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DIREITO PENAL III - art.121 a 145 CP

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DIREITO PENAL III PARTE ESPECIAL
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ART. 121 DO CP HOMICÍDIO
CONCEITO: 
É a morte de um homem provocada por outro homem.
É a eliminação da vida de uma pessoa praticada por outra.
O homicídio é o crime por EXCELÊNCIA.
O primeiro dos bens é a vida.
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OBJETO JURÍDICO
É o bem jurídico tutelado.
É o interesse protegido pela norma.
É a vida extrauterina.
Existe discussão sobre o conceito de vida.
Para alguns autores: “VIVER É RESPIRAR”, “NÃO TER RESPIRADO É NÃO TER VIVIDO”.
A vida pode ser demonstrada por outros meios: batimentos do coração, movimento circulatório. 
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OBJETO MATERIAL
Modo genérico: objeto material de um crime é a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta.
É o objeto da ação.
Não se deve confundir com objeto jurídico, que é o interesse protegido pela norma penal.
Objeto material do homicídio: é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão, enquanto o objeto jurídico é o direito à vida.
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AÇÃO NUCLEAR
É expressada pelo verbo, que exprime uma conduta (ação ou omissão).			
No homicídio a ação nuclear é o verbo MATAR (destruir ou eliminar, no caso, a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução).
Art. 121 do CP: MATAR ALGÚEM.
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AÇÃO FÍSICA
O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma específica de atuação que deve ser observada pelo agente.
PODE-SE MATAR:
		a) por meios físicos:
			-mecânicos: instrumentos contundentes, perfurantes e cortantes.
			-químicos ou patogênicos: substâncias corrosivas (ácido sulfúrico), usadas para o envenenamento da vítima. 
Exemplo de patogênicos: vírus da AIDS.
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AÇÃO FÍSICA
b) por meios morais ou psíquicos:
		o agente utiliza-se do medo ou da emoção súbita para alcançar seu objetivo.
Exemplo de meio psíquico: fazer dolosamente um apoplético dar gargalhadas, contando-lhe por exemplo a seguinte piada: “O CORINTHIAS NUNCA FOI REBAIXADO”, matando-o, assim, de tanto rir, logo após uma refeição.
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AÇÃO FÍSICA
c) Por meio de palavras: ex: dizer a um cego para avançar em direção a um penhasco.
d) por meio direto: age-se o agente contra o corpo da vítima, como, por exemplo, dando-lhe facadas.
e) por meio indireto: ex: atrair a vítima para um lugar onde uma fera o ataque, causando-lhe a morte.
f) por ação ou omissão: 
		-ação: comportamento positivo, movimentação corpórea. Ex: atirar, empurrar, golpear, etc... 
		-omissão: é o comportamento negativo, a abstenção de movimento. É um nada.
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CRIME MATERIAL E PROVA DA MATERIALIDADE
Crime material:
	- homicídio – crime material – ocorrência de um resultado naturalístico (morte).
Prova da materialidade: exame de corpo de delito.
Obs: não basta somente a confissão.
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EXAME DE CORPO DE DELITO 
De acordo com o CPP, existem duas espécies, vejamos:
1º) exame de corpo de delito direto: sua realização é necessária nas infrações penais que deixam vestígios.
Inspeção e autópsia do cadáver, na busca da causa mortis, sendo tal exame documentado pelo laudo necroscóspico.
2º) exame de corpo de delito indireto: se não for possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecidos os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (art. 167 do CPP).
Prova testemunhal + documentos que demonstram a realidade tanatológica (exame indireto) = RESULTADO NATURALÍSTICO.
Obs: Nelson Hungria adverte: “desde que seja formulada uma hipótese de inexistência do evento morte, não é admissível uma condenação a título de homicídio. A verossimilhança, por maior que seja, não é jamais a verdade ou a certeza, e somente esta autoriza uma sentença condenatória. Condenar um possível deliquente é condenar um possível inocente”.
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SUJEITO ATIVO
É o ser humano que pratica a figura típica descrita na lei.
Pode ser praticado isoladamente por um agente ou em conjunto com outras pessoas (co-autores ou partícipes).
Trata-se de crime comum: pode ser cometido por qualquer pessoa, pois a lei não exige nenhum requisito especial.
Difere do crime próprio, eis que este exige legitimidade ativa especial, ex: infanticídio.
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SUJEITO PASSIVO
É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado.
Pode ser direto ou imediato, quando for a pessoa que sofre diretamente a agressão (sujeito passivo material) ou indireto ou mediato, pois o Estado (sujeito passivo formal), é sempre atingido em seus interesses, em qualquer crime que for praticado, visto que a ordem pública e a paz social são violadas.
Homicídio: qualquer pessoa com vida (“ser vivo, nascido de mulher”), criança ou adulto, pobre ou rico, etc.
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ELEMENTO SUBJETIVO
DOLO E CULPA.
O CP só admite as figuras do homicídio doloso e culposo.
A ausência de um desses elementos acarreta a atipicidade da conduta.
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FORMAS
O CP prevê várias modalidades de homicídio, vejamos:
I- homicídio simples (art. 121, caput, do CP).
II- homicídio privilegiado (§ 1º).
III- homicídio qualificado (§ 2º).
IV- homicídio culposo (§ 3º).
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AÇÃO PENAL
EM QUALQUER FORMA DE HOMICÍDIO A AÇÃO PENAL SERA PÚBLICA INCONDICIONADA.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
ART. 122 DO CP.
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CONCEITO
O suicídio é a destruição da própria vida.
O suicídio não é um ilícito penal, mas é um fato antijurídico, eis que a vida é um bem público indisponível.
O art. 146, § 3º, do CP, possibilita que se exerça coação contra quem tenta suicidar-se.
O CP pune quem auxilia, induz ou instiga o suicídio.
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OBJETO JURÍDICO
O Direito Penal tutela o direito à vida e sua preservação.
Ninguém pode ser cúmplice na morte de outrem, ainda que exista o consentimento deste, pois a vida é um bem indisponível.
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AÇÃO NUCLEAR
O núcleo do tipo é composto por três verbos : induzir, instigar ou auxiliar.
É crime de ação múltipla.
I- induzir: suscitar a ideia de suicídio. A ideia é inserida na mente do suicida, que não havia desenvolvido o pensamento por si só. Ex: uma pessoa perde o emprego e seu amigo dá a ideia de que ele suicide.
II- instigar: estimular, encorajar um desejo já existente.
III- prestar auxílio: ajuda material, que tem caráter meramente secundário, pode ser antes ou durante a prática do suicídio.
	Deve ser meramente acessório, limitando-se o agente a fornecer meios (arma, veneno, corda e etc...), sob pena de poder configurar homicídio.
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SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo é qualquer pessoa (crime comum).
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SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa pode ser vítima do crime em exame, desde que possua capacidade de resistência e discernimento.
Se a vítima não tiver capacidade de discernimento (louco, criança), o agente será considerado autor mediato do delito de homicídio, uma vez que a vítima, em face da ausência de sua capacidade penal, serviu como mero instrumento para que o agente tivesse êxito em seu propósito criminoso, qual seja, eliminar a vida do inimputável.
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ELEMENTO SUBJETIVO
SOMENTE O DOLO.
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NEXO CAUSAL
É necessário que entre a ação dolosa do agente (participação moral ou material) e o suicídio exista nexo de causalidade.
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TENTATIVA
NÃO É POSSÍVEL.
Só pune se ocorrer a morte ou se resultar lesões corporais graves.
Neste sentido é a regra prevista no CP, vejamos:
	Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-	se ou 	prestar-lhe auxílio para que o faça:
	Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o 			suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três 	anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão 	corporal de natureza grave.
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MOMENTO CONSUMATIVO
Como é um crime material, deve existir o resultado naturalístico (morte
ou lesões corporais de natureza grave), para que ocorra a consumação.
Se houver lesão corporal leve ou a vítima não sofrer nenhuma lesão, o fato não é punível.
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PERÍCIAS MÉDICO-LEGAIS REALIZADAS PARA CONSTATAÇÃO DA “CAUSA MORTIS”
Exame necroscópico: é o meio pelo qual os médicos constatam a realidade da morte e buscam a sua causa (no CPP é usado o termo “autópsia”, art. 162). 
	As circunstâncias da morte são relatadas no exame necroscópico.
. Exumação: desenterrar o cadáver para uma necropsia se esta não foi feita ou para a revisão de uma feita anteriormente.
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FORMAS
SIMPLES: é a figura descrita no caput do art. 122 do CP.
QUALIFICADA: parágrafo único do art. 122 do CP.
a) Motivo egoístico: interesse próprio, obtenção de vantagem pessoal. Ex: recebimento de herança.
b) Vítima menor: entre 14 e 18 anos. Se for abaixo de 14 anos o crime será de homicídio (interpretação sistemática ao revogado art. 224, a, do CP. Capacidade de resistência diminuída por qualquer causa: por exemplo a embriaguez, idade avançada, enfermidade física ou mental, etc.
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SUICÍDIO A DOIS OU PACTO DE MORTE
Duas pessoas resolvem suicidar-se juntas, em razão de dificuldades que não conseguem superar. Ex: sala ou quarto com o gás aberto.
Apresenta as seguintes consequências:
I- Havendo um sobrevivente: 
a) se o sobrevivente for quem abriu a torneira responde pelo delito de homicídio, pois teve a intenção de matar.
b) Se o sobrevivente for quem não abriu a torneira, responde pelo delito previsto no art. 122 do CP.
II- se os dois sobrevivem e há lesão corporal de natureza grave:
a) Quem abriu o gás responde por tentativa de homicídio.
b) Quem não abriu o gás responde pelo delito previsto no art. 122 do CP.
III- se os dois sobrevivem e não há lesão corporal de natureza grave:
a) Quem abriu o gás responde por tentativa de homicídio.
b) Quem não abriu o gás não responde por nenhum delito, pois trata-se de fato atípico.
IV- se os dois sobrevivem e ambos abriram a torneira irão responder por homicídio na forma tentada.
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ROLETA-RUSSA E DUELO AMERICANO
Roleta-russa há uma só arma, com um só projétil, que deve ser disparada sucessivamente pelos participantes, rolando o tambor da arma, cada um em sua vez.
Duelo americano: duas armas e apenas uma delas está carregada.
Em ambos os casos os participantes sobreviventes respondem por participação em suicídio.
Obs: se houver fraude indutora de erro no procedimento da vítima, haverá crime de homicídio. Ex: arma com munição, mas que o agente mente estar descarregada.
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AÇÃO PENAL
Ação penal pública incondicionada.
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INFANTÍCIDIO 
Art. 123 do Código Penal
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CONCEITO
Matar a vida do ser nascente ou do neonato, realizada pela própria mãe, que se encontra sob a influência do estado puerperal.
É uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo privilégio é concedido em virtude da “influência do estado puerperal”.
O estado puerperal pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou autoinibição.
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OBJETO
A norma penal tutela o direito à vida, contudo a vida humana extrauterina, assim como no delito de homicídio.
O Estado preocupa-se em preservar a vida do indivíduo desde o começo de seu nascimento.
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AÇÃO NUCLEAR
É o verbo matar, assim como no homicídio.
A ação física deve ocorrer durante ou logo após o parto, não importando se a morte ocorrer em período posterior.
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MEIOS DE EXECUÇÃO
Crime que pode ser praticado de forma livre, ex: enforcamento, estrangulamento, afogamento, fraturas cranianas, ou por meio de omissões, como ex: deixar de amamentar a criança, abandonar recém-nascido em lugar ermo, com o fim de provocar a sua morte.
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SUJEITO ATIVO
O infanticídio é crime próprio, pois somente a mãe puérpera pode praticar o crime em estudo.
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SUJEITO PASSIVO
FILHO QUE NASCEU VIVO.
Sujeito passivo que já se encontra morto: crime impossível.
Sujeito passivo adulto: Delito de homicídio.
Infanticídio putativo: mãe que mata outra criança sob a influência de estado puerperal.
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ELEMENTO PSICOFISIOLÓGICO - estado puerperal
Trata-se o estado puerperal de perturbações que acometem as mulheres, de ordem física e psicológica decorrentes do parto.
Pode acarretar transtornos mentais na mulher, produzindo sentimentos de angústia, ódio, desespero, vindo ela a eliminar a vida de seu próprio filho.
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ELEMENTO SUBJETIVO
O infanticídio só pode ser praticado dolosamente.
A título de culpa não.
Mais se for praticado de forma culposa, existe duas posições na doutrina:
a) O fato será atípico: não se pode exigir da parturiente perturbada psicologicamente que aja de acordo com as cautelas comuns impostas aos seres humanos. (Damásio E. de Jesus).
b) Homicídio culposo: a mãe irá responder por homicídio culposo (Nelson Hungria, Julio Fabbrini Mirabete, Cezar Roberto Bitencourte, Magalhães Noronha e Fernando Capez). Ex: mulheres que dão à luz de forma repentina (ônibus, bondes, trens), sem saber que está em trabalho de parto, a criança cai e fratura o crânio, vindo a morrer).
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MOMENTO CONSUMATIVO
Tratando de crime material, a consumação se dá com a morte do filho neonato (resultado naturalístico).
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TENTATIVA
É plenamente possível.
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CONCURSO DE PESSOAS
É POSSÍVEL, pois o “estado puerperal” é elementar do tipo.
As elementares do tipo comunicam-se ao coautor e ao partícipe (art. 30 do CP). 
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CONCURSO DE CRIMES
É possível: ex: concurso material do delito de infantícidio com ocultação de cadáver.
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AÇÃO PENAL
Ação penal pública incondicionada.
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ABORTO
Arts. 124 a 128 do CP.
Parte da doutrina entende que o crime é de abortamento e não de aborto, sendo o abortamento conduta e o aborto é o resultado.
Ex. é tão errado chamá-lo de aborto, como chamar o homicídio de cadáver.
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CONCEITO
é a interrupção de uma gravidez com a destruição do produto da concepção. Ocorrerá abortamento tanto se a gravidez for por concepção natural ou artificial.
Consiste na eliminação da vida intrauterina.
A lei não distingue óvulo fecundado ( 3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses de gestação), ou feto (a partir dos 3 meses). Qualquer fase configura aborto.
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OBJETO JURÍDICO
Direito à vida do feto.
É preservação da vida intrauterina.
No aborto provocado por terceiro, também é protegido o direito à vida e à incolumidade física e psíquica da própria gestante.
Embriões mantidos fora do útero. Há uma lacuna na legislação (reprodução in vitro ou assistida). Não configura aborto porque não se trata de vida intrauterina. Não há gravidez fora do corpo humano.
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FORMAS
a) Aborto provocado pela própria gestante. Aborto consentido. Art. 124 do CP.
- 2 figuras típicas:
1ª) aborto provocado pela própria gestante.
	- a própria gestante emprega meios abortivos visando interromper a gestação e matar o feto.
2ª) aborto consentido.
	- a gestante apenas consente na prática abortiva, mas a execução do crime é realizada por terceira pessoa.
	- neste caso a gestante responde pelo art. 124 do CP, e o terceiro pelo art. 126 do CP.
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FORMAS
b) Aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante (art. 125 do CP).
	- é a forma mais gravosa do aborto (pena – reclusão de 3 a 10 anos).
	- não há consentimento da gestante.
	- ex: ministrar doses de substâncias abortivas na sopa da gestante.
	- dissentimento presumido: é a primeira parte do parágrafo único do art. 126 do CP.
	- dissentimento real: é a segunda parte do parágrafo único do art. 126 do CP.
	-Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
	Pena - reclusão, de um a quatro anos.
	Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo
anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
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FORMAS
c) Aborto provocado por terceiro, com o consentimento da gestante (art. 126 do CP).
	- é o aborto provocado por terceiro com o sentimento da gestante.
	- é necessário que o consentimento seja válido, ou seja, que a gestante tenha capacidade par consentir.
	- o consentimento deve perdurar a execução do aborto, pois se houver revogação por parte da gestante em relação ao consentimento e o terceiro prosseguir na manobra abortiva, haverá, para este, o cometimento do crime mais grave (art. 125 do CP), e para a gestante o fato será atípico.
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FORMA MAJORADA
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
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AÇÃO NUCLEAR
Provocar: dar causa, originar o aborto.
A ação física deve ser realizada antes do parto, se for depois pode configurar homicídio ou infanticídio.
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MEIOS DE EXECUÇÃO
É crime de ação livre, podendo ser praticado por diversas formas, vejamos:
A) meios químicos: substâncias não propriamente abortivas, mas que atuam por via de intoxicação, como o arsênio, fósforo, mercúrio, quinina, estricnina, ópio, etc...
B) meios psíquicos: provocação de sustos, terror, etc...
C) meios físicos: mecânicos (ex: curetagem); térmicos (bolsas de água quente e fria no ventre); elétricos (emprego de corrente galvânica ou farádica).
Obs: também pode ser por omissão. Ex: médico, parteira.
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SUJEITO ATIVO	
No autoaborto ou aborto consentido (art. 124 do CP)- somente a gestante pode ser autora, trata-se de delito de mão própria.
No aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento da gestante (arts. 125 e 126 do CP)- qualquer pessoa, pois trata-se de crime comum.
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SUJEITO PASSIVO
A) no autoaborto ou aborto consentido- o feto.
B) no aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante: gestante e o feto.
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CONSUMAÇÃO
Consuma-se com a interrupção da gravidez e consequente morte do feto.
Por ser crime material a comprovação de sua existência virá pelo exame de corpo de delito.
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NEXO CAUSAL
A morte do feto em decorrência da interrupção da gravidez deve ser o resultado direto do emprego dos meios abortivos.
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TENTATIVA
É possível, pois se trata de crime material.
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo, direto ou eventual.
Não se admite a modalidade culposa.
O terceiro que culposamente dá causa ao aborto, cometerá crime de lesão corporal culposa, em que a vítima será a gestante.
A mulher gestante que por descuido cause a morte do feto, pratica fato atípico, pois não se pune a autolesão.
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CONCURSO DE CRIMES
É possível. Ex: aborto e homicídio- concurso formal impróprio. (o agente mata a gestante, sabendo da gravidez).
Crime de aborto e comunicação falsa de crime- em se tratando de aborto sentimental, humanitário ou ético, se a gestante fornece ao médico boletim de ocorrência contendo informações falsas acerca da ocorrência de crime de estupro, haverá concurso de crimes de aborto (art. 124 do CP) e comunicação falsa de crime (art. 340 do CP).
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ABORTO LEGAL. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE (ART. 128 DO CP)
a) Aborto necessário ou terapêutico (art. 128, I, do CP). “se não há outro meio de salvar a vida da gestante”
	- é a interrupção da gravidez realizada pelo médico quando a genitora estiver correndo perigo de vida e inexistir outro meio para salvá-la.
	- é dispensável a concordância da gestante ou do representante legal, podendo o médico intervir.
	- essa exclusão da ilicitude somente se aplica ao médico. Enfermeira e parteira não, salvo se praticar o aborto em estado de necessidade de terceiro (art. 24 do CP).
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ABORTO LEGAL. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE (ART. 128 DO CP)
b) Aborto sentimental, humanitário ou ético (art. 128, II, do CP). “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.
	- aborto realizado pelos médicos em casos em que a gravidez resultou do crime de estupro.
	- o Estado não tem o direito de obrigar a mulher a gerar um filho que “é fruto de um coito vagínico violento”, em razão de poder provocar um dano maior, por exemplo psicólogico.
	- é necessário o prévio consentimento da gestante ou seu representante legal.
	- a lei não exige autorização judicial, basta a prova idônea do atentado sexual. 
	- só o médico pode realizar.
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ABORTO EUGENÉSIO, EUGÊNICO OU PIEDOSO
Realizado para impedir que a criança nasça com deformidade ou enfermidade incurável.
Não é permitido pela nossa legislação, portanto, configura crime de aborto.
A vida intrauterina saudável ou não deve ser tutelada, de acordo com o Código Penal.
O STF decidiu que não existe crime de aborto de fetos anencéfalos (ADPF 54/DF, Relator Min. Marco Aurélio).
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AÇÃO PENAL E PROCEDIMENTO
Ação penal pública incondicionada.
Procedimento do júri (crime doloso contra a vida).
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	LESÕES CORPORAIS
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CONCEITO
Ofensa à integridade corporal ou saúde, isto é, todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental.
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OBJETO JURÍDICO
Trata-se de crimes contra a pessoa.
A lei protege nos crimes de lesão corporal a integridade física, a saúde física ou mental do indivíduo.
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AÇÃO NUCLEAR
Consubstancia-se no verbo ofender, que significa atingir a integridade corporal ou a saúde física ou mental de outrem.
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Meios de execução
Crime de ação livre.
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SUJEITO ATIVO
É crime comum, portanto, qualquer pessoa pode praticar, com exceção do próprio ofendido, pois a autolesão é considerada irrelevante penal (fato atípico).
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SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa, com exceção nas hipóteses previstas nos §§ 1º, IV, e 2º, V, do art. 129 do CP, onde há exigência de que seja mulher grávida, pois pode ocorrer a aceleração do parto ou aborto.
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MOMENTO CONSUMATIVO
Tratando-se de um crime de dano, a consumação se dá no momento da efetiva ofensa à integridade corporal ou à saúde física ou mental da vítima.
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TENTATIVA
A possibilidade de tentativa é tema controverso na doutrina.
Ex: uma pessoa tenta acertar outra com um soco, porém, um terceiro segura a mão do agente.
Ex: uma pessoa atira ácido sulfúrico no rosto da outra, porém, a vítima se esquiva.
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo e culpa.
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FORMAS
Simples: art. 129, caput, do CP.
Qualificadas: §§ 1º (lesão grave), 2º (lesão gravíssima), 3º (lesão corporal seguida de morte) e § 9º (violência doméstica).
Privilegiada: § 4º.
Culposa: § 6º.
Majoradas: §§ 7º, 10 e 11.
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AÇÃO PENAL
Pública incondicionada: lesão grave (§ 1º), gravíssima (§ 2º), ou seguida de morte (§ 3º).
Pública condicionada à representação: leve (caput), ou culposa (§ 6º), de acordo com o art. 88 da Lei n. 9.099/95.
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DA RIXA (ART. 137 DO CP)
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CONCEITO
É luta, a contenda entre três ou mais pessoas.
Briga que envolve vias de fato ou violências físicas recíprocas, praticadas por cada um dos contendores (rixosos, rixentos) contra os demais, de forma generalizada.
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FORMAS DE SURGIMENTO
De acordo com a doutrina pode ser:
Pré-ordenada- é aquela planejada, por ex: os rixosos combinam de se encontrar em determinado dia, local e hora para se desafiarem;
De improviso- será aquela que surgir de súbito, de modo
inesperado, quando as condutas são desordenadas, sem que haja previsão anterior dos participantes. Ex: pessoas que assistem a um show e alguns dos integrantes da plateia se engalfinham com os demais dando início a uma briga generalizada.
02/05/13
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OBJETO JURÍDICO
A vida e a incolumidade física e mental, bem como, de forma mediata, a ordem pública.
02/05/13
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AÇÃO NUCLEAR
É o verbo participar (tomar parte, no caso, de briga, contenda).
02/05/13
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SUJEITO ATIVO
São os rixosos, no mínimo 03 (três).
Trata-se de crime plurissubjetivo ou de concurso necessário.
Também é delito de condutas contrapostas, eis que os sujeitos agem uns com os outros.
Os rixosos são a um só tempo sujeitos ativos e sujeitos passivos das condutas.
Obs: como a rixa pressupõe confusão, tumulto em que não se consegue individualizar a conduta dos participantes, de modo a responsabilizá-los pelos resultados lesivos cometidos. Se for possível tal individualização, não há que se falar em crime de rixa.
02/05/13
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CONCURSO DE PESSOAS
O concurso de pessoas é obrigatório (crime de concurso necessário).
02/05/13
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo (animus rixandi).
Não se admite a forma culposa.
02/05/13
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MOMENTO CONSUMATIVO
Por tratar-se de crime instantâneo, a consumação ocorre com a prática de vias de fato ou violência recíproca, momento em que ocorre o perigo abstrato de dano.
02/05/13
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TENTATIVA
O tema é controvertido na doutrina.
Admite-se no caso de rixa pré-ordenada.
02/05/13
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CONCURSO DE CRIMES
Durante o entrevero diversos delitos podem ser cometidos pelos rixosos, os quais constituirão crimes autônomos.
Se os contendores forem identificados, responderão pelos resultados individualmente produzidos em concurso material com o crime de rixa simples.
Exceção: lesão corporal de natureza grave e homicídio, que constituem formas qualificadas do crime de rixa.
Exemplos: a) tentativa de homicídio e lesão corporal; b) crime contra o patrimônio; c) crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei n. 10.826/2003).
02/05/13
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FORMAS
I- simples: caput do art. 137 do CP.
II- qualificada: parágrafo único do art. 137 do CP, nos caos de: morte ou lesão corporal de natureza grave.
Obs: se for impossível responsabilizar individualmente o autor pelos resultados mais graves, nada impede que os rixosos respondam por estes delitos.
Se o autor da lesão corporal grave ou do homicídio for identificado, responderá pelo delito em concurso material com o crime de rixa.
02/05/13
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RIXA E LEGÍTIMA DEFESA
Em regra não é possível ocorrer legítima defesa, pois as agressões são recíprocas, sendo todas justas.
Exceção: quando houver mudança nos padrões da contenda, que passa a assumir uma maior gravidade, destacando-se o fato das vias comuns que vinha seguindo a rixa. Ex: a rixa esta se desenvolvendo com tapas e socos, porém, um dos participantes saca uma arma de fogo, assim, se alguém matar essa pessoa durante a luta, terá agido em legítima defesa.
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AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
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INTRODUÇÃO
Art. 5º, X, da CF: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Por este motivo, pune-se criminalmente quem, deliberadamente, ofende a honra alheia.
Crimes contra a honra são: calúnia, difamação e a injúria.
Previsão no Código Penal, Código Eleitoral, Militar e a lei de Segurança nacional.
A ofensa realizada por meio de imprensa configura crime comum, haja vista que o STF ao julgar a ADPF n. 130, entendeu que a lei de imprensa (lei n. 5.250/67) não foi recepcionada pela CF/1988.
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CALÚNIA
Art. 138 do CP:
	Caluniar alguém, imputando-lhe 	falsamente fato definido como crime: 
	Pena - detenção, de seis meses a dois 	anos, e multa. 
	§ 1º - Na mesma pena incorre quem, 	sabendo falsa a imputação, a propala ou 	divulga.
02/05/13
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OBJETO JURÍDICO
Proteção da honra objetiva, ou seja, o bom nome, a reputação de que alguém goza perante o grupo social.
Honra objetiva é o que os outros pensam a respeito dos atributos morais de alguém.
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TIPO OBJETIVO
A) imputação de fato determinado: o agente imputa um fato criminoso a outro pessoa, isto é, ele narra que alguém teria cometido um crime.
	Não basta que o agente chame outra pessoa de assassino, ladrão, estelionatário, pedófilo, corrupto, etc...
B) Fato definido como crime: o fato deve ser definido como crime na legislação.
	Contravenção não configura calúnia, mas sim difamação.
C) falsidade da imputação: só existirá crime de calúnia se a imputação for falsa, se verdadeira, o fato será atípico.
	A falsidade pode se referir no tocante à existência do fato criminoso imputado (crime que não aconteceu) ou atinente à autoria do crime (crime existiu, mas imputa-se à pessoa que não o praticou).
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AÇÃO NUCLEAR (caput do art. 138)
É o verbo caluniar que significa imputar falsamente fato definido como crime.
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AÇÃO NUCLEAR (§ 1º do art. 138)
Propalação ou divulgação da calúnia.
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SUJEITO ATIVO
É crime comum, portanto, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime de calúnia.
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SUJEITO PASSIVO
Pode ser qualquer pessoa.
	Alguns casos peculiares e controvertidos na doutrina:
a) desonrados: as pessoas que já não gozam de bom nome também podem ser caluniados por que uma nova ofensa pode piorar ainda mais a sua reputação.
b) mortos: podem ser caluniados (art. 138, § 2º, do CP).
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SUJEITO PASSIVO
c) doentes mentais e menores de 18 anos: para uma parte da doutrina os inimputáveis podem ser sujeitos passivos do crime de calúnia, pois possuem honra objetiva. Para outra parte da doutrina não podem porque são isentos de culpa (se não praticam crimes, não podem ser caluniados).
d) Pessoa jurídica: em regra não podem ser caluniadas, pois como não podem cometer crimes não podem ser caluniados.
	Entretanto, a CF em seus arts. 173, § 5º, e 225, § 3º, permitem a responsabilização criminal da pessoa jurídica que venha a cometer crimes contra a ordem econômica e financeira, contra a economia popular ou o meio ambiente, nos moldes da lei infraconstitucional. Como só existe a lei dos crimes ambientais regulamentando os referidos dispositivos da Constituição, somente nessa hipótese é que poderão ser caluniadas.
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo.
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MOMENTO CONSUMATIVO
O crime de calúnia consuma-se quando a falsa imputação torna-se conhecida por outra pessoa, que não o sujeito passivo.
Tem que existir publicidade.
Se houver consentimento do ofendido, inexiste o crime de calúnia, se for consentimento de representante legal a calúnia existe.
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TENTATIVA
Não é possível.
Trata-se de crime unissubsistente (se perfaz com um único ato - verbal).
Exceção: se a calúnia for escrita, constituirá crime plurissubsistente.
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FORMAS
Simples: art. 138, caput, do CP.
Subtipo: § 1º do art. 138 do CP.
Majorada: prevista no art. 141 do CP.
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EXCEÇÃO DA VERDADE
Só existe calúnia se a imputação for falsa.
A falsidade da imputação é presumida, logo trata-se de uma presunção relativa (admite-se prova em contrário).
Se relativa, o acusado pode provar no mesmo processo que apura a calúnia, por meio da exceção de verdade, que sua imputação é verdadeira.
Se provar que a imputação é verdadeira, o agente será absolvido do crime de calúnia.
A exceção de verdade é um procedimento incidental, usado como meio de defesa, que deve ser apresentado no prazo da resposta à acusação. Poderá arrolar testemunhas.
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	De acordo com o art. 85 do CPP, caso seja oposta exceção de verdade contra querelante que goze de prerrogativa de função, a exceção deverá ser julgada pelo Tribunal e não pelo Juízo onde tramita
a ação penal.
Ex: alguém imputar falsamente um crime a um Juiz de Direito e este ingressar com queixa-crime em sua comarca contra o agente. Se o acusado apresentar exceção de verdade está deverá ser processada perante o TJ. 
Prerrogativa de foro
02/05/13
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O art. 138, § 3º, do CP, enumera três (3) hipóteses em que a utilização desse meio de defesa é vedado, vejamos:
I- se constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível.
II- se o crime é imputado ao Presidente da República, ou chefe de governo estrangeiro. 
	A verdade nesse caso poderia causar constrangimento desnecessário, em razão da grandeza do cargo exercido pelo Presidente da República que só pode ser processado pelo PGR no STF.
	No caso de chefe de governo estrangeiro proíbe-se a exceção da verdade para prestigiar as relações internacionais, impedindo que um cidadão qualquer se proponha a produzir provas contra o chefe de outra nação.
III- se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
HIPÓTESES EM QUE É PROIBIDA A EXCEÇÃO DA VERDADE
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DIFAMAÇÃO
Art. 139 do CP: 
	Difamar alguém, imputando-lhe fato 	ofensivo à sua reputação:
	Pena - detenção, de três meses a um ano, 	e multa.
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OBJETO JURÍDICO
Protege-se a honra objetiva, isto é, a reputação, a boa fama do indivíduo no meio social.
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AÇÃO NUCLEAR
O núcleo do tipo é o verbo difamar, que significa imputar a alguém fato ofensivo à reputação.
Reputação: é a opinião de terceiros sobre os atributos físicos, intelectuais e morais de alguém.
Não importa se a imputação é falsa ou verdadeira.
O fato deve ser determinado, concreto, pois a imputação vaga e imprecisa não configura difamação.
Este fato deve necessariamente chegar ao conhecimento de terceiros.
Exemplos: Dizer que determinado funcionário público estava embriagado no serviço; Que o empregado dorme no serviço; Que o juiz não lê direito os processos que decide; Que determinada moça foi vista trabalhando como garota de programa em certa casa noturna; Que certa pessoa estava se drogando em determinada festa.
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SUJEITO ATIVO
Crime comum.
Qualquer pessoa pode praticar.
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SUJEITO PASSIVO
Pode ser qualquer pessoa, desde que seja determinada pelo agente.
Menores e doente mentais: podem, segundo a corrente majoritária da doutrina.
Pessoas jurídicas: doutrina e jurisprudência divergem. Pessoa jurídica possui reputação, então, poderia. Argumento contrário: crimes contra a honra são crimes contra a pessoa (humano).
Memória dos mortos: não há difamação, ante a falta de previsão legal. Fato atípico.
Desonrados: podem ser difamados.
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo.
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MOMENTO CONSUMATIVO
No momento em que terceiro toma ciência da difamação.
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TENTATIVA
Se for verbal não se admite.
Se for escrita é possível. Ex: sujeito passivo que consegue interceptar a correspondência antes que ela chegue ao seu destinatário.
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FORMAS
Simples: art. 139, caput, do CP.
Majorada: art. 141 do CP.
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EXCEÇÃO DA VERDADE
Não se admite, pois não importa se o fato imputado seja falso ou verdadeiro.
Exceção: quando se trate de ofensa à reputação de funcionário público, estando este no exercício do cargo público (parágrafo único do art. 139 do CP).
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INJÚRIA
Art. 140 do CP:
	Injuriar alguém, ofendendo-lhe a 	dignidade ou o decoro:
	Pena - detenção, de um a seis meses, ou 	multa.
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OBJETO JURÍDICO
O bem tutelado por essa norma penal é a honra subjetiva, ao contrário da calúnia e da difamação que protege a honra objetiva.
Honra subjetiva: é constituída pela sentimento próprio de cada pessoa acerca de seus atributos morais (honra-dignidade), intelectuais e físicos (honra-decoro).
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AÇÃO NUCLEAR
É o verbo injuriar.
Injuriar segundo Nelson Hungria é “a manifestação, por qualquer meio, de um conceito ou pensamento que importe ultraje, menoscabo ou vilipêndio contra alguém”.
A injúria não se consubstancia na imputação de fato concreto, determinado, mas, sim, na atribuição de qualidades negativas ou defeitos.
Consiste em uma opinião pessoal do agente sobre o sujeito passivo, desacompanhada de qualquer dado concreto.
São insultos, xingamentos. Por ex: ladrão, vagabundo, corcunda, estúpido, grosseiro, corno, incompetente, caloteiro, etc).
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SUJEITO ATIVO
É crime comum.
Portanto, qualquer pessoa pode praticar.
Obs: na existe auto-injúria, mas pode constituir crime se ultrapassar a órbita da personalidade do agente: o acusado afirma que é filho de uma prostituta, sendo, neste caso, sua mãe a ofendida.
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SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa, desde que tenha capacidade de discernimento do conteúdo da expressão ou atitude ultrajante.
O consentimento do ofendido exclui o crime.
Menores e doente mentais: podem, desde que haja uma residual capacidade de compreender a expressão ofensiva.
Pessoas jurídicas: doutrina e jurisprudência divergem. Pessoa jurídica possui reputação, então, poderia. Argumento contrário: crimes contra a honra são crimes contra a pessoa (humano).
Memória dos mortos: não há difamação, ante a falta de previsão legal. Fato atípico.
Desonrados: podem ser injuriados
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ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo.
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CONSUMAÇÃO
Trata-se de crime formal, consumando-se quando o sujeito passivo toma ciência da imputação ofensiva, independentemente de o ofendido sentir-se ou não atingido em sua honra subjetiva, sendo suficiente, tão só, que o ato seja revestido de idoneidade ofensiva.
Não precisa que a ofensa chegue a conhecimento de terceiros.
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TENTATIVA
Se for verbal não é admitida.
Se for escrita admite-se.
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FORMAS
Simples: art. 140, caput, do CP.
Majorada: art. 141 do CP.
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	PERDÃO JUDICIAL - EXCLUSÃO DO CRIME
O CP prevê duas hipóteses do no art. 140, vejamos:
I- provocação: quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria. ex: “A” acusa “B” de ter matado o seu funcionário por vingança (imputa-lhe a prática de fato definido como crime). “B” xinga “A” de ladrão e corrupto (comete injúria). A injúria neste caso não será punida.
II- retorsão imediata que consista em outra injúria: há uma provocação consistente em uma injúria que é retorquida com outra injúria. 
	Obs: Não configura legítima defesa.
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INJÚRIA REAL
ART. 140, § 2º, do CP:
	 “Se a injúria consiste em violência ou vias 	de fato, que, por sua natureza ou pelo 	meio 	empregado, se considerem 	aviltantes:
	Pena - detenção, de três meses a um ano, e 	multa, além da pena correspondente à 	violência”.
Violência ou vias de fato aviltantes: a) por sua própria natureza, ex: bofetada; b) pelo meio empregado, ex: bater em alguém com chicote.
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INJÚRIA QUALIFICADA
ART. 140, § 3º, do CP: 
	Se a injúria consiste na utilização de 	elementos referentes a raça, cor, etnia, 	religião, origem ou a condição de pessoa 	idosa ou portadora de deficiência:
	Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
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DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CRIMES CONTRA A HONRA – Arts. 141 a 145
I- FORMAS MAJORADAS:
	Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
	I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
	II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
	III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
	IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
02/05/13
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II- causas especiais de exclusão da ilicitude. Crimes de difamação e injúria
	Art. 142
- Não constituem injúria ou difamação punível:
	I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
	II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
	III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
	Parágrafo único - Nos casos dos números I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
02/05/13
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III- retratação. Crimes de calúnia e difamação
	Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
02/05/13
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IV- PEDIDO D EXPLICAÇÕES EM JUÍZO. CRIMES DE CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA
	Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Ex: “o maior ladrão ocupa importante cargo na Diretoria do fórum”. Na dúvida, eventual vítima pode interpelar o indivíduo a fim de que este explicite, torne clara as imputações.
02/05/13
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AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
Art. 145 do CP.
Regra geral: ação penal privada (somente se procede mediante queixa).
Exceções: 
Pública incondicionada: Injúria real (art. 140, § 2º, do CP), que resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Pública condicionada à representação do ofendido:
Injúria real (art. 140, § 2º, do CP), que resultar lesão corporal de natureza leve.
injúria decorrente de preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Se os delitos forem cometidos contra funcionário público, em razão de suas funções.
Pública condicionada à requisição do Ministro da justiça: se os delitos forem cometidos contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro.
02/05/13
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PROCEDIMENTO
Os crimes contra a honra são considerados como de menor potencial ofensivo, portanto o rito processual será o previsto na Lei n. 9.099/95.
Exceção: calúnia majorada (art. 138 c/c art. 141 do CP) e injúria qualificada (art. 140, § 3º, do CP). Como ultrapassam o limite de penas previsto na lei n. 9.099/95 seguem o procedimento previsto nos arts. 519 a 523 do CPP).
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