backhauls vazios DEFINIÇÃO: Backhaul é uma palavra de origem inglesa que significa a volta para o ponto de partida. Muitas interações de transporte envolvem backhauls vazios,pois é incomum ter uma combinação perfeita entre uma viagem de entrada e uma de volta. Os padrões de deslocamento envolvem fluxos desequilibrados e viagens de retorno vazias. Para o comércio internacional, os desequilíbrios entre importações e exportações têm impactos nos custos de transporte. Esse é especialmente o caso do transporte de contêineres, pois os desequilíbrios comerciais implicam o reposicionamento de contêineres Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 46 vazios que devem ser levados em consideração no custo total do transporte. Consequentemente, se uma balança comercial for bastante negativa (mais importações do que exportações), os custos de transporte para importações tendem a ser mais altos do que para as exportações. Desequilíbrios significativos nas taxas de transportes surgiram ao longo das principais rotas comerciais. A mesma condição se aplica nos níveis nacional e local, onde os fluxos de frete geralmente são unidirecionais, implicando movimentos de retorno vazios. e. Infraestruturas e modais A eficiência e a capacidade dos modais e terminais de transporte têm um impacto direto nos custos de transporte. As infraestruturas precárias implicam custos de transporte mais altos, atrasos e consequências econômicas negativas. Sistemas de transporte mais desenvolvidos tendem a ter custos de transporte mais baixos, pois são mais confiáveis, conectados e podem lidar com mais movimentos. Diferentes modais são caracterizados por diferentes custos de transporte, uma vez que cada um possui suas próprias limitações de capacidade e condições operacionais. Um aspecto central diz respeito à adequação dos modais de acordo com a distância envolvida e a natureza do que está sendo carregado. EXPLICANDO MELHOR: Quando dois ou mais modais competem diretamente pelo mesmo mercado, o resultado geralmente resulta em custos de transporte mais baixos e no desenvolvimento de nichos. O transporte em contêineres permitiu uma redução significativa nas taxas de transporte de carga em todo o mundo, permitindo que unidades de transporte (contêineres) relativamente pequenas fossem transportadas em cargas massificadas. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 47 f. Concorrência, regulamentação e subsídios Referem-se ao complexo ambiente competitivo e regulatório em que o transporte ocorre. Os serviços de transporte que ocorrem em segmentos altamente competitivos tendem a ter um custo mais baixo do que em segmentos com concorrência limitada (oligopólio ou monopólio). A concorrência internacional favoreceu a concentração em muitos segmentos da indústria de transporte, mais notadamente nos modos marítimo e aéreo. Regulamentos, como tarifas, leis de cabotagem, mão de obra, segurança e proteção impõem custos adicionais de transporte, principalmente nas economias em desenvolvimento. IMPORTANTE: Se é caro desenvolver e manter uma infraestrutura, esse custo deve ser refletido nas tarifas para cobrir a amortização do ativo. As estradas publicamente disponíveis são uma forma de subsídio cruzado, pois oferecem infraestrutura gratuita aos usuários. Ainda assim, o gratuito pode ser enganoso, uma vez que as vendas são impostas sobre combustíveis pagos pelos usuários e esses fundos são usados para construção e manutenção de infraestrutura. Se um governo ou empresa utiliza outros setores de suas atividades para subsidiar os custos totais de uma infraestrutura de transporte, esse subsídio cruzado está afetando seus custos. Impostos e pedágios são comumente usados para subsidiar o transporte público. g. Sobretaxas, impostos e pedágios DEFINIÇÃO: As sobretaxas referem-se a uma série de taxas, geralmente definidas de maneira arbitrária, para refletir condições temporárias que podem impactar nos custos assumidos pelo transportador. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 48 Também ocorrem quando as tarifas são reguladas, deixando o operador a encontrar fontes alternativas de receita. Os mais comuns são sobretaxas de combustível, taxas de segurança, prêmios de risco geopolítico e taxas adicionais de bagagem. O setor de transporte de passageiros, principalmente as companhias aéreas, tornou-se dependente de uma ampla variedade de sobretaxas como fonte de receita para as operadoras. O gerenciamento de rendimento é outra forma de sobretaxa em que um provedor de serviços de transporte altera sua taxa de acordo com as flutuações na demanda. As atividades de transporte geralmente são tributadas, como impostos sobre vendas de veículos e taxas de registro. Os impostos sobre combustíveis são a forma mais significativa de tributação cobrada pelos governos, com receitas geralmente usadas para cobrir os custos de manutenção e investimento em infraestrutura. Agora que já sabemos algumas condições significativas que afetam os custos de transporte e, consequentemente, as taxas de transporte, vamos focar nosso estudo a partir de agora nos tipos de custos de transporte e finalizar nossa primeira unidade. Vamos em frente! Tipos de custos de transporte A mobilidade é influenciada pelos custos de transporte. Há evidências para o uso de veículos de passageiros que reforçam a relação entre a quilometragem anual do veículo e os custos de combustível, implicando que, quanto maior o custo do combustível, menor a quilometragem. No nível internacional, a duplicação dos custos de transporte pode reduzir os fluxos comerciais em mais de 80%. Quanto mais acessível a mobilidade, mais frequentes são os movimentos e mais prováveis serão os deslocamentos de maiores distâncias. As evidências também destacam que os custos de transporte tendem a ser mais altos nos estágios iniciais ou finais de um movimento. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 49 Uma grande variedade de custos de transporte pode ser considerada, sendo algumas delas: • Custos de terminais: Custos relacionados ao carregamento, transbordo e descarregamento. IMPORTANTE: Dois grandes custos terminais podem ser considerados: carregamento e descarregamento na origem e destino. Para terminais de transporte complexos, como portos e aeroportos, os custos dos terminais podem envolver uma ampla variedade de componentes, incluindo taxas de docas, taxas de manuseio e taxas de pilotagem/controle de tráfego. Figura 11: Custos de terminais Fonte: Freepik • Custos de linha: Custos em função da distância pela qual uma unidade de carga ou passageiro é transportada. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 50 O peso também é uma função de custo quando o frete está envolvido. Eles incluem mão de obra e combustível e geralmente excluem custos de transbordo. • Custos de capital: Custos aplicáveis aos ativos físicos do transporte, principalmente infraestruturas, terminais e veículos. Eles incluem a compra ou o aprimoramento importante de ativos fixos, que geralmente pode ser um evento único que pode ser amortizado por várias décadas. Como os ativos físicos tendem a se depreciar com o tempo, são necessários investimentos regulares de capital para manutenção. Os fornecedores de transporte tomam uma variedade de decisões com base em sua estrutura de custos, em função de todos os tipos de custos de transporte acima. Para simplificar as transações e identificar claramente as respectivas responsabilidades, foram definidos termos específicos de transporte comercial. Embora a taxa de transporte tenha um papel importante na escolha do modal, as empresas que usam serviços de transporte de mercadorias nem sempre são motivadas por noções de minimização de custos. Elas geralmente estão satisfeitas quando os custos de transporte estão abaixo de um certo limite, combinado com requisitos específicos em relação à confiabilidade, frequência e outros atributos de serviço. Tais complexidades tornam mais difícil avaliar claramente o papel das taxas de transporte no comportamento dos usuários. O papeldas empresas de transporte aumentou sensivelmente no contexto geral da geografia comercial global. Empresas de transporte marítimo, transportadoras aéreas e prestadores de serviços de logística tornaram-se empresas multinacionais. No entanto, a natureza dessa função está mudando como resultado de uma redução geral dos custos de transporte, mais do aumento Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 51 dos custos de infraestrutura, principalmente devido a maiores fluxos e competição por terra. Embora os custos operacionais sejam altos para o transporte aéreo, os custos terminais são significativos para o transporte marítimo. As relações entre operadores de terminais e transportadoras tornaram-se cruciais, principalmente no tráfego em contêiner. Isso é necessário para superar as restrições físicas e de tempo do transbordo, principalmente nos portos. Agora que terminamos este grande aprendizado acerca da logística, GCS e custos de transporte, finalizamos todo o conteúdo de nossa primeira unidade. Viu como os assuntos abordados nesta unidade, embora possuam algum grau de complexidade, são de fácil aprendizagem? É importante que você tenha compreendido todo o assunto desta primeira unidade, pois ela é a base para o que iremos tratar de agora em diante. Nossa disciplina é estruturada para construirmos passo a passo o conhecimento, daí a importância de ter compreendido tudo claramente. Na próxima unidade nos aprofundaremos sobre gestão de materiais, cadeia de valor e gestão de riscos. Estou aqui para abordar de forma eficiente todos os conteúdos e espero que ao final da disciplina você tenha adquirido conhecimento suficiente sobre as temáticas. Tenho certeza de que isso fará grande diferença na sua vida profissional. Bom estudo! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 52 REFERÊNCIAS ALVARENGA, Antônio Carlos. Logística aplicada: suprimentos e distribuição. 3ª Edição. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos logística empresarial. 5ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2006. Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2013. DUANE, Ireland. Administração estratégica. São Paulo: Cengage, 2014. MARTINS, Elizeu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. VICECONTI, Paulo. NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) Daniel Campelo Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) Unidade 2 Livro Didático Digital Daniel Campelo Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autor DANIEL CAMPELO O AUTOR Daniel Campelo Olá. Meu nome é Daniel Campelo e sou economista mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável e especialista em Metodologia do Ensino a Distância. Possuo experiência técnico- profissional na área de economia, gestão e mercado há mais de 15 anos. Há 10 anos atuo na docência do Ensino Superior nos cursos de Graduação e Pós-graduação, sendo os últimos cinco anos dedicados à modalidade de Ensino a Distância. Por acreditar no papel transformador da educação e no excelente caminho que abre para uma sociedade mais justa, passei a me dedicar à transmissão de minha experiência profissional e de vida àqueles iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Compreendendo a importância da gestão de riscos nas empresas .........................................................................................................10 A gestão de riscos ........................................................................................................................ 10 Por que a gestão de riscos é importante? ...................................................................12 Planos de gestão de riscos .....................................................................................................13 Estratégias de gerenciamento de riscos ...................................................................... 16 As limitações na gestão de riscos .....................................................................................18 Padrões de gerenciamento de riscos .............................................................................19 Conhecendo a gestão de perdas nas organizações .....................23 O gerenciamento de perdas ................................................................................................. 24 Monitore relatórios constantemente ............................................................26 Combine o monitoramento com as despesas ...................................... 27 Terceirize a equipe para gerenciamento de resultados ................ 27 Técnicas de avaliação de perdas financeiras ...........................................................29 Entendendo como funciona a gestão de materiais nas organizações .................................................................................................32 A gestão de recursos materiais .......................................................................................... 32 Importância do gerenciamento de materiais ............................................................ 35 Funções de gerenciamento de materiais ....................................................................39 Compreendendo como funciona a gestão da cadeia de valor 42 A análise da cadeia de valor ................................................................................................. 42 Valor e cadeia de valor ............................................................................................................. 44 Atividades primárias .................................................................................................46 Atividades de apoio .................................................................................................. 47 7 UNIDADE 02 Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 8 INTRODUÇÃO Quando estudamos a importância da gestão de custos, riscos e perdas podemos perceber o quanto ela é importante em uma organização. Na verdade, uma empresa possui vários elementos aos quais o gestor deve ficar sempre atento; do contrário, a organização pode enfrentar sérios problemas, seja de competividade, financeiro, dentre outros. Nesta segunda unidade, vamos deixar um pouco de lado as questões logísticas e de custos, nosso foco da unidadeanterior, e vamos nos concentrar na gestão de riscos e perdas. Inicialmente, iremos estudar a gestão de riscos, sua importância e planos de gerenciamento. Depois, iremos estudar a gestão de perdas nas organizações. Em seguida, iremos entender como funciona a gestão dos recursos materiais nas empresas. Por fim, vamos estudar a análise da cadeia de valor, detendo-nos na vantagem competitiva da organização. Assim, finalizaremos todo o conteúdo proposto para você nesta unidade. Vamos lá? Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender a importância da gestão de riscos nas empresas. 2. Conhecer a gestão de perdas nas organizações. 3. Entender como funciona a gestão de materiais nas organizações. 4. Compreender como funciona a cadeia de valor. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 10 Compreendendo a importância da gestão de riscos nas empresas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você compreenderá a importância da gestão de riscos. Abordaremos os primeiros conceitos sobre gestão de riscos para que você entenda melhor a temática. Em seguida, iremos destacar a importância da gestão de riscos e os planos que as empresas precisam desenvolver para mitigá-los. Mais adiante, observaremos as estratégias de gerenciamento de riscos. Mas, você sabia que a gestão de riscos também apresenta algumas limitações? Iremos estudar também algumas dessas. Por fim, estudaremos os padrões de gerenciamento de riscos, com foco na norma ISO 31000 que trata dos princípios e diretrizes para o gerenciamento de riscos. Estudaremos todos esses conteúdos neste capítulo, a partir de agora. Vamos em frente! Avante! A gestão de riscos Toda organização está exposta a eventuais riscos e suas consequências. Naturalmente, pode ser solicitado ao gestor logístico, por exemplo, apoio na realização de planos visando a mitigação de riscos da organização. Assim, os gestores devem ter conhecimento do que se trata a gestão de riscos e onde deverá atuar. É o que iremos aprender agora! DEFINIÇÃO: A gestão de riscos é o processo de identificação, avaliação e controle de ameaças ao capital e aos ganhos de uma organização. Essas ameaças ou riscos podem ser resultado de uma ampla variedade de fontes, incluindo incerteza financeira, responsabilidades legais, erros de gerenciamento estratégico, acidentes e desastres naturais. Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 11 Figura 1: Gestão de riscos Fonte: Freepik Se formos observar na perspectiva tecnológica, as ameaças à segurança de TI e os riscos relacionados aos dados, assim como as estratégias de gerenciamento de riscos para aliviá-los, tornaram-se uma das principais prioridades das empresas digitalizadas. Como resultado, um plano de gerenciamento de riscos inclui cada vez mais os processos das empresas para identificar e controlar ameaças a seus ativos digitais, incluindo dados corporativos proprietários, informações de identificação pessoal de um cliente e propriedade intelectual. Exemplo: Um exemplo de gerenciamento de riscos pode ser um negócio que identifique os vários riscos associados à abertura de um novo local. Eles podem estudar os riscos escolhendo lugares com muito tráfego de pedestres e baixa concorrência de empresas similares na área, por exemplo. Todas as empresas e organizações correm o risco de eventos inesperados e prejudiciais que podem custar dinheiro à empresa ou causar seu fechamento permanente. O gerenciamento de riscos permite Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 12 que as organizações tentem se preparar para o inesperado, minimizando riscos e custos extras antes que eles aconteçam. Por que a gestão de riscos é importante? Ao implementar um plano de gestão de riscos e considerando os vários riscos ou eventos em potencial antes que eles ocorram, uma organização pode economizar dinheiro e proteger seu futuro. Exemplo: Um parque de diversões ao ar livre sabe que seus negócios dependem de condições climáticas. A fim de atenuar o risco de um grande impacto financeiro sempre que houver uma estação ruim, o parque pode optar por reduzir bem os seus gastos e acumular reservas de caixa. Isso ocorre porque um plano robusto de gerenciamento de riscos ajudará a empresa a estabelecer procedimentos para evitar ameaças em potencial, minimizar seu impacto caso ocorram e lidar com os resultados. Essa capacidade de entender e controlar os riscos permitirá que as organizações sintam-se mais confiantes em relação às suas decisões de negócios. Além disso, princípios sólidos de governança corporativa que se concentram especificamente no gerenciamento de riscos podem ajudar a empresa a atingir seus objetivos. Figura 2: Controladoria de riscos Fonte: Freepik Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 13 Outros benefícios importantes do gerenciamento de riscos incluem: • Criação de um ambiente de trabalho seguro para todos os funcionários e clientes. • Aumento da estabilidade das operações comerciais e redução da responsabilidade legal. • Oferta de proteção contra eventos prejudiciais à empresa e ao meio ambiente. • Proteção de todas as pessoas e ativos envolvidos contra possíveis danos. • Ajuda para estabelecer as necessidades de seguro da organização com o intuito de economizar em prêmios desnecessários. Imagine um hospital que atue sem a gestão de riscos? Isto seria algo totalmente irresponsável, colocando em risco não só a vida de pacientes, mas também da própria empresa. E quando se fala de gestão de riscos fica subtendido que estamos falando, naturalmente, de segurança. Todavia, essas gestões devem ser feitas de forma isolada. Na maioria das organizações, os departamentos de gestão de riscos e segurança são separados, pois eles incorporam diferentes lideranças, objetivos e escopo. No entanto, algumas empresas começam a reconhecer que a capacidade de fornecer atendimento seguro e de alta qualidade aos clientes é necessária para a proteção de ativos financeiros e, como resultado, deve ser incorporada ao gerenciamento de riscos. Agora que estudamos sobre a importância do gerenciamento de riscos, vamos estudar os planos de gestão de riscos. Vamos lá! Planos de gestão de riscos Todos os planos de gestão de riscos seguem as mesmas etapas que se combinam para compor o processo geral de gerenciamento de riscos: • Estabelecer contexto: entenda as circunstâncias nas quais o processo investigado ocorrerá. Os critérios que serão usados para avaliar o Gestão de Custos, Riscos e Perdas (GCRP) 14 risco também devem ser previamente estabelecidos e a estrutura da análise deve ser definida. • Identificação de riscos: a empresa irá identificar e definir os riscos potenciais e como eles podem influenciar de forma negativa um processo/projeto específico da empresa. • Análise de risco: depois que a empresa identifica os tipos específicos de riscos, ela determina as chances de eles ocorrerem (probabilidade), bem como as possíveis consequências, caso o evento se concretize. O objetivo desta análise é compreender da melhor forma cada situação específica e como isso pode influenciar os processos/projetos e objetivos da empresa. • Avaliação de riscos e avaliação: o risco é posteriormente avaliado depois que se determina a probabilidade geral de sua ocorrência alinhada à sua respectiva consequência geral. A organização pode (e deve), então, decidir se o risco é relevante e se está disposta a adotá- lo com base para a mitigação. • Mitigação de riscos: durante esta etapa, as empresas avaliam seus riscos com as maiores classificações e desenvolvem um plano para atenuá-los usando controles específicos para cada tipo de risco.
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