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Urinálise Sedimentoscopia Análise Microscópica Hemácias - 0 a 3 hemácias por campo. Existem livros que querem reduzir para até 2 hemácias por campo. - Não podem entrar no filtrado dos néfrons íntegros. - Lesões na MB glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. - Glomerulonefrite (Inflamação nos glomérulos). - Cálculos renais. - Infecções agudas. - Alguns tipos de anemias e leucemias predispõe ao aumento de hemácias na urina. - Reações tóxicas e imunológicas ao néfron. - Neoplasias. - Distúrbios circulatórios (pressão arterial alterada ou alteração nos fatores de coagulação devido a medicações a bases de anticoagulantes são fatores predisponentes). - Hipertensão maligna. - Exercício físico intenso (leva ao aumento da pressão e força os vasos a um tipo de lesão mínima). - Menstruação. - Obs.: Quando ocorre uma lesão glomerular as hemácias adquirem um aspecto disforme. Dessa forma, pode ser feita uma análise percentual de hemácias disformes ou dismórficas. Leucócitos - 0 a 5 leucócitos por campo. - Lesão glomerular ou capilar. - Migração através dos tecidos para locais de infecção ou inflamação. - Neoplasias. - Exercício físico extenuante (ocorre de forma semelhante ao que ocorre com as hemácias. Entretanto, os leucócitos tendem a aumentar bastante nesse processo. Dessa forma, é como se estivesse ocorrendo um processo de diapedese maior na região não ocorrendo apenas por lesão, mas também a devido desse exercício físico extenuante ocorrendo previamente a coleta, o qual normalmente não indicado). - Obs.: Assim, como as hemácias os leucócitos não conseguem atravessar o glomérulo ao menos que ocorra uma lesão ou um processo inflamatório. Células Epiteliais - Comum: Descamação normal de células dos tecidos de revestimento do sistema urogenital. - Contaminação: Secreção vaginal (♀) e prepúcio não circuncisado (♂). - Anormal: Em grande número ou em formas alteradas. Entretanto, apenas uma célula em formato alterado é necessária para chamar a atenção. Células Epiteliais (Classificação) - Células Epiteliais Escamosas – Células do Trato Urinário Inferior. - Células Epiteliais Transicionais (uroteliais) (células de formato variado) – Células do Trato Urinário (Pelve, cálice, ureteres, bexiga, porção superior da uretra masculina). - Células Epiteliais Tubulares Renais – Células Epiteliais Renais. - Obs.: As células epiteliais escamosas e as transicionais são as mais comuns e geralmente não possuem nenhuma condição de doença correlacionada. - Obs.: As células epiteliais escamosas são comum de aparecerem na urina e ocorrem da descamação normal dos tecidos de revestimento do sistema UFPE-CB Biomedicina - 2020.1 Caio Barr Urinálise urogenital. Essas células também podem aparecer também devido a contaminação por secreção vaginal. Células Epiteliais Escamosas - Mais frequentes e menos significativas. - Revestimento da vagina e porções inferiores da uretra masculina e feminina. - Citoplasma abundante e irregular, com núcleo central. Células Epiteliais Transicionais - Revestimento da pelve renal, cálice, bexiga e porção superior da uretra masculina. - Menores que as escamosas. - Esféricas, caudadas ou poliédricas, com núcleo central. Células Epiteliais dos Túbulos Renais - Em grande quantidade: indicativo de necrose tubular. - Redondas e ligeiramente maiores que os leucócitos, com núcleo excêntrico. - Células bolhas ou degeneração bolhosa (é um dos tipos de morte células, os quais as células apresentam vacúolos). - Corpos adiposos ovais (Cruz-de-Malta). - Também podem absorver pigmentos (Heme, Melanina, Bilirrubina, etc.). Entretanto, esses pigmentos são tóxicos a célula e levam a sua morte. - Obs.: Em pacientes que receberam transplante de rim. Caso seja confirmada a presença de células tubulares em sua urina será um indicativo que o paciente estará rejeitando ao transplante. Assim, será necessário alterar a medicação desse paciente para que ele não perca seu rim. Cilindros - Formados nos túbulos dos néfrons, principalmente túbulo contorcido distal e ducto coletor (OBS.: únicos sedimentos exclusivamente renais). Além disso, nem todos os cilindros possuem o mesmo tamanho pelo fato deles serem formados em pontos diferentes, como, citado acima. - Obs.: Cilindros podem ser formados naturalmente no organismo através da realização de exercícios físicos extenuantes. - Origem: 2/3 albumina e globulinas plasmáticas de baixo P.M.; e 1/3 proteína de Tamm-Horsfall. - Obs.: A urina geralmente tem um pH levemente ácido. Entretanto, enquanto ocorre a fisiologia renal o líquido processado tem pH levemente básico. O qual é pH ideal para levar a formação de cilindros. Assim, o cilindro não pode estar presente em pH básico, porque a proteína Tamm- Horsfall precisa ser coagulada para levar a formação do cilindro, o qual ocorre em pH ácido. - Obs.: Os cilindros são contados na objetiva de 10x e identificados na objetiva de 40x. - Tamanho e Forma dependentes do local de formação, tempo e materiais presentes. - Cilindroides – extremidades em cauda e afuniladas. - pH ↓ Cilindro ↑. - [Iônica] Cilindro ↑. - Estase ou obstrução do néfron Cilindro ↑. - Urina diluída, alcalina ou presença de bactérias Desintegração dos Cilindros. - FORMAÇÃO DA MATRIZ DA PROTEÍNA DE TAMM-HORSFALL: 1. Agregação da proteína de T-H, formando- se fibrilas proteicas individuais; 2. Ligação das fibrilas proteicas à superfície das células do epitélio tubular; 3. Entrelaçamento das fibrilas proteicas (formação de uma rede fibrilar frouxa); 4. Maior entrelaçamento das fibrilas proteicas (formação de uma estrutura sólida); 5. Possível ligação dos componentes urinários à matriz sólida; 6. Desligamento das fibrilas proteicas das células epiteliais; 7. Excreção do cilindro; Cilindros Hialinos - Mais frequentes. - Constituído quase que inteiramente pela proteína de T-H. - Normal: 0 a 2 / campo de pequeno aumento ou ↑ após exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor e estresse emocional. Anormal: glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica, ICC, estados febris, tratamento com diuréticos ↑. - Incolores no sedimento não corado. - Índice de refringência semelhante ao da urina. Cilindros Céreos - Refringentes. - Textura rígida, fragmentando-se ao passar pelos túbulos. - Extrema estase urinária (obstrução nefrótica localizada e oligúria). - Inflamação tubular, degeneração, IRC, rejeição a aloenxerto renal. - Obs.: Cilindro céreo é extremamente “sério”. Cilindros Granulosos - Após estresse e exercício vigoroso. - Distúrbios glomerulares e tubulares, doença túbulo-intersticial, rejeição a aloenxerto renal. - Os grânulos podem representar a desintegração dos cilindros celulares ou dos agregados proteicos filtrados pelos glomérulos. - Obs.: É o resultado da degradação ou degeneração de um cilindro epitelial ou leucocitário. Cilindros Gordurosos ou Adiposos - Células tubulares renais carregadas de lipídios incorporação do material gorduroso na matriz do cilindro. - Síndrome Nefrótica. Cilindros Hemáticos - Refringentes, com coloração amarela a marrom. - Após participação em esportes violentos. - Indicativo de sangramento proveniente do interior do néfron. Cilindros de Hemoglobina - Cor marrom-amarelada. - Doença glomerular mais frequentemente. Cilindros de Mioglobina - Vermelho-acastanhados. - Presentes na mioglobinúria após lesão muscular aguda. - IRA. Cilindros de Leucocitária - Infecção ou inflamação no interior dos néfrons, principalmente pielonefrite. - Refringentes, contêm grânulos. Cilindros de Células Epiteliais Tubulares - Necrose tubular aguda, doenças virais(CMV) ou exposição a várias drogas, intoxicação por metal pesado. - Um dos critérios mais confiáveis para a detecção de rejeição aguda a aloenxerto após o 3 o dia de pós-operatório. Cilindros Mistos - No mínimo dois tipos celulares. Cilindros Largos - Diâmetro 2 a 6 vezes > outros cilindros. - Dilatação tubular ou estase no ducto coletor distal. - Indicativo, quando céreo, de IRC e mau prognóstico. Cilindros de Cristais - Indicam deposição de cristais nos túbulos e ductos coletores. Bactérias - Contaminação. - Infecção do trato urinário. Levedura - Contaminação. - Mais frequentemente infecção por Candida albicans. - Diferenciar de hemácias (ácido acético). Parasitas - Trichomonas vaginalis (contaminação vaginal). - Schistosoma haematobium. - Enterobius vermicularis (contaminação fecal) Cristais (urina ácida normal) - Uratos Amorfos (de Ca++, Mg++, Na+ e K +). - Precipitado amarelo-acastanhado (“poeira de tijolo”). - Obs.: Os cristais são formados devido a uma alta taxa de concentração de íons. - Obs.: Os cristais anormais só são formados em urina ácida. - Obs.: Existem cristais que são normais de serem encontrados em urina ácida e básica. Ácido úrico - 4 Lados, achatados, amarelos ou vermelho - acastanhados. Outras formas: prisma, ovalada, cunha, etc. - Esses cristais ocorrem em alta ingesta de proteína. Oxalato de Cálcio - Pequenos octaedros incolores (“envelopes”). Outras formas: halteres, ovóide. Cristais (urina alcalina normal) - Fosfatos Amorfos (Ca++ e Mg++): grânulos incolores. precipitado fino ou rendado. - Fosfato de Ca++: Incolores, forma de prismas finos, placas ou agulhas; Diferenciar de cristais de sulfonamida (solubilidade em ácido acético diluído); - Fosfato de Mg++: Rombóides, incolores, alguns com extremidades ou cantos chanfrados; - Fosfato Triplo (Amônio e Mg++): Frequentemente infecção; Prismas incolores (“tampa de caixão”); - Biurato de amônio: Esferas amarelo-acastanhadas (“figo selvagem” ou ainda “maçã espinhosa”); - Carbonato de Ca++: Pequenos grânulos ou esferas incolores, geralmente dispostos aos pares ou em grupos de 4; Cristais (urina anormal) - Esses cristais só ocorrem em urina ácida. - Cistina: pH ↓; Lâminas hexagonais incolores; Um único cristal de cistina diagnostica cistinúria; Tendência a formar cálculos renais; Diferenciar de ácido úrico (luz polarizada e dissolvição em ácido clorídrico diluído; - Tirosina: Agulhas finas e sedosas em feixes ou grumos incolores ou amarelos; Hepatopatia grave; - Leucina: Esferas castanho-amareladas com estrias radiais e concêntricas, de aspecto oleoso; Diferenciar de gordura (solubilidade em éter); Hepatopatia grave; - Colesterol: placas retangulares em um ou vários cantos, bem evidenciados à luz polarizada; - Sulfonamida (Sulfadiazina): pH ↓; Incolores ou amarelo-acastanhados, com aspecto de “feixes de trigo com amarra”, roseta, pétala, agulha, redondos; - Ampicilina: pH ↓; Longos, finos e incolores; e feixes grosseiros após refrigeração; Outros Achados - Muco: Contaminação vaginal; Estruturas filamentosas com baixo índice de refração; - Espermatozóides: Sem significado clínico em mulheres; Em homens pode ser um indicativo de ejaculação precoce. Além disso, pode ter relação com infertilidade; - Artefatos: Gotículas de óleo, grânulos de amido (pó de talco), grãos de pólen, pêlos, fibras musculares, algodão, etc; Outras Informações - Etapa pós-analítica: 20 a 30% dos erros Interpretação das Análises Diagnóstico Laboratorial; Avaliação dos Controles; Liberação dos Resultados; Emissão do Laudo; Entrega do Resultado; - Principais erros observados na urinálise: Utilização de frasco de coleta inadequado; Falta de homogeneização da amostra de urina; Falta de observação da temperatura da urina para pesquisa com tiras reagentes; Falta de observação dos cuidados de manuseio e prazo de validade de reagentes; Utilização indevida das tiras reagentes (manuseio incorreto, desconhecimentos dos interferentes das reações); Utilização de procedimentos inadequados de centrifugação (tempo, rotação); Preparo incorreto do sedimento; Despreparo do analista.
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