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Cateterismo Vesical

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Cateterismo Vesical
O cateterismo urinário é um procedimento importante que é realizado regularmente no hospital. Todos os médicos
devem ter um bom conhecimento prático de cateteres urinários e a competência para manejálos de forma eficaz.
 A cateterização urinária é utilizada em situações específicas e consiste na introdução de um tubo flexível na bexiga
para permitir a drenagem de urina.
 Pode consistir de um sistema intermitente (cateterismo vesical de alívio) ou residente (cateterismo vesical de
demora).
 É prescrito com o propósito de esvaziar a bexiga para finalidade cirúrgica ou diagnóstica, para clientes com
incontinência ou retenção urinária, quando se faz necessária a avaliação exata do débito urinário, para coleta de
amostras de urinas e para irrigar a bexiga ou instilar medicamentos nas cirurgias urológicas
 Cateterismo vesical de alívio ou intermitente: realizado com a sonda uretral (cateter de Nélaton):
- Alívio para retenção urinária aguda;
- Determinação do resíduo urinário;
- Obtenção de uma amostra de urina para exame laboratorial;
- Instilação intravesical de medicamentos;
- Exploração da uretra.
 Cateterismo vesical de demora: realizado com o cateter de Foley (cateter flexível com duplo ou triplo lúmen):
- Drenagem vesical por obstrução aguda ou crônica;
- Disfunção vesical (bexiga neurogênica);
- Irrigação vesical;
- Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas;
- Monitoramento do volume urinário em pacientes graves. Incontinência urinária. Assegurar a higiene e a
integridade da pele em região perineal
 A retenção urinária aguda é a incapacidade súbita de urinar, geralmente com dor associada, enquanto a retenção
crônica se desenvolve mais gradualmente (ao longo de meses ou anos) e geralmente é indolor.
 Abaixo dos 50 anos, a retenção urinária é geralmente causada por estenose uretral (por exemplo, estenose meatal,
fimose grave) ou é secundária a uma condição neurológica.
 Em homens mais velhos (acima de 55 anos), aumento benigno da próstata e estenose uretral são as causas
obstrutivas mais comuns de retenção.
 A retenção urinária é menos comum em mulheres e a causa geralmente é previsível com base em um histórico
médico conhecido. As causas incluem: Medicação (amitriptilina ou antidepressivos); Problemas neurológicos
(esclerose múltipla ou espinha bífida) ; Cânceres de órgãos pélvicos; Constipação; Estenose uretral e Síndrome de
Fowler.
 A retenção urinária também pode ser classificada em retenção de baixa pressão e retenção de alta pressão, de
acordo com a pressão do detrusor ao final da micção.
- A retenção de baixa pressão geralmente se apresenta como frequência aumentada, fluxo ruim e bexiga
palpável.
- Na retenção de alta pressão, o volume da bexiga é superior a 500 ml e a pressão intravesical é superior a 30
cmH20.
 O cateterismo é geralmente um requisito temporário no manejo da doença aguda. Se a função normal da bexiga
for mantida, o uso de um cateter de bainha (Conveen) é uma alternativa ao cateterismo vesical em homens.
- Também pode ser necessário durante procedimentos cirúrgicos longos, como cirurgia abdominal e pélvica
para evitar lesões acidentais na bexiga, ou após procedimentos de bexiga ou próstata.
Tipos de cateter
 O cateter urinário é um tubo flexível inserido através da uretra até a bexiga, como método de derivação urinária se
um indivíduo não conseguir urinar de forma independente.
 O tamanho do cateter é uma consideração clínica importante, e a escala francesa é mais comumente usada para
medição.
- Os tamanhos mais usados para adultos estão entre 14Fr e 18Fr (4,7–6 mm de diâmetro).
 Os cateteres urinários temporários, também conhecidos como cateteres de Foley, vêm em diferentes formas.
- Os cateteres de duas vias são os mais comuns e possuem dois lúmens, um para inflar o balão após a inserção
e outro para drenar a urina.
- Os cateteres de três vias têm um lúmen extra que se conecta à bexiga. * A água pode ser inserida na bexiga
através deste terceiro lúmen para permitir que a bexiga seja lavada. Esta forma de cateter é comumente
inserida quando há coágulos hemorrágicos ou detritos na bexiga que podem bloquear o cateter.
 Cateteres Coudé são um tipo mais especializado de cateter com ponta curva. *Estes são particularmente
vantajosos em homens com uretra parcialmente obstruída secundária ao aumento da próstata.
 Cateteres de longa permanência
- Estes consistem no próprio cateter e uma bolsa de drenagem. Esta bolsa pode estar em drenagem livre e,
portanto, o indivíduo a esvazia quando está cheia.
 O material utilizado varia de acordo com a duração prevista da colocação do cateter urinário.
- Cateteres de curta permanência tendem a ser revestidos com materiais mais baratos, como látex ou cloreto de
polivinila.
- Para cateteres de longa permanência, existe a opção de usar materiais revestidos com silicone ou liga de prata.
* Embora sejam mais caros, os cateteres são mais duráveis e sustentáveis, pois são menos vulneráveis à
colonização antimicrobiana.O silicone também é mais biocompatível que o látex e, portanto, causa menos reação
de corpo estranho.
Complicações
 Entre 70 e 80% das infecções do trato urinário em hospitais são atribuíveis ao uso de um cateter de demora.A
colonização bacteriana dos cateteres ocorre com frequência e não causa sintomas.
 As complicações das infecções do trato urinário incluem pielonefrite, insuficiência renal e cistolitíase.
 Autocateterismo intermitente deve sempre ser considerado em pacientes com bexiga neuropática ou distúrbios
obstrutivos da bexiga.* Certos pacientes não são adequados para este tratamento, por exemplo, os muito idosos.
 Os cateteres podem ser inseridos ou trocados na maioria dos pacientes usando apenas uma técnica asséptica,
com um curso curto de antibióticos profiláticos administrados apenas se indicado por confiança individual ou
diretrizes práticas.
 Materiais
✦ Prescrição médica
✦ Bandeja
✦ Pacote estéril de cateterismo vesical com:1 cuba rim,1 pinça Pean,3 bolas de algodão e 1 cuba redonda pequena.
✦ 1 Campo fenestrado (opcional)
✦ 1 Cateter uretral tipo Foley (duas vias) de calibre adequado ao paciente (usualmente de 12Fr a 14Fr)
✦ 1 Bolsa coletora sistema fechado
✦ Solução anti-séptica aquosa de PVPI tópico a 10% ou solução de Clorexidina a 2% ✦ 1 Pacote de gaze estéril
✦ 1 Agulha 40mm x 12mm
✦ 1 Seringa de 20 ml
✦ 2 Ampolas de 10 ml ou 01 ampola de 20ml de água destilada
✦Gel anestésico estéril com seringa aplicadora
✦ Recipiente com bolas de algodão embebido em álcool a 70%
✦ 1 par de luvas estéreis em numeração adequada ao profissional
✦ Fita hipoalergênica
✦Material para higiene íntima
✦ Biombos.
 Procedimento - cateterismo vesical de demora masculino e feminino
 A uretra feminina é mais curta (aproximadamente 2,5 cm) do que a uretra masculina, cateteres de tamanho
semelhante são frequentemente usados para ambos devido aos riscos conhecidos de cateteres menores e para
evitar o uso inadvertidamente do tamanho menor em homens na enfermaria.
1) Higienizar as mãos
2) Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente
3) Reunir o material necessário e transportá-lo até o paciente
4) Encaminhar o paciente ao banheiro para que a higiene íntima seja feita com água e sabonete. Caso o paciente
esteja acamado, realizar a higiene íntima no leito
5) Proteger a unidade do paciente com biombos
6) Posicionar o paciente e expor adequadamente somente a região perineal
7) Higienizar as mãos
8) Desinfectar as ampolas de água destilada com álcool a 70%, deixá-las sobre a mesa de cabeceira
9) Colocar o pacote estéril de cateterismo vesical sobre o colchão, entre as pernas do paciente
10) Abrir o pacote de cateterismo próximo à região exposta utilizando técnica asséptica
11) Abrir a embalagem do cateter vesical, da seringa de 20mL, do pacote de gazes, do gel lubrificante hidrossolúvel
com seringa aplicadora, da bolsa coletora e do campo fenestrado (opcional), colocando-os no campo estéril12) Umedecer as bolas de algodão, que estão na cuba redonda, com solução aquosa de PVPI ou Clorexidina 2%,
desprezando o primeiro jato no lixo
13) Calçar a luva estéril em uma das mãos
14) Com a mão não enluvada, pegar a ampola de água destilada e com a mão enluvada pegar a seringa de 20mL
que está no campo e aspirar seu conteúdo
15) Calçar a luva na outra mão
16) Testar o balonete do cateter injetando o volume de água destilada necessária de acordo com a recomendação
do fabricante. Se o balonete inflar como pretendido, retirar o líquido e manter a seringa conectada ao cateter
17) Conectar o cateter ao coletor (sistema de drenagem fechado)
18) Verificar se o tubo de drenagem da bolsa coletora está fechado
19) Desdobrar o campo fenestrado com a abertura para baixo e colocar sobre o períneo do paciente
33) Posicionar a bolsa coletora na parte inferior da cama do mesmo lado em que foi fixada a sonda vesical, abaixo
do nível da bexiga
34) Observar o volume drenado e as características da urina
35) Recolher o material e colocá-lo na bandeja
36) Retirar as luvas
37) Identificar a bolsa coletora com data, hora, nº da sonda utilizada, volume injetado no balão e nome do
profissional
38) Reposicionar o paciente
39) Desprezar o material em sala de materiais contaminados
40) Higienizar as mãos
41) Registrar o procedimento realizado, quantidade e características da urina, nº do cateter utilizado, volume do
balão e intercorrências (se houver).
 Cateterismo vesical de alívio
1. Higienização íntima do paciente, antissepsia e uso de EPI, como descrito no procedimento anterior;
2. Utilizar cateter uretral sem balão de fixação, que pode ser de nylon, silicone, teflon ou poliuretano. A
numeração mais utilizada é de 10 a 14 Fr;
3. Introduzir o cateter no meato urinário até a drenagem da urina e manter o cateter somente enquanto houver
drenagem de urina;
4. Quantificar o débito;
5. Após término de procedimento, realizar higienização adequada e registrar o procedimento no prontuário,
anotando data e hora do cateterismo, tipo e calibre do cateter, volume de água do balão, quantidade,
coloração e características da urina, bem como reações do paciente decorrentes do procedimento.

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