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Fármacos que agem no SNC

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Página 1 
 
Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Doenças Mentais 
Doenças do século XXI= vida moderna. 
Transtorno depressivo é o mais comum, sendo um 
problema de saúde pública. 
Os sintomas da depressão são sintomas afetivos, 
sensação de tristeza e desesperança, distúrbios do 
pensamento, bem como incapacidade de sentir prazer 
em atividades usuais, alterações nos padrões de sono 
e apetite, perda de vigor, alterações psicomotricidade, 
alterações cognitivas e pensamentos suicidas. 
A mania é caracterizada pelo comportamento oposto, 
ou seja, entusiasmo, raiva, pensamentos e fala 
rápidos, extrema autoconfiança e diminuição de 
autocrítica, aceleração do pensamento, insônia, 
hiperatividade. 
Transtorno de humor: os transtornos de humor 
maiores são definidos pela presença de episódios 
depressivos e/ou maníacos. Os pacientes que 
sofreram pelo menos um episódio maníaco, com ou 
sem história adicional de episódios depressivos, 
apresentam transtorno afetivo bipolar (TABP), 
enquanto os que passaram por episódios depressivos 
recorrentes, porém sem nenhuma história de mania, 
são diagnosticados como tendo transtorno 
depressivo maior (TDM). 
O TDM pode ocorrer como doença isolada ou como 
comorbidade de outras doenças, como acidente 
vascular encefálico, demência, diabetes, câncer e 
doença arterial coronariana. Apesar de haver certa 
predisposição genética ao TDM, o estresse constitui 
um preditivo de episódios depressivos maior que 
qualquer variante genética isolada. O envelhecimento 
e a aterosclerose microvascular cerebral também 
estão associados à depressão de início tardio no 
indivíduo idoso. 
Muitas classes de fármacos podem exacerbar a 
depressão: ex. interferona e agentes quimioterápicos. 
O humor pode ser modulado: 
• Eutimia: é o humor considerado normal, de 
acordo com o que se espera. O paciente nessa 
situação tem o humor eutímico. Humor basal. 
• Hipotimia: é o humor modulado para baixo, 
triste ou deprimido. O paciente encontra-se 
hipotímico. Depressão. 
• Hipertimia: é o humor modulado para cima, 
patologicamente alegre, efusivo e eufórico. O 
paciente mostra-se hipertímico. Ultrapassa a 
basal. 
TEORIAS DA DEPRESSÃO 
• Hipótese da monoaminas: depressão causada 
pelo déficit funcional das monoaminas 
transmissoras em centros locais do cérebro. 
Mania resulta do excesso funcional dessas 
monoaminas. Fármacos reestabelecem a 
concentração de monoaminas, regulando em 
níveis normais. Envolve a serotonina, a 
noradrenalina, a dopamina. 
• Hipótese neurotrófica: a depressão associada 
a perda do suporte neurotrófico no 
hipocampo e córtex pré-frontal. O fator 
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) se 
liga no receptor e tem vários efeitos benéficos 
na nossa sinalização intracelular cerebral, por 
exemplo a regulação do humor; a deficiência 
dessa sinalização está associada ao aumento 
da depressão e do estresse. Não há fármaco 
para o aumento de BDNF. 
• Outros mecanismos: níveis aumentados de 
cortisol: hormônio do estresse, mecanismos 
neuroendócrinos; alterações na transmissão 
glutamamérgica; perda neuronal na região do 
hipocampo e córtex pré-frontal; 
neuroinflamação: envolve a ativação da 
micróglia. 
SISTEMA LÍMBICO 
Muito envolvido nessas patologias. Ele e os 
neurotransmissores monoaminérgicos são 
considerados as bases biológicas do comportamento 
motivacional. 3 regiões principais que controlam o 
comportamento emocional: reptiliano (instinto), 
sistema límbico (reativo, responsável pela parte 
emocional), córtex (parte criativa, racional). Todas 
essas partes estão envolvidos na depressão e perda 
de sinalizações. 
Reptiliano + límbico= sistema emocional. 
Neocórtex= sistema racional. 
TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO 
Corpo celular; dendríticos; axônio e terminal. 
Célula mais negativa no interior: célula polarizada. 
Ocorre a despolarização da membrana provocando a 
transmissão do impulso nervoso. 
Deficiência nos neurotransmissores gera depressão. 
 
Página 2 
 
Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS 
NAS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
• Serotonina; 
• Noradrenalina; 
• Dopamina. 
Transmissão dopaminérgica 
Dopamina: neurotransmissor derivado da tirosina, 
produzido principalmente na substância negra, área 
tegumentar ventral e hipotálamo. 
Liberada na fenda após o impulso nervoso. 
Receptores pós sinápticos de dopamina no neurônio 
pós sináptico. 
Autorreceptores de dopamina no neurônio pré-
sináptico, que ajudam na manutenção da 
concentração dos neurotransmissores na fenda. 
Transportador de dopamina no neurônio pré sináptico 
que capta a dopamina em excesso e a monoamina 
oxidase (MAO) degrada dopamina em um metabólico 
inativo. 
Fármacos agem para manter a regulação adequada de 
dopamina na fenda. Pode agir em diferentes locais. 
Sinalização da dopamina age no D1 quando é 
excitatório. Pouca sinalização é a causa dos distúrbios. 
Receptores pós sinápticos da dopamina: são 
metabotrópicos, tem sinalização intracelular, ativam 
um segundo mensageiro. 
Depressão, distúrbios bipolares e esquizofrenia. 
Noradrenalina: 
Neurotransmissor produzido em centros do tronco 
encefálico (principalmente no Locus Caeruleus) 
relacionada com a atenção, aprendizado, sono, 
motivação. 
Liberação da noradrenalina na fenda 
Principal receptor: alfa1, metabotrópico. 
Também possui autorreceptores, alfa 2-adrenérgicos. 
Transportador da noradrenalina pela MAO degrada 
metabolito inativo CDOP. 
 
Serotonina: 
Principal neurotransmissor envolvido nos processos 
depressivos. Amplamente distribuída no SNC. 
Receptores ionotrópicos (abrem canais) e 
metabotrópicos. 
Regula a área pré-frontal. 
Responsável pelo humor, sono, atividade sexual, 
apetite, entre outras várias. Regula fome no 
hipotálamo. 
Diretamente relacionada a situações de humor como 
medo, pânico, ansiedade, na sua ausência. 
Formada através do triptofano. 
Autorreceptores pré-sinápticos 5-HT1B. 
 
Antidepressivos 
Idosos tem uma perda na efetividade dos fármacos 
comparado aos jovens. 
Certa demora no tratamento devido a mudança na 
sinalização dos receptores, afim da regulação. 
Página 3 
 
Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Se o aumento dos níveis de neurotransmissores é 
rápido porque os efeitos antidepressivos demoram a 
aparecer? 
• Hipótese: a eficácia dos antidepressivos 
estaria relacionada com a infrarregulação 
desses receptores. 
• Hipótese: dessensibilização de receptores pré-
sinápticos, sinalizando menos e mantendo 
mais neurotransmissores na fenda para os 
receptores pós-sinápticos. 
Álcool com antidepressivos; diminui a sinalização da 
serotonina. Fármaco torna-se ineficaz. 
 
 
Os sítios de ação dos fármacos antidepressivos e da 
reserpina (fármaco passível de induzir a depressão) 
estão indicados nos neurônios noradrenérgicos (A) e 
nos neurônios serotoninérgicos (B). Os inibidores da 
monoamina oxidase (IMAO) inibem a enzima 
mitocondrial monoamina oxidase (MAO); o aumento 
resultante das monoaminas citosólicas leva à 
captação vesicular elevada de neurotransmissor e a 
sua maior liberação durante a exocitose. Os 
antidepressivos tricíclicos (ATC) e os inibidores da 
recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) inibem 
tanto o transportador de norepinefrina (TNE) quanto 
o transportador de serotonina (TSER), resultando em 
níveis elevados de NE e de 5-HT na fenda sináptica. Os 
inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
(ISRS) inibem especificamente arecaptação da 5-HT 
mediada pelo TSER. ATC, IRSN e ISRS elevam a 
duração de ação dos neurotransmissores na fenda 
sináptica, resultando em aumento da sinalização 
distal. A reserpina, que pode induzir depressão nos 
seres humanos e em modelos animais, bloqueia a 
captação mediada pelo TVMA de monoaminas nas 
vesículas sinápticas, destruindo finalmente as 
vesículas. 
IMAO 
Inibidores da monoamina oxidase (MAO), são 
inibidores da degradação da serotonina, permitindo 
que as moléculas do neurotransmissor fujam da 
degradação e, assim, se acumulem dentro do 
neurônio pré-sináptico e vazem para o espaço 
sináptico, ativando mais receptores pós-sinápticos. 
São classificados com base em sua especificidade para 
as isoenzimas MAO-A e MAO-B, e de acordo com a 
reversibilidade ou irreversibilidade de sua ligação. 
MAO-A= moclobemida, befloxatona e brofaromina, 
ligam-se de modo reversível. Distribuída em mais 
locais. 
MAO-B= selegilina (útil para Parkinson), inibidor 
seletivo da MAO-B em baixas doses (também coíbe a 
MAO-A em doses mais altas). Presente no cérebro, 
plaquetas e linfócitos. 
Os IMAO mais antigos não seletivos e a maioria deles, 
como iproniazida, fenelzina e isocarboxazida, consiste 
em inibidores irreversíveis. 
Bloqueiam a desaminação das monoaminas por meio 
de sua ligação ao grupo flavina funcional da MAO, 
inibindo-o. Ao coibir a degradação das monoaminas, 
os IMAO aumentam a 5-HT e a NE disponíveis no 
citoplasma dos neurônios pré-sinápticos. 
Os IMAO, à semelhança de outros antidepressivos, 
podem precipitar episódios maníacos ou 
hipomaníacos em alguns pacientes bipolares. 
São considerados como agentes de segunda ou de 
terceira linha. Entretanto, a efetividade dos IMAO, 
juntamente com o comportamento de busca de 
prazer observado nesse tipo de paciente depressivo, 
sugere que a depressão atípica pode resultar de 
diminuição relativa em ambas as vias da serotonina e 
da dopamina. Em geral, os medicamentos mais 
efetivos para essa classe de depressão têm como alvo 
mais de um sistema monoaminérgico. Os IMAO são 
considerados os fármacos de última escolha em vários 
centros de tratamento devido ao risco de interações 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
entre fármacos e entre fármaco e alimentos, e 
inúmeros efeitos colaterais, pois são não seletivos, e 
inibem todas as MAOs, 
Eficazes para: depressão; transtorno do pânico; 
transtorno obsessivo e alguns tipos de fobia. E são 
indicados para pacientes deprimidos que não 
respondem a outros fármacos. 
Efeitos colaterais: boca seca, visão embaçada, 
tremores, retenção urinária (menos frequente). 
Aumento do peso corporal/apetite, inquietação, 
insônia, convulsões com superdosagem. 
O efeito adverso mais tóxico do uso dos IMAO 
consiste na toxicidade sistêmica da tiramina: como a 
MAO gastrintestinal e hepática metaboliza a tiramina, 
o consumo de alimentos que contêm tiramina, como 
carnes processadas, queijos maturados e vinho tinto, 
pode levar a níveis circulantes excessivos de tiramina, 
um simpaticomimético indireto, que tem a capacidade 
de estimular a liberação de grandes quantidades de 
catecolaminas, essa liberação descontrolada de pode 
induzir uma crise hipertensiva. “Reação do queijo”. 
Com a inibição da MAO a tiramina estimula a 
liberação da noradrenalina. 
Inespecificidade: também se ligam a receptores 
muscarínicos de acetilcolina. 
Interações com outros medicamentos com outros 
antidepressivos: 
• Descongestionantes nasais (substâncias 
vasoconstritoras) pode causar crises 
hipertensivas devido aumento de 
noradrenalina. 
• ISCS não devem ser coadministrados com 
IMAOs. Tanto os ISCSs quanto os IMAOs 
precisam de um período de eliminação, de 2 
semanas no mínimo, antes da administração 
de fármaco do outro tipo, com exceção da 
fluoxetina, a qual deve ser suspensa no 
mínimo 6 semanas antes de iniciar o IMAO. 
Além disso, os IMAOs têm várias outras interações 
críticas com fármacos, e é necessária cautela quando 
forem administrados concomitantemente. 
TRICICLICOS (ATC) 
Consiste em três anéis que incluem dois anéis 
aromáticos fixados a um anel ciclo-heptano. O ATC 
protótipo é a imipramina, e outros membros dessa 
classe incluem amitriptilina, desipramina, 
nortriptilina e clomipramina (um agente de primeira 
linha para o transtorno obsessivo-compulsivo). 
Os ATC inibem a recaptação de 5-HT e NE do espaço 
extracelular por meio do bloqueio dos 
transportadores de recaptação da 5-HT e da NE, 
respectivamente. Esses agentes não afetam a 
recaptação de DA. Como o maior tempo de 
permanência do neurotransmissor no espaço 
extracelular leva à ativação aumentada dos 
receptores, os inibidores da recaptação produzem 
elevação das respostas pós-sinápticas. 
Os efeitos adversos dos ATC resultam de sua 
capacidade de ligação a diversos canais e receptores, 
além de seus alvos terapêuticos. Os efeitos adversos 
mais perigosos envolvem o sistema cardiovascular, 
pois os ATC afetam os canais de sódio de modo 
semelhante a quinidina, causando retardo 
potencialmente letal da condução. 
Efeitos indesejados: pode causar arritmias; podem 
precipitar episódios de mania em pacientes com 
transtorno afetivo bipolar; tentativa de suicídio; 
retirada abrupta= síndrome da descontinuidade. 
Na depressão os receptores pós sinápticos estão 
suprarregulados. 
TRETACÍCLICOS 
Menos efeitos colaterais, mas pouco utilizados 
atualmente pois há fármacos melhores. 
Bupropiona: recaptação de noraneprifina e dopamina. 
Liberação pró-sináptica de catecolaminas. 
Mirtazapina: atua como antagonista do autorreceptor 
alfa2 pré-sináptico e aumenta a liberação tanto de 
norepinefrina quanto de 5-HT. 
Amoxapina e maprotilina possum propriedades 
anticolinérgicas. 
Amoxapina é um inibidor moderado do receptor D2 
pró-sinaptico, com essa ação possui propriedades 
antipsicóticas. 
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE 
SEROTONINA (ISRS) 
Revolucionaram o tratamento da depressão em 1987. 
O primeiro ISRS a ser aprovado pela agência 
americana FDA foi a fluoxetina; esse fármaco 
continua sendo um dos ISRS mais amplamente 
prescrito. Outros ISRS incluem citalopram, 
fluvoxamina, paroxetina, sertralina e escitalopram. 
Embora a eficácia dos ISRS seja semelhante à dos ATC 
no tratamento da depressão, sua maior seletividade e 
o perfil reduzido de efeitos adversos os tornaram 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
agentes de primeira linha para o tratamento da 
depressão, bem como dos transtornos da ansiedade. 
Os ISRSs bloqueiam a captação de serotonina, levando 
ao aumento da concentração do neurotransmissor na 
fenda sináptica. 
Uso terapêutico: A indicação primária dos ISRSs é a 
depressão, outros transtornos psiquiátricos também 
respondem favoravelmente, como transtorno 
obsessivo-compulsivo, de pânico, de ansiedade 
generalizada, de estresse pós-traumático, de 
ansiedade social, além de transtorno disfórico pré-
menstrual e bulimia nervosa (fluoxetina). 
Retirada abrupta: pode causar ansiedade, disforia, 
sintomas GI, insônia. 
Efeitos adversos: distúrbios do sono; disfunções 
sexuais; uso em crianças e adolescentes leve a uma 
tendência suicida; superdosagens podem causar 
convulsões, uso excessivo do citalopram pode causar 
arritmia; síndrome da interrupção, com cefaleia, mal-
estar e sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, 
nervosismo e alterações no padrão de sono. 
Associação com IMAO: pode causa síndrome 
serotoninérgica, que inclui sinais como hipertermia, 
rigidez muscular, sudoração, mioclonia e alterações 
no estado mental e nos sinais vitais. 
Pode ser necessário que o pacienteutilize mais do 
que um ISRS (não juntos) para escolher o que melhor 
responde. 
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA-
NOREPINEFRINA (IRSN) 
Os IRSN atualmente disponíveis incluem venlafaxina, 
desvenlafaxina, duloxetina e milnaciprana. 
A venlafaxina bloqueia o transportador de recaptação 
de 5-HT e o transportador de recaptação de NE por 
um mecanismo que depende de sua concentração, 
sendo, em baixas concentrações o fármaco comporta-
se como um ISRS, e em concentrações elevadas, 
também aumenta os níveis extracelulares de NE. 
A desvenlafaxina é o metabólito ativo da venlafaxina e 
seu perfil terapêutico assemelha-se ao do fármaco 
original. 
A duloxetina também inibe especificamente a 
recaptação de NE e de 5-HT, e foi aprovada para o 
tratamento da depressão, bem como da dor 
neuropática e de outras síndromes dolorosas. 
Hepatóxica. 
 A milnaciprana é um inibidor seletivo da recaptação 
de NE e de 5-HT que foi recentemente aprovada para 
o tratamento da fibromialgia, com base em ensaios 
clínicos que demonstraram melhora dos sintomas de 
dor e disforia. 
Tem pouca atividade em receptores adrenérgicos e 
histamínicos (menos efeitos adversos). 
Efeitos adversos: tremores, boca seca, alteração da 
pressão, agitação. 
Em doses bem altas também podem inibir a 
recaptação de dopamina. 
FÁRMACOS MULTIMODAIS 
Inibem a recaptação da serotonina, noradrenalina e 
dopamina. 
Indicados quando há resistência as demais classes. 
Efeitos adversos similares. 
Vortioxetina 10mg. 
Fármacos mais caros. 
PARADIGMA GERAL DO TRATAMENTO COM 
ANTIDEPRESSIVOS 
Início da eficácia clínica demora de 2 a 4 semanas. 
Mesmo com tratamento, metade dos pacientes ainda 
apresenta sintomas significativos. 
Alguns pacientes são refratários a antidepressivos. 
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO 
Casos especiais: 
Para gestantes= ISRS- exceto paroxetina (potencial 
teratogênico). 
Crianças e adolescentes: uso de antidepressivos 
associados ao aumento da ideação suicida 
(monitoramento de psicoterapia). 
Idosos: ISRS e ATC eficácia similar. Uso de doses 
menores em casos de comprometimento hepático e 
renal. Risco aumentado de interações 
medicamentosas. 
Ansiolíticos e Hipnóticos 
Atuam diminuindo a atividade do SNC. 
Hipnóticos são utilizados para induzir o sono. 
Ansiedade é um mecanismo biológico, mas que pode 
se tornar um transtorno ansioso quando a ansiedade 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
e o medo são exagerados, desproporcionais em 
relação ao estimulo, passando a interferir na 
qualidade de vida, no conforto emocional ou no 
desempenho diário do indivíduo. 
• Sintomas centrais de medo e preocupação 
excessivos. 
• Superposição de sintomas com a depressão 
maior. 
• Frequentemente comórbidos. 
Transtorno de ansiedade generalizada: estado 
constante da ansiedade excessiva. 
Transtorno de pânico: crises súbitas de medo 
incontrolável que ocorrem associadamente a 
sintomas somáticos. Apresenta sintomas como 
sudorese, taquicardia, temores, sensação de asfixia. 
Fobias: medo intenso de alguma situação, objetos. 
Transtorno do estresse pós traumático: ansiedade 
desenvolvida após ou por lembranças de um período 
estressante. 
Transtorno obsessivo compulsivo: comportamento 
com rituais compulsivos dominado por ansiedade 
irracional. Ex: medo de contaminação. 
Sintomas da ansiedade: medo; pânico; fobia; 
preocupação; sofrimento ansiosos; expectativa; 
apreensão. 
Medo e pânico mais centrados na amigdala (aumenta 
a frequência respiratória). Preocupação e sofrimento 
envolve o circuito córtico estreado talaco cortical. Há 
a hiperativações nessas áreas. 
GABA é um dos neurotransmissores chave 
envolvidos na ansiedade e na ação. É sintetizado a 
partir do glutamato. 
Receptores GABA: 
• GABA-A a e GABA-C (ionotrópicos- abrem 
canais de cloreto sensíveis a ligante). 
• GABA-B (metabotrópicos- receptores ligados a 
proteína G). 
Fármacos agem apenas sobre o GABA-A. Devido a 
diferença de receptores. 
GABA-A é o mais abundante, sendo uma glicoproteína 
transmembrana pentaméricas com um poro iônico 
central circundado por 5 subunidades. Consistem em 
2 subunidades alfa, duas betas e uma gama. Se ligam 
aos sítios gabaérgicos. Neurônios gabaérgicos. 
Hipótese: pacientes com ansiedade apresentam 
regulação anormal dos receptores GABA-A. Ação do 
GABA diminui a hiperexcitação retornando ao basal. 
A amígdala recebe estímulos de neurônios 
serotonérgicos também, que podem ter efeito 
inibitório. Fármacos serotoninérgicos podem aliviar a 
ansiedade e o medo por aumentarem os impulsos 
serotoninérgicos que chegam à amígdala. Por isso 
algumas pessoas com ansiedade tratam com 
antidepressivos. 
Classificação dos ansiolíticos: 
• Benzodiazepínicos: ação GABA; 
• Buspirona: agonista parcial de 5-HT; 
• Antidepressivos: aumentam os níveis de 
serotonina; 
• Antagonistas beta-adrenérgicos: ajudam nos 
sintomas físicos de ansiedade, bloqueio na 
fenda. 
BENZODIAZEPÍNICOS 
Atuam seletivamente nos receptores GABA-A que 
medeiam a transmissão sináptica inibitória em todo o 
SNC. 
Aumentam a frequente de abertura dos canais de Cl- 
na presença do GABA, para ativação de mais GABA. A 
abertura desses canais não causa desequilíbrio. 
Tem como objetivo intensificar a ação do GABA. 
Os BZD não são seletivos para receptores de GABA-A 
com subunidades alfa diferentes, sendo gama 2 alfa 2 
alfa 3 o ansiolítico. Pode ter efeito sedativo também 
(subunidade gama 2 alfa 1, e inibição fásica). Alfa 4 e 
alfa 6, receptor extra sináptico causa anestesia. 
Usado geralmente por um curto período de tempo 
pois é um depressor. Causa tolerância, dose perde o 
efeito rapidamente. Por isso não deve ingerir bebidas 
alcoólicas tomando estes fármacos que também são 
depressores do SNC. 
Efeitos dos Benzodiazepínicos: 
• Redução de ansiedade; 
• Sedação e indução do sono; 
• Redução do tono muscular e coordenação; 
• Efeito anticonvulsionante; 
• Amnésia anterógrada: 
Redução da ansiedade: potencialização da ação do 
GABA nos circuitos do medo e da alça da 
preocupação. 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Os BZD são principalmente usados para tratar os 
estados agudos de ansiedade. E tem controle rápido 
de ataques do pânico. 
Indução do sono: os BZD diminuem o tempo para 
começar a dormir e aumentam a duração total do 
sono. 
Os BZD somente são recomendados para o 
tratamento de insônia em curto prazo. Ocorre o 
desenvolvimento de tolerância após 1-2 semanas de 
uso contínuo e, ao cessar o tratamento, podem 
ocorrer insônia e síndrome de abstinência. 
Ressaca, paciente dorme, mas não descansa, pouco 
sono REM. 
Aumento do tônus muscular é característico dos 
estados de ansiedade, e contribui para cefaleia, os 
BZD agem diminuindo o tônus por uma ação central 
nos receptores GABA-A, principalmente na medula 
espinhal. Causando um certo relaxamento. 
Ambos os efeitos tendem a declinar quando os 
benzodiazepínicos são tomados regulamente por 1-2 
semanas. 
Amnésia: evitam a memória de eventos 
experimentados durante a sua influência. 
Procedimentos cirúrgicos menores ou invasivos 
podem, dessa forma, ser realizados sem deixar 
lembranças desagradáveis. O flunitrazepam é 
conhecimento como droga de estupro, boa noite 
cinderela, e as vítimas tem dificuldade em relatar o 
que ocorreu durante o ataque. 
Farmacocinética: 
Bem absorvidos quando administrados por via oral. 
Podem ser administrados por IV. São metabolizados 
pela P450, duas isoformas. Vários BDZs são 
convertidos em metabólitos ativos. 
Efeitos adversos: 
• Menos perigosos que outros hipnóticos 
(barbitúricos). 
• Sono prolongadosem depressão grave da 
respiração ou função cardiovascular. 
• Associação com outros depressores como 
etanol, pode causar depressão respiratória 
grave. Flunazemil para reversão em caso de 
overdose. 
• Sonolência, confusão. 
• Amnésia. 
• Comprometimento da coordenação. 
Tolerância e dependência: ocorre devido a 
infrarregulação dos receptores GABA-A. Necessidade 
de aumento da dose para novamente aumentar os 
receptores e ter o efeito esperado. Dependência é a 
principal desvantagem desse tratamento. 
Interrupção do tratamento após semanas ou meses, 
causa aumento dos sintomas de ansiedade, 
juntamente, com tremor e tontura. 
Doses para tratamento de insônia: para idosos a dose 
deve ser um pouco menor e deve ser utilizado o 
Lorazepam, pois não passa por reações de fase 1. 
Idosos que tomam vários fármacos e hepatopatas. 
*Flurazemil: inibidor competitivo do 
benzodiazepínico, pode ser administrado para 
reverter o excesso da inibição do GABA. 
BUSPIRONA 
É um agonista dos receptores 5-HT1a- 
autorreceptores inibitórios e agonista parcial dos 
receptores 5-Ht1a pós sináptico. 
Acredita-se que a buspirona produz um efeito 
ansiolítico tardio porque induz a dessensibilização dos 
autorreceptores inibitórios, o que resulta no aumento 
da excitação dos neurônios serontoninérgicos e 
aumento da liberação de 5-HT. Estimulação dos 
agonistas pós sinápticos. Ou seja, para de recaptar e 
ao mesmo tempo estimula os pós sinápticos. Toda a 
serotonina acumulada se liga tendo seu efeito. 
BZD por 20 dias + antidepressivo ISRS; IRSN; ATC e ir 
tirando. 
Não existem relatos de tolerância ou abstinência. 
BZD + buspirona (30 dias) e posteriormente trocar por 
outros fármacos, como ISRS. 
Tem eficácia comparável à dos benzodiazepínicos, 
porém menos efeitos adversos. A buspirona não 
potencializa a depressão do SNC pelo etanol. 
Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz 
para tratamento de curta duração ou para estados de 
ansiedade agudos. 
ANTAGONISTAS BETA-ADRENÉRGICOS 
Eficazes no tratamento de ansiedade generalizada e 
fobia social, principalmente com predomínio de 
sintomas somáticos (palpitações, sudorese, tremor). 
Adjuvante, pois não tem efeito que trata a ansiedade. 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Tratamento farmacológico de manutenção indicada 
para a maioria dos casos de transtorno de ansiedade é 
cerca de 6 meses. 
Índice de recidiva após a interrupção do tratamento é 
muito alto em alguns subtipos. 
Considerar a terapia cognitiva-comportamental 
nesses pacientes. 
SEDATIVOS-HIPINÓTICOS 
Efeito sedativo: diminui a atividade/excitação; 
Estágios de sono: 
• Estado de alerta: sono leve. 
• Ondas lentas (NREM). 
• Sono paradoxal (REM): fase onde relaxa e tem 
sonhos. 
Ciclo do sono: 
Alerta - 90 min de NREM – 20 min de REM. 
Fármacos antecipam o sono REM. É importante 
manter o ciclo do sono, para ter um sono efetivo. 
Não causam tolerância. 
Deveria reproduzir a fisiologia do sono, sem provocar 
efeitos adversos. 
BARBITÚRICOS 
Podem produzir todos os graus de depressão do SNC 
(medula espinhal). Tiopental. Foram muito utilizados 
como sedativo-hipnóticos. Atualmente tem uso 
limitado a anestesia. 
Deixam o canal de cloreto mais tempo aberto. 
A ação hipnoticossedativa dos barbitúricos se deve à 
sua interação com os receptores GABA-A, 
potencializando a transmissão gabaérgica. O local de 
ligação dos barbitúricos no receptor GABA é diferente 
daquele dos benzodiazepínicos. 
Os barbitúricos potenciam a ação do GABA na entrada 
de cloreto no neurônio, prolongando o tempo de 
abertura do canal de cloreto. Além disso, os 
barbitúricos podem bloquear os receptores 
excitatórios glutamato. 
Concentrações anestésicas de pentobarbital também 
bloqueiam os canais de sódio de alta frequência. 
Todas essas ações moleculares diminuem a atividade 
neuronal. 
Baixo grau de seletividade, atuando em vários 
receptores de GABA-A, mais do que os BZD. 
Podem causar depressão grave, associados a outros 
depressores, como o etanol. 
Toxicidade. Depressão respiratória e cardiovascular 
em casos de overdose ou superdose. 
Substituídos pelos BZN. 
Efeitos sobre sono/vigília: menor latência do sono. 
Porém também causam ressaca farmacológica. 
Casos especiais: 
• Insônia acompanhada por doenças 
psiquiátricas. 
• Insônia acompanhada de outras doenças 
clínicas: distúrbios subjacentes podem 
resolver; BZN contraindicados em casos de 
apneia obstrutiva do sono e DPOC. 
Insônia em pacientes idosos: há um aumento da meia 
vida, por conta do perfil farmacológico, o que pode 
causar um comprometimento da função cognitiva ao 
longo do tempo. 
HIPNÓTICOS NÃO BDZ 
Chamados de compostos Z, são utilizados 
exclusivamente para a indução do sono. 
Atuam no GABA-A, potencialização da ação do GABA 
por meio da ligação de um sítio diferente (também 
chamados de PAM, moduladores alostéricos 
positivos). 
Específicos alfa-1, tendo assim menor tolerância e 
dependência. Diferente dos BZD, que se ligam a todos. 
Nas dosagens hipnóticas usuais, os fármacos não 
benzodiazepínicos zolpidem, zaleplona e eszopiclona 
não alteram significativamente os vários estágios do 
sono e, assim, costumam ser os hipnóticos preferidos. 
Menor potencial de dependência e abuso (maior 
segurança). Podem ser tomados eventualmente 
também. 
Não tem ressaca. Ação de 6 horas, mantendo o sono. 
Não relacionados estruturalmente com BZD. Menos 
eficazes como anticonvulsionantes, ansiolíticos e 
relaxantes musculares dos que os BZD. 
Overdose pode ser tratada com antagonista 
benzodiazepínicos. 
Zaleprom 
• Curto tempo de meia-vida curto. 
• Não produz sedação matutina. 
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• Diminui latência para início do sono. 
• Pode ser utilizada no meio da noite em casos 
de despertar precoce. 
Zolpidem 
Apresenta poucos efeitos de abstinência e provoca 
insônia de rebote mínima. Com o uso prolongado 
ocorre pouca tolerância. É rapidamente absorvido no 
trato gastrintestinal (TGI), tem rápido início de ação e 
meia-vida de eliminação curta. Produz efeito 
hipnótico por cerca de 5 horas. 
O zolpidem sofre oxidação hepática a produtos 
inativos, pelo sistema CYP450. Assim, fármacos como 
a rifampicina, que induzem esse sistema enzimático, 
encurtam a meia-vida do zolpidem, e fármacos que 
inibem a ioenzima CYP3A4 podem aumentar a sua 
meia-vida. 
Os efeitos adversos do zolpidem incluem pesadelos, 
agitação, amnésia anterógrada, cefaleia, distúrbios GI, 
tonturas e sonolência diurna. 
Eszopiclona (mais receitado) 
É um hipnótico não benzodiazepínico oral que 
também atua no receptor BZ1. Revelou-se eficaz 
contra insônia por até 6 meses. É rapidamente 
absorvido (tempo para o pico de 1 hora), 
extensamente biotransformado por oxidação e 
desmetilação pelo sistema CYP450 e excretado 
principalmente na urina. A sua meia-vida de 
eliminação é de cerca de 6 horas. 
Os efeitos adversos da eszopiclona incluem 
ansiedade, xerostomia, cefaleia, edema periférico, 
sonolência e gosto desagradável. 
Enantiomero ativo da zopiclona (S). 
Tratamento prolongado da insônia. 
Eficácia como auxiliar. 
Mais receitado pois causa menos dependência e 
mantém mais o sono. 
OUTROS FÁRMACOS 
Antagonista de receptor histamínico H1 
Adjuvantes do sono vendidos sem receita médica. 
Alguns anti-histamínicos com propriedades sedativas, 
como difenidramina (sedativo presente em remédios 
para gripe), hidroxizina e doxilamina, são eficazes no 
tratamento dos tipos leves de insônia situacional. 
Têm efeitos indesejados (como os efeitos 
anticolinérgicos) que os tornam menos úteisdo que 
os benzodiazepínicos e os não benzodiazepínicos. 
Histamina: regiões promotoras de vigília- liberação de 
histamina. 
Agonistas serotoninérgicos. 
Trazodona em baixas doses: não bloqueia 
adequadamente a receptação de serotonina, mas 
conserva um bloqueio de receptores alfa 1 
adrenérgicos e histamínicos H1--- indução do sono. 
Melatonina 
Neurotransmissor secretado pela glândula pineal que 
atua principalmente no núcleo suprapiasmático. 
Fármaco age impedindo a secreção de melatonina, 
estimulada na presença da luz, envia sinais para o 
organismo ficar acordado. 
Não tem registro no Brasil como medicamento, mas é 
autorizada sua importação. 
Antipsicóticos 
São usados principalmente para tratar esquizofrenia, 
mas também são eficazes em outros estados 
psicóticos e estados de mania. Também denominados 
fármacos neurolépticos ou tranquilizantes maiores. 
Não são curativos e não eliminam o transtorno 
crônico do pensamento, mas com frequência 
diminuem a intensidade das alucinações e ilusões, 
permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva 
em um ambiente de apoio. 
ESQUIZOFRENIA 
Desequilíbrio entre a ativação excessiva dos 
receptores dopaminérgicos na via mesolímbica 
(causando sintomas positivos) e ativação deficiente 
em receptores dopaminérgicos na via mesocortical 
(causando sintomas negativos). 
Uma das formas mais importantes de doença 
psiquiátrica: atinge jovens, sendo maior incidência em 
homens jovens, mulheres acomete mais tardiamente. 
Costuma ser crônica e geralmente é incapacitante. 
Tem forte componente genético e provavelmente 
reflete alguma anormalidade bioquímica 
fundamental. 
25 a 50% dos casos tentam suicídios, e diminuição de 
20 a 30 anos na expectativa de vida desses pacientes, 
devido o sedentarismo, muitos fármacos utilizados. 
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Tendência hereditária forte: 
• Anormalidade gênica (BDNF, relacionado a 
sanidade mental), NMDA, MAO-A, 
predisposição à esquizofrenia. 
• Parentes de 1º grau 10% de probabilidade, e 
gêmeos monozigóticos 50%. 
• Exposição a fatores ambientais, necessária 
para o desenvolvimento da doença. Infecções 
maternas por vírus; nascimento prematuro, 
falta de oxigênio, consumo de cannabis na 
adolescência e início da vida adulta; 
estressores (violência na infância, entre 
outros). 
Sintomas positivos: excesso de sinalização de 
dopamina. Devido efeito sobre a via mesolímbica. 
• Delírios paranoides; 
• Alucinações; 
• Distúrbio do pensamento; 
• Fala desorganizada; 
• Comportamentos anormais, agitação. 
Sintomas negativos: diminuição da sinalização da 
dopamina. Devido efeito sobre a via mesocortical. 
• Alogia: disfunção da comunicação; restrições 
na fluência e na produtividade do 
pensamento e da fala; 
• Achatamento ou embotamento afetivo: 
restrições; 
• Associabilidade, perda de interesse por 
relacionamentos; 
• Anedonia, não sente prazeres; 
• Avolição; 
• Sintomas cognitivos. 
Diferença devido as diferentes sinalizações em 
diferentes regiões cerebrais. 
Sinalização da dopamina: 
Autorreceptor no neurônio pré-sináptico. 
Transportador de recaptação, faz a degradação da 
dopamina pela MAO-A. 
Receptores pós-sinápticos de dopamina no neurônio 
pós-sináptico. Fármacos agem nos receptores 
dopaminérgicos metabotrópicos D2. 
Vias dopaminérgicas envolvidas: 
• Via nigro-estriatal: composta por neurônios 
dopaminérgicos, responsável pelos 
movimentos. 
• Via mesolímbica: envolvida no aumento da via 
dopaminérgica. 
• Via mesocortical. 
Hiperfunção mesolímbica dos sintomas positivos. 
Achados pós-morte: aumento da densidade de 
receptores dopaminérgicos e aumento dos níveis de 
DA. 
Hipofunção mesocortical: sintomas negativos, 
cognitivos e afetivos. 
Estratégia farmacológica que não seja tão drástica. 
Hipótese dopaminérgica: 
• Hiperfunção mesolímbica; 
• Hipofunção mesocortical; 
• Via nigroestriada e tuberoinfundibular 
(controle endócrino). 
Todos os antipsicóticos de primeira e a maioria dos de 
segunda geração bloqueiam os receptores D2 da 
dopamina no cérebro e na periferia. 
Fármacos classificado em 2 grandes grupos: 
Antipsicóticos típicos ou convencionais, de 1ª 
geração: antagonistas de receptores dopaminérgicos; 
distúrbios do movimento. 
Clorpromazina (propriedades anti-histamínicas), 
fármaco protótipo. 
Bloqueio de 80% dos receptores para obtenção dos 
efeitos, em todas as áreas cerebrais. Bloqueio de 
receptores dopaminérgicos D2. 
Eficazes somente contra os sintomas positivos e 
redução das tendências agressivas. Bloqueio da 
hiperatividade da via mesolímbica. 
Bloqueio D2 na via mesocortical: não melhora os 
sintomas negativos e cognitivos, podendo agrava-los; 
apatia, anedonia e falta de motivação. 
Bloqueio D2 na via nigroestratal: distúrbios motores. 
Na via tuberoinfundibular: efeitos endócrinos, dores 
nas mamas e aumento da prolactina. 
Efeitos continuam após retirada do fármaco. 
Causam mais SEP: anticolinérgicos fracos. Causam 
menos SEP: anticolinérgicos fortes. 
Efeitos mais proeminentes nos fármacos de baixa 
potência. 
Efeitos indesejados: 
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• Distonia aguda: agitação, espasmos 
musculares, protusão da língua, olhar fixo 
para cima, espasmos involuntários dos 
músculos do pescoço. São reversíveis. 
• Discinesia tardia: desenvolve-se após meses 
ou anos em 20-40% dos pacientes; 
movimento involuntários da face, da língua, 
das extremidades e tronco (dança); 
incapacitante e muitas vezes irreversível 
(dano permanente); hipóteses: adaptações- 
aumento do número de receptores D2 no 
estriado, e bloqueio crônico pode causar 
efeitos citotóxicos causando neuro-
degeneração desses neurônios. 
• Icterícia; peucopenia e agranulocitose; 
reações urticantes. 
• Síndrome do antipsicótico maligno, reação 
potencialmente fatal aos antipsicóticos, 
caracterizada por rigidez muscular, febre, 
alteração do estado mental e estupor, pressão 
arterial instável e mioglobinemia. 
Antipsicóticos atípicos, de 2ª geração: antagonistas 
de receptores dopaminérgicos; propriedades 
adicionais, como a capacidade de melhorar a 
sinalização. Envolvimento da serotonina que ajuda na 
liberação. Menos sintomas motores extrapiramidais. 
Têm menor incidência de SEP do que os de primeira 
geração, mas são associados com maior risco de 
efeitos adversos metabólicos, como diabetes, 
hipercolesterolemia e aumento de massa corporal. 
Também ligam a outros receptores dopaminérgicos, 
sendo antagonista de receptores muscarínicos, 
causando efeitos colinérgicos, como boca seca. Liga 
em receptores de serotonina (principalmente a 
rispiridona e a clozapina). 
Respiridona; Aripipoprazol atua como antagonista do 
receptor 5HT2a, agonista parcial de dopamina e do 
receptor de 5HT1a (consegue modular a sinalização 
de dopamina); Quetiapina. 
Reduzem sintomas positivos. Eficazes também contra 
sintomas negativos. Consegue dar uma equilibrada na 
dopamina. Poucos efeitos extrapiramidais e 
endócrinos. 
Se ligam menos em outros receptores, apresentando 
menos efeitos como sedação, boca seca. 
Também atuam como agonistas parciais dos 
receptores de serotonina 1A (mesmo receptores dos 
antidepressivos). 
Possuem dissociação rápida. 
Antagonistas de serotonina 5HT2a: antagonistas 
serotonina-dopamina, diminuem a liberação de 
serotonina, aumentam a liberação de DA em algumas 
áreas cerebrais (principalmente no córtex e via 
nigroestriatal). 
Possuem propriedades clínicas ditas como atípicas 
que os distinguem dos convencionais. 
Aumenta a liberação de DA e essa compete com o 
antagonista D2 (reduzindo/eliminandoos efeitos 
extrapiramidais). 
Redução ou nenhuma discinesia tardia. 
Agonistas parciais de serotonina 5HT1a: quando 
ativado este receptor aumenta a liberação de DA. 
Agonistas parciais do autorreceptor aumenta a 
liberação de dopamina no estriado. Melhora dos 
sintomas extrapiramidais. 
Fármaco ideal seria um antagonista e agonista ao 
mesmo tempo, que diminui mais dá uma 
aumentadinha pra manter um certo equilíbrio. 
Efeitos indesejados dos antipsicóticos atípicos: ganho 
de peso; obesidade; aumentos dos níveis de 
triglicerídeos; sedação. 
Uso clínico: 
• Eficácia clinica possibilita uma vida normal ao 
paciente. 
• São eficazes somente em 70% dos pacientes. 
Clozapina é eficaz nos “resistentes ao 
tratamento”, no entanto causa muitos efeitos 
adversos como supressão da medula óssea, 
convulsões e efeitos adversos 
cardiovasculares, como a ortostasia. 
• Atípicos são a primeira escolha. 
Outros usos terapêuticos: 
• TOC: como adjuvante como quetiapina, 
olanzapina e respiridona. 
• Transtorno do estresse pós traumático. 
• Síndrome de Tourette. 
• Doença de Huntington. 
• Autismo. 
• Antiemético. 
Rexulti considerado de 3ª geração, versão melhorada 
do aripipoprazol. Molécula inteligente. 
Age mais como moduladores de dopamina do que 
como bloqueadores. Reduzem a dopamina cortical. 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Antiepilépticos 
Distúrbio neurológico caracterizado por crises que 
assumem várias formas e decorrem de descargas 
neuronais episódicas. Essa atividade elétrica anormal 
pode resultar em uma variedade de eventos, 
incluindo perda de consciência, movimentos 
anormais, comportamento atípico ou desigual e 
percepção distorcida de duração limitada, mas 
recorrente se não for tratada. 
Presença de convulsão. 
Evidências: déficit na neurotransmissão por GABA e 
aumento dos níveis de glutamato excitatório. 
Acomete 0,5 a 1% da população. 
O local de origem dos disparos neuronais anormais 
determina os sintomas produzidos. 
Na maioria dos casos, a epilepsia não tem causa 
identificável. Áreas focais funcionalmente anormais 
podem ser ativadas por alterações em fatores 
fisiológicos, como alteração em gases sanguíneos, pH, 
eletrólitos e glicemia, e alterações em fatores 
ambientais, como privação do sono, ingestão de 
álcool e estresse. A epilepsia pode ser devida a uma 
causa genética, estrutural ou metabólica, ou sua causa 
pode ser desconhecida. 
Tipos de crises 
A descarga começa lentamente e costuma 
permanecer localizada. 
Ocorrem em 3 etapas principais: 
1. Iniciação em nível celular através de um 
aumento da atividade elétrica; 
2. Sincronização com os neurônios circundantes; 
3. Propagação para regiões adjacentes. 
Focal: num local e fica adjacente ali. 
Generalizada: estimula várias partes. 
Focais 
1. Parciais simples: sem alteração mental. 
2. Parciais complexas: alteração de consciência. 
Geralmente precedida de aura (alerta da 
propagação da convulsão). 
3. Focal com generalização secundária. Sem ou 
com alteração do estado mental e evolui para 
uma convulsão tônico-clônica. 
Generalizada 
1. Fase tônica perda do influxo de GABA, 
descargas rápidas e sustentadas. 
2. Fase clônica: a inibição do GABA começa a ser 
restaurada e oscila com o componente 
excitatório (glutamato). 
Com o decorrer do tempo a inibição mediada pelo 
GABA prevalece e o paciente torna-se flácido e 
inconsciente até a normalização. 
Surge de regiões centrais do cérebro e propaga-se 
para ambos os hemisférios envolvendo cérebro 
inteiro. 
• Tônico-clônicas: perda da consciência, 
seguida de contração contínua (fase tônica) e 
de contração e relaxamento rápidos (fase 
clônica). A crise pode ser seguida por um 
período de confusão e exaustão, devido à 
depleção de glicose e dos estoques 
energéticos. 
• Ausências: perda breve, abrupta e 
autolimitante da consciência. Paciente 
permanece com o olhar fixo e pisca 
rapidamente, o que dura de 3 a 5 segundos. 
• Mioclônicas: episódios curtos de contração 
muscular que podem recorrer por vários 
minutos. 
• Clônicas: episódios curtos de contração 
muscular que podem parecer muito com 
crises mioclônica. 
• Tônicas: Essas crises envolvem aumento do 
tônus nos músculos extensores e, em geral, 
duram menos de 60 segundos. 
• Atônicas: Também chamadas de ataques de 
queda, essas crises se caracterizam pela perda 
súbita de tônus muscular. 
Estado epilético 
Crises epiléticas com duração maior ou igual a 30 
minutos, a repetidas crises de duração menor sem 
recuperação da consciência entre as crises. Qualquer 
tipo de crise epilética pode evoluir para estado 
epilético (inclusive de ausência). 
Estado epilético convulsivo são mais frequentes em 
crianças e apresentam maior potencial de 
complicações sistêmicas e do SNC. 
Fármacos anticonvulsivos 
Objetivo do tratamento é propiciar a melhor 
qualidade de vida possível para o paciente, pelo 
alcance de um adequado controle de crises. 
Estratégias farmacológicas: inibir a despolarização 
neural anômala ao invés de corrigir a causa do 
fenômeno. Há 3 mecanismos de ação principais: 
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• Potencialização da ação do GABA. Principal 
neurotransmissor inibitório no SNC. 
• Inibição da função de canais de Na+; 
• Inibição de canais de Ca+2. 
Potencializam a inibição mediada pelo GABA, 
aumentando a corrente de cloreto através do canal, 
resultando em foco de supressão do foco da 
convulsão. 
Fenobarbital 
• Barbitúrio que apresenta efeito 
anticonvulsivante em doses inferiores às 
necessárias para produzir efeito hipnóticos; 
• Além de potencializar a ação do GABA-A, 
bloqueiam receptores AMPA de glutamato. 
• Primeiro anticonvulsivo eficaz; 
• Baixo custo e baixa toxicidade: amplamente 
utilizado. 
Tratamento de crises focais e generalizadas de 
pacientes de qualquer idade, inclusive recém-
nascidos. Não é eficaz para controle de crises de 
ausência. 
Efeitos adversos: sedação, irritabilidade e 
hiperatividade em crianças e agitação e confusão em 
idosos. 
Benzodiazepínicos 
Vantagens dos fármacos desta classe: eficácia, rápido 
início de ação. 
Principais indicações: terapia adjuvantes para crises 
focais e generalizadas. A maioria dos 
benzodiazepínicos é reservada para emergências ou 
tratamento de crises agudas, devido à sua tolerância. 
Diazepam: estado de mal epiléptico (via endovenosa, 
retal). 
Principais efeitos adversos: sedação; tolerância (40% 
dos casos); problemas relacionados à retirada do 
fármaco (abstinência). 
Ácido Valpróico 
Mecanismo de ação pleiotrópico: 
• Potencializa a ação do GABA, inibe enzimas 
que degradam o neurotransmissor e inibe a 
função de canais de sódio e cálcio. 
• Amplo espectro: utilizado no controle de 
crises generalizadas tônico-clônicas, crises de 
ausência e mioclônica. Muito utilizado devido 
a isso. 
• Monoterapia e terapia adjunta de pacientes > 
10 anos de idade com qualquer forma de 
epilepsia; 
• Crises focais: eficácia limitada. 
Mecanismos de ação possíveis desses fármacos 
incluem bloqueio de canais de sódio, bloqueio da 
transaminase GABA e ações nos canais de cálcio tipo 
T. 
Associação de valproato de sódio e ácido valproico, 
que é convertido em valproato quando alcança o trato 
gastrintestinal (TGI). Ele foi desenvolvido para 
melhorar a tolerância gastrintestinal (GI) do ácido 
valproico. Utilizado também para a estabilização de 
humor. 
Depakene e Depakote nomes comerciais. 
Principais efeitos adversos: anorexia, náuseas e 
vômitos; sedação ataxia e tremor; elevação nas 
transminases hepáticas; hepatoxidade fatal: 
particularmente emcrianças menores de 10 anos 
portadoras de outras doenças ou politerapia. 
Vigabatrina 
Análogo estrutural do GABA. Atua como inibidor 
irreversível da transaminase GABA (GABA-T). A GABA-
T é a enzima responsável pela metabolização do 
GABA. 
Monoterapia no tratamento de espasmos infantis. 
Terapia adjunta para crises focais com ou sem 
generalização secundária em pacientes de qualquer 
idade. 
Contra indicação: crises generalizadas. 
Está associada com a perda leve ou moderada do 
campo visual em 30% dos pacientes ou mais. Que 
pode ser irreversível. 
INIBIDORES DA FUNÇÃO DE CANAIS DE NA+ 
Especificidade para o tratamento das convulsões 
focais e generalizadas secundárias. 
Ligam-se aos canais no estado inativado e diminuem a 
velocidade de recuperação dos canais. Bloqueio na 
excitação dos canais que estão disparando 
repetidamente. E redução da liberação de glutamato. 
Fenitoína (hidantal) 
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Atua diretamente no canal de Na+, diminuindo a 
velocidade de recuperação do canal no seu estado 
inativado para diminuir para o estado fechado. Meia-
vida plasmática em torno de 24h. 
Principais indicação: 
• Crises tônico-clônicas generalizadas, focais 
complexas, ou combinação de ambos em 
crianças, adolescentes e adultos; 
• Prevenção e tratamento em crises epiléticas 
durante ou após procedimento 
neurocirúrgico. Nevralgia do trigêmeo. 
Contra indicação: crises de ausência. 
Efeitos adversos: ataxia; letargia; sedação e 
encefalopatia (dose-dependentes); hiperplasia 
gengival (alteração do metabolismo do colágeno) e 
hirsutismo. 
Interações medicamentosas: indução da P450, 
aumentando o metabolismo de outros fármacos (ex. 
anticoagulantes orais). 
Carbamazepina 
Ação semelhante à fenitoína. Discreta ação 
anticolinérgica. É um dos antiepilépticos mais 
amplamente utilizado. É teratogênico, mas é o mais 
utilizado em gestantes, pois responde melhor. 
Principais indicações: crises tônico-clônicas 
generalizadas; monoterapia ou adjuvante nas crises 
focais, com ou sem generalizações secundárias e 
neuralgia do trigêmeo. 
Efeitos adversos: sonolência ataxia; náuseas, vômitos, 
mal estar epigástrico, constipação; exantema 
maculopapilar benigno (10 a 15%); anemia, 
agranulocitose. 
Interações medicamentosas: proeminente indução da 
CYP3A4 e reduz eficácia dos contraceptivos orais, 
varfarina, fenitoína, valproto, corticosteroides dentre 
outros. 
• Bloqueio dos canais de cálcio ativados por 
baixa voltagem tipo T (LVA). 
• Bloqueio dos canais de cálcio ativado por alta 
voltagem (HVA) tipo P/Q. 
Fármacos que inibem os canais de cálcio do tipo T são 
especificamente utilizados no tratamento das crises 
de ausência. 
Canal de cálcio do tipo T está despolarizado e inativo 
durante estado de vigília. 
Etossuximida 
Exclusivamente para o tratamento de crises de 
ausência em pacientes >3 anos. Não controla outros 
tipos de crises epilépticas. Especificidade de bloquear 
canais de cálcio T de baixo linear. Teratogênico. 
Efeitos adversos: anorexia, náusea, letargia, 
sonolência, distúrbios GI. 
Gabapentina 
Ação pré-sináptica em canais de cálcio: inibe a 
liberação de glutamato. Não atua nos receptores 
GABA. 
• Absorção saturável (segura em 
superdosagem). 
• Não interfere no metabolismo de outros 
fármacos: ideal para idosos e pacientes com 
doenças crônicas. 
• Boa tolerabilidade com baixa toxicidade. 
• Adjuvante em crises focais com ou sem 
generalização secundária. 
Efeitos adversos: aumento do apetite, ganho de peso, 
náuseas, tremores, comportamento agressivo. 
Fármacos que inibem a ativação de sódio e cálcio. 
Mais modernos. 
Lamotrigina 
• Monoterapia: crise tônica-clônica de início 
generalizadas e crises focais com ou sem 
generalização secundária e em pacientes > 12 
anos refratários ou intolerantes ao 
tratamento de 1ª linha (fenitoína e 
carbamazepina). 
• Terceiro fármaco de escolha para crises de 
ausência. 
• Adjuvante: crises focais. 
Principais efeitos adversos: náusea, vômitos, diplopia, 
ataxia; e mais raramente exantema maculopapilar e 
exantemas graves. 
Interação medicamentosa: se usado com valproa, 
duplica sua concentração. 
Também usado como estabilizador de humor devido 
sua ação, ainda não conhecida, na depressão. 
Topiramato 
• Bloqueio dos canais de sódio semelhante a 
fenitoína. 
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• Potencialização da ação do GABA. 
• Ativação corrente hiperpolarizante de K+. 
Terapia complementar em casos de epilepsia 
refratária. 
Efeitos adversos: sonolência, anorexia, fadiga, 
nervosismo, pensamento lento, dificuldade de 
concentração. Dores abdominais, miopia e glaucoma 
de ângulo fechado. 
Ausência de informações acerca do uso na gestação 
(evitar). 
Indicado para: epilepsia, enxaqueca, hipertensão 
idiopática, transtornos alimentares, dor neurogênica. 
Interação com vários canais: bloqueia canais de sódio 
voltagem dependente, potencializa GABA, antagonista 
de glutamato, inibidor fraco de anidrase carbônica. 
Fármacos de primeira escolha: 
• Crises parciais: carbamazepina. 
• Tônico-clônicas: carbamazepina, valproato. 
• De ausência: valproato. 
Interação com anticoncepcionais: fenitoína, 
carbamzepina e fenobarbital. 
Efeitos no metabolismo da vitamina K no neonato: 
fenitoína e fenobarbital, 
Potencial dos anticonvulsivantes como estabilizadores 
de humor. 
Lítio: associado com outros tratamentos, 1x ao dia em 
doses mais baixas; reduz a incidência de suicídio em 
pacientes bipolares. Inibem fosforilação da proteína 
TAU (Alzheimer). 
Estimulantes do SNC 
Transtorno de déficit de atenção com imperatividade 
Estado padrão de imperatividade, impulsividade e 
desatenção. Origem multifatorial. 
Diagnóstico: 6 ou mais sintomas de desatenção e de 
imperatividade. 
Afeta diretamente as atividades sociais, acadêmicas e 
ocupacionais, tendo grande impacto na qualidade de 
vida. 
Sinalização ineficiente de DA e NA principalmente no 
córtex pré-frontal. Há redução de estímulos dos 
receptores pós sinápticos. 
Necessita de aumento na liberação dos NT e aumento 
na descarga tônica para tratamento. 
Poda sináptica 
As sinapses aumentam rapidamente no córtex por 
volta dos 6 anos e depois disso metade delas é 
removida até a adolescência. A escolha das sinapses 
erradas a serem removidas podem contribuir para o 
início do TDAH. 
A desatenção se torna prevalente conforme o 
paciente cresce. Devido poda sináptica que ocorre em 
uma certa idade. 
Tratamento: intensificação da transmissão 
dopaminérgica e noradrenérgica no córtex pré-
frontal. 
Diminuição da irritabilidade, ansiedade, fantasias, 
TICs, dor de cabeça, pesadelos. 
Efeitos indesejados: insônia, perda de apetite. 
Metilfenidato 
Aumento de dopamina na fenda sináptica. Redução 
da resposta dos autorreceptores D2. Ativação dos 
receptores D1 pós sinápticos e melhora a sinalização 
dopaminérgica. 
Propõe que a sinapse dopaminérgica que está 
diminuída, na verdade existe outra sinapse de um 
neurônio inibitório que inibe a liberação da dopamina. 
Fármaco inibe esse neurônio inibitório. 
Atinge as mesmas áreas cerebrais que a cocaína. Mas 
a estimulação é por diferentes vias. 
Anfetaminas 
Venvans, dexanfetamina 
Inibem os transportadores de captura. Inibidor 
competitivo do NAT e do DAT. Aumenta a NA e DA. 
Sensação de euforia. Bastante perigoso em doses 
altas. 
Ação sintopatominérgica periférica, aumenta a PA, 
inibe a motilidade GI, a irritabilidade, ansiedade, 
inquietação, pânico, paranoia. 
Preferível a liberação lenta, mantendo a 
concentração. 
Agentes noradrenérgicos 
Atomoxetina:seletivo para a recaptação da NA. 
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Farmacologia das doenças 
neurodegenerativas 
Envelhecimento populacional está relacionado ao 
aumento das doenças neurodegenerativas. 
Demência: síndrome, geralmente de natureza crônica 
ou progressiva, causada por uma variedade de 
doenças no cérebro que afetam a memória, o 
pensamento, o comportamento e a capacidade de 
realizar atividades cotidianas. Com isso a prejuízo das 
funções cognitivas. 
As doenças neurodegenerativas são aquelas que 
acometem a substância cinzenta do SNC, 
caracterizada principalmente pela perda progressiva 
de neurônios com alterações secundárias associadas 
nos tratos de substâncias branca, causando 
deteriorização irreversível do tecido nervoso. 
PARKINSON (DP) 
A causa da doença de Parkinson é desconhecida para 
a maioria dos pacientes. A doença está relacionada 
com a degeneração de neurônios dopaminérgicos na 
substância negra com consequente redução das ações 
da dopamina no corpo estriado, parte do sistema de 
gânglios basais que estão envolvidos no controle 
motor. A DP é uma doença neurodegenerativa 
progressiva crônica. 
Início insidioso; progressão lenta; com o passar do 
tempo há degeneração em áreas especificas. 
Tremor de repouso; bradicinesia (lentidão dos 
movimentos); instabilidade postural; rigidez muscular. 
Substância negra: é a origem dos neurônios 
dopaminérgicos que terminam no neoestriado. O 
sistema dopaminérgico parece servir como uma 
influência tônica, contínua na atividade motora, em 
vez de participar em movimentos específicos. 
Neoestriado: está conectado à substância negra por 
neurônios que secretam o transmissor inibitório GABA 
nas suas terminações. Por sua vez, células da 
substância negra enviam neurônios de volta ao 
neoestriado, secretando o transmissor inibitório 
dopamina nas suas terminações. Na doença de 
Parkinson, a destruição das células na substância 
negra resulta na degeneração dos terminais nervosos 
que secretam dopamina no neoestriado. 
Características neuropatológicas 
• Diminuição da dopamina no estriado. Perda 
da sinalização. 
• Inclusões eosinofílicas citoplasmáticas (corpos 
de Lewy) alfa-sinucleína e ubiquitina. 
• Vários dos sintomas da doença de Parkinson 
refletem um desequilíbrio entre os neurônios 
colinérgicos excitatórios e o número muito 
diminuído de neurônios dopaminérgicos 
inibitórios. 
O diagnóstico surge quando há perca de cerca de 
30% dos corpos celulares da substância negra e 60% 
dos terminais dos axônios. Não há reversão. 
Diagnóstico tardio. 
Tratamento: reposição da dopamina no SNC. 
Levodopa + carbiodopa (inibidor da dopa-
descarbxilase, faz com que a levodopa atinja o SNC 
sem ser metabolizada em dopamina no SNP). 
Tratamento paliativo, pois é uma doença crônica 
progressiva. Em 5 anos o fármaco perde o efeito. 
Reduz substancialmente a gravidade dos sintomas nos 
primeiros anos de uso. 
Levodopa: padrão ouro, tratamento de escolha, 
quando administrada sozinha sofre a ação da enzima 
dopa-descarboxilase, que a inativa ou a converte em 
dopamina na periferia, que não consegue chegar ao 
SNC. Resulta em náuseas, êmese, arritmias cardíacas e 
hipotensão. 
Quando o Parkinson é precoce tem uma evolução 
mais rápida. A natureza progressiva e suas 
manifestações associadas aos efeitos colaterais 
tornam o tratamento da doença um desafio muito 
complexo. O grau de resposta a terapia farmacológica 
decresce em paralelo com a progressão da doença. 
Interações: 
• A piridoxina (vitamina B6) aumenta a hidrólise 
periférica da levodopa e diminui sua eficácia. 
• Levodopa e um inibidor da monoaminoxidase 
(IMAO) não seletivo, como a fenelzina, pode 
causar crise hipertensiva causada pelo 
aumento da produção de catecolaminas. 
• Em vários pacientes psicóticos, a levodopa 
agrava os sintomas, provavelmente pelo 
aumento de catecolaminas centrais. 
• Fármacos antipsicóticos são contraindicados 
na doença de Parkinson, pois podem bloquear 
os receptores da dopamina e aumentar os 
sintomas parkinsonianos. 
Modelos experimentais de perda de neurônios 
dopaminérgicos: 
Modelo DP MPTP 
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• Descoberta em 1983, heroína sintética como 
causadora de parkinsonismo. 
• MPTP presente em herbicidas pesticidas 
(1988), comparada a essa heroína. 
• Atravessa a barreira hematoencefálica, e 
dentro do SNC é captado pelas células da glia, 
as quais o convertem em MPTP+ (metabólito 
ativo), é carregado pelo transportador de 
dopamina, entra no neurônio e causa vários 
danos, sendo um deles a inibição da atividade 
dos complexos, principalmente o complexo 1 
da cadeia respiratória mitocondrial (para de 
produzir ATP e a célula morre). Simulação da 
doença de Parkinson. 
Modelo DP 6-OHDA 
• Também causa degeneração. 
• Inibe o complexo 1. 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
• Severo prejuízo cognitivo. 
• Perda de memória. 
• Mudanças na personalidade (agressividade e 
alucinações). 
• Proteína amiloide (dosar no líquor, Pet 
amiloide). 
Tratamentos disponíveis: 
Fármacos anticolinesterásicos, impedem que a 
enzima degrade a acetilcolina. A inibição da 
acetilcolinesterase (AChE) no SNC melhora a 
transmissão colinérgica, pelo menos nos neurônios 
que continuam funcionando. 
Donepezila: inibidor seletivo reversível 
competitivo/não competitivo da AChE. 
Galantimina: inibidor seletivo reversível e competitivo 
Modulador alostérico (estimula mais ainda a 
sinalização). São indicados em todas as fases da 
demência pois apresentam melhora na cognição, 
comportamento e na funcionalidade. Provavelmente 
tem efeito benéfico na progressão do declínio 
cognitivo também. 
Rivastigmina pseudoreversível não competitivo. 
Memantina: antagonista de baixa afinidade e não
Responsável pela maioria de casos de demência nos 
idosos. 
Substancial e irreversível declínio dos neurônios 
colinérgico (neurotransmissor Ach), que se projetam 
principalmente no prósencéfalo basal, para as áreas 
corticais e a formação hipocampal. 
Causa severo prejuízo cognitivo, perda de memória e 
mudanças de personalidade. Atitudes mais agressivas 
que o normal, teimosia. 
Características neuropatológicas: 
• Hiperfosforilação da proteína TAU, formando 
emaranhados neurofibrilares intracelulares, 
solúveis, que acontece dentro dos neurônios. 
• Deposição de peptídeo beta-amiloide 
extracelulares em regiões cerebrais como 
córtex e hipocampo. 
 
competitivo de canal aberto dos receptores NMDA 
(glutamato). Previnem a neurodegeneração por 
excitotoxicidade causada pelo glutamato (excesso de 
exitação, aumenta muito os níveis de cálcio, causando 
essa toxicidade). Só são eficazes a partir da fase 
moderada da doença. Muito bem tolerada. Poucos 
efeitos colaterais. Grande problema é a sua prescrição 
inadequada, que deve ser feita apenas após a fase mo 
derada. 
Novos inibidores de AChE 
• Sem diferenças estruturas entre a periférica e 
a do SNC; 
• Potencial resolução: renovação do SNC (12 
dias) e da periferia (1 dia). 
Emaranhados ou placas de beta-amiloide. 
• Estresse oxidativo. 
• Astrogliose. 
• Disfunção sináptica 
• Prejuízo cognitivo. 
Biomarcadores: 
• Proteína TAU-p para dorsar no líquor e Pet 
TAU. 
Terapia com anticorpo para beta-amiloide. 
Receptores: 
• reversíveis: ligação fraca (liga e desliga). 
• pseudo-irreversíveis: ligação mais forte 
(demora mais para desligar). 
• Irreversíveis: não soltam. Resposta maior.
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