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Dir���o A�b����al Docente: Diogo Guanabara Discente: Rafael Diniz Gonçalves Ferrero ➢ Primeira Avaliação: 06/04/2022 ➢ Segunda Avaliação: 01/06/2022 ● Assuntos do semestre: 1. Necessidade de proteção do Meio Ambiente: conceitos básicos. 2. Princípios do Direito Ambiental. 3. O Meio Ambiente na Constituição Federal. 4. Política Nacional do Meio Ambiente. 5. Licenciamento ambiental - Lei complementar 140. 6. Responsabilidade ambiental. ● Lugares ambientalmente protegidos (código florestal): unidade de conservação, reserva legal, APP Nec����da�� �� Pro��ção d� M�i� Am��e�t� 1. “Buraco” na camada de ozônio → Aumento da incidência de raios UV → Protocolo de Montreal. *Protocolo de Montreal: fala sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio. É um tratado internacional em que os países signatários comprometem-se a substituir as substâncias que demonstrarem ser responsáveis pela destruição da camada de ozônio. 2. Gestão dos Resíduos: a. “Civilização do desperdício” b. O problema do lixo radioativo 3. Desequilíbrio do aquecimento global: a. Refugiados ambientais 4. Gestão de água potável: a. Apenas 3% de toda água do planeta é potável. Destes 3%, 80% está congelada. b. Contaminação dos corpos d'água Direito Ambiental Constitucional: - Tragédias ambientais + novas descobertas científicas - Foram o estopim para os movimentos sociais na década de 60 - Pressão social sobre o Governos dos Estados Direito Ambiental Internacional: ● Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente (1972) ● Inserção dos Estados num debate global sobre o Meio Ambiente ● Documento Gerado na Conferência de Estocolmo: “Declaração do Meio Ambiente” ○ “Princípios são a extensão dos Direitos Humanos” ● Criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) ○ Agência responsável por promover a conservação e uso eficiente dos recursos naturais ● O ser humano como artífice e resultado do meio ambiente. Consciência de que o que fazemos afeta o meio ambiente que, por sua vez, nos afeta ● Defesa do Meio Ambiente para a presente e as futuras gerações ● Desenvolvimento sócio-econômico em acordo com a preservação ambiental (relatório de Brundtland) ● Desenvolvimento clássico: exploração de recursos ambientais para gerar riqueza: $↑ ; recursos ↓ ● Desenvolvimento alternativo: utilização eficiente dos recursos ambientais através da tecnologia: HOMEM $ 🔺 RECURSOS NATURAIS ● As pessoas precisam ter acesso à riqueza gerada pelo desenvolvimento para poder entender a importância da conservação ambiental (ponto defendido pela ONU) ● “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as necessidades do futuro.” Conferências Sobre o Clima Eco 92 (ou Rio 92): ● Objetivo: estabelecer uma aliança mundial mediante a criação de novos níveis de cooperação entre Estados e setores chave da sociedade (ONG`s, Universidades, Centros de Pesquisa, Empresas…) 1. Diminuição da importância do Estado na questão ambiental 2. Incentivar o desenvolvimento em harmonia com a preservação 3. Princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada: Estados são responsáveis pela conservação, proteção e recuperação dos ecossistemas, na medida em que contribuíram, em grau variados, para degradação Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992): ● Documentos amplos: ○ Declaração do Rio ○ Agenda 21 (soft law)j ● Documentos específicos: ○ Convenção para diversidade biológica ○ Convenção para mudanças do clima (convenção quadro) ○ Declaração de princípios sobre o uso das florestas ○ Cuidado com os povos tradicionais Conferência Mundial Sobre o Desenvolvimento Sustentável (2002, Jonesburg) Conferência da Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (2012,”Rio+20”) ● Reafirmação do princípio da "responsabilidade comum mas diferenciada” entre Estados ● Pontos destacados no documento final: ○ Energia, água, saneamento básico, segurança alimentar, oceanos e mares, redução de riscos de desastres naturais, mudanças climáticas, biodiversidade. Visões do Direito Ambiental Modelos Axiológicos: ● Antropocentrismo Clássico: o Homem como o eixo principal de um sistema especista. ○ Planeta visto com um “celeiro de recursos naturais” à disposição das necessidades humanas ○ Especismo (subjugação de uma espécie sobre outra) ○ Desenvolvimento predatório ● Ecocentrismo: ○ Todas as correntes que criticam ou refutam o antropocentrismo ○ Inexistência de qualquer linha de separação rígida entre o humano e não o não humano ● O Animalismo: o tratamento do animal não-humano ○ Destaque dos animais em relação aos demais elementos da natureza ○ Percpectivas Animalisticas: ● Bem-Estarismo (Peter Singer): ○ Libertação dos animais ○ Não há base moral para sustentar o especismo ○ Ideia básica: princípio da igual consideração de interesses ○ Não defende a conquista de direito pelos animais não humanos, mas a obrigação moral de evitar o sofrimento de animais não-humanos ○ *O animal não humano pode ser tutelado pela vontade humana desde que esse não lhe cause sofrimento ● O Abolicionismo (Tom Regan) ○ Assim como os seres humanos, alguns animais não humanos devem ter direitos ○ Apenas animais considerados “sujeitos de uma vida” devem ter direitos, ou seja, os sensíveis e autoconscientes. Condições necessárias para que optem entre o melhor e o pior para viver ○ A maioria dos animais não humanos possuem consciência do mundo, linguagem… ○ *Os animais não humanos que sejam “sujeitos de uma vida” devem ter direitos e esses direitos não podem ser violados mesmo que a violação não gere sofrimento ● Antropocentrismo Alargado: ○ Superação da limitação antropocêntrica para admitir a proteção da natureza pelo seu valor intrínseco ○ Não defende a concessão de direitos aos animais não humanos, mas propõe a imposição de deveres aos humanos para proteção de animais não-humanos ○ Previsões legais ○ *Os humanos têm o direito de não conviver com maltratos animais, e não os animais de não serem maltratados pelos humanos Tutela Jurídica dos Animais no Brasil: ● Elaboração da proteção animal ao nível constitucional (art. 225) ● Proteção contra a prática de crueldade (art. 32/ lei N° 9.605/1998) ● Tratamento jurisprudencial ● Caso da “Farra do Boi” (1997). Proibição do “festejo” ● Caso da “objeção de consciência” (2007) ● Não obrigação do aluno de medicina veterinária em participar da aula com vivissecção ● Caso da “Proibição de Finning” (TJPA) ○ Condenação de empresa por processamento irregular de 6.000 kg de barbatanas de tubarão ● Conflito entre o Direito Ambiental e outros direitos Classificação Jurídico-constitucional do Meio Ambiente: ● Meio Ambiente Natural (ou físico. O único abordado por esta disciplina) ● Meio Ambiente Artificial (ou “das cidades”) ○ Art. 5°, XXII; art. 21°, XX; ; art. 182; art. 225 ● Meio Ambiente Cultural ○ Integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico. ● Meio Ambiente do Trabalho ○ Local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais relacionadas à saúde. Pri��ípi�� �� Dir���o A�b����al 1- Princípio do Desenvolvimento Sustentável Origem: Conferência Mundial do Meio Ambiente (Estocolmo 72) Previsão Legal: Constituição Federal de 1988 - Art. 225, caput - Art. 170, VI → Princípios da Ordem Econômica ● Dimensões do Direito Ambiental ○ Dimensão Econômica ■ Criação de riqueza com eficiência do uso de energia e recursos naturais ■ Mudanças no padrão de consumo ■ Redução do desperdício ○ Dimensão Social ■ Justiça Social ■ Acesso Universal à Educação e Saúde ■ Equidade entre sexos, grupos étnicos e religiosos ○ Dimensão Ambiental ■ Utilização parcimoniosa dos recursos naturais ■ Preservação do Meio Ambiente Natural 2- Princípio da Capacidade de Suporte (ou do limite) Previsão Legal: Art. 225, §1°, V, CF/88 ● Dever da administração pública de estabelecer padrões de qualidade ambiental ● Padrões Estabelecidos (Standards Ambientais) devem levar em conta o limite de matéria ou energia estranha que o ambiente podesuportar sem alterar suas características básicas essenciais 3- Princípio do Poluidor Pagador (PPP) ● “Poluir mediante pagamento” ● Planos de ação: Preventivo e Repressivo ● PPP num plano Preventivo: ○ Ação preventiva para evitar que o dano aconteça ○ Evitar o dano ambiental ○ Desincentivar aquelas atividades econômicas potencialmente poluidoras. Evitar a “privatização do lucro e socialização das perdas” ○ Ideia básica: internalização das “externalidades negativas” produzidas pelos agentes econômicos, de modo que os custos ambientais sejam proporcionalmente arcados por quem polui ● PPP num plano Repressivo (princípio da responsabilização): ○ Ação punitiva para responsabilizar quem comete atos antijurídicos que impactem o Meio Ambiente ○ Fundamento para aplicação de sanções pelo cometimento de atos antijurídicos, ou de obrigações de reparar os danos ambientais ○ Responsabilização Ambiental: pode ser Civil, Administrativa ou Penal 4- Princípio do Usuário Pagador ● Usuários dos recursos ambientais devem pagar pela sua utilização ● Compensação financeira à coletividade pela utilização de recursos naturais ● Não se prende à poluição do Meio Ambiente (como o PPP), mas ao uso dos bens ambientais Poluidor Pagador X Usuário Pagador Princípio do Poluidor Pagador (PPP) Princípio do Usuário Pagador Internalizar, no custo dos produtos, os prejuízos sentidos por toda sociedade que são causados pela degradação ambiental Imputar, ao usuário dos bens ambientais, o custo por seu "empréstimo" Destina-se a atividades poluentes Destina-se a atividades não poluentes. Todo poluidor é um usuário (direto ou indireto) Nem todo usuário é um poluidor 5- Princípio da Prevenção ● Diretriz para restrição de uma atividade diante da evidência de perigo ou risco ambiental concreto e certo ● Há certeza da ocorrência do dano (risco in concreto) ● Previsão legal: ○ Estocolmo 72 (princípios 14, 15, 17 e 18) ○ Rio 92 (princípios 4, 8, 11, 14, 17, 18 e 19) 6- Princípio da Precaução Previsão Legal: Rio 92 - Princípio 15 ● Preocupação de evitar qualquer risco de dano ao meio ambiente - in dubio pro natura ● Se falta evidência científica (incerteza) a respeito da existência do dano temido. Há dúvidas (incertezas)? A atividade não deve ocorrer. ● Possibilidade de que condutas humanas causem dano coletivos vinculados a situações catastróficas que podem afetar o macrobem ambiental ● Inversão do Ônus da Prova: aquele a quem se imputa o dano ambiental (efetivo ou potencial) é quem deve suportar o ônus de provar que sua atividade não traz risco (informativo 418, STJ) 7- Princípio da Participação (ou Princípio Democrático) Previsão Legal: Eco 92 - Princípio 10 ● Tem dois sentidos: 1. Direito de participação no processo de tomada de decisões político-ambientais 2. Dever de atuação da coletividade na proteção e preservação do Meio Ambiente ● Medidas Administrativas Fundadas no Princípio da Participação: ○ Direito de Informação (art. 5, XXXIII da CF/88) ○ Direito de Petição (art.XXIV da CF/88) ● Medidas Judiciais Fundadas no Princípio da Participação: ○ Ação Popular ○ Ação Civil Pública ○ ADIN, ADC, ADPF ● Medidas Políticas Fundadas no Princípio da Participação: ○ Iniciativa Popular ○ Plebiscito ou Referendo Fundamentos para a participação: 1. Princípio da Informação Ambiental ➢ Previsão Legal: Art. 5°, XIV ➢ Direito à informação e a obtenção de dados tem natureza difusa ➢ Instrumentos destinados a difundir informação ambiental: ○ R.I.M.A ○ “Selo Ruído” contra a Poluição Sonora ○ Relatório de Qualidade Ambiental ○ Publicação do pedido de licenciamento ambiental 2. Princípio da Educação Ambiental ➢ Previsão Legal: art. 225, §1°, VI; Estocolmo/72 - Princípio 19 ➢ Educação Ambiental como um instrumento para Conscientização Pública sobre a conservação ambiental ➢ Lei de educação ambiental - Lei N° 9.795/99 ➢ Educação Ambiental Formal: ○ Desenvolvida no currículo das instituições de ensino públicas e privadas ➢ Educação Ambiental Informal: ○ Não vinculada a currículos escolares 8- Princípio da Integração (ou Ubiquidade) ● Obrigatoriedade de integrar as exigências ambientais na definição e aplicação das políticas públicas. Toda política pública tem que levar em conta a conservação do Meio Ambiente ○ Não há como pensar em Meio Ambiente de modo restrito/compartimentalizado ○ “A poluição não encontra limites” ● Necessidade de “Políticas Públicas Transversais” ○ A “Avaliação Ambiental Estratégica - AAE” como instrumento de integração ○ Ausência de previsão legal no Brasil 9- Princípio da Proibição do Retrocesso Ambiental ● As garantias de proteção ambiental, uma vez conquistadas, não podem retroagir ● Objetivo: preservar o bloco normativo das normas ambientais (constitucional e infraconstitucional) O Me�� Am�i��t� �a C��s���u�ção F�d��a� Algumas Referências expressas na CF/88: • Art 5º, LXXIII – ACP (Ação Civil Pública) “ambiental” • Art. 23, VI – Competência Comum • Art. 24, VI e VII – Competência Concorrente • Art. 129, III – Função institucional do MP (proteção do M.A.) • Art. 170, VI – Princípio da Ordem Econômica. • Art. 182 — Política Urbana no Brasil • Art. 200, VIII – Meio Ambiente do Trabalho. • Art. 225 – Centro do Sistema Constitucional do Meio Ambiente O art. 225 da CF/88 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações Es�ági�� �� Lic����am���� Am�i��t�� Licença de Operação: - Res. CONAMA 237, art. 8° III - Autoriza a operação da atividade/empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores. - Impõe medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação 1. Licença Prévia 2. Licença de Instalação 3. Licença de Operação (=licença de funcionamento) Apenas seguindo essas 3 licenças como etapas, uma após a outra, se pode fazer um empreendimento com grande impacto ambiental. Pra��� d� A�áli�� P��a � C�n�e�são d� L��e�ças A����n�a�� ● 06 meses, a contar do protocolo de requerimento ○ Exceção de 12 meses (no caso de procedimentos que realizem EIA/RIMA e/ou Audiência Pública) ● Hipóteses de Suspensão do Prazo: ○ Durante a Elaboração de Estudos Ambientais; ○ Preparação de esclarecimentos pelo Empreendedor. ● Decurso de prazo sem a emissão de Licença? ○ Competência Supletiva dos outros entes. ■ Tirar a competência da União e apelar aos EM e Municípios. Na prática nunca acontece. ○ Hipóteses (art. 15, LC 140/11) ● Demora do atendimento das solicitações do órgão ambiental pelo Requerente? ○ Arts. 16 e 17 das res, CONAMA 237/97 ■ Se ficar parado por mais de 360 dias será arquivado. Mod�fi��ção, Sus���são � C�n�e��m���o d� L��e�ça Am����ta� Hipóteses 1. Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; (Cancelamento ou Suspensão feita pelo órgão ambiental) 2. Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição de licença; (Cancelamento ou Suspensão) 3. Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde (Cancelamento ou Modificação) Indenização ao Empreendedor? ● Apenas possível na hipótese 3. ● Fatos e provas novas de que a licença não mais atende às exigências ambientais. **Atividade de Classe: próxima aula - Casotéca: ler texto disponibilizado no Sagres para dinâmica em sala. Com���ên�i� ��ra � L�ce����me��� Am��e�t�� União: IBAMA ; CONAMA EM: INEMA; (Bahia) Municípios: SEDUR (Salvador) Requisitos para o Entes Licenciarem (art. 15, LC 140/11): ● LC 140/11: regulamenta competência comum dos entes. ● Todos entes da União tem capacidade de Licenciar, mas necessidade de dois requisitos importantes: ○ Possuir um conselho de meio ambiente (CONAMA - união; CEPRAM - Bahia; CMAM - Salvador). ○ Possuir Quadro de profissionais legalmente habilitados. ● Possuir Conselhos de MA, através de lei, de caráter deliberativo e participativo; e ● Possuir Quadros de profissionais legalmentehabilitados. Empreendimentos/atividades serão licenciados ou autorizados apenas por um único ente federativo. (art. 13, LC 140/11). - Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante (art. 13,§1° LC 140/11). Diplomas aplicáveis: - Res. CONAMA 237/97 - LC 140/11 Critérios utilizados para distribuição de Competência: ● Dominialidade do bem ● Critério Geográfico ● Alcance dos impactos ambientais diretos do empreendimento ○ “Impacto de âmbito local” ● Ente instituidor da Unidade de Conservação ● Atividades que lidem com material radioativo ● Caráter Militar Competência da UNIÃO para Licenciar(art. 7°, XIV, LC 140/11) ● Localizados ou Desenvolvidos: ○ Conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; ○ Mar Territorial, Plataforma Continental ou Zona Econômica Exclusiva; ○ Em Terras Indígenas ○ Em Unidades de Conservação instituídas pela União, EXCETO em APAs. ○ Em 02 ou mais Estados. ● Licenciamento de Caráter Militar, EXCETO o licenciamento ambiental para atividades que ensejam o preparo e emprego das Forças Armadas, conforme LC 97/99. ● Destinados a Pesquisar, Lavrar, Produzir, Beneficiar, Transportar, Armazenar, e Dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear. ● Que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo Competência dos Municípios para Licenciar (art. 9°, XIV, LC 140/11) ● Causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (CEPRAMs), considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade. ● Localizados em Unidades de Conservação instituídas pelo Município, EXCETO em APAs. Competência dos Estados-Membros para Licenciar ● Competência residual ● Localizados em Unidades de Conservação instituídas pelo Estado-Membro EXCETO em APAs. Relação entre Licenciamento de Fiscalização (art. 17 LC 140) Poder de Polícia Administrativo deve ser exercido pelo órgão responsável pelo licenciamento. ● Possibilidade de Fiscalização Conjunta? ○ Inerte ao ente federativo licenciador, poderá outro atuar supletivamente (art. 23, CF/88). Fiscalizar é uma competência constitucional comum entre todos os entes. ○ Sedimentado pelo STJ ○ Art. 17,§3°: No caso de atuação de mais de um órgão, prevalecerá o Auto de Infração Ambiental lavrado por aquele que detenha a atribuição de licenciamento. Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental AIA (Análise de Impacto Ambiental): ● Instrumento da PNMA que permite avaliar a qualidade e a quantidade do impacto ambiental a ser causado por uma obra ou empreendimento (art. 9°, III da Lei 6938/81) ● Prevenção e Precaução AIA e Estudos Ambientais: ● “Estudos Ambientais” - Embasamento técnico-científico necessário às avaliações de impacto ambiental. ○ PRAD ○ … ○ … ○ EIA AIA e Licenciamento Ambiental: ● Instrumentos complementares. ● AIA dá subsídios para negar ou permitir a concessão de uma licença ambiental. ● Possibilidade (...) Estudo de Impacto Ambiental - EIA ● Essência é preventiva ● Legislação aplicável: ○ LF n° 6938/81 (PNMA) ■ EIA como instrumento da Política Ambiental (art. 9°, III) ○ Dec. n° 88.351/83 (posteriormente modificado pelo Dec. 99.274/90) ■ Competência do CONAMA para fixar os critérios. ○ CONAMA 01/86 ○ CF/88 ■ EIA ganhou (...) ● Conteúdo Mínimo da EIA: 1. Diagnóstico da situação ambiental atual antes da implantação do projeto (para fins de fazer comparações com as alterações ocorridas posteriormente, caso o projeto seja aceito). 2. Elaboração de uma previsão dos eventuais impactos ambientais ao meio ambiente, diagnosticando danos potenciais. 3. Indicação de medidas que possam mitigar os impactos previamente previstos. 4. Elaboração de um programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais. ● Relatório de Impacto Ambiental - RIMA ○ Finalidade? Tornar compreensível para tornar público o conteúdo da EIA. ○ Deve ser acessível. ● EIA e Audiências Públicas: ○ Expor informações do RIMA e através disso recolher críticas e sugestões com relação à instalação da atividade. ○ Legitimados a Requerer: ■ Órgão competente para a concessão da Licença julgar necessário; ■ 50 ou mais cidadãos requererem ao órgão ambiental a sua realização/ ■ Ministério Público solicitar sua realização. ○ Momento do Requerimento: (Res. CONAMA 01/86 e 09/87) ■ Se a iniciativa partir do órgão Competente para conceder Licença: ● Antes de iniciada a execução do EIA ou após a entrega do EIA. ■ Se a Iniciativa partir do MP ou dos Cidadãos: ● Dentro do prazo de 45 dias contados da data do recebimento do RIMA. Trabalho avaliativo 04/05/2022 Grupos de interesse envolvidos e os interessados: - Governo Federal - Ministério de Minas e Energia - BNDES - Entidades de defesa das comunidades indígenas e tradicionais do Rio Xingu - Movimento Xingu Vivo para Sempre - Comunidades Indígenas - MPF - Tribunal Regional Federal da 1ª Região - Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) - Eletrobrás - ANEEL - FUNAI - IBAMA - Departamento Nacional de Água e Energia (DNAEE) Ao mesmo tempo que a FUNAI está pensando no interesse econômico da obra, ela vem tomando medidas para minimizar os impactos da obra nas comunidades indígenas próximas à usina. Por exemplo: O presidente da FUNAI visitou em março de 2021 a Usina Hidrelétrica Belo Monte e conheceu as ações realizadas pela Norte Energia que vem realizando vários projetos envolvendo as comunidades indígena na região do empreendimento para garantir que os interesses dos indígenas locais sejam respeitados. - Entre eles o Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI), executado para mitigar e compensar os impactos do empreendimento junto aos povos indígenas e que beneficia diretamente mais de 4 mil indígenas. Portanto a FUNAI vem exercendo sua função de fiscalização para mitigar os impactos causados pela obra nas comunidades indígenas. Avaliação Segunda Unidade Política Nacional do Meio Ambiente: (PNMA) As Políticas Nacionais do Meio Ambiente são movimentos articulados do poder público que buscam estabelecer os mecanismos capazes de promover a utilização de recursos ambientais da forma mais eficiente possível. Assim como no Direito Administrativo o Direito ambiental também se rege pelo LIMPE: - Legalidade - Imparcialidade/isonomia - Moralidade - Publicidade - Eficiência Política Nacional do Meio Ambiente: Lei 6938/81 (PNMA) CONCEITOS IMPORTANTES: ARTIGO 3° Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; A lei diferencia degradação de poluição: a poluição degrada a qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudicam a saúde, segurança e bem estar da população (demais hipóteses no inciso III). III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; A poluição é uma degradação que ocorre por causa de uma das cinco alíneas do artigo III: CAUSAS DE POLUIÇÃO. O que elas têm em comum? São causadas pelo ser humano. IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. Quando se falade proteção ambiental não é a de qualquer ambiente, é a proteção do ambiente FÍSICO NATURAL. INSTRUMENTOS: ARTIGO 9° Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL: ARTIGO 8° VI E VII Possibilidade do poder público dizer a sociedade como deve-se tratar o meio ambiente. Não apenas a sociedade, mas também as indústrias. Exemplo: há um estatuto que limita a quantidade de emissão de CO2 dos veículos. Artigo 8°: Compete ao CONAMA: VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. ZONEAMENTO AMBIENTAL: ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO Competência da União, dos Estados, dos Municípios e do DF. Estabelece as diretrizes gerais, objetivos e aspectos que devem ser levados em conta para fixação de zonas de proteção ambiental. O zoneamento não substitui o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), mas pode estar dentro dele. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE Direito à informação ambiental: é um canal que uniformiza todas as informações do meio ambiente. Lei Ambiental 10.650/13 - acesso público aos dados e informações existentes do nos órgãos e entidades do SISNAMA. CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES E INSTRUMENTOS DE DEFESA AMBIENTAL A entidade que trabalha com o meio ambiente é OBRIGADA a ser registrada: empresas (inclusive as que poluem), ongs, associações… SERVIDÃO AMBIENTAL: Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. Se presta como instrumento de proteção do meio ambiente: SÓ PODE SER INSTITUÍDO EM IMÓVEL RURAL. O proprietário voluntariamente renuncia o direito de uso, exploração e supressão dentro de sua terra. ➔ O proprietário voluntariamente renuncia (em caráter permanente ou temporário) total ou parcialmente, o direito de uso, exploração e supressão de recursos naturais existentes em sua propriedade. ➔ Instituída mediante anuência do órgão ambiental competente. ➔ Necessidade de averbação no cartório de Registros Imóveis. ➔ Não pode ser instituída em APP ou Reserva Legal. ➔ A servidão não pode ser em área inferior àquela da Reserva Legal (o tamanho da servidão precisa ser justificado, por isso têm esse mínimo). CONCESSÃO FLORESTAL: LEI 11.284/06 Declaração onerosa do direito de praticar manejo florestal sustentável de Florestas Públicas. Consiste em destinar um bem público, no caso a floresta, e dar ele à uma entidade privada para “tomar conta” e explorar. MANEJO/LIDA FLORESTAL SUSTENTÁVEL: a cada ano o poder público dá o direito da empresa privada desmatar um quadrante do terreno. No ano seguinte o poder público dará o direito de se desmatar um novo quadrante, contanto que se refloreste o quadrante do ano interior. POLÍTICA TRIBUTÁRIA AMBIENTAL: TAXA DE CONTROLE DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. O poder público para proteção ambiental efetiva o seu poder de polícia fiscalizando. Existe a taxa, entre os tributos, mas ela tem como pressuposto o exercício do poder de polícia. Por isso cria-se essa taxa para fiscalizar. ● Sujeito Passivo: todo aquele que exerça atividade constante no anexo V do PNMA. Anexo V: “à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;” ● Sujeito Ativo: IBAMA ● Isentos: art. 17-F Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais. SISNAMA: SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Art. 6°) Influência do National Environmental Policy Act (EUA). Conjunto de órgãos/instituições, vinculados ao poder executivo que são encarregados na proteção do meio ambiente: a nível municipal, estadual e federal. Esse conjunto de órgãos formam o SISNAMA. Órgão Superior: Conselho de Governo. Viés altamente estratégico da política ambiental, assim como o Ministério do Meio Ambiente. Órgão Consultivo e Deliberativo: CONAMA. Tira as dúvidas técnicas ambientais e cria/delibera sobre as normas gerais e abstratas sobre o MA. Órgão Executor (autarquias): IBAMA E ICMBio. Executam as políticas ambientais/estratégicas criadas pelos órgãos supracitados. Órgãos Seccionais: órgãos estaduais. Também tem função de executar, mas no âmbito estadual. Na Bahia esse órgão seccional do meio ambiente é o INEMA.
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