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INSTITUTO EDUCACIONAL MONTE PASCOAL PROJETOS E PESQUISAS FACULDADE MONTE PASCOAL ESPECIALIZAÇÃO › SAÚDE ESTÉTICA INTERDISCIPLINAR AVANÇADA CHYRLEY OLIVEIRA MENDES BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE ESTÉTICA: REVISÃO DE LITERATURA São Luís - MA 2021 CHYRLEY OLIVEIRA MENDES BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE ESTÉTICA: REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Especialização › Saúde Estética Interdisciplinar Avançada do Instituto Educacional Monte Pascoal Projetos e Pesquisas – Faculdade Monte Pascoal, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista. Professor orientador: São Luís- MA 2021 BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE ESTÉTICA: REVISÃO DE LITERATURA Chyrley Oliveira Mendes Resumo: O objetivo deste estudo foi demonstrar a importância de se explanar a biossegurança nos ambientes direcionados aos trabalhos estéticos. Esta revisão bibliográfica foi realizada a partir de artigos originais com delineamento experimental e observacional, apresentando as condutas preventivas para evitar os riscos ao trabalhador, ao cliente e ao meio ambiente, publicados entre os anos de 2010 a 2020. As medidas de segurança a serem adotadas estabelece um destaque fundamental a esterilização de materiais individuais, perfuro cortantes, proibição de reutilização de produtos químicos, acompanhamento de validação, condutas após acidentes com materiais biológicos, vacinação atualizada e uso de EPI’S adequados a cada função com seus respectivos instrumentos. Espera- se que com tais conhecimentos possam contribuir a fim de ponderar sobre práticas seguras voltadas ao profissional e ao cliente. Palavras chaves: Biossegurança; EPI’S; Saúde estética; Esterilização Abstract: The aim of this study was to demonstrate the importance of explaining biosafety in enverionments directed to aesthetic work.Basead in bibliographic revisions from original articles with experimental and observational design,presenting preventive conducts to avoid risks to the worker,client and the environment,published between the years 2010 to 2020. The safety measures to be adopted establishes a fundamental highlight,the sterilization of individual materials,sharp puncture,prohibitionof reuse of chemicals,monitoring of validation,conducts after accidents with biological materials,updated vaccination and use of EPI’S appropriate to each function with their respective instruments. It is expected that with such knowledge they can contribute in order to consider safe practices aimed at the professional and the client. Keywords: Biosecurity; EPI’S; Aesthetic health; Sterilization 1 INTRODUÇÃO Os cuidados com a beleza e o culto ao corpo sempre estiveram presentes na existência humana. Nas últimas décadas, o crescimento do mercado da beleza e estética, por meio da adoção de padrões de imagem e estilo, propagados pelos meios de comunicação, vem apresentando um amplo impacto social e econômico, atingindo diferentes camadas sociais de homens e mulheres, com idades variadas (FELIPE, I. M. A. et al, 2016). Na mesma proporção, emerge a necessidade de adoção de procedimentos seguros e com regramentos, além de licenciamentos na área de biossegurança e gerenciamento de resíduos, a fim de garantir a saúde e segurança plena, tanto do cliente como do profissional da área estética (ZAMONER, 2008). De acordo com a Brasil (2014), biossegurança é uma “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e do meio ambiente.” Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o conceito de biossegurança compreende um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do meio ambiente e a qualidade no trabalho desenvolvido (TEIXEIRA; VALLE,1996). A disseminação dos agentes patogênicos deixou de ser exclusiva do âmbito hospitalar, atingindo vários serviços de interesse à saúde, dentre eles os da beleza e estética. O risco de transmissão microbiana agrava-se quando os profissionais desconhecem e não utilizam medidas de biossegurança em saúde (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2013). Segundo Piatti (2018), boa parte dos profissionais são tecnicamente despreparados e em sua maioria, há um desconhecimento básico de riscos biológicos que podem ser disseminados por contato físico dentro de ambientes fechados. Os estabelecimentos de beleza são considerados locais de interesse da saúde, pois podem representar um risco de infecção e propagação de doenças infecciosas para seus usuários caso as práticas de biossegurança não sejam obedecidas. O risco de agravos à saúde nos estabelecimentos de embelezamento pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalhadores como para os clientes (MADNANI, N. A, KHAN, K. J, 2012). Para Garbaccio e Oliveira (2012), alguns dos principais fatores que levam à disseminação dos agentes patogênicos causadores de doenças são: a insuficiência de instrumentos para atendimento de clientes; o uso de materiais descartáveis, como lâminas; a inadequada desinfecção e esterilização de instrumentais e equipamentos; o uso incorreto de soluções químicas desinfetantes; a inadequada assistência no pós-trauma à pele e mucosas; o incorreto descarte de materiais cortantes e perfurantes; o uso inadequado ou o não uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e as falhas na prevenção de acidentes associados às más condições físicas e sanitárias dos ambientes estéticos. De acordo com o SEBRAE (2016), a gestão ambientalmente correta dos resíduos de estabelecimentos estéticos é uma obrigação legal e compreende os resíduos classificados como serviços de saúde, com normas específicas de armazenamento, tratamento e disposição final. Muitos produtos utilizados nesses estabelecimentos possuem ingredientes químicos e geram resíduos infectantes que podem contaminar o solo e o lençol freático se destinados a aterros sanitários, por isso precisam ser encaminhados para empresas especializadas em tratamento e destinação final de resíduos de saúde, não podendo ser dispostos junto ao resíduo doméstico comum. Para a ANVISA (2014), as principais medidas de biossegurança a serem tomadas são, por exemplo: materiais como lixas, alicates, tesouras, entre outros devem ser todos esterilizados, os profissionais devem usar os equipamentos de proteção de acordo com suas funções, a reutilização de embalagens de produtos químicos é proibido; os produtos utilizados devem estar dentro do prazo de validade; os profissionais que usam materiais perfurocortantes devem estar vacinados contra Hepatite B e tétano, ceras utilizadas para fazer depilação devem ser retiradas somente o necessário para o uso suficiente para cada cliente. Os profissionais da beleza, durante procedimentos estéticos, podem acidentalmente se expor ao sangue de seus clientes, transmitir a sua própria infecção para eles, ou transmitir a infecção a partir de um cliente para outro (LIU et al, 2013). Nesse sentido, as medidas de biossegurança abrangem cuidados que incluem equipamentos de proteção individual (EPI’s), equipamentos de proteção coletiva (EPC’s), desinfecção e esterilização dos materiais perfuro cortantes ou não, que possam transmitir doenças. Garbaccio e Oliveira (2012), ao avaliar o conhecimento e a adesão às recomendações de biossegurança por manicures/pedicures que trabalham em salões de beleza, constatou que houve baixa adesão aos equipamentos de proteção individual (45%) e aos métodos de reprocessamentode artigos, com deficiência na limpeza destes. Uma parcela significativa não utilizava avental/uniforme nem sapatos fechados no trabalho. Sobrinho et al (2014) em seu estudo, ao analisar o conhecimento dos profissionais sobre infecção e doenças infecciosas, evidencio que 38% dos entrevistados não apresentavam conhecimento satisfatório/suficiente sobre a transmissão de doenças infecciosas prevalentes em estabelecimentos de beleza (micoses, dermatoses bacterianas, hepatite B, hepatite C, HIV). Sendo assim, é imprescindível o conhecimento da biossegurança a fim de elucidar e definir, através da literatura, quais normas e medidas de biossegurança em saúde devem ser adotadas pelos profissionais de estética em seu ambiente de trabalho. Os cuidados com a beleza e o culto ao corpo sempre estiveram presentes na existência humana. Nas últimas décadas, o crescimento do mercado da beleza e estética, por meio da adoção de padrões de imagem e estilo, propagados pelos meios de comunicação, vem apresentando um amplo impacto social e econômico, atingindo diferentes camadas sociais de homens e mulheres, com idades variadas (FELIPE, I. M. A. et al, 2016). Na mesma proporção, emerge a necessidade de adoção de procedimentos seguros e com regramentos, além de licenciamentos na área de biossegurança e gerenciamento de resíduos, a fim de garantir a saúde e segurança plena, tanto do cliente como do profissional da área estética (ZAMONER, 2008). De acordo com a Brasil (2014), biossegurança é uma condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o conceito de biossegurança compreende um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do meio ambiente e a qualidade no trabalho desenvolvido (TEIXEIRA; VALLE,1996). Nogueira (1996) afirma que a biossegurança deve ser alcançada por meio de estratégias comunicações adotadas pelos membros constituintes de um estabelecimento e por meio da sistematização de normas de boas práticas, renovando a instituição e obtendo uma gestão de qualidade na empresa. A disseminação dos agentes patogênicos deixou de ser exclusiva do âmbito hospitalar, atingindo vários serviços de interesse à saúde, dentre eles os da beleza e estética. O risco de transmissão microbiana agrava-se quando os profissionais desconhecem e não utilizam medidas de biossegurança em saúde (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2013). Segundo Piatti (2018), boa parte dos profissionais são tecnicamente despreparados e em sua maioria, há um desconhecimento básico de riscos biológicos que podem ser disseminados por contato físico dentro de ambientes fechados. Os estabelecimentos de beleza são considerados locais de interesse da saúde, pois podem representar um risco de infecção e propagação de doenças infecciosas para seus usuários caso as práticas de biossegurança não sejam obedecidas. O risco de agravos à saúde nos estabelecimentos de embelezamento pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalhadores como para os clientes (MADNANI, N. A, KHAN, K. J, 2012). Ainda, para Garbaccio e Oliveira (2012), alguns dos principais fatores que levam à disseminação dos agentes patogênicos causadores de doenças são: a insuficiência de instrumentos para atendimento de clientes; o uso de materiais descartáveis, como lâminas; a inadequada desinfecção e esterilização de instrumentais e equipamentos; o uso incorreto de soluções químicas desinfetantes; a inadequada assistência no pós-trauma à pele e mucosas; o incorreto descarte de materiais cortantes e perfurantes; o uso inadequado ou o não uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e as falhas na prevenção de acidentes associados às más condições físicas e sanitárias dos ambientes estéticos. A via de contaminação pode ocorrer de forma direta ou indireta. A via direta se baseia na transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores, por exemplo, a transmissão aérea por bioaerossóis, a transmissão por gotículas, o contato com a mucosa dos olhos e via cutânea. Já a via indireta é caracterizada pela transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores, por exemplo, transmissão por meio de mãos devido ao uso de perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies (BRASIL, 2008). Muitos são os microrganismos que podem ser transmitidos e disseminados por serviços de beleza. Os estabelecimentos de estética e beleza favorecem a transmissão de microrganismos e de doenças tais como: hepatite A, B e C (transmitidas pelo sangue, secreções, lágrimas e suor), herpes labial e genital (por meio do uso de equipamentos em outro cliente contaminado sem a devida esterilização e limpeza), gripes (incluindo a H1N1), tuberculose, micoses (oriundas de equipamentos compartilhados) e a AIDS (através do contato com agulhas contaminadas) (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2012). Assim como o novo coronavírus, SARS-CoVs- 2, caracterizada com pandemia pela organização Mundial da Saúde em março de 2020, transmitida por contato, fômites ou gotículas, pode evoluir desde forma assintomática a casos pneumonias graves e óbitos. De acordo com o SEBRAE (2016), a gestão ambientalmente correta dos resíduos de estabelecimentos estéticos é uma obrigação legal e compreende os resíduos classificados como serviços de saúde, com normas específicas de armazenamento, tratamento e disposição final. Muitos produtos utilizados nesses estabelecimentos possuem ingredientes químicos e geram resíduos infectantes que podem contaminar o solo e o lençol freático se destinados a aterros sanitários, por isso precisam ser encaminhados para empresas especializadas em tratamento e destinação final de resíduos de saúde, não podendo ser dispostos junto ao resíduo doméstico comum. Para a ANVISA (2014), as principais medidas de biossegurança a serem tomadas são, por exemplo: materiais como lixas, alicates, tesouras, entre outros devem ser todos esterilizados, os profissionais devem usar os equipamentos de proteção de acordo com suas funções, a reutilização de embalagens de produtos químicos é proibido; os produtos utilizados devem estar dentro do prazo de validade; os profissionais que usam materiais perfurocortantes devem estar vacinados contra Hepatite B e tétano, ceras utilizadas para fazer depilação devem ser retiradas somente o necessário para o uso suficiente para cada cliente. Ainda, é necessário que macas, cadeiras, colchões e travesseiros sejam revestidos com material impermeável, para facilitar a higienização, lençóis e toalhas devem ser trocados após cada uso (ANVISA, 2014). Os profissionais da beleza, durante procedimentos estéticos, podem acidentalmente se expor ao sangue de seus clientes, transmitir a sua própria infecção para eles, ou transmitir a infecção a partir de um cliente para outro (LIU et al, 2013). Nesse sentido, as medidas de biossegurança abrangem cuidados que incluem equipamentos de proteção individual (EPI’s), equipamentos de proteção coletiva (EPC’s), desinfecção e esterilização dos materiais perfuro cortantes ou não, que possam transmitir doenças. Garbaccio e Oliveira (2012), ao avaliar o conhecimento e a adesão às recomendações de biossegurança por manicures/pedicures que trabalham em salões de beleza, constatou que houve baixa adesão aos equipamentos de proteção individual (45%) e aos métodos de reprocessamento de artigos, com deficiência na limpeza destes. Uma parcela significativa não utilizava avental/uniforme nem sapatos fechados no trabalho. Sobrinhoet al (2014) em seu estudo, ao analisar o conhecimento dos profissionais sobre infecção e doenças infecciosas, evidencio que 38% dos entrevistados não apresentavam conhecimento satisfatório/suficiente sobre a transmissão de doenças infecciosas prevalentes em estabelecimentos de beleza (micoses, dermatoses bacterianas, hepatite B, hepatite C, HIV). Além disso, a Covid 19, e seu impacto social, político e econômico em todo mundo, trouxe consigo o fortalecimento das discussões e medidas de biossegurança, principalmente para os profissionais de saúde, e consequentemente profissionais da saúde estética (Marques, et al, 2020). A presente pesquisa justifica, que é imprescindível a análise científica na literatura nacional e internacional sobre biossegurança a fim de elucidar, definir, organizar normas e medidas de biossegurança em saúde, que devem ser adotadas pelos profissionais de estética em seu ambiente de trabalho, com objetivo de minimizar os riscos de contaminação para clientes e profissionais. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de modo integrativo, no qual buscará elucidar e definir normas e medidas de biossegurança em saúde por profissionais de estética em seu ambiente de trabalho. A busca será realizada usado os descritores (biossegurança, estética e riscos em saúde), de forma independente ou combinada, nas principais bases de dados em saúde, como a CINAHL, PubMed, Scielo, Science Direct, Lilacs, e na Biblioteca virtual em Saúde (BVS). Serão selecionados artigos publicados entre os anos de 2010 a 2020 nos idiomas inglês e português. Os critérios de inclusão foram artigos originais publicados nas bases de dados, com delineamento experimental (ensaios clínicos randomizados ou não), ou estudos observacionais (caso-controle ou corte) que abordaram informações sobre as condutas preventivas, os riscos biológicos de procedimentos estéticos, procedimentos de higienização individual do profissional e também do ambiente de trabalho, tais como suas classificações, a realização do descarte correto dos materiais descartáveis e limpeza e esterilização dos não descartáveis e o uso de EPI'S que o profissional deve usar. Artigos duplicados nas bases de dados e que abordou biossegurança em outras áreas que não seja estética e beleza, foram excluídos. Os dados coletados foram organizados em um quadro, com as seguintes informações: autor e ano de publicação, tipo de estudo, objetivo do estudo e principais resultados. O método de leitura científica foi adotado para realizar a avaliação dos estudos e a análise dos dados. Este método se desenvolveu em três etapas: 1) visão sincrética – leitura de reconhecimento geral, visando à apropriação do tema do estudo, e leitura seletiva, buscando as informações acerca do objetivo do estudo; 2) visão analítica: leitura reflexiva e crítica dos artigos selecionados e escolha dos conteúdos principais relacionados ao tema; e 3) visão sintética: leitura de interpretação dos dados/resultados apresentados nos estudos (CERVO; BERVIAN, 2002). 3. REFERENCIAL TEORICO 3.1 A importância da biossegurança na estética Biossegurança é uma área que abrange um conglomerado de ações ditadas por normas e condutas que alveja prevenir, controlar, eliminar ou reduzir os riscos inerentes às atividades que porventura venham comprometer a saúde humana, animal ou prejudicar o desenvolvimento saudável do meio ambiente. Em vista da considerável importância voltada para o assunto, a ANVISA estabeleceu regulações que embasam e direcionam o setor respectivo de fiscalização aos serviços de saúde relacionados a fins estéticos, em razão de serem locais que podem apresentar algum grau de infecção ou propagação de doenças infecciosas. É necessário o conhecimento e adequação ao uso de equipamentos indispensáveis para essa proteção como: EPIs, esterilização de materiais individuais, correto descartes de perfuro- cortantes, vacinação atualizada e outros, pois segundo Garbaccio; Oliveira (2013) o risco de transmissão microbiana agrava-se quando os profissionais desconhecem e não utilizam medidas de biossegurança em saúde. 3.2 Equipamentos de proteção individual (EPI’s) São dispositivos para uso individual, devendo ser eficientes e suficientes para que sirvam de barreira para amenizar os riscos ocasionados na ambiência ocupacional portanto de uso obrigatório objetivando garantir a saúde dos colaboradores e clientes, no que Garbaccio; Oliveira (2013) enfatizaram que um dos fatores disseminastes de contaminação é a insuficiência de equipamentos, levando colaborador a reutilizar materiais que não oferecem mais segurança, como também às vezes devido ao fluxo intenso de pacientes ou clientes usa-se instrumentos que não foram devidamente esterilizados, assim oferecendo risco inevitável ao paciente. Exemplos de EPIs: gorro ou touca, máscaras, óculos de proteção, luvas, avental, jaleco e outros dispondo um bloqueio de contenção para micróbios de penetração cutânea, ocular ou pelas vias aéreas. - Gorro ou touca descartável Serve para abrigar os cabelos sem deixá-los expostos apara evitar a sua queda, previne contaminação cruzada de paciente/profissional (por microrganismos ou até mesmo piolhos. Podendo ser utilizada tanto pelo profissional quanto pelo cliente. Assim como as máscaras, as toucas devem ser descartadas em lixo infectante após o uso. - Máscaras facial descartável Proteção da mucosa bucal e das narinas contra microrganismos que possam ingeridos ou inalados de forma involuntária, devendo esta ser descartada após o seu uso. Mediante a isso, nos procedimentos faciais, o uso desse EPI é de suma importância pela proximidade entre cliente e profissional, evitando a contaminação cruzada. - Óculos de Proteção É de uso exclusivo que serve de proteção a conjuntiva para evitar contaminação por respingos de líquidos biológicos ou químicos. - Luvas descartáveis Devem ser descartáveis e servem como uma barreira mecânica para as mãos do profissional e para a pele do cliente contra todos os tipos de sujidades que provoquem contaminação. De acordo com Guandalini et al (1998) e Andrade et al (2008), as luvas devem ser usadas quando ocorrer a manipulação de artigos ou superfícies contaminados, importante lembrar que as mesmas não podem ser reutilizadas por perderem sua efetividade na proteção, logo em seguida deve ser descartada em lixo contaminado. Com relação a estética facial, o uso de luvas se faz necessário, pois o profissional está sempre em contato com a pele do cliente, sendo ela íntegra ou não. O uso nos procedimentos faciais deve ser do início dos tratamentos até a finalização. - Avental Devem ser longos e com mangas compridas, podendo ser usado somente na zona de trabalho e higienizado separadamente dos outros materiais para evitar que seja maculado. - Jaleco Vestimenta utilizada por diversos profissionais, cuja função é evitar o contato com superfícies indesejadas. Entretanto não são raros os casos em que colaboradores se recusam, esquecem ou simplesmente acham desnecessário o uso de algum desses dispositivos por falta de adaptação ou autossuficiência, gerando acidentes oriundos de negligência e banalização dos mesmos e pondo em risco a saúde do paciente. Daí percebe-se a importância da conscientização desses colaboradores no uso adequado dos equipamentos de biossegurança. Além disso estar com as vacinas atualizadas é primordial para escapar das possíveis contaminações ao mero contato com líquidos biológicos encontrados no trabalho, uma vez que durante as coletas ou manuseio de seringas há grande chance de transmissão de alguma doença infecto contagiosa, como frisou LIU et al (2013) ao destacar que o contágio pode ser de cliente paraoutro. Sendo que uma das maneiras a se evitar fatalidades desse tipo é o uso adequado de EPIs, e sem dúvida a esterilização dos utensílios de uso individual ou coletivo, com correto descartes visto fornecer maior segurança e tranquilidade durante a realização dos procedimentos. 3.3 Classificação dos artigos Os utensílios manuseados na estética, devem ser classificados em artigos críticos, semicríticos e não críticos, logo após seu uso possam ser realizados os procedimentos de higienização (limpeza, desinfecção ou esterilização). Na visão de Brasil (1998), Oppermann e Pires (2003), Mastroeni (2005), os artigos críticos são aqueles empregados em procedimentos invasivos na pele ou mucosas, ou ainda no sistema vascular e tecidos sub-epiteliais, facilitando o contato direto dos materiais com sangue e fluidos contaminantes. Os autores ainda ressaltam que os artigos críticos devem obrigatoriamente passar pela esterilização. Por exemplo o extrator de comedões (cureta) usado na estética facial. Os semicríticos são utensílios que tem contato direto com a pele não íntegra ou mucosas íntegras (BRASIL,1988). Dessa maneira, para que esses materiais sejam reutilizados após os procedimentos, deverão passar por limpeza, desinfecção de alto nível ou a esterilização (OPPERMANN; PIRES,2003; MASTROENI, 2005). Exemplos desses artigos utilizados na estética facial os pincéis, toalhas, eletrodos, e as ponteiras dos equipamentos de eletroterapia. Já os artigos não-críticos são aqueles que que entram em contato com a pele íntegra, por utensílios externos. Esses precisam passar pelo processo de limpeza e desinfecção de médio e baixo nível para que não sejam fontes colonizadoras de microrganismo (OPPERMANN; PIRES, 2003; MASTROENI, 2005). Exemplos usados na estética facial as cubetas, cuba rim, espátulas, macas, lupas e equipamentos externos utilizados por profissionais. 3.3 Procedimentos de higienização dos artigos 3.4.1 Limpeza A limpeza permite na remoção de materiais estranhos como sujidades e matéria orgânica de superfícies e objetos. Geralmente é feita com aplicação da água, detergente e ação mecânica (TEIXEIRA; VALLE, 1996). A limpeza pode ser realizada como auxílio de esponjas, escovas e panos. Ressalta que, anteriormente a limpeza é primordial à desinfecção e esterilização, com o objetivo de diminuir resíduos de matéria orgânica e microrganismos, consequentemente ajudando na ação desinfetante e no processo de esterilização tendo melhor eficácia aos processos realizados (HIRATA; MANCINI, 2002; MASTROENI, 2005). 3.4.2 Desinfecção Após a limpeza dos artigos é realiza a etapa de desinfecção, sendo este um procedimento químico que destrói parcialmente microrganismos nos objetos, mas não os elimina por completo, os esporos bacterianos ainda ficam ativos após desinfecção (TEIXEIRA; VALLE, 1996; GUANDALINI et al, 1998). Devido a esses ricos, é necessário o processo de esterilização que tem capacidade de suportar sem desgaste. Há vários agentes químicos utilizados como desinfetantes, como: glutaraldeído, ácido peracético (0,2%), formaldeído, fenóis, por possuírem alta toxicidade, alto custo, tempo de contato prolongado, e alguns cancerígenos, não são muito recomendados para a prática em estética facial. Por outro lado, temos o álcool, hipoclorito de sódio (1%) e compostos quaternários de amônio, por possuírem baixo custo, alta disponibilidade, fácil manejo, e por garantirem uma desinfecção eficiente e com rápida ação para a prática na estética facial. Álcool: é utilizado tanto como desinfetante de superfícies ou como antissépticos para a pele (GUANDALINI et al, 1998). De acordo com Brasil (1994), o uso em artigos e superfícies, deverá ser realizada com álcool a 70%, friccionando-o, em seguida deixar seca. Seu uso pode feito em vidros, artigos metálicos, macas etc. É um dos desinfetantes mais utilizados, por possuir baixo custo e disponibilidade (TEIXEIRA; VALLE, 1996). Hipoclorito de sódio: a concentração indicada é 1% durante 30 minutos, porém estes agentes têm seu espectro de ação aumentado, quanto maior for sua concentração e tempo de contato. Por serem à base de cloro, sua reação é rápida, logo, a limpeza prévia dos artigos fornecem maior eficácia e ação do desinfetante. Esse mesmo agente não deve ser usado em metais devido sua ação corrosiva (HIRATA; MANCINI, 2002). Compostos quaternários de amônio: são substâncias detergentes catiônicas com propriedade germicida, utilizados a uma concentração de 0,2% (2.000mg/L) para superfícies não-críticas como pisos, mobiliários e paredes (MASTROENI, 2005). Por outro lado, são inativos por material orgânico, e por detergentes não-iônicos e sabões. 3.4.3 Esterilização É um processo químico ou físico que extermina todos os tipos de vida microscópica de um objeto, inclusive os esporos bacterianos (TEIXEIRA, VALLE, 1996; PELCZAR, 1997). Esse método utiliza o calor tanto em condições úmidas ou secas. É realizada pela estufa por calor seco, que de acordo com Pelczar (1997), seu mecanismo de ação, tem elevadas temperaturas que proporcionam a morte dos microrganismos. No entanto ela não se mostra tão eficaz quanto a autoclave, ou seja, pelo calor úmido, pois a esterilização gerada pela estufa é realizada por meio de aquecimento e irradiação do calor, que é menos penetrante e uniforme que o vapor saturado (OPPERMANN; PIRES, 2003; RAMOS, 2009). Segundo Oppermann e Pires (2003), a estufa deverá ser ligada antes do processo para iniciar a esterilização, com o objetivo de obter a temperatura desejada do ciclo, entretanto o material já deverá estar dentro da estufa e quando for atingida a temperatura desejada, então iniciará a contagem do tempo da esterilização. Ramos (2009) sugere as seguintes temperaturas e tempo para a esterilização em estufa: 170ºC (60 minutos), 160ºC (120 minutos), 150ºC (150 minutos), 140º (180 minutos), 120ºC (12 horas). Para a esterilização em autoclave, recomenda-se que os artigos estejam embalados em papel grau cirúrgico, e estes instrumentos devem ser esterilizados a uma temperatura de 121ºC durante 15 a 30 minutos a uma pressão de 1 atmosfera (atm) (PELCZAR,1997; RAMOS,2009). 3.4 Gerenciamento dos resíduos de serviços e saúde A relação ser humano e meio ambiente tem demonstrado que os impactos ambientais resultantes de suas atividades vêm comprometendo o futuro. Nesse sentido, torna-se cada vez mais importantes ações que procurem minimizar os impactos ambientais causados pelas atividades antrópicas (NÓBREGA,2012). Entre esses impactos, pode-se citar a geração de resíduos sólidos de serviços de saúde que possuem diferentes características e quantidades, os quais necessitam de gerenciamento adequado para evitar danos ambientais, sociais e econômicos. Com o despertar da necessidade de um desenvolvimento sustentável, conduziu-se para regulamentações cada vez mais exigentes, obrigando as empresas/estabelecimentos a tomar medidas de controle da poluição ambiental. Com o propósito de proteger a saúde humana e preservar o meio ambiente, a RDC n° 222/2018, em seu art. 3°, descreve que o gerenciamento dos RSSS é o conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro, de forma eficiente”, em locais apropriado e devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente. É importante ressaltar que esses procedimentos devem ser seguidos pelas instituições prestadoras de serviços de saúde, desde o momento da geração até a disposição final desses resíduos. De acordo com o que foi destacado, todos os estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde devem ser observados atentamente em relação às questõesde biossegurança, pois possuem elevados riscos de infecções. Para evitar danos, é necessário que sejam realizados procedimentos de prevenção, precaução e controle das infecções, assim, os aspectos de biossegurança estão diretamente associados ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (IPEA,2012). 3.5.1 Etapas do gerenciamento de resíduos O manejo dos RSS é entendido como o conjunto de ações de gestão de resíduos desde a geração até a disposição final. - Segregação Trata-se da separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e os riscos envolvidos, sendo fundamental a capacitação do pessoal responsável. Os principais objetivos da segregação são: minimizar a contaminação de resíduos considerados comuns; permitir a adoção de procedimentos específicos para manejo de cada grupo de resíduos; reduzir os riscos para a saúde e reciclar ou reaproveitar parte dos resíduos comuns (RAMOS,2009). - Acondicionamento O acondicionamento consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura, reduzindo os riscos de contaminação e facilitando a coleta, o armazenamento e o transporte (RAMOS,2009). A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Deve-se observar regras e recomendações específicas e ser supervisionado de forma rigorosa. Os sacos de acondicionamento devem ser colocados em lixeiras com tampa sem contato manual. - Identificação É o conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e nos recipientes, fornecendo informações para o correto manejo dos resíduos. A identificação, que é específica para cada grupo de resíduos, deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na NBR 7500 (ABNT,2004) e a RDC n° 22/2018. O Grupo A resíduos com presença de agentes biológico, apresentando ricos de causar infecções. É identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da expressão resíduo infectante. O Grupo B resíduos com presença de substâncias químicas conferindo risco à saúde pública ou ao meio ambiente. É identificado por meio do símbolo e frase de risco associado à periculosidade do resíduo químico. O Grupo C constituído por materiais originados de atividades que possuem radionuclídeos em quantidades acima dos limites aceitáveis segundo as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). É representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólico de cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da expressão material radioativo, rejeito radioativo ou radioativo. O GRUPO D resíduos que não apresentam riscos aos seres ou ambiente como: papel, restos de alimentares, entre outros. Devem ser identificados conforme definido pelo órgão de limpeza urbana. Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA n° 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. O Grupo E fazem parte deste grupo material perfuro cortantes ou escarificantes. É identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e contorno preto, acrescido da inscrição de resíduos perfurocortantes. - Transporte interno Baseia-se no direcionamento dos resíduos a partir dos pontos de geração até o local destinado ao seu armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade para a coleta. O translado interno dos resíduos deve ser realizado com um roteiro previamente estabelecido e em horários que não coincidem com o de trabalhos ou de maior fluxo de pessoas ou de qualquer exercício de atividades relacionadas. Tem que ser feito separadamente, de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos de cada grupo. Os recipientes para transporte interno devem possuir material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondadas sendo identificados com símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos (RAMOS,2009). - Armazenamento temporário Guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local estratégico do estabelecimento, próximo aos pontos de geração e coleta. Nos estabelecimentos de beleza, o local de armazenamento temporário é necessário ter local para cada artigo, como resíduos biológicos, perfurantes e químicos sólidos (tóxicos) que não devem ser colocados em locais destinados à coleta comum ou seletiva, por serem considerados resíduos especiais. É recomendável que haja uma sala ou um local próprio e adequado para o armazenamento temporário de resíduos especiais (RAMOS,2009). - Armazenamento externo De acordo com a RDC nº 222/2018, o armazenamento externo é local de guarda dos coletores de resíduos em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para a coleta externa. No local deve conter todos os requisitos estabelecidos nesta resolução. - Coleta e transporte externos Consiste na remoção dos resíduos no abrigo do armazenamento temporário externo, direcionando até a unidade de tratamento ou disposição final, com técnicas que preservam as condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, seguindo todas as orientações da NBR 14652 (ABNT,2019). A coleta dos resíduos de serviços direcionados a saúde, deve ser realizada por empresa especializada ou pelo próprio órgão de limpeza urbana que ofereça esse serviço. A diferença está desde os veículos destinados para esse tipo de serviço, os funcionários são devidamente treinados e paramentados com os devidos EPIs. Geralmente, a empresa responsável por esse tipo de coleta recolhe uma taxa, cujo valor depende da localização do estabelecimento e da periodicidade da coleta, podendo ser semanal, quinzenal ou mensal (RAMOS, 2009). - Tratamento e disposição final O tratamento e disposição final dos resíduos após a coleta são de reponsabilidade dos órgãos e empresas de coleta, seguindo o que diz a NBR 12810 (ABNT, 1993). Porém, cabe ao gerador verificar a regularidade da empresa que realiza esse tipo de serviço. De acordo com a RDC n° 222/2018, o tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, dessa forma reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. A disposição final consiste no direcionamento desses resíduos no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los, isso significa licenciados. De acordo com a legislação brasileira, a disposição deve seguir critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental conforme com a Resolução CONAMA n 237/97. 4 RESULTADOS Após o emprego de todos os critérios de elegibilidade, a busca nas bases de dados resultou na inclusão de 6 artigos científicos. Dos seis artigos, quatro foram encontrados na base de dados LILACS, um na base PUBMED e um na base da Biblioteca Virtual em Saúde. Tabela 1 - Artigos incluídos na revisão de acordo com suas características principais. Autor / Ano Tipo de Estudo Objetivo Principais Resultados Mendoza; Zambrano; Rueda. (2021) Pesquisadescritiva Método survey Avaliar as condições de biossegurança de centros de beleza em Valledupar, Colômbia - 55% dos centros de estética e beleza relataram não ter espaço para assepsia; 91% não realizaram nenhuma separação entre equipamentos limpos e sujos. - 38,1% das entrevistadas desinfetam utensílios de cosmetologia, 42,8% desinfetam utensílios de pedicure e 4,76% desinfetam utensílios de cabelo. Por outro lado, nos centros sem área de esterilização, o percentual de trabalhadores que realizam a desinfecção é o seguinte: 73% para os utensílios de cosmetologia e 19,2% para os de pedicura. - Desinfetante mais utilizado foi o hipoclorito, por 78% dos centros. Os métodos de esterilização mais utilizados foram calor seco e vapor saturado sob pressão, com 41% e 34%, respectivamente. Almeida; Felipe et al (2019) Estudo quantitativo, descritivo, do tipo survey, em 257 salões de beleza e 12 estúdios de tatuagem e colocação de body piercing. Conhecer a estrutura física, processo de esterilização e descarte de materiais em centros de embelezamento - 33,7% dos centros possuíam um local próximo para a lavagem das mãos após os procedimentos e o sabão líquido e o álcool para a lavagem e a higienização das mãos estavam presentes em 64,8% e 56,3%, respectivamente. - 70% possuíram área específica para a esterilização dos instrumentais e quantidade suficiente de instrumentais, como alicate, de forma a garantir a esterilização a cada uso, que 12,3% e 70,6% usavam autoclave e estufa, respectivamente, e 17,1% não faziam esterilização. - 38,9% imergiam os materiais em solução apropriada para a desinfecção. - Apenas 8,1% realizavam controle biológico ou químico da esterilização; 86,3% não realizavam manutenção preventiva da autoclave/estufa; 27% abriam o equipamento esterilizador durante o processo de esterilização e 94,8% não tinham a descrição da rotina do processo de esterilização. Bordin et al (2019) Estudo descritivo, transversal e prospectivo, com Avaliar o perfil sociodemográfico de profissionais manicures, enfocando os Entre as entrevistadas 45 (73,7%) não realizaram nenhum curso relacionado à biossegurança. delineamento para o estudo de campo, com análise quantitativa dos dados. aspectos da formação profissional e biossegurança. Bordin; et al (2018) Estudo exploratório, descritivo e quantitativo. Verificar como ocorrem os processos de limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais utilizados nos salões de beleza, bem como o processo de trabalho desenvolvido - A maioria dos entrevistados fez uso de métodos de esterilização em 57 (93,4%) estabelecimentos, sendo utilizada a estufa em 49 (86,0%) salões de beleza. Os principais materiais e instrumentais citados que passam por processo de esterilização são: espátulas de inox 57 (100,0%), alicates, 57 (100,0%) e os palitos de inox, 44 (77,2%) (Tabela 2) - Em relação às recomendações de biossegurança, observou-se baixa adesão e pouco conhecimento, devido ao grau de escolaridade e a baixa capacitação dos profissionais evidenciadas por insuficiente quantidade de instrumentais, inadequada realização do reprocessamento de instrumentais potencialmente contaminados, uso incorreto de soluções químicas desinfetantes, não utilização de EPI adequados ou de forma incorreta e, falhas na prevenção de acidentes, que podem ser evitados pelo ato de manter as condições físicas e sanitárias satisfatórias, de acordo com as normas vigente. Garbaccio; Oliveira (2018) Estudo transversal, envolvendo 235 salões de beleza. Foram entrevistadas manicures/pe- dicures e observados a estrutura física dos salões e métodos de esterilização. Avaliar a estrutura física, os dispositivos presentes em salões beleza e a dinâmica da limpeza/ desinfec- ção de superfícies e mobiliários nesses estabelecimentos . - Em 43% dos estabelecimentos, foi identificado um local próprio destinado à limpeza de artigos (instrumentais de manicures, escovas, vasilhames); - Para esterilização, a maioria utilizava o calor seco – estufa (37%) e o “forninho” (24,7%), o calor úmido, por meio da autoclave, em 35,3% dos estabelecimentos; - apenas 35,3% possuíam autoclave e 33,2%; - Para as superfícies e mobiliário, 46% das manicures/pedicures relataram que a limpeza/desinfecção é realizada utilizando-se água, sabão e desinfetante; 20,4% das manicures/pedicures relataram a utilização de água e sabão; 16,7%, de produtos domésticos e 8,9% não conseguiram definir um método. - A presença do recipiente de parede rígida para o descarte de material perfurocortante foi identificada em apenas 23% dos estabelecimentos e 70% deles possuíam todas as lixeiras com tampa, localizadas em áreas de fácil acesso. Almeida; Felipe et al (2017) Pesquisa descritiva, Método survey Avaliar o conhecimento e as práticas de biossegurança adotadas por profissionais do segmento da beleza. - Com relação à adoção de medidas de biossegurança, 62,6% já tinham entrado em contato com sangue de clientes sem o uso de luvas. Destes, 43,4% aplicaram algum tipo de medicamento e 20,1% fizeram uso de álcool como medidas preventivas. Quanto à higienização das mãos (HM) entre o atendimento de um cliente e outro, 74,4% afirmaram adotar este procedimento. - 32,8% dos entrevistados relataram não utilizar nenhum tipo de EPI durante as suas atividades laborais, 5% nem mesmo tinham conhecimento de quais tipos de EPI seriam necessários à sua prática profissional. Fonte: autoras da pesquisa. Sobre as inconformidades abordadas, cinco dos estudos abordaram medidas de biossegurança e cuidados com a limpeza de materiais. O desinfetante com hipoclorito foi citado em um deles (MENDONZA, 2021) como medida de desinfecção de materiais, assim como a utilização de calor seco e vapor saturado sob pressão para esterilização. A autoclave como ferramenta de esterilização foi citada por três, dos seis estudos. A estufa foi citada por BORDINI (2019) e GARBACCIO (2018) como meios de esterilização. Apenas o estudo de ALMEIDA (2019) verificou em seu estudo a utilização de autoclave e estufa mais controle biológico e químico de esterilização. O estudo de BORDINI (2019) verificou que as participantes não tinham nenhum curso relacionado a biossegurança. A falta de formação e/ou conhecimento em medidas de biossegurança contribui na disseminação de microrganismos e doenças que, muitas vezes, são adquiridas, mas que acabam não sendo associadas a estes ambientes, num processo de transmissão silenciosa. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A biossegurança é um dos principais requisitos na atuação profissional da área da estética, uma vez que todas as ações desenvolvidas pelo profissional resultarão diretamente na saúde e segurança do cliente. O uso de EPI’s reduzem as chances de exposição do profissional e do cliente aos possíveis microrganismos que podem causar inúmeras doenças. Compreende-se a necessidade da correta higienização dos materiais, sendo a limpeza, esterilização e desinfecção, abordagens essenciais de biossegurança que devem ser adotados em centros estéticos. Destaca-se ainda, a necessária conscientização e capacitação dos profissionais dessa área, para a preservação da própria saúde e de seus clientes. 6. 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Minha Empresa Sustentável: Salão de Beleza. Cuiabá: Centro Sebrae de Sustentabilidade,2016. Soares K.H.D; Oliveira L.S; Silva K.K.F; Silva, D.C.A; Farias A.C.N; Monteiro, E.M.L.M; Compagnom, M.C. Medida de prevenção e controle da covid- 19: Revisão integrativa. REAS. 2021; 13 (2). Sobrinho, H. M. R; Clayson, M. G.; Ferreira, B. D.; Cunha, F. N.; Moraes, M. L. D. S.; Lima, R. A. C. O.; Marques, R. M. V.; Aires, T. R.; Oliveira, T. S.; Ferreira, L. L.P. F.; Avaliação do conhecimento e práticas de biossegurança em uma amostra de profissionaisda beleza de Goiânia- Goiás. J Health Sci Inst. 2014. v.32, n.4, p.343-52. TEIXEIRA, P; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro:Fiocruz.1996. ZAMONER, M. Modelo para avaliação de planos de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS) para Secretárias Municipais da Saúde e/ou de Meio Ambiente. Ciências & Saúde Coletiva, v.13, n.6, 2008, p.1945-1952.
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