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Prévia do material em texto

DAVID DOS SANTOS CALDAS 
LORENA DE MELO ZAGO 
 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Selo AQUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
2017 
DAVID DOS SANTOS CALDAS 
LORENA DE MELO ZAGO 
 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Selo AQUA 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para 
obtenção do título de graduação em 
Engenharia Civil, apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
 Orientador: Prof. MSc. Ly Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
2017 
DAVID DOS SANTOS CALDAS 
LORENA DE MELO ZAGO 
 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Selo AQUA 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para 
obtenção do título de graduação em 
Engenharia Civil, apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
 Orientador: Prof. MSc. Ly Freitas 
 
 
 
Aprovado em: 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista - UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este estudo a Deus por ter me guiado em todo 
este curso e permitido que eu o concluísse. Obrigado 
Senhor! 
 David 
 
 
 
 
 
A Deus dedico este trabalho, por ser extremamente 
paciente e piedoso comigo... 
Aos meus pais que foram companheiros em todas as 
horas! 
 Lorena 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Agradeço primeiramente ao Prof. Dr. Ly Freitas pelas orientações e palavras 
de ânimo durante todo este processo da elaboração deste trabalho. 
 A minhas filhas pela compreensão, paciência e coragem que me deram 
nessa caminhada. 
E, a todos meus familiares que, mesmo distantes, me apoiaram o tempo todo. 
Agradeço a colega Lorena por partilhar este trabalho comigo. 
 David 
 
 
 
 
 
 
 
 Ao Prof. Dr. Ly Freitas, me orientou em todas as etapas deste trabalho. 
 A minha família, pela confiança e motivação. 
 Ao meu esposo pelo incentivo aos meus estudos. 
 Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada. 
 Ao professor coordenador de TCC que sempre me incentivou a estudar mais 
para dar maior qualidade à minha monografia. 
 Lorena 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“As cidades também refletem os danos 
ambientais causados pela civilização 
moderna; entretanto, os especialistas e os 
formuladores de políticas reconhecem 
cada vez mais o valor potencial das 
cidades para a sustentabilidade a longo 
prazo. Mesmo que as cidades gerem 
problemas ambientais, elas também 
contêm as soluções. Os benefícios 
potenciais da urbanização compensam 
amplamente suas desvantagens.” Fundo 
de População das Nações Unidas 
(UNFPA), 2007. 
RESUMO 
 
 
Este estudo tem por objetivo geral analisar a Sustentabilidade na Construção Civil: 
Selo AQUA e, como objetivos específicos Apresentar os conceitos, origem e 
histórico relacionados à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável; 
Identificar a sustentabilidade na construção civil, com suas vantagens e 
desvantagens, indicando o que pode ser feito para minimizar os efeitos causados ao 
meio ambiente; e, Apresentar o Selo AQUA como elemento importante na 
construção civil. A sustentabilidade aplicada à construção civil é um tema de 
extrema importância atual, já que a indústria da construção, uma das indústrias em 
constante ascensão causa grande impacto ambiental ao longo de sua cadeia 
produtiva. Pode-se citar como práticas correntes que agravam tal impacto: extração 
de matérias primas diretamente da natureza, produção e transporte de materiais, 
construção de edifícios e consequente ocupação de terras, geração de grande 
quantidade de resíduos sólidos, entre outros. O processo Selo AQUA visa garantir a 
qualidade ambiental de um empreendimento novo de construção ou reabilitação 
utilizando-se de auditorias independentes. A Construção Civil no Brasil é 
reconhecida como uma das atividades mais importante para o desenvolvimento 
econômico e social do país, e por outro lado, é uma das maiores vilãs para o 
ecossistema, sendo uma grande geradora de impactos ambientais, seja pelo 
consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de 
resíduos. A metodologia utilizada neste trabalho partiu para a elaboração do assunto 
em questão com consulta a livros, revistas eletrônicas, artigos, monografias e sites 
referentes ao tema abordado, sendo realizada uma pesquisa bibliográfica. Conclui-
se que a sociedade como um todo deve impor regras ao crescimento, à exploração 
e à distribuição dos recursos a fim de garantir as condições de vida no planeta. 
 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade. Desenvolvimento sustentável. Construção Civil. 
Selo AQUA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study has as general objective to analyze Sustainability in Civil Construction: 
AQUA Seal and, as specific objectives To present the concepts, origin and history 
related to sustainability and sustainable development; Identify sustainability in 
construction, with its advantages and disadvantages, indicating what can be done to 
minimize the effects caused to the environment; and, Presenting the AQUA Seal as 
an important element in civil construction. Sustainability applied to civil construction is 
a topic of extreme importance today, as the construction industry; one of the 
industries in constant rise has a great environmental impact along its productive 
chain. It can be mentioned as current practices that exacerbate this impact: 
extraction of raw materials directly from nature, production and transportation of 
materials, construction of buildings and consequent occupation of land, generation of 
large amount of solid waste, among others. Selo AQUA aims to guarantee the 
environmental quality of a new construction or rehabilitation project using 
independent audits. Civil Construction in Brazil is recognized as one of the most 
important activities for the economic and social development of the country, and on 
the other hand, it is one of the greatest villains for the ecosystem, being a great 
generator of environmental impacts, either by the consumption of natural resources, 
by the modification of the landscape or by the generation of waste. The methodology 
used in this work started with the elaboration of the subject in question with reference 
to books, electronic journals, articles, monographs and sites referring to the topic 
addressed, and a bibliographical research was carried out. It is concluded that 
society as a whole should impose rules on the growth, exploitation and distribution of 
resources in order to guarantee living conditions on the planet. 
 
Keywords: Sustainability. Sustainable development. Construction. AQUA seal. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Aspectos relevantes do Sistema de Gestão do Empreendimento ............. 39 
Figura 2 - Categorias do Processo AQUA ................................................................. 40 
Figura 3 - Benefícios do Processo AQUA ................................................................. 42 
Figura 4- Categorias de avaliação ............................................................................. 43 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 
1.1 Problema de Pesquisa.......................................................................................12 
1.2 Objetivos.............................................................................................................12 
1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................12 
1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................12 
1.3 Justificativa.........................................................................................................13 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14 
2.1 Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável ......................................... 14 
2.1.1 Sustentabilidade ............................................................................................... 14 
2.1.1.1 Conceitos ...................................................................................................... 14 
2.1.2 Desenvolvimento Sustentável .......................................................................... 17 
2.1.2.1 Conceitos ...................................................................................................... 17 
2.1.2.2 Histórico ........................................................................................................ 19 
2.2 Sustentabilidade na Construção Civil ............................................................. 23 
2.3 Selo AQUA ......................................................................................................... 33 
2.3.1 Fundação Vanzolini .......................................................................................... 35 
2.3.2 Certificação AQUA ........................................................................................... 36 
2.3.3 Selo AQUA ....................................................................................................... 41 
2.3.4 Vantagens, benefícios e importância do Selo AQUA ....................................... 44 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 46 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde as civilizações mais antigas, a construção civil sempre existiu. Ao 
perpassar a história do mundo constata-se que a finalidade da construção civil 
sempre foi atender as necessidades básicas e imediatas do homem, sem 
preocupação com a técnica aprimorada, em um primeiro momento. 
A construção civil desenvolve atividades que buscam melhorar as condições 
de vida do ser humano em sociedade, procurando atender suas necessidades 
básicas e imediatas sem a preocupação com a degradação ambiental. Diante destas 
constatações, as consequências devido aos erros e hábitos predatórios ao meio 
ambiente de gerações passadas são sentidas por todas as nações. 
 No Brasil e no mundo são vivenciadas a cada dia questões como 
aquecimento global, desertificação e degelo polar, excesso de resíduos sólidos, 
escassez de recursos naturais, enchentes e poluição do solo, da água e do ar. É 
importante que toda a sociedade de todas as nações, frente a este cenário comece 
a pensar e direcionar as construções civis para que se tornem sustentáveis e que 
sejam capazes de minimizar estes impactos ao meio ambiente. 
A conceituação de sustentabilidade na construção civil varia de acordo com a 
posição em que se encontra o etimologista. Na literatura vigente encontram-se 
vários autores que a conceituam emprestando-lhe um enfoque pessoal concomitante 
à área que lhe é familiar: o ecologista, o biólogo, o engenheiro e até o leigo. Este, no 
entanto, consciente de sua responsabilidade e inserção no meio em que vive. 
Na década de 1980, iniciou-se o debate sobre o tema da sustentabilidade 
com o Relatório de Brundtland (1987). Segundo definição geral deste relatório, 
sustentabilidade consistia em “suprir as necessidades da geração presente sem 
afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Desta forma, surgiram 
pesquisas e estudos em todo o mundo que levariam a tópicos relevantes para que 
se tenha uma construção sustentável nos paramentos vigentes quanto às questões 
ambientais. 
Diante de estudos e pesquisas analisadas se fez necessário a reflexão acerca 
da abrangência dos conceitos de sustentabilidade e, principalmente a possibilidade 
de alterar os parâmetros vigentes para que se possam obter construções com base 
cada vez mais sustentáveis. 
11 
 
 
Ao desenvolvimento sustentável, o homem tem direito de tal forma que 
responda equitativamente às necessidades ambientais e de desenvolvimento das 
gerações presentes. Este é o denominado Princípio do Desenvolvimento 
Sustentável, encontrado no caput do art. 225, da Constituição Federal de 1988, no 
Brasil, no trecho que diz: "[...] preservá-lo para as presentes e futuras gerações", e 
definido como aquele que "atende às necessidades do presente, sem comprometer 
a capacidade das futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades", 
conceito dado pela Comissão Mundial sobre meio ambiente, em 1972. 
O homem, diferencialmente dos demais seres vivos, pode ser qualificado por 
possuir inúmeras características. Uma delas é o dinamismo de produzir e 
transformar continuamente suas técnicas por meio de aperfeiçoamento e estudo 
contínuo dos resultados. Houve necessidade e exigência de qualificação de técnicas 
mais apropriadas e vantajosas voltadas à construção de edifícios cada vez mais 
sustentáveis, com o crescimento e avanço da constituição das cidades, devido a 
vários fatores surgidos ao longo do tempo. 
Na sociedade contemporânea tornou-se urgente que as características 
técnicas que propiciem a execução de um edifício ecologicamente correto fossem 
identificadas. Podem ser citadas, entre várias outras características para atender às 
exigências do mercado, no mundo moderno, o condicionamento do ar, 
posicionamento de fachada em relação ao nascente/poente do sol, destinação de 
resíduos sólidos, reuso de água, entre outros. 
Outro ponto a ser observado se faz necessário na construção civil que se 
trata de uma profunda reflexão das principais causas de um estudo preliminar 
inadequado ou apressado da fase inicial do projeto, tais como: falta de observação 
da orientação magnética, análise incoerente quanto ao correto uso da edificação, 
preocupação somente com questões financeiras construtivas sem projeção de 
custos de manutenção da edificação, entre outras. 
Para responder ao desafio da construção civil, este setor tem possíveis 
alternativas que conciliam a atividade do mesmo, importante para o desenvolvimento 
do país, com práticas sustentáveis, conscientes e menos agressivas à natureza. 
Para ajudar na busca dessas novas práticas surgiu o uso de certificações. Entre os 
sistemas de certificação ambiental utilizados no Brasil podem se destacar: o 
processo Alta Qualidade Ambiental (AQUA), sistema de certificação de 
12 
 
empreendimentos sustentáveis brasileiro, sendo este uma adaptação do já existente 
sistema francês, Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) desenvolvido em 
2002. 
O Selo AQUA foi reformulado às particularidades do Brasil pela Fundação 
Vanzolini e por especialistas do Departamento de Construção Civil da Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo, em 2009; Com o aumento da demanda 
pela consciência ambiental na construção civil, a utilização de certificações vem se 
mostrando mais evidente nos últimos anos, no mundo e no Brasil. Das 10 principais 
certificações existentes no país, O LEED e o AQUA são as que se diferem em 
alguns aspectos. No entanto, este estudo procura mostrar do que se trata a 
certificação do Selo AQUA no Brasil, na construção civil. 
 
1.1 Problema de PesquisaDiante do exposto, questiona-se: Há necessidade de sustentabilidade na 
construção civil para que a empresa consiga o Selo AQUA? 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo Geral: 
 
Analisar a Sustentabilidade na Construção Civil no que se refere ao Selo 
AQUA. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos: 
 
 Apresentar os conceitos, origem e histórico relacionados à 
sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável; 
 Identificar a sustentabilidade na construção civil, suas vantagens e 
desvantagens, indicando o que pode ser feito para minimizar os efeitos 
causados ao meio ambiente; 
 Apresentar o Selo AQUA como elemento importante na construção civil. 
 
 
13 
 
1.3 Justificativa 
 
O que justifica este trabalho é a responsabilidade social e coletiva de todos 
preservarem o maior patrimônio do planeta o “meio ambiente”, e é preciso proteger, 
normatizar e legalizar leis que possuam política de preservação e que haja 
fiscalização por parte dos órgãos competentes para que os seres humanos possuam 
consciência ambiental no planeta. 
Os cidadãos necessitam exercer seus papéis, defender e iniciar o processo 
de conscientização para que as riquezas naturais perdurem por longas gerações. 
A metodologia utilizada neste trabalho partiu para a elaboração do assunto 
em questão com consulta a livros, revistas eletrônicas, artigos, monografias e sites 
referentes ao tema abordado, sendo realizada uma pesquisa bibliográfica. 
A presente monografia está estruturada em cinco capítulos, contando com as 
considerações iniciais e finais, além de três capítulos no corpo do trabalho. O 
primeiro capitulo esboça as considerações iniciais sobre a pesquisa trazendo seus 
objetivos, justificativa e a questão problematizadora do estudo. 
No segundo capítulo são apresentados conceitos e origem da 
sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável no que se refere aos seus 
conceitos e histórico, em seu aspecto mais amplo, no Brasil e no mundo. 
O terceiro capítulo trás, após uma breve introdução, o histórico sobre a 
Sustentabilidade na Construção Civil no Brasil. Este capítulo mostra como começou 
a preocupação ambiental, explicando os vários encontros internacionais realizados 
sobre o tema. Também faz uma descrição sobre os conceitos de Sustentabilidade e 
a aplicabilidade destes dentro da Construção Civil. 
No quarto capítulo, o tema abordado é o Selo AQUA. Conceitos e explicações 
acerca deste selo, sua metodologia e suas aplicações na Construção Civil. 
O quinto e último capitulo, trata-se das considerações finais do que foi 
apresentado durante toda a explanação do trabalho, sendo que ainda há as 
referências bibliográficas e as eletrônicas. 
 
 
14 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável 
2.1.1 Sustentabilidade 
2.1.1.1 Conceitos 
 
A História da Humanidade tem mostrado que existe um desencadeamento de 
fatos contribuintes e agravantes da degradação ambiental que é vivenciada pela 
população mundial de maneira globalizante, que vão desde o advento do 
desenvolvimento das atividades agrícolas, passando pela Revolução Industrial, até 
culminar no atual modo de vida capitalista (AGOPYAN; JOHN, 2011). Portanto, não 
é um fenômeno recente o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente 
no mundo. 
As discussões sobre o tema sustentabilidade, que não é novo, ocorrem sobre 
sua aplicabilidade já há algum tempo. Portanto, serão apresentados, neste tópico, os 
conceitos gerais de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e o enfoque 
destes na Construção Civil. 
Pela aplicação sistemática de conhecimentos científicos, o modelo atual de 
crescimento econômico vem sendo impulsionado a cada dia mais, tendo melhorado 
a qualidade de vida do homem no planeta Terra. Entretanto, o que tem sido 
verificado é que este crescimento continuado de consumo de bens cresceu seis 
vezes em 250 anos, indicando o prenúncio de uma crise social e ambiental 
(AGOPYAN; JOHN, 2011). 
Diversos obstáculos na relação entre o homem e o ambiente natural 
aparecem nesse modelo, em virtude de fatores como: 
o alto crescimento populacional; a desigualdade de ingressos onde uma 
grande parcela da população tem elevados índices de pobreza; a falta de 
planejamento das cidades; a frequência e intensidade crescente dos 
desastres naturais; e o consumo exacerbado da terra e a exploração não 
planejada das florestas (CHAVES, 2014, p.5). 
 
Questões como a Sustentabilidade, no Brasil, em que a preservação de suas 
florestas, principalmente a Amazônia, é um aspecto central, parecem unicamente 
uma questão florestal, o que pouco se assimila ao ambiente brasileiro urbano do dia-
15 
 
a-dia. Poucos cidadãos notam que atitudes cotidianas como consumo moderado, 
economia de energia e seleção de fornecedores de bens de consumo são 
importantes para a sustentabilidade global, ainda hoje (AGOPYAN; JOHN, 2011). 
Sustentabilidade é um termo utilizado pela sociedade contemporânea, e 
embora seja muito usada esta palavra em várias áreas do conhecimento, pouco se 
conhece e coloca em prática seu significado. Araújo (2013, p.1) coloca que “a 
sustentabilidade nada mais é do a utilização racional de recursos naturais para 
satisfazer as necessidades atuais, sem que esse recurso comprometa as futuras 
gerações”. 
Sustentabilidade é a palavra da moda, atualmente. Em todos os setores, seja 
no meio ambiente, na economia, na educação ou na administração pública, todo 
mundo cita o termo sustentabilidade. Teoricamente o termo “sustentável” tem origem 
do Latim: “sustentare”, que significa sustentar, favorecer e conservar. 
 
Na vida moderna, todos os setores da economia dependem de um fluxo 
constante de materiais, em um ciclo que começa na extração de matérias-
primas naturais, e segue em sucessivas etapas de transformações 
industriais, transporte, montagem, manutenção e desmontagem final. 
(AGOPYAN; JOHN, 2011, p.74). 
 
A forma de promover uma busca de maior igualdade social dá-se o nome de 
sustentabilidade. A sustentabilidade não é mais do que valorização dos aspectos 
culturais, maior eficiência econômica e um menor impacto ambiental, nas soluções 
adotadas nas fases de projeto, construção, utilização, reutilização e reciclagem da 
edificação. Portanto, a sustentabilidade visa à distribuição equitativa da matéria-
prima, procurando garantir a competitividade do homem e das cidades (ARAÚJO, 
2013). 
Nos dias atuais, percebe-se que a consciência da sociedade contemporânea 
tem avançado muito na questão da sustentabilidade. Os clientes atualmente têm 
exigido dos engenheiros e arquitetos, na aplicação dos seus projetos, alternativas 
sustentáveis. Embora ainda seja um número muito reduzido, acredita-se que a 
própria sociedade não tenha conhecimento das exigências que podem ser feitas aos 
responsáveis pela construção civil no que tange à sustentabilidade. Pela adoção 
desse sistema, alguns órgãos públicos já têm optado em utilizá-lo, estimulando a 
população a ver que o conceito de sustentabilidade pode dar certo. 
16 
 
Vale lembrar que a construção civil utiliza basicamente materiais não 
renováveis, portanto as construções não são sustentáveis. “O que se pode trabalhar 
é a redução dos desperdícios, o controle desde a origem do processo produtivo de 
cada produto utilizado, a busca de materiais ecologicamente corretos e certificados e 
a eficiência energética” (ARAÚJO, 2013, p.9). Percebe-se, atualmente, que a grande 
maioria dos profissionais que atua na construção civil possui consciência da 
importância da sustentabilidade nesta área. Porém, o que se observa na prática, 
pouco tem sido feito para que sejam utilizados materiais sustentáveis nas 
construções, sejam elas de pequeno ou grande porte. “Muitos atribuem essa 
escassez ao elevado custo dos produtos com rótulo sustentável, outros admitem que 
as alternativas disponíveis no mercado, não garantem a mesma qualidade que os 
produtos de origemnativa” (ARAÚJO, 2013, p.9). 
Araújo (2013) coloca que os arquitetos se preocupam mais com a 
sustentabilidade e a estética, enquanto os engenheiros valorizam a qualidade e o 
preço, ao especificar um produto para a execução do seu projeto ou obra. A autora 
explica que há diferenciação, no Brasil, de região para região, quanto à preocupação 
com a sustentabilidade e a qualidade dos produtos. Segundo Espósito (2007 apud 
ARAÚJO, 2013, p.9), “em função das dificuldades de cada região, os arquitetos 
tendem a aproveitar os recursos naturais e materiais locais, bem como a mão de 
obra típica, adaptados ao contexto onde a obra está inserida”. 
Os profissionais da construção civil estão sempre esperando das indústrias 
novidades e tecnologias constantes, que venham favorecer a aplicação em novos 
projetos. Agopyan e John (2011) afirmam que a inovação é imprescindível para a 
sustentabilidade na construção civil. 
Wieczynski (s/d) coloca que extremamente importantes são as questões de 
sustentabilidade para o setor da construção civil. Diante de vários levantamentos 
realizados por organismos internacionais, em vários países, inclusive no Brasil, pode 
ser identificado um consumo de aproximadamente uma tonelada de materiais de 
construção por metro quadrado de área edificada. 
Quanto mais sustentável for uma obra, mais responsável ela será por aquilo 
que consome, gera, processa e descarta. Uma construção sustentável tem 
em suas características materiais que provocam pouco impacto durante e 
depois do fim de sua vida útil (WIECZYNSKI, s/d, p.2). 
 
17 
 
Na área da construção civil são limitadas as práticas sustentáveis e, na 
maioria das vezes, a matéria prima utilizada se torna inacessível ao consumidor de 
baixa renda devido ao seu alto preço de comercialização. 
O tema sustentabilidade só começou a ser estruturado a partir das primeiras 
constatações sobre o efeito da ação do homem no meio ambiente. Na literatura 
atual constata-se que foi a partir de 1960 que começaram a detectar evidências 
acerca de que o modelo de desenvolvimento vigente no mundo apresentava 
problemas para a população mundial. A crise energética, na década de 1970, foi 
desencadeada pelo embargo de petróleo da Organização dos Países Exploradores 
de Petróleo (OPEP), que era aliada ao crescente temor de confronto nuclear e que 
induziu o desenvolvimento de soluções para a economia de energia de edifícios dos 
países desenvolvidos, levando a avaliação de materiais pelo conceito de energia 
incorporada (AGOPYAN; JOHN, 2011). 
“A indústria em geral, e a Construção Civil, em particular, demoraram em 
começar a discutir e enfrentar os problemas da sustentabilidade” (AGOPYAN; 
JOHN, 2011, p.27). No final da década de 1980 e início da década de 1990, as 
questões de sustentabilidade chegaram à agenda da arquitetura e do urbanismo de 
forma incisiva, trazendo novos paradigmas. 
2.1.2 Desenvolvimento Sustentável 
2.1.2.1 Conceitos 
 
A sustentabilidade não pode ser vista separadamente do termo 
desenvolvimento sustentável. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento define Desenvolvimento Sustentável como o “desenvolvimento que 
satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras de suprir suas próprias necessidades” (SIMAS, s/d, p.152). O autor ainda 
explica que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
emprega o termo “desenvolvimento sustentável” como “melhorar a qualidade da vida 
humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas” (SIMAS, 
s/d, p.152). Portanto, neste contexto, implica entre outros requisitos, o uso 
sustentável dos recursos renováveis, ou seja, de forma qualitativamente adequada e 
em quantidade compatível com sua capacidade de renovação. 
18 
 
Com o apoio da Organização das Nações Unidas e de diversas organizações 
não governamentais, em 1991, o PNUMA propôs princípios, ações e estratégias 
para a construção de uma sociedade sustentável no mundo. A palavra sustentável é 
empregada na formulação desta proposta em diversas expressões como: 
desenvolvimento sustentável, economia sustentável, sociedade sustentável e, uso 
sustentável. Simas (s/d, p.153) explica que esta questão parte do principio de que, 
“se uma atividade é sustentável, para todos os fins práticos ela pode continuar 
indefinidamente. Contudo, não pode haver garantia de sustentabilidade em longo 
prazo porque muitos fatores são desconhecíveis e imprevisíveis”. Neste contexto, 
vale lembrar que as ações do homem devem acontecer em obediência às técnicas e 
princípios legais de conservação, observando seus efeitos para que se aprenda 
rapidamente com os erros. Esse processo exige monitoramento das decisões, 
avaliação e redirecionamento da ação. 
Satterthwaite (2004, p.34) conceitua desenvolvimento sustentável como: “[...] 
a resposta às necessidades humanas nas cidades com o mínimo ou nenhuma 
transferência dos custos da produção, consumo ou lixo para outras pessoas ou 
ecossistemas, hoje e no futuro”. 
A preocupação com o desenvolvimento sustentável do planeta pela 
Humanidade data da década de 1960, em que se iniciaram os debates sobre a 
degradação do meio ambiente, com encontros históricos de caráter internacional 
(ARANHA, 2007). 
O conceito de desenvolvimento sustentável é fruto de um longo processo 
histórico e político formado no decorrer do tempo e que resultou na definição atual 
desse instituto. Inicialmente, no Relatório Brundtland, esse conceito foi apresentado. 
No entanto, para que seja possível entender os motivos que levaram os países a 
olharem com bons olhos para o chamado desenvolvimento sustentável, é necessário 
uma retomada dos cenários político e econômico anteriores ao Relatório Brundtland 
(RIBEIRO; CRUZ; MONTEIRO, 2016). 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi formulado pela primeira vez 
pela Comissão Brundtland, em 1970, que se caracterizou por grande pessimismo 
acerca do futuro da civilização mundial. Portanto, “desenvolvimento sustentável é 
aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento 
às necessidades das gerações futuras” (GOLDEMBERG, 2011, p.5). 
19 
 
A partir do Relatório de Brundtland que o conceito de desenvolvimento 
sustentável passou a ficar conhecido. Com a publicação deste Relatório dissemina-
se o conceito de Desenvolvimento Sustentável, o qual vinha, desde os anos de 
1970, sendo refinado (RELATÓRIO DE BRUNDTLAND, 1991). 
2.1.2.2 Histórico 
 
A criação do Clube de Roma, na França, em abril de 1968, foi um dos atos 
pioneiros na preocupação da conscientização da população com o meio ambiente. 
Este ato iniciou-se com uma reunião de trinta pessoas de dez países, formando 
assim, um grupo com cientistas, educadores, economistas, humanistas, industriais e 
funcionários públicos de nível nacional e internacional, que tinham por objetivo 
discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso 
crescente dos recursos naturais (BARBIERI, 2009). 
Na Suécia, realizou-se entre os dias 5 e 16 de junho de 1972, a Conferência 
de Estocolmo, evento este das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio 
Ambiente Humano. Este encontro mundial foi o primeiro a tentar organizar as 
relações do Homem e do Meio Ambiente. Neste, participaram 113 países e mais de 
400 instituições governamentais e não governamentais. O objetivo desta 
Conferência era conscientizar a sociedade a melhorar a relação com o meio 
ambiente e, assim, atender as necessidades da população presente sem 
comprometer as gerações futuras O que se verificou nesta Conferência foi “a 
explicitação de conflitos entre os países desenvolvidos e os não desenvolvidos” 
(BARBIERI, 2009, p.15). 
A sociedade mundial, na época da Conferência de Estocolmo, tinha o 
pensamento de que o desenvolvimento não poderia ser sacrificado por 
considerações ambientais, portanto havia a necessidade de ser modificado,devido 
os problemas como seca de rios e lagos, ilhas de calor e efeito de inversão térmica, 
que já causavam alerta no mundo. 
Os países subdesenvolvidos defendiam a posição de que todos os indivíduos 
tinham direito ao crescimento econômico, pelo fato de terem sua base econômica 
focada na industrialização. Foi a partir desta proposição que surgiu, então, o 
“desenvolvimento a qualquer custo” defendido por essas nações. O Brasil liderou 77 
países com acusações aos países industrializados e na defesa do crescimento com 
20 
 
desenvolvimento durante a realização da Conferência de Estocolmo. Barbieri (2009, 
p.15) coloca que “O Brasil, nessa conferência, defendeu o desenvolvimento a 
qualquer custo e não reconheceu a gravidade dos problemas ambientais. A poluição 
da pobreza também foi a posição defendida pela representação brasileira”. Para 
eles, a pobreza é que poluía o meio ambiente. 
A Conferência de Estocolmo foi o primeiro encontro internacional, tornando-
se, portanto de muita importância para os representantes de diversas nações. O 
objetivo maior desta Conferência era conscientizar a população quanto ao controle e 
o uso dos recursos naturais pelo homem. A mesma defendia também a possibilidade 
de articular crescimento econômico com preservação ambiental. Em segundo plano 
deixava as questões relacionadas à equidade e à justiça social. A preocupação 
primordial deste encontro era com a atuação do homem no meio ambiente. 
Em 1974, ocorreram outros avanços no mundo quanto ao desenvolvimento e 
à preservação do ambiente humano. Neste ano, foi realizado um simpósio de 
especialistas, no México, presidido por Barbara Ward em Cocoyoc, organizado pelo 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Conferência 
das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Este evento 
identificou os fatores sociais e econômicos que levam à deterioração ambiental 
(UNEP/UNCTAD, 1974). A Declaração de Cocoyoc influenciou na mudança de 
atitude dos principais pensadores ambientais, no mundo. 
O Clube de Roma, em 1970, realizou a análise das consequências do 
acelerado crescimento da população do mundo sobre os recursos naturais finitos. 
Esta análise já havia sido feita em 1798, por Thomas Malthus, em relação à 
produção de alimentos. Várias conferências mundiais surgiram nas décadas 
seguintes como a Rio‟92, no Rio de Janeiro, em 1992, e a Rio+10, em 
Johannesburgo, em 2002. Protocolos internacionais foram firmados entre vários 
países, nessas reuniões, com o objetivo de rever as metas e elaborar mecanismos 
para o desenvolvimento sustentável. 
Quanto à visão pessimista, a reação a esta veio da Organização das Nações 
Unidas (ONU) que, em 1983, criou uma Comissão presidida pela primeira Ministra 
da Noruega, Gro Harlem Brundtland e pelo Ministro das Relações Exteriores do 
Sudão, Mansour Khalid que recebeu a missão de analisar um documento chamado 
“Our Common Future” que, em português, significa “Nosso Futuro Comum”, mais 
conhecido por “Relatório Brundtland”. O documento tratava do problema do 
21 
 
desenvolvimento sustentável no mundo. Essa análise durou cerca de quatro anos e 
ao seu final foi apresentado um relatório pela Comissão, em 1987, que propôs 
“recomendar um padrão de uso de recursos naturais que atendesse às atuais 
necessidades da humanidade, preservando o meio ambiente, de modo que as 
futuras gerações poderiam também atender suas necessidades” (GOLDEMBERG, 
2011, p. 5-6). 
Este relatório tem por base “o princípio de que o ser humano devia gastar os 
recursos naturais de acordo com a sua capacidade de renovação, para evitar o seu 
esgotamento. Então, para uma utilização sustentável dos recursos, é fundamental 
que cada indivíduo seja um consumidor responsável” (CHAVES, 2014, p.8). O 
Relatório Brundtland apresentou novo olhar sobre o desenvolvimento, definindo-o 
como o processo que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” 
(RELATÓRIO DE BRUNDTLAND, 1991). 
Em outras palavras, como na definição da World Commission on Environment 
and Development (Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente), constante no 
Relatório Brundtland, o desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras 
satisfazerem as próprias necessidades” (1987 apud AGOPYAN; JOHN, 2011, p.29). 
Esse conceito, a partir da Rio 92, se firmou e, atualmente, tem sido 
progressivamente aplicado a todas atividades humanas, destacando-se à cadeia 
produtiva da Construção Civil. A visão de Brundtland é mais otimista do que a do 
Clube de Roma e foi recebida pela comunidade mundial com entusiasmo e 
otimismo. 
Entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, foi 
realizada a ECO-92. Oficialmente era referida como Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), e, popularmente, como Rio 
92. 
Em 1992, com recomendações abrangentes sobre o novo tipo de 
desenvolvimento sustentável e como consequência da Comissão Brundtland, foram 
adotadas no Rio de Janeiro a Convenção do Clima, a Convenção da Biodiversidade 
e a Agenda 21. Esta última teve enorme influência no mundo em todas as áreas do 
conhecimento e reforçou o movimento ambientalista. O grande tema em debate, 
nesta época, foi o desafio global de melhorar o nível de consumo da população mais 
22 
 
pobre e diminuir a pegada ecológica e o impacto ambiental dos assentamentos 
humanos no planeta (GOLDEMBERG, 2011). 
Agopyan e John (2011) explicam que, segundo a Agenda 21 on sustainable 
construction, os principais desafios da construção sustentável envolvem: processo e 
gestão; execução; consumo de materiais, energia e água; impactos no ambiente 
urbano e no meio ambiente natural; e, as questões sociais, culturais e econômicas. 
A Agenda 21 parte do pressuposto de que a responsabilidade pela 
sustentabilidade do planeta deve ser compartilhada por todos, 
independentemente do grau de desenvolvimento econômico do país, 
questionando diretamente a estratégia adotada por muitos países em 
desenvolvimento de primeiro crescer para somente depois se preocupar 
com a sustentabilidade – estratégia, essa, claramente expressa no 
protocolo de Kyoto e que, até hoje, pode ser percebida nos programas de 
construção do governo brasileiro (AGOPYAN; JOHN, 2011, p.33). 
 
Esta Agenda, ou seja, este documento prevê que as modificações ou 
mudanças organizacionais e tecnológicas a serem produzidas pela sustentabilidade 
no setor da construção serão muito mais radicais do que quaisquer das revoluções 
tecnológicas setoriais anteriores. Como exemplos: a introdução do concreto armado 
e a industrialização pós-Segunda Grande Guerra. A sustentabilidade vem na 
proeminência de uma tremenda mudança de pensamento de toda a sociedade 
mundial, que exige postura diferenciada e nova dos profissionais envolvidos na 
construção civil (AGOPYAN; JOHN, 2011). 
O mundo era dividido entre dois polos financeiros e políticos: o norte e o sul, 
até a década de 1980, no século XX. O polo mais ao norte, caracterizado pelo seu 
extremo desenvolvimento técnico em diversas áreas como a industrial, comercial, 
tecnológica, dentre outras, era conhecido por comportar os países mais ricos 
financeiramente. O norte, devido a essas características, controlava o mercado da 
época, impondo preços abusivos aos países do sul (os mais pobres). Assim, 
mantinham uma relação semelhante a que existia entre as colônias e as metrópoles. 
As colônias forneciam a mão de obra barata, desqualificada, juntamente com a 
matéria prima, e as metrópoles forneciam as tecnologias advindas da produção 
conseguida com esses dois elementos (RIBEIRO; CRUZ, 2016). 
Em 1950, foi criada a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe 
(CEPAL). Esta foi criada após a observação do cenário que existia na épocade total 
desigualdade econômica e social nos países da América Latina e Caribe. Este 
organismo internacional teve como objetivo: questionar essa relação tão desigual 
existente entre os países. A partir da criação deste instituto foi que se deu inicio a 
23 
 
um pensamento mais profundo sobre o desenvolvimento sustentável. O mundo 
passava por um momento de crise do desenvolvimento, nesse cenário do pós-
guerra. O desenvolvimento, nesta época, era caracterizado por um crescimento da 
população de forma desenfreada e a superioridade tecnológica imposta pelos 
setores dominantes, dentre outros (RIBEIRO; CRUZ, 2016). 
Segundo Pearce (2015, p. 50), esse cenário constituía-se: 
[...] época em que os denominados „países do Norte‟, em geral, passavam por 
um vertiginoso processo de industrialização e, em decorrência deste, viram 
surgir em seus territórios uma série de problemas ambientais que provocaram 
severos danos pessoais e patrimoniais nas pessoas que ali viviam. 
 
Também existia a disputa entre os países do Sul e os do Norte. No começo 
desta disputa, ao mesmo tempo, iniciou-se o pensamento de preservação do 
Planeta. Mas, havia uma gigantesca diferença no que diz respeito ao 
desenvolvimento entre os países dos dois polos. Na Conferência de Estocolmo que 
ocorreu, principalmente, esse debate. Essa Conferência foi marcada pelo 
surgimento da dicotomia norte-sul, em que os países do norte apoiavam o 
“crescimento zero”, segundo o qual todos os países deveriam parar de crescer. 
Assim, nasceu a dicotomia, e os países do polo Sul compreenderam que as 
propostas de limites ao crescimento, oriundas do polo Norte, significavam, na 
realidade, uma discriminatória e injusta barreira aos seus legítimos objetivos de se 
desenvolverem perante as nações ricas (PEARCE, 2015). 
 Ribeiro e Cruz (2016) ainda colocam que foi a partir de discussões e estudos, 
que a expressão “desenvolvimento sustentável” surgiu no mundo. Estes debates e 
pesquisas foram fomentados pela Organização das Nações Unidas (ONU). O 
enfoque de desenvolvimento sustentável tomou destaque exatamente nessas 
questões de mudanças climáticas que começaram a ser observadas no Planeta, 
funcionando como uma resposta para a sociedade global em um contexto de crise 
social, ambiental e no desenvolvimento que o mundo passou na segunda metade do 
século XX. 
 
2.2 Sustentabilidade na Construção Civil 
 
 
Sustentabilidade na construção civil é um tema adotado pela sociedade 
contemporânea. No século XX, a terminologia construção sustentável ganhou 
24 
 
repercussão no mundo e foi adotada, conceituada e percebida por pesquisadores e 
ambientalistas preocupados com os impactos ambientais. A partir de então, os 
construtores na área da construção civil buscam evitar os impactos ambientais a 
partir da utilização de matérias primas ecologicamente corretas para erguer 
edificações como casas, prédios, dentre outros, para que sejam evitados os 
desastres ecológicos. Os engenheiros da construção civil estão procurando edificar 
as construções com sustentabilidade com a intenção de preservar e respeitar o meio 
ambiente, sem prejudicar a flora e a fauna. Os ambientalistas estão sempre 
denunciando as construções irregulares e a própria sociedade, nos dias de hoje, 
preocupa muito mais do que há alguns anos passados. 
O meio ambiente é o maior patrimônio do planeta, portanto todos, no mundo 
todo, têm a responsabilidade social e coletiva de preservá-lo. É preciso proteger, 
normatizar e legalizar leis que tenham política de preservação e haver fiscalização 
pelos órgãos competentes para que as pessoas possam adquirir consciência 
ambiental no mundo. 
Bellini e Mucelin (2008, p.112) afirmam que: 
o morador urbano, independentemente de classe social, anseia viver em um 
ambiente saudável que apresente as melhores condições para vida, ou 
seja, que favoreça a qualidade de vida: ar puro, desprovido de poluição, 
água pura em abundância entre outras características tidas como 
essenciais. 
 
A construção civil começa a produzir impactos desde os primeiros passos da 
ação, desde a terraplanagem à produção. Esses impactos podem ser negativos, 
como, por exemplo, degradação da fauna e flora do local ou contaminação hídrica 
por esgoto não tratado (RIBEIRO; CRUZ, 2016). 
Por tais motivos, a construção civil sustentável é alvo de diversos estudos 
com o intuito de reduzir os danos e melhorar a qualidade de vida da população e do 
meio ambiente. A partir de ações, como o Programa Construção Sustentável, o qual 
estabelece estratégias e formas concretas de minimizar e viabilizar a 
sustentabilidade na construção civil é que se pode desenvolver tais estudos e 
projetos. 
Para que as riquezas naturais perdurem por longas gerações, os cidadãos 
necessitam exercer seus papéis, defender e iniciar o processo de conscientização. 
Para isso, faz-se necessário que a própria população diminua o lixo informático e 
eletrônico, recicle materiais e use materiais biodegradáveis. A natureza está 
25 
 
respondendo de forma agressiva com mudanças de clima e temperatura devido ao 
aquecimento global. Esse fator será primordial para extinção da raça humana. 
A sustentabilidade na construção civil é um sistema construtivo. A construção 
sustentável promove alterações conscientes no entorno de forma a atender as 
necessidades de edificação e uso do homem moderno, preservando o meio 
ambiente e os recursos naturais, garantindo, assim, qualidade de vida para as 
gerações atuais e futuras (IDHEA, 2003). 
No mundo moderno são usados vários termos para definir a sustentabilidade 
na construção civil como construção sustentável, arquitetura sustentável, construção 
verde, arquitetura verde, construção ecológica. Estes termos vêm para definir o 
conceito de qualquer arquitetura construída com materiais recicláveis que são 
chamados também de biodegradáveis unidos ao uso de recursos tecnológicos de 
energia renovável. Portanto, essas designações são consideradas como construção 
sustentável com o intuito de evitar impactos ambientais (HOBSBAWN, 1995). 
A manutenção de uma taxa de crescimento econômico como a da segunda 
metade do século XX, provavelmente terá consequências irreversíveis e 
desastrosas para o ambiente natural e para o ser humano. Mesmo que a 
espécie humana não desapareça, certamente o seu padrão de vida será 
modificado e talvez o número de seres humanos que habitam o planeta 
diminua dramaticamente. No século XX acelerou-se a velocidade de 
transformação do ambiente, possibilitada pela tecnologia moderna. Este 
ritmo de transformações reduzirá a décadas o tempo disponível para tratar 
dos problemas de degradação ambiental (HOBSBAWN, 1995, p.547). 
 
Percebe-se que as pessoas precisam ter consciência ambiental para 
preservar o patrimônio da vida, o “meio ambiente”. A extinção da própria raça 
humana, de várias espécies de animais e plantas poderá desaparecer do planeta 
Terra, devido aos fortes impactos ambientais causados pelos seres humanos, 
ocasionados pelo desordenamento de construções de empresas, edifícios, estradas, 
dentre outros, a partir do desmatamento ambiental e o aproveitamento dos recursos 
ambientais para a transformação do habitat natural em zona monopolizadora, “as 
cidades” (HOBSBAWN, 1995). 
As construções civis consideradas sustentáveis possuem certificações 
ambientais que servem de parâmetro fundamental para fomentar a indústria do 
marketing e o interesse sócio-econômico-ambiental. Essas certificações são 
validadas por Organizações não Governamentais como: LEED, GREEN STAR, 
CASBE. 
26 
 
A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, 
considerando também a integração do edifício à totalidade do meio 
ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura 
que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser 
humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando ascaracterísticas da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade 
de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo 
menos poluído para as próximas gerações (CORBELLA; YANNAS, 2003, p. 
17). 
 
No Brasil, na construção civil, os números revelam a magnitude das 
possibilidades e obstáculos que se tem pela frente, com vistas a produzir e consumir 
materiais mais sustentáveis. 15% do PIB brasileiro vêm dessa área, conforme dados 
do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS). Em contrapartida, a 
construção civil, no país, causa impacto social e ambiental na mesma dimensão, ou 
seja, consome 80% dos recursos naturais extraídos e produz 80 milhões de 
toneladas por ano de resíduos. Cerca de 18% do consumo total de energia do país e 
20% da água boa, parte dela desperdiçada, são consumidos pelo funcionamento 
dos edifícios (PLANETA SUSTENTAVEL, 2010). 
Quanto ao meio ambiente, a indústria da construção civil vem por muitos 
anos, causando impactos ambientais significativos. A construção civil consome 
muita energia elétrica desde a fase de extração até o seu processo final. O grande 
impacto gerado pelo uso dos recursos não renováveis é determinante para que 
algumas regiões vão se tornando verdadeiros desertos que levaram algumas 
gerações para voltarem a serem reaproveitados (JOHN, 2000). 
John (2000) coloca que determinadas atividades na área da construção civil, 
ao longo do tempo, provocam o esgotamento de matéria prima. Com isto, causam 
dano ecológico, extração exagerada, ocasionando poluição de mananciais, 
emissões danosas à saúde humana, chegando também ao aquecimento global e 
muitos outros desperdícios. O autor explica que a questão ambiental tornou-se 
realmente uma preocupação mundial na década de 1970, devido ao crescimento 
desordenado das pequenas e grandes cidades em todo o território nacional como no 
mundo. No entanto, diante da crise do petróleo, foram retomadas as investigações 
sobre fontes energéticas não fósseis. 
No século XX, a década de 1990 foi a mais significativa para o movimento 
ambiental. No Brasil, as autoridades e a sociedade como um todo, começaram a se 
preocupar com as questões ambientais. Surgiram assim, vários movimentos em 
favor da preservação e conservação do meio ambiente. Conferências como a ECO-
27 
 
92, realizada no Rio de Janeiro, incorporaram a preocupação com as 
transformações ambientais como fruto do desenvolvimento socioeconômico, e como 
produto dessas discussões a Agenda 21 constitui um programa estratégico e 
universal rumo ao desenvolvimento sustentável (SILVA, 2003). 
A “Agenda 21” é um documento lançado na Rio 92, a Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD - realizada em 
1992, na cidade do Rio de Janeiro, que sistematiza um plano de ações com o 
objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável. Durante dois anos, governos e 
entidades de diversos países contribuíram com propostas para a criação deste plano 
de ações para concretizar o ideal de desenvolver sem agredir ao meio ambiente. 
 Diante deste cenário, a preocupação com a questão ambiental passou a ser 
levantada nos mais diferentes setores da sociedade, no mundo, promovendo a 
gradativa adesão dos diferentes setores mercadológicos. Assim, Silva (2003, p.45) 
explica que “Essa busca de equilíbrio entre o que é socialmente desejável, 
economicamente viável e ecologicamente sustentável é usualmente descrita em 
função da chamada „triple bottomline’, que congrega as dimensões ambiental, social 
e econômica do desenvolvimento sustentável”. 
No processo de concepção do projeto de arquitetura, o desempenho 
ambiental passou a receber maior atenção a partir da década de 1990, quando 
todos os setores da sociedade iniciaram um processo de reinterpretação da Agenda 
21 nos contextos específicos das diversas agendas locais e setoriais. Para tanto, 
políticas públicas passaram a impor requisitos ambientais a inúmeras atividades 
econômicas, e a demanda por produtos ambientalmente menos agressivos cresceu 
em paralelo (JOHN; SILVA; AGOPYAN, 2001). 
As interpretações mais relevantes da Agenda 21 contemplam, no setor da 
construção civil, entre outras, medidas para redução de impactos por meio de 
alterações na forma como os edifícios são projetados, construídos e gerenciados ao 
longo do tempo (DU PLESSIS, 2002). 
A incorporação dos princípios ao projeto citados acima gerava benefícios 
como eficiência energética e de recursos, uso do terreno a partir de um enfoque 
ecológico e social, eficiência do transporte e economia local mais forte. Desta forma, 
edificações ambientais podem ser definidas, principalmente, a partir da utilização de 
fontes de energias alternativas, menor emissão de poluentes, uso de materiais 
recicláveis, sistemas de reciclagem das águas, maximização da iluminação natural, 
28 
 
preservação de áreas verdes ou nativas e adequada qualidade do ar interno 
(PENNSYLVANIA DEPARTMENT OF ENVIRONMENTAL PROTECTION, 1999). 
Para a realização dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável, 
reconhecidamente, o setor da construção civil tem papel fundamental O Conselho 
Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de 
atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma 
intensiva. Com isto, a construção civil gera consideráveis impactos ambientais no 
meio ambiente. Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, 
há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Mais de 
50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas estima-se 
que sejam provenientes da construção civil. Tais aspectos ambientais, somados à 
qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as relações 
entre construção e meio ambiente. 
 O paradigma da construção sustentável surgiu na busca de minimizar os 
impactos ambientais provocados pela construção civil. Para a Construção 
Sustentável em Países em Desenvolvimento, a construção sustentável é definida, no 
âmbito da Agenda 21 como: "um processo holístico que aspira a restauração e 
manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de 
assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade 
econômica". No contexto do desenvolvimento sustentável, o conceito transcende a 
sustentabilidade ambiental, para abraçar a sustentabilidade econômica e social, que 
enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades. 
Na construção civil os desafios são diversos e de várias naturezas. Em 
síntese, consistem na redução e otimização do consumo de materiais e energia, na 
redução dos resíduos gerados, na preservação do ambiente natural e na melhoria 
da qualidade do ambiente construído. A construção e o gerenciamento do ambiente 
construído devem ser encarados dentro da perspectiva de ciclo de vida. 
Na visão de Marcelo Takaoka (apud GOLDEMBER, 2011, p.9), Presidente do 
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS, 
 
O setor da construção é essencial para atender necessidades e anseios da 
sociedade, ao proporcionar abrigo, conforto r qualidade de vida para 
indivíduos, famílias e comunidades, estimular o crescimento e produzir 
riquezas para comunidades, empresas e governos. O setor é responsável 
pela implantação de infraestrutura de base como geração de energia, 
saneamento básico, comunicações, transportes e espaços urbanos, além 
29 
 
da execução de edifícios públicos e privados, com o objetivo de prover 
moradia, trabalho, educação, saúde e lazer em nível de cidade, estado e 
nação. 
 
Takaoka (apud GOLDEMBER, 2011) ainda coloca que a construção civil é 
também responsável por uma parcela significativa do consumo de recursos naturais. 
Ele cita como exemplo a energia e água. Assevera que, este setor é um dos maiores 
responsáveis pela geração de resíduos sólidose pela emissão de gases de efeito 
estufa. 
Em grande parte dos casos, a construção civil tem um ciclo de vida bastante 
longo, de pelo menos 30 a 50 anos. Este fato torna complexas as análises dos seus 
impactos positivos e negativos, no sentido de escolher a melhor estratégia para 
conceituação, projeto, materiais e tecnologias que devem estar presentes nos 
espaços construídos, de forma a proporcionar melhor qualidade do ambiente no que 
se refere aos anseios dos usuários e da comunidade e, ao mesmo tempo, “atender 
aos requisitos de confiabilidade, eficiência e racionalidade no uso de recursos 
naturais que são limitados, a durabilidade esperada e a flexibilidade de usos ou 
adaptações à demandas futuras” (TAKAOKA apud GOLDEMBER, 2011, p.9-10). 
A indústria em geral, e da Construção Civil em particular, demorou em 
começar a discutir e enfrentar os problemas de sustentabilidade. De acordo com 
Goldemberg (2011, p.29), 
Apesar de a Construção Civil ser a indústria que mais consome recursos 
naturais e gera resíduos, com significativa geração de poeira e poluição 
sonora em canteiros localizados dentro das cidades, além de ser 
historicamente considerada como uma atividade „suja‟, não tinha siso 
colocada como indústria com problemas de sustentabilidade, até meados da 
década de 1990. 
 
No pensamento de John (2010), não é possível discutir sustentabilidade sem 
observar que tipo de cidade se está erguendo. E cada cidade tem suas 
características e seus problemas. Dos recursos naturais carca de 75%, extraídos da 
terra, vão acabar em obras da construção civil, revelando que cada metro quadrado 
construído pesa, em média, 1,2 toneladas. Assim, alguém que resida num 
apartamento de cem metros quadrados terá consumido 120 toneladas de materiais, 
apenas no local onde mora. 
De acordo com Corrêa (2009 apud RIBEIRO; CRUZ, 2016, p.5), “O primeiro 
passo para a sustentabilidade na construção é o compromisso das empresas da 
30 
 
cadeia produtiva a criarem as bases para o desenvolvimento de projetos 
efetivamente sustentáveis”. 
Para o desenvolvimento dessa sustentabilidade na construção civil, é 
necessária uma série de condições e práticas que devem ser tomadas. O projeto 
sustentável é a primeira delas que deve possuir um nível de qualidade elevado. 
Assim, os níveis de excelência serão garantidos e mantidos, fazendo com que a 
utilização dos recursos naturais se torne cada vez mais eficiente, evitando-se 
desperdícios ou excessos de dejetos nas cidades. Para que a sustentabilidade da 
construção civil seja mantida, deve-se utilizar a segunda prática fundamental que 
consiste na formalidade nos processos de construção civil. É necessário realizar 
seleção criteriosa dos fornecedores dos materiais para a construção. Também é 
preciso realizar a fiscalização da qualidade dos materiais, bem como da mão de 
obra que será utilizada nas obras, para que seja de qualidade a fim de não causar 
problemas futuros devido à sua incompetência (CORRÊA, 2009). 
Para garantir a sustentabilidade urbana nas construções civis, a terceira 
prática fundamental trata-se da busca incessante por novas tecnologias que venham 
melhorar ainda mais a qualidade dos serviços, e dos materiais utilizados. Assim, 
segundo Corrêa (2009 apud RIBEIRO; CRUZ, 2016, p.6), 
 
Utilizar novas tecnologias, quando possível é adequado. Caso inviável, 
buscar soluções criativas respeitando o contexto. É importante que as 
empresas tenham relações estreitas com agentes promotores de inovação 
na cadeia produtiva, - 30 - tanto na oferta de novos materiais e 
equipamentos, quanto na capacitação da mão-de-obra. A base para a 
sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e sociais com 
os econômicos, daí a necessidade e importância de inovações. 
 
Em 1994, o conceito de Construção Sustentável surgiu com Charles Kibert. 
Ele a definiu como sendo um processo em que os setores que são responsáveis 
pelas construções civis vão se preocupar cada vez mais com a necessidade de 
cumprir os requisitos de desenvolvimento sustentável das cidades e das sociedades. 
Este processo deve ser realizado por meio da adoção de práticas que visam à 
redução do consumo de recursos naturais, bem como a diminuição da produção de 
resíduos, e a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera terrestre 
(RIBEIRO; CRUZ, 2016). 
Dois anos depois da Conferência da Rio 92, em novembro de 1994, foi 
realizada a Primeira Conferência Mundial sobre Construção Sustentável, em Tampa, 
31 
 
na Flórida. Lá, a construção sustentável foi instruída a ser um conjunto de práticas 
construtivas, baseadas nos princípios ecológicos e no uso eficiente dos recursos 
naturais. Nessa Conferência, seis princípios foram sugeridos no documento para 
que haja sustentabilidade nas construções civis. 
Minimizar o consumo de recursos; maximizar a reutilização dos recursos; 
utilizar recursos renováveis e recicláveis; proteger o ambiente natural; criar 
um ambiente saudável e não tóxico; fomentar a qualidade ao criar o 
ambiente construído (KIBERT, 1994 apud RIBEIRO; CRUZ, 2016). 
 
Durante a vida útil da construção, a prática desses princípios determinados 
pelo autor supracitado, no processo da construção em si, proporciona entre outras 
coisas, melhoria na qualidade de vida dos habitantes, assim como gera bem-estar 
social aparente, contribuindo para a ligação da sociedade com a natureza e com os 
ecossistemas presentes no local daquela construção. Essa ligação, do homem com 
a natureza, proporcionada pela aplicação dessas práticas derivadas dos princípios 
correspondem ao início de práticas do atual conceito de construção civil sustentável. 
 As grandes responsáveis pelo consumo de materiais como a água e a energia 
são as cidades. Desta forma, é razoável pensar que, em um futuro próximo, 
continuarão a produzir grandes impactos negativos sobre o meio natural. O setor da 
construção civil que gera muitos destes impactos negativos. Isto responde por 40% 
do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. De acordo 
com dados do WorldwatchInstitute, a construção de edifícios consome 40% das 
pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da 
extração de madeira, anualmente. É natural que a sustentabilidade assuma, 
gradualmente, uma posição de cada vez mais importância neste cenário 
(AMBIENTE BRASIL, 2012). 
Na construção civil, a utilização de soluções ambientalmente sustentáveis não 
acarreta em um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as 
fases de concepção do projeto. Em alguns casos, podem até reduzir custos 
(AMBIENTE BRASIL, 2012). 
Responsável pelo enorme ambiente construído em que se vive, como 
estradas e ruas, edifícios, aeroportos, centrais elétricas, ferrovias, pontes, dentre 
outros, a construção civil é o principal consumidor destes recursos. Os Estados 
Unidos da América estimam que 70% dos materiais consumidos vão para a 
construção (MATOS; WAGNER, 1998). 
32 
 
Resíduos são gerados à medida que os materiais se movem ao longo do seu 
ciclo de vida. A produção de 1g de cobre exige a geração de 99g de resíduos de 
mineração (GARDNER, 1998), e estes valores vão subindo na medida em que as 
jazidas de maior concentração vão se esgotando, o que força a exploração de áreas 
com menor teor de minério final. 
Diversas iniciativas têm surgido para promover à construção civil sustentável 
no sentido de preservar o meio ambiente. Segundo Pinheiro (2006 apud CÔRTES et 
al., 2011, p.389), uma destas iniciativas é o desenvolvimento de sistemas de 
certificação ambiental para edificações sustentáveis. Os autores supracitados 
explicam que: 
No Brasil, a mais conhecida é a certificação LEED (Leadership in Energy 
and Environmental Design) desenvolvida nos Estados Unidos que se 
constitui como um sistema que avalia o desempenho impacto ambiental do 
edifício desenvolvido pelo GBC (Green BuildingCouncil). Estesistema de 
avaliação ambiental abrange seis áreas como: Locais Sustentáveis, Uso 
eficiente de recursos hídricos, Energia e atmosfera, Materiais e recursos, 
Qualidade do ar interior e Inovação e processos de projeto. 
 
No Brasil, além do LEED também se pode destacar mais duas certificações 
relacionadas à construção sustentável: AQUA e PROCEL. 
As preocupações com os impactos ambientais gerados pelos edifícios durante 
as fases de planejamento e construção, ou durante a operação, são cada vez 
maiores. Tanto que já existem vários selos internacionais para verificar os recursos 
consumidos, as emissões de carbono e os resíduos gerados pelas edificações, bem 
como o conforto e a saúde das pessoas que convivem ali. Para isso, é feita uma 
avaliação sobre o grau de sustentabilidade dos edifícios baseada em critérios 
específicos de cada selo. Não existe um limite de sustentabilidade para a 
construção, o certificado demonstra o desempenho do edifício e os esforços feitos 
para a redução do consumo de água, energia, CO² e matérias primas, e para o 
aumento da qualidade de vida das pessoas envolvidas (CÔRTES et al., 2011). 
O artigo 255 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
estabelece que: “todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial á sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e para as presentes e futuras 
gerações”. Este artigo, por se tratar de norma que versa sobre o meio ambiente, recebe 
o rótulo de norteador temático, sendo que diversos dispositivos constitucionais tutelam 
ainda este bem jurídico. 
33 
 
É direito de o cidadão ter um ambiente sadio, e um dever de todas as 
pessoas, preservá-lo. Em março de 1998 foi promulgada a Lei de Crimes Ambientais 
que assegura alguns princípios para manter o meio ambiente equilibrado. São ações 
como esta que garantem o direito do cidadão a um ambiente saudável. 
Crime ambiental trata-se de agressões ao meio ambiente e a seus 
componentes, ou seja, toda e qualquer ação que causa poluição de qualquer 
natureza que resulte ou possa resultar em danos à saúde ou que provoque a 
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. Ou ainda, a conduta 
que ignora normas ambientais legalmente estabelecidas mesmo que não sejam 
causados danos ao meio ambiente. 
Fiorillo e Rodrigues (2003, p.376) colocam que a Lei de Crimes Ambientais nº 
9.605/1998, considerada como de fundamental evolução por trazer ao cidadão 
mecanismos quando da proteção da vida por meio das sanções penais ambientais, 
dispõe ainda “de sanções administrativas, provindas das condutas e atividades lesivas 
ao meio ambiente”. 
Milaré (2005, p.160) ressalta que “Todas as condutas do Estado em prol da 
proteção ambiental estão vinculadas automaticamente aos princípios gerais do Direito 
Público, em especial, ao princípio da primazia do interesse público e da indisponibilidade 
do mesmo”. 
O grande desafio da atualidade é promover o desenvolvimento sustentável, 
tema central da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, conhecida como Rio 92. Por desenvolvimento sustentável 
podemos entender o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades 
presentes, mas sem, comprometer as necessidades das gerações futuras. 
 
2.3 Selo AQUA 
 
Os critérios adotados pelos órgãos certificadores são o que define se uma 
determinada construção é ou não sustentável, com o objetivo de reduzir os impactos 
ambientais e os sociais causados por uma construção. À medida que a sociedade 
exige a redução dos impactos ambientais causados, na maioria das vezes, pelas 
atividades econômicas, os especialistas buscam padrões que garantam à sociedade 
que os resultados desejados sejam atingidos. 
34 
 
Existem muitos órgãos certificadores que avaliam e credenciam os critérios 
utilizados pelas construções sustentáveis, dentre eles destacar-se-á: 
- O norte americano Leadership in Energy and Environmental Design – LEED: 
criado em 2000 pela United States Green Building Council (USGB) o LEED (em 
português, Liderança em Energia e Design Ambiental) conta com mais de 3.000 
(três mil) projetos registrados e mais de 410 (quatrocentos e dez) certificados. Seu 
sistema tem base no fornecimento de créditos para atendimento dos critérios pré-
estabelecidos. A certificação realizada pela USGBC é valida por 05 (cinco) anos e 
seu sistema tem revisões regulares a cada 03 (três) ou 05 (cinco) anos ou quando o 
órgão julgar necessário. Ele possui uma estrutura simples, baseada em 
especificações de desempenho ao invés de critérios prescritivos, toma como 
referência normas e recomendações de organismos terceiros com credibilidade, 
entre os quais: American Society of Heating, Refrigerating and AirConditioning – 
ASHRAE, American Society for Testing and Materials – ASTM, Environmental 
Protection Agency – EPA e Department of Energy – DOE, e teve grande aceitação 
nas construtoras dos Estados Unidos da América (em inglês, United States of 
America – EUA), seu país de origem, influenciando outros sistemas e abrangendo 
outros países (SILVA, 2003 apud HERNANDES, 2006); 
 O francês Haute Qualité Environnementale – HQE: O HQE (Alta Qualidade 
Ambiental, em português) é uma importante ferramenta que auxilia os projetos de 
arquitetura em suas fases evolutivas do planejamento à realização. É definido por 02 
(duas) vertentes: 
Qualidade Ambiental da Edificação (QE) e Sistema de Gestão Ambiental da 
Operação (SME) e tem como objetivo otimizar e/ou manter a qualidade dos projetos 
de arquitetura e a funcionalidade da construção, sendo a qualidade ambiental da 
edificação definida por 02 (duas) áreas: gestão de impactos de uma edificação no 
ambiente exterior e criação de ambientes interiores confortáveis e saudáveis. Por 
sua vez as 02 (duas) áreas são organizadas em 04 (quatro) temas: eco construção, 
eco gestão, conforto e ambientes salutares, sendo que a partir deste ponto são 
definidas 14 (quatorze) categorias ou exigências ambientais particulares que 
apresentam metas de diretrizes e indicadores que são classificadas sobre os 04 
(quatro) temas especificados em cada projeto. 
Segundo Gaudin e Bastos ([200-]) os referenciais QE e SME foram 
desenvolvidos paralelamente para projetos HQE, sendo a QE definida por 
35 
 
exigências específicas de acordo com a integração da edificação ao ambiente 
exterior e a satisfação dos ocupantes nos ambientes interiores e a SME baseada na 
norma ABNT NBR ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental – SGA) que define as 
especificações e diretrizes para sua aplicação; 
 o brasileiro Alta Qualidade ambiental – AQUA: de acordo com Prado (2008), 
o primeiro selo brasileiro de certificação de construções sustentáveis foi criado no 
dia 03 de abril de 2008, pela instituição privada e sem fins lucrativos, Fundação 
Vanzolini, e teve como mentores os professores dos departamentos de Engenharia 
da Produção da Escola Politécnica e da Universidade de São Paulo – USP. Foi 
inspirado no selo francês HQE e é o primeiro organismo certificador que levou em 
consideração as especificidades do Brasil, tanto que desenvolveu 14 (quatorze) 
critérios para avaliar a gestão ambiental de obras e as especificidades técnicas e 
arquitetônicas, devidamente agrupados em 04 (quatro). 
O principal instrumento para auxiliar os consumidores sobre as alterações 
necessárias na Construção Civil, que trazem mudança de padrão e de pensamento 
são as chamadas certificações ambientais. As informações devem ser amplamente 
clarificadas e conter explicações sobre seus benefícios. Só, assim, as certificações 
ambientais podem conseguir atingir seus objetivos. O uso dos benefícios das 
certificações ambientais influencia na escolha dos consumidores, mostrando que o 
serviço ou produto oferecido é diferenciado e confiável. 
Os sistemas mais comuns existentes hoje no mercadobrasileiro são: o 
processo Alta Qualidade Ambiental (AQUA); o sistema de certificação ambiental 
LEED (Leadership in Energy and Environment Design), dentre outros. 
 Este item destaca o processo Alta Qualidade Ambiental (AQUA). AQUA é 
uma certificação internacional da construção civil sustentável desenvolvido a partir 
da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale) e aplicado 
no Brasil. 
2.3.1 Fundação Vanzolini 
 
Em 1967, a Fundação Vanzolini foi formada. Trata-se de uma entidade que é 
mantida e gerida por alguns professores da engenharia de produção da 
Universidade de São Paulo (USP). Somente em 1991 que se iniciaram as atividades 
36 
 
de certificações. Portanto, foi esta fundação o primeiro organismo de sistemas de 
gestão da qualidade acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e 
Tecnologia (INMETRO). Atualmente, esta fundação se caracteriza como membro 
pleno brasileiro e é responsável por 1/3 da certificação mundial em sistemas de 
gestão, a qual já certifica há 15 anos. (AQUA, 2013). 
Em 2008, a Fundação Vanzolini criou o processo de certificação AQUA – Alta 
Qualidade Ambiental, cujo objetivo era lançar no mercado uma certificação de 
sustentabilidade para a construção civil. A mesma fundação, em 2010, lançou o 
RGMAT – Registro Geral de Materiais, com a finalidade de analisar o desempenho 
ambiental dos materiais, baseado no seu ciclo de vida, incluindo o consumo de 
recursos naturais, energia, água, emissão de gases, resíduos sólidos, entre outros 
(AQUA, 2013). 
O selo de identidade ambiental é possível conseguir, desde que as exigências 
sejam todas cumpridas. Este só será concedido após o cumprimento de exigências 
para os produtos, que podem vir a serem apostos nas embalagens e nos pontos de 
vendas. 
O processo AQUA visa garantir a qualidade ambiental de um 
empreendimento novo de construção ou reabilitação utilizando-se de auditorias 
independentes. Segundo a Fundação Vanzolini (2008 apud LEITE, 2011, p.28), ele 
pode ser definido “como sendo um processo de gestão de projeto visando obter a 
qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma reabilitação”. 
Segundo Leite (2011), o processo de certificação é estruturado em torno dos 
aspectos relacionados a implementação do sistema de gestão ambiental 
(empreendedor), adaptação do ambiente a sua envolvente e ambiente imediato e 
informações transmitidas pelo empreendedor aos usuários. 
 
2.3.2 Certificação AQUA 
 
 As certificações ambientais de edifícios são avaliações dos empreendimentos 
a partir de estatísticas de desempenho de edifícios de referência. O desempenho 
dos edifícios de referência são metas a serem buscadas por novos 
empreendimentos. Os sistemas mais comuns existentes hoje no mercado brasileiro 
são: LEED (Leadership in Energy and Environmental Design); AQUA – é uma 
37 
 
certificação internacional da construção sustentável desenvolvido a partir da 
certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale) e aplicado no 
Brasil. PROCEL; CASA AZUL; BH SUSTENTÁVEL. 
O processo AQUA - Alta Qualidade Ambiental, trata-se de uma certificação da 
construção sustentável, que nada mais é que uma adaptação da HQE – Francesa 
(Démarche Haute Qualité Environnemental). O HQE já está no mercado francês 
desde 1990, registrado pela Association Française de Normalisation – AFNOR. 
 O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) de certificação é a versão brasileira 
adaptada do sistema HQE (França). O objetivo desse processo é buscar a qualidade 
ambiental do empreendimento definida pela associação HQE como: 
qualidade do edifício e dos seus equipamentos (em produtos e serviços) e 
os restantes conjuntos de operação, de construção ou adaptação, que lhe 
conferem aptidão para satisfazer as necessidades de dar resposta aos 
impactos ambientais sobre o ambiente exterior e a criação de ambientes 
interiores confortáveis e sãos (PINHEIRO, 2006, p.243). 
 
O selo AQUA é a 1ª norma brasileira para certificação de construções 
sustentáveis. Ele considera as especificidades do nosso país e utiliza 14 critérios 
para analisar os edifícios (da gestão da obra ao seu funcionamento posterior). 
 Sua criação traz maior competitividade aos empresários brasileiros, já que 
internacionalmente são exigidos selos desta natureza para que obras tenham 
reconhecimento. Como o Processo AQUA atende às necessidades legislativas, de 
clima e de fontes de energia do Brasil, é mais adaptado à nossa realidade do que 
selos como o LEED muito utilizado mundialmente. 
Sua aplicação permite a redução do consumo de água, energia, CO² e 
matérias primas, aumentando a qualidade de vida dos usuários e o desenvolvimento 
socioeconômico ambiental da região. 
O primeiro referencial técnico brasileiro é o AQUA e contém os requisitos para 
o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e os critérios de desempenho nas 
categorias da Qualidade Ambiental do Edifício (AQUA, 2008). A definição da 
certificação é um sistema de avaliação que valoriza a coerência das soluções, 
personalizadas para cada projeto, respeitando suas especificidades (AQUA, 2013). 
 A empresa responsável pela implantação do processo AQUA, no Brasil, foi a 
Fundação Vanzolini, instituição privada e sem fins lucrativos. De acordo com a 
Fundação Vanzolini (2017), o processo AQUA pode ser definido como sendo “um 
processo de gestão de projeto visando obter a qualidade ambiental de um 
http://www.cliquearquitetura.com.br/p1/artigos/construcao-sustentavel.html
http://www.cliquearquitetura.com.br/p1/artigos/construcao-sustentavel.html
38 
 
empreendimento novo ou envolvendo uma reabilitação”. Os benefícios da 
certificação pelo processo AQUA incluem melhorias que atingem o empreendedor, o 
projetista, o comprador e a sociedade, juntamente com o comprometimento 
ambiental. 
Documento da Fundação Vanzolini (2017) explica que a obtenção do 
desempenho ambiental tem como fundamento o conceito de que um dos métodos 
mais confiáveis de obter tal desempenho passa pela gestão eficaz e rigorosa do 
empreendimento. Diante disso, em dois elementos estrutura-se o referencial técnico 
de certificação: Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) que avalia o sistema 
de gestão ambiental implementado; Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) que 
avalia o desempenho arquitetônico e técnico do edifício. 
Para se atingir a qualidade ambiental desejada, essa estrutura permite que 
haja a gestão necessária. O SGE define a qualidade ambiental, organiza e controla 
os processos operacionais em todas as fases do programa, passando pela 
concepção (projeto), realização (obra) e Operação ou Uso (FUNDAÇÃO 
VANZOLINI, 2011). O referencial do SGE se organiza, conforme coloca a Fundação 
Vanzolini (2011, apud LEITE, 2011, p.29), em quatro etapas: 
 Comprometimento do empreendedor, em que são descritos os elementos 
de analise solicitados para a definição do perfil ambiental do 
empreendimento e as exigências para formalizar tal comprometimento; 
 Implementação e funcionamento, no qual são descritas as exigências em 
termos de organização; 
 Gestão do empreendimento, no qual são descritas as exigências em 
termos de monitoramento e analises criticas dos processos, de avaliação da 
QAE, de atendimento aos compradores e de correções e ações corretivas; 
Aprendizagem, onde são descritas as exigências em termos de 
aprendizagem da experiência e de balanço do empreendimento. 
 
A organização, as competências, o método, os meios e a documentação 
necessária para se atingir os objetivos e exigências propostas são definidos pelo 
empreendedor. Toda solução é adotada pelo SGE e, em consideração, são levados 
os aspectos mais significativos para o empreendimento. Dentre estes podem ser 
citados: exigências legais e regulamentadoras, funcionalidade, necessidades e 
expectativas das partes interessadas, o entorno, custos e política do empreendedor 
(LEITE,

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