Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Sumário PELE.......................................................................................................................... 4 HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) ........................................................................ 7 ANEXOS DA PELE .................................................................................................... 8 SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................ 9 TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO ............................................................... 11 ÓRGÃOS LINFOIDES ............................................................................................. 16 CIRCULAÇÃO LINFÁTICA ...................................................................................... 17 ANATOMIA DAS MAMAS ........................................................................................ 18 FISIOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA ................................................................. 22 IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA MAMA ................................. 23 REDE LINFÁTICA DAS MAMAS.............................................................................. 26 MAMOPLASTIAS REPARATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES E PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 40 Tipo de preenchimento ............................................................................................ 50 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS .......................................................................... 52 CUIDADOS PRÉ e PÓS-OPERATÓRIOS ............................................................... 58 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS DE AUMENTO ............. 60 CICATRIZES............................................................................................................ 63 MAMOPLASTIAS DE REDUÇÃO ............................................................................ 65 HISTÓRICO ............................................................................................................. 65 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ................................................................. 66 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS .......................................................................... 66 CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS ............................................................... 73 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS REDUTORAS .............. 74 CICATRIZES............................................................................................................ 75 MASTOPEXIA .......................................................................................................... 76 MAMOPLASTIAS ABLATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES E PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 79 CÂNCER DE MAMA ................................................................................................ 79 MAMOPLASTIAS ABLATIVAS ................................................................................ 81 RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA ................................................................................. 85 RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM EXPANSOR DE PELE ................................... 86 2 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM MÚSCULO GRANDE DORSAL E PRÓTESE DE SILICONE .......................................................................................................... 92 CORREÇÃO CIRÚRGICA DA GINECOMASTIA ................................................... 102 AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL E RECURSOS TERAPÊUTICOS EM MAMOPLASTIAS ................................................................................................... 105 AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL EM MAMOPLASTIAS ..................................... 105 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA .......................................................................... 105 AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA .......................................................................... 112 RECURSOS TERAPÊUTICOS EM MAMOPLASTIAS ........................................... 118 ORIENTAÇÕES DE CUIDADOS GERAIS E POSICIONAMENTO ........................ 118 MOBILIZAÇÃO DAS PRÓTESES .......................................................................... 122 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL (DLM) ............................................................. 122 MASSAGEM CLÁSSICA ........................................................................................ 175 MASSAGEM CICATRICIAL ................................................................................... 176 ELETROTERAPIA ................................................................................................. 178 ULTRASSOM TERAPÊUTICO (US) ...................................................................... 181 LASER TERAPÊUTICO ......................................................................................... 184 CRIOTERAPIA ....................................................................................................... 185 CINESIOTERAPIA ................................................................................................. 186 ETAPAS DA ASSISTÊNCIA PÓS-OPERATÓRIA DE MAMOPLASTIAS ESTÉTICAS OU REPARADORAS ............................................................................................. 187 PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO ............................................................................ 188 PÓS-OPERATÓRIO TARDIO ................................................................................ 189 PÓS-OPERATÓRIO TARDIO ................................................................................ 192 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 198 3 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar é um complexo sistema de proteção e revestimento do organismo humano que se compõe por: pele (epiderme e derme), hipoderme (tela subcutânea) e anexos cutâneos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. Exerce importantes funções como: proteção do corpo contra o meio ambiente (abrasões, perda de líquido, substâncias nocivas e micro- organismos invasores), regulação da temperatura corporal por meio das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos e promoção da sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas terminações sensitivas (Wecker, 2010). SISTEMA TEGUMENTAR FONTE: Rodrigues, 2010. 4 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório O sistema tegumentar caracteriza-se por possuir uma porção de tecido epitelial (epiderme) e uma porção de tecido conjuntivo (derme) (Azulay e Azulay, 1999): ▪ Tecido epitelial: tipo de tecido orgânico avascular, formado por células intimamente unidas, com pouco material intercelular que pode ser classificado em duas categorias: epitélio de revestimento (reveste as superfícies do corpo e as cavidades em geral) e epitélio glandular (conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de secreções). ▪ Tecido conjuntivo: tipo de tecido orgânico vascularizado, caracterizado pela presença de diversos tipos celulares, separados por abundante material intercelular. A célula principal do tecido conjuntivo é o fibroblasto que têm como função excretar colágeno e elastina. O tecido conjuntivo forma o arcabouço que sustenta as partes moles, apoiando e ligando os outros tipos de tecido. Pode ser de dois tipos: tecido conjuntivo propriamente dito (sem predominância de nenhum elemento constituinte) e tecido conjuntivo de propriedades especiais (adiposo, elástico, reticular,mucoso, cartilaginoso e ósseo). O tecido conjuntivo possui fibras colágenas, elásticas e reticulares que conferem elasticidade, resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos. PELE A pele ou cútis é considerada um grande órgão que recobre e protege o organismo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas. A pele recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular a temperatura corporal oferecendo uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação. Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme (camada superficial composta por tecido epitelial) e a derme (camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular) (Junqueira e Carneiro, 1999). 5 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório APARÊNCIA EXTERNA DA PELE FONTE: Wikipédia, 2010. A epiderme é a superfície mais externa da pele, formada por diversas camadas de células sobrepostas. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo, chegando a 1,5 mm na região plantar. Compõe-se por cinco estratos: córneo, lúcido, granuloso, espinhoso e basal (Sampaio, Castro e Rivitti, 2001). ESTRATOS DA EPIDERME FONTE: Codex, 2010. 6 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ▪ Estrato córneo: é o mais superficial. Embora seja pouco espesso, sua capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Esse estrato forma uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o organismo contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As células mais superficiais são continuamente eliminadas e substituídas por células oriundas dos estratos mais profundos. ▪ Estrato lúcido: estrato delgado, claro, brilhante e homogêneo, que está ausente nas peles pouco espessas. ▪ Estrato granuloso: formado por células que já estão em franca degeneração. Caracteriza-se por conter grânulos de querato-hialina relacionados ao fenômeno de queratinização dos epitélios. ▪ Estrato espinhoso: composto por células de aspecto espinhoso com importante função na manutenção da coesão das células da epiderme e, consequentemente na resistência ao atrito. ▪ Estrato germinativo: estrato mais profundo com intensa atividade mitótica. É responsável pela renovação da epiderme, fornecendo células para substituir as que são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. A derme é uma espessa camada de tecido conjuntivo, situada abaixo da epiderme e acima da hipoderme. Possui fibras elásticas, reticulares e colágenas. Apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e inervações. Contêm glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de região para região. Compõe-se por duas camadas: camada papilar (mais externa e assim denominada porque possui papilas dérmicas que aumentam a zona de contato da derme com a epiderme) e camada reticular (mais espessa e assim denominada porque os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede) (Sampaio, Castro e Rivitti, 2001). 7 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório CAMADAS DA DERME FONTE: Saúde total, 2010. Entre as principais funções da derme estão: promoção da flexibilidade tecidual, proteção contra traumas mecânicos; manutenção da homeostase orgânica, armazenamento de sangue para eventuais necessidades primárias do organismo, ruborização quando de respostas emocionais, além de ser considerada a segunda linha de proteção contrainvasões de micro-organismos, pela ação de leucócitos e macrófagos aí existentes (Angélica, 2010). HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) A hipoderme ou tela subcutânea está situada logo abaixo da pele e é formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas subjacentes. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo, dependendo da região do corpo. Além da função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. Compõe- se por duas camadas: areolar (é 8 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório mais superficial, ricamente irrigada e possui adipócitos globulares e volumosos) e lamelar (é mais profunda e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso) (Azulay e Azulay, 1999 HIPODERME FONTE: Saúde total, 2010. ANEXOS DA PELE As estruturas anexas da pele são os pelos, as unhas e as glândulas sebáceas e sudoríparas (Angélica, 2010): ▪ Pelos: originam-se de uma invaginação da epiderme (folículo piloso) e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões, como nas aberturas do corpo, exercem papel de proteção. ▪ Unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo. Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana. ▪ Glândulas sebáceas: são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida. ▪ Glândulas sudoríparas: distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número 9 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade muscular. ANEXOS DA PELE FONTE: PEREIRA 2010 SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, por meio da qual, líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas 10 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ao sistema venoso. Trata-se de uma rede complexa de capilares, vasos e troncos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides que produzem e transportam a linfa dos tecidos para o sistema circulatório. Caracteriza- se como um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores (Wikipédia, 2010). DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO FONTE: Zillgitt, 2010. A linfa é um líquido incolor e viscoso com composição quase igual a do plasma 11 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório sanguíneo. Compõe-se principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam do sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de células sanguíneas. Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto (Bergmann, 2000). O sistema linfático exerce três funções básicas (Bergmann, 2000): ▪ Ativação da resposta inflamatória: para o controle de infecções e defesa contra os agentes invasores; ▪ Reabsorção: retorno do excesso de líquido intersticial e de proteínas à corrente sanguínea e a absorção de lipídios; ▪ Transporte: é seu papel transportar as células mortas ouimunocompetentes, as partículas inorgânicas, às proteínas, os lipídeos, as bactérias, os vírus e os produtos do catabolismo. TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos vasos pré-coletores, que por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim nos troncos linfáticos (Bergmann, 2000). Os capilares são os menores vasos condutores do sistema linfático. Possuem células endoteliais que se sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando a formação da linfa (Bergmann, 2000). 12 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FASES DE PREENCHIMENTO E ESVAZIAMENTO DOS CAPILARES LINFÁTICOS FONTE: adaptado de Massina e Steffler, 2010. A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso (Bergmann, 2000). Os vasos pré-coletores possuem estrutura semelhante ao capilares. Seu endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga juntamente com as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e contratibilidade (Bergmann, 2000). Os vasos coletores linfáticos são os vasos mais calibrosos, possuindo 13 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório estrutura semelhante a das grandes veias. Compõem-se por três camadas (Bergmann, 2000): ▪ Túnica íntima: mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas; ▪ Túnica média: envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa; ▪ Túnica adventícia: mais externa e espessa formada por fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas. VASO COLETOR LINFÁTICO FONTE: CK, 2010. Os espaços compreendidos entre cada válvula são denominados linfangions. O linfangion é considerado a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte (Duque e Duque, 2010). A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e quando estiver totalmente cheio, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial. Esse processo acontece 14 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico (Duque e Duque, 2000). LINFAGIONS FONTE: MSD, 2010. Os troncos linfáticos (coletores terminais) são os vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito (Duque e Duque, 2000). O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do quilo, uma dilatação situada anteriormente á segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do membro superior esquerdo (Duque e Duque, 2000). O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia 15 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e hemitórax direito, do pescoço e da cabeça (Duque e Duque, 2000). DUCTOS LINFÁTICOS FONTE: CK, 2010. LINFONODOS Os linfonodos ou gânglios linfáticos são aglomerados de tecido endotelial revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático. Podem apresentar formas, tamanhos e colorações variadas, ocorrendo normalmente em grupos. Estão geralmente situados na face anterior das articulações, ao longo do trajeto dos vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácicas, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, sendo inclusive palpáveis. O número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, sendo relacionado aos processos patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido (Rodrigues, 2003). Os linfonodos possuem células reticulares, cuja atividade primordial é a fagocitose e a pinocitose e as células linfoides, essenciais no mecanismo 16 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório dasreações imunológicas. Desempenham em geral o papel de reguladores da corrente linfática. (Rodrigues, 2003). LINFONODO FONTE: Pons, 2010. ÓRGÃOS LINFOIDES Os órgãos linfoides são estruturas direta ou indiretamente relacionadas às funções do sistema linfático. Nestes locais, acontece a produção de células linfoides que agem no combate a agentes agressores diversos. Podem ser classificados em (Abbas, 2003): ▪ Primários - medula óssea e timo: locais onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfócitos. 17 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ▪ Secundários - baço e tecidos linfoides (tonsilas): participam efetivamente da resposta imune. As células presentes nos órgãos secundários originaram-se nos tecidos primários. ÓRGÃOS LINFOIDES FONTE: Pyzam, 2010. CIRCULAÇÃO LINFÁTICA Ao contrário do sangue, que é impulsionado pelos vasos por meio da força do coração, o sistema linfático não possui uma bomba central, portanto, a linfa depende da ação de agentes intrínsecos e extrínsecos para circular. A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão em razão principalmente à compressão provocada pelos 18 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório movimentos dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido por meio dele. A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos capilares linfático (Santos, 2010). Este fluido é então transportado, progressivamente para os vasos linfáticos maiores acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo) e no ducto torácico (para o resto do corpo). Estes ductos desembocam no sistema circulatório na veia subclaviana esquerda e direita, onde ocorrem às trocas entre os sistemas, circulatório e linfático. A linfa segue dessa forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a urina e as fezes (Santos,2010). TROCAS SANGUÍNEAS E LINFÁTICAS FONTE: Miguel JR, 2010. ANATOMIA DAS MAMAS As mamas são órgãos pares, situados na parede anterior do tórax sobre a segunda e a sexta costelas. Tem como limites à borda medial do esterno e o músculo grande dorsal lateralmente, a linha axilar anterior ou média, a clavícula superiormente, inferiormente e o sulco submamário, podendo, às vezes, atingir a parede abdominal superior. Na porção superior, a glândula se estende externamente até a axila. Podem 19 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório variar em tamanho e formato de mulher para mulher (Biazus, 2010). APARÊNCIA EXTERNA DAS MAMAS E LIMITES ANATÔMICOS Cada mama apresenta, externamente, em sua região central, uma aréola e uma papila. Na papila mamária existem entre 15 e 20 orifícios ductais (vias de drenagem dos lobos mamários). A função fisiológica principal das mamas é a 20 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório produção do leite para a amamentação, porém desempenham também função erógena, sendo importantes para a sensualidade e beleza da silhueta do corpo feminino. O termo seio corresponde ao espaço entre as mamas, que é mais pronunciado quanto maior for o volume mamário, e não a mama propriamente dita (Biazus, 2010). APARÊNCIA EXTERNA DAS MAMAS FONTE: Milman, 2010. A formação embrionária das mamas ocorre a partir do ectoderma ventral e do mesoderma subjacente. O ectoderma dá origem ao sistema ductal, e o mesoderma aos tecidos conjuntivo e adiposo. As glândulas mamárias desenvolvem- se ao longo das linhas lácteas, que se estendem da futura axila até a futura região inguinal. Após o nascimento, as mamas permanecem rudimentares no homem e na mulher modificam-se gradativamente induzidas pelos hormônios sexuais femininos (Macea e Fregnani, 2006). As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, densas e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído por tecido gorduroso (Macea e Fregnani, 2006). A superfície cutânea da mama é fina, elástica e mais clara, podendo ser dividida 21 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório em três regiões: periférica, areolar e papilar (Macea e Fregnani, 2006): ▪ Periférica: região dotada de glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e veias superficiais. ▪ Areolar: possui tamanho variável entre três e seis centímetros. É centralizada, pouco rugosa, rósea ou acastanhada, devido à existência de células ricas em pigmentos melânicos. Na aréola encontram-se glândulas sebáceas, sudoríparas e areolares acessórias; estas glândulas sebáceas produzem saliências na superfície, constituindo os tubérculos de Morgagni, já as glândulas areolares acessórias aumentam de volume durante a gestação e passam a ser conhecidas como tubérculos de Montgomery. ▪ Papilar: projeção cilíndrica, erétil, localizada no centro da aréola, desprovida de glândulas sebáceas, de onde desembocam de quinze a vinte ductos lactíferos dos respectivos lobos da glândula mamária. Possui tamanho variável e é revestida por um epitélio escamoso estratificado queratinizado, recoberta por um tecido cutâneo espesso e rugoso, onde desembocam os ductos principais. REGIÕES DA MAMA FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 22 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FISIOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA O tecido mamário é um parênquima epitelial formado por dois sistemas: o lobular e o ductal, envolvidos por tecido conjuntivo fibroso e adiposo, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos (Baracho, 2002): ▪ Sistema lobular: formado pelos lobos mamários (unidade anatomofuncional da mama), em número de 10 a 20, que são constituídos pelo agrupamento de inúmeros lóbulos (pequenas formações saculares reunidas em número de 10 a 100). ▪ Sistema ductal: constituído por um ducto principal e suas ramificações intra e extralobulares (ductos galactóforos). A GLÂNDULA MAMÁRIA FONTE: Biazus, 2010. O alvéolo mamário envolve o ducto galactóforo, e ao redor da luz do ducto encontram-se as células lactóforas que produzem o leite materno. No mesmo local também estão às células mioepiteliais que se contraem espremendo a célula galactófora. O leite produzido acumula-se nas ampolas lactóforas (dilatação dos 23 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ductos principais) (Francisco, 2010). O leite sai dos alvéolos e caminha até o mamilo através dos ductos lactíferos, quando ocorre a sucção do bebê. Ao sugar o seio, o recém-nascido estimula as terminações nervosas que se localizam abaixo da aréola, enviando um estímulo à hipófise, cujo lobo anterior libera a prolactina, e o lobo posterior, a ocitocina (Hospital geral, 2010) A prolactina (produzida na glândula pituitária anterior) estimula a secreção de leite nos alvéolos, em resposta à estimulação da aréola e do mamilo pelo bebê. Quando o mamilo é estimulado a prolactina é liberada e inicia-se a produção de leite. Quanto mais o bebê estimula a mama, mais leite é produzido. Se existe restrição à amamentação, porque o bebê não mama, ou porque é retirado antes de terminar uma mamada espontaneamente, a produção pode não ser estimulada adequadamente (Amamentar, 2010). A ocitocina (produzida na glândula pituitária posterior) é liberada durante a amamentação, e provoca a descida do leite através dos ductos até ao mamilo (reflexo da descida ou ejeção). Quando o bebê mama, ao tocar com a boca no mamilo e na aréola envia mensagens nervosas para a glândula pituitária que libera a ocitocina na corrente sanguínea. Isso provoca a contração das células mioepiteliais dos alvéolos e a ejeção do leite, que vai provocar um aumento do diâmetro dos ductos lactóforos e o movimento do leite para o mamilo (Amamentar, 2010). Inicialmente, este reflexo não é condicionado, sendo resposta a um estímulo físico, porém depois se torna condicionado, e apenas o choro do bebê pode ser suficiente para provocar o fluxo de leite. Se a mãe se encontra deprimida, cansada ou com falta de confiança na amamentação o reflexo da ocitocina pode ser inibido, embora esta inibição temporária e parcial possa ser revertida (Amamentar, 2010). IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA MAMA A mama é uma estrutura ricamente irrigada por artérias originadas da artéria torácica interna via ramos perfurantes intercostais, que atravessam do segundo ao 24 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório quarto espaço intercostal, vascularizando o músculo peitoral maior e a parte medial da glândula. Recebe ramos da artéria axilar e ramos cutâneos anteriores e laterais das artérias intercostais irrigando a porção superior da mama. As artérias intercostais, ramos da aorta e da subclávia também atravessam o grande peitoral e irrigam a face profunda da mama. A artéria torácica externa, com origem na região da axila, irriga a metade externa da mama (Moore e Dalley, 2007). IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA MAMA FONTE: Famesp, 2010. O retorno venoso se dá por três grupos de veias: ramos perfurantes que alcançam a veia mamária interna, ramos que chegam diretamente à veia axilar e ramos que chegam às veias intercostais (Moore e Dalley, 2007). 25 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório DRENAGEM VENOSA DA MAMA FONTE: Famesp, 2010. INERVAÇÃO DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS A mama é inervada pelos ramos da porção anterior dos 2º ao 6º nervos intercostais, ramos do plexo cervical e do nervo intercostobraquial. A inervação deriva primariamente dos quatro, quinto e sexto nervos intercostais na região superior da mama. Parte da pele na metade superior da mama é inervada pelos terceiro e quarto ramos do plexo cervical, especificamentedos ramos anterior e medial do nervo supraclavicular (Ferrari et al, 2002). A extremidade da papila contém inúmeras terminações nervosas sensoriais livres e corpúsculos de Meissner. A aréola contém um pequeno número destas estruturas. Também são encontrados plexos neuronais ao redor dos folículos pilosos da pele que rodeia a aréola e corpúsculos de Pacini. Esta rica inervação sensorial, principalmente da aréola e da papila, possui grande importância funcional, já que o ato de sucção desencadeia uma série de mecanismos neuro- humorais e nervosos que levam a liberação de leite, sendo essencial para a lactação (Ferrari et al, 2002). 26 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório c v v a a INERVAÇÃO DA MAMA FONTE: Macea e Fregnani, 2006. REDE LINFÁTICA DAS MAMAS A rede linfática da mama é bastante rica e subdivide-se em (Bergmann, 2000). ▪ Rede linfática superficial: formam parte de um plexo que drena a linfa de toda a área superior da região anterolateral da parede torácica. ▪ Rede linfática do parênquima glandular: originam-se numa rede perilobular seguindo os canais galactóforos em direção às vias axilar, mamária interna e infraclavicular transpeitoral, indo essa última em direção à cadeia supraclavicular. Os linfáticos da mama chegam à axila através de dois troncos coletores oriundos do plexo subareolar: o lateral, que recebe colaterais da metade superior da a e segue acomp nhando borda do músculo peitoral menor; e o medial, formado por nasos procedentes da parte mediana e inferior do plexo subareolar, des vendo através de uma curvatura na cavidade superior, contornando a aréola. Esses dois coletores são em direção aos linfonodos axilares da mama, onde terminam no grupo axilar ou central. Embora as vias laterais e mediais ejam res onsáveis pela maior parte da 27 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório a drenagem linfática da mama, há duas outras vias que v o diretaente aos linfonodos do ápice da axila que são: via transpeitoral, que recebe linfáticos do plexo retromamário; e a via retropeitoral, nem sempre existente, compreendendo dois a três coletores de drenagem do quadrante superomedial da mama. DETALHAMENTO DOS LINFONODOS MAMÁRIOS 28 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório 1- Peitorais (anteriores) 2- Subescapulares (posteriores) 3 – Umerais (laterais) 4- Centrais 5- Apicais 6- Linfonodos claviculares 7- Veia jugular interna 8 – Tronco jugular 9 – Ducto direito 10 – Tronco broncomediastinal – 11 – Veia braquiocefálica 12 – Tronco subclávio MUSCULATURA DA REGIÃO TORÁCICA FONTE: Moore e Dalley, 2007. FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 29 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório A mama está diretamente relacionada à musculatura da parede torácica e da cintura escapular. Os músculos e ossos da cintura escapular e dos membros superiores recobrem a parede torácica anterior, lateral e posterior, dessa forma, qualquer abordagem na mama irá repercutir funcionalmente sobre a cintura escapular e membro superior homolateral (Moore e Dalley, 2007). A parede torácica é composta por 12 vértebras torácicas, 12 costelas com suas cartilagens costais e o esterno. Os espaços entre as costelas são preenchidos pelos músculos intercostais externos e internos. A clavícula é o local de inserção dos músculos subclávio e peitoral maior. A escápula situa-se posteriormente, e é um ponto importante de fixação dos músculos subescapular na face anterior; na borda medial insere-se o músculo serrátil maior; na apófise coracobraquial, insere- se a porção curta do bíceps e o peitoral menor (Moore e Dalley, 2007). MUSCULATURA DA REGIÃO TORÁCICA FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 30 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório A cavidade axilar une a região cervical, torácica e o membro superior, tendo uma função importante sobre os movimentos da articulação do ombro. Além disso, a cavidade axilar protege o feixe vasculonervoso axilar que é limitado anteriormente pela parede musculoaponeurótica anterior, pelo gradil costal internamente e externamente pelo músculo subescapular, grande dorsal e redondo maior (Camargo e Marx, 2000). Na base da cavidade axilar localiza-se o ligamento suspensório da axila, os coletores e nodos linfáticos e a lâmina célulo-adiposa. Esta lâmina é a unidade funcional da articulação do ombro, pois permite o deslizamento interescapulotorácico. Consiste em uma simples bolsa gordurosa que faz com que todas as estruturas da axila deslizem entre si, permitindo os movimentos do ombro (Camargo e Marx, 2000). CAVIDADE AXILAR FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 31 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório TRAUMA CIRÚRGICO Qualquer intervenção cirúrgica seja de pequeno, médio ou grande porte, de caráter estético ou funcional provoca uma agressão ao organismo vivo, desencadeando alterações tanto a nível celular quanto em tecidos e órgãos (Sampaio, 2010). RESPOSTA AO TRAUMA A resposta do organismo ao trauma pode ser classificada em (Sampaio, 2010): ▪ Trauma limiar: desencadeia alterações neuroendócrinas e metabólicas do organismo frente à iminência do ato cirúrgico (medo, ansiedade, jejum, etc.). Presente nos procedimentos cirúrgicos de pequeno porte em que a lesão tecidual é mínima, 32 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório sem regime de hipóxia, sem perda excessiva de líquidos, sem edema e hemorragia importante. A recuperação do paciente é espontânea após o fim do estímulo. ▪ Trauma lesivo: procedimentos cirúrgicos seguidos de edema, hemorragia, perda de plasma, hipóxia e hipercapnia. Presente nos procedimentos cirúrgicos de médio e grande porte com agressão tecidual. O paciente não se recupera espontaneamente, exigindo intervenção pós-operatória. ▪ Trauma necrotizante: procedimentos realizados em pacientes com anóxia tecidual, metabolismo anaeróbico, baixa produção de energia e excesso de ácido lático. Quadro de choque, septicemia, peritonite. A intervenção terapêutica é imperativa para a recuperação do paciente. Existem fatores diretamente associados ao trauma cirúrgico em seus períodos específicos (Sampaio, 2010): ▪ Período pré-operatório: jejum, fatores emocionais, depilação e contenção. ▪ Período transoperatório: manipulação dos órgãos e tecidos, hemorragia, decúbito prolongado, alterações na temperatura corporal. ▪ Período pós-operatório: hipovolemia, contenção, jejum, manipulação e dor. COMPONENTES BIOLÓGICOS DO TRAUMA CIRÚRGICO Podem ser primários (decorrentes diretamente da ação das forças físicas sobre os tecidos), secundários (reações de adaptação ou complicações decorrentes das alterações causadas pelos fatores primários) ou associados (não decorrem diretamente do trauma, mas influenciam a evolução pós-operatória) (Ribeiro, 2010): ▪ PRIMÁRIOS Lesão tecidual: perda da integridade do tegumento protetor. Perdas sanguíneas: permeabilidade vascular aumentada no local traumatizado gerando acúmulo de água, eletrólitos e proteínas. 33 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Secreção hormônio antidiurético e aldosterona. Diminuição retorno venoso e débito cardíaco. ▪ SECUNDÁRIOS Alterações endócrinas hormonais Hipermetabolismo: consumo aumentado de oxigênio e aumento da atividade de síntese (para a multiplicação celular e geração de colágeno nos tecidos traumatizados). Alterações hemodinâmicas: perda de plasma decorrente da sequestração de líquidos no local traumatizado,ação de drogas anestésicas sobre o coração e circulação periférica e hipotermia. Infecções: a lesão cirúrgica no tegumento pode possibilitar invasões microbianas desencadeando abcessos, celulites e repercussões sistêmicas sobre o funcionamento do cérebro, pulmões, fígado e rins. Falências orgânicas: lesões em pulmões, rins e coração. ▪ ASSOCIADOS Alterações do ritmo alimentar: a interrupção total ou parcial da alimentação obriga que o organismo utilize o metabolismo de proteínas e lipídeos para suprir a necessidade energética. Imobilização prolongada: a atrofia acompanha o desuso de grupos musculares e provoca catabolismo proteico com consumo de massa muscular. A imobilização favorece o acúmulo de secreções pulmonares. Perdas hidroeletrolíticas extrarrenais: perda de componentes eletrolíticos por meio de vômitos, diarreias, sondas ou fistulas. Doenças viscerais intercorrentes: complicações em portadores de afecções endócrinas, cardiovasculares, renais ou hepáticas. 34 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FASES DA RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA Ocorrem respostas diversas em cada fase específica do trauma (Ribeiro, 2010): ▪ Fase catabólica (injúria): primeira resposta a uma agressão. Inicia com a aplicação da anestesia e dura de dois a quatro dias. O paciente normalmente apresenta desinteresse pelo meio ambiente, taquicardia, anorexia, redução acentuada ou abolição do peristaltismo e febre leve. ▪ Fase de supressão de atividades endócrinas: fase de transição entre a primeira e a última etapa da recuperação que normalmente dura entre um e dois dias. O paciente mostra-se mais interessado no ambiente e lúcido, readquire apetite e o peristaltismo retorna. Ocorre o aumento da diurese, os batimentos cardíacos e a temperatura corporal se normalizam. ▪ Fase anabólica: é a fase mais longa, durando de duas a cinco semanas. O edema traumático começa a ser reabsorvido e os tecidos lesados estão em franca regeneração. Ocorre a recuperação do vigor físico. CICATRIZAÇÃO E REPARO TECIDUAL Cicatrização é o processo por meio do qual se dá o fechamento de uma lesão e cicatriz é a marca resultante do reparo tecidual. O tecido cicatricial distingue-se da pele normal circundante pelas seguintes características (Mandelbaum, Santis e Mandelbaum, 2003): ▪ Pouca pigmentação: formação inadequada de melanócitos na epiderme. ▪ Deficiência de anexos cutâneos: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas. ▪ Menor elasticidade tecidual. ▪ Maior tendência a endurecimento e retração. Estas alterações podem ser mais ou menos acentuadas e contribuem para determinar as características estéticas e funcionais das cicatrizes (Mandelbaum et al, 2003). 35 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CICATRICIAIS As feridas podem possuir características agudas ou crônicas (Arquero, 2010): ▪ Agudas: o processo de cicatrização ocorre de forma ordenada e em tempo hábil, com resultado funcional e anatômico satisfatório. ▪ Crônicas: o processo estaciona na fase inflamatória, o que impede sua resolução e a restauração da integridade funcional (úlceras venosas e de decúbito). A cicatrização, em geral, pode ocorrer de três formas: primária, secundária ou terciária (Lopes, 1999; Schmitt, 2010): ▪ Cicatrização primária (1ª intenção): ocorre em feridas limpas e que possuem bordas próximas. Caracterizam-se pela pouca perda de tecido e pela ausência de exsudato, como normalmente ocorre em incisões cirúrgicas suturadas e sem complicações. Teoricamente, produzem cicatrizes pouco visíveis. ▪ Cicatrização secundária (2ª intenção): ferida aberta. A aproximação das superfícies não ocorre pela grande perda de tecidos, ou pela presença de infecção, necessitando que o organismo produza grande quantidade de tecido de granulação. Neste tipo de cicatrização, há uma tendência à formação de cicatrizes menos funcionais. ▪ Cicatrização terciária (3ª intenção): feridas contaminadas que permanecem abertas por um tempo determinado para tratamento local. Após a descontaminação, a ferida é fechada por suturas, enxertos ou retalhos. FASES DA CICATRIZAÇÃO O processo de cicatrização pode ser didaticamente subdividido em três fases, porém muitas vezes, estas fases se sobrepõem e ocorrem simultaneamente (Arquero, 2010): 36 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FASES DA CICATRIZAÇÃO FONTE: Docstoc, 2010. ▪ Fase inflamatória: fase exsudativa com duração entre um e quatro dias (a depender da extensão da área a ser cicatrizada e da natureza da lesão), caracterizada por dois processos que buscam limitar a lesão tecidual: a hemostasia e a resposta inflamatória aguda. Corresponde à ativação do sistema de coagulação sanguínea e à liberação de mediadores químicos (fator de ativação de plaquetas, fator de crescimento, serotonina, adrenalina e fatores de complemento). Nesta fase a ferida pode apresentar edema, vermelhidão e dor. ▪ Fase proliferativa: fase regenerativa que pode durar entre cinco e vinte dias. É caracterizada pela proliferação de fibroblastos, sob a ação de citocinas que dão origem a um processo denominado fibroplasia. Ao mesmo tempo, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação ▪ Fase de reparo: fase de maturação que inicia no 21º dia e pode durar meses. É a última fase do processo de cicatrização. A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas. Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai 37 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Existem fatores que podem interferir no processo de cicatrização natural, retardando qualquer uma de suas fases. Esses fatores podem ser locais (relacionados diretamente à ferida) ou sistêmicos (relacionados ao indivíduo). O retardo cicatricial pode ocasionar complicações, causando prejuízos estéticos e funcionais (Schimitt, 2010). ▪ Fatores locais: Características da ferida: dimensão e profundidade da lesão. Presença de secreções, hematomas, edemas e corpos estranhos. Cuidados adotados: tipo de técnica cirúrgica utilizada, material e técnica de sutura, curativo. Isquemia tecidual: a falta de oxigenação dificulta a chegada de células inflamatórias, à zona lesada, logo vão existir menos fatores que estimulem a proliferação dos fibroblastos e a síntese de colágeno. Infecção local: causa mais comum de atraso do processo cicatricial. Quando a contaminação bacteriana é grande ou há a presença de estreptococos, o processo de cicatrização não ocorre, mesmo com o uso de enxertos ou retalhos. A infecção bacteriana prolonga a fase inflamatória e interfere com a epitelização, contração e deposição de colágeno. Clinicamente há sinais inflamatórios, geralmente acompanhados de pus. Nesses casos, deve-se expor a ferida, com retirada das suturas, realizar cuidados locais e antibioticoterapia, se necessário. 38 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ▪ Fatores sistêmicos: Faixa etária: a idade avançada diminui a resposta inflamatória. Estado nutricional: o estado nutricional interfere em todas as fases da cicatrização. A hipoproteinemia diminui a resposta imunológica, síntese de colágeno e a função fagocítica. Indivíduos mal nutridos têm dificuldade em formar cicatriz pelaausência de certas proteínas, metais e vitaminas que são importantes para a síntese de colágeno. Níveis de albumina inferiores a 2g/dl estão relacionados a uma maior incidência de deiscências de suturas. A deficiência de vitamina C está comumente associada à falência da cicatrização de feridas. A carência de vitamina A também pode prejudicar o processo de cicatrização. A carência de zinco também compromete a fase de epitelização das feridas. Doenças crônicas: enfermidades metabólicas sistêmicas podem interferir no processo cicatricial. Pacientes portadores de diabetes mellitus têm todas as suas fases de cicatrização prejudicadas. Nota-se espessamento da membrana basal dos capilares, dificultando a perfusão da microcirculação. Há um aumento da degradação do colágeno, além disso, a estrutura do colágeno formado é fraca. A administração de insulina pode melhorar o processo cicatricial de diabéticos. Indivíduos obesos também apresentam a cicatrização comprometida, provavelmente pelo acúmulo de tecido adiposo necrótico e comprometimento da perfusão da ferida. Terapia medicamentosa: medicamentos como anti-inflamatórios, antibióticos e quimioterápicos interferem no processo cicatricial. Os glicocorticoides e as drogas citotóxicas interferem em todas as fases da cicatrização. As drogas utilizadas em quimioterapia devem ser evitadas nos primeiros dias de pós- operatório. A radioterapia também compromete a cicatrização, com ruptura de pequenos vasos, isquemia e fibrose. Tratamento tópico inadequado: a utilização de sabão tensoativo ou antissépticos na lesão cutânea aberta pode ter ação citolítica, afetando a permeabilidade da membrana. 39 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório DISTÚRBIOS CICATRICIAIS Durante o curso normal do processo de reparo tecidual podem ocorrer distúrbios cicatriciais que geram alterações funcionais e estéticas nas cicatrizes resultantes de feridas ou intervenções cirúrgicas. Entre os principais distúrbios da cicatrização pode-se citar: atrofia cicatricial, cicatriz hipertrófica e queloides (Mandelbaum, Santis e Mandelbaum, 2003): ▪ Atrofia cicatricial: o tecido lesado não é inteiramente substituído por tecido cicatricial e, portanto, a formação das estruturas dérmicas ocorre de forma incompleta. Esse tipo de cicatriz normalmente é funcionalmente ineficiente. ▪ Cicatriz hipertrófica: caracteriza-se por estender-se de forma saliente acima do nível da pele, permanecendo, porém, sempre restrita à área do ferimento. Histologicamente caracterizam-se por possuírem um teor mais alto de colágeno e proteoglicanos. Porém, as causas da formação excessiva desses componentes matriciais extracelulares por fibroblastos ainda não estão esclarecidas. A hipertrofia cicatricial é mais frequente em regiões de feridas submetidas a forças de tração elevadas. Isso ocorre principalmente nas feridas em posição transversal às principais linhas de tensão. ▪ Queloide: lesão proliferativa, formada por tecido de cicatrização fibroso. Diferentemente da cicatriz hipertrófica, estende-se além dos limites do ferimento original, infiltrando-se no tecido sadio adjacente. Inicialmente é avermelhado tornando-se, mais tarde, escurecido. Geralmente se forma tardiamente (até 12 meses após a lesão). Em seu quadro histológico predominam cordões de colágeno hialinizados. Existem fatores predisponentes para a sua formação: histórico familiar, retardo cicatricial (infecções, seromas, tensão excessiva na ferida), raça negra, área corporal (tórax, ombros e orelhas). O tratamento do queloide é muitas vezes difícil, sendo frequente o seu retorno 40 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório MAMOPLASTIAS REPARATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES E PROCEDIMENTOS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS DAS MAMAS As principais disfunções estéticas das mamas incluem as alterações de tamanho (hipomastia e hipertrofia mamária), as ptoses, e as assimetrias (Arquero, 2010). ALTERAÇÕES DE TAMANHO Em relação ao tamanho, a mama pode ser classificada em (Milman, 2010): ▪ Pequena (hipomastia): mamas com peso inferior a 300g. ▪ Média: mamas com peso entre 300 a 600g. ▪ Grande: mamas com peso entre 600 e 1200g ▪ Gigante (gigantomastia): mamas com peso acima de 1200g TAMANHO DAS MAMAS: HIPOMASTIA (ESQUERDA) E GIGANTOMASTIA (DIREITA). 41 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FONTE: Arquero, 2010. O volume excessivo dos seios (hipertrofia mamária) pode ser um sintoma isolado, principalmente em pacientes jovens (hipertrofia juvenil) ou seguido de seios caídos (hipertrofia com ptose) em mulheres com mais idade. Geralmente se deve ao desenvolvimento exagerado da glândula mamária ou tecido adiposo e provoca displasia mamária e dificuldade ou incapacidade de amamentar (Arquero, 2010). A hipertrofia mamária pode ser classificada em graus (Arquero, 2010): ▪ Grau I: aumento da mama sem sintomatologia física associada; ▪ Grau II: aumento da mama associado à sintomatologia física, como dor nas costas ou alterações funcionais na coluna vertebral; ▪ Grau III: sintomas físicos exacerbados e mamas com peso superior a 1200g. A hipomastia é corrigida por meio da inclusão de próteses mamárias e a hipertrofia mamária através da mamoplastia redutora associada ou não à mastopexia (Arquero, 2010). PTOSE MAMÁRIA 42 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Com o decorrer dos anos, as mamas sofrem modificações na forma e na função. A caída da mama denomina-se ptose mamária, e pode ser decorrente do excesso de peso da glândula, da flacidez exagerada da pele, do processo natural de envelhecimento ou de uma somatória desses fatores (Arquero, 2010). Em relação ao grau de ptose, a mama pode ser classificada em (Milman, 2010): ▪ Pseudoptose: parte da mama projetada abaixo do sulco inframamário, porém, o mamilo está acima do sulco. ▪ Leve: mamilo na mesma altura do sulco inframamário. ▪ Moderada: mamilo abaixo do sulco inframamário, mas acima da maior parte da porção inferior da mama. ▪ Severa: mamilo é o ponto mais baixo da mama. GRAUS DE PTOSE DAS MAMAS A ptose mamária é corrigida por meio da mastopexia. Frequentemente esse 43 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório procedimento é realizado em conjunto com a mamoplastia redutora (Arquero, 2010). ASSIMETRIAS Todas as mulheres possuem certa assimetria em relação ao tamanho e posicionamento das mamas. Porém, em alguns casos, essa assimetria torna-se muito evidente e passa a provocar na mulher uma visão distorcida do seu próprio corpo e da feminilidade, especialmente na adolescência. A assimetria pode ser de origem congênita ou adquirida, apresentar-se em diferentes graus e afetar o tamanho, a forma e a posição das mamas (Arquero, 2010). FONTE: Arquero, 2010. 44 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório As assimetrias adquiridas podem ser decorrentes de alterações torácicas e na coluna vertebral, da presença de mamas tuberosas, na Síndrome de Poland, em pacientes que, na adolescência, sofreram queimaduras, infecções, cirurgias ou traumatismos no botão mamário (que alterou o posterior desenvolvimento), e nas pacientes que sofreram mastectomia (Arquero, 2010). MAMA TUBEROSA (TUBULAR) A correção de uma grave assimetria mamária pode requerer um aumento mamário em uma mama e a redução da contralateral, sendo, provavelmente, uma das operações mais complexas, devido à diferente evolução de cada mama. Assimetrias moderadas podem ser compensadas mediante utilização de próteses de diferente volume e projeção. Não é aconselhávelcorrigir assimetrias leves (Arquero, 2010). 45 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório MAMOPLASTIAS As mamoplastias são intervenções cirúrgicas que buscam corrigir ou melhorar disfunções estéticas da mama congênitas ou adquiridas por tratamentos cirúrgicos, alterações hormonais ou anatômicas (Sucena, 1982). São o segundo tipo de cirurgia plástica eletiva mais realizadas no Brasil, perdendo somente para as lipoaspirações e podem ser classificadas em (Costa, 2010): ▪ Reparativas: objetivam reparar a mama que teve sua forma alterada. → Mamoplastias de aumento; → Mamoplastias de redução; → Mastopexias. ▪ Reconstrutivas: objetivam reconstruir a mama ausente congenitamente ou perdida em tratamentos cirúrgicos. Em geral, são procedimentos que devolvem a mulher a autoestima perdida, alcançando resultados satisfatórios e duradouros (Costa, 2010). RESULTADO ESTÉTICO DE MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO E MASTOPEXIA FONTE: Kawasaki, 2010. 46 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório MAMOPLASTIAS DE AUMENTO (INCLUSÃO DE PRÓTESE) Com o avanço das técnicas cirúrgicas para o aumento das mamas, esse procedimento tornou-se um dos mais procurados no consultório da maioria dos cirurgiões plásticos. As mamoplastias de aumento beneficiam pacientes incomodadas pelo tamanho reduzido das suas mamas ou cuja perda de peso ou gravidez alterou a forma e tamanho das mamas, além de portadoras de assimetrias mamárias (Ruzzante, 1986). HISTÓRICO O tratamento da hipomastia teve início no fim do século passado, quando alguns cirurgiões tentaram remediar a falta de volume mamário mediante colocação dos mais diversos tipos de materiais (parafina, cera, bolas de vidro e cartilagens). Com o advento da indústria química houve a tentativa da colocação de outras substâncias (como o polietileno, polivinil e teflon). Porém, os casos de intolerância se repetiram, e os profissionais foram obrigados a retirar praticamente todos os implantes. O corpo estranho era gradativamente invadido por tecido fibroso e transformava-se em uma massa dura e dolorosa para a paciente (Arquero, 2010). A descoberta dos silicones reascendeu a expectativa de um implante mamário viável. Inicialmente, tentou-se utilizar o silicone na forma líquida, porém, além das dificuldades decorrentes da mobilidade incontrolável da substância, verificou-se a possibilidade de efeitos danosos ao organismo como o desencadeamento de embolia pulmonar e cerebral, fístulas, alergias, aumento da possibilidade de neoplasias. Logo, a aplicação de silicone líquido ou gelatinoso foi contraindicada (Arquero, 2010). Cronin e Gerow apresentaram em 1963 um novo modelo de próteses mamárias que consistia em uma bolsa cujas paredes eram formadas por uma fina lâmina de silicone sólido, preenchida por silicone gelatinoso. Com esse tipo de prótese, conseguiu-se evitar os graves problemas que o silicone líquido produzia e, ao mesmo tempo, reproduzir a forma, o volume e a consistência de um seio normal. Este modelo evoluiu com o passar dos anos, porém continua sendo a base para a 47 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório prótese mamária (Arquero, 2010). INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES A mamoplastia de aumento está indicada nos seguintes casos (Ruzzante, 1986): ▪ Mulheres com mamas de volume pequeno e desproporcionais ao resto do corpo e tórax; ▪ Mulheres com mamas de volume médio e que desejam um aumento do volume mamário; ▪ Mulheres com assimetrias (diferenças no tamanho ou formato das mamas); ▪ Para correção de ptose mamária leve; ▪ Para reconstrução da mama após realização de mastectomias. A mamoplastia de aumento é contraindicada em pacientes com ptose acentuada das mamas, a menos que uma mastopexia seja realizada em conjunto ou anteriormente. O cirurgião deve observar também as contraindicações gerais para a cirurgia como a presença de doenças endócrino-metabólicas ou cardiovasculares não controladas (Sucena, 1982). TIPOS DE PRÓTESES DE SILICONE As próteses de silicone são os tipos de implantes mamários mais utilizados nos dias de hoje. Por ser uma substância inerte, o silicone é um componente seguro para o organismo, não existindo maiores riscos e complicações. Pesquisas atuais informam que não há associação do uso de prótese de silicone com neoplasias mamárias ou doenças autoimunes (Sabiston e Lyerly, 1999). Há diversos tipos de próteses de silicone de marcas variadas no mercado atual, e elas se diferenciam em relação ao tamanho, a textura, ao perfil e ao tipo de 48 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório preenchimento (Bioplastica, 2010). Tamanho O volume das próteses de silicone para implante nos seios é medido em centímetros cúbicos (cc) comumente chamados de mililitros (ml). Existe uma grande variação de tamanho entre as próteses, indo desde 60cc até 500cc. Os tamanhos das próteses de silicone geralmente progridem de 30 em 30cc e os mais utilizados estão entre 200cc e 300cc (Bioplastica, 2010). A escolha do tamanho é uma questão delicada, requer entender a paciente e saber o que ela realmente espera da operação. Não há um volume preestabelecido, deve-se procurar obter uma forma que esteja em harmonia com a imagem feminina da paciente. O método utilizado para definir o tamanho da prótese é ir colocando próteses de diversos volumes no sutiã, sem bojo, até encontrar a que melhor se adapte (Micali, 2010). Textura Os tipos de superfície das próteses de silicone foram alterando-se com o passar dos anos em uma tentativa de minimizar os riscos de uma complicação denominada contratura capsular (cápsula fibrosa que se forma ao redor do implante como uma reação de defesa orgânica contra um corpo estranho). Essa contratura pode deformar a prótese alterando a forma da mama. O índice de ocorrência de contratura capsular está relacionado entre outros fatores, à superfície dos implantes de silicone (Bioplastica, 2010). Existem três tipos básicos de superfícies (Bioplastica, 2010): ▪ Prótese lisa: primeiras próteses fabricadas, com maior índice de contratura capsular (5 a 6%). ▪ Prótese de poliuretano: sua superfície é revestida com espuma de 49 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório poliuretano. Apresenta os menores índices de contratura capsular (0,5%) entre as próteses existentes, porém é mais sensível à palpação e possui maiores chances de dobras. Utilizada geralmente após contratura capsular intensa com prótese de silicone texturizada. ▪ Prótese texturizada: prótese desenvolvida na década de 80 e que é a mais utilizada atualmente. Possui superfície com microrrugosidades, visando “quebrar” a formação da cápsula. Apresenta índices menores de contratura capsular do que as próteses lisas (2 a 3%). SUPERFÍCIES DE PRÓTESES DE SILICONE FONTE: Bioplástica, 2010. Perfil Em relação ao perfil, as próteses de silicone podem ser classificadas em (Bioplástica, 2010): ▪ Baixo: possuem uma base mais larga e são mais baixas, sendo mais indicadas quando se deseja uma maior projeção do colo mamário e pouca projeção para frente. ▪ Alto: possuem uma base menor e são mais altas, sendo indicadas quando se deseja maior projeção dos seios para frente sem tanta necessidade de Lisa Poliuretano Texturizadas 50 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório preenchimento do colo mamário. São as mais requisitadas pela maioria das pacientes. ▪ Anatômico: formato “em gota”, indicadas para aquelas pacientes que têm mamas com formas e contornos estéticos e se deseja um aumento proporcional das mesmas. Possui projeção frontal menor que as próteses de silicone de perfil alto. Tipo de preenchimento As próteses de mama podem ser preenchidas com (Bioplástica,2010): ▪ Solução salina: as próteses são inseridas vazias e depois, com uma seringa e soro fisiológico, o cirurgião as preenche até atingir o tamanho de mama desejado. Perfil baixo Perfil alto Perfil anatômico FONTE: Bioplástica, 2010. FONTE: Cupani, 2010. 51 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Bastante utilizada nos E. U. A e no Canadá, possui o inconveniente de se notar esse líquido quando em movimento, ser mais dura e artificial ao toque e possuir o risco de vazamento da solução salina. ▪ Gel de silicone coesivo: preenchimento mais utilizado no mundo. As próteses de mama mais modernas, utilizam gel de silicone coesivo, sendo assim, mesmo que ocorra uma ruptura traumática da prótese, o silicone não irá vazar. À palpação, esse tipo de implante é imperceptível por apresentar densidade e textura similar às do tecido mamário. TIPOS DE PREENCHIMENTO DE PRÓTESES MAMÁRIAS Prótese preenchida por solução salina FONTE: Arquero, 2010. Prótese preenchida por gel coesivo FONTE: Favaret, 2010. 52 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS Vias de acesso Há três vias principais de acesso para a colocação das próteses de mama (Arquero, 2010): ▪ Areolar: geralmente opta-se pela colocação através do bordo inferior da aréola por ser uma zona de contraste nos tons da pele. Recomenda-se às pacientes de pele morena ou aréolas escuras que exponha a cicatriz, mesmo recente, ao sol, já que a cicatriz pigmenta-se rapidamente e fica camuflada. A pacientes de pele branca recomenda-se o contrário, proteger a cicatriz, para que uma vez madura se confunda com a pele adjacente. FONTE: Arquero, 2010. ▪ Axilar: opta-se por esta via quando se implanta próteses de solução salina ou quando a paciente não quer uma incisão areolar. Esta via exige um cuidado especial, não só para não prejudicar as estruturas nobres desta região como também por apresentar certa dificuldade para liberar inserções musculares e hemostasia 53 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ▪ Através do sulco mamário: essa via de acesso produz uma cicatriz de boa qualidade, porém, mais visível que nas duas vias anteriores. Em alguns casos pode ocorrer uma cicatrização hipertrófica ou queloide. Normalmente é utilizada em pacientes com aréolas muito pequenas ou em que as próteses escolhidas são demasiado grandes ACESSO PELO SULCO MAMÁRIO FONTE: Arquero, 2010. Posição das próteses 54 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório As próteses podem ser inseridas acima ou abaixo do músculo peitoral (Micali, 2010). POSICIONAMENTO DAS PRÓTESES FONTE: Cupani, 2010. A via cirúrgica localizada abaixo do músculo é chamada de via submuscular. A posição submuscular diminui a porcentagem de contratura capsular, separa a prótese da glândula e deixa o seio com um aspecto mais natural, já que evita o aspecto artificial do pólo superior e a rigidez do seio. Diminui, ainda, as retrações da cápsula, que se manifestam na pele sob a forma de ondas e facilita o controle por meio da ecografia e mamografia (Micali, 2010). Anestesia A anestesia para a cirurgia de implante de prótese de mama pode ser local com 55 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório sedação venosa, peridural ou anestesia geral. Cada um dos tipos de anestesia apresenta suas vantagens e desvantagens. O médico e o anestesista discutem com a paciente qual a mais conveniente para o caso, de acordo com os resultados dos exames pré-operatórios (Sabiston e Iyerly, 1999). Técnica cirúrgica segundo MICALI (2010). Depois de definida a via de acesso para inclusão do implante de silicone, a pele é incisada no local previamente marcado. A gordura e o tecido mamário são também incisados ACESSO CIRÚRGICO FONTE: Sado et al, 2008. Caso o cirurgião opte pela colocação da prótese acima do músculo peitoral, ele cria um espaço onde será colocada a prótese silicone na mama. Esse espaço é sempre 10 a 20% maior do que o tamanho da prótese de silicone para se evitar a formação de dobras e para que a prótese mamária de silicone possa se acomodar na melhor posição possível. Posteriormente, o cirurgião realiza a hemostasia dos vasos circundantes para que não haja sangramento posterior e a formação de hematomas. O próximo passo é o implante das próteses de silicone nas lojas mamárias previamente descoladas. Após, é realizado o fechamento por planos ate chegar à 56 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório pele. Caso seja escolhida a via submuscular, o cirurgião realiza uma incisão e introduz a prótese abaixo do músculo. INTRODUÇÃO DA PRÓTESE MAMÁRIA FONTE: Sado et al, 2008. Normalmente são colocados drenos de sucção que permanecem por 24 e 72 horas após a intervenção, dependendo do grau de sangramento que a paciente apresenta. Coloca-se também uma venda compressiv de ataduras que é retirada dependendo da evolução, entre 2º e 7º dia. VENDA COMPRESSIVA 57 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório FONTE: Matos, 2010. Após a retirada da venda compressiva é colocado um sutiã especial, que deve ser utilizado ininterruptamente, podendo ser retirado apenas por breves períodos a fim de aliviar a sensação de pressão constante. Todas as suturas são retiradas ao redor do sétimo dia após a cirurgia. A cicatriz é coberta com esparadrapo antialérgico, que deve ser mantido aproximadamente três semanas. SUTIÃ MODELADOR FONTE: Fisiomedic, 2010. 58 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Quando as próteses são introduzidas por via submuscular, recomenda-se o uso de uma faixa elástica no tórax acima das mamas por cerca de um mês. SUTIÃ MODELADOR COM FAIXA TORÁCICA FONTE: Fisiomedic, 2010. CUIDADOS PRÉ e PÓS-OPERATÓRIOS Orientações pré-operatórias Antes da cirurgia, serão realizados exames clínicos e laboratoriais para verificar as condições clínicas gerais da paciente e o risco cirúrgico. Alguns dias antes da intervenção, o cirurgião responsável recomenda a suspensão de medicamentos que contenham salicilatos, uma vez que eles interferem no processo de coagulação sanguínea. A paciente deve manter uma dieta equilibrada e procurar manter-se calma. Nos dias anteriores à cirurgia é conveniente utilizar, na hora do banho, um sabão germicida na área das mamas (Kawasaki, 2010). Sinais e sintomas comuns no pós-operatório Existem sinais e sintomas comuns no período pós-operatório e que podem ser 59 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório aliviados com a utilização de medicamentos e a assistência pós-operatória realizada por profissional habilitado (Arquero, 2010): ▪ Dor no esterno e costelas e sob o sulco do seio, devido ao tratamento realizado sobre a inserção nos músculos destas zonas; ▪ Dor ou desconforto nas mamas de intensidade leve a moderada; ▪ Ligeiro aumento de temperatura (até 38.3ºc) durante as primeiras 48 horas; ▪ Ligeiro sangramento e/ou secreção serossanguinolenta por meio da cicatriz, durante as primeiras 48 horas; ▪ Presença de edema que vai diminuindo progressivamente até o 3º mês após a cirurgia. Cuidados pós-operatórios As pacientes devem ser orientadas sobre os cuidados que devem tomar no período pós-operatório para evitar complicações e atingir o resultado almejado com a intervenção (Freitas, 2010). • Manter repouso absoluto (exceto as atividades indispensáveis,como ir ao banheiro) nos dois primeiros dias. • Manter repouso relativo (evitando esforços desnecessários) por sete dias. • Após os primeiros dez dias decorridos, as atividades de vida diária podem ser gradativamente retomadas. • Recomenda-se a aplicação de compressas geladas no local da cirurgia nas primeiras 24 ou 48 horas, para diminuir a dor, o edema e o sangramento. • Evitar molhar as mamas durante o tempo em que estiver com a venda compressiva. • Quando as cicatrizes estiverem cobertas com esparadrapo antialérgico é permitido tomar banho com água morna. Após, secar o curativo com ar frio. • Dormir ou descansar com a cabeça ligeiramente elevada e em posição supina, evitando posturas laterais. • Manter os braços próximos ao corpo durante as três primeiras semanas, evitando levantar objetos pesados e praticar atividades que exijam o movimento dos 60 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório braços. • Não dirigir durante as duas primeiras semanas nem praticar exercícios violentos até passadas oito semanas. • Massagear os seios para baixo e para dentro, 48h após a cirurgia. COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS DE AUMENTO As complicações das cirurgias de prótese mamária podem ser relacionadas às seguintes variáveis: paciente, mama propriamente dita, prótese, sulco mamário, complexo aréolo-papilar e complicações sistêmicas ou decorrentes da anestesia (Arquero, 2010; Bioplastica, 2010). Complicações relacionadas à insatisfação do paciente As principais complicações relacionadas à insatisfação do paciente são o descontentamento com o tamanho (excessivo ou insuficiente) ou com o resultado estético (altura ou projeção das mamas). Complicações relacionadas à mama propriamente dita As principais complicações relacionadas à mama propriamente dita são as alterações ou assimetrias no tamanho, forma ou posição, atrofia glandular, estiramento excessivo da pele, ptose, ondas cutâneas e evidentes cicatrizes; alterações do sulco mamário (elevação, desabamento, alterações e sulco duplo) e do complexo aréolo-papilar (alterações da posição e retrações). Complicações relacionadas à prótese As principais complicações relacionadas à prótese são: contratura capsular, a laxitude capsular, a ruptura do implante e posição inadequada da prótese. 61 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório ▪ Contratura capsular: principal complicação dos implantes mamários. A presença da prótese de silicone no organismo pode favorecer a formação de uma cápsula fibrosa como reação de defesa orgânica frente a um corpo. Quando essa cápsula torna-se excessivamente grossa, ocasiona a contratura capsular. Essa disfunção pode atingir diversos graus e surgir em qualquer tempo pós-operatório, uni ou bilateralmente. O tratamento da contratura capsular é possível. Inicialmente utilizam-se recursos físicos como massagens e ultrassom para tentar reduzir a fibrose existente. Não resolvendo o problema realiza-se correção cirúrgica através da capsulotomia ou da capsulectomia. Em casos de reincidências, utilizam-se próteses de poliuretano, cujo índice de contratura é mínimo. CÁPSULA FIBROSA FORMADA EM PRÓTESE MAMÁRIA FONTE: Saraceni, 2010. ▪ Laxitude capsular: situação contrária a da contratura capsular. A formação de uma cápsula muito fina impede que suporte o peso da prótese; motivo pelo qual tende a cair verticalmente e deslizar-se lateralmente. A baixa posição da prótese causa um mau posicionamento da glândula mamária. Como prevenção, se na primeira semana do pós-operatório observa-se que a prótese está ligeiramente caída, recomenda-se o uso de sutiã, a fim de criar uma cápsula resistente. Se isto não dá resultado, posteriormente, realiza-se uma capsulorrafia (refaz-se a cavidade, 62 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório levantando o sulco mamário mediante uma sutura com fio não absorvível, para manter a prótese na posição correta). ▪ Ruptura do implante: dificilmente ocorre espontaneamente, porém pode acontecer em decorrência de traumas, contratura capsular severa, manuseio vigoroso da mama ou capsulotomias fechadas. Quando a prótese é preenchida por gel coesivo, a ruptura não é problemática, devendo apenas a prótese ser substituída. Porém, quando a prótese é preenchida por silicone líquido pode haver problemas. A ruptura pode ser intracapsular (normalmente não causam sintomas e são diagnosticadas apenas por exames de imagem) ou extracapsular (provoca uma reação inflamatória ao redor do material vazado (siliconoma), que deve ser prontamente retirado. Quando a prótese é de soro, o diagnóstico é evidente e basta substituir a prótese. ▪ Posição inadequada da prótese: levantamento, deslocamento lateral, medialização excessiva e deslizamento inferior. Complicações sistêmicas ou decorrentes da anestesia As infecções são condições incomuns em mamoplastias. Qualquer ato cirúrgico está sujeito a infecções, porém, normalmente, as mamoplastias são realizadas em alas hospitalares específicas, sem acúmulo de doentes. Quando ocorre uma infecção, é por germes comuns, geralmente provenientes do próprio paciente e que se aproveitam das incisões ou de feridas surgidas durante a recuperação, o que facilita o controle. Podem acarretar cicatrizes, que posteriormente serão corrigidas e sempre aumentam o tempo de recuperação, necessitando-se alterar o tipo de curativo utilizado. Os hematomas estão presentes na maioria das mamoplastias e somente são considerados complicações quando muito extensos. Podem ser evitados, na maioria das vezes, seguindo as instruções de pós-operatório (gelo, uso constante de sutiã adequado, repouso e assistência pós-operatória). Quando são extensos, provocam aumento da dor e do inchaço, podendo necessitar de punções. Em certas ocasiões, podem drenar espontaneamente pelas incisões, levando a sua ruptura, imediatamente corrigida. Sempre retardam a visualização do resultado final, mas quase nunca o 63 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório alteram. CICATRIZES A cicatriz da cirurgia de implante de prótese de silicone nas mamas pode ficar na aréola, embaixo das mamas (inframamária) ou nas axilas. O perfil de cicatrização varia em cada paciente. Uma mesma cirurgia, realizada pelo mesmo cirurgião, com o mesmo tipo e fio de sutura, pode resultar em uma cicatriz imperceptível numa paciente, enquanto em outra poderá gerar uma cicatriz hipertrófica ou queloideana (Bioplástica, 2010). A evolução da cicatriz areolar normalmente é boa, porém deve-se ressaltar que o uso da via areolar implica no risco de diminuição da sensibilidade na região areolar (Bioplástica, 2010). EVOLUÇÃO DA CICATRIZ AREOLAR Dois dias Três meses Seis meses Um a dois anos Linha pouco perceptível Cicatriz mais avermelhada e grossa Redução da vermelhidão Aspecto final da cicatriz FONTE: Bioplástica (2010). A cicatriz inframamária também normalmente é de boa evolução. Tem extensão aproximada de quatro centímetros e fica posicionada logo acima do sulco, para que não fique aparente ao levantar os braços (Bioplástica, 2010). EVOLUÇÃO DA CICATRIZ INFRAMAMÁRIA 64 www.eduhot.com.br Mamoplastia pós-operatório Dois dias Três meses Seis meses Um a dois anos Linha bem marcada Cicatriz mais avermelhada e grossa Redução da vermelhidão Aspecto final da cicatriz FONTE: Bioplástica (2010). RESULTADOS Respeitadas as características de cada paciente, o resultado das mamoplastias de aumento é muito bom, elevando a autoestima das mulheres que se submetem a este tratamento. Em geral a troca do implante é feita após 10 a 20 anos da colocação, tendo como base queixas de dor, endurecimento ou aumento de sensibilidade.
Compartilhar