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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPOS NOVOS - SANTA CATARINA URGENTE - INTERESSE DE INCAPAZES Autos nº XXXXXXXXXXX Fernando Luiz Antunes Vieira, já qualificado nos autos, vem respeitosamente perante este juízo, por sua procuradora abaixo subscrita, nos autos de “RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO”, interposta por sua ex companheira convivente RITA DAIANE POLEZA DE OLIVEIRA, já devidamente qualificada, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 1 -Da síntese dos fatos Trata-se de Ação de reconhecimento e dissolução de união estável havida entre ambas as partes no período compreendido entre 16/06/2006 até a data de 16/02/2020, e da qual resultaram dois filhos, MATHEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA VIEIRA, nascido em 12/01/2009 e VALENTINA DE OLIVEIRA VIEIRA, nascida em 6/12/2013. Na inicial, alega a requerente que o (ex) casal “conviveu relativamente bem nos primeiros anos do concubinato, a partir do que o requerido passou a demonstrar comportamento ‘estranho’, principalmente em relação à filha, fatos que só foram descobertos e compreendidos recentemente, quando se verificou que, possivelmente, o pai molestava sexualmente a criança!” Alega ainda que, após ter se ausentado com os filhos da residência em comum em Camboriú, para buscar segurança junto aos seus familiares em Brunópolis, tentou obter do requerido alguma espécie de auxílio material, mas nunca este se disponibilizou para tanto. Ademais, reivindica a meação dos alegados bens do casal, que seriam os móveis e utensílios que guarnecem a residência que habitavam em Camboriú. Quanto à guarda dos filhos, afirma que o requerido não possui os requisitos necessários para exercer a guarda, tanto pela suposta alegação de abuso sexual, que teria sido a causa da separação, como em razão da pouca idade dos filhos, que ensejaria substancial dependência materna, pelo que pleiteou a guarda unilateral. Giacomini Ribas Advogados Rua 501, nº 145, sl. 06, Centro, Balneário Camboriú - SC CEP 88.330-699 E-mail: contato@ribasjuris.com Tel.: +55 (47) 3366.6059 mailto:contato@ribasjuris.com No mesmo sentido, pleiteou a suspensão das convivência paterna, dada a suspeita de crime sexual em face da filha infante. No que tange aos alimentos, os pleiteou não só em favor dos filhos, mas também para si, já que, alegando sempre ter exercido apenas funções domésticas no âmbito lar, não tendo, portanto, nenhuma fonte de renda própria, enquanto o requerido, trabalhador autônomo, perceberia remuneração suficiente para manter a autora, além dos filhos, para o que pleiteou a verba mensal de três salários mínimos, um deles para a requerente, e os outros dois para os dois filhos. Eis a síntese da exordial. 2 – Da síntese processual Em decisão necessária face à gravidade das alegações, ouvida a Representante do Ministério Público, este juízo determinou a suspensão provisória do direito de visitas paternas, e a realização de estudo social do caso, a fim de verificar, além da situação das crianças e da genitora e o histórico das relações familiares, eventual prática de alienação parental e ainda as condições do genitor para receber as crianças em sua companhia. Determinou-se pela expedição de ofício à Secretaria de Saúde para que providencie atendimento psicológico para os infantes Matheus Henrique de Oliveira Vieira e Valentina de Oliveira Vieira e ainda a fixação dos alimentos no importe de 60% do salário mínimo em favor dos menores de idade, e ainda a realização de audiência de conciliação. Realizada a referida audiência, compareceram somente a parte autora e seu procurador visto que o requerido não havia sido citado pessoalmente, segundo requerimento da pŕópria parte autora. Posteriormente, designada nova data para audiência, mediante comparecimento espontâneo do requerido, e realizada a referida audiência por videoconferência, conforme evento 124. Giacomini Ribas Advogados Rua 501, nº 145, sl. 06, Centro, Balneário Camboriú - SC CEP 88.330-699 E-mail: contato@ribasjuris.com Tel.: +55 (47) 3366.6059 mailto:contato@ribasjuris.com Na audiência em tela, somente foi possível o acordo no tocante aos alimentos, restando controversos os pontos restantes, a saber, as visitas paternas, a guarda dos filhos e a disposição dos bens. No mais, foi determinado prazo para a presente contestação. É a síntese processual. 3 – Da contestação 3.1 - Da justiça gratuita Inicialmente, por ser o Requerido pessoa carente na acepção jurídica do termo, não tendo condições de arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio fim, conforme declaração anexa e com fulcro no artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil, se requer a concessão de justiça gratuita. 3.2 – Das alegações A fim de justificar sua iniciativa de pôr fim à união estável que manteve com o requerido por 15 anos, dirigindo-se para cidade distante e levando consigo os filhos sem necessidade de concordância por parte do pai, a requerente o acusou de abuso sexual contra a filha infante. Tal acusação, além de irresponsável, inconsequente e mentirosa, é inteiramente carente de fundamentação. O único elemento que consta como “prova” do alegado é um desenho feito pela menina (anexo 01), ao qual a requerente atribui, exclusivamente por sua interpretação, conteúdo sexual. Segundo a narrativa criada pela requerente, o requerido manteria, “atitudes estranhas” para com a filha, mas nem na própria narrativa a autora explica que atitudes seriam estas. Em vez disso, o requerido é acusado de forma inteiramente genérica. Atribui, de forma vaga, caráter impróprio às manifestações de afeto do pai para com a filha, sem exemplos concretos. Os únicos fatos concretos que podem ser observados com relação à insidiosa alegação são as suas Giacomini Ribas Advogados Rua 501, nº 145, sl. 06, Centro, Balneário Camboriú - SC CEP 88.330-699 E-mail: contato@ribasjuris.com Tel.: +55 (47) 3366.6059 mailto:contato@ribasjuris.com consequências, que são irreparáveis. Não apenas o sofrimento causado ao requerido por um ano inteiro de afastamento dos filhos, que jamais poderá ser “devolvido” tanto ao pai como aos filhos, como principalmente os reflexos desse afastamento para o futuro do relacionamento paterno-filial. É ampla a literatura jurídica relacionando falsas acusações de abuso sexual paterno à alienação parental, na sua forma mais cruel e insidiosa. A crueldade da prática se traduz provável impossibilidade de recuperação da imagem paterna frente tal acusação, e consequentemente, no dano irreparável ao relacionamento entre o pai e os filhos, uma vez instalada a suspeita nas mentes ainda não inteiramente desenvolvidas das crianças. Dito isso, devem ser considerados para aferir o dano causado não só ao pai, mas principalmente aos filhos, pela falsa acusação levantada pela genitora. Para um pai zeloso e responsável, presente e amigo para seus filhos, que sempre teve com eles atitude respeitosa, carinhosa e perfeitamente normal, é manifestamente aviltante ser acusado da conduta mais abjeta, insidiosa e covarde que um homem poderia incorrer, e isso sem nenhum fato, passado ou presente, que possa fundamentar a covarde acusação. Infelizmente, não é raro que genitores (as) irresponsáveis e inconsequentes se utilizem de tal meio cruel e insidioso para afastar o outro genitor, causando a ele dor e sofrimento, sem levar em consideração o prejuízo irreparável causado aos próprios filhos. A acusação não só o afastou dos filhos mas também o desequilibrou de tal forma que precisou procurar atendimento psiquiátrico para tratar da severa depressão que o acomete ainda atualmente. A referida acusação, que trata de conduta abominável, certamente admite o afastamento paterno resultante, mas é preciso considerar a hipótese de inocência do acusado, e as consequências irreparáveis de quase um ano de afastamento. É de se considerar que a pouca idade da filha possa ensejara implantação de falsas memórias em sua tão jovem psique , o que pode ser irreparável não só pelo relacionamento com o pai, mesmo após a constatação de sua inocência. Giacomini Ribas Advogados Rua 501, nº 145, sl. 06, Centro, Balneário Camboriú - SC CEP 88.330-699 E-mail: contato@ribasjuris.com Tel.: +55 (47) 3366.6059 mailto:contato@ribasjuris.com Quanto ao filho mais velho, ainda que não seja o mesmo caso, é de se considerar a modificação de seus sentimentos pelo pai após tanto tempo, além da corrupção irreparável da imagem paterna, diante da hipótese narrada pela genitora. Tal acusação, sem provas e nem mesmo indícios, fundada unicamente em uma acusação leviana - que precisa ser levada a sério e tratada como verdade até o esclarecimento dos fatos - não passa da mais insidiosa alienação parental, e precisa portanto, de atenção imediata, determinando-se ocasião para que o pai possa ter acesso aos filhos, ainda que de forma supervisionada. No presente contexto, vem o requerido manifestar seu interesse na realização de audiência de conciliação, com a finalidade de composição a respeito de guarda, alimentos e convivência paterna. Diante do exposto, pede a juntada dos documentos apresentados, referido comprovante e o prosseguimento do feito, Cidade de …….., 28 de janeiro de 2019 Advogada Xxx - OAB 000000/UF Giacomini Ribas Advogados Rua 501, nº 145, sl. 06, Centro, Balneário Camboriú - SC CEP 88.330-699 E-mail: contato@ribasjuris.com Tel.: +55 (47) 3366.6059 mailto:contato@ribasjuris.com
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