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1/1 O Expressionismo Corrente artística que impressiona através de gestos visuais que transmitem (libertam) emoções ou mensagens emocionalmente carregadas. Nunca foi um movimento. O Expressionismo desenvolveu-se principalmente na Alemanha Moderna (onde o Impressionismo nunca se desenvolveu muito). O movimento Sturn und Drang, do final do século XVIII, que foi uma tentativa de quebrar a influência da cultura mediterrânea sobre o povo nórdico, impregnou os expressionistas com suas ideias e literatura. Também o mundo artístico alemão, fragmentado pelo federalismo, tinha cada cidade importante separada e em competição com a outra. Após 1918, com a queda do Kaiser, o enfraquecimento da arte oficial e o interesse da imprensa pelas aventuras culturais, multiplicaram-se os movimentos e grupos. O mundo oficial os denunciava como subversivos, o que motivou alianças e fez crescer a fama do Expressionismo como movimento de protesto político. O Expressionismo está associado a dois grupos informais de artistas: o Die Brücke (A Ponte) de Dresden formado em 1905 e dissolvido em 1913, e os artistas de Munique, que publicaram um único número de um almanaque em 1912, chamado “O Cavaleiro Azul”. Em 1914 foi aplicado aos artistas do Die Brüque e passou a ser usado para se referir as correntes internacionais surgidas depois do Impressionismo. Queriam uma alternativa ao realismo e ao idealismo do século XIX e na qual encontrassem a atribuição de um significado espiritual a toda e qualquer ação, de modo que a palavra expressionismo não pretendia significar mais que subjetivismo antinaturalista. Os artistas do Die Brüque eram Ernest Ludwicg Kirchner, Herich Heckel, Karl Smitdt Rottluff e Fritz Bleyl, todos estudantes de arquitetura em Dresden. Outros aderiram ao grupo por períodos variados, como Emil Nolde, o pintor mais vigoroso que pintou cabarés e retratos pessimistas e mal humorados. Ele participou no início e saiu logo depois. Pechstein, e Otto Muller aderiram quando os três primeiros mudaram para Berlin em 1911. Foram influenciados pelos Fauves, por Munch, Van Gogh, pela arte africana e primitiva e tinham o desejo de agir enérgica e virilmente. Usaram frequentemente cores brilhantes e formas primitivas. Não tinham teorias nem programa: “Estão conosco todos aqueles que, diretamente e sem dissimulação, expressam aquilo que os impele a criar.”, afirmou Kirchner em um manifesto. Quando o grupo foi dissolvido, surgiu a Nova Secessão (em Berlin), com Nolde e Pechstein, e o grupo de Dresden aderiu a eles. Por esse tempo surgiu outra organização: a revista chamada Der Sturn que divulgava as principais tendências da vanguarda na Alemanha e divulgou a arte de Oskar Kokoscha, o mais identificado como expressionista e denunciado como degenerado. O Expressionismo significou então usar a arte para transmitir a experiência pessoal. Este primeiro grupo confiou na autoexpressão mais ou menos imediata e direta para comunicação. Outro grupo (O cavaleiro azul) sentia a necessidade de testar seus meios e seus impulsos e modelar gradualmente uma linguagem controlável na qual 2/3 formulassem suas mensagens pessoais na Alemanha. Der Blau Reiter foi o nome do almanaque que publicaram Kandinsky e Marc, também promovendo duas exposições em Munique (1911 e 1912). Com seus amigos Macke, Javlensky, Klee, Gabriele Munter e Marianne von Werefkin formaram o grupo. Vassily Kandinsky, influenciado pelo primitivismo russo e pelo Fauvismo, reduziu o naturalismo de sua arte e ampliou o seu poder expressivo lírico. Acreditando que podia transmitir emoções com cores brilhantes e pinceladas intensas, passou a depender cada vez menos do tema para comunicar. Assim produziu seus primeiros trabalhos abstratos, na qual o espectador deve explorar e reconhecer o caminho para “entrar na composição”. Nem sempre recusou o tema, mas usou técnicas improvisadas e imediatismo para dar ênfase na expressividade de suas pinturas. Frans Marc pintou animais como imagens simbólicas. Viu neles uma inocência, uma sincronia com os ritmos da natureza, perdida pelo homem, divorciado da natureza. Começou pintando-os de modo impressionista, depois com cores não naturalistas e depois dentro de uma estrutura geométrica, quando foi influenciado por Robert Delaunay. Este artista também foi importante para August Macke e para Paul Klee. Eles descobriram nele um cubismo poético e construtivo. Klee, o artista mais conhecido do movimento depois de Kandinsky e igualmente importante, explorou diversos meios formais e composicionais de desintegração da forma natural e nitidez de mensagem, sempre com harmonia de cor e lirismo. Havia um desejo profundo na Europa de transmitir a essência profunda da humanidade e o Almanaque que deu o nome ao grupo trazia além de ensaios dos autores e encartes de música, ilustrações de arte primitiva e de vanguarda. Kandinsky procurou ligar a matéria visual da arte á vida interior do homem. Para isso, usou a abstração, mas achava que o essencial era a harmonização dos meios pictóricos com os anseios emocionais e espirituais do artista, para ajudar as pessoas a transcenderem o que considerava valores falsos da sociedade materialista e a reconhecerem seus próprios mundos espirituais. Buscava ampliar os limites anteriormente impostos às possibilidades de expressão em arte. Seu livro O espiritual da Arte foi bastante influente e difundido. Trazia ideias e propostas de Henri Bérgson (filosofia), Rudolf Steiner (teosofia) além de refletir a análise das formas de arte da teoria de Wilhelm Worringer, que opunha a atitude naturalista atribuída à arte clássica a tendência para abstração do homem nórdico, inserido em um ambiente mais hostil. A guerra, que levou Macke e Marc, envolveu Kandinsky com questões políticas que afetaram seu trabalho e Klee ensimesmou-se. Mas até que o totalitarismo parasse esse tipo de arte, ela continuaria, mesmo através de artistas menores, como gênero de protesto político. No pós-guerra a arte alemã tende a ser agrupada como Nova Objetividade e Elementarismo. A primeira era uma reação contra a arte abstrata em geral, seja a de Kandinsky e Klee ou a dos movimentos interessados na exploração da forma geométrica sob a influência do radicalismo russo e holandês. Estas últimas são reunidas sobre o rótulo de elementarismo. Houve ainda o dadá, com ataques ao Expressionismo e à arte, para demonstrar sua inutilidade e desafiar a sociedade. Vários expressionistas aderiram a este movimento. Em 1919 Walter Gropius inaugurou a Bauhaus em Weimar, escola pioneira do ensino e prática do design industrial e da arquitetura moderna, mas que também começou com pintores expressionistas como Klee e Kandinsky, Feininger e Johannes Itten. A escola fechou em 1933, mas Kandinsky publicou Ponto, linha e plano, como livro didático no qual tenta codificar o valor sensual e emocional das cores e das formas, habilitando o artista a controlar os meios expressivos à sua disposição. “Veleiros”, Paul Klee. Klee foi professor na Bauhaus com Kandinsky e também produziu quadros abstratos. Contexto político-social do Expressionismo: O Expressionismo destacou a questão de uma relação concreta com a realidade, com a superação da dialética das contradições históricas. Ocorreu, igualmente, na arte expressionista uma superação das tradições nacionais e a afirmação de um socialismo “científico”, que renegou a ideia de progresso universal e enfatizou o conceito de um internacionalismo concreto. 3/3 Um artista identificado com o expressionista foi Vincent Van Gogh, embora esse conceito ainda não existisse no seu tempo (século XIX). Ele identificou a arte com a unidade e a totalidade da existência,sem distinção entre sentido e intelecto, matéria e espírito. A consciência, para Van Gogh, era a existência entendida como vontade de existir contra a rigidez dos esquemas lógicos e contra a inércia do passado que oprimia o presente. “A noite estrelada”, Vincent Van Gogh, 1889, óleo sobre tela, 73,7 x 92,1 cm, Museu de Arte Moderna – MOMA. Ao lado de Munch, Van Gogh foi uma das principais influências para o surgimento do Expressionismo. 4/3
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