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SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL

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Prévia do material em texto

SUSTENTABILIDADE E 
RESPONSABILIDADE 
SOCIAL
PROFESSORES
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3620
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. CHATALOV, Renata Cristina de 
Souza; MATOS, Natália Christina da Silva; AYRES, Wilian D’Agostini.
Sustentabilidade e Responsabilidade Social. 
Renata Cristina de Souza Chatalov; Natália Christina da Silva 
Matos; Wilian D’Agostini Ayres.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
184 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Sustentabilidade 2. Social 3. Responsabilidade. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Luciano Santana Pereira
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Juliana Duenha
Design Educacional
Bárbara Neves
Revisão Textual
Cindy Mayumi Okamoto Luca 
Cintia Prezoto Ferreira
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 658.408
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-330-8
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenas de cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. Natália Christina da Silva Matos
Graduada em Agronegócio pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2012). Espe-
cialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Ensino 
Superior de Maringá (2015). Mestre em Tecnologias Limpas pelo Centro de Ensino 
Superior de Maringá (2018). 
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4850526Y9
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Possui Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário Ce-
sumar. Possui graduação em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de Educação 
Tecnológica do Paraná. Possui especialização em Gestão Ambiental pela Faculdade 
Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão - FECILCAM. Tem Mestrado em 
Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Foi professora no 
curso de graduação em Administração na Faculdade Metropolitana de Maringá. Foi 
professora da disciplina de Indústria e Meio Ambiente na Pós-graduação em Gestão 
Ambiental na Faculdade Metropolitana de Maringá. Professora da pós-graduação 
EAD - Unicesumar. Atualmente, é coordenadora dos cursos de Gestão da Qualidade 
e Tecnologia em Segurança no Trabalho na modalidade EAD - Unicesumar. 
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4400997J9
Me. Wilian D’Agostini Ayres
Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especia-
lista em Docência no Ensino Superior: Novas Tecnologias Educacionais e Inovação, 
em Empreendedorismo e Inovação Social nas Organizações e em MBA em Coaching 
Aplicado à Gestão de Pessoas pela Unicesumar. Bacharel em Relações Internacionais 
pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Tem experiência acadêmica 
na área de Ciência Política, com ênfase em Sociologia do Desenvolvimento e em Meio 
Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: conferências, participa-
ção, meio ambiente, políticas públicas e desenvolvimento sustentável. Atualmente, 
é professor mediador e formador da Unicesumar, desenvolvendo atividades na 
modalidade de educação a distância (EaD).
http://lattes.cnpq.br
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
SUSTENTABILIDADE E
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Caro(a) aluno(a), neste material, trabalharemos o tema “sustentabilidade e a responsabilidade 
social”. Tratar desse assunto, nos dias atuais, é de grande importância para a sua carreira 
profissional, dada a sua relevância, independentemente da área do conhecimento.
Considerando esse aspecto, estudaremos as questões históricas vinculadas às problemáti-
cas ambientais que levaram à consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável e o 
papel da responsabilidade social nesse processo. Além disso, analisaremos as características 
do gerenciamento ambiental, as suas ferramentas e o seu princípio, os quais afetam outras 
áreas correlatas, tais como o marketing aplicado aos anseios da sustentabilidade.
Também conheceremos as certificações e as normas relacionadas à sustentabilidade e, prin-
cipalmente, à responsabilidade social, a qual será enfatizada, ao analisarmos as suas dimen-
sões. Por fim, entenderemos a relevância das ações sustentáveis e apresentaremos os seus 
resultados por intermédio de relatórios, de balanços e de premiações. Nesse sentido, para o 
desenvolvimento dos estudos elencados, esta unidade foi dividida em cinco unidades.
Na primeira unidade, o ponto de partida para os nossos estudos se dá com a necessidade 
de se debater o crescimento populacional e a escassez de recursos naturais a longo prazo. 
Assim, explicaremos os marcos históricos que levaram à consolidação do conceito de de-
senvolvimento sustentável enquanto uma proposta para o novo modelo econômico e social, 
desde a Revolução Industrial, até chegarmos às problemáticas ambientais e à sustentabilidade 
propriamente, que será trabalhada em conjunto com os seus pilares, dimensões e objetivos. 
Na segunda unidade, trataremos dos aspectos empresariais acerca do meio ambiente. Paraisso, aprofundaremos os nossos estudos sobre o papel das empresas em relação às ques-
tões ambientais, como a necessidade de prevenção dos acidentes ambientais. Além disso, 
explanaremos a importância da sustentabilidade econômica das organizações, o que envolve 
elementos vinculados à gestão e à distribuição eficiente de recursos naturais, assim como os 
atuais conceitos de economia ecológica e verde. Também será abordado o social na área da 
responsabilidade social empresarial, nas políticas e nos investimentos. 
Ao chegarmos à terceira unidade, estudaremos o marketing verde, as suas normatizações 
e certificações, com ênfase vinculada à sustentabilidade e à responsabilidade social, como 
a ISO 26000 e a NBR 16001. Em outras palavras, exploraremos as normas internacionais e 
nacionais sobre o tema. 
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na quarta unidade, conheceremos os fatores relacionados à ética empresarial, tais como as 
políticas e as práticas que influenciam nos âmbitos já mencionados, como os da responsa-
bilidade social.
Por fim, na quinta unidade, analisaremos as auditorias, os modelos de divulgação de ações 
sustentáveis e os elementos que as compõem. São exemplos: os demonstrativos de natu-
reza social e ambiental, os modelos de balanço, os relatórios de sustentabilidade de maior 
aplicabilidade nesse contexto e as premiações das organizações mais reconhecidas da área.
Com isso, almejamos que o conteúdo trabalhado seja de grande valia em sua rotina profissio-
nal e pessoal. Também desejamos que os seus estudos não parem por aqui, mas que você 
aprenda cada vez mais, a fim de gerarmos uma sociedade sustentável. 
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
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CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
O NOVO MODELO DE 
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
10
EMPRESAS E O 
MEIO AMBIENTE
40
79
MARKETING VERDE, 
SUSTENTABILIDADE
E CERTIFICAÇÃO
110
DIMENSÕES DA
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
140
AUDITORIAS E 
MODELOS DE
DIVULGAÇÕES
DE AÇÕES 
SUSTENTÁVEIS
166
CONCLUSÃO GERAL
1
O NOVO MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
sustentável
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O crescimento populacional e 
o uso sustentável dos recursos naturais • Nosso Futuro Comum – Relatório Brundtland • Objetivos do 
desenvolvimento sustentável.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Analisar os problemas ambientais contemporâneos. • Compreender o histórico do desenvolvimento 
sustentável. • Apresentar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os conceitos de susten-
tabilidade e de responsabilidade social.
PROFESSORES 
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a). Nesta primeira unidade, 
você fará um estudo que é de extrema importância para várias áreas do 
conhecimento: o desenvolvimento sustentável. Para iniciarmos essa dis-
cussão, gostaríamos de esclarecer que o meio ambiente que conhecemos 
hoje sofreu muitas modificações ao longo dos séculos e os conceitos que 
são estudados atualmente nem sempre existiram. Assim, o grande desafio 
desta unidade é o de resgatar brevemente o contexto histórico ambiental e 
expor os conceitos que são fundamentais para o entendimento da necessi-
dade de um novo modelo econômico e social que considere a capacidade 
de renovação dos recursos naturais.
Dessa maneira, constataremos que o desenvolvimento sustentável está 
relacionado com a preservação dos recursos naturais utilizados pela nossa 
geração, tendo em vista as gerações vindouras. Assim, buscaremos esclarecer 
algumas especificidades dos conceitos que englobam o desenvolvimento 
sustentável, tais como o crescimento populacional, os problemas causados ao 
meio ambiente, devido à falta de conscientização ambiental, as interferências 
das organizações não governamentais (ONGs) na construção de um novo 
paradigma perante a humanidade, além das interferências governamentais. 
Ainda nesta unidade, você terá a oportunidade de ampliar a sua visão 
sobre a criação de uma cidadania sustentável. Isso representa uma riqueza 
de possibilidades, ao pensar de forma sistêmica e perceber que tudo possui 
conexão com tudo. Entretanto, é preciso estar atento, visto que, seja qual for 
a conexão estabelecida, ela deve estar em conformidade com a concepção 
de sustentabilidade. Além do mais, as metas devem ser conjuntas, conside-
rando os aspectos econômicos, sociais e ambientais, para que, dessa forma, 
alcancemos os padrões consistentes de sustentabilidade. 
 Diante disso, foram estabelecidas metas e propostas pautadas nos al-
cances da sustentabilidade. Um exemplo são os Objetivos de Desenvolvi-
mento Sustentável (ODS), que se referem a 17 metas globais determinadas 
pela Assembleia Geral das Nações Unidas e as quais serão abordadas neste 
capítulo. Bons estudos!
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1 
O CRESCIMENTO
POPULACIONAL
e o uso sustentável de
recursos naturais
Caro(a) aluno(a), iniciaremos os nossos estudos a partir da apresentação da relação 
do crescimento populacional com a sustentabilidade. Nesse sentido, conheceremos, 
a seguir, os problemas ambientais e o seu vínculo com a população humana.
Problemas ambientais: consequência do modelo 
social e a sua relação com o crescimento popula-
cional
Para entendermos os fatores que geraram os debates sobre a necessidade de pro-
moção do desenvolvimento sustentável, é importante compreendermos quais 
foram os marcos que influenciaram esse processo. Segundo o historiador Warren 
Dean (1995), em seu livro “A Ferro e Fogo”, a destruição da Mata Atlântica teve 
início no momento em que os portugueses tomaram conta do território brasi-
leiro. A natureza era vista como uma força contraditória ao desenvolvimento, ou 
seja, um empecilho a ser eliminado para o cultivo das plantações, as quais eram 
baseadas na monocultura de exportação. 
Outro marco histórico é o desenvolvimento das máquinas a vapor, que ocor-
reu por volta de 1760. A grande Revolução Industrial e os avanços tecnológicos 
proporcionaram a exploração de recursos naturais em escalas inigualáveis. Esses 
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avanços aumentaram a partir da invenção do motor à combustão, em 1876, e 
da eletricidade, em 1870. Esse crescimento tecnológico foi o responsável por 
proporcionar melhorias no crescimento econômico, mas também gerou gran-
des problemas futuros. Imersos na mentalidade da época, a poluição vinda das 
fábricas era encarada como um símbolo de vitória e de prosperidade: a falta de 
consciência sobre a necessidade de se promover um crescimento ecologicamente 
viável e socialmente igual a todos era totalmente inexistente. Assim, surgiu uma 
sociedade baseada na produção e no consumo (DEAN, 1995). 
Na década de 60 e 70, em meio às mudanças socioculturais que domina-
vam a sociedade, foram iniciadas as reflexões sobre os danos causados ao meio 
ambiente, o que proporcionou a elaboração dos primeiros esforços para uma 
consciência ecológica e ativa. O grande sinal de alerta foio lançamento da obra 
“Primavera Silenciosa”, no ano de 1962, pela bióloga Rachel Carson, em que se 
é discutido o uso indiscriminado de agrotóxicos. Esse se tornou um dos livros 
mais vendidos em relação à questão ambiental, em um contexto da organização 
da luta ecológica (DEAN, 1995).
Além disso, historicamente, a humanidade passou por transformações, de-
vido ao crescimento populacional, uma vez que o nascimento de mais pessoas 
representa um aumento da demanda por energia. Não só, mas também pressupõe 
um maior consumo de recursos não renováveis, tais como petróleo e minerais, a 
produção de mais recursos renováveis, como peixes e florestas, e a necessidade de 
aumento da produção de alimentos pela agricultura. O uso irracional desses re-
cursos proporciona impactos que são difíceis de serem resolvidos (BURSZTYN; 
BURSZTYN, 2012; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2010).
Diante desse cenário, levando em consideração os aspectos vinculados às 
influências ambientais, sociopolíticas e econômicas, surge a percepção de que o 
desenvolvimento é necessário, desde que atenda a um conjunto de princípios e 
os comportamentos humanos sejam amparados pelo senso de responsabilidade 
socioambiental. Segundo a Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvol-
vimento – cuja escrita e sigla correspondentes, em inglês, são World Comission 
on Environment and Development (WCED) –, o conceito de desenvolvimento 
sustentável tem se difundido enquanto uma proposta para equilibrar as necessi-
dades atuais satisfatórias, sem comprometer a manutenção das gerações futuras 
(WCED, 1987). Todavia, para obter uma visão macro da forma como se desen-
volveram os fatos históricos que influenciaram os debates sobre o meio ambiente 
e o desenvolvimento, analise a tabela a seguir: 
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ANO ACONTECIMENTO MARCO HISTÓRICO
Livro sobre crise ambiental 
“Primavera Silenciosa” (título
original: “Silent spring”).
Livro sobre crise ambiental “Primavera 
Silenciosa” (título original: “Silent spring”).
Formação do renomado Clube
de Roma.
Esse clube foi constituído com a �nalidade de 
compreender os fatores que in�uenciam o meio 
ambiente e, consequentemente, o sistema global 
em seus fatores naturais, sociais, políticos e 
econômicos.
Conferência da Unesco sobre a 
conservação e o uso racional 
dos recursos da biosfera.
Realizada em Paris, marca a criação do 
Programa “Homem e a Biosfera”, 
representado pela sigla MAB. 
Consolidação do programa
Homem e Biosfera (MAB) (em
inglês, Man and the Biosphere)
da UNESCO.
Voltado para as pesquisas sobre a relação causal 
entre a humanidade e o meio ambiente, tem
a sua pauta vinculada às questões naturais e 
sociais, tais como a conservação da natureza
e o bem-estar da humanidade.
Novo livro sobre a crise ambiental, 
intitulada “Os limites do
crescimento”.
Material produzido pelo Clube de Roma,
o qual alerta uma escassez de recursos naturais
e contaminação da natureza nos próximos
100 anos. 
Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente Humano, 
realizada em Estocolmo, Suécia.
É marcado como primeiro evento de natureza 
governamental que vincula as questões econômicas 
ao meio ambiente. Reuniu 113 Estados-membros da 
ONU e possibilitou a criação do Programa das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA).
Primeira Estratégia Mundial 
para a Conservação.
Parceria entra o PNUMA e a WWF (World Wildlife 
Fund), estipula uma estratégia para a conservação 
dos recursos naturais. Marca, também, a primeira 
menção ao conceito de desenvolvimento 
sustentável.
Criação da Comissão sobre o 
Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento (CMMAD).
Essa comissão tinha a �nalidade de desenvolver 
estratégias plausíveis para as questões econômicas 
e ambientais. Foi presidida pela Primeira-Ministra da 
Noruega, Gro Harlem Brundtland.
Publicação do informe “Nosso 
Futuro Comum”, feito pela CMMAD, 
também conhecido como “Informe 
Brundtland”.
Consolidou o conceito de desenvolvimento 
sustentável, ao relacionar as questões ambientais 
ao desenvolvimento econômico. 
1962
1968
1968
1971
1972
1972
1980
1983
1987
1991
Segunda Estratégia Mundial para 
a Conservação: “Cuidando da 
Terra”.
Dá continuidade ao Informe Brundtland, em 
esforços conjuntos entre o IUCN (International 
Union for Nature Conservation), o PNUMA e a WWF, 
ao vincular os fatores políticos e sociais para um 
desenvolvimento sustentável consistente.
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Tabela 1 – Marcos históricos dos debates para o desenvolvimento sustentável
Fonte: adaptada de Ayres (2018).
O conceito de desenvolvimento sustentável é baseado no princípio de cresci-
mento econômico, social e ambiental. Dessa forma, garante a acessibilidade das 
gerações futuras aos recursos naturais. 
ANO ACONTECIMENTO MARCO HISTÓRICO
Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, também 
conhecida como Cúpula da
Terra e/ou Eco 92.
Marca a primeira ocasião em que um debate 
governamental é realizado no Brasil. Nesse sentido, 
o Rio de Janeiro se tornou palco para 
a discussão de estratégias de ação mundial para 
o modelo de desenvolvimento sustentável. 
Na ocasião, estiveram representados 170 Estados, 
foi publicada a Declaração do Rio, além de outros 
quatro documentos. O mais importante foi a 
Agenda 21.
Fórum Rio + 5.
Cinco anos após a Eco 92, foi realizada, em 
Nova York, com a �nalidade de veri�car o 
andamento da Agenda 21 até então.
Protocolo de Kyoto.
Tinha, como �nalidade estratégica, o 
monitoramento da emissão de gases de efeito 
estufa na atmosfera, reduzindo, assim, os 
impactos do aquecimento global e, 
consequentemente, do efeito estufa.
Primeiro Foro Mundial de âmbito 
Ministerial realizado em Malmo,
na Suécia.
Gerou a Declaração de Malmo, que trata das 
perspectivas futuras para as questões ambientais. 
Os que estavam presentes asseguraram o seu 
engajamento com o desenvolvimento sustentável.
Cúpula Mundial sobre o 
Desenvolvimento Sustentável – 
Rio + 10, realizada em 
Johanesburgo, na Africa do Sul.
Novo marco temporal após a Eco 92, passados 10 
anos de sua precursora. Teve por �nalidade
veri�car os resultados alcançados em relação ao 
desenvolvimento sustentável, além de debater 
sobre a fome. 
Conferência da ONU sobre as 
mudanças climáticas realizada 
em Cophenhague, na Dinamarca.
Reuniu 120 chefes de Estado e de governo. Gerou a 
substituição do Protocolo de Kyoto. Além disso, foi 
consagrado o acordo de Copenhague, que tratava 
das questões ambientais e das mudanças no clima.
Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, também 
conhecida como Rio +20.
Assim com a Eco 92, foi realizada no Rio de Janeiro, 
20 anos depois. Procurou veri�car o andamento dos 
acordos realizados na Agenda 21, além de rea�rmar 
os compromissos com o desenvolvimento 
sustentável.
1992
1997
1997
2000
2002
2009
2012
2015 Cúpula das Nações Unidas sobreo Desenvolvimento Sustentável. 
Proposta dos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) enquanto agenda para 2030.
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Assim como foi visível na Tabela 1, um documento marcante nesse processo 
foi a Agenda 21, que consiste em planejar as ações assertivas no que diz respeito 
à sustentabilidade. O referido documento possui cerca de 40 capítulos e tem por 
finalidade propor um novo modelo de desenvolvimento em escala global, com 
base em aspectos de preservação ao meio ambiente, bem-estar social e eficiência 
econômica (OLIVEIRA; MOREIRA, 2012).
Desenvolvimento sustentável como um novo 
modelo
Assim como estudamos no tópico anterior, a ONU e os Estados que a compõem 
estipularam estratégias de ação, considerando as demandas que o crescimento 
populacional geraria a curto e longo prazo. Além disso, foi estipulada a necessi-
dade de oferta de matérias-primas para a manutenção dos meios de produção. 
Ambos os aspectos mencionados colocam em xeque a capacidade da natureza 
em oferecer os recursos suficientes para suprir tais necessidades. Para isso, o de-
senvolvimento tecnológico mudariao cenário de insustentável para sustentável, 
com a maximização dos recursos (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2010). 
Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sustentável incorpora os padrões 
econômicos e sociais ao que o ambientalismo tratava apenas como ecológico. 
O crescimento populacional afeta a distribuição dos recursos, dado que a quan-
tidade desses recursos não aumentou em conformidade com o crescimento da 
população. Diante disso, em detrimento do crescimento populacional, as demandas 
econômicas e sociais também tendem a aumentar, o que gera o risco de escassez 
de recursos. Assim, a preservação ambiental deixa de ser uma opção para se tornar 
uma prioridade (LIMA, 2001). A taxa de expansão populacional mundial é insus-
tentável: embora seja menor do que já foi – em um espaço finito e com recursos 
finitos –, nenhuma população pode continuar crescendo para sempre. 
Seria interessante saber a quantidade máxima de população humana que 
poderia ser sustentada na Terra. Townsend, Begon e Harper (2010) propõem 
o seguinte questionamento: qual é a capacidade de suporte global? Com esse 
dado, seria possível desenvolver uma equação que considere os recursos versus 
as demandas, para chegarmos a uma informação que determine quando alcan-
çaremos a sustentabilidade. 
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Você já se questionou o “quão ecológico” é o seu comportamento cotidiano? 
Já se perguntou se há aspectos que possuem maior engajamento, em com-
paração aos demais? Vamos fazer um teste? 
conecte-se
Nesse contexto, caro(a) aluno(a), para obtermos a sustentabilidade ou nos apro-
ximarmos dela, é necessária aquisição e a aplicação da compreensão ecológica.
O papel da ONU no desenvolvimento da consciên-
cia ambiental
Em dezembro de 1972, foi criado o programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (ONU - Meio Ambiente), que coordena os trabalhos da organiza-
ção em nome do meio ambiente global. Suas prioridades incluem as catástrofes 
ambientais, as substâncias nocivas, as mudanças climáticas, a gestão dos ecos-
sistemas, a governança ambiental e a eficiência dos recursos. Desse modo, as 
estratégias voltadas a um novo modelo de desenvolvimento econômico e social 
são direcionadas à “defesa e o melhoramento do meio ambiente humano para as 
gerações presentes e futuras” que “se converteu na meta imperiosa da humanida-
de” (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE 
HUMANO, 1972, on-line)¹. 
Dessa forma, o novo modelo não era apenas um desafio, mas era uma propos-
ta de melhoria continuada de uma sociedade que precisa de equidade na distri-
buição dos seus recursos, além de aperfeiçoamentos em seus padrões, visto que:
 “ É precisamente na dignidade de todos os seres humanos que deve incidir o esforço maior de oferecer uma tutela ecológica que se opo-nha aos constantes danos à natureza, às práticas abusivas que, por 
exemplo, provocam a poluição (atmosférica, hídrica, sonora, visual, 
etc.), aceleram os processos de desertificação, reduzem os recursos 
naturais e causam mudanças climáticas responsáveis por milhões 
de vitimados pelos danos ambientais. Não há que passar desperce-
bido que, neste momento histórico, ocorre na ONU, em Nova York, 
a Conferência para a Proibição das Armas Nucleares (BARROS; 
CAÚLA, 2017, p. 8).
http://www.pegadaecologica.org.br/2019/pegada.php
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Para o Brasil, houve dois momentos históricos que marcaram o engajamento 
nacional em relação às causas ambientais. São eles:
1. Resistência ao engajamento nas causas ambientais. Um exemplo disso é 
a participação na COP15 (XV Conferência das Partes da Convenção da 
ONU sobre Mudanças Climáticas), que aconteceu na cidade de Cope-
nhague, em 2009. Na ocasião, o país assumiu apenas o compromisso de 
reduzir cerca de 36,1% até 38,9% das emissões de gases que geram o efeito 
estufa, metas que tinham, como prazo, o ano de 2020. 
2. Engajamento e compromisso com o desenvolvimento sustentável. En-
quanto exemplo e marco, temos a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que consolidou a atuação do 
país nas causas ambientais.
O posicionamento do Brasil foi diferente na Rio+20, comparado-se à primeira 
conferência realizada em 1992 (a Rio-92). Na década de 90, o país iniciava a sua 
atuação na política internacional do meio ambiente, com a finalidade de ganhar 
espaço no cenário político internacional. Desse modo, em 2012, na Rio+20, reafir-
mou o seu engajamento com as causas ambientais e apresentou novas estratégias 
para trabalhar as metas relacionadas à sustentabilidade: 
 “ A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de rea-lização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do 
desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. O objetivo 
da Conferência foi a renovação do compromisso político com o 
desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso 
e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas prin-
cipais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e 
emergentes (RIO+20, [2020], on-line)².
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Desde 2014, a ONU passou a contar com a Assembleia Ambiental das Nações Unidas 
(Unea), cuja primeira edição ocorreu em 2014, e a segunda, em 2016. A Unea é a mais 
importante plataforma da ONU para a tomada de decisões sobre o tema e marcou o 
início de um período em que o meio ambiente é considerado um problema mundial – ao 
considerar, pela primeira vez, as preocupações ambientais no mesmo âmbito da paz, da 
segurança, das finanças, da saúde e do comércio. Em sua primeira edição, reuniu mais de 
160 líderes de alto nível. 
Fonte: adaptado de ONU ([2020], on-line)2.
explorando Ideias
Em setembro de 2015, às vésperas da abertura da 70ª Assembleia Geral das Nações 
Unidas, aconteceu, em Nova York, a formulação da nova agenda oficialmente adotada 
pelos chefes de Estado e de governo na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvi-
mento Sustentável. Acordada pelos 193 estados membros da ONU, nasceu, portanto, 
a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com seções sobre os meios de 
implementação e uma renovada parceria mundial (TRINDADE; LEAL, 2017).
A Sociedade civil organizada e a sua atuação no 
Brasil
O desenvolvimento sustentável teve os seus aspectos em constante pauta gover-
namental, dada a atuação de representantes de causas sociais e organizações Não 
Governamentais. “Vale ressaltar que a sociedade civil organizada, por meio de 
ONGs e dos movimentos sociais, cumpre um papel fundamental na consolidação 
e na ampliação das questões ambientais no Brasil e no mundo” (MINISTÉRIO 
DO MEIO AMBIENTE, 2003, p. 7). 
Para compreendermos melhor esse aspecto, é importante sabermos que a 
economia é composta por três setores distintos. São eles: 
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Figura 1 - Setores que compõem a economia / Fonte: os autores.
As Organizações da Sociedade Civil (OSC) têm atuado em várias áreas ligadas às 
necessidades sociais que existem. Por exemplo: saúde, emprego, educação, assis-
tência social, direitos políticos, questões ambientais, entre outros. Nesse sentido, 
há uma lista de representantes da sociedade civil organizada que foi elaborada 
na quarta e na última Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA). De 
acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2003), são eles:
1. Centro Multidisciplinar de Estudos em Resíduos Sólidos (CeRSOL).
2. Universidade de São Paulo (USP).
3. Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).
4. Conselho Nacional de Seringueiros (CNS).
5. Coletivo de Entidades Negras de Minas Gerais (CEN-MG).
6. Central Única dos Trabalhadores (CUT).
7. Força Sindical.
8. Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (ASSE-
MAE).
9. Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP).
10. Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM).
11. Rede Brasileira de Agendas 21 Locais (REBAL).
12. União Nacional de Cooperativas da AgriculturaFamiliar e Economia 
Solidária (UNICAFES).
13. União Nacional dos Estudantes (UNE).
O Terceiro Setor é formado pela sociedade civil organizada, que é composta
pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC), as quais reúnem diversos formatos
e naturezas institucionais, tais como: Organizações Não Governamentais (ONG); 
movimentos sociais; institutos; fundações; associações, entre outros. O terceiro 
setor visa oferecer produtos e serviços a grupos e/ou indivíduos que não são 
assistidos pelo Estado e/ou não tem poder aquisitivo para custear as suas 
necessidades. 
O Primeiro Setor é 
representado pelo Estado, 
que também compõe os 
serviços e os aspectos de 
acesso público.
O Segundo Setor é o 
mercado, representado pelas 
empresas que oferecem os 
seus produtos e serviços, a 
�m de obter lucro.
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Caro(a) aluno(a), você sabe o que é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)? O 
Conama assessora, estuda e propõe, ao governo, as linhas de direção das políticas gover-
namentais para a exploração e a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. 
É o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), 
instituído por meio da Lei nº 6.938/1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/1990. 
Fonte: adaptado de O Eco (2014, on-line)3. 
explorando Ideias
14. Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).
15. Instituto Nacional de Pesquisas e Defesa do Meio Ambiente (IMA).
2 
NOSSO FUTURO
COMUM -
relatório brundtland
A Comissão Brundtland foi a responsável por reunir aspectos econômicos em 
ambientais em um único conceito: o desenvolvimento sustentável. Esse conceito 
foi apresentado pela primeira vez no Relatório Nosso Futuro Comum e defende 
a preservação ambiental, para que as gerações atuais e futuras tenham acesso aos 
recursos naturais necessários para suprir as suas demandas. Além disso, alguns 
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aspectos relacionados a essa questão se referem à necessidade de administrar 
o crescimento populacional como um dos responsáveis pelo esgotamento dos 
recursos naturais (OLIVEIRA, 2005). 
De acordo com o Relatório Brundtland (1987), em um mundo em que a de-
sigualdade e a pobreza não são mais inevitáveis, o desenvolvimento sustentável 
deve privilegiar o atendimento das necessidades básicas de todos, ao oferecer 
oportunidades de melhoria de qualidade de vida para a população no presente 
e no futuro: 
 “ Apesar de não definir quais são as necessidades do presente nem quais serão as do futuro, o relatório chamou a atenção do mundo sobre a importância de se encontrar novas formas de desenvolvi-
mento econômico, sem redução e danos ao meio ambiente. Além 
disso, o relatório definiu três princípios básicos a serem cumpridos: 
desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade so-
cial. Colocando o desenvolvimento sustentável como um processo 
de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento 
dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico 
e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o futuro 
para satisfazer as necessidades humanas. Mesmo assim, o referido 
relatório foi amplamente criticado por apresentar como causa da si-
tuação de insustentabilidade do planeta o descontrole populacional 
e a miséria dos países subdesenvolvidos, colocando como um fator 
secundário a poluição ocasionada nos últimos anos pelos países 
desenvolvidos (BARBOSA, 2008, p. 20).
Todos esses levantamentos apresentados pela Comissão Brundtland levaram à 
necessidade da realização de uma reunião no âmbito das Nações Unidas para 
fomentar o debate entre os países. Assim, surgiu a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1992, 
no Rio de Janeiro: a Rio-92. A referida conferência teve como meta:
 “ […] a criação da Agenda 21, um plano de ação para ser adotado em âmbito global, nacional e local por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas 
em que a ação humana impacta o meio ambiente. O documento 
constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada, cujo fim é 
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orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século 
XXI, cujo alicerce é a integração da sustentabilidade ambiental, so-
cial e econômica (NOVAES, 2008, p. 17).
Após tais acontecimentos históricos, o desenvolvimento sustentável, enquanto 
proposta de modelo econômico e social, ganhou parâmetros consistentes que 
ampliaram as suas abordagens, a fim que as propostas se tornassem realidade, 
como é o caso dos pilares da sustentabilidade. 
Os pilares da sustentabilidade 
Após a ONU lançar, em 1987, o relatório “Nosso Futuro Comum” na Comissão 
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o conceito de desenvolvi-
mento sustentável, na sociedade, passa a ser um assunto frequente. Anos depois, 
em 1994, John Elkington criou o triple bottom line (tripé da sustentabilidade), o 
qual é exemplificado na figura a seguir: 
Figura 2 – Tripé da sustentabilidade
PILAR
ECONÔMICO
PILAR
SOCIAL 
PILAR
AMBIENTAL
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Esses fatores precisam estar integrados, para que a sustentabilidade, de fato, acon-
teça. Segundo Sachs (2003), o tripé do desenvolvimento é entendido como algo 
que deve ser, simultaneamente: includente, do ponto de vista social; sustentável, do 
ponto de vista ecológico; e sustentado, do ponto de vista econômico. Além disso, 
esse método incorpora a visão ecológica nas empresas com base em três princípios: 
 “ Social: engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde, violência, lazer, dentre outros aspectos.Ambiental: refere-se aos recursos naturais do planeta e à forma 
como são utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas. 
Econômico: relacionado com a produção, a distribuição e o consu-
mo de bens e serviços. A economia deve considerar a questão social 
e ambiental (SACHS, 2003, p. 5).
Ao aprofundarmos um pouco mais os nossos estudos acerca dos conceitos de 
desenvolvimento, devemos considerar os objetivos, os quais devem ser sempre 
éticos e sociais, em busca do progresso. Nesse contexto, devem ser baseados na 
solidariedade com as gerações presentes e futuras, respeitando as condições am-
bientais. No entanto, para que isso possa acontecer, é necessário que os inves-
timentos sejam economicamente viáveis. Portanto, a viabilidade econômica é 
uma das condições indispensáveis, mas não a suficiente, para alcançar o êxito do 
desenvolvimento includente e sustentável (SACHS, 2007).
Dimensões da sustentabilidade
Já sabemos que o Relatório de Brundtland foi um marco na evolução do desenvol-
vimento sustentável. Diante disso, houve o surgimento do “ecodesenvolvimento”, 
que visa conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento socioeconômico, 
com o intuito de melhorar a qualidade de vida da humanidade.
A sustentabilidade considera as necessidades humanas. O grande desafio, 
hoje, para a humanidade, talvez, seja encontrar um conjunto de transições in-
terligadas para uma situação mais sustentável. Sachs (1993, p. 4) aponta cinco 
dimensões de sustentabilidade que devem ser observadas para planejar o de-
senvolvimento. São elas: 
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Quando trabalhamos a sustentabilidade urbana, as estratégias de planejamento urbano 
são vitais ao processo de obtenção de padrões de sustentabilidade concretos para esse 
segmento. Dessa forma, as cidades do futuro devem agregar padrões ecológicos e tecno-
lógicos em prol de ambientes sustentáveis.
explorando Ideias
Sustentabilidade ecológica, que se refere à base física do processo de 
crescimento. Tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos 
naturais incorporados às atividades produtivas. 
Sustentabilidade ambiental, que se refere à manutenção da capacidade de 
sustentação dos ecossistemas, o que implica na capacidade de absorção e de 
recomposição dos ecossistemas, em face às agressões antrópicas.
Sustentabilidade social, que se refere aodesenvolvimento. Tem por obje-
tivo a melhoria da qualidade de vida da população. Para os países que pos-
suem problemas de desigualdade e de inclusão social, é necessária a adoção 
de políticas distributivas e a universalização do atendimento a questões, tais 
como saúde, educação, habitação e seguridade social. 
Sustentabilidade política, que se refere ao processo de construção da ci-
dadania, a fim de garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo 
de desenvolvimento. 
Sustentabilidade econômica, que se refere a uma gestão eficiente dos re-
cursos em geral. Caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento 
público e privado, o que exige a avaliação da eficiência por meio de processos 
macrossociais. 
Caro(a) aluno(a), todo o processo que envolve as dimensões da sustentabilidade 
pode ser uma resposta aos anseios da sociedade, o que propicia cidades que in-
corporam os elementos naturais e sociais. Nesse sentido, Sen (2010, p. 21) defende 
que “[...] o desenvolvimento pode ser visto como um processo de expansão das 
liberdades reais que as pessoas desfrutam”.
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Responsabilidade é um padrão de comportamento valorizado pela sociedade e diz respei-
to às questões individuais para uma boa convivência em grupo. Portanto, quando falamos 
em responsabilidade socioambiental, estamos nos referindo aos princípios individuais e 
coletivos acerca das questões ambientais e sustentáveis, ou seja, o comportamento das 
pessoas em relação às normas de conduta para o meio ambiente, a sociedade e a eco-
nomia. 
pensando juntos
Economia verde: um novo modelo econômico
A expressão “economia verde”, que substituiu o conceito de “ecodesenvolvimento”, 
foi implantada pelo canadense Maurice Strong, primeiro diretor-executivo do 
PNUMA e secretário-geral da Conferência de Estocolmo (1972) e da Rio-92 (O 
ECO, 2015, on-line)4.
A conferência Rio+20, realizada em 2012, além de discutir a redução da po-
breza, teve, como tema central, a economia verde (ONU, 2011). Por meio da 
divulgação dessa expressão pelo mundo, em um relatório do PNUMA (UNEP 
2011), em pouco tempo, ela foi aceita oficialmente pela comunidade internacio-
nal e popularizada no mundo (BELINKY, 2011). Também se apresentou como 
alternativa ao desenvolvimento sustentável, que havia sido consagrado no Rio 
de Janeiro, na primeira Conferência da ONU no Brasil, em 1992: “[...] foi absor-
vida por governos, empresas e pela sociedade civil, e empregada na formulação 
e execução tanto de políticas públicas quanto de iniciativas privadas ligadas à 
responsabilidade socioambiental” (O ECO, 2015, on-line)4.
O conceito de economia verde pode ser resumido em atividades ou “projetos 
verdes” que são realizados atualmente, tais como a implantação de painéis fo-
tovoltaicos, a reciclagem de lixo, as hortas orgânicas, entre outros. Todos eles 
possuem três características principais: baixa emissão de carbono, eficiência no 
uso de recursos e busca pela inclusão social (OECO, 2015, on-line) 4. 
Entretanto, na realidade, a maioria dos projetos que engloba a economia verde 
necessita de recursos governamentais. Um exemplo se dá para o pagamento de 
serviços ambientais existentes, tais como:
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A economia verde busca a promoção de uma sociedade com equidade so-
cial e econômica que se desenvolva junto com a tecnologia, a fim de obter 
padrões palpáveis para toda a população mundial. Além disso, forças cen-
trífugas levam ao impulsionamento desse processo, ao colocar em xeque a 
capacidade da humanidade de se adaptar a novas realidades sociais, como 
foi o caso da pandemia de 2020. 
conecte-se
 “ [...] os fins de raciocínio, as Reservas Legais e APPs, previstas no Código Florestal brasileiro, supondo que essas reservas fossem uma área total de 100 milhões de hectares e os donos recebessem R$ 
200,00 por hectare por ano, para não desmatar as áreas (valores 
conservadores), o total anual seria R$ 20 bilhões de reais, mais que 
o Programa Bolsa Família que custa por volta dos R$ 15 bilhões por 
ano (SAWYER, 2011, p. 20).
Encontramos, ainda, outros riscos, como nos casos dos Pagamentos por Serviços 
Ambientais (PSA), em que alguns produtores recebem por seus serviços prestados à 
natureza. Isso sugere que outros sujeitos que não recebem pagamentos não são obriga-
dos a se comprometer corretamente com a causa. Outro risco é quem recebe o PSA: se 
deixa de receber, pode acreditar que possui o direito de destruir (AMAZONAS, 2010). 
Dessa forma, pensando no planeta e nas gerações futuras, devemos promover 
tanto a economia verde quanto o desenvolvimento sustentável.
Protocolo Verde
O Protocolo Verde é um protocolo de intenções assinado por instituições financeiras 
públicas e pelo Ministério do Meio Ambiente no ano de 1995 e revisado em 2008. Tem 
como objetivo definir políticas e práticas bancárias, com a premissa de não financiar 
empreendimentos e/ou projetos que possam causar problemas ambientais. 
O protocolo se compromete a financiar o desenvolvimento com sustentabi-
lidade, por meio de linhas de crédito e programas que promovam a qualidade de 
vida da população e a proteção ambiental. Quando o setor bancário faz adesão ao 
protocolo verde, traz um importante papel para o desenvolvimento sustentável, 
pois realiza incentivo ambiental para as empresas. 
https://nacoesunidas.org/economia-verde-as-escolhas-que-fazemos-agora-moldarao-o-futuro/
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Em 1995, o BNDES liderou os bancos públicos federais (além do BNDES, participam a Caixa 
Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste do Bra-
sil) na formalização do Protocolo Verde. Contudo, em agosto de 2008, o BNDES e os bancos 
públicos federais celebraram, com o Ministério do Meio Ambiente, o Protocolo de Intenções 
pela Responsabilidade Socioambiental, revisão atualizada do Protocolo Verde de 1995. 
Fonte: BNDES ([2020], on-line)5.
explorando Ideias
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se 
empenha continuamente em aprimorar as medidas que já foram definidas no 
Protocolo Verde, que incluem: as ações que evitem danos ambientais; a criação de 
equipes que tenham formação e consciência ambiental; a diminuição de desper-
dícios; a utilização de materiais recicláveis; e o incentivo à eficiência energética. 
Princípio poluidor-pagador
Esse princípio traz a ideia de que aquele que polui deve pagar pelo seu ato. Todavia, 
isso não significa que o fato de pagar lhe dá o direito de poluir, mas o pagamento 
deve ser feito para reverter possíveis danos ambientais, uma vez que “o pagamento 
de tributo, tarifa ou preço público não isentam o poluidor ou predador de ter exa-
minada e aferida sua responsabilidade residual para reparar o dano” (MACHADO, 
2009, p. 68). Portanto, conclui-se que não se compra o direito de poluir. 
O princípio em referência possui assento constitucional previsto nos § 2º e 
§3º do Art. 225 da CF/1988, que defende que: 
 “ § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recu-perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambien-
te sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções pe-
nais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar 
os danos causados (BRASIL, 1988, p. 131).
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O conceito de poluidor é definido pelo Art. 3°, inciso IV, da Lei nº 6.938/1981, nos seguintes 
termos: “poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável 
direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental.” 
Fonte: Conteúdo Jurídico (2014, on-line)6.
explorando Ideias
Segundo Barbieri (2016), o princípio do poluidor-pagador atribui, ao Estado, o 
dever de estabelecer um tributo ao agente poluidor. Esse princípio é baseado em 
duas abordagens, segundo Barbieri (2016): 
1. Natureza fiscal: há a necessidade de arrecadaçãode receita para o custeio 
de produtos e serviços públicos com respaldo ambiental. Considera a 
proteção da sociedade de abusos do setor privado que causam prejuízos, 
ao poluir o meio ambiente.
2. Natureza extrafiscal: a estimulação da responsabilidade social gera im-
pactos nas atividades econômicas, influenciando o comportamento na 
economia. São aceitas condutas socioambientais e repudiadas as condutas 
poluidoras. 
Esses dois objetivos podem caminhar juntos. Por exemplo, quando há a cobrança 
de impostos sobre produtos que acabam gerando resíduos de natureza tóxica, 
em que a receita gerada é utilizada para cobrir gastos com a gestão pública desse 
resíduo, como a coleta, o tratamento e a disposição final adequada, é possível 
diminuir o consumo desses produtos. Outro exemplo é a diminuição ou a isen-
ção da tributação de produtos com melhor desempenho ambiental, como uma 
geladeira que consome menos energia.
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O poluidor que usa gratuitamente o meio ambiente para lançar poluentes invade a pro-
priedade pessoal de todos os outros que não poluem, o que confisca o direito de proprie-
dade alheia. 
(Paulo Affonso Leme Machado)
pensando juntos
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que também podem ser 
conhecidos como os “Objetivos Globais”, tratam de um chamado universal que 
visa às ações contra a pobreza e buscam a proteção do planeta e a garantia de 
que as pessoas tenham paz e prosperidade. Os ODS deverão orientar as políticas 
nacionais e as atividades de cooperação internacional por quinze anos, de 2015 
até 2030, decorrendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
(ODM) que também duraram 15 anos, dos anos 2000 até 2015, quando foram 
atualizados e passaram a ser ODS. 
3 
OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
sustentável 
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O Brasil teve um papel importante e participou de todas as sessões da nego-
ciação intergovernamental. Dessa forma, chegaram a um acordo que contempla 
17 objetivos e 169 metas, as quais envolvem temáticas diferentes. Além disso, o 
Brasil teve grande importância na implantação dos ODM e tem mostrado gran-
de empenho quanto aos ODS, com criações de diversos comitês para apoiar o 
processo após 2015 (ITAMARATY, [2020], on-line)7. 
Dessa forma, os resultados de todas as conferências das Nações Unidas es-
tabeleceram uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e ajudaram a 
moldar a nova agenda. Os novos objetivos entraram em vigor no dia 1° de janeiro 
de 2016, tendo como principal foco a erradicação da pobreza extrema até 2030. 
Os temas dos ODS:
 “ [...] envolvem temáticas diversificadas como erradicação da pobre-za, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, 
padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, 
cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos 
ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraes-
trutura e industrialização, governança, e meios de implementação 
(EMBRAPA, [2020], on-line)8.
Os ODS são instrumentos acessíveis a diversas áreas da sociedade e são uma 
estratégia necessária para o desenvolvimento da sustentabilidade em suas dimen-
sões. Para isso, a agenda que devemos embasar as nossas ações futuras já existe e 
se chama “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.
Conheça Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): 
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Figura 3 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Fonte: ONU (2015, p. 15). 
Acabar com 
a pobreza 
em todas as 
suas formas, 
em todos os 
lugares. 
Acabar com 
a fome, 
alcançar a 
segurança 
alimentar, a 
melhoria da 
nutrição e 
promover a 
agricultura 
sustentável. 
Assegurar 
uma vida 
saudável e 
promover o 
bem-estar 
para todos, 
em todas as 
idades.
Assegurar a 
educação 
inclusiva, 
equitativa e
de qualidade, 
promover 
oportunidades 
de 
aprendizagem 
ao longo da
vida para
todos.
Alcançar a 
igualdade 
de gênero e 
empoderar 
todas as 
mulheres e 
meninas.
Assegurar a 
disponibilidade 
da água, a sua 
gestão 
sustentável e o 
saneamento 
para todos.
Promover 
sociedades 
pací�cas e 
inclusivas para o 
desenvolvimento 
sustentável, 
proporcionar o 
acesso à justiça 
para todos e 
construir 
instituições 
e�cazes, 
responsáveis e 
inclusivas em 
todos os níveis.
dddd
p
aaa
p
in
e
rreesesspo
innncclus
ttooddoos o
13 14 15 16 17
Tomar 
medidas 
urgentes para 
combater a 
mudança do 
clima e os seus 
impactos.
Conservação e 
uso sustentável 
dos oceanos, 
dos mares e 
dos recursos 
marinhos para o 
desenvolvimento 
sustentável.
Proteger, 
recuperar e 
promover o uso 
sustentável dos 
ecossistemas 
terrestres, gerir 
de forma 
sustentável as 
�orestas, 
combater a 
deserti�cação, 
deter e reverter a 
degradação da 
terra e deter a 
perda de 
biodiversidade.
Assegurar 
padrões de 
produção e 
de consumo 
sustentáveis.
Assegurar 
para todos o 
acesso 
con�ável, 
sustentável, 
moderno e 
barato à 
energia.
Promover o 
crescimento 
econômico 
sustentado, 
inclusivo e 
sustentável, 
emprego 
pleno e 
produtivo e 
trabalho 
decente para 
todos.
Construir 
infraestruturas 
resilientes, 
promover a 
industrialização 
inclusiva e 
sustentável, 
fomentar a 
inovação. 
Reduzir a 
desigualdade 
dentro dos 
países e entre 
eles. 
11 12
Tornar as 
cidades e os 
assentamentos 
humanos 
inclusivos, 
seguros, 
resilientes e 
sustentáveis. 
Fortalecer os 
meios de 
implementação
e revitalizar a 
parceria global 
para o 
desenvolvimento 
sustentável 
(AGENDA 2030, 
2015).
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Nos anos 2000, com o Pacto Global, surgiram os Objetivos do Desenvolvi-
mento do Milênio (ODM). Já em 2015, essas metas foram atualizadas e, as-
sim, surgiram os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
conecte-se
Para saber mais sobre o assunto, assista o vídeo.
 
conecte-se
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A definição aceita e difundida até os dias atuais sobre o desenvolvimento sus-
tentável trata da capacidade da geração atual em suprir suas necessidades, mas 
pensando nas gerações vindouras. Dessa maneira, durante os nossos estudos, 
conseguimos compreender que a nossa jornada rumo ao desenvolvimento sus-
tentável teve início no Rio de Janeiro, em junho de 1992, quando houve a pri-
meira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUCED) e foi adotada uma agenda para o meio ambiente e o desenvolvimento 
(século XXI). Referida como Agenda 21, a CNUCED convocou um Programa 
de Ação para o Desenvolvimento Sustentável que continha a Declaração do Rio 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, além de reconhecer o direito de cada 
nação de progredir social e economicamente. Também foi atribuída aos Estados 
a responsabilidade de adotar um modelo de desenvolvimento sustentável.
Também abordamos, nesta unidade, as estratégias de alcance global estrutura-
das por meio dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que têm o seu 
prazo estipulado o ano de 2030. Suas principais metas são acabar com a pobreza 
e quaisquer problemáticas econômicas e sociais que impactem negativamente a 
sustentabilidade. Assim, destacamos a participação do Brasil nas negociações e nos 
acordos dos 17 objetivos e 169 metas que envolvem diferentes temáticas. 
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento 
e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse desenvolvi-
mento sugere a qualidade, ao contrário da quantidade. Além do mais, o resultado 
desses recursos depende não só da existência humana e da diversidade biológica, 
mas também do próprio crescimento econômico.
Considerando esses aspectos, o desenvolvimento sustentável não se restringe 
aos fatores de preservação ambiental, mas a proposta vai além dessa visão eco-
lógica. A sustentabilidade é constituída por melhorias na qualidade de vida da 
sociedade e por novas formasde consumo consciente. São esses os fatores que 
possibilitam a melhoria na administração dos recursos naturais e propagação de 
novos valores sociais. 
35
na prática
1. O tripé da sustentabilidade, denominado de “triple bottom line”, está expresso em 
três dimensões: capital humano, capital natural e benefício econômico, que preci-
sam estar relacionadas, para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado. 
Mediante o exposto, explique o tripé da sustentabilidade.
2. O desenvolvimento sustentável é uma expressão usada para designar um modelo 
que tenta conciliar a parte econômica e a preservação dos recursos naturais que 
estão disponíveis. Diante desse contexto, defina desenvolvimento sustentável.
3. O homem vive em aglomerações urbanas cada vez maiores, o que demanda maiores 
quantidades de recursos e gera grandes quantidades de resíduos que se encontram 
crescentes, em virtude dos crescimento do consumo e do desperdício. Mediante o 
exposto, como continuar a promover adaptações no ambiente natural, sem esgotar 
os recursos naturais disponíveis? 
4. Os problemas ambientais globais, muitas vezes, exigem respostas globais. As iniciati-
vas de gestão, nesse nível de abrangência, estão baseadas em acordos intergoverna-
mentais e na atuação dos organismos criados para administrá-los. Diante disso, cite, 
pelo menos, dois problemas ambientais de ordem global e explique as suas causas.
5. As questões ambientais, dentro das organizações, surgiram a partir da necessidade 
do homem em organizar melhor as suas diversas formas de se relacionar com o meio 
ambiente. Sobre esse assunto, quais práticas de gestão ambiental uma organização 
pode implementar para reduzir e/ou controlar os impactos ambientais?
36
aprimore-se
A RECENTE EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
É bem recente a integração da ideia de desenvolvimento econômico social sendo 
delimitada pela perspectiva de sustentabilidade ambiental, tendo por marco inicial 
as discussões sobre o meio ambiente, ocorridas na cidade sueca de Estocolmo, da-
tada no ano de 1972. 
Portanto, são apenas quatro décadas. Até então, a perspectiva do desenvolvi-
mentismo atuava como solução humana. Em síntese, o que se tinha era uma pro-
dução crescente movimentando recursos em termos planetários cada vez maiores 
que acabaram por levar a alterações do ecossistema com reflexos cada vez mais 
intensos. Já em Estocolmo, chega-se à conclusão de que a produção é a maior res-
ponsável pela degradação. O que fazer num mundo em expansão? 
A questão passa a ganhar corpo e, em 1983, a ONU indica Gro Harlem Brundtland 
– a primeira-ministra da Noruega – como chefe da Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, cujo objetivo era o de analisar e refletir a questão 
ambiental em termos globais. O resultado surgirá em 1987, quando o grupo apre-
sentou o documento Nosso Futuro Comum, que acabou conhecido como Relatório 
Brundtland e cujo texto se consagrou no conceito de desenvolvimento sustentável. 
O documento passou a utilizar a expressão “desenvolvimento sustentável”, com 
a seguinte definição: “forma como as atuais gerações satisfazem as suas necessida-
des sem, no entanto, comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfaze-
rem suas próprias necessidades”.
O cenário atual do objeto de estudo é tema que institucionalmente encontra seu 
momento crucial no evento internacional realizado em 1992, na cidade do Rio de 
Janeiro, batizada com a sigla de CNUMAD, a Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, mas cuja denominação acabou popularizada 
como Rio-92 ou Eco-92, em que se protagonizaram a discussão e a reflexão da ques-
tão da proteção ambiental, enfatizando como instrumento a meta de se ajustar ao 
desenvolvimento sustentável. Resultante do encontro e lastreada por 179 países, 
foi produzida a Agenda 21, que visava constituir um plano de trabalho baseado na 
37
aprimore-se
hierarquização das prioridades quanto às diretrizes em relação à integração do de-
senvolvimento do uso sustentável dos recursos do meio ambiente.
O tema retoma a uma postura de destaque no ano 2000, a partir de um diag-
nóstico das ações produzidas a partir do Rio-92, em torno do qual foram propostos 
os Objetivos de Desenvolvimento para o Milênio – ODM, agora endossado por 199 
nações, como importante documento produzido dentro da Cúpula do Milênio pro-
movida pela ONU e dando atenção especial aos países em desenvolvimento. Os 
ODM estabeleciam levantamento de indicadores para o monitoramento das ações, 
assim definiu-se o prazo para o segmento de tempo 2000 a 2015. 
O ano de 2012 vai marcar os vinte anos de Rio-92, daí a ideia de retomada e de 
reencontro em torno da temática na agora denominada Rio+20, que teve por resul-
tante a confecção de documento que propunha a integração de lideranças políticas 
internacionais em ação comum, visando o desenvolvimento sustentável. Ainda foi cria-
do o Grupo de Trabalho Aberto, que ao final de mais de ano de estudos propôs os 17 
objetivos que deveriam compor os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS. 
Assim o triênio 2012-2015 será caracterizado por um extenso e intenso processo 
de consultas junto à sociedade civil, setores privados específicos e ao setor público 
dos diversos governos locais em relação aos ODS. O resultado será que no ano de 
2015 a Cúpula das Nações Unidas, sobre o Desenvolvimento Sustentável, confirma 
os 17 objetivos e suas metas. Tratam-se dos seguintes aspectos: erradicação da po-
breza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de quali-
dade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia acessível e limpa; 
trabalho decente e crescimento econômico, indústria inovação e infraestrutura; re-
dução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção 
responsáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; 
paz, justiça e instituições eficientes e parcerias e meios de implementação. 
Há que se destacar o diferencial entre o ODM, Objetivos para Desenvolvimento 
para o Milênio do ano 2000, e ODS, Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. 
Trata-se da participação e engajamento social desta última em contraposição ao 
primeiro, elaborado de cima para baixo, desenvolvida por grupo de especialistas, 
38
aprimore-se
que acaba por ser a característica que se destaca na Agenda 2030. Esta, seguindo 
os princípios que a constituíram, valoriza a participação da sociedade, seja na sua 
implementação, seja no monitoramento de seu acompanhamento, visando estabe-
lecer um novo período futuro de planejamento; novamente se referirá a um seg-
mento de tempo de 15 anos, entre 2016 – 2030. 
Como se pode observar, no curto período histórico do encaminhamento pro-
posto à questão acima o problema é transformar intenções em prática, discurso 
em ação. Ou seja, talvez o problema não seja diagnosticar os problemas ou de ter 
conhecimento das práticas éticas que possam conduzir o ser humano a um futuro 
promissor, mas um gargalo entre o discurso e a operação, entre o que o sujeito diz 
e o que o sujeito faz.
Se não enfrentarmos simultaneamente da discussão dos meios de financiamen-
to destes objetivos, vamos estar trabalhando apenas no plano da retórica. Sem dú-
vida a formulação dos objetivos é muito importante, mas sem se dispor da origem 
dos recursos e forma de alocá-los, a qualidade do gasto a produtividade deste inves-
timento no enfrentamento no enfrentamento destes objetivos, nós não estaríamos 
proporcionando uma abordagem integral completa para enfrentar este desafio. 
Fonte: Marcon (2019, on-line)9.
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eu recomendo!
Sustentabilidade: O que é – O que não é 
Autor: Leonardo Boff 
Editora: Vozes 
Sinopse: a sustentabilidade representa, diante da crise socioam-
biental generalizada, uma questão de vida ou morte. Nesse sen-
tido, o autor faz um histórico desse conceito desde o século XVI 
até os dias atuais, submetendoos vários modelos existentes de 
desenvolvimento sustentável a uma rigorosa crítica.
livro
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EMPRESAS E O 
MEIO AMBIENTE
PROFESSORES 
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Modelos de sustentabilidade 
empresarial • Empresas e a sustentabilidade econômica • Responsabilidade socioambiental.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Apresentar os modelos de sustentabilidade empresarial • Descrever a importância da sustentabilidade 
econômica para as organizações • Compreender as formas de Responsabilidade Social Empresarial.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, compreenderemos a relação entre as em-
presas e o meio ambiente. Para tanto, iniciaremos os nossos estudos a partir 
da apresentação do vínculo existente entre as organizações e a contamina-
ção ambiental. Nesse sentido, serão expostos vários acidentes ambientais 
ocorridos no decorrer dos anos e que envolveram instituições. Dois desses 
acontecimentos foram extremamente castastróficos ao país: o desastre de 
Mariana, em Minas Gerais, que aconteceu no ano de 2015, e a tragédia de 
Brumadinho, também em Minas Gerais, ocasionado em 2019.
Também abordaremos a questão da industrialização e o meio ambiente, 
uma vez que dependemos de muitas atividades industriais, mas devemos estar 
em consonância com o meio ambiente. Assim, apresentaremos a Declaração 
de Princípios da Indústria e os 16 princípios da gestão ambiental que envol-
vem as empresas. Além disso, discutiremos as posturas das organizações no 
que diz respeito à questão ambiental, ou seja, qual deve ser a sua preocupação 
básica, a postura e as ações típicas, as áreas envolvidas, entre outros.
Outro tema de estudo será a sustentabilidade econômica, uma dimen-
são que afeta todos os setores, tendo em vista que uma atividade deve ser 
rentável e economicamente viável. Dessa forma, explicaremos as econo-
mias da sustentabilidade (a neoclássica e a forte) e a economia verde, pos-
tura a qual muitas empresas têm adotado, que é a de se preocupar com a 
sustentabilidade em seus negócios.
Em relação aos negócios, constararemos que a sustentabilidade incor-
porada nas organizações é um fator competitivo importante, uma vez que 
as empresas que desenvolvem condutas sustentáveis têm um diferencial de 
mercado. Isso gera alguns aspectos, tais como conquista de novos clientes, 
obtenção de ganhos indiretos e melhoria da imagem perante a sociedade.
Se uma instituição deve investir em sustentabilidade, de onde virão es-
ses recursos? Nesse contexto, conheceremos os investimentos e os custos de 
empresas sustentáveis. Não só, mas também serão trabalhados os investi-
mentos em ecoeficiência, a produção mais limpa (P + L), os projetos para o 
meio ambiente, as licitações sustentáveis, o custo ambiental e os incentivos 
às práticas de sustentabilidade. Finalizaremos os nossos estudos tratando 
da Responsabilidade Social Empresarial, ao diferenciarmos as empresas 
que possuem ações filantrópicas daquelas que realmente praticam a res-
ponsabilidade social. Bons estudos!
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MODELOS DE
SUSTENTABILIDADE
empresarial
Neste tópico, estudaremos o vínculo existente entre as empresas e a contaminação 
ambiental. Além disso, apresentaremos alguns acidentes ambientais que tiveram 
grande notoriedade no Brasil. 
As empresas e a contaminação ambiental
Em nossa primeira unidade, compreendemos que a Revolução Industrial foi um 
marco em relação aos problemas ambientais, dado que, a partir dela, tivemos um 
crescimento na ordem de produção e, consequentemente, foram geradas inúmeras 
catástrofes ambientais, as quais causaram grandes consequências regionais e globais. 
Segundo Dias (2017), a expansão industrial e toda a prática predatória rea-
lizada durante a retirada da matéria-prima do meio ambiente aconteceram no 
decorrer de todo o século XIX e parte do século XX. O pensamento, nessa época, 
era o de que os recursos naturais eram infinitos, ou seja, estariam disponíveis para 
sempre ao homem. Foi somente a partir da década de 70 que essa visão começou 
mudar, pois foi visualizada a possibilidade de se esgotarem os recursos naturais. 
Dentre os problemas mais comuns e derivados da industrialização, podemos 
evidenciar a necessidade de se destinar adequadamente os resíduos sólidos, os 
efluentes e as emissões atmosféricas decorrentes de processos industriais. Caso 
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sejam lançados de forma inadequada, podem gerar problemas ambientais e danos 
à saúde humana que, de acordo com Barbieri (2016, p. 7):
 “ [...] ao longo do século XX, foram os grandes acidentes industriais e a contaminação resultante deles que acabaram chamando a atenção da opinião pública pela gravidade do problema. Alguns problemas 
ambientais se tornaram assunto global e, pela visibilidade e facili-
dade de compreensão quanto à causa e efeito, constituíram-se na 
principal ferramenta de construção causados pela má gestão. 
No decorrer dos anos, tivemos muitos acidentes ambientais que, além de trazerem 
graves consequências ao meio ambiente e à saúde humana, também ocasionaram 
a morte de pessoas. É possível observar algumas das principais tragédias que 
influenciaram o meio ambiente na figura a seguir: 
1956 – Houve uma contaminação na baía de Minamata, no Japão. Essa 
degradação ocorria desde 1939, devido a uma indústria química instalada 
às suas margens.
1966 – Em Feyzin, na França, um vazamento de Gás Liquefeito de Petró-
leo (GLP) causou a morte de 18 pessoas e deixou 65 intoxicadas.
1976 – Em 10 de junho de 1976, em Seveso, na Itália, a fábrica Hoffmann-
-La Roche liberou uma nuvem de um desfolhante conhecido como “agen-
te laranja” que continha dioxinas.
1978 – Em San Carlos, na Espanha, um caminhão-tanque carregado de 
propano explodiu, o que gerou 216 mortes e deixou 200 feridos.
1984 – Em San Juanico, no México, um incêndio de Gás Liquefeito de Petró-
leo (GLP) , seguido de explosão, causou 650 mortes e deixou 6.400 feridos.
1986 – Em 26 de abril, em Chernobyl, antiga URSS, houve um acidente 
em uma usina nuclear causado pelo desligamento do sistema de refrige-
ração com o reator ainda em funcionamento. A radiação se espalhou e 
atingiu vários países.
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1987 – Em 13 de setembro de 1987, ocorreu o vazamento de Césio 137 
em Goiânia, localizada no estado de Goiás, em detrimento de má gestão 
de um equipamento de radiologia.
2000 – No dia 18 de janeiro, um duto da Petrobrás se rompeu e despejou 
óleo na baía de Guanabara.
2003 – Um incêndio provocado em uma unidade de enxofre da Al-
-Mishraq, localizada perto de Mosul, no Iraque, prolongou-se durante um 
mês. Diante disso, foram liberadas 910.000 toneladas de óxido de enxofre.
2005 – Uma série de explosões de grandes proporções ocorreu em uma 
fábrica de produtos químicos em Jilin, na China. Houve milhares de ví-
timas e um rio também foi atingido.
2010 – Em outubro, houve o rompimento da barragem de rejeito de uma 
mina de alumínio na Hungria. A lama tóxica derramada na região de 
Ajka, a 165 km de Budapeste, fez com que a Hungria declarasse estado 
de emergência. Foram despejados 1,1 milhões de metros cúbicos de lama 
tóxica vermelha, inundando três vilarejos.
2019 – Em 30 de agosto de 2019, foram identificadas manchas de óleo na 
costa do nordeste brasileiro. Esse desastre gerou um imensurável impacto 
ambiental, ainda sem identificação dos responsáveis.
Figura 1 - Principais acidentes ambientais mundiais 
Fonte: adaptada de Barbieri (2016) e Dias (2017).
No Brasil, em 05 de novembro de 2015, em Mariana, cidade localizada no estado 
de Minas Gerais, ocorreu o pior desastre socioambiental da história do nosso 
país: o rompimento de uma barragem de rejeitos provenientes da atividade de 
extração de minério de ferro, o que fez com que a lama tóxica fosse lançada. Isso 
causou a morte de 19 pessoas, atingiu 35 cidades do estado de Minas Gerais(MG) 
e trouxe consequências ambientais irreparáveis.
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Figura 2 - Desastre ocorrido em Mariana (MG)
Fonte: Augusto, Tomazela e Moura (2015, on-line)¹.
Figura 3 - Desastre ocorrido em Mariana (MG)
Fonte: Augusto, Tomazela e Moura (2015, on-line)¹.
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Já se passaram alguns anos desde o acontecimento desse desastre ambiental, mas 
os seus impactos ainda não são totalmente conhecidos. Ao relacionarmos esse 
acidente à nossa disciplina, podemos fazer uma reflexão: a respeito da dimensão 
social, como ela foi afetada nessa tragédia? Quais foram os impactos sociais oca-
sionados por esse acidente ambiental? 
A tragédia ocorrida em Mariana não ocasionou somente a morte de 19 pes-
soas, mas provocou um conjunto incalculável de prejuízos às cidades e aos po-
voados localizados às margens do rio. Assim, famílias perderam as suas casas, 
milhares de pessoas tiveram o seu futuro incerto, a atividade pesqueira – fonte 
de renda para muitas famílias ribeirinhas – foi comprometida e a enxurrada de 
lama metálica causou assoreamento no rio, o que prejudicou o abastecimento de 
água e causou a morte de peixes.
Além dos problemas sociais apresentados, será que a dimensão econômica 
também foi afetada? É possível afirmar que prejuízos imensos impactam a oferta 
de serviços essenciais, tais como a geração de energia, os serviços de abasteci-
mento de água, a saúde pública, o transporte, a educação, dentre outros. Também 
devemos considerar os obstáculos para “tentar” recuperar a área que foi comple-
tamente degradada. 
Diante do acidente acontecido em Mariana, é certo que houve um desequi-
líbrio nas dimensões ambientais, econômicas e sociais: os prejuízos são incalcu-
láveis. No entanto, infelizmente, tragédias ambientais continuam acontecendo: 
três anos depois do acidente ambiental em questão, no dia 25 de janeiro de 2019, 
rompeu-se uma barragem de rejeitos da empresa Vale, em Brumadinho, cidade 
localizada também em Minas Gerais, que ocasionou a morte de muitas pessoas, 
além de problemas ambientais. 
Pelo fato de que o acidente em Brumadinho é o mais recente, os seus reflexos 
são mais evidentes e presentes do que os de Mariana. O Córrego do Feijão, o qual 
foi impactado ambientalmente por esse acidente, tem passado por uma revitaliza-
ção, mediante o projeto Território-Parque, que busca melhorar o meio ambiente 
afetado pelo rompimento da barragem (VALE, 2020). Para tentar minimizar os 
impactos causados, a empresa envolvida nos acidentes anteriores tem realizado 
um reforço nas barragens que compõem o sistema de mineração local. Também 
foi inaugurado um sistema de alarmes sonoros nos locais de habitação próximos 
às áreas de mineração e, em agosto de 2020, foram retomadas as buscas pelos 
desaparecidos na tragédia de Brumadinho (VALE, 2020). 
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A industrialização e o desenvolvimento sustentável
Quando relacionamos a responsabilidade social à sustentabilidade, devemos 
refletir sobre o papel que as organizações devem assumir para a construção de 
uma sociedade mais sustentável. Desse modo, como vincular o processo de in-
dustrialização às formas sustentáveis de produção?
A industrialização agravou os problemas ambientais que ocorrem no planeta. 
Esse fato é evidenciado a partir da contaminação do ar, da água e do solo, além da 
ocorrência de um grande número de acidentes ambientais, tais como os expostos. 
Diante disso, o setor privado brasileiro tem passado por uma releitura de seus 
parâmetros de comportamento, defronte aos impulsionamentos sofridos por 
eventos governamentais, como as Conferências Nacionais do Meio Ambiente 
(CNMA). A quarta edição, em especial, ocorrida em 2013, defendeu a aborda-
gem de temas, como a produção, o consumo sustentável, a redução dos impactos 
ambientais e a geração de trabalho, emprego e renda, os quais estão diretamente 
vinculados ao papel da indústria e do comércio nacional (AYRES, 2018).
As empresas sustentáveis buscam modificar os seus processos produtivos e 
esse tipo de mudança implica na fabricação de produtos que não causam impac-
tos ambientais. Em 1998, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou 
a Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável 
(CNI, 2002) e promoveu a divulgação da relação entre a economia e a questão 
ambiental com o público empresarial. Os princípios defendidos pela CNI podem 
ser visualizados na figura a seguir:
Os impactos ambientais gerados por acidentes, como os apresentados, ge-
ram inúmeros reflexos na saúde pública, em detrimento do aumento de 
doenças provenientes do desequilíbrio ecológico. Para saber mais, acesse 
o QR Code ao lado.
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http://www.greenpeace.org.br/hubfs/Campanhas/Agua_Para_Quem/documentos/RelatorioGreenpeace_saude_RioDoce.pdf
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DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA PARA O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1. Promover a efetiva participação pró-ativa do setor industrial, em conjunto 
com a sociedade, os parlamentares, o governo e as organizações não go-
vernamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos 
e padrões ambientais.
2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assun-
tos ambientais.
3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os 
conceitos de desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos 
naturais e de energia.
4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de ge-
renciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas.
5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e parâmetros 
ambientais nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões 
que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, 
bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio am-
biente.
6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e perma-
nente dos trabalhadores, bem como a importância do comprometimen-
to da supervisão nas empresas, assegurando que esses trabalhadores 
tenham o conhecimento e o treinamento necessários em relação às 
questões ambientais.
7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o 
objetivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à 
saúde da comunidade.
8. Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o gover-
no e com a sociedade, na busca do desenvolvimento sustentável, bem 
como da melhoria contínua dos processos de comunicação.
9. Estimular as lideranças empresariais a agirem permanentemente junto à 
sociedade com relação aos assuntos ambientais.
10. Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços 
que não produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde 
da comunidade.
11. Promover a máxima divulgação e o conhecimento da Agenda 21 e esti-
mular sua implementação.
Figura 4 - Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável 
Fonte: CNI (2002, p. 24).
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No início dos anos 90, a Câmara de Comércio Internacional (CCI), na busca por 
ações prioritárias para atingir o desenvolvimento sustentável, publicou a cha-
mada “Carta de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável”, que apresentava 
16 princípios que direcionavam as estratégias de negócios voltadas à proteção 
ambiental. 
De acordo com Dias (2017), a carta foi estruturada, a fim de propiciar um 
olhar analítico sobre o tema para as organizações. Os seus princípios são apre-
sentados a seguir: 
1. Prioridade organizacional: estabelece políticas, programas e práticas ao 
desenvolvimento das operações voltadas a questão ambiental. 
2. Gestão integrada: tem como intuito integrar programas e práticas ambien-
tais aos negócios. 
3. Processos de melhoria: visa à melhoria contínua no que diz respeito às 
questões ambientais. 
4. Educação do pessoal: trata-se do treinamento e da motivação.
5. Prioridade de enfoque: considera as repercussões ambientais antes de ini-
ciar uma nova atividade ou projeto

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