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01 - O Direito à Educação na Constituição Federal de 1988

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Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
1 de 89| www.direcaoconcursos.com.br 
Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Aula 00 – Normas Constitucionais 
do Direito à Educação 
 
Legislação Educacional e Conhecimentos 
Pedagógicos (Curso Regular) 
 
Prof. Hélcio Cardoso 
Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
2 de 89| www.direcaoconcursos.com.br 
Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Sumário 
 
SUMÁRIO 2 
APRESENTAÇÃO 3 
INTRODUÇÃO 5 
A EDUCAÇÃO COMO UM DIREITO SOCIAL 5 
COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS QUANTO AO DIREITO À EDUCAÇÃO 5 
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO 8 
PRINCÍPIOS RELACIONADOS AO ENSINO 10 
PRINCÍPIO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA 11 
PRINCÍPIO DO PLURALISMO DE IDEIAS E CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS 11 
PRINCÍPIO DO PISO SALARIAL NACIONAL AOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR PÚBLICA 12 
DISPOSIÇÕES SOBRE AS UNIVERSIDADES 15 
DEVERES DO ESTADO PARA COM A EDUCAÇÃO 18 
LIBERDADE DO ENSINO À INICIATIVA PRIVADA 23 
FORMAÇÃO BÁSICA COMUM NO ENSINO FUNDAMENTAL 25 
ATUAÇÃO DOS ENTES EM REGIME DE COLABORAÇÃO 27 
APLICAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS EM EDUCAÇÃO 29 
DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE DESTINAÇÃO DE RECURSOS A ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS 34 
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 39 
QUESTÕES COMENTADAS PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO 41 
QUESTÕES ANALISADAS NA AULA (SEM COMENTÁRIOS) 67 
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO (SEM COMENTÁRIOS) 74 
GABARITO DAS QUESTÕES ANALISADAS NA AULA TEÓRICA 86 
GABARITO DAS QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 87 
RESUMO DIRECIONADO 88 
 
 
 
 
 
 
Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
3 de 89| www.direcaoconcursos.com.br 
Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Apresentação 
 
Salve, amig@s da estrada dos concursos! 😊 Meu nome é Hélcio Cardoso e estarei 
junto com vocês nesta jornada rumo à aprovação em Concursos Públicos na área da 
Educação. Ressalto que é um enorme prazer poder compartilhar com vocês a 
experiência que obtive ao longo dos anos em que me dediquei (na verdade, continuo 
me dedicando) a estudar e ministrar aulas no mundo dos Concursos Públicos. Isso se 
tornou uma de minhas paixões! As outras são, além da minha linda família, a Capoeira 
(sou professor de Capoeira) e a música (também sou cantor). 😎 
 
Antes de tratarmos de questões mais específicas, falarei um pouquinho mais sobre mim, no aspecto 
profissional, afinal passaremos um tempo significativo juntos desvendando os conteúdos, bancas e questões, 
voltadas ao seu concurso, nas frentes de Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos. Temos que 
estabelecer aqui uma relação de confiança para que nossas missões sejam cumpridas com sucesso (a minha de te 
apresentar o melhor conteúdo possível e a sua de fazer muito bom uso deste e, ao final, ser aprovado no concurso 
que desejar). Nossos objetivos são convergentes, car@s amig@s! 
Sou graduado em Pedagogia, especialista em aprendizagem humana, e estudo para concursos públicos 
desde os meus 18 anos. Tive o privilégio de entrar no serviço público com 19 aninhos. Eu era um menino ainda! 
Mas essa experiência mudou a minha vida, pois mesmo com pouca idade tive a sorte de estar no lugar certo e com 
as pessoas certas. Meus colegas mais experientes me ensinaram muito sobre a vida de servidor público. 
Minha primeira experiência na Administração Pública foi no IBGE, instituição em que passei 1 ano e 10 meses 
muito bem aproveitados profissionalmente. Lá eu fui contratado para o Cargo de Agente de Pesquisa e 
Mapeamento, porém, em virtude de carência da unidade na área de informática, acabei exercendo durante o 
período em que estive por lá a função de coordenador de informática. 
Depois dessa experiência lancei-me no mundo dos concursos públicos e obtive ótimos resultados em provas. 
Os principais foram: 3.º lugar no concurso da Universidade Federal do Amapá, no cargo de Assistente em 
Administração (nível médio); 1.º lugar no concurso da Universidade Federal do Amapá, no cargo de Técnico em 
Assuntos Educacionais (nível superior); 10.º lugar no cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa do Tribunal 
Regional Federal da 1.ª Região. Além dos concursos públicos mencionados, fui aprovado, também em 1.º lugar, 
no processo seletivo para ingresso no curso de Direto da Universidade Federal do Amapá. 
Cabe dizer, outrossim, que há alguns anos ministro aulas presenciais nos principais cursos preparatórios para 
concurso público da minha cidade. Ministro as disciplinas de Direito Constitucional, Direito Administrativo, 
Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos. É com essa experiência que quero caminhar junto com 
vocês, e vos conduzir em Direção ao sucesso! 
Feita a devida apresentação pessoal e profissional, vamos para a parte que nos trouxe até aqui: o Curso 
Regular de Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos. 
Para iniciar o curso, trabalharemos nesta aula o tema “Normas Constitucionais do Direito à Educação”. 
Dessa feita, estudaremos alguns dispositivos da nossa Constituição Federal de 1988, principalmente: o Título VIII 
Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
(da ordem social), Capítulo III (da educação, da cultura e do desporto), Seção I (da educação). Isso abrange o estudo 
dos artigos 205 ao 214. 
O nosso curso vem organizado no seguinte formato: 
 Parte teórica esquematizada recheada com “questões para análise”, que visam preparar @ 
concurseir@ não só para a assimilação do conteúdo, mas também a analisar de forma crítica como as 
bancas trabalham com aquele assunto em forma de questões. 
 Questões comentadas das principais bancas de Concurso Público, “para fixação do conteúdo” 
estudado na aula de teoria esquematizada, bem como das formas de cobrança das bancas. 
 Lista de “questões para análise”, sem comentários, para exercitar e revisar. 
 Lista de “questões para fixação do conteúdo”, sem comentários, para exercitar e revisar. 
 Gabarito das “questões para análise” e das “questões para fixação do conteúdo”. 
 Resumo Direcionado, que servirá de apoio para a revisão dos principais pontos da aula. 
 
Pessoal, vou divulgar aqui para vocês as minhas redes sociais (todas elas eu cadastrei recentemente, por isso 
ainda estou começando a alimentá-las). Na medida do possível faço publicações relacionadas a concursos públicos 
tanto da nossa disciplina, objeto da aula de hoje, quanto de outras. Dê uma conferida lá e siga-me! 😉 
 
 https://instagram.com/prof.helciocardoso?igshid=1bgv6agjil2m 
 
 https://www.youtube.com/channel/UCDWJUWTxEvZmpLTZnlTZGeA 
 
 https://www.facebook.com/helcio.cardoso.146 
 
Feitas as considerações iniciais, vamos ao que mais interessa. Aos estudos! 🤓📖 
 
 
https://instagram.com/prof.helciocardoso?igshid=1bgv6agjil2m
https://www.youtube.com/channel/UCDWJUWTxEvZmpLTZnlTZGeA
https://www.facebook.com/helcio.cardoso.146
Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Introdução 
Querid@s amig@s, 
Iniciaremos aqui o primeiro assunto do nosso curso, que tratará das Normas Constitucionais do Direito à 
Educação. Nessa aula veremos as bases constitucionais do Direito à Educação, com efeito, trataremos dos 
seguintes eixos: 1classificação do Direito à Educação no que tange à teoria das dimensões de direito; 2o Direito à 
Educação no âmbito das competências dos entes federativos; e 3as diretrizes constitucionais do Direito à 
Educação. 
O tema da aula de hoje será de fundamental importância para a construção de uma compreensão sólida 
sobre a Legislação Educacional, portanto, muita atenção, meus/minhas querid@s. 
Vamos lá?! Mãos à obra! 
A Educação como um Direito Social 
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) expressa, em seu Título II (dos Direitos e Garantias Fundamentais),Capítulo II, que a educação é um Direito Social. Vejamos: 
Art. 6º São direitos sociais a EDUCAÇÃO, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, 
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
Os Direitos Sociais são classificados pela doutrina como direitos de segunda geração (ou dimensão), isso 
quer dizer, a grosso modo, que o Estado tem a obrigação de ofertar os meios necessários para que o povo possa 
usufruir desse direito, ou seja, trata-se de um dever do Estado. 
Nesse sentido, veremos mais a diante que a 
Educação é direito de todos e um dever do Estado e da 
família; em outras palavras, podemos concluir que a 
educação é um Direito Social que deverá alcançar 
todas as pessoas. Cuidado com questões que afirmem, 
nesse contexto, que a educação é um serviço público ou 
mesmo um direito político. 
Competências dos entes federativos quanto ao Direito 
à Educação 
Os principais dispositivos da CF/88 sobre competências dos entes federativos são os artigos 21 
(competências exclusivas da União), 22 (competências privativas da União), 23 (competências comuns à União, 
aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios) e 24 (competências concorrentes entre União, estados e Distrito 
Federal). 
Não é do interesse do nosso curso tratar de especificidades sobre as atribuições dos entes federativos, 
porém, precisaremos saber, dessas competências, as que têm relação com o direito à educação. 
👀 Fique de olho! 
Na CF/88, a Educação é um Direito Social 
extensivo a todas as pessoas, sem restrições! 
Prof. Hélcio Cardoso 
 Aula 00 
 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
É importante saber, ademais, que essas competências podem ser classificadas como “legislativas” 
(atribuições do Estado para criar leis) e “administrativas” (atribuições do Estado de executar, praticar ações 
diferentes de legislar). As competências privativas da União e concorrentes são legislativas; já as exclusivas da 
União e comuns são administrativas. 
Feitas as devidas considerações, vamos em frente! 🤓 
Comecemos pelas competências privativas da União: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
[...] 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Galera, criar normas sobre diretrizes e bases da educação é uma competência privativa da União. A 
materialização desse dispositivo é facilmente comprovada pela Lei 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB). A LDB é a manifestação concreta dessa competência legislativa da União. 
É importante observar também que, embora legislar sobre diretrizes e bases da educação seja uma 
atribuição da União, é possível que os estados também legislem sobre tal tema. 
- Ué, professor! Agora embananou tudo. Como assim: os estados podem legislar sobre diretrizes e bases da 
educação? 
Explico. O parágrafo único do art. 22, da CF/88, permite que a União delegue matérias de sua competência 
privativa aos estados (e ao Distrito Federal também) para que estes possam legislar. Porém, isso só será possível 
mediante a edição de lei complementar federal que autorize a todos os estados (a delegação não poderá alcançar 
apenas um ou alguns estados) a legislarem sobre o tema autorizado. Cabe destacar que, quando os entes 
receberem tal autorização, só poderão legislar sobre questões específicas de seu interesse. (Não faria sentido um 
estado legislar sobre questões de interesse nacional. Não é mesmo, minha gente?!) 
Sobre as competências exclusivas da União no que tange à Educação, temos que: 
Art. 21. Compete à União: 
[...] 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social. 
Esse dispositivo nos traz a figura dos planos nacionais; nesse caso, devemos nos referir especificamente ao 
plano nacional de educação. (Falaremos deste tema detalhadamente em aula exclusiva durante o nosso curso.) 
Embora cada ente federativo possua competência para elaborar e executar seu próprio Plano de Educação; 
as diretrizes, metas e estratégias nacionais deverão ser elaboradas e executadas pela União. Logo, devemos 
reforçar a conclusão de que elaborar e executar o Plano Nacional de Educação (PNE) é uma competência 
exclusiva da União, não comportando, dessa forma, possibilidade de delegação. 
Veremos, no decorrer do nosso curso, que a construção do PNE conta com a colaboração dos demais entes 
federativos, todavia, isso não retira a exclusividade da competência da União (não se trata de uma delegação). 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Avencemos! 
Acerca das competências concorrentes entre União, estados e Distrito Federal no que se refere à educação, 
vejamos: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
[...] 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento 
e inovação. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
Car@s amig@s, competência concorrente é aquela que poderá ser exercida ao mesmo tempo pelos entes 
que a possuem (no caso, União, estados e Distrito Federal). Entretanto, é necessário observar o papel de cada ente 
no âmbito da legislação concorrente, vale dizer, a União é responsável pela produção de normas gerais (art. 24, § 
1.º) e os estados poderão suplementar essa legislação no que for do seu interesse (art. 24, § 2.º). 
Nesse sentido, uma das conclusões possíveis a que podemos chegar é a de que é permitido aos estados 
legislar sobre seus sistemas de ensino. Quando afirmamos “seus sistemas de ensino” fica claro que esse “legislar” 
será sobre questões inerentes aos interesses desses entes. 
Vamos falar agora das competências comuns aos entes federativos no que se refere à educação. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
[...] 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação. 
Podemos dizer que comuns são aquelas competências para praticar atos que poderão ser exercidas, 
simultaneamente, por todos os entes federativos. Em outras palavras, a União, os estados, os municípios e o 
Distrito Federal têm competência compartilhada na promoção dos meios de acesso à educação. 
Para fechar esse tópico, ressalto que este tema “competências dos entes federativos quanto ao Direito à 
Educação” é um campo fértil para cobranças em questões de prova. Inclusive existem vários exemplos de questões 
em que bancas já cobraram isso. Portanto, cuidado! 😉 
Agora entraremos em definitivo nas diretrizes constitucionais do direito à educação. 
 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Concepção de Educação 
O termo concepção, para o nosso propósito, significa ideia que se tem sobre algo. Nesse sentido, a ideia que 
a Constituição expressa acerca da Educação, em seu art. 205, é a seguinte: 
 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade. 
Nessa parte do dispositivo, peço atenção aos termos em destaque. Que a educação é um direito de todos e 
dever do Estado, todos sabemos; só não podemos esquecer que a CF/88 também atribuiu à família o dever de 
educar. 
Além disso, cuidado com questões que atribuam à sociedade,juntamente com o Estado e com a família, o 
dever de educar, pois isso pode tornar uma questão incorreta. As obrigações com a educação são do Estado e da 
família, a sociedade entra apenas como colaboradora nesse processo. 
Ainda no art. 205, nos são informados os objetivos da educação, são eles: 
 1o pleno desenvolvimento da pessoa; 
 2o seu preparo para o exercício da cidadania; e 
 3a sua qualificação para o trabalho. 
Aqui cabe pontuar alguns detalhes: 
 Primeiro, são 3 (três) os objetivos do art. 205, cuidado com eventuais inclusões que a banca poderá 
realizar. 
 Cuidado também com o terceiro objetivo (qualificação para o trabalho), pois ele é muito explorado em 
questões. Guarde que qualificação para o trabalho não é a mesma coisa que qualificação para o mercado 
de trabalho. (Mais à frente em nosso curso detalharemos mais sobre essa diferença) 
Feitas as devidas esquematizações sobre a concepção constitucional de educação, vamos analisar algumas 
questões! 😉 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
I - (VUNESP / 2020 / PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP / INSPETOR DE ALUNOS) 
Danilo, inspetor de alunos em uma escola do interior paulista, fez um curso de capacitação promovido pela 
Secretaria Municipal de Educação. Nessa ocasião, teve a oportunidade de estudar as concepções que diferentes 
autores possuem a respeito da função da escola e, também, de tomar conhecimento de um grande número de 
documentos legais que versam sobre esse tema. Entre os documentos estudados, encontrava-se a Constituição 
Federal de 1988, especificamente o art. 205, o qual dispõe: “A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
a) capacitação para o enfrentamento dos revezes da vida”. 
b) qualificação para o emprego das tecnologias digitais”. 
c) capacitação para a vida em sociedade”. 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
d) capacitação para o ensino superior”. 
e) qualificação para o trabalho”. 
COMENTÁRIO: 
Questão literal! Exige o conhecimento do art. 205 da CF/88: 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
A partir da leitura do dispositivo da CF/88, não nos resta dúvidas sobre o gabarito, não é mesmo?! 
GABARITO: alternativa “e” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
II - (FAU / 2019 / IF-PR / PROFESSOR / EDUCAÇÃO ESPECIAL) 
A educação é direito de todos, e dever do Estado e da família, sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA: 
a) A educação independe de incentivo e colaboração da sociedade. 
b) A educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
c) O ensino será ministrado somente com base no princípio da igualdade de condições de acesso. 
d) A educação dispensa a garantia de padrão de qualidade. 
e) A educação não engloba a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. 
COMENTÁRIO: 
Essa questão cobra, além da concepção de educação, alguns conhecimentos sobre princípios relacionados ao 
ensino, tema que veremos já, já. 🙂 Analisemos item a item. 
a) A educação independe de incentivo e colaboração da sociedade. 
Não, pelo contrário, a educação será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade (art. 205 da CF/88). 
b) A educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Correto, conforme art. 205 da CF/88. 
c) O ensino será ministrado somente com base no princípio da igualdade de condições de acesso. 
O ensino será ministrado com base em vários princípios, e não somente no da igualdade de condições de acesso. 
(Art. 206, I ao VIII da CF/88) 
d) A educação dispensa a garantia de padrão de qualidade. 
O que há na realidade é a previsão de garantia de padrão de qualidade. (Art. 206, VII da CF/88) 
e) A educação não engloba a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. 
Errado! É um princípio previsto na Constituição a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. (Art. 
206, IV) 
GABARITO: alternativa “b” 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Princípios Relacionados ao Ensino 
Os princípios relacionados ao ensino são bases estabelecidas pela Constituição sobre as quais o ensino 
deverá apoiar-se. Adianto que as bancas costumam fazer muitas pegadinhas nesse ponto! Os princípios que 
trabalharemos na aula de hoje são os previstos expressamente na CF/88, porém esses mesmos princípios, 
acrescidos de outros mais, também constam na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – que será tema de 
nossas próximas aulas. Portanto, cuidado com questões que tragam princípios do ensino que constem na LDB, 
mas não na CF/88. 
A Constituição Federal, em seu art. 206, apresenta 9 (nove) princípios relacionados ao ensino. Vamos 
esquematizá-los, reorganizando-os e transformando-os em 10 (dez): 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (4G - 2P - V - I - L - C) 
Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
Garantia de padrão de qualidade; 
Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida; 
Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei 
federal; 
Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. 
 
O esquema consiste em uma reorganização didática dos princípios para que seja mais fácil memorizá-los. 
Além disso, também criei uma fórmula de memorização a partir do agrupamento das letras iniciais: (4G - 2P - V - 
I - L - C). 
Galera, saibam que a maioria dessas questões são cobradas considerando a literalidade da CF/88, então o 
mais importante para acertá-las é memorizar esses princípios. 
No entanto, embora a maioria das questões sejam literais, há aquelas que exigem conhecimentos adicionais. 
Por isso, a partir de agora tecerei algumas considerações complementares. 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
Princípio da Gestão Democrática 
O princípio da Gestão Democrática pressupõe a participação da comunidade nas decisões que lhe afetarão 
de alguma forma. Especificamente no que se refere ao direito à educação, existem várias manifestações 
importantes que exemplificam a aplicação desse princípio. Vejamos algumas: 
 A efetivação do conselho escolar é uma das medidas para garantir a gestão democrática dentro da escola. 
 A gestão escolar democrática deve garantir o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos no processo 
educativo. (Trata-se de um objetivo da escola a ser perseguido em uma gestão democrática.) 
 São elementos constitutivos da gestão democrática: participação, autonomia, pluralismo e 
transparência. 
Em se tratando de escolas, a criação de conselhos escolares é uma das principais manifestações da gestão 
democrática (inclusive muito cobrado em prova). O conselhoescolar é composto por membros dos diferentes 
segmentos da comunidade escolar: diretor, secretário, professores, pais; em resumo, todos aqueles que possuem 
alguma relação direta com a escola. 
Vistas algumas manifestações do princípio da Gestão Democrática, precisamos saber que nem tudo que é 
administrado no âmbito da escola deverá ser tratado dentro da perspectiva da gestão democrática. Por 
exemplo, os problemas e desafios escolares técnicos ou burocráticos possuem uma conotação meramente 
administrativa, não passando, portanto, por uma tomada de decisão coletiva. Fiquem atentos a esse ponto, 
pois ele é bastante cobrado em provas! 
Outro ponto importante é o que se refere à obrigatoriedade do cumprimento desse princípio. A CF/88 define 
a “gestão democrática do ensino público”, e isso nos remente a algumas reflexões: 
 Nem todas as instituições escolares serão obrigadas a adotar a gestão democrática. 
 As instituições escolares privadas podem ser divididas em: com fins lucrativos ou sem fins lucrativos. 
 As instituições escolares com fins lucrativos, devido à sua natureza lucrativa, não deverão adotar a 
gestão democrática. 
 As instituições escolares sem fins lucrativos poderão adotar qualquer modelo de gestão da educação, 
inclusive a democrática. 
 As instituições escolares públicas deverão, por força constitucional, adotar o modelo de gestão 
democrática. 
Princípio do Pluralismo de Ideias e Concepções Pedagógicas 
O princípio do Pluralismo de Ideias e Concepções Pedagógicas possui forte relação com a diversidade de 
pessoas, opiniões, ideologias, culturas, etc. Por esse motivo, será necessário que o ensino disponha de diferentes 
abordagens pedagógicas e ideológicas, as quais permitam que o sujeito se descubra e se construa por meio da 
atividade educativa. 
O pluralismo de ideias de concepções pedagógicas deve ser trabalhado nas instituições escolares para que o 
educando seja capaz de compreender e interagir de forma crítica com relação à forma de organização do 
Estado. Em outras palavras, o pluralismo de ideias e concepções não é limitado à forma de organização do Estado, 
Prof. Hélcio Cardoso 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
mas sim, é uma ferramenta que deve ampliar a visão de mundo do educando, fazendo deste um sujeito ativo no 
meio social a que pertence. 
Nesse contexto, podemos afirmar que o espaço escolar e o ensino nele ministrado devem contemplar em 
sua organização didático-científica os conceitos de heterogeneidade cultural1, tendo em vista os vínculos entre 
educação e diversidade, bem como que a organização didático-pedagógica do fazer educativo nos diferentes 
níveis de ensino deve respeitar o pluralismo de ideias, e não se deter aos ideais dominantes. 
O binômio igualdade e diversidade estão presentes no princípio supracitado, o tratamento a ser dado a 
essas duas dimensões da vida em sociedade requer da escola e, sobretudo, do professor a capacidade de lidar com 
as múltiplas interpretações da realidade em seus aspectos culturais, políticos e econômicos, sem perder o 
horizonte de uma formação plural. O professor deve contribuir com a seleção do conhecimento socialmente útil 
utilizando para isso uma concepção pedagógica plural, diversa, que melhor atenda aos interesses do educando. 
Princípio do Piso Salarial Nacional aos Profissionais da Educação Escolar Pública 
Chamo à atenção para o fato de que o princípio do Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais da 
Educação Escolar Pública está previsto na CF/88, porém não está expresso na LDB da mesma forma, como ocorre 
com outros princípios. Na LDB o princípio correlato é o da Valorização do Profissional da Educação Escolar. 
Portanto, tomem cuidado com a referência que a questão pedir. (Quanto aos detalhes da LDB, veremos na 
próxima aula) 
Além do exposto, percebam que quem deverá definir o piso salarial nacional será lei federal, cuidado com 
pegadinhas que afirmem que este deva ser definido por lei estadual. Atente também que o piso é uma garantia 
para os profissionais da educação escolar pública, ou seja, o texto constitucional não faz previsão aos 
profissionais da educação escolar na esfera privada. 
Para concluirmos esse tópico e podermos analisar algumas questões, é importante sabermos o conteúdo do 
art. 206, parágrafo único, o qual informa que “a lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados 
profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de 
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. 
A lei a que o dispositivo se refere é uma lei ordinária, portanto, não caia em pegadinhas de bancas que 
afirmem que é lei complementar que se presta a esse papel. 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
III - (FUNCAB / 2013 / IF-RR / PEDAGOGO) 
O art.206 da Constituição Federal Brasileira estabelece os princípios para a Educação Nacional. Das opções 
abaixo, marque a alternativa que apresenta o princípio correto. 
a) Teto salarial para os profissionais da educação privada, nos termos da lei federal. 
b) Garantia do padrão de qualidade determinados pelas agências internacionais. 
c) Unicidade de ideias e concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. 
 
1 Heterogeneidade cultural: está empregada nesse contexto como diversidade cultural, ou seja, existência de diversas 
culturas que precisam ser consideradas no processo educativo. 
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d) Condições privilegiadas para o acesso e permanência na escola. 
e) Gestão democrática do ensino público, na forma da lei. 
COMENTÁRIO: 
Vamos à análise de cada item. 
a) Teto salarial para os profissionais da educação privada, nos termos da lei federal. 
Errada! O correto seria piso salarial para os profissionais da educação escolar pública, nos termos do art. 206, 
VIII. 
b) Garantia do padrão de qualidade determinados pelas agências internacionais. 
Considerando o art. 206, VII, não há referência expressa sobre quem garantirá o padrão de qualidade à educação, 
porém podemos deduzir que não serão as agências internacionais, não é mesmo?! Então quem garantirá? Rsrs... A 
resposta é tão óbvia que parece até pegadinha: o Poder Público! 
c) Unicidade de ideias e concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. 
Errado, o princípio determina o “pluralismo” e não a unicidade. (Art. 206, III) 
d) Condições privilegiadas para o acesso e permanência na escola. 
Errado! A CF/88 em seu art. 206, I, expressa a “igualdade de condições” e não “condições privilegiadas”. 
e) Gestão democrática do ensino público, na forma da lei. 
Correto, nos termos do art. 206, VI. 
GABARITO: alternativa “e” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
IV - (FAFIPA / 2014 / PREFEITURA DE MARIA HELENA-PR / PROFESSOR / ENSINO FUNDAMENTAL) 
O princípio da gestão democrática do ensino público foi incorporado à Constituição Federal de 1988 e à 
legislação educacional. Sobre esse princípio, é INCORRETO afirmar: 
A) A efetivação do Conselho Escolar é uma das medidas para garantir a gestão democrática dentro da escola. 
B) A gestão escolar democrática deve garantir o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos no processo 
educativo. 
C) São elementos constitutivos da gestão democrática: participação, autonomia, pluralismo e transparência. 
D) Na gestão democrática, todos os problemas e desafios escolares, mesmo que técnicos ou burocráticos, 
devem ser discutidos coletivamente para tomada de decisão. 
COMENTÁRIO: 
Questão interessante! Exige mais do queconhecimento literal da Constituição da República. Vamos analisa-la. 
O conselho escolar (composto pelos diferentes segmentos da comunidade escolar); a garantia de acesso, 
permanência e sucesso dos alunos; a participação, a autonomia o pluralismo e a transparência; todos esses 
elementos estão relacionados aos ideais de uma gestão democrática. Já os problemas técnicos e burocráticos 
não necessitam ser discutidos coletivamente, essa problemática foge ao escopo do princípio da Gestão 
Democrática, portanto, está incorreto o que afirma a letra “d”. 
GABARITO: alternativa “d” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
V - (DEPSEC-UNIFAP / 2018 / UNIFAP / PEDAGOGO) 
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Dentre os princípios do ensino previstos no artigo 3º da LDB 9394/1996, bem como no artigo 206 da CF/1988, 
está o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas. Sobre esse princípio é CORRETO afirmar que: 
a) O espaço escolar e o ensino nele ministrado devem contemplar em sua organização didático-científica os 
conceitos de heterogeneidade cultural, tendo em vista os vínculos entre educação e diversidade. 
b) A organização didático-pedagógica do fazer educativo nos diferentes níveis de ensino deve respeitar as ideias 
dominantes do seu tempo histórico, como elemento imprescindível para atualização do estudante. 
c) A pluralidade cultural e ideológica do estudante são aspectos previstos no currículo escolar. Cabe ao professor 
contribuir com a seleção do conhecimento socialmente útil utilizando para isso uma concepção pedagógica que 
melhor atenda aos objetivos da instituição de ensino. 
d) O pluralismo de ideias, atualmente, é fortemente marcado pela forma de organização da sociedade. As 
instituições de ensino devem considerar a estrutura do Estado e sua forma de organização, tendo em vista 
socializar com o estudante os conhecimentos que ele deverá dominar para adquirir seu pleno desenvolvimento 
e para o exercício de atividade produtiva. 
e) O binômio igualdade e diversidade estão presentes no princípio em tela, o tratamento a ser dado a essas duas 
dimensões da vida em sociedade requer da escola e, sobretudo, do professor a capacidade de lidar com as 
múltiplas interpretações da realidade em seus aspectos culturais, políticos e econômicos, sem perder o 
horizonte de uma formação unilateral. 
COMENTÁRIO: 
Essa questão foge um pouco aos padrões de cobrança deste assunto pelas bancas de concurso em geral. Mas 
isso não é um problema para nós, pois estamos na Direção certa! Haha... 🙃 Ela trata do princípio do pluralismo 
de ideias e de concepções pedagógicas, previsto no art. 206, III da CF/88. 
Avante! 
a) O espaço escolar e o ensino nele ministrado devem contemplar em sua organização didático-científica os 
conceitos de heterogeneidade cultural, tendo em vista os vínculos entre educação e diversidade. 
Correto! O espaço escolar e o ensino devem considerar, em sua organização, conceitos relacionados à diversidade 
de culturas e saberes, pois a educação é construída diariamente na diversidade (de pessoas, opiniões, ideologias, 
culturas, etc). Essa alternativa está condizente com o princípio cobrado, portanto, é o nosso gabarito. 
b) A organização didático-pedagógica do fazer educativo nos diferentes níveis de ensino deve respeitar as ideias 
dominantes do seu tempo histórico, como elemento imprescindível para atualização do estudante. 
Errado! A organização didático-pedagógica do fazer educativo nos diferentes níveis de ensino deve respeitar o 
pluralismo de ideias e não se deter aos ideais dominantes. 
c) A pluralidade cultural e ideológica do estudante são aspectos previstos no currículo escolar. Cabe ao professor 
contribuir com a seleção do conhecimento socialmente útil utilizando para isso uma concepção pedagógica que 
melhor atenda aos objetivos da instituição de ensino. 
Errado! O professor deve contribuir com a seleção do conhecimento socialmente útil utilizando para isso uma 
concepção pedagógica plural, diversa, que melhor atenda aos interesses do educando. 
d) O pluralismo de ideias, atualmente, é fortemente marcado pela forma de organização da sociedade. As 
instituições de ensino devem considerar a estrutura do Estado e sua forma de organização, tendo em vista 
socializar com o estudante os conhecimentos que ele deverá dominar para adquirir seu pleno desenvolvimento 
e para o exercício de atividade produtiva. 
Errado! Na verdade, o pluralismo de ideias deve ser trabalhado nas instituições escolares para que o educando seja 
capaz de compreender e interagir de forma crítica com relação à forma de organização do Estado. O pluralismo de 
ideias não é limitado à forma de organização do Estado como a alternativa dá a entender, mas sim, uma ferramenta 
que deve ampliar a visão de mundo do educando, fazendo deste um sujeito ativo no meio social a que pertence. 
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e) O binômio igualdade e diversidade estão presentes no princípio em tela, o tratamento a ser dado a essas duas 
dimensões da vida em sociedade requer da escola e, sobretudo, do professor a capacidade de lidar com as 
múltiplas interpretações da realidade em seus aspectos culturais, políticos e econômicos, sem perder o 
horizonte de uma formação unilateral. 
Na traaaaave! A alternativa estava linda até a parte que se aproxima do final. O erro está em dizer que o professor 
deve ter capacidade de lidar com múltiplas interpretações da realidade, sem perder o horizonte de uma formação 
“unilateral”. “Unilateral” não! O correto seria: uma formação “plural”. 
GABARITO: alternativa “a” 
Disposições sobre as Universidades 
Não são extensas as disposições que tratam das universidades na nossa CF/88, porém são de suma 
importâncias para nós que estudamos para concurso, porque são alvo de cobrança recorrente. 
O art. 207 informa que as universidades são dotadas de autonomia e que devem observar o princípio da 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (conhecido com tripé universitário). Sobre o referido 
princípio, cabe frisar que este identifica as instituições de educação superior (IES) classificadas como universidade; 
não sendo de observância obrigatória aos centros universitários e às faculdades, embora nada impeça essas IES 
de praticarem o tripé universitário. 
Quanto à chamada autonomia universitária, precisamos saber que esta se divide em 3 (tipos). Vejamos um 
quadro esquema: 
AUTONOMIA DIDÁTICO-
CIENTÍFICA 
AUTONOMIA ADMINISTRATIVA 
AUTONOMIA DE GESTÃO 
FINANCEIRA E PATRIMONIAL 
Por meio da autonomia didático-
científica as universidades podem 
abrir e fechar cursos, bem como 
definir seus currículos. Entretanto, 
devem atentar às normativas 
emanadas do Ministério da 
Educação (como, por exemplo, as 
Resoluções do Conselho Nacional 
de Educação). 
Ressalto que a autonomia didático-
científica não isenta as 
universidades da avaliação 
externa realizada pelo Ministério 
da Educação. 
A autonomia administrativa 
permite que a universidade crie 
seus processos internos com vistas 
a viabilizar a prática de atos e de 
tomada de decisões. 
A autonomia de gestão financeira 
e patrimonial possibilita à 
universidade administrar os seus 
recursos, sejam eles financeiros 
(dinheiro repassado pelo governo) 
ou patrimoniais (fruto da aplicação 
de seus recursos financeiros). 
Além da autonomia e do tripé universitários, temos mais duas regrinhas importantes a estudar. Elas constam 
nos §§ 1.º e 2.º do art. 207. 
A primeira determina que é facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. Isso explica o número perceptível de professores universitários e pesquisadores 
estrangeirosnas universidades e institutos de pesquisa científica e tecnológica públicos. Atente para a palavra em 
destaque, não se trata de uma obrigatoriedade, mas sim, de uma faculdade a essas instituições. 
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A segunda regra informa que a autonomia e o tripé universitários, bem como a possibilidade/opção de 
contratar professores, técnicos e cientistas estrangeiros também se aplicam às instituições de pesquisa científica 
e tecnológica. Isso justifica, por exemplo, a autonomia que os Institutos Federais de Educação Profissional e 
Tecnológica possuem. 
Acerca das disposições constitucionais relativas às universidades é o que temos para o momento. Vamos 
analisar algumas questões! 🤓 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
VI - (UFMA / 2016 / UFMA / TÉCNICO ASSUNTOS EDUCACIONAIS) 
O Artigo 207 da Constituição federal de 1988, ao tratar sobre as Universidades, estabelece um importante 
fundamento que passou a ser considerado como tripé para todas as universidades brasileiras. Assinale a 
alternativa correspondente ao artigo supracitado. 
a) As Universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial 
e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 
b) Nas Universidades, o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: cumprimento das 
normas gerais da educação nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. 
c) As Universidades Públicas se constituirão com base nos princípios de autonomia financeira, extensão 
universitária, criatividade e autonomia didático-científica. 
d) As Universidades públicas e privadas terão como fundamentos os princípios de solidariedade humana, ensino 
laico, pesquisa e gestão democrática. 
e) As Universidades públicas e privadas obedecerão aos princípios de liberdade, gestão financeira e patrimonial. 
COMENTÁRIO: 
Pela literalidade do art. 207 da CF/88, é possível matar essa questão sem dificuldade. Veja o que diz o referido 
dispositivo: 
As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão 
financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, 
pesquisa e extensão. 
A partir de uma simples leitura do dispositivo, nota-se que a letra “a” está idêntica ao texto da Constituição, 
sendo, assim, o nosso gabarito. 
Quanto às demais alternativas, a banca misturou termos e conceitos. Nesse sentido, chamo a atenção para a 
letra “b”, pois esta afirma que “Nas ‘Universidades’, o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes 
condições: cumprimento das normas gerais da educação nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo 
poder público”, porém o art. 209 da CF/88 não limita seus efeitos às universidades, tratando, portanto, o ensino 
de forma ampla, inclusive considerando os demais níveis. 
GABARITO: alternativa “a” 
VII - (DEPSEC-UNIFAP / 2018 / UNIFAP / PEDAGOGO) 
A respeito da autonomia das Universidades brasileiras expressas na Constituição Federal de 1988: 
I - As universidades gozam de autonomia didático-científica e obedecerão ao princípio de indissociabilidade 
entre ensino, pesquisa e extensão. (EC n. 11/96) 
II - É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. 
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III - As universidades não poderão admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, sem autorização do 
Ministério da Educação com homologação prévia do Ministério das Relações Internacionais. 
IV - As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e 
patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (EC n. 11/96) 
As afirmações INCORRETAS estão presentes em qual das alternativas abaixo? 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV 
c) I, III e IV. 
d) I e IV. 
e) I e III. 
COMENTÁRIO: 
A questão quer que encontremos as afirmativas incorretas, então vamos analisá-las! 
I - As universidades gozam de autonomia didático-científica e obedecerão ao princípio de indissociabilidade 
entre ensino, pesquisa e extensão. (EC n. 11/96) 
Errado! A banca considerou erro na afirmativa a incompletude da mesma em relação à redação literal do dispositivo 
constitucional. Eu, particularmente, não considero essa omissão como erro, mas... de qualquer forma fica a análise. 
Entretanto, podemos dizer que esse item está errado porque expressa que o texto do dispositivo (art. 207, caput) foi 
dado pela EC 11/96. Na verdade, a EC 11/96 trouxe os parágrafos primeiro e segundo desse mesmo artigo, mas não 
o seu caput. 
II - É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. 
Correto, nos termos literais do art. 207, §1.º da CF/88 (esse sim trazido pela EC 11/1996). 
III - As universidades não poderão admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, sem autorização do 
Ministério da Educação com homologação prévia do Ministério das Relações Internacionais. 
Errado! Não há essa regra na CF/88. Portanto, vale o expresso no art. 207, § 1.º (item anterior) “É facultado às 
universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei”. 
IV - As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e 
patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (EC n. 11/96) 
Aqui a banca se complicou real! A afirmativa está literalmente de acordo com o caput do art. 207 da CF/88, porém, 
o examinador informa que a redação foi dada pela EC 11/96, o que não é verdade, como já sabemos. Todavia, a 
banca considerou essa questão correta. E agora? Rsrs... 
Gente, pela minha análise o gabarito seria a alternativa “c” (estão incorretos os itens I, III e IV), contudo, a banca 
considerou como gabarito a letra “e”, devido à falta de observação ao detalhe da informação referente à EC 11/96. 
Em questões como essa, você precisa ter muita calma para analisar qual foi a intenção do examinador. No caso em 
tela, como o item I e o item IV tratam da literalidade do mesmo dispositivo e, considerando também, que não seria 
razoável a banca nos exigir que decoremos qual a emenda constitucional que trouxe o texto, poderíamos deduzir 
que o examinador entendeu que o item IV estaria correto. 
Enfim, ressalvadas as análises, entendo que a melhor decisão aqui seria anular a questão. 
GABARITO OFICIAL DA BANCA: alternativa “e” 
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Deveres do Estado para com a Educação 
A Constituição atribui vários deveres ao Estado para com a educação. Tais deveres desdobram-se em 
verdadeiras garantias aos seus destinatários (ou seja, a nós). 
Vamos, então, elencar e comentar as garantias previstas no art. 208 da nossa Carta Magna! 🤓 
 Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. (Art. 208, I) 
 Progressiva universalização do ensino médio gratuito. (Art. 208, II) 
 Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade. (Art. 208, IV) 
Antes da promulgação da Emenda Constitucional n. 59 de 2009 (EC 59/2009), a nossa CF/88 garantia como 
obrigatório e gratuito apenas o ensino fundamental, e sem fazer referência a idades. A partir da EC 59/2009 foi 
que surgiu o texto supracitado (art. 208, I), o qual encontra-se vigente até os dias de hoje e obriga o Estado a ofertar 
educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos17 (dezessete) anos de idade. 
Precisamos estar atentos aos níveis e modalidades de ensino, e suas respectivas idades, para não cairmos 
em pegadinhas de prova quanto ao ensino obrigatório e gratuito. Vejamos o mapa abaixo: 
Abordaremos esse assunto de forma mais 
detalhada na próxima aula, na qual 
estudaremos a LDB. Então, por ora, apenas 
tecerei alguns comentários pertinentes ao 
entendimento do tema de hoje. 
Nota-se pelo mapa, que a Educação Básica, 
obrigatória e gratuita, considerando as 
idades previstas na CF/88, deve ser ofertada 
da pré-escola ao ensino médio. 
Nesse sentido, a sensação que temos é a de que a CF/88, em seu art. 208, IV, não considera a creche no 
contexto da educação obrigatória e gratuita. Porém, na prática, isso não é totalmente verdade, porque a LDB 
afirma expressamente que a educação infantil é gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade (art. 4.º, II). 
Para não restar dúvidas, raciocine assim para efeito de questões de prova: com base na CF/88, a oferta de 
creches é uma garantia ao povo e um dever do Estado (quanto à obrigatoriedade e gratuidade, nada podemos 
afirmar considerando o texto da Constituição); já com base na LDB a oferta do ensino em creches deverá ser 
gratuito, uma vez que a Lei de Diretrizes e Bases prevê que a educação infantil deverá ser gratuita (sobre a 
obrigatoriedade da oferta, da mesma forma que na CF/88, nada podemos afirmar). 
Conclusões: 
 Creches: garantia ao povo e dever do Estado. (Segundo a CF/88) 
 Creches: oferta gratuita. (Segundo a LDB) 
 Pré-Escola: oferta obrigatória e gratuita (Conforme a CF/88 e a LDB) 
 Ensino Fundamental: oferta obrigatória e gratuita (Conforme a CF/88 e a LDB) 
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 Ensino Médio: oferta obrigatória e gratuita (Conforme a CF/88 e a LDB) 
A respeito da “progressiva universalização do ensino médio gratuito” (art. 208, II), temos a dizer que, embora 
ele ainda esteja expresso na CF/88, perdeu sua aplicabilidade prática. 
Vou explicar melhor, lembre-se que antes da EC 59/2009 só era obrigatório e gratuito o ensino fundamental, 
contudo, com a edição dessa Emenda, passou a ser obrigatório e gratuito também o ensino médio, de modo que 
o referido dispositivo perdeu sua razão de existir, pois se o ensino médio tornou-se obrigatório e gratuito, o Estado 
passou a ter o dever de ofertá-lo a tod@s de imediato, e não mais progressivamente. 
Por fim, ressalto que esse dispositivo ainda poderá ser cobrado, só que em sua literalidade. Se isso acontecer, 
só aceite como verdadeiro se o comando se referir à CF/88 e o trouxer de forma literal. 
Continuemos o estudo das garantias constitucionais relativas à educação, abordando agora o caso das 
pessoas com necessidades educacionais especiais. 
 Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular 
de ensino. (Art. 208, III) 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um direito voltado às pessoas com deficiência. O que 
precisamos ter em mente (e não esquecer) é que esse direito deve ser garantido preferencialmente na rede 
regular de ensino. 
Cuidado com questões que limitem a informação dizendo que o AEE deverá ser garantido “na rede pública 
de ensino” ou “na rede privada de ensino”; o correto é: na rede regular de ensino, podendo ser instituição pública 
ou privada. Note também que a palavra é: preferencialmente! Não é exclusivamente, não é especialmente, não é 
facultativamente. 
Aprofundando um pouco! 🕵 
Outro ponto possível de se abordar sobre esse assunto é a discussão quanto aos custos para a garantir a 
inclusão dos alunos com deficiência nas escolas, principalmente nas privadas. 
Seria lícito às escolas cobrarem um valor maior das pessoas com deficiência devido ao atendimento 
especial que elas demandam? 
Essa indagação já passou por discussão em todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e há 
questões sendo cobradas sobre essa temática. 🤓📖 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência – lei 13.146/2015 – traz disposições que nos auxiliam no tratamento 
dessa problemática. Vejamos: 
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, 
incentivar, acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o 
aprendizado ao longo de toda a vida. 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de 
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços 
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e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão 
plena. 
[...] 
§ 1.º [...] vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas 
mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações. 
Como se pode notar pelo texto do Estatuto da Pessoa com Deficiência, é vedada a cobrança de quaisquer 
valores adicionais (inclusive taxas) pelas instituições de ensino aos alunos deficientes. Não obstante, é possível 
que as instituições, para conseguir arcar com os custos da estrutura necessária para atender os alunos 
deficientes, aumentem suas mensalidades; só que essa medida deverá alcançar a todos os alunos da escola 
e não apenas a clientela deficiente. 
Acrescente-se que a Lei em comento foi alvo de controle de constitucionalidade pelo STF, por meio da 
ADI 5357, e o resultado foi o posicionamento pela validade constitucional dos dispositivos questionados: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LEI 
13.146/2015. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. ENSINO INCLUSIVO. 
CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA. INDEFERIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR. 
CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 13.146/2015 (arts. 28, § 1º e 30, caput, da Lei nº 
13.146/2015) 
Agora, vejamos os demais incisos do art. 208. 
 Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de 
cada um. (Art. 208, V) 
 Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando. (Art. 208, VI) 
 Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de 1material didático-escolar, 2transporte, 3alimentação e 4assistência à saúde. (Art. 
208, VII) 
Esses dispositivos não apresentam tantos detalhes que possam nos atrapalhar numa eventual questão de 
prova, mas vejamos o que pode ser cobrado. 
No tocante aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, precisamos lembrar que o 
acesso a esses níveis perpassa pela meritocracia; em outras palavras, depende da capacidade de cada um. Pense 
comigo, será que todas as pessoas podem ter acesso a um curso de doutorado no momento em que tiverem 
interesse? Certamente não! O acesso a esse patamar acadêmico é bastante restrito, pois existem poucas vagas, 
as quais são disputadas em concorridos processos seletivos. 
A oferta de ensino noturno deverá ser regular (semelhante à oferta do diurno), porém adequada às 
condições do educando. Chamo a atenção aqui para pegadinhas do tipo: “oferta de ensino noturno regular, 
adequado às condições da instituição de ensino”. Isso está errado! A adequação deve ser ao educando! 
O atendimento por meio de programas suplementares deve ocorrer em todas as etapas da educação 
básica. Muitas questões tentarão te induzir ao erro limitando esse atendimento ao “ensino fundamental” ou a 
“algumas etapas da educação básica”. Além disso, atenção às áreas que serão atendidas pelos programas 
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suplementares: 1) material didático-escolar; 2) transporte; 3) alimentação e 4) assistência à saúde. As bancas 
geralmente acrescentam outras áreas para confundir os candidatos, como por exemplo: educação física, esportes, 
educação artística. 
Para finalizar esse tópico é importante saber que: 
 O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. (Art. 208, § 1.º) 
 O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente. (Art. 208, § 2.º) 
 Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e 
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. (Art. 208, § 3.º) 
O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo (não objetivo). Direito Subjetivo é o 
instituto que coloca o seu titular em posição de poder exercer determinadas faculdades jurídicas atribuídas pela 
norma. Em outras palavras, trata-se da capacidade de exercer o direito previsto em lei. 
A autoridade competente (do Poder Público) será responsabilizada tanto pelo não-oferecimento quanto 
pela oferta irregular do ensino obrigatório. 
O recenseamento dos educandos do ensino fundamental (fixe nos termos da CF/88) compete ao Poder 
Público (conhecido como senso escolar). Ademais, o Poder Público também deverá zelar pela frequência desses 
alunos à escola; todavia, nesse caso, juntamente com os pais ou responsáveis. 
Pronto! Agora vamos analisar algumas questões. 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
VIII - (VUNESP / 2014 / PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP / PROFESSOR II - EDUCAÇÃO FÍSICA) 
Em conformidade com a Constituição Federal, art. 208, o dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de 
a) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 7 (sete) anos de idade. 
b) ensino profissional obrigatório e gratuito aos jovens que concluíram ou estão cursando o ensino médio. 
c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino. 
d) oferta de ensino noturno supletivo aos adolescentes com mais de 14 (catorze) anos que estejam trabalhando 
na condição de aprendiz. 
e) progressiva universalização do ensino superior nas faculdades e universidades mantidas pelo Poder Público. 
COMENTÁRIO: 
Questão relativamente tranquila! Para acertamos basta termos conhecimento sobre o art. 208 da CF/88. Vamos 
à análise item a item. 
a) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 7 (sete) anos de idade. 
Errada! O correto seria: “educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade”. (art. 
208, IV) 
b) ensino profissional obrigatório e gratuito aos jovens que concluíram ou estão cursando o ensino médio. 
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Errada! O ensino profissional não possui caráter obrigatório, embora possua previsão legal. Falaremos da educação 
profissional nas próximas aulas (mais precisamente nas aulas sobre LDB). 
c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino. 
Correta, nos termos do art. 208, III da CF/88. 
d) oferta de ensino noturno supletivo aos adolescentes com mais de 14 (catorze) anos que estejam trabalhando 
na condição de aprendiz. 
Errada! O ensino noturno será regular (e não supletivo) e adequado às condições do educando (art. 208, VI da CF/88). 
Veremos mais disposições sobre a educação de jovens e adultos quando formos estudar a LDB (a partir da próxima 
aula). 
e) progressiva universalização do ensino superior nas faculdades e universidades mantidas pelo Poder Público. 
Errada! O art. 208, inciso II, determina a progressiva universalização do ensino médio gratuito. Já sabemos que 
esse dispositivo perdeu sua eficácia devido às alterações na legislação educacional. Porém, para efeito de questão 
literal, ainda temos que considerá-lo. 
GABARITO: alternativa “c” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
IX - (CETRO / 2013 / PREFEITURA DE ARARAQUARA-SP / PROFESSOR - EDUCAÇÃO INFANTIL) 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 208, o dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de 
a) educação básica obrigatória e gratuita dos 7 aos 18 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita 
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. 
b) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, obrigatoriamente na rede municipal 
de ensino. 
c) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 6 anos de idade. 
d) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando. 
e) atendimento ao educando, em determinadas etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de esportes e educação artística. 
COMENTÁRIO: 
Mais uma questão que cobra garantias relacionadas à educação. À análise! 😀 
a) educação básica obrigatória e gratuita dos 7 aos 18 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita 
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. 
Errada! A educação básica é obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos (art. 208, I). 
b) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, obrigatoriamente na rede municipal 
de ensino. 
Errada! O correto seria preferencialmente na rede regular de ensino. (Art. 208, III) 
c) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 6 anos de idade. 
Errada! “Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade”. (Art. 208, IV) 
d) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando. 
Correta! Nos termos do art. 208, VI. 
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e) atendimento ao educando, em determinadas etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de esportes e educação artística. 
Errada! A correção dessa alternativa encontra-se no art. 208, VII: 
Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de 
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde. 
GABARITO: alternativa “d” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
X - (CETRO / 2014 / IF-PR / PEDAGOGO) 
Segundo o artigo 208 da Constituição Federal de 1988, o dever do Estado com a Educação será efetivado 
mediante a garantia, entre outras, de 
I. progressiva universalização do ensino médio pago. 
II. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educador. 
III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino. 
É correto o que está contido em 
a) III, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II, apenas. 
e) I, II e III. 
COMENTÁRIO: 
A questão pede a alternativa correta, então vamos à análise! 
I. progressiva universalização do ensino médio pago. 
Errado! O certo seria “progressiva universalização do ensino médio gratuito”. (Art. 208, II) 
II. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educador. 
Errado! Correção: “oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando” [cuidado com as leituras 
desatentas! Isso pode nos fazer perder uma questão fácil]. (Art. 208, VI) 
III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino. 
Correto, nos termos do art. 208, III. 
Após a análise dos itens, só nos resta marcar a letra “a”. 
GABARITO: alternativa “a” 
Liberdade do Ensino à Iniciativa Privada 
O art. 209 da CF/88 garante àiniciativa privada a possibilidade de trabalhar com o ensino. Entretanto, não 
se trata de uma liberdade absoluta, há de se atender a alguns requisitos. São eles: 
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 Cumprimento das normas gerais da educação nacional: refere-se à CF/88, às leis, às resoluções de órgãos 
do MEC e a outras normativas de caráter geral que versem sobre educação, às quais as instituições de 
ensino privadas não poderão deixar de observar. 
 Autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público: as instituições privadas que queiram trabalhar 
com o ensino devem solicitar autorização, bem como serem submetidas à avaliação dos órgãos de 
educação, como o MEC e as secretarias estaduais e municipais de educação. 
Vejamos algumas questões que foram cobradas sobre esse tema. 🤓 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
XI - (CESPE / 2017 / SEDF / CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 36 E 37) 
À luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), julgue o 
item que se segue. 
A CF dispõe que a oferta de ensino pela iniciativa privada é livre e independente do poder público, devendo ser 
tão somente autorizada pelo órgão da classe patronal pertinente a essa atividade econômica. 
COMENTÁRIO: 
É correto afirmar que é livre a oferta do ensino pela iniciativa privada, porém ela depende do atendimento de 
algumas condições, que são: cumprimento das normas gerais da educação nacional; e autorização e avaliação 
de qualidade pelo poder público. Note que não há exigência de autorização do órgão da classe patronal 
pertinente a essa atividade econômica. Questão errada, portanto. 
GABARITO: questão “errada” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
XII - (CESPE / 2013 / MPU / ANALISTA - EDUCAÇÃO) 
Julgue o próximo item com relação às bases legais da educação nacional: Constituição Federal (CF), Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). 
A CF estabelece que o ensino seja livre à iniciativa privada, desde que atendidas as seguintes condições: 
cumprimento das normas gerais da educação nacional; e autorização e avaliação de qualidade pelo poder 
público. 
COMENTÁRIO: 
Questão correta, nos termos da CF/88: 
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: 
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
GABARITO: questão “certa” 
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Formação Básica Comum no Ensino Fundamental 
A Constituição, em seu art. 210, determina que serão fixados conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental2, com o intuito de proporcionar uma formação básica comum. Ademais, este dispositivo visa 
assegurar também o respeito aos valores: 
 
 
 
 
Várias questões acrescentam outros termos, referindo-se equivocadamente a esses valores, como por 
exemplo: estéticos, estilísticos, internacionais. Não caiam nessa armadilha! 
É evidenciado no § 1.º do mesmo artigo que o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. Nesse sentido, tais escolas deverão 
obrigatoriamente ofertar o ensino religioso em horário regular (não podendo ser ministrado no contraturno, por 
exemplo). Com relação à matrícula, esta será facultativa, vale dizer, os alunos não serão obrigados se matricular.3 
Conclusão: 
 Oferta: obrigatória pela escola 
 Matrícula: facultativa para o aluno 
Fechando esse tópico, destaco o art. 210, § 2.º, o qual expressa que o ensino fundamental regular será 
ministrado em língua portuguesa, e que serão asseguradas às comunidades indígenas também a utilização de 
suas línguas maternas e de processos próprios de aprendizagem. 
Como de praxe, vamos à análise de algumas questões. 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
XIII - (VUNESP / 2014 / PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP / PROFESSOR I) 
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (art. 210), os conteúdos mínimos estabelecidos para o ensino 
fundamental devem assegurar ao aluno uma formação básica comum e respeito aos valores 
a) culturais e sociais, nacionais e internacionais. 
b) sociais e políticos, nacionais e regionais. 
c) culturais e sociais, nacionais e regionais. 
d) culturais e artísticos, nacionais e internacionais. 
e) culturais e artísticos, nacionais e regionais. 
 
2 Cuidado com a mudança desse termo em questões de prova. É muito comum as bancas substituírem por educação básica 
ou mesmo ensino médio. 
3 Na próxima aula, na qual falaremos da LDB, detalharemos mais sobre a oferta do ensino religioso. 
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COMENTÁRIO: 
Para resolver essa questão basta conhecer o caput do art. 210 da CF/88: 
Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar 
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e 
regionais. 
GABARITO: alternativa “e” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
XIV - (IBFC / 2015 / SEE-MG / PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA - ENSINO RELIGIOSO) 
O Ensino Religioso, na Constituição de 1988 no seu art. 210, volta ao âmbito da responsabilidade do Estado, de 
onde havia se apartado, desde 1889. Sobre a legitimação constitucional do ensino religioso, assinale a 
alternativa correta: 
a) São vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
b) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas 
de ensino fundamental. 
c) Trata-se de um dispositivo vinculante. Logo, não se trata de um princípio nacional e não chega a abranger o 
conjunto dos sistemas e suas respectivas redes públicas e privadas. 
d) A Constituição Federal de 1988, afirma que as entidades religiosas se responsabilizarão pela elaboração do 
respectivo programa de ensino. 
COMENTÁRIO: 
A maior parte das informações para resolver essa questão estão no art. 210, § 1.º. Façamos uma análise de cada 
alternativa. 
a) São vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
Exatamente! Conforme veremos na LDB, são vedadas quaisquer formas de proselitismo. A pergunta que você, car@ 
amig@, pode ter feito, é: o que é proselitismo? Então respondo, proselitismo pode ser definido como esforço para 
converter alguém a determinada religião, doutrina, etc. Pelo fato de o Brasil não possuir religião oficial (ou seja, ser 
laico), não será admitida qualquer forma de proselitismo. Apesar e ainda não termos visto a LDB, você verá que 
seria possível acertar essa questão por eliminação. 
b) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas 
de ensino fundamental. 
Errada! A alternativa erra ao afirmar que o ensino religioso é de matrícula obrigatória. Na verdade, a matrícula é 
facultativa. 
c) Trata-se de um dispositivo vinculante. Logo, não se trata de um princípio nacional e não chega a abranger o 
conjunto dos sistemas e suas respectivas redes públicas e privadas. 
Errada! Embora a Constituição afirme que a matrícula no ensino religioso possui caráter facultativo, a oferta pelos 
sistemas de ensino, rede pública e privada, é obrigatória. 
d) A Constituição Federal de 1988, afirma que as entidades religiosas se responsabilizarão pela elaboração do 
respectivo programa de ensino. 
Errada! Não há essa previsão na Constituição Federal. 
GABARITO: alternativa “a”Prof. Hélcio Cardoso 
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Atuação dos Entes em Regime de Colaboração 
Em termos educacionais, mais precisamente no que se refere aos sistemas de ensino, os entes federativos 
se organizam em regime de colaboração. Isso ocorre devido ao comando constitucional do art. 211. Vejamos: 
A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão em regime de 
colaboração seus sistemas de ensino. 
Nessa organização a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios definirão formas de colaboração, 
com vistas a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino obrigatório; vale dizer, da 
educação básica dos 4 aos 17 anos. (Art. 211, § 4.º) 
Frise-se também que a educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular (art. 211, § 
5.º) e que os entes federativos (União, estados, municípios e Distrito Federal) exercerão ação redistributiva em 
relação a suas escolas (art. 211, § 6.º). Reforço a recomendação de que você preste muita atenção para não cair 
em pegadinhas nas quais as bancas utilizarão a palavra “exclusivamente” ou outras similares. 
Na colaboração entre os entes, cada um terá o seu papel, conforme verificaremos a seguir: 
UNIÃO 
(Art. 211, § 1.º) 
 Organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios; 
 Financiará as instituições de ensino públicas federais; 
 Exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva; 
 Garantirá a equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de 
qualidade do ensino; 
 Prestará, em matéria educacional, assistência técnica e financeira aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios. 
ESTADOS E 
DISTRITO FEDERAL 
(Art. 211, § 3.º) 
 Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
MUNICÍPIOS 
(Art. 211, § 2.º) 
 Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. 
O padrão mínimo de qualidade a que se refere o § 1.º do art. 211 considerará as condições adequadas de 
oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na forma 
disposta em lei complementar, observando o parágrafo único do art. 23 da CF/88, que trata da cooperação entre 
a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
estar em âmbito nacional. (Art. 211, § 7.º) 
De posse dessas informações, vamos à análise de algumas questões. Avante! 
QUESTÕES PARA ANÁLISE 
 XV - (VUNESP / 2015 / PREFEITURA DE SUZANO-SP / AUXILIAR DE ATIVIDADES ESCOLARES) 
Conforme o art. 211 da Constituição da República Federativa do Brasil, a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios organizarão, em regime de colaboração, seus sistemas de ensino, sendo que 
a) os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
b) os Estados e o Distrito Federal atuarão exclusivamente no ensino fundamental e médio. 
c) os Municípios atuarão de modo a assegurar a universalização do ensino médio. 
d) os Estados atuarão de modo a assegurar a universalização da educação básica. 
e) os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente na educação infantil e no ensino fundamental. 
COMENTÁRIO: 
Essa questão cobra conhecimentos do art. 211 e seus parágrafos. Vamos solucionar item a item. 
a) os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. 
Correta, literalmente nos termos do art. 211, § 2.º. 
b) os Estados e o Distrito Federal atuarão exclusivamente no ensino fundamental e médio. 
Errada! Conforme art. 211, § 3.º: os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e 
médio. Sempre tome muito cuidado com palavras de sentido absoluto, o termo exclusivamente é muito utilizado 
pelas bancas como pegadinha. Portanto, todo cuidado é pouco! 
c) os Municípios atuarão de modo a assegurar a universalização do ensino médio. 
Errada! A banca tentou nos confundir nessa questão, mas o art. 211, § 4.º traz a informação correta: 
Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do 
ensino obrigatório. 
d) os Estados atuarão de modo a assegurar a universalização da educação básica. 
Errada, com fundamento no mesmo dispositivo da alternativa anterior, art. 211, § 4.º. Lembre-se que o ensino 
obrigatório vai dos 4 aos 17 anos, ou seja, não contempla toda a educação básica, pois esta vai de 0 (zero), em 
creches, até os 17 (dezessete) anos. 
e) os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente na educação infantil e no ensino fundamental. 
Errada! Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Art. 211, § 3.º) 
GABARITO: alternativa “a” 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
XVI - (UFMT / 2015 / IF-MT / PROFESSOR - EDUCAÇÃO FÍSICA) 
O Regime de Colaboração foi estabelecido no Artigo 211 da Constituição Federal Brasileira. Em matéria 
educacional, a responsabilidade de exercer função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de 
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino, mediante assistência técnica e financeira 
aos entes federados, cabe: 
a) aos Estados. 
b) à União. 
c) aos Municípios. 
d) ao setor privado. 
COMENTÁRIO: 
Trata-se de papel da União. A base para responder essa questão está no art. 211, § 1.º: 
A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as 
instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função 
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades 
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Legislação Educacional e Conhecimentos Pedagógicos (CURSO REGULAR) 
educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência 
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. 
GABARITO: alternativa “b” 
 
Aplicação de Recursos Públicos em Educação 
Quando falamos em aplicação de recursos públicos em educação, naturalmente pensamos em 
investimentos no sistema educacional público, o que está correto! Nos termos do art. 213, os recursos públicos 
serão destinados às escolas públicas; entretanto, podem também ser destinados a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que cumpram determinados requisitos, quais sejam: 
 Comprovação de finalidade não-lucrativa e aplicação de seus excedentes financeiros em educação. (Art. 
213, I) 
 Garantia de destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao 
Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. (Art. 213, II) 
 
Perceba que não basta ser escola comunitária, confessional ou filantrópica; para receber recursos públicos, 
a instituição precisa também atender cumulativamente aos requisitos expressos no quadro acima. 
Os recursos públicos também poderão ser destinados ao pagamento de bolsas de estudo para o ensino 
fundamental e médio, na forma da lei, para os alunos que demonstrarem insuficiência de recursos. Isso será 
possível apenas quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência 
do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. 
(Art. 213, § 1.º) 
Cabe ressaltar, outrossim, que as atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação 
realizadas por universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio 
financeiro

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