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Semiologia Médica

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Página 1 
 
Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Semiologia Médica 
Meio e modo de se examinar um doente e o estudo da investigação dos sinais e sintomas. Exame complementar: 
utilizado para descartar ou confirmar uma hipótese. 
BASES DA SEMIOLOGIA 
Relação médico-paciente; 
Aspectos intrínsecos; 
Aspectos extrínsecos; 
Escuta qualificada e ativa. 
 
 
PRÍNCIPIOS BIOÉTICOS 
Beneficência: buscar fazer sempre o bem para o 
paciente. 
Não maleficência: não fazer mal ao paciente. 
Justiça: fazer sempre o que é justo ao paciente. 
Autonomia: possibilitar que o paciente decida sobre o 
tratamento, tendo direito de aceitá-lo ou não, após o 
devido esclarecimento. 
VALORES BIOÉTICOS 
Alteridade: respeitar as diferenças individuais. 
Sigilo: respeitar o segredo sobre as informações do paciente. 
CLASSIFICAÇÃO DA RELAÇÃO 
Modelo paternalista ou sacerdotal: médico arbitrário; o médico é autoritário e o paciente submisso. 
Modelo tecnicista ou engenheiral: o médico informa e executa os procedimentos necessários, mas deixa a decisão 
inteiramente sob a responsabilidade do paciente. 
Modelo colegial ou igualitário: o médico adota a posição equivocada de colega ou parceiro do paciente. 
Modelo contratualista: habilidades e conhecimentos do médico são valorizados, preservando sua autoridade, e este 
deseja a participação ativa do paciente, o que culmina num comprometimento de ambas as partes. 
FENÔMENOS PSICODINÂMICOS 
Transferência e contratransferência: transferências afetivas que permeiam a relação médico-paciente (RMP). 
• Transferência: fenômenos afetivos que o paciente passa para a relação que estabelece com o médico; 
• Contratransferência: passagem de aspectos afetivos do médico para o paciente; 
Resistência: fator ou mecanismo psicológico inconsciente que compromete a RMP. 
MÉTODO CENTRADO NA PESSOA 
Percepção do problema: SIFE – Sentimentos; ideias; funções; expectativas. 
Entender a pessoa como um todo; história de vida. 
Sistematizar: plano conjunto. 
Ser realista: priorizar; não fazer tudo de uma vez. 
Objetivar a prevenção. 
Aprofundar a relação: empatia, compaixão e cuidado. 
-Ótima ferramenta para aplicar os conhecimentos semiológicos. 
 
 
 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
DEFINIÇÕES 
Sintoma: sensação subjetiva anormal percebida pelo paciente e não observada pelo examinador. 
Sinal: dado objetivo notado pelo paciente e observado pelo examinador através do método clínico ou de exames 
complementares. 
Síndrome: conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ter diferentes causas. 
Entidade nosológica: é uma doença bem definida com alteração de função de órgãos ou sistemas, ou mesmo perda 
destas funções com suas consequências e repercussões. 
TIPOS DE DIAGNÓSTICO 
Clínico: reconhecimento de uma doença com base na anamnese e no exame físico. 
Sindrômico: reconhecimento de uma síndrome. 
Anatômico: reconhecimento das modificações anatômicas. 
Fisiopatológico: traduz o distúrbio da função do órgão atingido pela enfermidade (sintomas). 
Etiológico: identificação das causas da doença. 
Anatomopatológico: avaliação macroscópica e microscópica de tecidos. 
Radiológico (TC, USG etc.): reconhecimento pelo exame de imagem auxiliar. 
FATORES QUE DIFICULTAM O DIAGNÓSTICO 
• Doença em estágio inicial – sintomas inespecíficos; 
• Doença comum, com manifestações atípicas; 
• Doença psiquiátrica; 
• Doença mascarada; 
• Desconhecimento da doença; 
• Paciente portador de multimorbidades; 
• Vícios de semiótica ou do raciocínio clínico 
CONCEPÇÕES DESAÚDE X DOENÇA 
“Saúde é estado do completo bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de enfermidade” OMS. 
Determinantes: 
• Biologia humana; 
• Serviços de saúde; 
• Meio ambiente; 
• Estilo de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Anamnese 
Ação de trazer à memória. Aná = trazer de novo; mnesis = memória. 
A queixa principal é escrita no prontuário exatamente como foi descrita – em termos leigos. 
Os sintomas secundários são assinalados em termos técnicos. 
Método clínico: interpretar e traduzir a fala do paciente 
em algo plausível ao âmbito clínico. Características: 
• Flexibilidade; 
• Grande abrangência; 
• Visão humana. 
Exame clínico: segmentado em anamnese e exame 
físico. Características: 
• Formular gipóteses diagnósticas; 
• Estabelecer uma boa relação médico-paciente; 
• Tomada de decisão. 
FATORES QUE INTERFEREM NA ENTREVISTA 
Objetos físicos: 
• Ambiente adequado, quase sempre 
representado pelo consultório, ou que pode ser 
o quarto ou a enfermaria. 
• Instrumental, que inclui uma cadeira para o 
entrevistado e o material necessário para as 
anotações. 
Objetos culturais 
Com relação ao médico: 
• Estar consciente de seus valores (ética médica); 
• Usar uma linguagem adequada; 
• Cuidar da apresentação pessoal. 
Com relação ao paciente: 
• Conhecer os componentes culturais da sua 
clientela potencial; 
• Conhecer as expectativas do comprimento da 
clientela em geral; 
• Conhecer o universo de comunicação básica (a 
linguagem) dos pacientes. 
Com relação a comunidade: 
• Conhecer os recursos assistenciais disponíveis 
na comunidade; 
• Conhecer as condições sanitárias da 
comunidade. 
Objetos sociais: 
• Conseguir do paciente uma predisposição 
positiva para dar informações; 
• Estar atento a indícios subliminares 
(hesitações, gestos, expressões) que possam 
indicar incompreensão, receio, defesa, 
insegurança e desconfiança; 
• Controlar suas próprias manifestações que 
possam induzir respostas inadequadas; 
 
Cuidar para não induzir o paciente a uma resposta. 
Ex: “sente marteladas?” em vez de pedir que tipo de 
dor sente, sem induzir a uma forma específica. 
OBJETIVOS DA ANAMNESE 
• Estabelecer condições para uma adequada relação médico-paciente. 
• Conhecer os determinantes epidemiológicos que influenciam o processo saúde-doença de cada paciente. 
• Registrar e desenvolver práticas de promoção de saúde. 
• Fazer a história clínica, registrando os problemas de saúde do paciente de modo detalhado e cronológico. 
• Avaliar o estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais, familiares e 
ambientais. 
• Conhecer os hábitos de vida do paciente, bem como suas condições socioeconômicos e culturais. 
• Avaliar os sintomas de cada sistema corporal. 
Reconstituição dos fatos e dos acontecimentos direta ou indiretamente relacionados com uma situação anormal da 
vida do paciente. 
 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
MANEIRAS DE FAZER ANAMNESE 
1. Deixar o paciente relatar livre e espontaneamente suas queixas sem nenhuma interferência, limitando-se à ouvi-
lo. Nesta técnica, o médico tende a não exercer influência inibidora ou coercitiva. 
2. Anamnese dirigida: o médico, tendo em mente um esquema básico, conduz a entrevista mais objetivamente. 
Exige rigor técnico e cuidado na execução, por isso não é o ideal. 
3. O médico deixar, inicialmente, o paciente relatar de maneira espontânea suas queixas, para depois conduzir a 
entrevista de modo mais objetivo. 
“A história clínica é o resultado de uma entrevista com objetivo explícito, conduzida pelo examinador e cujo conteúdo 
foi elaborado criticamente por ele”. 
AVALIAÇÃO ABRANGENTE 
Adequada para pacientes novos no consultório ou hospital. 
Fornecedados fundamentais e personalizados sobre o paciente, e a relação médico-paciente. 
Formece a relação entre o paciente e profissional de saúde. 
Ajuda a identificar ou descartar causas físicas relacionadas com as queixas do paciente. 
Constitui uma linha de base para avaliações futuras. 
Cria uma plataforma para medidas de promoção de saúde mediante educação e orientação. 
Desenvolve proficiência em habilidades essenciais ao exame físico. 
AVALIAÇÃO FOCALIZADA 
É adequada para pacientes já conhecidos, principalmente durante consultas de rotina ou urgência. 
Aborda queixas ou sintomas localizados. 
Avalia sintomas restritos a um sistema corporal específico. 
Aplica métodos de exames relevantes à avaliação das queixas ou problemas da maneira mais detalhada e cuidadosa 
possível. 
RECOMENDAÇÕES 
É no primeiro contato que reside a melhor oportunidade para fundamentar uma boa relação médico-paciente. 
Cumprimente o paciente, perguntando logo o nome e dizendo-lhe o seu. Não utilizar termos como “vovô”, “vozinha”. 
Demonstre atenção ao que o paciente está falando. 
Compreenda as condições socioculturais do paciente. 
Perspicácia e tato são qualidades indispensáveis para a obtenção de dados sobre doenças estigmatizantes ou distúrbios 
que afetam a intimidade da pessoa. 
A causa mais frequente de erro diagnóstico é uma história clínica mal obtida. 
Somente a anamnese possibilita ao médico uma visão do conjunto do paciente, indispensável para a prática de uma 
medicina de excelência. 
Os dados fornecidos pelos exames complementares nunca corrigem as falhas e as omissões cometidas na anamnese. 
Laudos não são diagnósticos. 
Tratar o paciente e não o exame. 
Ter sempre o cuidado de não sugestionar o paciente com perguntas que surgem de ideias preconceituosas. 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
O paciente não é obrigado a saber como deve relatar suas queixas. O médico é quem precisa saber como obtê-las. 
SIC: segundo informações colhidas – utilizar quando não souber o termo técnico. 
SEMIOTÉCNICA 
Apoio: prestar assistência profissional e empática. 
Facilitação: facilitar e diminuir a insegurança do 
paciente quanto à comunicação. 
Reflexão: transmitir ao paciente de que ele está sendo 
compreendido. 
Esclarecimento: perguntar ao paciente as dúvidas 
pendentes de modo a elucidá-las. 
Respostas empáticas: comunicação empática, humana 
e compreensiva. 
Confrontação: confrontar não agressivamente o 
paciente quando a história clínica é inconsistente. 
Silêncio: dar um tempo para o paciente em momentos 
dificeis. 
Interpretação.
ELEMENTOS DA ANAMNESE 
Identificação: 
• Data/hora; 
• Nome completo; nome social; 
• Idade; 
• Sexo; 
• Estado civil; 
• Cor da pele (autorreferida); 
• Profissão (atual e anteriores); 
• Local de trabalho; 
• Naturalidade; 
• Procedência; 
• Residência; 
• Não obrigatórios: convênios; religião; responsável; escolaridade. 
Queixa principal: 
Motivo: afirmação, sintoma, sinal etc. 
Utilizar expressões próprias do paciente e evitar 
rótulos de diagnósticos. 
 Ex.: não escrever “enxaqueca” se o paciente disse 
“dor de cabeça”. 
Quando há mais de uma queixa, deve-se focar na 
principal. 
Sugestões para obter a queixa principal: 
• Qual o motivo da consulta? 
• Por que me procurou? 
• O que está sentindo? 
• O que está incomodando? 
HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL (HDA) 
Principal: diagnóstico. 
Histórias simples e curtas x longas e complexas. 
NORMAS PARA SE OBTER UMA BOA HDA 
• Deixe que o paciente fale sobre a doença. 
• Identifique o sintoma-guia. 
• Descreva o sintoma-guia com suas 
características e analise-o minuciosamente. 
• Use o sintoma-guia como fio condutor da 
história e estabeleça as relações das outras 
queixas com ele em ordem cronológica. 
• Verifique se a história obtida tem começo, meio 
e fim. 
• Não induza respostas. 
• Apure evolução, exames e tratamentos 
realizados inerentes à doença atual. 
• Resuma a história que obteve para o paciente, 
a fim de que ele possa confirmar ou corrigir 
algum dado ou acrescentar alguma informação 
esquecida ou não mencionada. 
Além desses elementos: Interrogatório 
sintomatológioco; antecedentes pessoais e 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
familiares; hábitos de vida; condições 
socioeconômicas. 
Caso o paciente não possua uma queixa principal, não é 
necessária a realização da HDA. 
SINTOMA-GUIA 
Sintoma ou sinal que permite recompor a HDA com mais facilidade e precisão. 
Nem sempre é o sintoma mais antigo, nem a primeira queixa relatada, nem o mais enfatizado. 
Objetivo é ter uma HDA com início, meio e fim. 
• Primeiro: perguntas abertas para que se ouça o relato do sintoma nas palavras do paciente. 
• Depois, perguntas mais específicas para que se descubra os sete atributos de cada sintoma. 
• Por fim, perguntas diretas. 
OS SETE TRIBUTOS DO SINTOMA 
1. Localização. Onde se localiza? Há irradiação? 
2. Características. Descreva o sintoma. 
3. Intensidade. Quão intenso é? No caso de dor, pedir em escala de 1 a 10. 
4. Cronologia. Quando começou? Quanto tempo dura? Quão frequentemente ocorre? 
5. Surgimento (situação no qual ocorreram os sintomas). 
6. Fatores oficiadores ou exacerbadores. Algo faz o sintoma piorar ou melhorar? 
7. Manifestações associadas. Você percebeu se algo ocorre ao mesmo tempo do sintoma? 
S.I.N.T.O.M.A 
• Surgimento? 
• Intensidade? 
• Nasceu quando? 
• Traços? 
• Onde? 
• Manifestações associadas? 
• Alivia ou agrava? 
DOR COMO SINTOMA GUIA: L .I.C.I.D.E.F 
• Local; 
• Irradiação; 
• Caráter; 
• Intensidade; 
• Duração; 
• Evolução; 
• Fatores associados.
• Pode incluir medicações, alergias, tabagismo e etilismo, que com frequência, são pertinentes para a doença 
atual. 
REVISÃO DOS SINTEMAS 
• Complemento à HDA. 
• Permite reconhecer alterações não relacionadas diretamente com a HDA. 
• Avalia práticas de promoção de saúde. 
• Sistematização (segmentos). 
• Adaptação à prática. 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
SINTOMAS GERAIS 
• Febre; 
• Astenia: sensação de fraqueza; 
• Alterações de peso; 
• Sudorese; 
• Calafrios; 
• Caimbras. 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
PELE E FÂNEROS 
• Alterações? 
• Feridas? 
• Caroços? 
• Coceira? 
• Sinal de nascença mudou? 
Cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade, prurido, lesões. 
Exposição solar (hora, uso de protetor solar); cuidados com pele e cabelos (bronzeamento artificial, tinturas). 
ANTECEDENTES PESSOAIS 
Pessoais fisiológicos: 
Gestação e nascimento: como decorreu a gravidez, uso de medicamentos, condições de parto, estado da criança ao 
nascer, viroses durante gestação, ordem do nascimento, número de irmãos. 
Desenvolvimento psicomotor e neural: informações sobre a primeira e segunda dentições, engatinhar e andar, fala, 
desenvolvimento físico, controle dos esfíncteres, aproveitamento escolar 
Desenvolvimento sexual: puberdade, menarca, sexarca, menopausa, orientação sexual. 
Pessoais patológicos: 
• Doenças sofridos pelos pacientes; 
• Alergia a medicamentos; 
• Cirurgias e outras intervenções; 
• Traumatismo; 
• Transfusões sanguíneas; 
• História obstétrica (GPCA); 
• Vacinas; 
• Medicamentos em uso. 
Pessoais familiares: 
• Saúde dos parentes; 
• Falecidos: causa de óbito e idade; 
• Doenças de caráter familiar mais comuns (alergias, doenças cardiovasculares...) 
• Paciente com doença hereditária. 
HÁBITOS DE VIDA 
• Alimentação; 
• Ocupação atual e anteriores (natureza do trabalho, ambiente, Burnout etc.); 
• Atividade física(trabalho e prática esportiva; frequência, duração e tipo etc.; 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
• Vícios. 
Questionário CAGE: orientado para alcoólatras. 
1. Alguma vez o sr. sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? (cut down); 
2. As pessoas o aborrecem porque criticam o seu modo de beber? (annoyed); 
3. O sr. se sente culpado ou chateado consigo mesmo pela maneira como costuma beber? (guilty); 
4. O sr. costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca? (eye-opener). 
Uma resposta afirmativa – necessidade de avaliação mais criteriosa; 
Duas ou mais respostas afirmativas – relação profunda com o abuso de álcool, dependência ou ambos. 
Teste de Fagerstrom: orientado para tabagistas. 
• Cálculo de carga tabágica = número de cigarros fumados por dia dividido pelo tempo de tabagismo em anos, 
resultado multiplicado por 20. 
• Mais comum na prática clínica: número de cigarros fumados por dia a tantos anos. 
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS 
• Habitação: zona urbana ou rural; 
• Condições socioeconômicas: renda, dependência econômica; 
• Condições culturais: religião, tradições, hábitos; 
• Relacionamentos. 
SOAP- ANAMNESE DIRECIONADA 
Subjetivo: QP (queixa principal) + HDA + IS + APP (antecedentes pessoais patológicos) + APF (antecedentes pessoais 
familiares) + AF + HV (hábitos de vida). 
Objetivo: sinais vitais + exame físico + exames complementares. 
Avaliação: diagnóstico. Hipóteses e doenças pré-existentes. 
Plano: conduta + planejamento + orientações. 
Exame Físico 
Exame clínico: anamnese + exame físico. 
No exame físico, o paciente geralmente se encontra inicialmente ansioso, exposto, receoso, apreensivo e 
amedrontado. 
Manter o paciente informado do que pretende fazer é a melhor maneira de ter sua cooperação. 
PREUCAUÇÕES E BIOSSEGURANÇA 
• Lavagem das mãos; 
• Uso de luvas – em pele íntegra não é necessário; 
• Jaleco fechado; 
• EPIs – equipamentos de proteção individual (máscara, calçado apropriado, face shield etc.); 
• Vacinas. 
ALTURA E OUTRAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
O peso e a altura; 
Indicam o estado nutricional do paciente e consequentemente sua evolução ao longo da doença. Quadro nutricional 
do paciente é um importante aspecto na formulação de hipóteses diagnósticas e na tomada de decisões. 
SEMIOTÉCNICA: TÉCNICAS BÁSICAS DE EXAME FÍSICO 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
• Inspeção: visão; 
• Palpação: toque; 
• Percussão: toque com o som; 
• Ausculta: som. 
INSPEÇÃO 
Superfície corporal e as partes mais acessível. 
Geral e localizada. Segmentos corporais: alteração osteomuscular; lesões de pele. 
Para realizar a inspeção, é necessário: 
• Iluminação; 
• Exposição da área; 
• Instrumento adequado; 
• Conhecimento anatômico. 
Inspeção geral: começa no momento em que se entra em contato com o paciente; 
Inspeção direcionada: pode ser panorâmica (mais raro) ou localizada, pode ser a olho nu ou com o auxílio de uma 
lupa. Inspeção em segmentos. 
Realizada por partes. Desnudando somente a região a ser examinada, sempre respeitando o pudor do paciente; 
Duas maneiras fundamentais de se fazer a inspeção: 
• Olhando frente a frente: região a ser examinada. Inspeção frontal→ modo padrão desse procedimento; 
• Observando a região tangencialmente: maneira correta para pesquisar movimentos mínimos na superfície 
corporal, como pulsações ou ondulações e pequenos abaulamentos ou depressões; 
 
Exame genital/mamas – sempre com mais um profissional na sala. 
Inspeção frontal (ou perpendicular) e inspeção tangencial. Posições diversas. 
Começa na anamnese e continua durante todo o exame clínico. 
Cometem-se mais erros por não olhar do que não saber. 
SEMIOTÉCNICA 
Boa iluminação: 
• Mais adequada é a luz natural incidindo obliquamente; 
• Cada vez mais dependemos de iluminação artificial: luz deve ser branca e de intensidade suficiente; 
Ambientes de penumbra não são adequados para que se vejam alterações leves da coloração da pele e das mucosas: 
cianose e icterícia; 
Cavidades: foco luminoso, que pode ser uma lanterna comum; 
Exposição adequada da região a ser inspecionada; 
Uso ocasional de determinados instrumentos (lupa, lanterna, otoscópio, oftalmoscópio e outros) para melhorar o 
campo de visão; 
Posição do examinador e do paciente depende das condições clínicas do paciente e do segmento corporal a ser 
inspecionado; 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
De modo geral: paciente sentado à beira do leito ou da mesa de exame (a menos que essa posição seja contraindicada 
ou impossibilitada) → examinador ficar de pé diante do paciente, movimentando- se: 
• Paciente acamado: posição adaptada; 
• Abdome: Decúbito dorsal. 
 
Dicas: Mantenha a sala de exame com temperatura agradável. Mantenha a privacidade na hora do exame, evitando 
interrupções. Hábito de prestar atenção às expressões faciais do paciente, ou mesmo de perguntar se está tudo bem, 
enquanto prossegue no exame físico; 
PALPAÇÃO 
Frequentemente confirma pontos observados durante a inspeção; 
Recolhe dados por meio do tato e da pressão: 
• Tato: impressões mais superficiais; 
• Pressão: impressões mais profundas. 
Modificações de: textura, temperatura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, percepção 
de frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, vibração, pulsação, edema etc. 
Sistematizada, gentil e tranquila. Explicar cada etapa ao paciente. 
Convenção: paciente em decúbito dorsal e examinador à direita do paciente. 
Mãos devem estar higienizadas e aquecidas (aquecer com fricção entre mãos). 
 
• Palpitação com a mão espalmada, em que se 
usa toda a palma de uma ou de ambas as mãos; 
 
 
• Mão espalmada com polpa digital; 
 
 
 
 
 
• Palpação com uma das mãos sobrepondo-se a 
outra; 
 
 
• Palpação com a borda de mão; 
 
• Flutuação (rechaço); 
• Palpação bimanual. 
 
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Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
• Palpação usando-se o polegar e o indicador, 
em que se forma uma pinça; 
 
• Palpação com o dorso dos dedos das maõs: 
procedimento especifico para avaliação da 
temperatura; 
 
• Digitopressão: realizada com a polpa do 
polegar ou do indicador- utilizado para 
existência de dor, avaliar a circulação cutânea, 
detectar a presença de edema; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Puntipressão: consite em comprimir com um 
objeto potiagudo um ponto do corpo, a fim de 
avaliar a sensibilidade dolorosa e para analisar 
telangiectasias tiro aranha vascular; 
 
• Vitropressão: realizada com o auxílio de uma 
lâmina de vidro que é comprimida contra a 
pele, analisando-se a área através da própria 
lâmina. Sua principal aplicação é na distinção 
entre eritema e púrpura. Sendo no eritrema a 
vitropessão provoca o apagamento da 
vermelhidão e no de púrpura permanece a 
mancha; 
 
• Fricção com algodão: para testar a 
sensibilidade; 
Dicas: 
Deixar regiões dolorosas para serem palpadas por último; 
Para palpar o abdome: posicionar o paciente em decúbito dorsal, com a cabeça em um travesseiro, os membros 
inferiores estendidos ou joelhos fletidos. Membros superiores ao lado do corpo ou cruzados à frente do tórax, para 
evitar tensão da musculatura abdominal. 
 
 
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Flávia Sanagiotto RossMedicina UNOESC T-XXXV 
 
PERCUSSÃO 
Baseia- se no seguinte princípio: ao se golpear um ponto qualquer do corpo, originam- se vibrações que têm 
características próprias quanto à intensidade, ao timbre e à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica 
percutida; 
Observa- se não só o som obtido, mas também a resistência oferecida pela região golpeada. 
Usa- se basicamente a percussão direta e a percussão digito-digital. 
Em situações especiais: punho- percussão, a percussão com a borda da mão e a percussão tipo piparote: 
• Punho- percussão: mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região em estudo e averigua se a manobra 
desperta sensação dolorosa; 
• Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeandose a região desejada com a 
borda ulnar, procurando observar se a manobra provoca alguma sensação dolorosa; 
• Piparote: uma das mãos o examinador golpeia o abdome com piparotes, enquanto a outra, espalmada na 
região contralateral, procura captar ondas líquidas chocando- se contra a parede abdominal (ascite).
Percurssão direta: golpeando- se diretamente, com as 
pontas dos dedos, a região alvo; 
• Dedos permanecem fletidos na tentativa de 
imitar a forma de martelo; 
• Movimentos de golpear são feitos pela 
articulação do punho; 
• Essa técnica é utilizada na percussão do tórax 
do lactente e das regiões sinusais do adulto; 
 
Percussão digitodigital: executada golpeando-se com 
a borda ungueal do dedo médio ou do indicador da 
mão direita a superfície dorsal da segunda falange do 
dedo médio ou do indicador da outra mão: 
• Dedo que golpeia: plexor; 
• Dedo que recebe o golpe é o plexímetro; 
Os outros dedos e a palma da mão ficam suspensos 
rento à superfície. 
 
Movimentação apenas do punho. Cotovelo permanece fixo, fletido em ângulo de 90° com o braço em semiabdução; 
Caso se pouse a mão: as vibrações são amortecidas, e o som abafado; 
Golpe deve ser dado com a borda ungueal, e não com a polpa do dedo, que cairá em levem obliquidade; 
Aconselhável: dois golpes seguidos, secos e rápidos levantando o plexor imediatamente após o segundo golpe→ criar 
ritmo; 
Órgãos simétricos: percussão comparada de um e outro lado. 
Tipos de sons: 
• Maciço: regiões sem ar (coxa, fígado, coração, baço); som de madeira; 
• Submaciço: ar em quantidade restrita (derrame pleural); 
• Timpânico: local com ar (intestinos, fundo gástrico); som de caixa oca. 
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• Claro pulmonar: tórax normal (ar dentro dos alvéolos e demais estruturas pulmonares); som de colchão de 
molas. 
AUSCULTA 
Ouvir os sons produzidos pelo corpo. 
Ambiente silencioso. 
Ruídos cardíacos e broncopulmonares: pequena intensidade; 
De maneira geral: receptor de diafragma de maior diâmetro toda a ausculta; 
• Diafragma: mais apropriado para ouvir ruídos de alta frequência; 
• Campânula: capta melhor os ruídos de baixa frequência; 
Aplicação correta do receptor: levemente apoiado sobre a pele. Aplicação correta impede a captação de ruídos 
ambientais; 
Compressão intensa da campânula sobre a pele a transforma em um receptor de diafragma → anulando sua vantagem 
na ausculta de ruídos de baixa frequência; 
Aplicação correta do receptor (levemente apoiado sobre a pele). 
Posição habitual ausculta cardíaca: decúbito dorsal; 
• Examinador em pé, à direita dele; 
• Paciente sentado com o tórax ligeiramente 
inclinado para a frente ou em decúbito lateral 
esquerdo: outras posições para se auscultar 
melhor sons cardíacos específicos. 
Auscultar ruídos respiratórios: paciente sentado, um 
pouco inclinado para a frente. 
• Examinador a direita do paciente, durante a 
ausculta anterior, e à esquerda, durante a 
ausculta posterior. 
Ausculta do abdome: decúbito dorsal; 
• Examinador em pé, à direita dele. 
Nunca se deve auscultar sobre as roupas do paciente. Em situações especiais, pode-se colocar o estetoscópio sob a 
roupa para auscultar, porém com cuidado para que o tecido não seja friccionado contra o estetoscópio; 
Instruções claras ao paciente. 
OLFATO COMO RECURSO DE DIAGNÓSTICO 
Não tem a mesma importância da inspeção, palpação, percussão e ausculta; 
Determinadas doenças, no entanto, odores diferentes são eliminados em decorrência da secreção de certas 
substâncias, por exemplo: 
• Hálito da pessoa que ingeriu bebida alcoólico; 
• Pacientes com cetoacidose diabética: odor que lembra o de acetona; 
• Coma hepático: hálito tem odor fétido; 
• Uremia: hálito com cheiro de urina; 
• Halitose: odor desagradável diferentes causas (má higiene bucal, cáries dentárias, próteses mal adaptadas, 
afecções periodontais, infecções de vias respiratórias, alterações metabólicas e algumas afecções do aparelho 
digestivo). 
 
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Semiologia do Aparelho Respiratório 
Anamnese 
Identificação do paciente: 
• Idade e Sexo; 
• Cor - Existem doenças exclusivas ou comuns 
em determinada cores; 
• Profissão - História Ocupacional (saber ao que 
o paciente já foi exposto); 
• Procedência - histórica habitacional detalhada 
(questões de higiene, ambiente arejado ou 
não, presença de mofo). Devido a interface das 
vias aéreas com o ar; 
• Viagens recentes; 
• Animais de estimação; 
Ocupações e risco de pneumoconioses: 
 
 
Silica- presente em compostos 
minerais. (corte de pedras, 
jateamento de areia)= silicose. 
Asbesto (amianto) relativamente 
proibido nas atividades habituais= 
asbestose, neoplasias de pleura. 
Paciente exposto a fumaça devido à 
queima de biomassa pode 
desenvolver DPOC. 
Podem também agravar doenças 
que o paciente já tem. 
 
 
Queixa principal: 
No roteiro da entrevista, descrita nas palavras do 
paciente, não precisa usar os termos técnicos. Ex: 
• Tosse com catarro; 
• Falta de ar; 
• Chiado no peito. 
História da doença atual: quando começou; cronologia 
dos sintomas; hipóteses diagnósticas. 
• Deixa o paciente falar; 
• Direcione as perguntas de forma clara e 
objetiva. 
História médica pregressa (história familiar): 
• Fisiológicos: crescimento; desenvolvimento; 
tolerância à exercícios. 
• Patológicos: infecções previas; traumas; 
cirúrgicas. 
• Imunológicas: imunização; atopias; 
imunodeficiências. 
• Condições sociais: moradia; higiene; 
saneamento; história de uso de 
medicamentos. 
• Hábitos: álcool; drogas; tabagismo. 
CÁLCULO DA CARGA TABACÁRIA 
Número de cigarros fumados por dia X a quantidade de anos / por 20 (1 maço = 20 cigarros). 
Ressalta-se um aumento estático na prevalência de doenças tabaco-relacionadas com um índice tabácico > 7 
maços/anos. Já está mais exposto que a população em geral. 
Estima-se que uma sessão de narguilé de aproximadamente 1 hora = 100 cigarros consumidos. 
Cigarro eletrônico- temperaturas mais elevadas, causam um dano maior. Injuria pulmonar aguda. 
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Menor correlação de cigarros de maconha com doenças pulmonares, devido a menor exposição diária. 
REVISÃO DOS SISTEMAS 
Percorrendo os vários sistemas, busca-se sintomas que podem se relacionar com o quadro respiratório atual. 
• Dor articular – artrite reumatoide – doença intersticial pulmonar; 
• Edema de membros inferiores – insuficiência cardíaca congestiva – dispneia cardiogênica, que também pode 
gerar tosse, aspectos na ausculta pulmonar com alteração; 
• Paresia de membros – doença neurodegenerativa – fraqueza muscular, pode apresentar dispneia; 
• Hematúria – hipertensão- glomérulo de nefrite – síndrome. 
PRINCIPAIS SINTOMAS NA PNEUMOLOGIADispneia: Experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas que 
variam em intensidade. A experiencia deriva das interações entre múltiplos fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e 
ambientais e pode induzir resposta inflamatória. 
Causas agudas (geralmente mais perigosas): 
• Origem cardiogênica: IAM; insuficiência 
cardíaca; tamponamento cardíaco. 
• Tromboembolismo pulmonar (TEP). 
• Doenças obstrutivas: asma; DPOC. 
• Doenças infecciosas: pneumonia. 
• Síndrome de hiperventilação. 
• Discinesia de laringe. 
• Pneumotórax. 
 
Causas crônicas: 
• Pneumológicas. 
• Cardiológicas. 
• Miscelânea: obesidade/sedentarismo; 
síndromes metabólicas; anemia; 
tireoideopatias; doenças neurodegenerativas. 
 
Investigação clínica: 
• Esclarecer o início; 
• Forma como se instalou; 
• O que alivia; 
• Relação com o decúbito. 
Ortopneia = surge em decúbito horizontal. Pode estar relacionado a ICC, disfunções diafragmáticas. 
Dispneia paroxística noturna = paciente é despertado pela dispneia. Paciente acaba tendo que se sentar/levantar para 
melhorar. 
Platipneia = surge ao ortostatismo, após levantar. Geralmente relacionado a Shunts direita-esquerda (ou 
intrapulmonar ou intracardíaca), síndrome hepatopulmonar. 
Trepopneia = surge ao decúbito lateral. Geralmente relacionado a derrame pleural unilateral. 
 
 
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Tosse: é um importante mecanismo de defesa pulmonar, é o segundo sintoma mais frequente da medicina, atrás 
apenas da cefaleia, sendo o primeiro que leva o paciente ao médico. Serve para proteger o paciente e seu sistema 
respiratório, associada a presença de um corpo estranho nas vias aéreas. 
 
Causas principais da tosse crônica: síndrome de tosse de vias aéreas superiores (rinossinusite crônica); asma; doença 
do refluxo gastroesofágico (irritação do nervo frênico). 
Dor torácica: Situação prevalente, assumindo especial desafio diagnostico, tanto nos serviços de emergência quanto 
ambulatoriais. Principal sintoma de doenças potencialmente graves. 
Nociceptiva: 
• Somático: estimulo nociceptivo, superficiais 
ou profundas. Bem definida e localizada. Ex: 
herpes zoster. 
• Visceral: oriunda dos órgãos abdominais e 
torácicos. 
Não nociceptiva: 
• Neuropática: lesão ou disfunção do sistema 
nervoso central ou periférico; 
• Psicogênica: não explicada por causas 
orgânicas. 
Pode ser: 
• Unilateral ou bilateral; 
• Ventilatório-dependente (dói com a respiração); 
• Avaliar relação com o esforço e a movimentação; 
• Opressiva e com irradiação. 
 
Hemoptise: expectoração de sangue, cuja quantidade pode variar desde um escarro com raias de sangue 
(hemoptoico) até um sangramento maciço não acompanhado de escarro. Hemoptise maciça não se utiliza mais, não 
há consenso na literatura, usa-se hemoptise ameaçadora da vida. 
Hemoptise ameaçadora de vida: 
• Possui expectoração superior de 100ml de sangue em 24h; 
• Causa anormalidade nas trocas gasosas ou obstrução aérea; 
• Causa instabilidade hemodinâmica. 
 
Sibilância (chiado no peito). Pode ser um sintoma (relatado pelo paciente) ou um sinal (auscultado). Implica fluxo 
turbulento ou obstrução à passagem de ar nas vias aéreas, causando o sibilo (sopro agudo). 
Condições associadas: principalmente a doenças obstrutivas pulmonares como a asma. 
 
 
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Roncos e apneias: são sintomas do sono do paciente. Sendo ronco um som ressonante que ocorre devido a vibrações 
dos tecidos moles da via aérea superior durante o sono e apneia a interrupção momentânea do ato de respirar. 
Associação dessas 2 situações, com o sono não reparador podem levar à síndrome da apneia obstrutiva do sono: 
• Índice elevado de apneias (acima de 5 eventos de apneia por hora de sono). 
• Sintomas de sonolência diurna. 
• Fadiga. 
Fatores que influenciam: idade, obesidade, circunferência cervical e sexo masculino. 
Não é um diagnóstico clínico quando o paciente ronca sem ter apneia. Ou tem apneias e não apresenta sintomatologia. 
Relaxamento da musculatura durante o sono: gera microdespertares e reduz a saturação do sangue durante o sono. 
Sintomas de vias aéreas superiores: 
• Rinossinusite; 
• Congestão nasal; 
• Obstrução nasal; 
• Redução dos sentidos de paladar e olfato; 
• Espirros; 
• Drenagem nasal; 
• Coriza posterior (gotejamento pós-nasal); 
• Queixa clinica comum; 
• Causa de tosse crônica. 
Sintomas gerais relevantes: 
• Estado mental; 
• Anorexia, inapetência (falta de fome, 
rebaixamento do seu estado físico/clínico 
global), perda de peso; 
• Sinal clássico de doenças como o câncer de 
pulmão; 
• Febre, calafrios, sudorese noturna; 
• História de atopias e alergias. 
CAVIDADE ORAL 
Divisão do Sistema respiratório: 
• Trato respiratório superior: Cavidade nasal, faringe e Laringe; 
• Trato respiratório inferior: traqueia, brônquios e pulmão. 
O grau de obstrução das vias aéreas é medido pela escala de Mallampati. Serve também para medir o risco de apneia 
do sono. Apneia obstrutiva do sono. 
 
Importante examinar a integridade dos dentes do paciente. 
A presença de dentes sépticos pode estar associada com doenças infecciosas aspirativas. Pneumonia, abcesso 
pulmonar. 
Linhas torácicas: utilizadas como demarcação; facilitam na hora de situar o ponto de dor de um paciente e para 
localização de procedimentos (drenagem do tórax) 
• Linha retroesternal: no centro do peito; 
• Linha hemiclavicular: traça uma linha perpendicular ao meio da clavícula; 
• Linha axilar anterior: se origina da prega anterior da axila (utilizada para procedimentos como a drenagem do 
tórax); 
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• Linha axilar posterior: se origina da prega homônima. 
• Linha escapular: tem origem no ângulo inferior da escapula; 
• Linha vertebral; 
• Linhas horizontais: traçadas de acordo com espaços intercostais 
Linhas para auxiliar: axilares, escapular e horizontal. 
Linha axilar anterior se origina da prega anterior da axila, enquanto a linha axilar posterior se origina da prega 
homônima. Equidistante dessas duas linhas na face lateral, temos a linha axilar média. 
 
INSPEÇÃO 
Divide-se em estática e dinâmica. 
Inspeção estática: possível observar visualizando o paciente. Analise da forma do tórax, se há abaulamento ou 
depressões. 
• Tórax chato: redução do diâmetro AP (anteroposterior) do tórax, pacientes com perfil longilíneos (alto, 
magro). Pneumotórax; 
• Tonel ou barril: aumento do diâmetro AP, sinal indireto de DPOC. Ocorre em enfisemas pulmonares; 
• Cifo-escoliótico: deformidades da coluna torácica. Cifose, escoliose. 
• Cariniforme: deslocamento anterior do esterno. Peito de pombo. Deformidade geralmente congênita; 
• Infundiforme: depressão no nível do terço inferior do esterno; 
• Instável traumático: após trauma de diversas costelas ocorre movimento paradoxal do tórax (leva a dispneia 
e insuficiência respiratória. 
 
Inspeção dinâmica: tipo respiratório observa-se antentamente amplitude da respiração, frequência, presença de 
tiragens, expansibilidade pulmonar e simetria. 
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Frequência respiratória (sinal vital) – varia com a 
idade do paciente: Indivíduos adultos: 
• Normal: varia entre 10 e 20 movimentos 
respiratórios por minuto; 
• Bradipneia – abaixo de 10 Tórax Inspeção;• Taquipneia – acima de 20. 
 
 
Ritmo respiratório: 
• Dispneia: movimentos mais amplos e rápidos; 
• Cheyne-stokes: movimentos de ventilação intercalados com períodos de apneia (acidoses, TCEs, quadros 
neurológicos, intoxicações exógenas, insuficiência cardíaca). Variação entre hiperpneia e apneia; 
• Kussmaul: amplas inspirações ou expirações seguidas de apneia (cetoacidose diabética, IR com ureia); 
• Biot: sem ritmo definido, arritmia respiratória. Indica sempre mau prognóstico, não há mais controle da 
respiração; 
• Hipocratismo digital: osteoartropatia hipertrófica. Doenças intra e extratorácicas. O volume distal maior do 
que o proximal. Sinal do diamante para reconhecer. Relacionada a hipóxia provocando liberação sistêmica de 
fatores de crescimento. 
PALPAÇÃO 
Investiga-se a conformidade da estrutura torácica, sua expansibilidade e o frêmito toracovocal (já não é mais tão 
utilizado). 
Utilizando as linhas de marcação comparando os lados. 
Frêmito toracovocal (FTV). Falar 33. Ressonância das ondas sonoras. Diferença nos lados. 
Normalmente aumentado no hemitórax direito (HTD). Mais intenso em homens (timbre). 
• FTV diminuído: obstrução brônquica, derrame pleural, pneumotórax, atelectasia; 
• FTV aumentado: consolidações pulmonares. 
O Frêmito toracovocal é discretamente mais intenso no lobo superior direito que no esquerdo, por conta do ângulo 
do brônquio direito com a traqueia. 
PERCURSSÃO 
Sons de percurssão 
 
Exemplos 
Ressonância ou claro pulmonar Normal 
Submaciez Derrame pleural 
Maciez Pneumonia lobal 
Hiper-ressonância Enfisema, pneumotórax, atelectasia 
Timpanismo Grande pneumotórax 
 
Saturação periférica de oxigênio 
Medida de forma não invasiva através de um aparelho oximetro de pulso/digital. 
É apresentado um valor em porcentagem (se o oximetro mede 98%, isso significa que cada hemácia possui 98% de 
hemoglobinas oxigenadas e 2% não oxigenadas); 
Os valores normais variam de 95% à 100%; 
Pode variar com frio, pois os dedos gelados tem vasoconstrição e a passagem de sangue é reduzida. 
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Ecografia de tórax 
Não invasivo, realizado à beira do leito; 
Elevada sensibilidade e especificidade para patologias torácicas; 
Linha A- linhas que reverberam da pleura. Linhas normais. 
Linha B- saem perpediculares. Edema pulmonar. 
AUSCULTA PULMONAR 
Semiotécnica: paciente sentado, confortável e sem constrangimentos, tórax despido; ambiente silencioso e boa 
luminosidade; incursões ventilatórias amplas e respiração oral; auscultar todo o ciclo inspiratório-expiratório; 
utilização do diafragma do estetoscópio; locais para percurssão e ausculta. 
 
Sons normais: 
• Traqueal; 
• Respiração bronquica; 
• Murmurio vesicular: periferia do pulmão; 
• Diferença na intensidade devido a passagem de ar. 
 
Sons anormais: 
Continuos ou musicais- 
• Estridor: agudo, pode ser auscultado nas vias aereas superiores ou ouvido a distância, sem o estetoscópio. 
Indica lesão extratorácica quando inspiratório (laringomalácea, disfunção de pregas vogais, pós-extubação); 
indica lesão intratorácica quando expiratório (traqueomalácea, broncomalácea, compressão extrínseca); 
• Roncos: som grave, pode ser ouvido na inspiração, experição ou ambos. Sugere presença de lâmina de 
secreção causando alteração na abertura das vias aéreas. Pode ser eliminado com a tosse (mobilização). 
Sugere processos infecciosos ou edema; 
• Sibilos: agudo, ouvido na inspiração, expiração ou ambos. Sugere estreitamento de vias aéreas. Quando 
localizado- tumor, corpo estranho. Quando difuso- broncoespasmo; 
Descontinuos ou não musicais: 
Crepitantes ou estertores grossos: 
• Longos, explosivos, sons graves, ouvidos geralmente no início da inspiração e durante a expiração; 
• Modifica com a tosse; 
• Relacionado à secreções causando abertura intermitente de pequenas vias aéreas (bronquite, congestão...). 
 
Crepitantes finos: 
• Curtos, explosivos, sons agudos, ouvidos geralmente no final da inspiração e eventualmente na expiração; 
• Não modifica com a tosse; 
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• Não relacionado à secreções, mas sim à modificações na estrutura das pequenas vias aéreas (inflamação e 
fibrose intersticial); 
• Semelhante ao velcro. 
Atrito pleural: 
• explosivos, bifásicos e geralemnte audiveis em campos basais; 
• Associados à modificações pleurais (inflamação, espessamento, neoplasia); 
• Semelhante ao esfregador de cabelos.
Mistos: 
• Graznido: componente musical (sibilo) acompanhado ou precedido de creptações. Associados à condições 
que afeta, as pequenas vias aéreas (pneumonite e hipersensibilidade). 
 
Anotações: 
Pneumotórax hipertensivo: cursa com turgescência de jugular, desvio de traqueia, hipertimpanismo à percussão do 
hemitórax, ausculta com ausência ou diminuição abrupta de murmúrios vesiculares e ruídos adventícios, frêmito 
toracovocal diminuído ou quase ausente. 
Melhorar ao deitar sobre o lado não afetado sugere dor pleurítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Semiologia Abdominal 
70% dos diagnósticos gastroenterológicos são feitos com a história clínica. 
90% associando-se ao exame físico. 
HISTÓRICO DA DONEÇA ATUAL 
Estabelecer relação de tempo e evolução. 
Associação dos sintomas: 
• Hábitos alimentares; 
• Atividades do dia-a-dia; 
• Estresse; 
• Atividades profissionais. 
Perguntar sobre o hábito intestinal: regularidade- constipação; diarreia (crolologia, aspecto). 
Uso de medicações (que podem estar associados a efeitos como diarreia). 
TERMOS SEMIOLÓGICOS 
Disfagia: Dificuldade na deglutição. 
Odinofagia: Dor no ato da deglutição. 
Dispepsia: Conjunto de sintomas constituído de 
desconforto epigástrico, empachamento, sensação de 
distensão por gases e intolerância a certos alimentos. 
Pirose: Sensação de queimação retroesternal. Mesmo 
desconforto que no infarto, portanto deve-se descartar 
essa hipótese antes de considerar pirose. 
Distensão abdominal: Sensação de gases no abdome. 
Flatulência: Eliminação de gases pelo ânus. 
Eructações: Eliminação de gases pela boca. 
Obstipação/Constipação: Alteração no trânsito 
intestinal em que o paciente apresenta dificuldade 
para evacuar. 
Tenesmo: Sensação falsa de querer evacuar, ou 
manutenção do desejo de evacuar mesmo após já ter 
defecado. Ex: cancêr no reto. 
Icterícia: Coloração amarelada da pele secundária ao 
aumento da bilirrubina no sangue. 
Prurido: Coceira que se apresenta como sintoma 
inespecífico (muito referida por pacientes ictéricos). 
Perda ponderal: Perda de > 5% do peso corporal, ou 
mais que 5 kg em 6 meses de forma não intencional. 
Esteatorreia: Aumento da quantidade de gordura nas 
fezes. 
Hematêmese: Vômito com sangue proveniente do 
trato gastrointestinal. 
Enterorragia: Eliminação de sangue pelo ânus, 
proveniente do trato gastrointestinal. 
• Melena: Presença de sangue nas fezes 
perceptível através da eliminação de fezes 
escurecidas, semelhante a borra de café. 
• Hematoquezia: Eliminação de sangue vivo 
pelo ânus. Não necessariamente associado as 
fezes. 
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS 
• Anorexia e perda de peso; 
• História de hepatite; 
• Doenças familiares; 
• Etilismo; 
• Banho de rio. Doenças transmitidas por água 
contaminada; 
• Uso de medicamentos; 
• Sangramento pelo TGI; 
• Alterações do hábito intestinal; 
• Passado de doença ulcerosa; 
• Angina mesentérica. Dor abdominal forte, 
geralmente associadaa vasos sanguíneos 
mesentéricos embolizados. 
• Cirurgias prévias. 
 
 
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ANTECEDENTES FAMILIARES 
• História de neoplasia do aparelho digestivo; 
• Patologias digestivas benignas; 
• Tratamentos cirúrgicos em familiares. 
EXAME FÍSICO 
Exame convencional do abdome. Abordagem ao abdome agudo. 
Roteiro- inspeção, ausculta, percussão, palpação, exame de órgãos específicos. 
Para iniciar o exame o paciente deve estar: 
• Em decúbito dorsal; 
• Com a cabeça apoiada no travesseiro; 
• Braços estendidos ao longo do corpo; 
• Pernas descruzadas; 
• Abdome descoberto. 
E o examinador ao lado direito do paciente. 
INSPEÇÃO 
INSPEÇÃO ESTÁTICA (possível visualizar) 
Conceitos anatômicos 
 
 
Formas de abdome: 
• Atípico: normal; 
• Batráquio: dilatação/abaulamento nos 
flancos; 
• Globoso: arredondado. Ex: ascite- paciente 
cirrótico; 
• Em avental: decai em direção para baixo. 
Acúmulo de gordura; 
• Gravídico: gestantes; 
• Escavado: costelas se sobressaem. 
Emagrecimento anormal da região abdominal. 
 
 
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Presença de particularidades anormais: 
• Cicatrizes, indica as possíveis cirurgias 
antecedentes; 
• Massas visíveis, como no caso de uma 
esplenomegalia, tumores; 
• Circulação colateral (vasos sobressalentes), há 
o aumento da pressão abdominal, 
geralemente em pacientes ascíticos, pode ser 
por causas cardíacas; 
• Movimentos peristálticos, dificilmente 
visíveis. Ex: peristalse de luta; 
• Lesões elementares de pele. Ex: queimaduras, 
manchas. 
 
 
 
esplenomegalia
Icterícia é avaliado em cruzes vai até 4 cruzes. Em pacientes negros para ver a icterícia é olhando o frênulo da língua, 
esclera dos olhos. 
*A presença de uma massa pulsante na palpação do abdome de um homem de 60 anos é muito sugestiva de: 
Aneurisma (dilatação) de aorta. 
INSPEÇÃO DINÂMICA 
Técnica: consiste na contração da musculatura da parede e aumento da pressão intra-abdominal. 
• Manobra de Smith e Bates: paciente em decúbito dorsal eleva os membros inferiores, afim de comprimir o 
abdome. Pode-se diferenciar se é algo abaixo da parede abdominal (se some) ou acima (se não some); 
• Manobra de Valsalva: paciente assopra com nariz fechado com os dedos, aumenta pressão intra-abdominal 
e se tiver uma hérnia ela salta para fora. Simulação de tosse. Avalido em casos de suspeita de hérnia. 
Se há alterações: massas da parede abdominal tornam-se mais evidentes. 
AUSCULTA 
Técnica: ausculta dos 4 quadrantes abdominais em busca de peristaltismo (cerca de 5 minutos cada quadrante). 
Alterações: 
• Silêncio intestinal/íleo paralítico: sem movimento peristáltico. Comum no pós operatório, complicação de 
medicação, anestesia. 
• Peristalse aumentada; 
• Peristalse de luta (som metálico): indica obstrução intestinal, sem flatulência. Ondas de Kussmaul: quando a 
peristalse de luta se torna visível. 
*Ao exame abdominal, auscultaram-se ruídos metálicos. Isso significa que o paciente tem: Uma obstrução intestinal. 
PERCUSSÃO 
Técnica: percussão nas 9 zonas abdominais: 
• Som maciço: Baço e fígado; 
• Timpanismo: Víscera oca ou ar livre na cavidade; 
• Submaciço: Víscera com conteúdo alimentar. 
 
 
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Alterações: 
• Maciez móvel de decúbito: em decúbito dorsal 
o som é maciço inferiormente e timpânico 
superiormente. Indica presença de líquido; 
verificar em decúbito lateral se o som muda. 
 
• Sinal do piparote: posiciona-se as mãos no 
flanco e o paciente posiciona mão sobre 
abdome. O dedo médio do examinador dispara 
contra o flanco contralateral; o abalo irá 
produzir uma inda de choque que será 
transmitido no líquido ascítico. 
 
• Semicírculos de Skoda: o líquido ascítico ocupa 
as áreas de declive do abdome e ao se percurtir 
o abdome superiormente, delimitando-se uma 
linha circular na transição entre o timpanismo 
e macicez das áreas de maior declive. Ao 
percurtirmos a parte interna do semicirculo 
ouviremos som timpânico. Ao percurtir fora 
do semicirculo ouviremos som maciço ou 
semimaciço, pois o líquido ascístico tende a 
acumular nas partes mais baixas do abdome. 
 
 
 
 
 
• Outros métodos. 
*O sinal do piparote é usado para: Avaliação de ascite. 
PALPAÇÃO 
PALPAÇÃO SUPERFICIAL (mão leve) 
Técnica: 
• Paciente relaxado e em posição adequada; 
• Aquecer as mãos; 
• Questionar o paciente se tem dor ou 
desconforto abdominal; 
• Se tiver dor, a área referida deverá ser a 
última ser palpada; 
• Lavar as mãos antes e após o exame. 
PALPAÇÃO PROFUNDA (mão pesada) 
Técnica: mesma sequência da palpação superficial; 
• Vencer a resistência da parede abdominal; 
• Palpação pode ser bimanual com as mãos 
sobrepostas. 
Alterações: 
• Morfologia; 
• Mobilidade; 
• Sensibilidade; 
• Pulsatilidade; 
• Localização. 
Apenas podem ser palpados em condições 
patológicas: 
• Bexiga quando vazia; 
• Apêndice cecal; 
• Vesícula Biliar; 
• Flexura do cólon; 
• Baço. 
EXAME DE ÓRGÃOS ESPECÍFICOS 
EXAME DO FÍGADO 
PALPAÇÃO 
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Técnica 
Manobra de Lemos-Torres: 
• Iniciar a palpação na fossa ilíaca direita em 
direção ao rebordo, na linha hemiclavicular. 
• Aprofundar a mão durante a expiração do 
paciente. 
• Tentar sentir a borda hepática na inspiração. 
Alterações: 
• Borda hepática; 
• Presença de dor; 
• Consistência; 
• Superfície e forma; 
• Quantificar a que distância. 
 
HEPATIMETRIA 
 
TÉCNICA: estimativa do comprimento dos lobos 
hepáticos através da percussão e palpação. 
• Lobo esquerdo: 4-8 cm da linha média 
esternal; 
• Lobo direito: 6-12 cm da linha hemiclavicular. 
 
 
Causas da hepatomegalia: 
• Insuficiência cardíaca congestiva (ICC); 
• Esteatose; 
• Neoplasias hepáticas; 
 
• Neoplasias hematológicas; 
• Esquistossomose; 
• Malária. 
 
PERCUSSÃO 
Sinal de Jobert: É sugestivo de pneumoperitônio. Timpanismo à percussão na região da linha axilar anterior direita, 
até a linha mediana abaixo do apêndice xifoide (normalmente teríamos macicez hepática). 
 
EXAME DO BAÇO 
Percussão do espaço de traube: Definido pela área 
situada no hipocôndrio esquerdo entre a 6ª costela, a 
linha axilar anterior, e o rebordo costal. 
É um espaço em forma de lua crescente, circundado 
pela borda inferior do pulmão esquerdo, a borda 
anterior do baço, o rebordo costal esquerdo e a 
margem inferior do lobo esquerdo do fígado. 
Normal: Som 
timpânico (cólon e 
fundo gástrico). 
Esplenomegalia: 
Som maciço 
(baço). 
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Palpação do baço: o exame deve ser iniciado na fossa ilíaca direita, já que o baço cresce no sentido da fossa ilíaca 
contralateral. Baço palpável= esplenomegalia. 
Manobra de Schuster 
Técnica 1: 
• Examinador à direita; 
• Palpação com a mão direita; 
• Iniciar da fossa ilíaca direita até o Hipocôndrio 
esquerdo; 
• Expiração do paciente: progride palpação; 
• Inspiração: tentativa de palpar o baço. 
Técnica 2 (Técnica de Mathieu-Cardarelli). Menos 
utilizada: 
• Examinador à esquerda; 
• Palpação com a mão direita em garra; 
• Palpar próximo ao rebordo costal esquerdo. 
Posição de Schuster: 
• Paciente em decúbito lateraldireito; 
• MIE fletido a 90 graus; 
• Joelho apoiado na mesa; 
• MID estendido; 
• MSE fletido sobre a cabeça; 
• MSD estendido. 
 
 
 
 
 
Alterações na palpação do baço: 
• Forma; 
• Consistência; 
• Superfície; 
• Mobilidade; 
• Distância do gradil costal. 
Causas de esplenomegalia: 
• Infecções (Ex: Mononucleose); 
• Algumas anemias (Ex: Anemia megaloblástica); 
• Leucemia Mieloide Crônica; 
• Linfomas; 
• Leishmaniose Visceral (Calazar); 
• Policitemia Vera. 
*Macicez no espaço de Traube indica provável: Esplenomegalia. 
*A manobra de Schuster é utilizada para: Palpação do baço. 
Ausculta antes pois a palpação pode mudar os sons auscultados. Peristaltia. 
DOR ABDOMINAL 
O abdome é o local mais frequente das síndromes dolorosas agudas ou crônicas, de dor referida de origem em 
estruturas distantes ou de dor decorrente de lesões sistêmicas. 
Abdome agudo: síndrome dolorosa abdominal aguda que requer tratamento imediato clínico ou cirúrgico. Distúrbio 
agudo não traumático, cuja principal manifestação clínica é na região abdominal e que pode necessitar de cirurgia de 
urgência. Se não tratado, causa deterioração do estado geral do paciente e risco de morte. 
Classificação 
• Inflamatório: Geralmente associado a náuseas e vômitos, mal estar geral, febre. Pode apresentar sinais de 
irritação peritoneal. Principais causas: Apendicite, Colecistite aguda, Pancreatite aguda, Diverticulite 
(diverticulos do intestino, podem complicar). 
• Obstrutivo: Geralmente associado a dor em cólica e distensão abdominal. Parada de eliminação de gases e 
fezes. Principais causas: Aderências (pessoas que já passaram por cirurgias intestinais), hérnia encarcerada 
(complicação de uma hernia que o paciente já tem, isquemia do intestino presso), neoplasia de cólon e volvo 
de sigmoide (torção intestinal, como se o sigmoide dobrasse no próprio eixo). 
• Perfurativo: Dor abdominal de forte intensidade. É o que mais comumente cursa com peritonite. 
Caracterizado principalmente por pneumoperitônio. Principais causas: Úlcera gástrica/duodenal perfurada ou 
perfuração de alça intestinal. 
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• Vascular: Claudicação abdominal (dor abdominal intensa após a alimentação). História de arteriopatias 
crônicas (IAM, AVE). Trombose arterial periférica, embolia arterial ou trombose venosa mesentérica. 
• Hemorrágico: Dor abdominal de forte intensidade associada a síndrome hipovolêmica. Principais causas: 
gravidez ectópica rota, ruptura de aneurisma de aorta, ruptura de vísceras. 
Caracterização da dor: 
• Localização; 
• Qualidade; 
• Intensidade; 
• Fatores de alívio e agravamento; 
• Irradiação. 
Sintomas associados: 
• Nauseas e vômito; 
• Febre (causas inflamtórias); 
• Diarreia/constipação; 
• Ictericia; 
• Hemorrragia digestiva; 
• Atraso menstrual (relacionar com a gravidez 
ectópica rota). 
INSPEÇÃO 
Observar a atitude do paciente. 
 Ex: Posição genupeitoral sugere pancreatite. 
Também é possível analisar sinais de hemorragia retroperitoneal: 
• Mancha de Halsted-Cullen: equimose 
periumbilical. (lembrar de C de central, pois 
fica ao redor do umbigo). Pode ser pancreatite, 
ruptura de gravidez ectópica, ruptura de 
aneurisma de aorta. A equimose aparece 24-48 
horas após a ruptura do parênquima 
pancreático e caracteriza uma pancreatite 
aguda grave, sendo 15-20% delas e com 
mortalidade de até 20%. 
 
• Mancha de Gray-Turner: equimose em 
flancos; Este sinal leva 24-48 horas para 
aparecer e prediz um ataque severo de 
pancreatite aguda, com taxa de mortalidade 
crescendo de 8-10% para 40%. Pode ser 
acompanhado pelo sinal de Cullen. Está 
também associado a pancreatites 
necrohemorrágicas. 
 
• Mancha de Fox: equimose em região inguinal e base do pênis. Pode ser encontrado em pancreatite necro-
hemorrágica. 
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AUSCULTA 
Ausência de peristalse: Íleo paralítico. 
Hiperperistalse e peristalse de luta (timbre metálico): Obstrução intestinal. 
Sinal de Claybrook: Pneumoperitônio. Ausculta do coração e murmurio do abdome, devido a presença de ar. 
PALPAÇÃO 
Como identificar peritonite: 
Sinais de irritação peritoneal 
1. Descompressão dolorosa, como na apendicite; 
2. Percussão simples; 
3. Pesquisa da dor em choque (Sinal de Markle): paciente na ponta dos pés, ao soltar o calcanhar no chão sente 
dor em choque no local de peritonite; 
4. Manobra de Valsalva. 
Sinais de defesa muscular: defesa involuntária à palpação abdominal, que pode significar peritonite. Conhecido como 
abdome em tábua: aumento involuntário e difuso do tônus de toda a parede abdominal. 
PANCEATITE AGUDA 
Qualquer quadro inflamatório agudo que envolva o pâncreas. 
Principais causas: cálculo biliar e álcool. 
Quadro clínico: dor epigástrica intensa que irradia para o dorso. 
Diagnóstico: História clínica + exames laboratoriais + exames de imagem. 
Sinais: aparece sinais de Gray-turner, sinal de Cullen. 
*Paciente com 40 anos, sexo feminino, refere que há 10 anos vem apresentando intolerância a alimentos gordurosos, 
com dor em hipocôndrio direito e plenitude pós prandial. Há 12 hs, após libação alimentar, iniciou quadro de dor 
epigástrica intensa, com irradiação para o dorso, associada a vômitos incoercíveis. Ao exame físico, discretamente 
ictérica, febril e hipotensa. A hipótese diagnóstica mais provável é: Pancreatite aguda. 
*Na pancreatite aguda, a presença de equimose periumbilical representa o sinal de: Cullen. 
APENDICITE AGUDA 
Principal causa de abdome agudo em adultos de ambos os sexos, na gestante e na criança. 
Causas: obstrução do apêndice por fecalitos (mais comum). 
Quadro clínico: dor periumbilical que migra para a fossa ilíaca direita + sinais 
semiológicos específicos. 
Diagnóstico: História clínica TC e USG (ultrassonografia) podem ajudar. 
Sinais: 
• Sinal de Blumberg: dor à descompressão súbita do abdome no ponto de McBurney; 
• Sinal de Dunphy: dor na fossa ilíaca direita que piora com a tosse; 
• Sinal de Lapinsky: dor em fossa ilíaca direita, enquanto eleva o membro inferior direito esticado; 
• Sinal de Markle: com o paciente na ponta dos pés, peça para ele chocar os calcanhares contra o chão. Dor no 
ponto em que o peritônio está irritado; 
• Sinal de Ten Horn: dor promovida pela tração do testículo direito; 
• Sinal de Lenander: Temperatura retal maior que a axilar em 1°C; 
• Sinal de Aaron: dor epigástrica referida durante a compressão do ponto de McBurney; 
• Sinal do Obturador: dor hipogástrica provocada pela flexão da coxa e rotação interna do quadril; 
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• Sinal de Íleopsoas: dor provocada pela extensão e abdução da coxa direita, com o paciente deitado para o 
lado esquerdo; 
• Sinal de Rovsing: dor na fossa ilíaca direita, após a compressão da fossa ilíaca esquerda. 
*Paciente, 18 anos de idade, sexo masculino, cursa com dor mesogástrica que migrou para a fossa ilíaca direita há 
mais ou menos 12 hs, de forte intensidade, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, notavam-se os sinais de 
Rovsing e Blumberg positivos. Afebril. A principal suspeita diagnóstica é: Apendicite aguda. 
*O sinal de dor à descompressão súbita do abdome na palpação profunda é chamado de sinal de: Blumberg. 
*O sinal de Rovsing é sugestivo de apendicite aguda e resulta de uma manobra semiológica que consiste em: Dor no 
quadrante inferior direito pela palpação do quadrante inferior esquerdo. 
COLECISTITE AGUDA 
Síndrome clínica decorrente de uma inflamaçãoaguda da vesícula biliar. 
Causas: Impactação de um cálculo biliar no ducto cístico, causando uma 
inflamação. 
Quadro clínico: Febre + quadro abdominal “inflamatório” QSD + sinal de 
Murphy. 
Ponto cístico: Ponto entre o RCD e a borda externa do reto abdominal. Onde se 
encontra a vesicula biliar. 
Sinal de murphy: Parada súbita da respiração decorrente de uma forte dor, quando o paciente inspira fundo durante 
a palpação do ponto cístico. 
*A presença de dor, durante a inspiração, quando a ponta dos dedos ou a mão é colocada sob o gradil costal direito é 
conhecido como: Sinal de Murphy. 
Colelitíase= cálculo na vesícula. 
Coledocolitíase= cálculo impacta no colédoco. 
COLANGITE AGUDA 
Infecção aguda das vias biliares por bactérias piogênicas. 
Na colangite aguda, os ductos biliares tendem a se tornar mais permeáveis à translocação bacteriana e de toxinas, o 
que ocorre em associação ao aumento da pressão intraductal. Esse processo resulta em infecção grave e 
potencialmente fatal. Abscesso hepático e sepse exemplificam complicações da colangite. 
Apresentação clínica: 
Tríade de Charcot= Icterícia + Dor em hipocôndrio direito + Febre. 
Pêntade de Reynolds= Tríade de Charcot + Hipotensão + Confusão mental. 
TUMOR DE CABEÇA DE PÂNCREAS 
Vesícula de Couvoisier-Terrier: Importante achado semiológico caracterizado por vesícula distendida, palpável e 
indolor. 
Pode obstruir artérias mesentéricas se causar metástase. Costuma ser mais clínico, ictérico, e vários sintomas. 
O de corpo e cauda é pior pois no surgimento de sintomas, o quadro já está bem mais avançado. 
 
Casos clínicos 
Peristalse= RHA+. 
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ICTERÍCIA 
É o achado clínico manifestado por alteração da coloração na pele, nas mucosas, nas conjuntivas e nos líquidos 
orgânicos. Pode variar de amarelo claro a amarelo esverdeado. 
De onde vem a ictericia: 
• Hiperbilirrubina indireta; 
• Hiperbilirrubina direta. 
Aumento da bilirrubina indireta: 
• Aumento da produção de bilirrubina; 
• Diminuição da captação hepática da bilirrubina; 
• Diminuição da conjugação da bilirrubina; 
• Aumento da produção de bilirrubina (Ex: Hemólise); 
• Diminuição da captação hepática da bilirrubina; 
• Redução da conjugação da bilirrubina (Ex: S. de Gilbert, S. de Crigler-Najjar). 
Aumento da bilirrubina direta: 
• Síndrome colestática: obstrução intra ou extra-hepática. (Ex: Cálculos biliares, tumores periampulares); 
• Síndrome hepatocelular. (Ex: Hepatites virais, álcool). 
Sinais de insuficiência Hepática: 
 
 
 -encefalopata 
DIARREIA 
Eliminação de fezes de consistência amolecida, associada ao aumento da frequência evacuatória (mais de 3 vezes ao 
dia). 
Classificação: 
Evolução temporal: 
• Diarreia aguda= < 4 semanas, infecciosa (vírus e bactérias), uso de medicações, etc. 
• Diarreia crônica= > 4 semanas, parasitose, intolerância a lactose, DII, ect. 
Local de origem: 
• Diarreia alta: intestino delgado, volume maior, frequência menor, caracteristicamente não inflamatória. Pode 
ter esteatorreia. Infecções, parasitoses, casos de má absorção intestinal, etc. 
• Diarreia baixa: intestino grosso. Volume menor, frequência maior, melhora da dor à defecação, disenteria 
(diarreia com sangue, pus ou muco). Doenças inflamatórias intestinais, tumor etc. 
 
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Fisiopatologia: 
• Osmótica: Ocorre quando há acúmulo de substância não absorvível no lúmen intestinal, causando maior 
retenção de líquido local. Sintomas desaparecem durante o sono/jejum. Ex: Laxativos a base de magnésio, 
manitol, sorbitol e intolerância a lactose. 
• Secretória: Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal devido a ação deletéria de 
alguma substância (neuro-hormonal, toxina ou droga). Diarreia volumosa. Não cessa com o jejum! Ex: Efeitos 
colaterais de alguns remédios de uso contínuo, toxinas, ressecção intestinal etc. 
• Exsudativa: Também conhecida como inflamatória. Aumento da permeabilidade da mucosa intestinal 
secundária a inflamação, isquemia ou neoplasia. Geralmente há febre, dor abdominal e perda ponderal. 
Presença de sangue e muco nas fezes. Ex: DII (Crohn e retocolite ulcerativa), infecção por bactérias 
enteroinvasivas. + de 45 anos com diarreia crônica inflamatória deve ser feita investigação para excluir a 
possibilidade de tumor colorretal. 
• Motora: Decorre de alterações da motilidade intestinal secundárias a intervenções cirúrgicas ou afecções 
sistêmicas que modificam a velocidade do trânsito intestinal. Ex: Síndrome do intestino irritável, 
hipertireoidismo, esclerodermia etc. 
• Factícia: Correspondem a mais de 10% dos quadros de causas inexplicadas. Os pacientes possuem perfil 
característico. Podem ter histórico de doença psiquiátrica, por exemplo. Quando caracteristícas relatadas pelo 
paciente como diarreia não se enquadram; quando paciente usa algum medicamento que está causando a 
diarreia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Semiologia Cardiovascular 
Ciclo Cardíaco: sequência de fatos que acontece a cada batimento. O trabalho mecânico do coração utiliza duas 
variáveis: volume de sangue e pressão. 
Coração ciclicamente se contrai (sístole) e relaxa (diástole): 
• Sístole= ejeta sangue em direção as artérias. 
• Diástole= recebe sangue proveniente das veias. 
6 fases no batimento cardíaco: 
1. Contração isovolumetrica, início da sístole ventricular até a abertura das valvas semilunares, primeira bulha- 
fechamento da valva mitral. Aumento da pressão sem o aumento do volume; 
2. Ejeção rápida, na fase de ejeção rápida há um aumento abrupto na pressão ventricular e aórtica, redução 
acentuada no volume ventricular e grande aumento no fluxo sanguíneo da aorta; 
3. Relaxamento isovolumétrico, inicia-se após a curva de redução do volume ventricular diminuir de velocidade, 
um pouco antes do pico de pressão sistólica aórtica, termina com o fechamento das semilunares; 
4. Enchimento rápido, ocorre após a abertura das valvas AV, o sangue que está nos átrios passa rapidamente 
para os ventrículos relaxados; 
5. Diástase, fase de enchimento ventricular lento pelo sangue que vem das veias cavas e da veia 
pulmonar enquanto as valvas AV permanecem abertas ; 
6. Sístole atrial, contração atrial que termina de encher os ventrículos de sangue. Promove um pequeno 
aumento das pressões atriais, ventriculares e venosas e do volume ventricular. 
A valvúla aórtica se abre quando atinge a pressão aórtica. A diminuição do volume e da pressão no ventrículo esquerdo 
induz o fechamento da valva aórtica. 
Fechamento da valva mitral, quando atinge a menor pressão. 
Primeira bulha= fechamento da vávula mitral. Contração vasovolumétrica. Pressão de pulso para reconhecer maior 
som. 
Segunda bulha= fechamento das valvas semilunares. 
Entre a primeira e a segunda bulha= sístole; 
Da segunda bulha até retornar a primeira= diástole. 
Diástole= fase de enchimento rápido, lento e contração atrial. 
*Durante o ciclo cardíaco, é correto afirmar que: a pressão aórtica atinge seu ponto mais baixo no início da sístole 
ventricular. 
ANAMNESE 
Sintomas “cardinais”: 
Dor torácica: 
• Dor origem pericárdica; 
• Dor de origem aórtica; 
• Dor de origem psicogênica; 
• Dor de isquemia miocárdica. 
Palpações: percepção incômoda dos batimentos cardíacos. Descritas como: Paradas; tremor do coração; falhas; 
arrancos; batimentos mais fortes. Decorrentesde transtornos do ritmo e da frequência cardíaca. 
Dispnéia: cansaço, canseira, falta de ar, fôlego curto, fadiga ou respiração difícil. Sensação consciente e desagradável 
do ato de respirar. 
• Ortopneia: dispneia que ocorre na posição de decúbito. 
• Dispneia paroxistica noturna: episódios de dispneia que desperta o paciente a noite, obrigando-o a levantar. 
Indicativo de insuficiência cardíaca. 
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Classificação NYHa. Grau de dispneia. 
• Classe I= cardiopatias sem limitações das atividades físicas; 
• Classe II= cardiopatias com alguma limitação às atividades físicas; 
• Classe III= cardiopatias com acentuada limitação nas atividades físicas; 
• Classe Iv= cardiopatias com incapacidade para exercer qualquer atividade. 
Síncope: com ou sem pródromos (sinais e sintomas relacionado a síncope). Sendo mais preocupante a síncope sem 
pródromo. 
Outros: tosse e expectoração, roncos e sibilos, tontura e vertigem, alterações do sono, edema, astenia. 
Edema: acúmulo exagerado de líquido no espaço intersticial. Aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão 
coloidosmótica (paciente cirrótico). Anasarca= edema generalizado. 
• Perguntar sobre localização e cronologia; 
• Sintomas associados; 
• Pode gerar ganho de peso. 
Dor- História da Doença Atual 
Decálogo da dor: 
• Duração; 
• Início e evolução; 
• Localização; 
• Irradiação; 
• Intensidade; 
• Qualidade; 
• Sinais e sintomas concomitantes; 
• Fatores desencadeados; 
• Agravantes e que aliviam; 
• Repercurssão; 
• Tratamentos realizados. 
Dor torácica 
Típica, definitivamente anginosa (cardíaca): 
• Precipitada por esforço físico; 
• Irradiada para o ombro, mandíbula, face interna do braço; 
• Duração de alguns minutos. Alivia em 10 minutos com repouso ou nitrato. 
Provavelmente aginosa: tem a maioria mais não todas as características de uma dor anginosa. 
Definitivamente não aginosa: nenhuma característica da dor anginosa, fortemente indicativa de diagnóstico não 
cardiológico. 
Provavelmente não aginosa: tem poucas características da dor definitivamente anginosa (dor típica, sintomas de 
“equivalente anginoso”). 
EXAME FÍSICO 
Maneiras de se aprender Semiologia Cardíaca: 
• Por doença (estenose mitral; cardiomiopatia hipertrófica, etc); 
• Por achado semiológico (sopro mesossistólico; terceira bulha, etc). 
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INSPEÇÃO 
Sinal de frank= envelhecimento precoce, perca das fibra elásticas e valvares. 
AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
Pressão Arterial= força exercida pelo sangue contra a parede das artérias, e das artérias por sua força elástica contra 
o sangue. Representada em mmHg. 
Componentes: 
• Pressão sistólica (PAS): pressão mais elevada observada durante a fase sistólica do ciclo; 
• Pressão diastólica (PAD): pressão mais baixa observada durante a fase diastólica do ciclo. 
Métodos de aferição: 
• Diretos (invasivos) PAI; 
• Indiretos (não invasivos): Esfigmomanômetro. 
Valor Normal: até 140 x 90 mmHg. 
Antes de aferir certifique-se que o paciente: 
• Não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou fumou 30 minutos antes da medida; 
• Está ou não sentindo algum dor; 
• Não está de bexiga cheia; 
• Descansou 5-10 min em ambiente calmo. 
Posicione o paciente: ortostase, em decúbito dorsal ou em sedestação com ambos os pés apoiados no chão, com as 
costas retas e de preferência apoiada. 
Exponha e apoie o braço do paciente: deve estar esticado, apoiado na mesa e posicionado na altura do coração. 
Posicione o manguito adequadamente: 
• Largura → 40% da circunferência braquial. 
• Comprimento → 80 a 100% do tamanho do braço do paciente. 
• Posicionar 2cm acima da fossa cubital. 
Palpe a artéria radial: estimar a pressão sistólica → desaparecimento do pulso. 
Esvazie completamente o manguito. 
Posicione o estetoscópio: com o diafragma sob a artéria braquial. 
Comece a inflar o manguito: inflar 20 a 30mmHg acima do valor encontrando na técnica palpatória. 
Estetoscopio: 
• Diafragma= sons mais agudos; 
• Campanula= sons mais graves. Parótida. 
Esvazie lentamente (2-3mmHg por seg) até ausculta do: 
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• Primeiro som (Fase I de Korotkoff) → Pressão sistólica. 
• Desaparecimento dos sons (Fase V de Korotkoff) ou seu abafamento (Fase IV de Korotkoff) → Pressão 
diastólica. 
• Deve-se auscultar 20-30mmHg abaixo do último som. 
Medir pelo menos 2 vezes e em ambos os braços. 
• Utilizar o maior valor encontrado. 
• Não arredondar. 
Informar a medida ao paciente. 
*A mensuração da pressão arterial de um paciente com insuficiência aórtica mostra 180, 60 e 20 mmHg, 
respectivamente, na fases I, IV e V de Korotkoff. O registro da pressão arterial deve ser: 180/60/20 mmHg. 
Presença de alguma anomalia. 
PULSO ARTERIAL 
Avaliado por palpação de alguma artéria superficial: 
• Radial; 
• Braquial; 
• Carótida; 
• Aórtico abdominal; 
• Femoral; 
• Poplítea; 
• Tibial posterior; 
• Pediosa. 
Usar a polpa digital do 2º e 3º dedos. Evitar usar o polegar. 
Frequência Cardíaca, número de batimentos (ciclo cardíaco) por minuto (bpm): 
• Se regular 15 seg. Se irregular 60 seg. 
• Taquicardia (>100bpm); Bradicardia (<50 bpm). 
Ritmo: 
• Regular; 
• Irregular; 
• Extrassístoles “irregularmente regular” pois é ritmico. 
Amplitude e Simetria: 
• Intensidade mecânica do pulso; 
• Palpar bilateralmente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Contorno / Aspecto palpatório da artéria 
normal 
Alterações: 
Pulso em “Martelo d’água” (Pulso de Corrigan) 
• Associado à PA divergente → Grande 
amplitude com ascensão e queda rápida. 
• Associado IVAo crônica. 
 
Pulso Parvus e Tardus 
• Ascenção lenta e amplitude baixa (melhor 
identificado na carótida). 
• Característico de estenose valvar aórtica 
moderada a severa. 
 
 
 
 
Pulso Bífido 
• Amplo com dois picos sistólicos. 
• Como o pulso é fraco, não se percebe a 
característica dicrótica na palpação. 
• Sugestivo de Miocardiopatia Hipertrófica. 
 
Pulso com baixa amplitude (“fino” ou “filiforme”) 
• Associado à hipotensão com PA convergente. 
• Estados de baixo débito cardíaco (choque 
hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo ou 
associado a estenoses valvares severas em 
especial EVAo). 
 
Pulso Alternans 
• A amplitude varia. 
• Característico de IC avançada (mau 
prognóstico). 
 
*Em relação ao pulso alternante, pode-se afirmar: pode estar presente por portadores de insuficiência cardíaca grave. 
INSPEÇÃO DAS JUGULARES 
Forma mais fácil de avaliar a pressão arterial. 
Técnica: 
Veia Jugular Externa= Visualizado seu aspecto de turgência no pescoço (mais fácil em magros). Estase Jugular em 
casos de turgência. 
Veia Jugular Interna= Avaliado o pulso através da transmissão de suas ondas vista na pele. Mais difícil de ser avaliada. 
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• Estimativa da Pressão Venosa Central (PVC). 
• Refluxo Hepatojugular. 
• Sinal de Kussmaul. 
Se posicionar do lado oposto ao que será examinado. Veias visualizadas na forma tangencial. Em 45°. 
PULSO VENOSO 
É a variação da pressão intravenosa durante o ciclo cardíaco. Perceptível na inspeção (difícil) mas não na palpação, 
sendo mais perceptivel

Outros materiais