Buscar

Trabalho_Artigos_Sistema Cardiovascular_Patologias

Prévia do material em texto

FISIOTERAPIA
ANATOMIA: ARTIGOS SOBRE PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Artigo: Prolapso de válvula mitral e exercício
	O estudo relata que o prolapso de válvula mitral é um diagnóstico relativamente comum, por essa razão, especialistas na área e cardiologistas são consultados com frequência para analisar possíveis riscos de um portador de prolapso de válvula mitral ao realizar a prática de exercícios físicos. Esta patologia pode ser caracterizada como a presença de fenômenos acústicos anormais que aparecem no meio e no final da sístole e sugerem uma alteração da válvula mitral. Ela é definida como o deslocamento dos folhetos da válvula mitral superiormente e posteriormente do ventrículo esquerdo para dentro do átrio esquerdo. 
O prolapso de válvula mitral primário é o mais comum e se constitui numa condição autossômica dominante (fatores hereditários), e o PVM secundário pode ser detectado em inúmeras condições como síndrome da válvula redundante, endocardite reumática, miocardiopatias, doença coronariana, entre outros. Baseados nos quadros clínicos da patologia, encontrados na literatura, pode-se determinar que existe um grupo de pacientes com PVM totalmente assintomático, ou seja, são considerados portadores, apenas do PVM anatômico. E também a existência de um grupo de sintomáticos portadores da síndrome, onde as queixas mais frequentes podem ser dor precordial atípica, palpitações, fadiga, tonteiras, síncopes, etc. 
O prognóstico e a evolução de pacientes com essa patologia são excelentes, porém existem descrições de complicações pouco frequentes como: embolia sistêmica, insuficiente mitral grave, e outras associações. Num estudo de Nishimura, Savage encontrou incidência de 3 a 5% de morte súbita. No entanto, pela divergência entre os estudos, diversos autores acreditam que a morte súbita estaria relacionada á insuficiência mitral grave e outros afirmam que a MS é provocada por uma arritmia cardíaca. E que a grande dificuldade nesse grupo de pacientes seria identificar qual dos pacientes se encontraria no grupo de risco de desenvolver arritmias e MS. 
Em questão de tratamento, são utilizados betabloqueadores no caso de palpitações em grupo de pacientes sintomáticos. Ansiolíticos podem ser uteis no caso de manifestações psiconeuróticas. E é recomendado profilaxia de endocardite infecciosa sempre que houver tratamentos dentários ou cirurgias em pacientes portadores de prolapso de válvula mitral. Diante de diversos congressos e conferências realizadas, os profissionais da área médica determinaram como contraindicações para a prática de atividade física em portadores de PVM quando houver histórico de sincope com origem arritmogênica, histórico familiar de MS, eventos embólicos, entre outros. Todos os pacientes portadores de PVM anatômico com ausência de IM ou histórico familiar de MS podem participar de todas as atividades. 
As considerações finais incitam a necessidade de observação aprofundada em casos particulares, de modo que a pratica esportiva seja liberada e utilizada de maneira segura e isenta de riscos ao portador de prolapso da válvula mitral.
Artigo: Coarctação de Aorta. Do Diagnóstico Simples ás Complicações Imprevisíveis
Uma das malformações cardiovasculares mais frequentes é a Coarctação de Aorta, ela é definida como uma alteração obstrutiva, que se localiza na união da croça com a aorta descendente, podendo envolver em maior ou menos extensão o próprio arco aórtico. E esta patologia pode se apresentar como lesão isolada ou associada a outras anomalias. Através de reconhecimento clínico, a CoAo é caracterizada pela ausência ou diminuição dos pulsos arteriais nos membros inferiores, associado a presença de pulsos amplos e hipertensão arterial nos membros superiores. É necessária a analise de aspectos relacionados á propedêutica física, pelo fato de que permite o estabelecimento do diagnóstico de forma simplificada e segura. 
De acordo com a literatura, perante a prática diária foi observado que não tem estabelecido um diagnóstico correto desta anomalia, pela falta de um exame clínico mais apurado. Na realidade, o diagnóstico não é estabelecido pelo desconhecimento da anomalia e sim pela falta de hábito de profissionais da saúde realizarem determinadas condutas como a aferição de pulsos e registro da pressão arterial em membros superiores e membros inferiores. Esta conduta com observação é de maior responsabilidade para médicos neonatais e pediatras, onde pode-se diagnosticar precocemente, e futuramente, buscar a correção operatória para a anomalia. A dificuldade existente neste âmbito se destaca para apalpação de pulsos pediosos, sendo assim é recomendado procurar apalpar os pulsos femorais, e também discernir quando os pulsos nos MMSS são mais amplos. 
Pela ausência deste diagnóstico inicialmente em ambiente hospitalar, muitos casos evoluem para situação de risco, posteriormente causando descontentamento tanto para as família quanto para o profissional, onde repentinamente um quadro normal evolui para uma cardiopatia, com necessidade de correção operatória. Outras situações como indicação de transplante cardíaco com outros diagnósticos, é encontrado com surpresa a presença de CoAo não diagnosticada em tempo hábil. Diversos pacientes de faixa de idade adolescente á adulta, portadores de hipertensão arterial, são tratados com medicação, porém sem um diagnóstico e diferencial estabelecido até que seja feito um diagnóstico real de CoAo. Acontecendo em tempo, sem deterioração do miocárdio, a correção operatória ainda pode ser favorável. 
Pacientes em fase adulta ao realizarem procedimento operatório para correção da anomalia apresentam grande preocupação pelo maior risco de complicações como IC, coronariopatia e acidente vascular encefálico. Por imensas vezes, o diagnóstico é realizado na necropsia, como por exemplo, em recém-nascidos e lactentes jovens. Como considerações finais, o estudo alega a necessidade de apalpação de pulsos dos MMSS e MMII, e também aferição de PA também nos quatros membros, podendo evitar transtornos secundários devido á falta de diagnóstico precoce. Concluindo-se que a conduta terapêutica será sempre a correção desta anomalia em tempo oportuno para cada caso. 
Artigo: Perfil da Fisioterapia na reabilitação cardiovascular no Brasil
Tal estudo visou conhecer o modelo de atuação fisioterápica em RC, o perfil de quem atua nessa área e o perfil administrativo dos serviços de reabilitação cardiovascular. A RC apresenta uma série de benefícios e tem sido recomendada para pacientes após infarto agudo do miocárdio e após cirurgia de revascularização do miocárdio. De acordo com a OMS, as atividades propostas pela RC garantem aos portadores de doenças cardiovasculares, melhores condições sociais, físicas e mentais para que possam alcançar com seu próprio esforço uma vida normal e produtiva. Os programas de RC exigem a presença de uma equipe multiprofissional, que pode atuar nas três fases: internação hospitalar (I), alta hospitalar até dois a três meses após o evento (II), recuperação e manutenção (III). 
O aprofundamento da pesquisa se baseou em um questionário disponibilizado na internet como meio de veiculação, numa faixa de tempo específica. Dentre as respostas do questionário, o Fisioterapeuta profissional utiliza o exercício físico e a biomecânica como instrumentos de trabalho para eliminar ou reduzir as limitações físicas e sociais causadas por afecções agudas e crônicas. Para a avaliação, a ficha protocolada é o item mais utilizado, sendo questionários específicos raramente usados. Alguns autores presentes como referência sugerem que a Fisioterapia antes da intervenção pode reduzir o tempo de internação hospitalar e a incidência de complicações pulmonares. E na fase pós-operatória é inegável a importância do profissional pelo fato de auxiliar o desmame da ventilação mecânica, manobras de higiene brônquica, exercícios respiratórios e mobilização precoce. 
Os resultados obtidos puderam levar ao entendimento de que o Fisioterapeutaé o personagem principal na administração do serviço, e devido ás exigências técnicas nas condutas, a maioria dos entrevistados apresentaram alto nível de escolaridade e formação em nível de especialização. Perante ás análises, como a realidade dos programas se encontra apenas em países desenvolvidos, a atuação encontrada atualmente no país gera o entendimento de que a RC não é uma realidade capaz de atender as demandas de saúde pública. 
Devido ás experiências relatadas, conclui-se a necessidade de outros estudos sobre o tema, gerando uma futura padronização dos serviços e posteriormente a criação de manuais de conduta na reabilitação cardiovascular. Também há a necessidade de novos questionários que não demandem muito tempo dos respondentes, além de tentar mapear os serviços existentes. Compreende-se que a intervenção fisioterápica no período pré-intervenção e demais fases está presente em cerca de dois terços dos serviços. E o Fisioterapeuta é o principal profissional ligado á administração do serviço de reabilitação cardiovascular. É esclarecido durante a pesquisa que não foram encontrados na literatura dados sobre o número de distribuição geográfica dos serviços de reabilitação cardiovascular no Brasil. 
Artigo: Insuficiência Cardíaca
	Novas opções terapêuticas vêm sendo encontradas para a insuficiência cardíaca, no qual a incidência vem sendo aumentada ao longo dos anos, devido ao envelhecimento da população, onde a faixa de idosos apresenta maior frequência desta patologia. A IC continua sendo uma síndrome de características malignas, uma afecção muito limitante, com alta mortalidade nas formas avançadas. Pacientes pouco sintomáticos ou assintomáticos tem boa evolução, mesmo que apresentem fração de ejeção reduzida ou sinais de intenso comprometimento cardíaco. Propostas como transplante ou ventriculectomia parcial não estão indicadas á este grupo, pois seu risco nesta fase da doença é maior que o observado anteriormente. Relata-se que quanto mais sintomático, pior o prognostico do paciente, e maior evolução é encontrada nos pacientes com maior capacidade física. A história natural da doença pode ser modificada com a correção da cardiopatia ou através de algumas medicações. Dados laboratoriais e exames como teste ergométrico e ergoespirometria identificam pacientes de pior prognóstico. 
	Diante da fisiopatologia, entende-se que na queda de função cardíaca, diversos mecanismos adaptativos como Franklin-Starling, Estimulação simpática, neuro-humoral e hipertrofia miocárdica são estimulados procurando corrigir a disfunção ventricular. Porém em comprometimentos maiores, a continua estimulação pode gerar um circulo vicioso no qual futuramente gera deterioração da função cardíaca. Através dos anos, o tratamento clínico vem sendo modificado, atualmente a terapêutica é baseada em Digitálicos, Diuréticos, Inibidores da enzima conversora, Antagonistas da angiotensina II, Antagonistas dos canais de cálcio, Betabloqueadores, Inotrópicos, Antiarrítmicos, Anticoagulantes e outros vasodilatadores.
 	E como tratamento cirúrgico, a correção da causa da IC também é um fator de modificação, onde para muitos a correção da valvulopatia ou a revascularização miocárdica pode ser salvadora para muitos. Como propostas existem três procedimentos a ser cogitados: transplante cardíaco (indicação mais precisa e com resultados documentados), ventriculectomia parcial (é técnica e relativamente nova, apresenta melhora clinica, porém evidencia alta taxa e mortalidade) e cardiomioplastia (grandes limitações pelo custo e contraindicações para pacientes em formas avançadas). 
Os avanços encontrados nos últimos anos relacionados ao controle de insuficiência cardíaca são considerados como inúmeros. Porém diversos médicos não utilizam corretamente a aplicação de tratamento, algo especialmente relacionado á ala generalista. Alguns estudos sugerem que em casos mais graves, as equipes especializadas orientam melhor os pacientes. E os resultados encontrados na maior estabilidade dos mesmo durante os procedimentos, mostram a importância de uma correta orientação para a obtenção dos resultados desejados. Nas formas iniciais deveria ocorrer o mesmo processo, por ser provável a melhora de muitos com a medicação, evitando a evolução para formas mais avançadas desta cardiopatia. 
Artigo: Estenose Valvar Aórtica Calcificada (Valvoplastia Aórtica por Balão)
	Diante do aumento da expectativa de vida, consequentemente o envelhecimento da população, e a maior disponibilidade de métodos diagnósticos, é diagnosticada progressivamente com maior frequência a Estenose Aórtica. A degeneração dos folhetos aórticos constitui, hoje, a principal etiologia. Para pacientes sintomáticos, o procedimento cirúrgico é o primeiro tratamento. A Estenose valvar aórtica é a forma mais comum de obstrução ao fluxo de saída do ventrículo esquerdo. Além da obstrução á nível valvar, pode-se observar estenoses aórticas supravalvares (determinada por um estreitamento da aorta ascendente ou um diafragma fibroso com uma abertura acima da valva) e subvalvares (causada pela presença de um diafragma fibroso ou crista fibrosa sob a vala aórtica), e a cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, de acordo com achados na literatura. 
As estenoses valvares podem ser unicúspides, bicúspides e tricúspides, podendo ser ainda, congênitas ou adquiridas. A congênita é uma má formação relativamente frequente. A estenose aórtica de etiologia degenerativa acomete valvas congenitamente bicúspides, porém, também pode atingir valvas previamente normais. Valvas bicúspides degeneradas determinam inicio da sintomatologia na terceira década, enquanto as tricúspides, na sexta década de vida. Dentre as formas adquiridas, em pacientes jovens predomina a etiologia reumática, na maior parte das vezes, acompanhada por outras lesões orovalvares. Causas menos comuns de estenose aórtica adquirida são: doença de Paget, insuficiência renal crônica terminal e ocronose. 
O grau da estenose determina um aumento da força de contração ventricular proporcional à sua intensidade e progressivamente ocorre hipertrofia miocárdica. A hipertrofia ventricular funciona como uma resposta fisiológica adaptativa, capaz de suplantar o gradiente ventrículo esquerdo-aorta e manter o débito cardíaco inalterado até fases avançadas da doença. Essa hipertrofia promove alteração da relação massa/volume. Na estenose valvar aórtica, somente aparecem sintomas em fases tardias da doença. Mesmo em pacientes com estenoses graves, observa-se um longo período de doença assintomática e com baixa morbi-mortalidade. O surgimento de sintomas muda radicalmente o prognóstico dos pacientes com estenose aórtica, que não são encaminhados para correção cirúrgica. A presença de angina e síncope determina uma sobrevida. 
Pacientes assintomáticos com estenoses moderadas e discretas não exigem considerações especiais e devem somente atentar para o desenvolvimento de sintomas. Pacientes sintomáticos são geralmente encaminhados para correção cirúrgica, após avaliação angiográfica das artérias coronárias, pois o tratamento clínico não é capaz de alterar a história natural da doença. Digitálicos podem ser usados em pacientes com volume ventricular aumentado e/ou diminuição da fração de ejeção. Diuréticos devem ser usados com cautela, pois reduzem as pressões de enchimento e a contratilidade do ventrículo esquerdo, podendo, conseqüentemente, diminuir a fração de ejeção e o débito cardíaco, sendo úteis quando do acúmulo anormal de líquidos.
Glossário
Suporte Inotrópico: Medicamento que altera a força dos batimentos cardíacos
Fração de Ejeção: A fração de ejeção é uma maneira de quantificar a eficiência dos batimentos cardíacos e determinar a gravidade da ICC. Normalmente, a fração de ejeção fica entre 55 e 75%. A fração de ejeção do ventrículo é a porcentagem de sangue bombeado pelo coração em cada batimento.
Dispnéia: Dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta, ger. associada a doença cardíaca ou pulmonar.Efeito vasoconstritor: O processo de vasoconstrição causa um aumento da pressão sanguínea. Também possibilita (de acordo com mecanismos de termorregulação) conservação do calor corporal, em situação de baixa temperatura externa: os capilares contraem-se, forçando o sangue a circular a uma maior distância da superfície cutânea, prevenindo uma transferência de energia para o meio externo.
Anasarca: Edema generalizado devido à infiltração de líquido seroso no tecido celular subcutâneo de todo o organismo.
Hipopotassemia: É um transtorno do metabolismo caracterizado por concentração do íon potássio no sangue em níveis abaixo de 3,8 miliequivalentes (mEq) ou 3,8 mmol por litro de sangue.
Creatinina: Derivado da creatina cuja taxa elevada no sangue é um dos indicadores de insuficiência renal.
Diuréticos: São fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau do fluxo urinário. Também promovem a eliminação de eletrólitos como o sódio e o cloro, sendo usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardíaca ou cirrose hepática.
Ácido Úrico: É uma substância formada pelo organismo através da decomposição da purina presente em alguns alimentos, como carne, feijão ou marisco.
Caquexia: É um tipo de desnutrição aguda que leva ao emagrecimento repentino, perda de massa muscular, fraqueza, cansaço em indivíduos que não estão fazendo nenhuma dieta.
Metanálise: É uma técnica estatística adequada para combinar resultados provenientes de diferentes estudos. Na área da saúde, um exemplo é a combinação do risco relativo entre dois tratamentos estimado em diferentes estudos.
Estimulação Simpática: há um aumento na frequência cardíaca e uma vasoconstrição das artérias que irrigam o coração.

Continue navegando