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4
Centro universitário Fametro
Fernanda Gisele Albuquerque Medeiros
Relatório de Estágio supervisionado (Habilitação em Análises Clínicas)
Setor de urinálise e Parasitologia-Laboratório Clínica Escola de Biomedicina Análises Clínicas II
Professor (a): Rosilene Oliveira
Preceptores: Denison Vital de Jesus e Nelly Pereira dos Santos
Manaus-AM 2018
Centro universitário Fametro
Fernanda Gisele Albuquerque Medeiros
Relatório de Estágio supervisionado (Habilitação em Análises Clínicas)
Setor de urinálise e Parasitologia-Laboratório Clínica Escola de Biomedicina Análises Clínicas II
Professor (a): Rosilene Oliveira
Preceptores: Denison Vital de Jesus e Nelly Pereira dos Santos
Apresentação do Relatório Final como exigência da disciplina estágio Supervisionado, sob a supervisão do estágio, Rosilene Oliveira, do Centro Universitário Fametro.
Manaus-AM 2018
Lista de Figuras
Figura 1: Célula Epitelial Escamosa .............................................................................................................12
Figura 2: Célula do Túbulo Renal..................................................................................................................13
Figura 3: Célula de Transição .......................................................................................................................13
Figura 4: Piócito e Hemácia..........................................................................................................................14
Figura 5: Cilindros........................................................................................................................................15
Figura 6: Cristais e Muco.............................................................................................................................16
Figura 7: Uratos amorfos.......................................................................................................................18
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2. ROTINA DO SETOR.............................................................................................................7
3.Exames Realizados e suas correlações clinicas......................................................................8
 3.1 Elementos anormais do sedimento......................................................................................................................................8
 3.1.1 Exame Fisísco..............................................................................................................................................8
 3.1.2 Exame Quimico............................................................................................................................................9
 3.1.3 Sedimentoscopia..............................................................................................................................14
3.2 PARASITOLOGIA..................................................................................................................22
 3.2.1 Exame Macroscópico....................................................................................................................................22
 3.2.2 Exame Microscópico......................................................................................................................................22
4.CONCLUSÃO................................................................................................................................27
5.REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................28 
1. INTRODUÇÃO
A urinálise ou exame de urina é um teste laboratorial simples, não invasivo e de baixo custo que fornece informações do estado metabólico do organismo e ainda o acompanhamento de doenças tais como renais e ainda informações do trato urinário, sendo assim extremamente importante no setor de Análises Clínicas. (ZUNINO, 2012)
O exame de urina consiste em três etapas, são elas o exame físico o qual avalia cor, volume e aspecto; o exame químico que utiliza tira reagente desenvolvidas para monitorar constituintes da urina tais como densidade, glicose, bilirrubina, sangue, ph, urobilinogênio, corpos cetônicos e etc, é considerado um método qualitativo e semi-quantitativo; e por fim a sedimentoscopia que avalia microscopicamente células presentes no sedimentos urinário, é possível a observação de células epiteliais renais, escamosas, de transição, cilindros, cristais, muco leveduras e bactérias. (MUNDT, 2011)
O exame de urina fornece ampla variedade de informações úteis no que se refere as doenças envolvendo os rins e o trato urinário. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica de distúrbios funcionais e estruturais dos rins e trato urinário inferior bem como para acompanhamento e obtenção de informações prognósticas. (MOTTA, 2011)
Assim como a urinálise a parasitologia também tem sua importância no setor de análises clínicas. No âmbito laboratorial a maioria dos diagnósticos de doenças parasitárias é realizada por meio do exame de fezes. O EPF (exame parasitológico de fezes) tem por intuito diagnosticar parasitas, intestinais através das pesquisas de diversas formas parasitárias que são excretadas nas fezes. Além disso, o EPF pode ser utilizado para o estudo de funções digestivas, dosagem de gordura fecal, pesquisa de sangue oculto e etc. (NEVES, 2011).
Logo nota-se que é uma ciência de grande importância, pois a partir dela é possível identificar os processos de epidemias parasitárias, criar métodos de profilaxia de profilaxia de doenças causadas pelos parasitas e desenvolver tratamentos.
2. ROTINA DO SETOR
Este relatório tem por objetivo descrever as atividades realizadas e metodologias empregadas no setor de Urinálise e Parasitologia do laboratório Clínica Escola de Biomedicina Fametro, localizado em Manaus-AM, durante o período de 03/09/2018 a 19/092018. Período no qual eu estive estagiando sob a supervisão de Denison Vital de Jesus e Nelly Pereira dos Santos, Rosilene oliveira. Durante o estágio foram desenvolvidas diversas atividades. Ao chegar ao laboratório eram preparados todos os materiais a serem utilizados equipamentos de proteção individual, amostra, tubos, lâminas e lamínulas, preparação de solução composta por hipoclorito e detergente para descartar os materiais utilizados e sobras de amostras, no primeiro dia de atividades foram me passadas alguma informações básicas sobre o setor, a cada dia havia uma aula introdutória e a apresentação de um método de exame, após estás os preceptores me auxiliavam para o procedimento de determinado exame esclarecendo duvidas e dificuldades, iniciei com urinálise e finalizei com parasitologia e após todos os procedimentos técnicos do exame eram confeccionados laudos o qual eram avaliados pelos preceptores.
3. EXAMES REALIZADOS E SUAS CORRELAÇOES CLÍNICAS
3.1 Elementos anormais do sedimento (EAS)
O exame de urina fornece ampla variedade de informações úteis no que se refere as doenças, por exemplo, pode ser utilizado para avaliação diagnóstica de distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) dos rins e do trato urinário inferior bem como para acompanhamento e obtenção de informações prognósticas. (GONÇALVES et al, 2015) (MOURA et al., 2006). 
O exame rotineiro de urina é um método simples não invasivo, apesar de simples, diferentes técnicas encontram-se envolvidas na sua realização, consiste em três etapas distintas: exame físico, exame químico e exame microscópico do sedimento urinário. (STRASINGER, 2009).
3.1.1 Exame Físico 
Uma amostra de urina fresca deve ser obtida. Se a amostra não for examinada dentro do período de 1 hora após emissão, deve ser refrigeradas a 4°C por até 8 horas, as amostras refrigeradas devem ser deixadas á temperatura ambiente antesde examinar. A urina deve ser bem homogeneizada e colocada em um tubo transparente onde serão observados, volume, cor, odor e aspecto. Os resultados devem ser anotados e a amostra deverá ser retida para exames químicos e microscópicos. (STRASINGER,2009).
3.1.1.1 Volume
O determinante principal do volume urinário é a ingestão hídrica. O volume também varia com a perda de fluidos por fontes não renais e com relação à secreção de hormônio antidiurético e necessidade de excretar grandes quantidades de soluto. Na análise, o volume só tem valor clínico se o volume total da urina for colhido nas 24 horas. Valor de referência: 600 a 2000 ml em 24 horas.
Alterações no volume urinário:
· Poliúria: aumento do volume urinário. Ocorre em diabetes mellitus, diabetes insípidos, esclerose renal, rim amiloide, glomerulonefrite, uso de diuréticos, cafeína ou álcool que reduzem a secreção do hormônio antidiurético.
· Oligúria: diminuição do volume urinário. Ocorre em estados de desidratação do organismo, vômitos, diarréias, transpiração, queimaduras graves, nefrose, fase de formação de edemas.
· Anúria: volume inferior a 50 ml em 24 h. ocorrem obstrução das vias excretoras urinárias, lesão renal grave ou diminuição do fluxo sanguíneo para os rins (insuficiência renal aguda). (STRASINGER, 2000).
3.1.1.2 Cor
A coloração normal da urina consiste nas denominações amarelo-claro, amarelo, amarelo-escuro e âmbar são as mais utilizadas pelos laboratórios para classificar a coloração normal das amostras de urina. A cor amarela é caracterizada pela presença de pigmentos de urocromo, que é produto do metabolismo endógeno e que é produzido em velocidade constante em condições normais. A coloração indica de forma grosseira o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos. O procedimento para verificar a coloração consiste em observar macroscopicamente a coloração da urina. (STRASINGER, 2000).
3.1.1.3 Odor
A urina recém-eliminada tem um leve odor dos seus componentes aromáticos. O cheiro característico da urina é denominado “sui generis”. Quando observados odores incomuns, como em casos de infecções bacterianas, estes são denominados pútridos. Quando se deixa a amostra repousar, o odor de amônia passa predominante; este é causado pela degradação da uréia, sendo denominado odor amoniacal “sui generis” acentuado. As causas de odores anormais são: infecções bacterianas (causam cheiro forte e desagradável) e a presença de corpos cetônicos do diabetes (provocam um odor adocicado ou de frutas). (STRASINGER, 2000).
3.1.1.4 Aspecto
 	A urina normal em geral é transparente, porém pode tornar-se turva em virtude da precipitação de fosfatos amorfos em urina alcalina ou de uratos amorfos em urina ácida. Fosfatos amorfos consistem em um precipitado branco que se dissolve mediante a adição de ácido. Uratos amorfos frequentemente apresentam cor rosa dos pigmentos urinários e dissolvem-se quando a amostra é aquecida. (MUNDT & SHANAHAN, 2012).
A urina pode mostrar-se turva pela presença de leucócitos ou células epiteliais. A presença dessas células pode ser confirmada por exame microscópico do sedimento. Bactérias também podem causa aspecto turvo, especialmente se amostra tiver sido mantida em repouso, à temperatura ambiente. O muco pode conferir um aspecto brumoso à urina, e hemácias podem resultar em uma urina esfumaçada ou turva. Gorduras e linfa conferem à urina um aspecto leitoso. (MUNDT & SHANAHAN, 2012).
3.1.2 Exame Químico 
Vários testes químicos podem ser feitos fácil e rapidamente devido ao desenvolvimento das tiras reagentes. Estes testes são usualmente feitos como parte de uma técnica de rotina de urinálise. As análises químicas usualmente incluem: densidade, pH, proteína, bilirrubina, sangue, nitrito, cetonas, uribilinogênio, glicose, ácido ascórbico e leucócitos. Os resultados do exame químico da urina fornecem informações sobre o metabolismo de carboidratos do paciente, funções renais e hepáticas e equilíbrio ácido-básico.(SHANAHAM, 2012)
3.1.2.1 Tira Reagente
As tiras reagentes foram desenvolvidas para serem usadas e serem descartadas após. As instruções detalhadas de uso estão inseridas em cada embalagem e devem ser seguidas à risca para obter resultados acurados. Uma escala de comparação de cores é anexada às tiras reagentes. O desempenho das tiras deve ser testado usando soluções de controle da urina. (MUNDT, 2011)
3.1.2.2 Método
O procedimento de leitura visual segue as seguintes etapas: separar 10 ml de urina bem homogeneizada no tubo de falcon, imergir a tira reativa na urina rapidamente, é importante que todas as almofadas entrem em contato com a amostra, remover a tira da amostra e encostar a parte traseira e lateral em um papel absorvente a fim de retirar o excesso de líquido, realizar a leitura e comparar com a cor da escala fornecida na embalagem da tira respeitando também o tempo de reação determinado pelo fabricante, registrar os resultados e preservar a amostra para a etapa de sedimentação. (ZUNINO, 2012)
3.1.2.3 Densidade
Os valores normais estão definidos entre 1,003-1,035, sendo que em casos de hidratação excessiva podem ocorrer leituras muito baixas, em torno de 1,001. Os valores da gravidade especifica variam conforme o estado de hidratação e do volume urinário produzido, sendo de grande utilidade para avaliarmos a reabsorção renal. A densidade do plasma filtrado no glomérulo é 1,010. Amostras de urina com densidade abaixo de 1,010 são hipostenúricas e amostras com valor acima de 1,010 são hiperstenúricas. Os casos de hipostenúria estão relacionados com distúrbios na concentração urinária. Já as causas de hiperstenúria incluem desidratação, gllicosúria, proteinúria, eclampsia e insuficiência cardíaca. (MUNDT, 2011).
3.1.2.4 pH
O rim consiste em auxiliar na manutenção do balanço ácido-base do organismo. Para manter um pH constante no sangue (cerca de 7,40), o rim deve variar o pH da urina para compensar a dieta e os produtos do metabolismo. Esta regulação ocorre principalmente na porção distal do néfron, com a secreção de íons de hidrogênio e amônia no filtrado e a reabsorção de bicarbonato (também reabsorvido no túbulo proximal). (MUNDT & SHANAHAN, 2012)
Valores de pH superiores a 5,0 são encontrados nos casos de Acidose Tubular Renal (ATR). Nos casos de ATR distal os valores são sempre superiores a 5,5 já que ocorre uma incapacidade de aumentar a excreção de íons de Hidrogênio. Na ATR proximal os valores podem ser menores que 5,5. (ZUNINO,2012).
3.1.2.5 Proteina
A presença de quantidade aumentadas na urina pode ser um importante indicador de doença renal. Pode corresponder ao primeiro sinal de um problema grave, podendo manifestar-se antes de outros sintomas clínicos. Existem, entretanto, condições fisiológicas, como exercícios físicos e febre, que podem levar a excreção aumentada de proteínas na urina na ausência de doença renal. (MUNDT & SHANAHAN, 2012).
3.1.2.6 Corpos Cetônicos
A acidose diabética, exercícios físicos extuneantes, jejum prolongado, inflamações entéricas e vômito, são algumas condições em que se detecta corpos cetônicos na urina. (EUROPEAN URINALYSIS GROUP, 2000).
3.1.2.7 Urobilinogêio e Bilrirubina
A bilirrubina é um pigmento complexo resultante da degradação da hemoglobina. Sua detecção na urina pode indicar precocemente uma doença hepática, mesmo antes do desenvolvimento da icterícia, o urobilinogênio pode ser encontrado em concentrações elevadas na rina nos processos hemolíticos. A correlação entre os achados urinários da bilirrubina e do urobilinogênio auxilia no diagnostico diferencial da icterícia. (STRASINGER, 2009).
3.1.2.7 Nitrito
O teste de nitrito é um método rápido e indireto para detecção precoce de bacteriúrias significantes e assintomáticas. Organismos comuns capazes de causar infecções do trato urinário, como Escherichia coli, Enterobacter, Citrobacter e Proteus., produzem enzimas que reduzem o nitrato a nitrito. Para que isso ocorra, a urina deve permanecer na bexiga por no mínimo 4 horas. Assim a primeira urina da manhã corresponde a amostrade escolha. (MUNDT & SHANAHAN, 2012).
3.1.2.8 Leucócitos
As células brancas do sangue podem estar presentes em todos os fluídos corporais, dependendo da causa de sua presença. Os neutrófilos são os leucócitos mais comumente encontrados na urina e em pacientes hígidos estão presentes em baixo número. O aumento do numero de leucócitos na urina é indicativo tanto de processo inflamatório quanto de um processo infeccioso localizado no trato urinário. (MUNDT, 2011).
3.1.2.9 Hemoglobina
A presença de eritrócitos na urina é indicativa de doenças pré-renais, renais e pós-renais, mas pode ocorrer devido a condições fisiológicas tais como, fluxo menstrual e após exercício físico estonteante. (EUROPEAN URINALYSIS GROUP, 2009).
a) Glicose
Em circunstâncias normais, praticamente toda a glicose filtrada no glomérulo é reabsorvida no túbulo contornado proximal, assim sendo a quantidade de glicose presente na urina é mínima. Essa reabsorção tubular ocorre por transporte ativo em resposta às necessidades do organismo. Nos casos em que a glicose plasmática se torna elevada, esse transporte ativo não é realizado e ocorre a liberação da glicose para urina. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl. Um paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode acarretar uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido. (STRASINGER, 2009).
Se a reação for positiva é necessário que se faça a confirmação pelo método de Reação de Benedict.
3.1.3 Sedimentoscopia
O exame microscópico do sedimento urinário é um componente clinicamente importante da urinálise. Achados físicos e químicos anormais demandam uma avaliação cuidadosa do sedimento urinário. Uma avaliação apropriada do sedimento inclui a identificação das células (eritrócitos, leucócitos, células epiteliais), cilindros, microrganismos e cristais. Para evitar que certos elementos como (cilindros, eritrócitos e leucócitos) se depositem no fundo do copo de coleta, a amostra deve ser bem homogeneizada antes da centrifugação. 
Existem vários fatores físicos e químicos que podem afetar a morfologia do sedimento. Por exemplo, uma urina concentrada em geral apresenta células crenadas; uma urina diluída em geral causa lise das células; em urinas muito alcalinas, eritrócitos, leucócitos e cilindros podem sofrer lise; e toxinas bacterianas também podem afetar os elementos do sedimento.
O método consiste em homogeneizar a amostra e transferir para o tubo 10 ml de urina, centrifugar a uma velocidade de 1.500 a 2.000 rpm por 5minutos, desprezar o sobrenadante, ressuspender o sedimento com leves batidas no fundo, com o auxilio da pipeta transferir uma gota do sedimento para uma lâmina e colocar uma lamínula sobre e por fim realizar a avaliação em 10 campos microscópicos, calcular média e expressar os resultados de acordo com os procedimentos implantados.
3.1.3.2 Células epiteliais
Algumas células epiteliais encontradas no sedimento resultam da descamação normal das células velhas, enquanto outras representam lesão epitelial por processos inflamatórios ou doenças renais. São encontradas em três tipos na urina:
· Células escamosas: possuem forma irregular, citoplasma abundante e núcleo piquinótico, são as mais comuns e com menor significado. Provém do revestimento da vagina, uretra feminina e das porções inferiores da uretra masculina.
· Células transicionais ou caudadas: são originadas do cálice renal, pelve renal, ureter e bexiga, em indivíduos normais com poucas células transicionais são encontrados na urina e representam descamação normal. O número destas células aumenta após cateterização urinária ou outros procedimentos de instrumentação, podem indicar processos que necessitam maiores investigações como carcinoma renal. (MOTTA, 2009).
· Células dos túbulos renais: são ligeiramente maiores que os leucócitos e contêm grandes núcleos esféricos. Elas podem ser achatadas, cuboide ou colunares, e contêm grandes núcleos esféricos. Números aumentados dessas células sugerem dano tubular, o qual pode ocorrer na polionefrite, necrose tubular aguda, intoxicação por salicilato e rejeição de transplante renal. (MUNDT & SHANAHAN, 2012).
Figura 1: célula epitelial escamosa
Fonte: https://www.melhorsaude.info/celulas-epiteliais-na-urina/
Figura 2: célula do túbulo renal
Fonte: https://www.melhorsaude.info/celulas-epiteliais-na-urina/
Figura 3: célula de transição
Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/05/pequeno-atlas-de-uroanalise.html
3.1.3.3 Piócitos
Os piócitos podem ser encontrados na urina através de qualquer ponto ao longo do trato urinário ou através de secreções genitais. O aumento no numero de piócitos que apresentam ou não fenômenos degenerativos na urina é chamado de piúria. A piúria pode expressar-se pela eliminação de piócitos isolados ou aglutinados ou pelo aparecimento na urina de cilindros hialinos com inclusão de leucócitos. Pode resultar de infecções bacterianas ou de outras doenças renais ou do trato urinário. As infecções que compreendem pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite podem ser acompanhadas por bactérias ou não, como no caso da infecção por Chlamydia. A piúria também está presente em patologias não infecciosas, como a glomerulonefrite, o lúpus eritematoso sistêmico e os tumores. (MOTTA, 2009)
3.1.3.4 Hematúria
Normalmente as hemácias são encontradas na urina de pessoas normais em pequenas quantidades. Todas as hemácias presentes na urina se originam do sistema vascular. O número aumentado de hemácias na urina representa rompimento da integridade da barreira vascular, por injúria ou doença, na membrana glomerular ou no trato geniturinário. As condições que resultam em hematúria incluem várias doenças renais como, glomerulonefrite, pielonefrites, cistites, cálculos, tumores e traumas. . (MOTTA, 2009).
Figura 4: piócito e hemácia
piócito
hemáciaia
Fonte: https://www.segundomedico.com/piocitos-en-orina-que-significa/
3.1.3.5 Cilindros
São moldes mais ou menos cilíndricos do túbulo contornado distal e do ducto coletor. O principal componente dos cilindros é a proteína Tamm-Horsfall, que é uma muco proteína secretada somente pelas células tubulares renais. A presença de cilindros urinários é chamada cilindrúria, é possível encontra-los em diferentes formas, por exemplo, cilindro eritrocitário, cilindro cereo, hialino, leucotário e etc. . (MOTTA, 2009).
Figura 5: Cilindros: A- hialino; B- Hialino com gorgura; C-hialino/granular; D-celula; E- celular/Granular; F- Granular; G-Celular fino; h-celular/Cereo; I- Céreo (imagem:meddic.jp)
Fonte: https://www.biomedicinabrasil.com/2014/05/urina-tipo-1.html
3.1.3.6 Cristais
A cristalúria, presença de cristais no sedimento urinário, não apresenta, na maioria das vezes, interesse clínico. Sua incidência pode, em determinados casos, estar ligada ao aparecimento de calculo renal. (MOURA et al ., 2011).
· Oxalato de cálcio: s estiver presente em grandes quantidades na urina recém-emitida, deve-se suspeitar de processo patológico como intoxicação pelo etilenoenoglicol, diabetes mellitus, doença hepática ou enfermidade renal crônica grave. A ingestão de grande quantidade de vitamina C pode promover o aparecimento desses cristais na urina, o ácido oxálico é um derivado da degradação do ácido ascórbico e produz a precipitação de íons de cálcio. Essa precipitação pode dar lugar a uma diminuição do nível de cálcio sério.
· Fosfato de amônio-magnésio: as infecções do trato urinário tratados com vários antibióticos são as principais causas de formação de cálculos fosfato amônio-magnésio. Podem ocorrer em pielite crônica, cistite crônica, hipertrofia de próstata e retenção vesical.
· Urato amorfo: aparecem como sais de urato (sódio, potássio, magnésio e cálcio), não apresentam significado patológico.
· Fosfato amorfo: são solúveis em ácido acético e não apresentam significado clínico.
3.1.3.7 Muco
É um material proteico produzido por glândulas e células epiteliais do sistema urogenital. Não é considerado patológico. Não é considerado patológico e sua quantidade é maior quandohá contaminação vaginal. É visto como estruturas filamentosas com baixo índice de refração.
3.1.3.8 Bactérias
Normalmente a urina não possui bactérias. No entanto se as bactérias não forem colhidas em condições estéreis, pode ocorrer contaminação bacteriana sem significado clínico. 
3.1.3.9 Leveduras
As leveduras, geralmente Cândida Albicans podem ser observadas em urina de pacientes com diabetes mellitus e em casos de candidíase vaginal.
a) Parasitas
Os parasitas encontrados com mais frequência é o Trichomonas vaginalis, devido a contaminação por secreções vaginais.
Figura 6: Muco; Ácido úrico; Cistina; Oxalato de cálcio
Fonte: http://www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=459
Figura 7: Uratos amorfos
Fonte: http://www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=459
3.2 PARASITOLOGIA 
A parasitologia é muitas vezes definida como o estudo dos parasitos, seres vivos que vivem em dependência metabólica com seus hospedeiros causando-lhes algum tipo de dano. O diagnóstico parasitológico consiste na identificação direta do parasita em tecidos ou secreções de indivíduos infectados, com ou sem o auxilio de métodos de concentração, isolamento ou cultivo, a visualização direta dos parasitos permanece como recurso essencial para o diagnóstico de determinadas infecções. (GUANABARA KOOGAN, 2012).
3.2.1 Exame Macroscópico
O exame de fezes consiste em exame macroscópico onde eu avalio a consistência, se as fezes estão formadas, pastosas, liquefeitas ou diarreicas e é importante observar se há presença de sangue, muco, pedaços de verme ou vermes adultos. (Neves, 2011).
3.2.2 Exame Microscópio
O exame microscópico neste existem vários métodos incluídos, pois alguns são mais eficientes para se detectar protozoários, outros para ovos ou larvas de helmintos, mas alguns permitem tanto a detecção de protozoários quanto de helmintos. Os métodos são Método Direto À Fresco, HPJ, Willis, Faust e Rugai. (Hogan GE et. al 2011)
3.2.2.1 Material e Métodos 
a) Método Direto/À fresco
Este método consiste a identificação de trofozoítos móveis de amebas e flagelados em amostras com consistência pastosa ou liquefeitos.
Material
· Amostra
· Lugol
· Lâmina
· Lamínula 
· Palito de picolé
Devem-se preparar os materiais a serem utilizados, em seguida colocar uma gota de Lugol sobre a lâmina de vidro, tocar com a ponta do palito em vários pontos da amostra, transferindo uma pequena porção para a lâmina, espalhar a amostra e por fim adicionar a lamínula examinar com as objetivas de 10x ou 40x.
b) Método HPJ
Método que consiste no princípio de sedimentação espontânea e permite a identificação de ovos, larvas de helmintos e cisto de protozoários.
· Material
· Amostra
· Agua
· Copo descartável
· Palito de picolé
· Gaze
· Pipeta
· Cálice
Colocar 2g de amostra em um copo plástico descartável com uma pequena quantidade de água e dissolver com o auxilio do palito, recobrir o cálice com gaze dobrada em quatro de modo que se forme um coador, filtrar a amostra dissolvida e completar com água no cálice, deixar essa suspensão em repouso entre 2 a 24 horas. Nesta etapa desprezar o sobrenadante e substitui-lo por água limpa, suspendendo o sedimento. Repetir ate que o sobrenadante fique claro. Com auxilio d a pipeta retirar amostra do sedimento e transferir para lâmina.
c) Método de Willis 
Consiste em flutuação espontânea e detecta a presença de estruturas leves como trofozoito, cisto e ovos leves, por exemplo, ovo de ancilostomideo.
Material
· Amostra
· Lâmina
· Lamínula
· Solução salina
· Tubo de Falcon
· Lugol
· Pipeta
· Palito 
· Copo descartável
Colocar 10g de amostra no copo, homogeneizar com solução salina, desprezar no tubo de Falcon e com o auxilio d pipeta deve- se completar o tubo ate a borda, colocar na boca do fresco uma lâmina que deve entrar em contato com o líquido, deixar em repouso por 5 minutos, na lâmina adicionar uma gota de lugol, retirar a lâmina da borda do tubo e cobrir a lamina com a lamínula.
d) Método de Faust
Tem como principio a centrifugo-flutuação no sulfato de zinco, permite detecção de estruturas leves, ovos de helmintos e cistos de protozoários.
Material
· Amostra
· Água
· Gaze
· Copo
· Tubo de Falcon
· Sulfato de zinco
· Pipeta
· Alça de platina
· Palito
· Centrifuga
Diluir a 10g de amostra em 20 ml de água, filtrar em gaze dobrada em quatro num copo plástico e transferir para o tubo de Falcon, centrifugar por 1 minuto a 2.500 rpm, desprezar o liquido sobrenadante e ressuspender o sedimento com água e repetir as operações até que o sedimento fique claro, desprezar o sobrenadante claro e ressuspender o sedimento com sulfato de zinco a 335 e centrifugar novamente por 1 minuto a 2.500 rpm, forma-se uma película superficial e deve ser recolhida com a alça e transferida para lâmina junto com uma gota de lugol e cobrir com lamínula, levar ao microscópio.
e) Método de Rugai
Possui o principio de termo tropismo e hidrotoismo, permite detecção de larvas.
· Material
· Água aquecia a 45°C
· Amostra
· Pipeta 
· Lâmina
· Cálice 
· Gaze
Colocar na tampa do coletor com o palito uma grande quantidade de amostra, recobrir com gaze e fazer uma rouca, no cálice adicionar a água aquecida e colocar a trouxinha dentro do cálice de modo que a amostra entre em contato com a água, deixar em repouso por 1 hora, retirar a trouxa e com o auxilio da pipeta retira o sedimento e preparar a lâmina, corar com lugol e levar ao microscópio.
Giardíase: cistos eliminados nas fezes causam dor na porção alta e direita do abdômen, irritabilidade, emagrecimento perda de apetite, sono e diarreia esverdeada.
Amebíase: há eliminação de cistos no período assintomático e eliminação de trofozoitos no período sintomático, os sintomas podem ser colite, ulceras e dor abdominal.
4. CONCLUSÃO
Este relatório descreveu as atividades desenvolvidas durante a realização deste estágio. Permitindo compreender sobre os exames de urina e parasitologia e as técnicas utilizadas para a realização da mesma, assim como também as suas correlações clínicas, sendo estes um importante complemento que auxiliam em um diagnóstico muitas vezes preciso e eficaz frente ao quadro clínico do paciente.
Este estágio foi muito importante ao nível de conhecimentos e experiência profissional adquirido, pois a partir do estágio, que é uma ferramenta de aperfeiçoamento das técnicas e procedimentos teóricos adquiridos durante a graduação de Biomedicina, para a Habilitação em Análises Clínicas, ficou comprovada a compatibilidade da formação acadêmica oferecida com a pratica executada em campo, mostrando a importância do profissional biomédico neste setor.
Para finalizar, considero ter atingido os objetivos propostos para este estágio e para este relatório, concluindo com êxito minhas competências.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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