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Página 1 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Doenças Mentais Doenças do século XXI= vida moderna. Transtorno depressivo é o mais comum, sendo um problema de saúde pública. Os sintomas da depressão são sintomas afetivos, sensação de tristeza e desesperança, distúrbios do pensamento, bem como incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, alterações nos padrões de sono e apetite, perda de vigor, alterações psicomotricidade, alterações cognitivas e pensamentos suicidas. A mania é caracterizada pelo comportamento oposto, ou seja, entusiasmo, raiva, pensamentos e fala rápidos, extrema autoconfiança e diminuição de autocrítica, aceleração do pensamento, insônia, hiperatividade. Transtorno de humor: os transtornos de humor maiores são definidos pela presença de episódios depressivos e/ou maníacos. Os pacientes que sofreram pelo menos um episódio maníaco, com ou sem história adicional de episódios depressivos, apresentam transtorno afetivo bipolar (TABP), enquanto os que passaram por episódios depressivos recorrentes, porém sem nenhuma história de mania, são diagnosticados como tendo transtorno depressivo maior (TDM). O TDM pode ocorrer como doença isolada ou como comorbidade de outras doenças, como acidente vascular encefálico, demência, diabetes, câncer e doença arterial coronariana. Apesar de haver certa predisposição genética ao TDM, o estresse constitui um preditivo de episódios depressivos maior que qualquer variante genética isolada. O envelhecimento e a aterosclerose microvascular cerebral também estão associados à depressão de início tardio no indivíduo idoso. Muitas classes de fármacos podem exacerbar a depressão: ex. interferona e agentes quimioterápicos. O humor pode ser modulado: • Eutimia: é o humor considerado normal, de acordo com o que se espera. O paciente nessa situação tem o humor eutímico. Humor basal. • Hipotimia: é o humor modulado para baixo, triste ou deprimido. O paciente encontra-se hipotímico. Depressão. • Hipertimia: é o humor modulado para cima, patologicamente alegre, efusivo e eufórico. O paciente mostra-se hipertímico. Ultrapassa a basal. TEORIAS DA DEPRESSÃO • Hipótese da monoaminas: depressão causada pelo déficit funcional das monoaminas transmissoras em centros locais do cérebro. Mania resulta do excesso funcional dessas monoaminas. Fármacos reestabelecem a concentração de monoaminas, regulando em níveis normais. Envolve a serotonina, a noradrenalina, a dopamina. • Hipótese neurotrófica: a depressão associada a perda do suporte neurotrófico no hipocampo e córtex pré-frontal. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) se liga no receptor e tem vários efeitos benéficos na nossa sinalização intracelular cerebral, por exemplo a regulação do humor; a deficiência dessa sinalização está associada ao aumento da depressão e do estresse. Não há fármaco para o aumento de BDNF. • Outros mecanismos: níveis aumentados de cortisol: hormônio do estresse, mecanismos neuroendócrinos; alterações na transmissão glutamamérgica; perda neuronal na região do hipocampo e córtex pré-frontal; neuroinflamação: envolve a ativação da micróglia. SISTEMA LÍMBICO Muito envolvido nessas patologias. Ele e os neurotransmissores monoaminérgicos são considerados as bases biológicas do comportamento motivacional. 3 regiões principais que controlam o comportamento emocional: reptiliano (instinto), sistema límbico (reativo, responsável pela parte emocional), córtex (parte criativa, racional). Todas essas partes estão envolvidos na depressão e perda de sinalizações. Reptiliano + límbico= sistema emocional. Neocórtex= sistema racional. TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO Corpo celular; dendríticos; axônio e terminal. Célula mais negativa no interior: célula polarizada. Ocorre a despolarização da membrana provocando a transmissão do impulso nervoso. Deficiência nos neurotransmissores gera depressão. Página 2 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS NAS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL • Serotonina; • Noradrenalina; • Dopamina. Transmissão dopaminérgica Dopamina: neurotransmissor derivado da tirosina, produzido principalmente na substância negra, área tegumentar ventral e hipotálamo. Liberada na fenda após o impulso nervoso. Receptores pós sinápticos de dopamina no neurônio pós sináptico. Autorreceptores de dopamina no neurônio pré- sináptico, que ajudam na manutenção da concentração dos neurotransmissores na fenda. Transportador de dopamina no neurônio pré sináptico que capta a dopamina em excesso e a monoamina oxidase (MAO) degrada dopamina em um metabólico inativo. Fármacos agem para manter a regulação adequada de dopamina na fenda. Pode agir em diferentes locais. Sinalização da dopamina age no D1 quando é excitatório. Pouca sinalização é a causa dos distúrbios. Receptores pós sinápticos da dopamina: são metabotrópicos, tem sinalização intracelular, ativam um segundo mensageiro. Depressão, distúrbios bipolares e esquizofrenia. Noradrenalina: Neurotransmissor produzido em centros do tronco encefálico (principalmente no Locus Caeruleus) relacionada com a atenção, aprendizado, sono, motivação. Liberação da noradrenalina na fenda Principal receptor: alfa1, metabotrópico. Também possui autorreceptores, alfa 2-adrenérgicos. Transportador da noradrenalina pela MAO degrada metabolito inativo CDOP. Serotonina: Principal neurotransmissor envolvido nos processos depressivos. Amplamente distribuída no SNC. Receptores ionotrópicos (abrem canais) e metabotrópicos. Regula a área pré-frontal. Responsável pelo humor, sono, atividade sexual, apetite, entre outras várias. Regula fome no hipotálamo. Diretamente relacionada a situações de humor como medo, pânico, ansiedade, na sua ausência. Formada através do triptofano. Autorreceptores pré-sinápticos 5-HT1B. Antidepressivos Idosos tem uma perda na efetividade dos fármacos comparado aos jovens. Certa demora no tratamento devido a mudança na sinalização dos receptores, afim da regulação. Página 3 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Se o aumento dos níveis de neurotransmissores é rápido porque os efeitos antidepressivos demoram a aparecer? • Hipótese: a eficácia dos antidepressivos estaria relacionada com a infrarregulação desses receptores. • Hipótese: dessensibilização de receptores pré- sinápticos, sinalizando menos e mantendo mais neurotransmissores na fenda para os receptores pós-sinápticos. Álcool com antidepressivos; diminui a sinalização da serotonina. Fármaco torna-se ineficaz. Os sítios de ação dos fármacos antidepressivos e da reserpina (fármaco passível de induzir a depressão) estão indicados nos neurônios noradrenérgicos (A) e nos neurônios serotoninérgicos (B). Os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) inibem a enzima mitocondrial monoamina oxidase (MAO); o aumento resultante das monoaminas citosólicas leva à captação vesicular elevada de neurotransmissor e a sua maior liberação durante a exocitose. Os antidepressivos tricíclicos (ATC) e os inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) inibem tanto o transportador de norepinefrina (TNE) quanto o transportador de serotonina (TSER), resultando em níveis elevados de NE e de 5-HT na fenda sináptica. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) inibem especificamente arecaptação da 5-HT mediada pelo TSER. ATC, IRSN e ISRS elevam a duração de ação dos neurotransmissores na fenda sináptica, resultando em aumento da sinalização distal. A reserpina, que pode induzir depressão nos seres humanos e em modelos animais, bloqueia a captação mediada pelo TVMA de monoaminas nas vesículas sinápticas, destruindo finalmente as vesículas. IMAO Inibidores da monoamina oxidase (MAO), são inibidores da degradação da serotonina, permitindo que as moléculas do neurotransmissor fujam da degradação e, assim, se acumulem dentro do neurônio pré-sináptico e vazem para o espaço sináptico, ativando mais receptores pós-sinápticos. São classificados com base em sua especificidade para as isoenzimas MAO-A e MAO-B, e de acordo com a reversibilidade ou irreversibilidade de sua ligação. MAO-A= moclobemida, befloxatona e brofaromina, ligam-se de modo reversível. Distribuída em mais locais. MAO-B= selegilina (útil para Parkinson), inibidor seletivo da MAO-B em baixas doses (também coíbe a MAO-A em doses mais altas). Presente no cérebro, plaquetas e linfócitos. Os IMAO mais antigos não seletivos e a maioria deles, como iproniazida, fenelzina e isocarboxazida, consiste em inibidores irreversíveis. Bloqueiam a desaminação das monoaminas por meio de sua ligação ao grupo flavina funcional da MAO, inibindo-o. Ao coibir a degradação das monoaminas, os IMAO aumentam a 5-HT e a NE disponíveis no citoplasma dos neurônios pré-sinápticos. Os IMAO, à semelhança de outros antidepressivos, podem precipitar episódios maníacos ou hipomaníacos em alguns pacientes bipolares. São considerados como agentes de segunda ou de terceira linha. Entretanto, a efetividade dos IMAO, juntamente com o comportamento de busca de prazer observado nesse tipo de paciente depressivo, sugere que a depressão atípica pode resultar de diminuição relativa em ambas as vias da serotonina e da dopamina. Em geral, os medicamentos mais efetivos para essa classe de depressão têm como alvo mais de um sistema monoaminérgico. Os IMAO são considerados os fármacos de última escolha em vários centros de tratamento devido ao risco de interações Página 4 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV entre fármacos e entre fármaco e alimentos, e inúmeros efeitos colaterais, pois são não seletivos, e inibem todas as MAOs, Eficazes para: depressão; transtorno do pânico; transtorno obsessivo e alguns tipos de fobia. E são indicados para pacientes deprimidos que não respondem a outros fármacos. Efeitos colaterais: boca seca, visão embaçada, tremores, retenção urinária (menos frequente). Aumento do peso corporal/apetite, inquietação, insônia, convulsões com superdosagem. O efeito adverso mais tóxico do uso dos IMAO consiste na toxicidade sistêmica da tiramina: como a MAO gastrintestinal e hepática metaboliza a tiramina, o consumo de alimentos que contêm tiramina, como carnes processadas, queijos maturados e vinho tinto, pode levar a níveis circulantes excessivos de tiramina, um simpaticomimético indireto, que tem a capacidade de estimular a liberação de grandes quantidades de catecolaminas, essa liberação descontrolada de pode induzir uma crise hipertensiva. “Reação do queijo”. Com a inibição da MAO a tiramina estimula a liberação da noradrenalina. Inespecificidade: também se ligam a receptores muscarínicos de acetilcolina. Interações com outros medicamentos com outros antidepressivos: • Descongestionantes nasais (substâncias vasoconstritoras) pode causar crises hipertensivas devido aumento de noradrenalina. • ISCS não devem ser coadministrados com IMAOs. Tanto os ISCSs quanto os IMAOs precisam de um período de eliminação, de 2 semanas no mínimo, antes da administração de fármaco do outro tipo, com exceção da fluoxetina, a qual deve ser suspensa no mínimo 6 semanas antes de iniciar o IMAO. Além disso, os IMAOs têm várias outras interações críticas com fármacos, e é necessária cautela quando forem administrados concomitantemente. TRICICLICOS (ATC) Consiste em três anéis que incluem dois anéis aromáticos fixados a um anel ciclo-heptano. O ATC protótipo é a imipramina, e outros membros dessa classe incluem amitriptilina, desipramina, nortriptilina e clomipramina (um agente de primeira linha para o transtorno obsessivo-compulsivo). Os ATC inibem a recaptação de 5-HT e NE do espaço extracelular por meio do bloqueio dos transportadores de recaptação da 5-HT e da NE, respectivamente. Esses agentes não afetam a recaptação de DA. Como o maior tempo de permanência do neurotransmissor no espaço extracelular leva à ativação aumentada dos receptores, os inibidores da recaptação produzem elevação das respostas pós-sinápticas. Os efeitos adversos dos ATC resultam de sua capacidade de ligação a diversos canais e receptores, além de seus alvos terapêuticos. Os efeitos adversos mais perigosos envolvem o sistema cardiovascular, pois os ATC afetam os canais de sódio de modo semelhante a quinidina, causando retardo potencialmente letal da condução. Efeitos indesejados: pode causar arritmias; podem precipitar episódios de mania em pacientes com transtorno afetivo bipolar; tentativa de suicídio; retirada abrupta= síndrome da descontinuidade. Na depressão os receptores pós sinápticos estão suprarregulados. TRETACÍCLICOS Menos efeitos colaterais, mas pouco utilizados atualmente pois há fármacos melhores. Bupropiona: recaptação de noraneprifina e dopamina. Liberação pró-sináptica de catecolaminas. Mirtazapina: atua como antagonista do autorreceptor alfa2 pré-sináptico e aumenta a liberação tanto de norepinefrina quanto de 5-HT. Amoxapina e maprotilina possum propriedades anticolinérgicas. Amoxapina é um inibidor moderado do receptor D2 pró-sinaptico, com essa ação possui propriedades antipsicóticas. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Revolucionaram o tratamento da depressão em 1987. O primeiro ISRS a ser aprovado pela agência americana FDA foi a fluoxetina; esse fármaco continua sendo um dos ISRS mais amplamente prescrito. Outros ISRS incluem citalopram, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e escitalopram. Embora a eficácia dos ISRS seja semelhante à dos ATC no tratamento da depressão, sua maior seletividade e o perfil reduzido de efeitos adversos os tornaram Página 5 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV agentes de primeira linha para o tratamento da depressão, bem como dos transtornos da ansiedade. Os ISRSs bloqueiam a captação de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Uso terapêutico: A indicação primária dos ISRSs é a depressão, outros transtornos psiquiátricos também respondem favoravelmente, como transtorno obsessivo-compulsivo, de pânico, de ansiedade generalizada, de estresse pós-traumático, de ansiedade social, além de transtorno disfórico pré- menstrual e bulimia nervosa (fluoxetina). Retirada abrupta: pode causar ansiedade, disforia, sintomas GI, insônia. Efeitos adversos: distúrbios do sono; disfunções sexuais; uso em crianças e adolescentes leve a uma tendência suicida; superdosagens podem causar convulsões, uso excessivo do citalopram pode causar arritmia; síndrome da interrupção, com cefaleia, mal- estar e sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo e alterações no padrão de sono. Associação com IMAO: pode causa síndrome serotoninérgica, que inclui sinais como hipertermia, rigidez muscular, sudoração, mioclonia e alterações no estado mental e nos sinais vitais. Pode ser necessário que o pacienteutilize mais do que um ISRS (não juntos) para escolher o que melhor responde. INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA- NOREPINEFRINA (IRSN) Os IRSN atualmente disponíveis incluem venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina e milnaciprana. A venlafaxina bloqueia o transportador de recaptação de 5-HT e o transportador de recaptação de NE por um mecanismo que depende de sua concentração, sendo, em baixas concentrações o fármaco comporta- se como um ISRS, e em concentrações elevadas, também aumenta os níveis extracelulares de NE. A desvenlafaxina é o metabólito ativo da venlafaxina e seu perfil terapêutico assemelha-se ao do fármaco original. A duloxetina também inibe especificamente a recaptação de NE e de 5-HT, e foi aprovada para o tratamento da depressão, bem como da dor neuropática e de outras síndromes dolorosas. Hepatóxica. A milnaciprana é um inibidor seletivo da recaptação de NE e de 5-HT que foi recentemente aprovada para o tratamento da fibromialgia, com base em ensaios clínicos que demonstraram melhora dos sintomas de dor e disforia. Tem pouca atividade em receptores adrenérgicos e histamínicos (menos efeitos adversos). Efeitos adversos: tremores, boca seca, alteração da pressão, agitação. Em doses bem altas também podem inibir a recaptação de dopamina. FÁRMACOS MULTIMODAIS Inibem a recaptação da serotonina, noradrenalina e dopamina. Indicados quando há resistência as demais classes. Efeitos adversos similares. Vortioxetina 10mg. Fármacos mais caros. PARADIGMA GERAL DO TRATAMENTO COM ANTIDEPRESSIVOS Início da eficácia clínica demora de 2 a 4 semanas. Mesmo com tratamento, metade dos pacientes ainda apresenta sintomas significativos. Alguns pacientes são refratários a antidepressivos. TRATAMENTO DA DEPRESSÃO Casos especiais: Para gestantes= ISRS- exceto paroxetina (potencial teratogênico). Crianças e adolescentes: uso de antidepressivos associados ao aumento da ideação suicida (monitoramento de psicoterapia). Idosos: ISRS e ATC eficácia similar. Uso de doses menores em casos de comprometimento hepático e renal. Risco aumentado de interações medicamentosas. Ansiolíticos e Hipnóticos Atuam diminuindo a atividade do SNC. Hipnóticos são utilizados para induzir o sono. Ansiedade é um mecanismo biológico, mas que pode se tornar um transtorno ansioso quando a ansiedade Página 6 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV e o medo são exagerados, desproporcionais em relação ao estimulo, passando a interferir na qualidade de vida, no conforto emocional ou no desempenho diário do indivíduo. • Sintomas centrais de medo e preocupação excessivos. • Superposição de sintomas com a depressão maior. • Frequentemente comórbidos. Transtorno de ansiedade generalizada: estado constante da ansiedade excessiva. Transtorno de pânico: crises súbitas de medo incontrolável que ocorrem associadamente a sintomas somáticos. Apresenta sintomas como sudorese, taquicardia, temores, sensação de asfixia. Fobias: medo intenso de alguma situação, objetos. Transtorno do estresse pós traumático: ansiedade desenvolvida após ou por lembranças de um período estressante. Transtorno obsessivo compulsivo: comportamento com rituais compulsivos dominado por ansiedade irracional. Ex: medo de contaminação. Sintomas da ansiedade: medo; pânico; fobia; preocupação; sofrimento ansiosos; expectativa; apreensão. Medo e pânico mais centrados na amigdala (aumenta a frequência respiratória). Preocupação e sofrimento envolve o circuito córtico estreado talaco cortical. Há a hiperativações nessas áreas. GABA é um dos neurotransmissores chave envolvidos na ansiedade e na ação. É sintetizado a partir do glutamato. Receptores GABA: • GABA-A a e GABA-C (ionotrópicos- abrem canais de cloreto sensíveis a ligante). • GABA-B (metabotrópicos- receptores ligados a proteína G). Fármacos agem apenas sobre o GABA-A. Devido a diferença de receptores. GABA-A é o mais abundante, sendo uma glicoproteína transmembrana pentaméricas com um poro iônico central circundado por 5 subunidades. Consistem em 2 subunidades alfa, duas betas e uma gama. Se ligam aos sítios gabaérgicos. Neurônios gabaérgicos. Hipótese: pacientes com ansiedade apresentam regulação anormal dos receptores GABA-A. Ação do GABA diminui a hiperexcitação retornando ao basal. A amígdala recebe estímulos de neurônios serotonérgicos também, que podem ter efeito inibitório. Fármacos serotoninérgicos podem aliviar a ansiedade e o medo por aumentarem os impulsos serotoninérgicos que chegam à amígdala. Por isso algumas pessoas com ansiedade tratam com antidepressivos. Classificação dos ansiolíticos: • Benzodiazepínicos: ação GABA; • Buspirona: agonista parcial de 5-HT; • Antidepressivos: aumentam os níveis de serotonina; • Antagonistas beta-adrenérgicos: ajudam nos sintomas físicos de ansiedade, bloqueio na fenda. BENZODIAZEPÍNICOS Atuam seletivamente nos receptores GABA-A que medeiam a transmissão sináptica inibitória em todo o SNC. Aumentam a frequente de abertura dos canais de Cl- na presença do GABA, para ativação de mais GABA. A abertura desses canais não causa desequilíbrio. Tem como objetivo intensificar a ação do GABA. Os BZD não são seletivos para receptores de GABA-A com subunidades alfa diferentes, sendo gama 2 alfa 2 alfa 3 o ansiolítico. Pode ter efeito sedativo também (subunidade gama 2 alfa 1, e inibição fásica). Alfa 4 e alfa 6, receptor extra sináptico causa anestesia. Usado geralmente por um curto período de tempo pois é um depressor. Causa tolerância, dose perde o efeito rapidamente. Por isso não deve ingerir bebidas alcoólicas tomando estes fármacos que também são depressores do SNC. Efeitos dos Benzodiazepínicos: • Redução de ansiedade; • Sedação e indução do sono; • Redução do tono muscular e coordenação; • Efeito anticonvulsionante; • Amnésia anterógrada: Redução da ansiedade: potencialização da ação do GABA nos circuitos do medo e da alça da preocupação. Página 7 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Os BZD são principalmente usados para tratar os estados agudos de ansiedade. E tem controle rápido de ataques do pânico. Indução do sono: os BZD diminuem o tempo para começar a dormir e aumentam a duração total do sono. Os BZD somente são recomendados para o tratamento de insônia em curto prazo. Ocorre o desenvolvimento de tolerância após 1-2 semanas de uso contínuo e, ao cessar o tratamento, podem ocorrer insônia e síndrome de abstinência. Ressaca, paciente dorme, mas não descansa, pouco sono REM. Aumento do tônus muscular é característico dos estados de ansiedade, e contribui para cefaleia, os BZD agem diminuindo o tônus por uma ação central nos receptores GABA-A, principalmente na medula espinhal. Causando um certo relaxamento. Ambos os efeitos tendem a declinar quando os benzodiazepínicos são tomados regulamente por 1-2 semanas. Amnésia: evitam a memória de eventos experimentados durante a sua influência. Procedimentos cirúrgicos menores ou invasivos podem, dessa forma, ser realizados sem deixar lembranças desagradáveis. O flunitrazepam é conhecimento como droga de estupro, boa noite cinderela, e as vítimas tem dificuldade em relatar o que ocorreu durante o ataque. Farmacocinética: Bem absorvidos quando administrados por via oral. Podem ser administrados por IV. São metabolizados pela P450, duas isoformas. Vários BDZs são convertidos em metabólitos ativos. Efeitos adversos: • Menos perigosos que outros hipnóticos (barbitúricos). • Sono prolongadosem depressão grave da respiração ou função cardiovascular. • Associação com outros depressores como etanol, pode causar depressão respiratória grave. Flunazemil para reversão em caso de overdose. • Sonolência, confusão. • Amnésia. • Comprometimento da coordenação. Tolerância e dependência: ocorre devido a infrarregulação dos receptores GABA-A. Necessidade de aumento da dose para novamente aumentar os receptores e ter o efeito esperado. Dependência é a principal desvantagem desse tratamento. Interrupção do tratamento após semanas ou meses, causa aumento dos sintomas de ansiedade, juntamente, com tremor e tontura. Doses para tratamento de insônia: para idosos a dose deve ser um pouco menor e deve ser utilizado o Lorazepam, pois não passa por reações de fase 1. Idosos que tomam vários fármacos e hepatopatas. *Flurazemil: inibidor competitivo do benzodiazepínico, pode ser administrado para reverter o excesso da inibição do GABA. BUSPIRONA É um agonista dos receptores 5-HT1a- autorreceptores inibitórios e agonista parcial dos receptores 5-Ht1a pós sináptico. Acredita-se que a buspirona produz um efeito ansiolítico tardio porque induz a dessensibilização dos autorreceptores inibitórios, o que resulta no aumento da excitação dos neurônios serontoninérgicos e aumento da liberação de 5-HT. Estimulação dos agonistas pós sinápticos. Ou seja, para de recaptar e ao mesmo tempo estimula os pós sinápticos. Toda a serotonina acumulada se liga tendo seu efeito. BZD por 20 dias + antidepressivo ISRS; IRSN; ATC e ir tirando. Não existem relatos de tolerância ou abstinência. BZD + buspirona (30 dias) e posteriormente trocar por outros fármacos, como ISRS. Tem eficácia comparável à dos benzodiazepínicos, porém menos efeitos adversos. A buspirona não potencializa a depressão do SNC pelo etanol. Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz para tratamento de curta duração ou para estados de ansiedade agudos. ANTAGONISTAS BETA-ADRENÉRGICOS Eficazes no tratamento de ansiedade generalizada e fobia social, principalmente com predomínio de sintomas somáticos (palpitações, sudorese, tremor). Adjuvante, pois não tem efeito que trata a ansiedade. Página 8 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Tratamento farmacológico de manutenção indicada para a maioria dos casos de transtorno de ansiedade é cerca de 6 meses. Índice de recidiva após a interrupção do tratamento é muito alto em alguns subtipos. Considerar a terapia cognitiva-comportamental nesses pacientes. SEDATIVOS-HIPINÓTICOS Efeito sedativo: diminui a atividade/excitação; Estágios de sono: • Estado de alerta: sono leve. • Ondas lentas (NREM). • Sono paradoxal (REM): fase onde relaxa e tem sonhos. Ciclo do sono: Alerta - 90 min de NREM – 20 min de REM. Fármacos antecipam o sono REM. É importante manter o ciclo do sono, para ter um sono efetivo. Não causam tolerância. Deveria reproduzir a fisiologia do sono, sem provocar efeitos adversos. BARBITÚRICOS Podem produzir todos os graus de depressão do SNC (medula espinhal). Tiopental. Foram muito utilizados como sedativo-hipnóticos. Atualmente tem uso limitado a anestesia. Deixam o canal de cloreto mais tempo aberto. A ação hipnoticossedativa dos barbitúricos se deve à sua interação com os receptores GABA-A, potencializando a transmissão gabaérgica. O local de ligação dos barbitúricos no receptor GABA é diferente daquele dos benzodiazepínicos. Os barbitúricos potenciam a ação do GABA na entrada de cloreto no neurônio, prolongando o tempo de abertura do canal de cloreto. Além disso, os barbitúricos podem bloquear os receptores excitatórios glutamato. Concentrações anestésicas de pentobarbital também bloqueiam os canais de sódio de alta frequência. Todas essas ações moleculares diminuem a atividade neuronal. Baixo grau de seletividade, atuando em vários receptores de GABA-A, mais do que os BZD. Podem causar depressão grave, associados a outros depressores, como o etanol. Toxicidade. Depressão respiratória e cardiovascular em casos de overdose ou superdose. Substituídos pelos BZN. Efeitos sobre sono/vigília: menor latência do sono. Porém também causam ressaca farmacológica. Casos especiais: • Insônia acompanhada por doenças psiquiátricas. • Insônia acompanhada de outras doenças clínicas: distúrbios subjacentes podem resolver; BZN contraindicados em casos de apneia obstrutiva do sono e DPOC. Insônia em pacientes idosos: há um aumento da meia vida, por conta do perfil farmacológico, o que pode causar um comprometimento da função cognitiva ao longo do tempo. HIPNÓTICOS NÃO BDZ Chamados de compostos Z, são utilizados exclusivamente para a indução do sono. Atuam no GABA-A, potencialização da ação do GABA por meio da ligação de um sítio diferente (também chamados de PAM, moduladores alostéricos positivos). Específicos alfa-1, tendo assim menor tolerância e dependência. Diferente dos BZD, que se ligam a todos. Nas dosagens hipnóticas usuais, os fármacos não benzodiazepínicos zolpidem, zaleplona e eszopiclona não alteram significativamente os vários estágios do sono e, assim, costumam ser os hipnóticos preferidos. Menor potencial de dependência e abuso (maior segurança). Podem ser tomados eventualmente também. Não tem ressaca. Ação de 6 horas, mantendo o sono. Não relacionados estruturalmente com BZD. Menos eficazes como anticonvulsionantes, ansiolíticos e relaxantes musculares dos que os BZD. Overdose pode ser tratada com antagonista benzodiazepínicos. Zaleprom • Curto tempo de meia-vida curto. • Não produz sedação matutina. Página 9 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Diminui latência para início do sono. • Pode ser utilizada no meio da noite em casos de despertar precoce. Zolpidem Apresenta poucos efeitos de abstinência e provoca insônia de rebote mínima. Com o uso prolongado ocorre pouca tolerância. É rapidamente absorvido no trato gastrintestinal (TGI), tem rápido início de ação e meia-vida de eliminação curta. Produz efeito hipnótico por cerca de 5 horas. O zolpidem sofre oxidação hepática a produtos inativos, pelo sistema CYP450. Assim, fármacos como a rifampicina, que induzem esse sistema enzimático, encurtam a meia-vida do zolpidem, e fármacos que inibem a ioenzima CYP3A4 podem aumentar a sua meia-vida. Os efeitos adversos do zolpidem incluem pesadelos, agitação, amnésia anterógrada, cefaleia, distúrbios GI, tonturas e sonolência diurna. Eszopiclona (mais receitado) É um hipnótico não benzodiazepínico oral que também atua no receptor BZ1. Revelou-se eficaz contra insônia por até 6 meses. É rapidamente absorvido (tempo para o pico de 1 hora), extensamente biotransformado por oxidação e desmetilação pelo sistema CYP450 e excretado principalmente na urina. A sua meia-vida de eliminação é de cerca de 6 horas. Os efeitos adversos da eszopiclona incluem ansiedade, xerostomia, cefaleia, edema periférico, sonolência e gosto desagradável. Enantiomero ativo da zopiclona (S). Tratamento prolongado da insônia. Eficácia como auxiliar. Mais receitado pois causa menos dependência e mantém mais o sono. OUTROS FÁRMACOS Antagonista de receptor histamínico H1 Adjuvantes do sono vendidos sem receita médica. Alguns anti-histamínicos com propriedades sedativas, como difenidramina (sedativo presente em remédios para gripe), hidroxizina e doxilamina, são eficazes no tratamento dos tipos leves de insônia situacional. Têm efeitos indesejados (como os efeitos anticolinérgicos) que os tornam menos úteisdo que os benzodiazepínicos e os não benzodiazepínicos. Histamina: regiões promotoras de vigília- liberação de histamina. Agonistas serotoninérgicos. Trazodona em baixas doses: não bloqueia adequadamente a receptação de serotonina, mas conserva um bloqueio de receptores alfa 1 adrenérgicos e histamínicos H1--- indução do sono. Melatonina Neurotransmissor secretado pela glândula pineal que atua principalmente no núcleo suprapiasmático. Fármaco age impedindo a secreção de melatonina, estimulada na presença da luz, envia sinais para o organismo ficar acordado. Não tem registro no Brasil como medicamento, mas é autorizada sua importação. Antipsicóticos São usados principalmente para tratar esquizofrenia, mas também são eficazes em outros estados psicóticos e estados de mania. Também denominados fármacos neurolépticos ou tranquilizantes maiores. Não são curativos e não eliminam o transtorno crônico do pensamento, mas com frequência diminuem a intensidade das alucinações e ilusões, permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva em um ambiente de apoio. ESQUIZOFRENIA Desequilíbrio entre a ativação excessiva dos receptores dopaminérgicos na via mesolímbica (causando sintomas positivos) e ativação deficiente em receptores dopaminérgicos na via mesocortical (causando sintomas negativos). Uma das formas mais importantes de doença psiquiátrica: atinge jovens, sendo maior incidência em homens jovens, mulheres acomete mais tardiamente. Costuma ser crônica e geralmente é incapacitante. Tem forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica fundamental. 25 a 50% dos casos tentam suicídios, e diminuição de 20 a 30 anos na expectativa de vida desses pacientes, devido o sedentarismo, muitos fármacos utilizados. Página 10 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Tendência hereditária forte: • Anormalidade gênica (BDNF, relacionado a sanidade mental), NMDA, MAO-A, predisposição à esquizofrenia. • Parentes de 1º grau 10% de probabilidade, e gêmeos monozigóticos 50%. • Exposição a fatores ambientais, necessária para o desenvolvimento da doença. Infecções maternas por vírus; nascimento prematuro, falta de oxigênio, consumo de cannabis na adolescência e início da vida adulta; estressores (violência na infância, entre outros). Sintomas positivos: excesso de sinalização de dopamina. Devido efeito sobre a via mesolímbica. • Delírios paranoides; • Alucinações; • Distúrbio do pensamento; • Fala desorganizada; • Comportamentos anormais, agitação. Sintomas negativos: diminuição da sinalização da dopamina. Devido efeito sobre a via mesocortical. • Alogia: disfunção da comunicação; restrições na fluência e na produtividade do pensamento e da fala; • Achatamento ou embotamento afetivo: restrições; • Associabilidade, perda de interesse por relacionamentos; • Anedonia, não sente prazeres; • Avolição; • Sintomas cognitivos. Diferença devido as diferentes sinalizações em diferentes regiões cerebrais. Sinalização da dopamina: Autorreceptor no neurônio pré-sináptico. Transportador de recaptação, faz a degradação da dopamina pela MAO-A. Receptores pós-sinápticos de dopamina no neurônio pós-sináptico. Fármacos agem nos receptores dopaminérgicos metabotrópicos D2. Vias dopaminérgicas envolvidas: • Via nigro-estriatal: composta por neurônios dopaminérgicos, responsável pelos movimentos. • Via mesolímbica: envolvida no aumento da via dopaminérgica. • Via mesocortical. Hiperfunção mesolímbica dos sintomas positivos. Achados pós-morte: aumento da densidade de receptores dopaminérgicos e aumento dos níveis de DA. Hipofunção mesocortical: sintomas negativos, cognitivos e afetivos. Estratégia farmacológica que não seja tão drástica. Hipótese dopaminérgica: • Hiperfunção mesolímbica; • Hipofunção mesocortical; • Via nigroestriada e tuberoinfundibular (controle endócrino). Todos os antipsicóticos de primeira e a maioria dos de segunda geração bloqueiam os receptores D2 da dopamina no cérebro e na periferia. Fármacos classificado em 2 grandes grupos: Antipsicóticos típicos ou convencionais, de 1ª geração: antagonistas de receptores dopaminérgicos; distúrbios do movimento. Clorpromazina (propriedades anti-histamínicas), fármaco protótipo. Bloqueio de 80% dos receptores para obtenção dos efeitos, em todas as áreas cerebrais. Bloqueio de receptores dopaminérgicos D2. Eficazes somente contra os sintomas positivos e redução das tendências agressivas. Bloqueio da hiperatividade da via mesolímbica. Bloqueio D2 na via mesocortical: não melhora os sintomas negativos e cognitivos, podendo agrava-los; apatia, anedonia e falta de motivação. Bloqueio D2 na via nigroestratal: distúrbios motores. Na via tuberoinfundibular: efeitos endócrinos, dores nas mamas e aumento da prolactina. Efeitos continuam após retirada do fármaco. Causam mais SEP: anticolinérgicos fracos. Causam menos SEP: anticolinérgicos fortes. Efeitos mais proeminentes nos fármacos de baixa potência. Efeitos indesejados: Página 11 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Distonia aguda: agitação, espasmos musculares, protusão da língua, olhar fixo para cima, espasmos involuntários dos músculos do pescoço. São reversíveis. • Discinesia tardia: desenvolve-se após meses ou anos em 20-40% dos pacientes; movimento involuntários da face, da língua, das extremidades e tronco (dança); incapacitante e muitas vezes irreversível (dano permanente); hipóteses: adaptações- aumento do número de receptores D2 no estriado, e bloqueio crônico pode causar efeitos citotóxicos causando neuro- degeneração desses neurônios. • Icterícia; peucopenia e agranulocitose; reações urticantes. • Síndrome do antipsicótico maligno, reação potencialmente fatal aos antipsicóticos, caracterizada por rigidez muscular, febre, alteração do estado mental e estupor, pressão arterial instável e mioglobinemia. Antipsicóticos atípicos, de 2ª geração: antagonistas de receptores dopaminérgicos; propriedades adicionais, como a capacidade de melhorar a sinalização. Envolvimento da serotonina que ajuda na liberação. Menos sintomas motores extrapiramidais. Têm menor incidência de SEP do que os de primeira geração, mas são associados com maior risco de efeitos adversos metabólicos, como diabetes, hipercolesterolemia e aumento de massa corporal. Também ligam a outros receptores dopaminérgicos, sendo antagonista de receptores muscarínicos, causando efeitos colinérgicos, como boca seca. Liga em receptores de serotonina (principalmente a rispiridona e a clozapina). Respiridona; Aripipoprazol atua como antagonista do receptor 5HT2a, agonista parcial de dopamina e do receptor de 5HT1a (consegue modular a sinalização de dopamina); Quetiapina. Reduzem sintomas positivos. Eficazes também contra sintomas negativos. Consegue dar uma equilibrada na dopamina. Poucos efeitos extrapiramidais e endócrinos. Se ligam menos em outros receptores, apresentando menos efeitos como sedação, boca seca. Também atuam como agonistas parciais dos receptores de serotonina 1A (mesmo receptores dos antidepressivos). Possuem dissociação rápida. Antagonistas de serotonina 5HT2a: antagonistas serotonina-dopamina, diminuem a liberação de serotonina, aumentam a liberação de DA em algumas áreas cerebrais (principalmente no córtex e via nigroestriatal). Possuem propriedades clínicas ditas como atípicas que os distinguem dos convencionais. Aumenta a liberação de DA e essa compete com o antagonista D2 (reduzindo/eliminandoos efeitos extrapiramidais). Redução ou nenhuma discinesia tardia. Agonistas parciais de serotonina 5HT1a: quando ativado este receptor aumenta a liberação de DA. Agonistas parciais do autorreceptor aumenta a liberação de dopamina no estriado. Melhora dos sintomas extrapiramidais. Fármaco ideal seria um antagonista e agonista ao mesmo tempo, que diminui mais dá uma aumentadinha pra manter um certo equilíbrio. Efeitos indesejados dos antipsicóticos atípicos: ganho de peso; obesidade; aumentos dos níveis de triglicerídeos; sedação. Uso clínico: • Eficácia clinica possibilita uma vida normal ao paciente. • São eficazes somente em 70% dos pacientes. Clozapina é eficaz nos “resistentes ao tratamento”, no entanto causa muitos efeitos adversos como supressão da medula óssea, convulsões e efeitos adversos cardiovasculares, como a ortostasia. • Atípicos são a primeira escolha. Outros usos terapêuticos: • TOC: como adjuvante como quetiapina, olanzapina e respiridona. • Transtorno do estresse pós traumático. • Síndrome de Tourette. • Doença de Huntington. • Autismo. • Antiemético. Rexulti considerado de 3ª geração, versão melhorada do aripipoprazol. Molécula inteligente. Age mais como moduladores de dopamina do que como bloqueadores. Reduzem a dopamina cortical. Página 12 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Antiepilépticos Distúrbio neurológico caracterizado por crises que assumem várias formas e decorrem de descargas neuronais episódicas. Essa atividade elétrica anormal pode resultar em uma variedade de eventos, incluindo perda de consciência, movimentos anormais, comportamento atípico ou desigual e percepção distorcida de duração limitada, mas recorrente se não for tratada. Presença de convulsão. Evidências: déficit na neurotransmissão por GABA e aumento dos níveis de glutamato excitatório. Acomete 0,5 a 1% da população. O local de origem dos disparos neuronais anormais determina os sintomas produzidos. Na maioria dos casos, a epilepsia não tem causa identificável. Áreas focais funcionalmente anormais podem ser ativadas por alterações em fatores fisiológicos, como alteração em gases sanguíneos, pH, eletrólitos e glicemia, e alterações em fatores ambientais, como privação do sono, ingestão de álcool e estresse. A epilepsia pode ser devida a uma causa genética, estrutural ou metabólica, ou sua causa pode ser desconhecida. Tipos de crises A descarga começa lentamente e costuma permanecer localizada. Ocorrem em 3 etapas principais: 1. Iniciação em nível celular através de um aumento da atividade elétrica; 2. Sincronização com os neurônios circundantes; 3. Propagação para regiões adjacentes. Focal: num local e fica adjacente ali. Generalizada: estimula várias partes. Focais 1. Parciais simples: sem alteração mental. 2. Parciais complexas: alteração de consciência. Geralmente precedida de aura (alerta da propagação da convulsão). 3. Focal com generalização secundária. Sem ou com alteração do estado mental e evolui para uma convulsão tônico-clônica. Generalizada 1. Fase tônica perda do influxo de GABA, descargas rápidas e sustentadas. 2. Fase clônica: a inibição do GABA começa a ser restaurada e oscila com o componente excitatório (glutamato). Com o decorrer do tempo a inibição mediada pelo GABA prevalece e o paciente torna-se flácido e inconsciente até a normalização. Surge de regiões centrais do cérebro e propaga-se para ambos os hemisférios envolvendo cérebro inteiro. • Tônico-clônicas: perda da consciência, seguida de contração contínua (fase tônica) e de contração e relaxamento rápidos (fase clônica). A crise pode ser seguida por um período de confusão e exaustão, devido à depleção de glicose e dos estoques energéticos. • Ausências: perda breve, abrupta e autolimitante da consciência. Paciente permanece com o olhar fixo e pisca rapidamente, o que dura de 3 a 5 segundos. • Mioclônicas: episódios curtos de contração muscular que podem recorrer por vários minutos. • Clônicas: episódios curtos de contração muscular que podem parecer muito com crises mioclônica. • Tônicas: Essas crises envolvem aumento do tônus nos músculos extensores e, em geral, duram menos de 60 segundos. • Atônicas: Também chamadas de ataques de queda, essas crises se caracterizam pela perda súbita de tônus muscular. Estado epilético Crises epiléticas com duração maior ou igual a 30 minutos, a repetidas crises de duração menor sem recuperação da consciência entre as crises. Qualquer tipo de crise epilética pode evoluir para estado epilético (inclusive de ausência). Estado epilético convulsivo são mais frequentes em crianças e apresentam maior potencial de complicações sistêmicas e do SNC. Fármacos anticonvulsivos Objetivo do tratamento é propiciar a melhor qualidade de vida possível para o paciente, pelo alcance de um adequado controle de crises. Estratégias farmacológicas: inibir a despolarização neural anômala ao invés de corrigir a causa do fenômeno. Há 3 mecanismos de ação principais: Página 13 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Potencialização da ação do GABA. Principal neurotransmissor inibitório no SNC. • Inibição da função de canais de Na+; • Inibição de canais de Ca+2. Potencializam a inibição mediada pelo GABA, aumentando a corrente de cloreto através do canal, resultando em foco de supressão do foco da convulsão. Fenobarbital • Barbitúrio que apresenta efeito anticonvulsivante em doses inferiores às necessárias para produzir efeito hipnóticos; • Além de potencializar a ação do GABA-A, bloqueiam receptores AMPA de glutamato. • Primeiro anticonvulsivo eficaz; • Baixo custo e baixa toxicidade: amplamente utilizado. Tratamento de crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer idade, inclusive recém- nascidos. Não é eficaz para controle de crises de ausência. Efeitos adversos: sedação, irritabilidade e hiperatividade em crianças e agitação e confusão em idosos. Benzodiazepínicos Vantagens dos fármacos desta classe: eficácia, rápido início de ação. Principais indicações: terapia adjuvantes para crises focais e generalizadas. A maioria dos benzodiazepínicos é reservada para emergências ou tratamento de crises agudas, devido à sua tolerância. Diazepam: estado de mal epiléptico (via endovenosa, retal). Principais efeitos adversos: sedação; tolerância (40% dos casos); problemas relacionados à retirada do fármaco (abstinência). Ácido Valpróico Mecanismo de ação pleiotrópico: • Potencializa a ação do GABA, inibe enzimas que degradam o neurotransmissor e inibe a função de canais de sódio e cálcio. • Amplo espectro: utilizado no controle de crises generalizadas tônico-clônicas, crises de ausência e mioclônica. Muito utilizado devido a isso. • Monoterapia e terapia adjunta de pacientes > 10 anos de idade com qualquer forma de epilepsia; • Crises focais: eficácia limitada. Mecanismos de ação possíveis desses fármacos incluem bloqueio de canais de sódio, bloqueio da transaminase GABA e ações nos canais de cálcio tipo T. Associação de valproato de sódio e ácido valproico, que é convertido em valproato quando alcança o trato gastrintestinal (TGI). Ele foi desenvolvido para melhorar a tolerância gastrintestinal (GI) do ácido valproico. Utilizado também para a estabilização de humor. Depakene e Depakote nomes comerciais. Principais efeitos adversos: anorexia, náuseas e vômitos; sedação ataxia e tremor; elevação nas transminases hepáticas; hepatoxidade fatal: particularmente emcrianças menores de 10 anos portadoras de outras doenças ou politerapia. Vigabatrina Análogo estrutural do GABA. Atua como inibidor irreversível da transaminase GABA (GABA-T). A GABA- T é a enzima responsável pela metabolização do GABA. Monoterapia no tratamento de espasmos infantis. Terapia adjunta para crises focais com ou sem generalização secundária em pacientes de qualquer idade. Contra indicação: crises generalizadas. Está associada com a perda leve ou moderada do campo visual em 30% dos pacientes ou mais. Que pode ser irreversível. INIBIDORES DA FUNÇÃO DE CANAIS DE NA+ Especificidade para o tratamento das convulsões focais e generalizadas secundárias. Ligam-se aos canais no estado inativado e diminuem a velocidade de recuperação dos canais. Bloqueio na excitação dos canais que estão disparando repetidamente. E redução da liberação de glutamato. Fenitoína (hidantal) Página 14 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Atua diretamente no canal de Na+, diminuindo a velocidade de recuperação do canal no seu estado inativado para diminuir para o estado fechado. Meia- vida plasmática em torno de 24h. Principais indicação: • Crises tônico-clônicas generalizadas, focais complexas, ou combinação de ambos em crianças, adolescentes e adultos; • Prevenção e tratamento em crises epiléticas durante ou após procedimento neurocirúrgico. Nevralgia do trigêmeo. Contra indicação: crises de ausência. Efeitos adversos: ataxia; letargia; sedação e encefalopatia (dose-dependentes); hiperplasia gengival (alteração do metabolismo do colágeno) e hirsutismo. Interações medicamentosas: indução da P450, aumentando o metabolismo de outros fármacos (ex. anticoagulantes orais). Carbamazepina Ação semelhante à fenitoína. Discreta ação anticolinérgica. É um dos antiepilépticos mais amplamente utilizado. É teratogênico, mas é o mais utilizado em gestantes, pois responde melhor. Principais indicações: crises tônico-clônicas generalizadas; monoterapia ou adjuvante nas crises focais, com ou sem generalizações secundárias e neuralgia do trigêmeo. Efeitos adversos: sonolência ataxia; náuseas, vômitos, mal estar epigástrico, constipação; exantema maculopapilar benigno (10 a 15%); anemia, agranulocitose. Interações medicamentosas: proeminente indução da CYP3A4 e reduz eficácia dos contraceptivos orais, varfarina, fenitoína, valproto, corticosteroides dentre outros. • Bloqueio dos canais de cálcio ativados por baixa voltagem tipo T (LVA). • Bloqueio dos canais de cálcio ativado por alta voltagem (HVA) tipo P/Q. Fármacos que inibem os canais de cálcio do tipo T são especificamente utilizados no tratamento das crises de ausência. Canal de cálcio do tipo T está despolarizado e inativo durante estado de vigília. Etossuximida Exclusivamente para o tratamento de crises de ausência em pacientes >3 anos. Não controla outros tipos de crises epilépticas. Especificidade de bloquear canais de cálcio T de baixo linear. Teratogênico. Efeitos adversos: anorexia, náusea, letargia, sonolência, distúrbios GI. Gabapentina Ação pré-sináptica em canais de cálcio: inibe a liberação de glutamato. Não atua nos receptores GABA. • Absorção saturável (segura em superdosagem). • Não interfere no metabolismo de outros fármacos: ideal para idosos e pacientes com doenças crônicas. • Boa tolerabilidade com baixa toxicidade. • Adjuvante em crises focais com ou sem generalização secundária. Efeitos adversos: aumento do apetite, ganho de peso, náuseas, tremores, comportamento agressivo. Fármacos que inibem a ativação de sódio e cálcio. Mais modernos. Lamotrigina • Monoterapia: crise tônica-clônica de início generalizadas e crises focais com ou sem generalização secundária e em pacientes > 12 anos refratários ou intolerantes ao tratamento de 1ª linha (fenitoína e carbamazepina). • Terceiro fármaco de escolha para crises de ausência. • Adjuvante: crises focais. Principais efeitos adversos: náusea, vômitos, diplopia, ataxia; e mais raramente exantema maculopapilar e exantemas graves. Interação medicamentosa: se usado com valproa, duplica sua concentração. Também usado como estabilizador de humor devido sua ação, ainda não conhecida, na depressão. Topiramato • Bloqueio dos canais de sódio semelhante a fenitoína. Página 15 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Potencialização da ação do GABA. • Ativação corrente hiperpolarizante de K+. Terapia complementar em casos de epilepsia refratária. Efeitos adversos: sonolência, anorexia, fadiga, nervosismo, pensamento lento, dificuldade de concentração. Dores abdominais, miopia e glaucoma de ângulo fechado. Ausência de informações acerca do uso na gestação (evitar). Indicado para: epilepsia, enxaqueca, hipertensão idiopática, transtornos alimentares, dor neurogênica. Interação com vários canais: bloqueia canais de sódio voltagem dependente, potencializa GABA, antagonista de glutamato, inibidor fraco de anidrase carbônica. Fármacos de primeira escolha: • Crises parciais: carbamazepina. • Tônico-clônicas: carbamazepina, valproato. • De ausência: valproato. Interação com anticoncepcionais: fenitoína, carbamzepina e fenobarbital. Efeitos no metabolismo da vitamina K no neonato: fenitoína e fenobarbital, Potencial dos anticonvulsivantes como estabilizadores de humor. Lítio: associado com outros tratamentos, 1x ao dia em doses mais baixas; reduz a incidência de suicídio em pacientes bipolares. Inibem fosforilação da proteína TAU (Alzheimer). Estimulantes do SNC Transtorno de déficit de atenção com imperatividade Estado padrão de imperatividade, impulsividade e desatenção. Origem multifatorial. Diagnóstico: 6 ou mais sintomas de desatenção e de imperatividade. Afeta diretamente as atividades sociais, acadêmicas e ocupacionais, tendo grande impacto na qualidade de vida. Sinalização ineficiente de DA e NA principalmente no córtex pré-frontal. Há redução de estímulos dos receptores pós sinápticos. Necessita de aumento na liberação dos NT e aumento na descarga tônica para tratamento. Poda sináptica As sinapses aumentam rapidamente no córtex por volta dos 6 anos e depois disso metade delas é removida até a adolescência. A escolha das sinapses erradas a serem removidas podem contribuir para o início do TDAH. A desatenção se torna prevalente conforme o paciente cresce. Devido poda sináptica que ocorre em uma certa idade. Tratamento: intensificação da transmissão dopaminérgica e noradrenérgica no córtex pré- frontal. Diminuição da irritabilidade, ansiedade, fantasias, TICs, dor de cabeça, pesadelos. Efeitos indesejados: insônia, perda de apetite. Metilfenidato Aumento de dopamina na fenda sináptica. Redução da resposta dos autorreceptores D2. Ativação dos receptores D1 pós sinápticos e melhora a sinalização dopaminérgica. Propõe que a sinapse dopaminérgica que está diminuída, na verdade existe outra sinapse de um neurônio inibitório que inibe a liberação da dopamina. Fármaco inibe esse neurônio inibitório. Atinge as mesmas áreas cerebrais que a cocaína. Mas a estimulação é por diferentes vias. Anfetaminas Venvans, dexanfetamina Inibem os transportadores de captura. Inibidor competitivo do NAT e do DAT. Aumenta a NA e DA. Sensação de euforia. Bastante perigoso em doses altas. Ação sintopatominérgica periférica, aumenta a PA, inibe a motilidade GI, a irritabilidade, ansiedade, inquietação, pânico, paranoia. Preferível a liberação lenta, mantendo a concentração. Agentes noradrenérgicos Atomoxetina:seletivo para a recaptação da NA. Página 16 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Farmacologia das doenças neurodegenerativas Envelhecimento populacional está relacionado ao aumento das doenças neurodegenerativas. Demência: síndrome, geralmente de natureza crônica ou progressiva, causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar atividades cotidianas. Com isso a prejuízo das funções cognitivas. As doenças neurodegenerativas são aquelas que acometem a substância cinzenta do SNC, caracterizada principalmente pela perda progressiva de neurônios com alterações secundárias associadas nos tratos de substâncias branca, causando deteriorização irreversível do tecido nervoso. PARKINSON (DP) A causa da doença de Parkinson é desconhecida para a maioria dos pacientes. A doença está relacionada com a degeneração de neurônios dopaminérgicos na substância negra com consequente redução das ações da dopamina no corpo estriado, parte do sistema de gânglios basais que estão envolvidos no controle motor. A DP é uma doença neurodegenerativa progressiva crônica. Início insidioso; progressão lenta; com o passar do tempo há degeneração em áreas especificas. Tremor de repouso; bradicinesia (lentidão dos movimentos); instabilidade postural; rigidez muscular. Substância negra: é a origem dos neurônios dopaminérgicos que terminam no neoestriado. O sistema dopaminérgico parece servir como uma influência tônica, contínua na atividade motora, em vez de participar em movimentos específicos. Neoestriado: está conectado à substância negra por neurônios que secretam o transmissor inibitório GABA nas suas terminações. Por sua vez, células da substância negra enviam neurônios de volta ao neoestriado, secretando o transmissor inibitório dopamina nas suas terminações. Na doença de Parkinson, a destruição das células na substância negra resulta na degeneração dos terminais nervosos que secretam dopamina no neoestriado. Características neuropatológicas • Diminuição da dopamina no estriado. Perda da sinalização. • Inclusões eosinofílicas citoplasmáticas (corpos de Lewy) alfa-sinucleína e ubiquitina. • Vários dos sintomas da doença de Parkinson refletem um desequilíbrio entre os neurônios colinérgicos excitatórios e o número muito diminuído de neurônios dopaminérgicos inibitórios. O diagnóstico surge quando há perca de cerca de 30% dos corpos celulares da substância negra e 60% dos terminais dos axônios. Não há reversão. Diagnóstico tardio. Tratamento: reposição da dopamina no SNC. Levodopa + carbiodopa (inibidor da dopa- descarbxilase, faz com que a levodopa atinja o SNC sem ser metabolizada em dopamina no SNP). Tratamento paliativo, pois é uma doença crônica progressiva. Em 5 anos o fármaco perde o efeito. Reduz substancialmente a gravidade dos sintomas nos primeiros anos de uso. Levodopa: padrão ouro, tratamento de escolha, quando administrada sozinha sofre a ação da enzima dopa-descarboxilase, que a inativa ou a converte em dopamina na periferia, que não consegue chegar ao SNC. Resulta em náuseas, êmese, arritmias cardíacas e hipotensão. Quando o Parkinson é precoce tem uma evolução mais rápida. A natureza progressiva e suas manifestações associadas aos efeitos colaterais tornam o tratamento da doença um desafio muito complexo. O grau de resposta a terapia farmacológica decresce em paralelo com a progressão da doença. Interações: • A piridoxina (vitamina B6) aumenta a hidrólise periférica da levodopa e diminui sua eficácia. • Levodopa e um inibidor da monoaminoxidase (IMAO) não seletivo, como a fenelzina, pode causar crise hipertensiva causada pelo aumento da produção de catecolaminas. • Em vários pacientes psicóticos, a levodopa agrava os sintomas, provavelmente pelo aumento de catecolaminas centrais. • Fármacos antipsicóticos são contraindicados na doença de Parkinson, pois podem bloquear os receptores da dopamina e aumentar os sintomas parkinsonianos. Modelos experimentais de perda de neurônios dopaminérgicos: Modelo DP MPTP Página 17 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Descoberta em 1983, heroína sintética como causadora de parkinsonismo. • MPTP presente em herbicidas pesticidas (1988), comparada a essa heroína. • Atravessa a barreira hematoencefálica, e dentro do SNC é captado pelas células da glia, as quais o convertem em MPTP+ (metabólito ativo), é carregado pelo transportador de dopamina, entra no neurônio e causa vários danos, sendo um deles a inibição da atividade dos complexos, principalmente o complexo 1 da cadeia respiratória mitocondrial (para de produzir ATP e a célula morre). Simulação da doença de Parkinson. Modelo DP 6-OHDA • Também causa degeneração. • Inibe o complexo 1. DOENÇA DE ALZHEIMER • Severo prejuízo cognitivo. • Perda de memória. • Mudanças na personalidade (agressividade e alucinações). • Proteína amiloide (dosar no líquor, Pet amiloide). Tratamentos disponíveis: Fármacos anticolinesterásicos, impedem que a enzima degrade a acetilcolina. A inibição da acetilcolinesterase (AChE) no SNC melhora a transmissão colinérgica, pelo menos nos neurônios que continuam funcionando. Donepezila: inibidor seletivo reversível competitivo/não competitivo da AChE. Galantimina: inibidor seletivo reversível e competitivo Modulador alostérico (estimula mais ainda a sinalização). São indicados em todas as fases da demência pois apresentam melhora na cognição, comportamento e na funcionalidade. Provavelmente tem efeito benéfico na progressão do declínio cognitivo também. Rivastigmina pseudoreversível não competitivo. Memantina: antagonista de baixa afinidade e não Responsável pela maioria de casos de demência nos idosos. Substancial e irreversível declínio dos neurônios colinérgico (neurotransmissor Ach), que se projetam principalmente no prósencéfalo basal, para as áreas corticais e a formação hipocampal. Causa severo prejuízo cognitivo, perda de memória e mudanças de personalidade. Atitudes mais agressivas que o normal, teimosia. Características neuropatológicas: • Hiperfosforilação da proteína TAU, formando emaranhados neurofibrilares intracelulares, solúveis, que acontece dentro dos neurônios. • Deposição de peptídeo beta-amiloide extracelulares em regiões cerebrais como córtex e hipocampo. competitivo de canal aberto dos receptores NMDA (glutamato). Previnem a neurodegeneração por excitotoxicidade causada pelo glutamato (excesso de exitação, aumenta muito os níveis de cálcio, causando essa toxicidade). Só são eficazes a partir da fase moderada da doença. Muito bem tolerada. Poucos efeitos colaterais. Grande problema é a sua prescrição inadequada, que deve ser feita apenas após a fase mo derada. Novos inibidores de AChE • Sem diferenças estruturas entre a periférica e a do SNC; • Potencial resolução: renovação do SNC (12 dias) e da periferia (1 dia). Emaranhados ou placas de beta-amiloide. • Estresse oxidativo. • Astrogliose. • Disfunção sináptica • Prejuízo cognitivo. Biomarcadores: • Proteína TAU-p para dorsar no líquor e Pet TAU. Terapia com anticorpo para beta-amiloide. Receptores: • reversíveis: ligação fraca (liga e desliga). • pseudo-irreversíveis: ligação mais forte (demora mais para desligar). • Irreversíveis: não soltam. Resposta maior. Página 18 Flávia Sanagiotto Ross MedicinaUNOESC T-XXXV
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