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Orientação profissional: uma proposta de escolha Mirian Paura Sabrosa Zippin Grinspun* Caminhante, não há caminhos. Faz-se o caminho ao andar. Antonio Machado Atualmente, o mundo vive uma série de acontecimentos de diferentes ordens e matizes, desde a globalização até as novas formas de convívio social e cultural. A tecnologia se faz presente com tal força que muitos dos benefícios de sua prática ainda nem foram colocados em uso. E os paradigmas clássicos da qualificação profissional estão, cada vez mais, cedendo lugar às competências técnicas e sociais. Hoje, o homem passa a ser visto como criador e criatura de sua história, com total cumplicidade de seus fatos e ideias. Diante de tudo isso, a orientação profissional deixa de ser um espaço que só aborda questões pessoais, reservado ao indivíduo, para ser um espaço coletivo de discussão e análise. Cabe uma explicação inicial de duas expressões próximas, porém com conotações diferentes: orientação vocacional e orientação profissional. A primeira diz respeito à escolha/orientação de uma vocação (do latim vocare, que significa chamamento, chamada, relaciona-se ao “dom” que a pessoa tem para atuar em determinada área, ao conjunto de características que são detectáveis no interior do indivíduo). A segunda relaciona-se com a escolha/orientação de uma profissão (do latim professio, que significa “estado, ofício, emprego” diz respeito à escolha que o indivíduo faz a partir da manifestação de seus próprios interesses e aptidões, ou realizada a partir de um conhecimento mais profundo de suas áreas de interesse). Em síntese, a vocação tem uma conotação mais explícita, mais direcionada, mais espontânea, carregando um forte estigma de uma “chamada divina”, enquanto a profissão se relaciona com a busca, com o conhecimento e com as descobertas, tanto as individuais quanto as ligadas ao mundo do trabalho. Orientação profissional Existem dois componentes no processo de orientação profissional: a in- formação profissional e a orientação profissional. Na informação, como o nome já diz, há uma busca de informações sobre a profissão, tanto no sentido pessoal quanto no sentido da profissão e do mercado de trabalho. A orientação diz respeito à busca inicial, ao direcionamento que deve ser provido a partir do autoconheci- mento e das próprias profissões no seu campo de trabalho. Toda escolha profissional é revestida pelo debate dos aspectos individuais e sociais, trazendo à tona, de um lado, a dimensão multidisciplinar da questão, dos aspectos de interesses, aptidões, expectativas, desejos e valores; e de outro, a Doutora em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF). Mestre em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (Iesae/FGV). Especialista em Orientação Educacional pela Universida- de Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Professora-titular de Orientação Educacional da Faculdade de Educação do Rio de Janeiro. Orientadora Educacional pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Cató- lica do Rio de Janeiro (PUC- -Rio). 59Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 60 dimensão interdisciplinar, dos aspectos que caracterizam o contexto dos fatores políticos, econômicos e sociais. A proposta desta aula é fornecer meios e oportunidades para o autoconheci- mento do aluno. Para isso, dispõe de caminhos e estratégias que ampliam o debate da escolha profissional para o campo da ação coletiva. Ao propor a elaboração do “desenho do seu projeto de formação”, pretende-se que o aluno tenha melhores condições de decidir, por se encontrar mais preparado e mais informado para seguir o seu caminho. Histórico Desde os tempos mais remotos – como a época de Platão, com sua escola de oficiais para os que se distinguiam em sua formação –, a escolha de uma profissão se constitui em um desafio e em uma tarefa para os que estão envolvidos com a Educação. Durante um longo período da história, acreditou-se que essa escolha era apenas objeto da vontade, dos interesses e das aptidões do indivíduo e que, baseado em suas possibilidades individuais e em seus desejos, o indivíduo teria sucesso em sua decisão. Essa escolha, enquanto objetivo da orientação, ficava restrita ao âmbito das aptidões naturais e aos interesses manifestados: bastava o sujeito descobrir quais eram essas aptidões para que a orientação ocorresse. Os procedimentos e instrumentos para a intervenção pedagógica nessa escolha eram baseados principalmente nos testes vocacionais, que identificavam os aspectos determinantes da personalidade do indivíduo. Com as baterias de testes, em diferentes áreas, o indivíduo poderia ter acesso ao que ainda não havia sido revelado do seu contexto pessoal ou, pelo contrário, poderia confirmar determinados atributos pessoais para o exercício profissional pretendido. Vale lembrar que o movimento da psicometria no início do século passado – em especial com os testes de Binet, em 1915 – trouxe uma ferramenta importante para a orientação vocacional. Essa visão foi utilizada durante muitos anos, confirmada pelos documentos legais e em especial pela Lei 5.692/71, que proclamava o aconselhamento voca- cional, com ênfase no aspecto individual (interesses e aptidões), como sendo res- ponsável por uma escolha correta – primeiro no que diz respeito às habilitações profissionais e depois em relação ao ingresso no mercado de trabalho. Essa visão de aconselhamento restrita a uma sondagem de aptidões levou à discussão do conceito de aptidão como única justificativa para uma escolha profissional. As aptidões das pessoas não podem ser caracterizadas apenas como inatas (aptidões naturais), uma vez que a Educação as favorece e estimula, junto com as condições materiais de vida do sujeito e as condições psicofisiológicas das atividades que ele realiza. O conviver com os conhecimentos múltiplos tem a ver com a cultura, com a classe social do indivíduo e com o tipo de vida que ele leva. Não se pode afirmar que aptidões são apenas inatas, embora existam pessoas com aptidões tão manifestas que superam as categorias anteriormente identificadas. O indivíduo, no decorrer de uma atividade, pode descobrir um interesse por uma determinada área e, a partir desse momento, verificar que pode desenvolver suas aptidões para aquele objetivo pretendido. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 61 Hoje em dia, o que se percebe é a ausência, na escola, de uma orientação profissional que ajude o aluno em seu processo de escolha e decisão, e que leve em consideração os aspectos pedagógicos, não somente os psicológicos. Sabe-se que os fatores socioeconômicos são decisivos em um processo de escolha, sendo que algumas vezes, no ato de decidir, eles têm um peso muito maior que os fatores psicológicos. Por isso, observa-se que a proposta de uma orientação profissional extrapola o campo individual. No presente estudo, pretende-se examinar a questão da escolha, da análise ou da especialização/aperfeiçoamento da profissão como um fio condutor de melhoria das condições pessoais e sociais. O que se espera é que as pessoas realizem opções profissionais acertadas. Essa afirmação, porém, conduz a outras questões: o que é uma escolha profissional acertada? O que se pode fazer quando se pretende mudar de profissão, ou quais são os meios disponíveis para um aperfeiçoamento ou especialização em uma profissão? Até que ponto o mercado de trabalho determina a profissão? Como fazer para se (re)inserir em um mercado com condições às vezes adversas ao próprio indivíduo? As questões ligadas à escolha da profissão, à preparação para o trabalho ou mesmo ao reconhecimento de experiências adquiridas na Educação Profissional – inclusiveno próprio trabalho – estão implícita e explicitamente apresentadas na LDB, a Lei 9.394/96. Essa lei, em seu artigo 35, aborda a questão da preparação do educando para o trabalho e para a cidadania. Não se trata de formar um técnico para o trabalho, mas de dar possibilidades ao aluno de obter os conhecimentos básicos sobre as profissões e sobre o mercado de trabalho. Na realidade, é importante discutir a questão profissional e a orientação para o trabalho como possibilidade de operacionalização. A importância da orientação profissional também é percebida no intitulado “Da Educação Profissional”, que trata, entre outros assuntos, do papel das Escolas Profissionais (art. 42) na oferta de cursos especiais para os indivíduos que possuem experiências anteriores. A orientação profissional tem as características a seguir. Flexibilidade – considera as múltiplas inteligências do indivíduo no momento de sua escolha profissional e a diversificação da produção, o desenvolvimento de novas tecnologias e a globalização de mercados. Integração – considera os graus de interesse, de necessidade e de dis- ponibilidade individual e coletiva, integrando-os ao conhecimento das situações do meio e do mercado de trabalho. Profissionalização – discute as questões relacionadas ao mundo da profissão, sua estrutura, sua organização, seus mecanismos de sustentação e superação, dificuldades e desafios, bem como o campo das profissões face às novas tecnologias e ao mercado de trabalho. Continuidade – considera a abertura permanente da escolha profissional, entendendo que essa escolha deve sofrer atualização e aperfeiçoamento contínuos, não só para a obtenção de novas competências mas também para as adaptações que sejam necessárias frente ao mercado de trabalho. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 62 Mais que uma determinação, a orientação profissional caracteriza-se como um norteamento do momento em que o indivíduo se encontra, com suas potencialidades, necessidades e interesses, nos contextos sociocultural, político e econômico, com suas prioridades, expectativas e diversidades. Se a metodologia da orientação profissional está baseada em uma vinculação exclusiva ao enfoque psicológico, compromete e fragmenta o processo de decisão, pois não valoriza os condicionantes externos ao indivíduo. Hoje, sabe-se que a metodologia da orientação profissional faz essa interação do indivíduo com o meio, evidenciando que as expectativas, as crenças, os valores e as convicções são importantes para a busca profissional pretendida, mas não são os únicos fatores para se atingir o desejado. Do diagnóstico individual ao social, a metodologia empregada deverá mostrar caminhos, traçar perspectivas, facilitar acessos, buscar alternativas e auxiliar nas decisões a serem tomadas. Partindo do pressuposto de que a escolha profissional ocorre em decorrência da integração de aspectos internos (características individuais) e aspectos externos (características socioeconômicas), o projeto de orientação profissional pretende levar o aluno a esse duplo conhecimento, de forma reflexiva e analítica. Assim, fica evidente que, embora os fatores de ordem pessoal interfiram significativamente quando se realiza uma escolha profissional, é preciso compreender que o trabalho é uma atividade social, ainda que seja realizado no todo ou em parte por indivíduos. Esse caráter social do trabalho precisa ser explicitado para que se entenda o caráter complexo da sociedade, do processo de produção, da divisão social e da técnica do trabalho. A orientação profissional pretende auxiliar o indivíduo no processo de escolha, de modo que se realizem opções ocupacionais adequadas, críticas e conscientes. Nessa orientação, dois eixos são significativos: o conhecimento de si mesmo e o conhecimento do mundo do trabalho. Sem privilegiar um em detrimento do outro, o que se ressalta é a intenção de equilíbrio entre os dois campos, com o maior número possível de informações para o momento da decisão. Para se compreender o enfoque evidenciado na questão da orientação profissional, é preciso assinalar, mesmo que de forma sucinta, como ocorreu essa atividade ao longo da história da orientação educacional, mostrando que hoje a construção do seu projeto de formação profissional possui um enfoque diferente do que se esperava da orientação no início de sua trajetória. A importância desse momento está em desmistificar a preponderância do diagnóstico psicológico como o único responsável por uma escolha a ser feita: o conhecimento do contexto, as oportunidades e as orientações recebidas auxiliam nessa formação. A seguir, são mostrados os temas que devem ser discutidos e analisados quanto à escolha profissional: A metodologia sugerida apresenta-se como uma discussão inicial do tema proposto, seguida de uma oficina e/ou trabalho em grupo que efetive e experiencie a área apresentada. Esse trabalho pode e deve ser feito em grupo, geralmente de 10 a 15 pessoas, com a duração de 10 encontros para realização dos diferentes procedimentos identificados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 63 Temas a serem discutidos 1. Conhecimento pessoal: a) interesses e aptidões; b) personalidade do indivíduo; c) autoestima e autoconceito; d) expectativas e desejos. 2. Questões da profissão: a) o que é vocação e o que é profissão; b) ocupação e função; c) formação profissional; d) conhecimento da profissão. 3. Mercado de trabalho: a) trabalho e trabalhador; b) exigências do mercado; c) formação do mercado de trabalho; d) reestruturação do trabalho e qualificação profissional. 4. Questões contextuais: a) globalização; b) tecnologia; c) Era da informática; d) neoliberalismo; e) pós-modernidade. 5. Questões do emprego: a) emprego e desemprego; b) seguro-desemprego; c) novas necessidades nos empregos. 6. Relação entre Educação e trabalho: a) necessidade do trabalho; b) formas de se obter informação; c) pontos básicos para o trabalho hoje; d) continuidade da formação; e) escolaridade e criatividade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 64 A metodologia a ser colocada em prática parte do indivíduo para o contexto social, sendo que posteriormente deve-se fazer o percurso inverso, mostrando as implicações e interferências do meio no ato solitário e individual de decisão. Na realidade, pretende-se que o aluno passe por um processo de descoberta, assim como tenha mais conhecimento do mundo que o cerca, uma vez que a profissão está inserida nesse meio. Questões contextuais Os fenômenos da globalização da economia e das transformações técnico- -organizacionais no trabalho desencadearam desafios e problemas a serem enfren- tados no âmbito da Educação em geral e da formação profissional em particular. Dessa forma, surge a necessidade de uma nova formação profissional, que auxilie o candidato a rever seu processo de escolha e a buscar a requalificação, o aperfei- çoamento ou a especialização na área pretendida. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho evidenciam que o paradigma fordista de produção (que procura aumentar a produtividade, padronizando os produtos e os procedimentos) está sendo substituído pelo paradigma toyotista, no qual, do indivíduo, são solicitadas outras competências: em vez de um simples cumprimento de tarefas, o indivíduo deve ser criativo, participativo e intuitivo. Por outro lado, cada vez mais se estabelecem relações causais entre o progresso técnico e a mudança nos conteúdos e processos de trabalho e qualificação profissional1. Em face dessas observações, surge o perfil do novo trabalhador, seja no âmbito do conhecimento, seja nas atitudes ounos comportamentos. Para atender a essas novas necessidades, há que se ter uma informação e uma (re)orientação do caminho percorrido e do que se deseja percorrer. Conhecimento pessoal Conforme essa categoria, a orientação educacional deve colaborar para: refletir sobre o seu próprio conhecimento, tendo como princípio que ele se constitui no equilíbrio entre as possibilidades e os desejos para a realização das atividades individuais; desenvolver uma visão crítica em relação às estruturas pessoais que determinam as condições viáveis para a decisão profissional, sem desconsiderar o contexto, essa decisão ocorre; analisar os atributos específicos na escolha profissional – interesses, aptidões, expectativas e desejos; verificar os componentes significativos do desenvolvimento pessoal, à luz dos fundamentos teóricos das inteligências múltiplas. 1Entendemos por paradig-ma um modelo, um pa- drão, uma norma que deverá ser seguida como a selecio- nada/escolhida para uma área ou atividade de realização. Ela está sempre relacionada a valores e critérios do grupo, das pessoas que elegem aque- le modelo. Os paradigmas fordista e tayotista referem- -se a modelos que valorizam mais a questão do trabalho e sua sistematização que as pessoas que estão envolvidas em um tipo de trabalho com seus valores, interesses, necessidades e expectativas. Eles estão relacionados a Henry Ford e Taylor, que apresentaram as primeiras normas para os trabalhadores. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 65 Passa-se agora a identificar os quatro momentos significativos para o trabalho de orientação profissional, a seguir. Primeiro momento: Observar Trata-se de apresentar as definições ou conceitos básicos dos termos ou ex- pressões mais evidenciados, como interesses, aptidões, desejos e valores. Esses termos serão mais expressivos partindo-se de dados que possibilitem o entendi- mento de seus conceitos e suas relações quanto à escolha profissional. Por exemplo: as aptidões não são apenas inatas, elas se constituem objeto de desenvolvimento na medida em que as necessidades e oportunidades solicitam sua presença. Esse é o momento da sensibilização, ao oferecer elementos que permitam uma aproximação da realidade individual, provocando um primeiro contato com os conceitos que interagem na escolha profissional. Assim, o primeiro momento faz um retrato da situação, esclarecendo, informando e orientando a partir das conceituações necessárias. Segundo momento: Compreender Trata-se de uma maior compreensão do que foi visto anteriormente, com a inserção dos termos e reflexões em pequenos textos que fundamentem a apresen- tação inicial. Esses textos podem ser produzidos para tal finalidade ou extraídos de um texto já elaborado, uma notícia de jornal ou outros documentos adequados a esse fim. Esse momento aprofunda a questão anterior e possibilita ao candidato uma reflexão mais detalhada sobre o tema proposto, enquanto se propõe a uma compreensão dos termos já expressos. Assim, o segundo momento traz uma possibilidade de revelação sobre o material básico que se tem em mãos. Terceiro momento: Analisar Essa é a hora da análise do candidato frente aos dados já levantados e explicitados. Nesse momento, ele se coloca frente aos conceitos básicos e procura se posicionar a partir de suas próprias condições e particularidades. Para facilitar, a metodologia a ser utilizada será a de questionamentos, seguidos de exercícios que facilitem essa análise. O que se pretende é uma discussão interna e um início de caminhada para a escolha profissional, integrando as análises efetuadas com as sínteses necessárias para o desempenho pessoal do candidato. As atividades propostas são direcionadas para favorecer a elaboração que mantém tanto do que é oferecido externamente quanto da bagagem interna do sujeito. Exemplos: Quais são suas maiores aptidões? Que coisas você não faria de jeito nenhum? O que você mais gosta de fazer? Que tipo de trabalho você gostaria de realizar? Depois dos questionamentos, segue uma proposta de exercícios que ajudam nessa análise. No exemplo dado, pode-se propor um “pessoalgrama”, isto é, uma matriz contendo quatro áreas, conforme apresentados a seguir. O que eu mais gosto de fazer e faço. O que eu mais gosto de fazer e não faço. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 66 O que eu não gosto de fazer e faço. O que eu não gosto de fazer e não faço. Dessa forma, o que se pretende com o terceiro momento é a elaboração de um diagnóstico da radiografia sobre a situação em estudo. Quarto momento: Aplicar Esse momento organiza-se de forma a estimular os candidatos ao compro- misso na trajetória da escolha profissional. Com material de apoio, os orientadores poderão propiciar meios e ferramentas de esclarecimento ou incentivo às opções a serem realizadas. Pode-se sugerir a discussão de um vídeo ou de um filme, a análise de uma letra de música ou poema, diversos exercícios de autoconheci- mento, a leitura de gráficos ou tabelas (com a relação de profissionais e seu tipo de inteligência determinante, por exemplo), a montagem de materiais específicos, entre outras atividades. Conclusão No que diz respeito à orientação profissional, deve-se pensar nos pontos que merecem atenção nesse processo. Veja a seguir. Verificar as diferenças e semelhanças entre orientação profissional e orientação vocacional. Discutir o que significa a informação profissional na orientação profis- sional. Identificar na orientação os pontos relativos à pessoa, à sociedade e ao mundo do trabalho. Discutir as abordagens relativas à relação Educação e trabalho, verifi- cando o que se entende, hoje, por trabalho e emprego. Analisar o contexto atual, bem como suas implicações na escolha da profissão. Refletir sobre a questão dos valores implícitos na escolha da profissão: valor de uso-necessidade; valor de troca-consumo; valor de ser-autono- mia/iniciativa. Analisar a necessidade de se rever a questão do trabalho no enfoque das novas tecnologias, que vão desde as novas modalidades de trabalho à sua supressão. Comparar o trabalho em determinada época com o trabalho atual, verifi- cando os pontos comuns, os desafios e as transformações. Abordar a questão do salário, da recompensa, dos ganhos e perdas que o trabalho envolve. Analisar as questões da orientação profissional no que diz respeito à profissão, ao trabalho, ao emprego, à ocupação e à função, enfatizando Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Orientação profissional: uma proposta de escolha 67 como, por que e de que maneira ocorre uma escolha, e as mudanças previstas ou necessárias para se começar de novo em outro tipo de trabalho. Na orientação profissional, o ato de escolher transcende a escolha em si – até mesmo no sentido da orientação de uma vocação –, pois sua importância não está na escolha, mas na mudança, na transformação que o exercício de uma profissão acarreta na vida do indivíduo. O fato não se desenvolve pela equação entre trabalho e remuneração (salário), mas sim pela relação entre trabalho, remuneração e satisfação. 1. O que podemos entender por tayotismo e fordismo? 2. Faça um quadro e procure listar os seus interesses, necessidades e expectativas quando escolheu a sua profissão. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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