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Mamoplastia pós-operatório 
Sumário 
 
PELE.......................................................................................................................... 4 
HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) ........................................................................ 7 
ANEXOS DA PELE .................................................................................................... 8 
SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................ 9 
TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO ............................................................... 11 
ÓRGÃOS LINFOIDES ............................................................................................. 16 
CIRCULAÇÃO LINFÁTICA ...................................................................................... 17 
ANATOMIA DAS MAMAS ........................................................................................ 18 
FISIOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA ................................................................. 22 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA MAMA ................................. 23 
REDE LINFÁTICA DAS MAMAS.............................................................................. 26 
MAMOPLASTIAS REPARATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES E 
PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 40 
Tipo de preenchimento ............................................................................................ 50 
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS .......................................................................... 52 
CUIDADOS PRÉ e PÓS-OPERATÓRIOS ............................................................... 58 
COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS DE AUMENTO ............. 60 
CICATRIZES............................................................................................................ 63 
MAMOPLASTIAS DE REDUÇÃO ............................................................................ 65 
HISTÓRICO ............................................................................................................. 65 
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ................................................................. 66 
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS .......................................................................... 66 
CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS ............................................................... 73 
COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS REDUTORAS .............. 74 
CICATRIZES............................................................................................................ 75 
MASTOPEXIA .......................................................................................................... 76 
MAMOPLASTIAS ABLATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES E 
PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 79 
CÂNCER DE MAMA ................................................................................................ 79 
MAMOPLASTIAS ABLATIVAS ................................................................................ 81 
RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA ................................................................................. 85 
RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM EXPANSOR DE PELE ................................... 86 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM MÚSCULO GRANDE DORSAL E PRÓTESE 
DE SILICONE .......................................................................................................... 92 
CORREÇÃO CIRÚRGICA DA GINECOMASTIA ................................................... 102 
AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL E RECURSOS TERAPÊUTICOS EM 
MAMOPLASTIAS ................................................................................................... 105 
AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL EM MAMOPLASTIAS ..................................... 105 
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA .......................................................................... 105 
AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA .......................................................................... 112 
RECURSOS TERAPÊUTICOS EM MAMOPLASTIAS ........................................... 118 
ORIENTAÇÕES DE CUIDADOS GERAIS E POSICIONAMENTO ........................ 118 
MOBILIZAÇÃO DAS PRÓTESES .......................................................................... 122 
DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL (DLM) ............................................................. 122 
MASSAGEM CLÁSSICA ........................................................................................ 175 
MASSAGEM CICATRICIAL ................................................................................... 176 
ELETROTERAPIA ................................................................................................. 178 
ULTRASSOM TERAPÊUTICO (US) ...................................................................... 181 
LASER TERAPÊUTICO ......................................................................................... 184 
CRIOTERAPIA ....................................................................................................... 185 
CINESIOTERAPIA ................................................................................................. 186 
ETAPAS DA ASSISTÊNCIA PÓS-OPERATÓRIA DE MAMOPLASTIAS ESTÉTICAS 
OU REPARADORAS ............................................................................................. 187 
PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO ............................................................................ 188 
PÓS-OPERATÓRIO TARDIO ................................................................................ 189 
PÓS-OPERATÓRIO TARDIO ................................................................................ 192 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 198 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMA TEGUMENTAR 
 
O sistema tegumentar é um complexo sistema de proteção e revestimento do 
organismo humano que se compõe por: pele (epiderme e derme), hipoderme (tela 
subcutânea) e anexos cutâneos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. 
Exerce importantes funções como: proteção do corpo contra o meio ambiente 
(abrasões, perda de líquido, substâncias nocivas e micro- organismos invasores), 
regulação da temperatura corporal por meio das glândulas sudoríparas e vasos 
sanguíneos e promoção da sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas 
terminações sensitivas (Wecker, 2010). 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 
 FONTE: Rodrigues, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O sistema tegumentar caracteriza-se por possuir uma porção de tecido 
epitelial (epiderme) e uma porção de tecido conjuntivo (derme) (Azulay e Azulay, 
1999): 
▪ Tecido epitelial: tipo de tecido orgânico avascular, formado por células 
intimamente unidas, com pouco material intercelular que pode ser classificado em 
duas categorias: epitélio de revestimento (reveste as superfícies do corpo e as 
cavidades em geral) e epitélio glandular (conjunto de células especializadas cuja 
função é a produção e liberação de secreções). 
▪ Tecido conjuntivo: tipo de tecido orgânico vascularizado, caracterizado pela 
presença de diversos tipos celulares, separados por abundante material intercelular. 
A célula principal do tecido conjuntivo é o fibroblasto que têm como função excretar 
colágeno e elastina. O tecido conjuntivo forma o arcabouço que sustenta as partes 
moles, apoiando e ligando os outros tipos de tecido. Pode ser de dois tipos: tecido 
conjuntivo propriamente dito (sem predominância de nenhum elemento constituinte) e 
tecido conjuntivo de propriedades especiais (adiposo, elástico, reticular,mucoso, 
cartilaginoso e ósseo). O tecido conjuntivo possui fibras colágenas, elásticas e 
reticulares que conferem elasticidade, resistência e integridade estrutural a diversos 
órgãos e tecidos. 
 
 PELE 
 
A pele ou cútis é considerada um grande órgão que recobre e protege o 
organismo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas. A 
pele recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular a 
temperatura corporal oferecendo uma grande superfície de dispersão calórica e 
evaporação. Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme (camada 
superficial composta por tecido epitelial) e a derme (camada mais profunda composta 
por tecido conjuntivo denso e irregular) (Junqueira e Carneiro, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APARÊNCIA EXTERNA DA PELE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Wikipédia, 2010. 
 
A epiderme é a superfície mais externa da pele, formada por diversas camadas 
de células sobrepostas. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo, 
chegando a 1,5 mm na região plantar. Compõe-se por cinco estratos: córneo, lúcido, 
granuloso, espinhoso e basal (Sampaio, Castro e Rivitti, 2001). 
 
ESTRATOS DA EPIDERME 
 
 
 FONTE: Codex, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Estrato córneo: é o mais superficial. Embora seja pouco espesso, sua 
capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Esse estrato 
forma uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o organismo 
contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As células mais 
superficiais são continuamente eliminadas e substituídas por células oriundas dos 
estratos mais profundos. 
▪ Estrato lúcido: estrato delgado, claro, brilhante e homogêneo, que está 
ausente nas peles pouco espessas. 
▪ Estrato granuloso: formado por células que já estão em franca 
degeneração. Caracteriza-se por conter grânulos de querato-hialina relacionados ao 
fenômeno de queratinização dos epitélios. 
▪ Estrato espinhoso: composto por células de aspecto espinhoso com 
importante função na manutenção da coesão das células da epiderme e, 
consequentemente na resistência ao atrito. 
▪ Estrato germinativo: estrato mais profundo com intensa atividade mitótica. 
É responsável pela renovação da epiderme, fornecendo células para substituir as que 
são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada 
germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num 
período de 21 a 28 dias. 
A derme é uma espessa camada de tecido conjuntivo, situada abaixo da 
epiderme e acima da hipoderme. Possui fibras elásticas, reticulares e colágenas. 
Apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e inervações. Contêm glândulas 
especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia 
de região para região. Compõe-se por duas camadas: camada papilar (mais externa 
e assim denominada porque possui papilas dérmicas que aumentam a zona de 
contato da derme com a epiderme) e camada reticular (mais espessa e assim 
denominada porque os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se 
como uma rede) (Sampaio, Castro e Rivitti, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAMADAS DA DERME 
 
 
FONTE: Saúde total, 2010. 
 
Entre as principais funções da derme estão: promoção da flexibilidade 
tecidual, proteção contra traumas mecânicos; manutenção da homeostase orgânica, 
armazenamento de sangue para eventuais necessidades primárias do organismo, 
ruborização quando de respostas emocionais, além de ser considerada a segunda 
linha de proteção contrainvasões de micro-organismos, pela ação de leucócitos e 
macrófagos aí existentes (Angélica, 2010). 
 
HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) 
 
A hipoderme ou tela subcutânea está situada logo abaixo da pele e é formada 
por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos 
diferentes indivíduos. A hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas 
subjacentes. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo, dependendo da região 
do corpo. Além da função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função 
de isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e 
preenchimento para a fixação de órgãos. Compõe- se por duas camadas: areolar (é 
 
 
 
 
 
 
 
 
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mais superficial, ricamente irrigada e possui adipócitos globulares e volumosos) e 
lamelar (é mais profunda e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso) 
(Azulay e Azulay, 1999 
 
HIPODERME 
 
 
FONTE: Saúde total, 2010. 
 
 ANEXOS DA PELE 
 
As estruturas anexas da pele são os pelos, as unhas e as glândulas 
sebáceas e sudoríparas (Angélica, 2010): 
▪ Pelos: originam-se de uma invaginação da epiderme (folículo piloso) e estão 
distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões, como nas aberturas do corpo, 
exercem papel de proteção. 
▪ Unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua 
extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o 
eponíquo. Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana. 
▪ Glândulas sebáceas: são encontradas anexas aos pelos em todas as 
regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde 
os pelos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja 
função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida. 
▪ Glândulas sudoríparas: distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número 
 
 
 
 
 
 
 
 
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varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz 
com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e 
fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade 
muscular. 
 
ANEXOS DA PELE 
 
 
 
 FONTE: PEREIRA 2010 
 
 
SISTEMA LINFÁTICO 
 
O sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, por meio da 
qual, líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ao sistema venoso. Trata-se de uma rede complexa de capilares, vasos e troncos 
linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides que produzem e transportam a linfa dos 
tecidos para o sistema circulatório. Caracteriza- se como um importante componente 
do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra 
bactérias e vírus invasores (Wikipédia, 2010). 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO 
 
 
 
FONTE: Zillgitt, 2010. 
 
A linfa é um líquido incolor e viscoso com composição quase igual a do plasma 
 
 
 
 
 
 
 
 
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sanguíneo. Compõe-se principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam 
do sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de 
células sanguíneas. Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu 
escoamento diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo 
alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é 
relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular 
em 24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto 
(Bergmann, 2000). 
 
O sistema linfático exerce três funções básicas (Bergmann, 2000): 
▪ Ativação da resposta inflamatória: para o controle de infecções e defesa 
contra os agentes invasores; 
▪ Reabsorção: retorno do excesso de líquido intersticial e de proteínas à 
corrente sanguínea e a absorção de lipídios; 
▪ Transporte: é seu papel transportar as células mortas ouimunocompetentes, as partículas inorgânicas, às proteínas, os lipídeos, as bactérias, 
os vírus e os produtos do catabolismo. 
 
 TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO 
 
A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos 
vasos pré-coletores, que por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim 
nos troncos linfáticos (Bergmann, 2000). 
Os capilares são os menores vasos condutores do sistema linfático. Possuem 
células endoteliais que se sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se 
tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou 
a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a 
penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior 
do capilar, iniciando a formação da linfa (Bergmann, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FASES DE PREENCHIMENTO E ESVAZIAMENTO DOS CAPILARES 
LINFÁTICOS 
 
 
FONTE: adaptado de Massina e Steffler, 2010. 
 
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os 
capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede 
capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos capilares 
linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as trocas 
líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro 
para fora, como de fora para dentro do vaso (Bergmann, 2000). 
Os vasos pré-coletores possuem estrutura semelhante ao capilares. Seu 
endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga 
juntamente com as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas 
que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras 
colágenas, elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de 
alongamento e contratibilidade (Bergmann, 2000). 
Os vasos coletores linfáticos são os vasos mais calibrosos, possuindo 
 
 
 
 
 
 
 
 
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estrutura semelhante a das grandes veias. Compõem-se por três camadas 
(Bergmann, 2000): 
▪ Túnica íntima: mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam 
numerosas válvulas; 
▪ Túnica média: envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, 
responsáveis pela contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa; 
▪ Túnica adventícia: mais externa e espessa formada por fibras colágenas 
longitudinais e por terminações nervosas. 
 
VASO COLETOR LINFÁTICO 
 
FONTE: CK, 2010. 
 
Os espaços compreendidos entre cada válvula são denominados linfangions. 
O linfangion é considerado a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela 
propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada 
muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas 
as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte (Duque e 
Duque, 2010). 
A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial 
aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e quando estiver 
totalmente cheio, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares da 
túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial. Esse processo acontece 
 
 
 
 
 
 
 
 
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sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico (Duque e 
Duque, 2000). 
 
LINFAGIONS 
 
FONTE: MSD, 2010. 
 
Os troncos linfáticos (coletores terminais) são os vasos de maior calibre que 
recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, 
mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos 
intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, 
subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito (Duque e 
Duque, 2000). 
O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção 
da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna 
do quilo, uma dilatação situada anteriormente á segunda vértebra lombar, onde 
desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda dos 
membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do 
membro superior esquerdo (Duque e Duque, 2000). 
O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno 
anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia 
 
 
 
 
 
 
 
 
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jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que evitam a 
entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e hemitórax 
direito, do pescoço e da cabeça (Duque e Duque, 2000). 
 
DUCTOS LINFÁTICOS 
 
FONTE: CK, 2010. 
 
LINFONODOS 
 
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são aglomerados de tecido endotelial 
revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos 
do sistema linfático. Podem apresentar formas, tamanhos e colorações variadas, 
ocorrendo normalmente em grupos. Estão geralmente situados na face anterior das 
articulações, ao longo do trajeto dos vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e 
nas cavidades torácicas, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são 
abundantes, sendo inclusive palpáveis. O número de linfonodos varia entre as regiões 
e os indivíduos, e seu volume também é variável, sendo relacionado aos processos 
patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido (Rodrigues, 2003). 
Os linfonodos possuem células reticulares, cuja atividade primordial é a 
fagocitose e a pinocitose e as células linfoides, essenciais no mecanismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
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dasreações imunológicas. Desempenham em geral o papel de reguladores da 
corrente linfática. (Rodrigues, 2003). 
 
 
 
LINFONODO 
 
 
FONTE: Pons, 2010. 
 
 ÓRGÃOS LINFOIDES 
 
Os órgãos linfoides são estruturas direta ou indiretamente relacionadas às 
funções do sistema linfático. Nestes locais, acontece a produção de células linfoides 
que agem no combate a agentes agressores diversos. Podem ser classificados em 
(Abbas, 2003): 
 
▪ Primários - medula óssea e timo: locais onde ocorrem as principais fases 
de amadurecimento dos linfócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Secundários - baço e tecidos linfoides (tonsilas): participam efetivamente 
da resposta imune. As células presentes nos órgãos secundários originaram-se nos 
tecidos primários. 
 
 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES 
 
 
 
FONTE: Pyzam, 2010. 
 
 CIRCULAÇÃO LINFÁTICA 
 
Ao contrário do sangue, que é impulsionado pelos vasos por meio da força do 
coração, o sistema linfático não possui uma bomba central, portanto, a linfa depende 
da ação de agentes intrínsecos e extrínsecos para circular. A linfa move-se lentamente 
e sob baixa pressão em razão principalmente à compressão provocada pelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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movimentos dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido por meio dele. A 
contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos capilares 
linfático (Santos, 2010). 
Este fluido é então transportado, progressivamente para os vasos linfáticos 
maiores acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior 
do corpo) e no ducto torácico (para o resto do corpo). Estes ductos desembocam no 
sistema circulatório na veia subclaviana esquerda e direita, onde ocorrem às trocas 
entre os sistemas, circulatório e linfático. A linfa segue dessa forma em direção ao 
abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a urina e as fezes (Santos,2010). 
 
TROCAS SANGUÍNEAS E LINFÁTICAS 
 
 
FONTE: Miguel JR, 2010. 
 
ANATOMIA DAS MAMAS 
 
As mamas são órgãos pares, situados na parede anterior do tórax sobre a 
segunda e a sexta costelas. Tem como limites à borda medial do esterno e o músculo 
grande dorsal lateralmente, a linha axilar anterior ou média, a clavícula superiormente, 
inferiormente e o sulco submamário, podendo, às vezes, atingir a parede abdominal 
superior. Na porção superior, a glândula se estende externamente até a axila. Podem 
 
 
 
 
 
 
 
 
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variar em tamanho e formato de mulher para mulher (Biazus, 2010). 
 
 
 APARÊNCIA EXTERNA DAS MAMAS E LIMITES ANATÔMICOS 
 
 
 
 
 
Cada mama apresenta, externamente, em sua região central, uma aréola e 
uma papila. Na papila mamária existem entre 15 e 20 orifícios ductais (vias de 
drenagem dos lobos mamários). A função fisiológica principal das mamas é a 
 
 
 
 
 
 
 
 
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produção do leite para a amamentação, porém desempenham também função 
erógena, sendo importantes para a sensualidade e beleza da silhueta do corpo 
feminino. O termo seio corresponde ao espaço entre as mamas, que é mais 
pronunciado quanto maior for o volume mamário, e não a mama propriamente dita 
(Biazus, 2010). 
 
APARÊNCIA EXTERNA DAS MAMAS 
 
FONTE: Milman, 2010. 
 
A formação embrionária das mamas ocorre a partir do ectoderma ventral e do 
mesoderma subjacente. O ectoderma dá origem ao sistema ductal, e o mesoderma 
aos tecidos conjuntivo e adiposo. As glândulas mamárias desenvolvem- se ao longo 
das linhas lácteas, que se estendem da futura axila até a futura região inguinal. Após 
o nascimento, as mamas permanecem rudimentares no homem e na mulher 
modificam-se gradativamente induzidas pelos hormônios sexuais femininos (Macea e 
Fregnani, 2006). 
As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido 
glandular, densas e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se 
atrofiando e sendo substituído por tecido gorduroso (Macea e Fregnani, 2006). 
A superfície cutânea da mama é fina, elástica e mais clara, podendo ser dividida 
 
 
 
 
 
 
 
 
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em três regiões: periférica, areolar e papilar (Macea e Fregnani, 2006): 
▪ Periférica: região dotada de glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e 
veias superficiais. 
▪ Areolar: possui tamanho variável entre três e seis centímetros. É 
centralizada, pouco rugosa, rósea ou acastanhada, devido à existência de células 
ricas em pigmentos melânicos. Na aréola encontram-se glândulas sebáceas, 
sudoríparas e areolares acessórias; estas glândulas sebáceas produzem saliências 
na superfície, constituindo os tubérculos de Morgagni, já as glândulas areolares 
acessórias aumentam de volume durante a gestação e passam a ser conhecidas 
como tubérculos de Montgomery. 
▪ Papilar: projeção cilíndrica, erétil, localizada no centro da aréola, 
desprovida de glândulas sebáceas, de onde desembocam de quinze a vinte ductos 
lactíferos dos respectivos lobos da glândula mamária. Possui tamanho variável e é 
revestida por um epitélio escamoso estratificado queratinizado, recoberta por um 
tecido cutâneo espesso e rugoso, onde desembocam os ductos principais. 
 
REGIÕES DA MAMA 
 
FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FISIOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA 
 
O tecido mamário é um parênquima epitelial formado por dois sistemas: o 
lobular e o ductal, envolvidos por tecido conjuntivo fibroso e adiposo, vasos 
sanguíneos, linfáticos e nervos (Baracho, 2002): 
▪ Sistema lobular: formado pelos lobos mamários (unidade anatomofuncional 
da mama), em número de 10 a 20, que são constituídos pelo agrupamento de 
inúmeros lóbulos (pequenas formações saculares reunidas em número de 10 a 100). 
▪ Sistema ductal: constituído por um ducto principal e suas ramificações intra 
e extralobulares (ductos galactóforos). 
 
A GLÂNDULA MAMÁRIA 
 
 
FONTE: Biazus, 2010. 
 
O alvéolo mamário envolve o ducto galactóforo, e ao redor da luz do ducto 
encontram-se as células lactóforas que produzem o leite materno. No mesmo local 
também estão às células mioepiteliais que se contraem espremendo a célula 
galactófora. O leite produzido acumula-se nas ampolas lactóforas (dilatação dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ductos principais) (Francisco, 2010). 
O leite sai dos alvéolos e caminha até o mamilo através dos ductos lactíferos, 
quando ocorre a sucção do bebê. Ao sugar o seio, o recém-nascido estimula as 
terminações nervosas que se localizam abaixo da aréola, enviando um estímulo à 
hipófise, cujo lobo anterior libera a prolactina, e o lobo posterior, a ocitocina (Hospital 
geral, 2010) 
A prolactina (produzida na glândula pituitária anterior) estimula a secreção de 
leite nos alvéolos, em resposta à estimulação da aréola e do mamilo pelo bebê. 
Quando o mamilo é estimulado a prolactina é liberada e inicia-se a produção de leite. 
Quanto mais o bebê estimula a mama, mais leite é produzido. Se existe restrição à 
amamentação, porque o bebê não mama, ou porque é retirado antes de terminar uma 
mamada espontaneamente, a produção pode não ser estimulada adequadamente 
(Amamentar, 2010). 
A ocitocina (produzida na glândula pituitária posterior) é liberada durante a 
amamentação, e provoca a descida do leite através dos ductos até ao mamilo (reflexo 
da descida ou ejeção). Quando o bebê mama, ao tocar com a boca no mamilo e na 
aréola envia mensagens nervosas para a glândula pituitária que libera a ocitocina na 
corrente sanguínea. Isso provoca a contração das células mioepiteliais dos alvéolos e 
a ejeção do leite, que vai provocar um aumento do diâmetro dos ductos lactóforos e o 
movimento do leite para o mamilo (Amamentar, 2010). 
Inicialmente, este reflexo não é condicionado, sendo resposta a um estímulo 
físico, porém depois se torna condicionado, e apenas o choro do bebê pode ser 
suficiente para provocar o fluxo de leite. Se a mãe se encontra deprimida, cansada ou 
com falta de confiança na amamentação o reflexo da ocitocina pode ser inibido, 
embora esta inibição temporária e parcial possa ser revertida (Amamentar, 2010). 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA MAMA 
 
A mama é uma estrutura ricamente irrigada por artérias originadas da artéria 
torácica interna via ramos perfurantes intercostais, que atravessam do segundo ao 
 
 
 
 
 
 
 
 
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quarto espaço intercostal, vascularizando o músculo peitoral maior e a parte medial 
da glândula. Recebe ramos da artéria axilar e ramos cutâneos anteriores e laterais 
das artérias intercostais irrigando a porção superior da mama. As artérias 
intercostais, ramos da aorta e da subclávia também atravessam o grande peitoral 
e irrigam a face profunda da mama. A artéria torácica externa, com origem na região 
da axila, irriga a metade externa da mama (Moore e Dalley, 2007). 
 
 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA MAMA 
 
 
FONTE: Famesp, 2010. 
 
O retorno venoso se dá por três grupos de veias: ramos perfurantes que 
alcançam a veia mamária interna, ramos que chegam diretamente à veia axilar e 
ramos que chegam às veias intercostais (Moore e Dalley, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 DRENAGEM VENOSA DA MAMA 
 
FONTE: Famesp, 2010. 
 
INERVAÇÃO DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS 
 
A mama é inervada pelos ramos da porção anterior dos 2º ao 6º nervos 
intercostais, ramos do plexo cervical e do nervo intercostobraquial. A inervação 
deriva primariamente dos quatro, quinto e sexto nervos intercostais na região superior 
da mama. Parte da pele na metade superior da mama é inervada pelos terceiro e 
quarto ramos do plexo cervical, especificamentedos ramos anterior e medial do nervo 
supraclavicular (Ferrari et al, 2002). 
A extremidade da papila contém inúmeras terminações nervosas sensoriais 
livres e corpúsculos de Meissner. A aréola contém um pequeno número destas 
estruturas. Também são encontrados plexos neuronais ao redor dos folículos pilosos 
da pele que rodeia a aréola e corpúsculos de Pacini. Esta rica inervação sensorial, 
principalmente da aréola e da papila, possui grande importância funcional, já que o 
ato de sucção desencadeia uma série de mecanismos neuro- humorais e nervosos 
que levam a liberação de leite, sendo essencial para a lactação (Ferrari et al, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
c v 
v 
a 
a 
 
 
INERVAÇÃO DA MAMA 
 
FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 
 REDE LINFÁTICA DAS MAMAS 
 
A rede linfática da mama é bastante rica e subdivide-se em (Bergmann, 2000). 
▪ Rede linfática superficial: formam parte de um plexo que drena a linfa de 
toda a área superior da região anterolateral da parede torácica. 
▪ Rede linfática do parênquima glandular: originam-se numa rede 
perilobular seguindo os canais galactóforos em direção às vias axilar, mamária interna 
e infraclavicular transpeitoral, indo essa última em direção à cadeia supraclavicular. 
 
Os linfáticos da mama chegam à axila através de dois troncos coletores 
oriundos do plexo subareolar: o lateral, que recebe colaterais da metade superior da 
a e segue acomp nhando borda do músculo peitoral menor; e o medial, formado por 
nasos procedentes da parte mediana e inferior do plexo subareolar, des vendo através 
de uma curvatura na cavidade superior, contornando a aréola. 
Esses dois coletores são em direção aos linfonodos axilares da mama, onde 
terminam no grupo axilar ou central. 
Embora as vias laterais e mediais ejam res onsáveis pela maior parte da 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a 
drenagem linfática da mama, há duas outras vias que v o diretaente aos linfonodos 
do ápice da axila que são: via transpeitoral, que recebe linfáticos do plexo 
retromamário; e a via retropeitoral, nem sempre existente, compreendendo dois a 
três coletores de drenagem do quadrante superomedial da mama. 
 
DETALHAMENTO DOS LINFONODOS MAMÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1- Peitorais (anteriores) 
2- Subescapulares (posteriores) 
3 – Umerais (laterais) 
4- Centrais 
5- Apicais 
6- Linfonodos claviculares 
7- Veia jugular interna 
8 – Tronco jugular 
9 – Ducto direito 
10 – Tronco broncomediastinal – 
11 – Veia braquiocefálica 
12 – Tronco subclávio 
 
MUSCULATURA DA REGIÃO TORÁCICA 
 
 
FONTE: Moore e Dalley, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
A mama está diretamente relacionada à musculatura da parede torácica e da 
cintura escapular. Os músculos e ossos da cintura escapular e dos membros 
superiores recobrem a parede torácica anterior, lateral e posterior, dessa forma, 
qualquer abordagem na mama irá repercutir funcionalmente sobre a cintura escapular 
e membro superior homolateral (Moore e Dalley, 2007). 
A parede torácica é composta por 12 vértebras torácicas, 12 costelas com 
suas cartilagens costais e o esterno. Os espaços entre as costelas são preenchidos 
pelos músculos intercostais externos e internos. A clavícula é o local de inserção 
dos músculos subclávio e peitoral maior. A escápula situa-se posteriormente, e é 
um ponto importante de fixação dos músculos subescapular na face anterior; na 
borda medial insere-se o músculo serrátil maior; na apófise coracobraquial, insere-
se a porção curta do bíceps e o peitoral menor (Moore e Dalley, 2007). 
 
MUSCULATURA DA REGIÃO TORÁCICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A cavidade axilar une a região cervical, torácica e o membro superior, tendo 
uma função importante sobre os movimentos da articulação do ombro. Além disso, a 
cavidade axilar protege o feixe vasculonervoso axilar que é limitado anteriormente 
pela parede musculoaponeurótica anterior, pelo gradil costal internamente e 
externamente pelo músculo subescapular, grande dorsal e redondo maior (Camargo 
e Marx, 2000). 
Na base da cavidade axilar localiza-se o ligamento suspensório da axila, os 
coletores e nodos linfáticos e a lâmina célulo-adiposa. Esta lâmina é a unidade 
funcional da articulação do ombro, pois permite o deslizamento interescapulotorácico. 
Consiste em uma simples bolsa gordurosa que faz com que todas as estruturas da 
axila deslizem entre si, permitindo os movimentos do ombro (Camargo e Marx, 2000). 
 
CAVIDADE AXILAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Macea e Fregnani, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRAUMA CIRÚRGICO 
 
Qualquer intervenção cirúrgica seja de pequeno, médio ou grande porte, de 
caráter estético ou funcional provoca uma agressão ao organismo vivo, 
desencadeando alterações tanto a nível celular quanto em tecidos e órgãos 
(Sampaio, 2010). 
 
 
 RESPOSTA AO TRAUMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A resposta do organismo ao trauma pode ser classificada em (Sampaio, 
2010): 
▪ Trauma limiar: desencadeia alterações neuroendócrinas e metabólicas do 
organismo frente à iminência do ato cirúrgico (medo, ansiedade, jejum, etc.). Presente 
nos procedimentos cirúrgicos de pequeno porte em que a lesão tecidual é mínima, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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sem regime de hipóxia, sem perda excessiva de líquidos, sem edema e hemorragia 
importante. A recuperação do paciente é espontânea após o fim do estímulo. 
▪ Trauma lesivo: procedimentos cirúrgicos seguidos de edema, hemorragia, 
perda de plasma, hipóxia e hipercapnia. Presente nos procedimentos cirúrgicos de 
médio e grande porte com agressão tecidual. O paciente não se recupera 
espontaneamente, exigindo intervenção pós-operatória. 
▪ Trauma necrotizante: procedimentos realizados em pacientes com anóxia 
tecidual, metabolismo anaeróbico, baixa produção de energia e excesso de ácido 
lático. Quadro de choque, septicemia, peritonite. A intervenção terapêutica é 
imperativa para a recuperação do paciente. 
 
Existem fatores diretamente associados ao trauma cirúrgico em seus períodos 
específicos (Sampaio, 2010): 
▪ Período pré-operatório: jejum, fatores emocionais, depilação e 
contenção. 
▪ Período transoperatório: manipulação dos órgãos e tecidos, hemorragia, 
decúbito prolongado, alterações na temperatura corporal. 
▪ Período pós-operatório: hipovolemia, contenção, jejum, manipulação e 
dor. 
 
 COMPONENTES BIOLÓGICOS DO TRAUMA CIRÚRGICO 
 
Podem ser primários (decorrentes diretamente da ação das forças físicas 
sobre os tecidos), secundários (reações de adaptação ou complicações decorrentes 
das alterações causadas pelos fatores primários) ou associados (não decorrem 
diretamente do trauma, mas influenciam a evolução pós-operatória) (Ribeiro, 2010): 
 
▪ PRIMÁRIOS 
 Lesão tecidual: perda da integridade do tegumento protetor. 
 Perdas sanguíneas: permeabilidade vascular aumentada no local 
traumatizado gerando acúmulo de água, eletrólitos e proteínas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Secreção hormônio antidiurético e aldosterona. 
 Diminuição retorno venoso e débito cardíaco. 
 
▪ SECUNDÁRIOS 
 Alterações endócrinas hormonais 
 Hipermetabolismo: consumo aumentado de oxigênio e aumento da 
atividade de síntese (para a multiplicação celular e geração de colágeno nos tecidos 
traumatizados). 
 Alterações hemodinâmicas: perda de plasma decorrente da sequestração 
de líquidos no local traumatizado,ação de drogas anestésicas sobre o coração e 
circulação periférica e hipotermia. 
 Infecções: a lesão cirúrgica no tegumento pode possibilitar invasões 
microbianas desencadeando abcessos, celulites e repercussões sistêmicas sobre o 
funcionamento do cérebro, pulmões, fígado e rins. 
 Falências orgânicas: lesões em pulmões, rins e coração. 
 
▪ ASSOCIADOS 
 Alterações do ritmo alimentar: a interrupção total ou parcial da alimentação 
obriga que o organismo utilize o metabolismo de proteínas e lipídeos para suprir a 
necessidade energética. 
 Imobilização prolongada: a atrofia acompanha o desuso de grupos 
musculares e provoca catabolismo proteico com consumo de massa muscular. A 
imobilização favorece o acúmulo de secreções pulmonares. 
 Perdas hidroeletrolíticas extrarrenais: perda de componentes eletrolíticos 
por meio de vômitos, diarreias, sondas ou fistulas. 
 Doenças viscerais intercorrentes: complicações em portadores de 
afecções endócrinas, cardiovasculares, renais ou hepáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FASES DA RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA 
 
Ocorrem respostas diversas em cada fase específica do trauma (Ribeiro, 
2010): 
▪ Fase catabólica (injúria): primeira resposta a uma agressão. Inicia com a 
aplicação da anestesia e dura de dois a quatro dias. O paciente normalmente 
apresenta desinteresse pelo meio ambiente, taquicardia, anorexia, redução acentuada 
ou abolição do peristaltismo e febre leve. 
▪ Fase de supressão de atividades endócrinas: fase de transição entre a 
primeira e a última etapa da recuperação que normalmente dura entre um e dois dias. 
O paciente mostra-se mais interessado no ambiente e lúcido, readquire apetite e o 
peristaltismo retorna. Ocorre o aumento da diurese, os batimentos cardíacos e a 
temperatura corporal se normalizam. 
▪ Fase anabólica: é a fase mais longa, durando de duas a cinco semanas. 
O edema traumático começa a ser reabsorvido e os tecidos lesados estão em franca 
regeneração. Ocorre a recuperação do vigor físico. 
 
CICATRIZAÇÃO E REPARO TECIDUAL 
 
Cicatrização é o processo por meio do qual se dá o fechamento de uma lesão 
e cicatriz é a marca resultante do reparo tecidual. O tecido cicatricial distingue-se da 
pele normal circundante pelas seguintes características (Mandelbaum, Santis e 
Mandelbaum, 2003): 
▪ Pouca pigmentação: formação inadequada de melanócitos na epiderme. 
▪ Deficiência de anexos cutâneos: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas. 
▪ Menor elasticidade tecidual. 
▪ Maior tendência a endurecimento e retração. 
 
Estas alterações podem ser mais ou menos acentuadas e contribuem para 
determinar as características estéticas e funcionais das cicatrizes (Mandelbaum et al, 
2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CICATRICIAIS 
 
As feridas podem possuir características agudas ou crônicas (Arquero, 2010): 
▪ Agudas: o processo de cicatrização ocorre de forma ordenada e em tempo 
hábil, com resultado funcional e anatômico satisfatório. 
▪ Crônicas: o processo estaciona na fase inflamatória, o que impede sua 
resolução e a restauração da integridade funcional (úlceras venosas e de decúbito). 
 
A cicatrização, em geral, pode ocorrer de três formas: primária, secundária ou 
terciária (Lopes, 1999; Schmitt, 2010): 
 
▪ Cicatrização primária (1ª intenção): ocorre em feridas limpas e que 
possuem bordas próximas. Caracterizam-se pela pouca perda de tecido e pela 
ausência de exsudato, como normalmente ocorre em incisões cirúrgicas suturadas e 
sem complicações. Teoricamente, produzem cicatrizes pouco visíveis. 
▪ Cicatrização secundária (2ª intenção): ferida aberta. A aproximação das 
superfícies não ocorre pela grande perda de tecidos, ou pela presença de infecção, 
necessitando que o organismo produza grande quantidade de tecido de granulação. 
Neste tipo de cicatrização, há uma tendência à formação de cicatrizes menos 
funcionais. 
▪ Cicatrização terciária (3ª intenção): feridas contaminadas que permanecem 
abertas por um tempo determinado para tratamento local. Após a descontaminação, 
a ferida é fechada por suturas, enxertos ou retalhos. 
 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
O processo de cicatrização pode ser didaticamente subdividido em três fases, 
porém muitas vezes, estas fases se sobrepõem e ocorrem simultaneamente (Arquero, 
2010): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
FONTE: Docstoc, 2010. 
 
▪ Fase inflamatória: fase exsudativa com duração entre um e quatro dias (a 
depender da extensão da área a ser cicatrizada e da natureza da lesão), caracterizada 
por dois processos que buscam limitar a lesão tecidual: a hemostasia e a resposta 
inflamatória aguda. Corresponde à ativação do sistema de coagulação sanguínea e 
à liberação de mediadores químicos (fator de ativação de plaquetas, fator de 
crescimento, serotonina, adrenalina e fatores de complemento). Nesta fase a ferida 
pode apresentar edema, vermelhidão e dor. 
▪ Fase proliferativa: fase regenerativa que pode durar entre cinco e vinte dias. 
É caracterizada pela proliferação de fibroblastos, sob a ação de citocinas que dão 
origem a um processo denominado fibroplasia. Ao mesmo tempo, ocorre a 
proliferação de células endoteliais, com formação de rica vascularização 
(angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação 
▪ Fase de reparo: fase de maturação que inicia no 21º dia e pode durar meses. 
É a última fase do processo de cicatrização. A densidade celular e a vascularização 
da ferida diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas. Ocorre uma 
remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras 
é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da 
cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai 
 
 
 
 
 
 
 
 
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progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa 
claro 
 
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 
 
Existem fatores que podem interferir no processo de cicatrização natural, 
retardando qualquer uma de suas fases. Esses fatores podem ser locais 
(relacionados diretamente à ferida) ou sistêmicos (relacionados ao indivíduo). O 
retardo cicatricial pode ocasionar complicações, causando prejuízos estéticos e 
funcionais (Schimitt, 2010). 
 
▪ Fatores locais: 
 
 Características da ferida: dimensão e profundidade da lesão. Presença de 
secreções, hematomas, edemas e corpos estranhos. 
 Cuidados adotados: tipo de técnica cirúrgica utilizada, material e técnica 
de sutura, curativo. 
 Isquemia tecidual: a falta de oxigenação dificulta a chegada de células 
inflamatórias, à zona lesada, logo vão existir menos fatores que estimulem a 
proliferação dos fibroblastos e a síntese de colágeno. 
 Infecção local: causa mais comum de atraso do processo cicatricial. Quando 
a contaminação bacteriana é grande ou há a presença de estreptococos, o processo 
de cicatrização não ocorre, mesmo com o uso de enxertos ou retalhos. A infecção 
bacteriana prolonga a fase inflamatória e interfere com a epitelização, contração e 
deposição de colágeno. Clinicamente há sinais inflamatórios, geralmente 
acompanhados de pus. Nesses casos, deve-se expor a ferida, com retirada das 
suturas, realizar cuidados locais e antibioticoterapia, se necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Fatores sistêmicos: 
 
 Faixa etária: a idade avançada diminui a resposta inflamatória. 
 Estado nutricional: o estado nutricional interfere em todas as fases da 
cicatrização. A hipoproteinemia diminui a resposta imunológica, síntese de colágeno 
e a função fagocítica. Indivíduos mal nutridos têm dificuldade em formar cicatriz pelaausência de certas proteínas, metais e vitaminas que são importantes para a síntese 
de colágeno. Níveis de albumina inferiores a 2g/dl estão relacionados a uma maior 
incidência de deiscências de suturas. A deficiência de vitamina C está comumente 
associada à falência da cicatrização de feridas. A carência de vitamina A também pode 
prejudicar o processo de cicatrização. A carência de zinco também compromete a fase 
de epitelização das feridas. 
 Doenças crônicas: enfermidades metabólicas sistêmicas podem interferir 
no processo cicatricial. Pacientes portadores de diabetes mellitus têm todas as suas 
fases de cicatrização prejudicadas. Nota-se espessamento da membrana basal dos 
capilares, dificultando a perfusão da microcirculação. Há um aumento da degradação 
do colágeno, além disso, a estrutura do colágeno formado é fraca. A administração de 
insulina pode melhorar o processo cicatricial de diabéticos. Indivíduos obesos também 
apresentam a cicatrização comprometida, provavelmente pelo acúmulo de tecido 
adiposo necrótico e comprometimento da perfusão da ferida. 
 Terapia medicamentosa: medicamentos como anti-inflamatórios, 
antibióticos e quimioterápicos interferem no processo cicatricial. Os glicocorticoides e 
as drogas citotóxicas interferem em todas as fases da cicatrização. As drogas 
utilizadas em quimioterapia devem ser evitadas nos primeiros dias de pós- operatório. 
A radioterapia também compromete a cicatrização, com ruptura de pequenos vasos, 
isquemia e fibrose. 
 Tratamento tópico inadequado: a utilização de sabão tensoativo ou 
antissépticos na lesão cutânea aberta pode ter ação citolítica, afetando a 
permeabilidade da membrana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DISTÚRBIOS CICATRICIAIS 
 
Durante o curso normal do processo de reparo tecidual podem ocorrer 
distúrbios cicatriciais que geram alterações funcionais e estéticas nas cicatrizes 
resultantes de feridas ou intervenções cirúrgicas. Entre os principais distúrbios da 
cicatrização pode-se citar: atrofia cicatricial, cicatriz hipertrófica e queloides 
(Mandelbaum, Santis e Mandelbaum, 2003): 
 
▪ Atrofia cicatricial: o tecido lesado não é inteiramente substituído por tecido 
cicatricial e, portanto, a formação das estruturas dérmicas ocorre de forma incompleta. 
Esse tipo de cicatriz normalmente é funcionalmente ineficiente. 
▪ Cicatriz hipertrófica: caracteriza-se por estender-se de forma saliente 
acima do nível da pele, permanecendo, porém, sempre restrita à área do ferimento. 
Histologicamente caracterizam-se por possuírem um teor mais alto de colágeno e 
proteoglicanos. Porém, as causas da formação excessiva desses componentes 
matriciais extracelulares por fibroblastos ainda não estão esclarecidas. A hipertrofia 
cicatricial é mais frequente em regiões de feridas submetidas a forças de tração 
elevadas. Isso ocorre principalmente nas feridas em posição transversal às principais 
linhas de tensão. 
▪ Queloide: lesão proliferativa, formada por tecido de cicatrização fibroso. 
Diferentemente da cicatriz hipertrófica, estende-se além dos limites do ferimento 
original, infiltrando-se no tecido sadio adjacente. Inicialmente é avermelhado 
tornando-se, mais tarde, escurecido. Geralmente se forma tardiamente (até 12 meses 
após a lesão). Em seu quadro histológico predominam cordões de colágeno 
hialinizados. Existem fatores predisponentes para a sua formação: histórico familiar, 
retardo cicatricial (infecções, seromas, tensão excessiva na ferida), raça negra, área 
corporal (tórax, ombros e orelhas). O tratamento do queloide é muitas vezes difícil, 
sendo frequente o seu retorno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
 
MAMOPLASTIAS REPARATIVAS: TÉCNICAS CIRÚRGICAS, INDICAÇÕES 
E PROCEDIMENTOS 
 
DISFUNÇÕES ESTÉTICAS DAS MAMAS 
 
As principais disfunções estéticas das mamas incluem as alterações de 
tamanho (hipomastia e hipertrofia mamária), as ptoses, e as assimetrias (Arquero, 
2010). 
 
ALTERAÇÕES DE TAMANHO 
 
Em relação ao tamanho, a mama pode ser classificada em (Milman, 2010): 
 
▪ Pequena (hipomastia): mamas com peso inferior a 300g. 
▪ Média: mamas com peso entre 300 a 600g. 
▪ Grande: mamas com peso entre 600 e 1200g 
▪ Gigante (gigantomastia): mamas com peso acima de 1200g 
 
TAMANHO DAS MAMAS: HIPOMASTIA (ESQUERDA) E GIGANTOMASTIA 
(DIREITA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
 
FONTE: Arquero, 2010. 
 
O volume excessivo dos seios (hipertrofia mamária) pode ser um sintoma 
isolado, principalmente em pacientes jovens (hipertrofia juvenil) ou seguido de seios 
caídos (hipertrofia com ptose) em mulheres com mais idade. Geralmente se deve ao 
desenvolvimento exagerado da glândula mamária ou tecido adiposo e provoca 
displasia mamária e dificuldade ou incapacidade de amamentar (Arquero, 2010). 
 
A hipertrofia mamária pode ser classificada em graus (Arquero, 2010): 
 
▪ Grau I: aumento da mama sem sintomatologia física associada; 
▪ Grau II: aumento da mama associado à sintomatologia física, como dor nas 
costas ou alterações funcionais na coluna vertebral; 
▪ Grau III: sintomas físicos exacerbados e mamas com peso superior a 
1200g. 
 
A hipomastia é corrigida por meio da inclusão de próteses mamárias e a 
hipertrofia mamária através da mamoplastia redutora associada ou não à 
mastopexia (Arquero, 2010). 
 
PTOSE MAMÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
Com o decorrer dos anos, as mamas sofrem modificações na forma e na 
função. A caída da mama denomina-se ptose mamária, e pode ser decorrente do 
excesso de peso da glândula, da flacidez exagerada da pele, do processo natural de 
envelhecimento ou de uma somatória desses fatores (Arquero, 2010). 
Em relação ao grau de ptose, a mama pode ser classificada em (Milman, 
2010): 
 
▪ Pseudoptose: parte da mama projetada abaixo do sulco inframamário, 
porém, o mamilo está acima do sulco. 
▪ Leve: mamilo na mesma altura do sulco inframamário. 
▪ Moderada: mamilo abaixo do sulco inframamário, mas acima da maior 
parte da porção inferior da mama. 
▪ Severa: mamilo é o ponto mais baixo da mama. 
GRAUS DE PTOSE DAS MAMAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ptose mamária é corrigida por meio da mastopexia. Frequentemente esse 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
procedimento é realizado em conjunto com a mamoplastia redutora (Arquero, 2010). 
ASSIMETRIAS 
 
Todas as mulheres possuem certa assimetria em relação ao tamanho e 
posicionamento das mamas. Porém, em alguns casos, essa assimetria torna-se muito 
evidente e passa a provocar na mulher uma visão distorcida do seu próprio corpo e 
da feminilidade, especialmente na adolescência. A assimetria pode ser de origem 
congênita ou adquirida, apresentar-se em diferentes graus e afetar o tamanho, a forma 
e a posição das mamas (Arquero, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquero, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
As assimetrias adquiridas podem ser decorrentes de alterações torácicas e na 
coluna vertebral, da presença de mamas tuberosas, na Síndrome de Poland, em 
pacientes que, na adolescência, sofreram queimaduras, infecções, cirurgias ou 
traumatismos no botão mamário (que alterou o posterior desenvolvimento), e nas 
pacientes que sofreram mastectomia (Arquero, 2010). 
 
MAMA TUBEROSA (TUBULAR) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A correção de uma grave assimetria mamária pode requerer um aumento 
mamário em uma mama e a redução da contralateral, sendo, provavelmente, uma das 
operações mais complexas, devido à diferente evolução de cada mama. Assimetrias 
moderadas podem ser compensadas mediante utilização de próteses de diferente 
volume e projeção. Não é aconselhávelcorrigir assimetrias leves (Arquero, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
MAMOPLASTIAS 
 
As mamoplastias são intervenções cirúrgicas que buscam corrigir ou melhorar 
disfunções estéticas da mama congênitas ou adquiridas por tratamentos cirúrgicos, 
alterações hormonais ou anatômicas (Sucena, 1982). 
São o segundo tipo de cirurgia plástica eletiva mais realizadas no Brasil, 
perdendo somente para as lipoaspirações e podem ser classificadas em (Costa, 
2010): 
 
▪ Reparativas: objetivam reparar a mama que teve sua forma alterada. 
→ Mamoplastias de aumento; 
→ Mamoplastias de redução; 
→ Mastopexias. 
 
▪ Reconstrutivas: objetivam reconstruir a mama ausente congenitamente 
ou perdida em tratamentos cirúrgicos. 
 
Em geral, são procedimentos que devolvem a mulher a autoestima perdida, 
alcançando resultados satisfatórios e duradouros (Costa, 2010). 
 
RESULTADO ESTÉTICO DE MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO E MASTOPEXIA 
 
FONTE: Kawasaki, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
MAMOPLASTIAS DE AUMENTO (INCLUSÃO DE PRÓTESE) 
 
Com o avanço das técnicas cirúrgicas para o aumento das mamas, esse 
procedimento tornou-se um dos mais procurados no consultório da maioria dos 
cirurgiões plásticos. As mamoplastias de aumento beneficiam pacientes 
incomodadas pelo tamanho reduzido das suas mamas ou cuja perda de peso ou 
gravidez alterou a forma e tamanho das mamas, além de portadoras de assimetrias 
mamárias (Ruzzante, 1986). 
 
HISTÓRICO 
 
O tratamento da hipomastia teve início no fim do século passado, quando 
alguns cirurgiões tentaram remediar a falta de volume mamário mediante colocação 
dos mais diversos tipos de materiais (parafina, cera, bolas de vidro e cartilagens). Com 
o advento da indústria química houve a tentativa da colocação de outras substâncias 
(como o polietileno, polivinil e teflon). Porém, os casos de intolerância se repetiram, e 
os profissionais foram obrigados a retirar praticamente todos os implantes. O corpo 
estranho era gradativamente invadido por tecido fibroso e transformava-se em uma 
massa dura e dolorosa para a paciente (Arquero, 2010). 
A descoberta dos silicones reascendeu a expectativa de um implante mamário 
viável. Inicialmente, tentou-se utilizar o silicone na forma líquida, porém, além das 
dificuldades decorrentes da mobilidade incontrolável da substância, verificou-se a 
possibilidade de efeitos danosos ao organismo como o desencadeamento de embolia 
pulmonar e cerebral, fístulas, alergias, aumento da possibilidade de neoplasias. Logo, 
a aplicação de silicone líquido ou gelatinoso foi contraindicada (Arquero, 2010). 
Cronin e Gerow apresentaram em 1963 um novo modelo de próteses 
mamárias que consistia em uma bolsa cujas paredes eram formadas por uma fina 
lâmina de silicone sólido, preenchida por silicone gelatinoso. Com esse tipo de 
prótese, conseguiu-se evitar os graves problemas que o silicone líquido produzia e, 
ao mesmo tempo, reproduzir a forma, o volume e a consistência de um seio normal. 
Este modelo evoluiu com o passar dos anos, porém continua sendo a base para a 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
prótese mamária (Arquero, 2010). 
 
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES 
 
A mamoplastia de aumento está indicada nos seguintes casos (Ruzzante, 
1986): 
 
▪ Mulheres com mamas de volume pequeno e desproporcionais ao resto do 
corpo e tórax; 
▪ Mulheres com mamas de volume médio e que desejam um aumento do 
volume mamário; 
▪ Mulheres com assimetrias (diferenças no tamanho ou formato das mamas); 
▪ Para correção de ptose mamária leve; 
▪ Para reconstrução da mama após realização de mastectomias. 
 
 
A mamoplastia de aumento é contraindicada em pacientes com ptose 
acentuada das mamas, a menos que uma mastopexia seja realizada em conjunto ou 
anteriormente. O cirurgião deve observar também as contraindicações gerais para a 
cirurgia como a presença de doenças endócrino-metabólicas ou cardiovasculares não 
controladas (Sucena, 1982). 
 
TIPOS DE PRÓTESES DE SILICONE 
 
As próteses de silicone são os tipos de implantes mamários mais utilizados nos 
dias de hoje. Por ser uma substância inerte, o silicone é um componente seguro para 
o organismo, não existindo maiores riscos e complicações. Pesquisas atuais informam 
que não há associação do uso de prótese de silicone com neoplasias mamárias ou 
doenças autoimunes (Sabiston e Lyerly, 1999). 
Há diversos tipos de próteses de silicone de marcas variadas no mercado atual, 
e elas se diferenciam em relação ao tamanho, a textura, ao perfil e ao tipo de 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
preenchimento (Bioplastica, 2010). 
 
Tamanho 
 
O volume das próteses de silicone para implante nos seios é medido em 
centímetros cúbicos (cc) comumente chamados de mililitros (ml). Existe uma grande 
variação de tamanho entre as próteses, indo desde 60cc até 500cc. Os tamanhos das 
próteses de silicone geralmente progridem de 30 em 30cc e os mais utilizados estão 
entre 200cc e 300cc (Bioplastica, 2010). 
A escolha do tamanho é uma questão delicada, requer entender a paciente e 
saber o que ela realmente espera da operação. Não há um volume preestabelecido, 
deve-se procurar obter uma forma que esteja em harmonia com a imagem feminina 
da paciente. O método utilizado para definir o tamanho da prótese é ir colocando 
próteses de diversos volumes no sutiã, sem bojo, até encontrar a que melhor se 
adapte (Micali, 2010). 
 
Textura 
 
Os tipos de superfície das próteses de silicone foram alterando-se com o passar 
dos anos em uma tentativa de minimizar os riscos de uma complicação denominada 
contratura capsular (cápsula fibrosa que se forma ao redor do implante como uma 
reação de defesa orgânica contra um corpo estranho). Essa contratura pode deformar 
a prótese alterando a forma da mama. O índice de ocorrência de contratura capsular 
está relacionado entre outros fatores, à superfície dos implantes de silicone 
(Bioplastica, 2010). 
 
Existem três tipos básicos de superfícies (Bioplastica, 2010): 
 
▪ Prótese lisa: primeiras próteses fabricadas, com maior índice de contratura 
capsular (5 a 6%). 
▪ Prótese de poliuretano: sua superfície é revestida com espuma de 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
poliuretano. Apresenta os menores índices de contratura capsular (0,5%) entre as 
próteses existentes, porém é mais sensível à palpação e possui maiores chances de 
dobras. Utilizada geralmente após contratura capsular intensa com prótese de silicone 
texturizada. 
▪ Prótese texturizada: prótese desenvolvida na década de 80 e que é a mais 
utilizada atualmente. Possui superfície com microrrugosidades, visando “quebrar” a 
formação da cápsula. Apresenta índices menores de contratura capsular do que as 
próteses lisas (2 a 3%). 
 
SUPERFÍCIES DE PRÓTESES DE SILICONE 
 
FONTE: Bioplástica, 2010. 
 
Perfil 
 
Em relação ao perfil, as próteses de silicone podem ser classificadas em 
(Bioplástica, 2010): 
 
▪ Baixo: possuem uma base mais larga e são mais baixas, sendo mais 
indicadas quando se deseja uma maior projeção do colo mamário e pouca projeção 
para frente. 
▪ Alto: possuem uma base menor e são mais altas, sendo indicadas quando 
se deseja maior projeção dos seios para frente sem tanta necessidade de 
Lisa Poliuretano Texturizadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
preenchimento do colo mamário. São as mais requisitadas pela maioria das pacientes. 
▪ Anatômico: formato “em gota”, indicadas para aquelas pacientes que têm 
mamas com formas e contornos estéticos e se deseja um aumento proporcional das 
mesmas. Possui projeção frontal menor que as próteses de silicone de perfil alto. 
 
 
Tipo de preenchimento 
 
As próteses de mama podem ser preenchidas com (Bioplástica,2010): 
▪ Solução salina: as próteses são inseridas vazias e depois, com uma seringa 
e soro fisiológico, o cirurgião as preenche até atingir o tamanho de mama desejado. 
Perfil baixo Perfil alto Perfil anatômico 
FONTE: Bioplástica, 2010. 
FONTE: Cupani, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
Bastante utilizada nos E. U. A e no Canadá, possui o inconveniente de se notar esse 
líquido quando em movimento, ser mais dura e artificial ao toque e possuir o risco de 
vazamento da solução salina. 
▪ Gel de silicone coesivo: preenchimento mais utilizado no mundo. As 
próteses de mama mais modernas, utilizam gel de silicone coesivo, sendo assim, 
mesmo que ocorra uma ruptura traumática da prótese, o silicone não irá vazar. À 
palpação, esse tipo de implante é imperceptível por apresentar densidade e textura 
similar às do tecido mamário. 
 
TIPOS DE PREENCHIMENTO DE PRÓTESES MAMÁRIAS 
 
Prótese preenchida por solução salina 
 
FONTE: Arquero, 2010. 
Prótese preenchida por gel coesivo 
 
FONTE: Favaret, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS 
 
Vias de acesso 
 
Há três vias principais de acesso para a colocação das próteses de mama 
(Arquero, 2010): 
▪ Areolar: geralmente opta-se pela colocação através do bordo inferior da 
aréola por ser uma zona de contraste nos tons da pele. Recomenda-se às pacientes 
de pele morena ou aréolas escuras que exponha a cicatriz, mesmo recente, ao sol, já 
que a cicatriz pigmenta-se rapidamente e fica camuflada. A pacientes de pele branca 
recomenda-se o contrário, proteger a cicatriz, para que uma vez madura se confunda 
com a pele adjacente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquero, 2010. 
 
▪ Axilar: opta-se por esta via quando se implanta próteses de solução salina 
ou quando a paciente não quer uma incisão areolar. Esta via exige um cuidado 
especial, não só para não prejudicar as estruturas nobres desta região como também 
por apresentar certa dificuldade para liberar inserções musculares e hemostasia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Através do sulco mamário: essa via de acesso produz uma cicatriz de 
boa qualidade, porém, mais visível que nas duas vias anteriores. Em alguns casos 
pode ocorrer uma cicatrização hipertrófica ou queloide. Normalmente é utilizada em 
pacientes com aréolas muito pequenas ou em que as próteses escolhidas são 
demasiado grandes 
 
ACESSO PELO SULCO MAMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquero, 2010. 
 
 
Posição das próteses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
As próteses podem ser inseridas acima ou abaixo do músculo peitoral (Micali, 
2010). 
 
 POSICIONAMENTO DAS PRÓTESES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Cupani, 2010. 
 
A via cirúrgica localizada abaixo do músculo é chamada de via submuscular. A 
posição submuscular diminui a porcentagem de contratura capsular, separa a prótese 
da glândula e deixa o seio com um aspecto mais natural, já que evita o aspecto artificial 
do pólo superior e a rigidez do seio. Diminui, ainda, as retrações da cápsula, que se 
manifestam na pele sob a forma de ondas e facilita o controle por meio da ecografia e 
mamografia (Micali, 2010). 
 
Anestesia 
 
A anestesia para a cirurgia de implante de prótese de mama pode ser local com 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
sedação venosa, peridural ou anestesia geral. Cada um dos tipos de anestesia 
apresenta suas vantagens e desvantagens. O médico e o anestesista discutem com 
a paciente qual a mais conveniente para o caso, de acordo com os resultados dos 
exames pré-operatórios (Sabiston e Iyerly, 1999). 
Técnica cirúrgica segundo MICALI (2010). 
Depois de definida a via de acesso para inclusão do implante de silicone, a pele 
é incisada no local previamente marcado. A gordura e o tecido mamário são também 
incisados 
 
 ACESSO CIRÚRGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Sado et al, 2008. 
 
Caso o cirurgião opte pela colocação da prótese acima do músculo peitoral, ele 
cria um espaço onde será colocada a prótese silicone na mama. Esse espaço é 
sempre 10 a 20% maior do que o tamanho da prótese de silicone para se evitar a 
formação de dobras e para que a prótese mamária de silicone possa se acomodar na 
melhor posição possível. Posteriormente, o cirurgião realiza a hemostasia dos vasos 
circundantes para que não haja sangramento posterior e a formação de hematomas. 
O próximo passo é o implante das próteses de silicone nas lojas mamárias 
previamente descoladas. Após, é realizado o fechamento por planos ate chegar à 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
pele. Caso seja escolhida a via submuscular, o cirurgião realiza uma incisão e introduz 
a prótese abaixo do músculo. 
 
 INTRODUÇÃO DA PRÓTESE MAMÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Sado et al, 2008. 
 
Normalmente são colocados drenos de sucção que permanecem por 24 e 72 
horas após a intervenção, dependendo do grau de sangramento que a paciente 
apresenta. Coloca-se também uma venda compressiv de ataduras que é retirada 
dependendo da evolução, entre 2º e 7º dia. 
 
 
 
VENDA COMPRESSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
 
FONTE: Matos, 2010. 
 
Após a retirada da venda compressiva é colocado um sutiã especial, que deve 
ser utilizado ininterruptamente, podendo ser retirado apenas por breves períodos a fim 
de aliviar a sensação de pressão constante. 
Todas as suturas são retiradas ao redor do sétimo dia após a cirurgia. A cicatriz 
é coberta com esparadrapo antialérgico, que deve ser mantido aproximadamente três 
semanas. 
 
SUTIÃ MODELADOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fisiomedic, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
Quando as próteses são introduzidas por via submuscular, recomenda-se o uso 
de uma faixa elástica no tórax acima das mamas por cerca de um mês. 
 
SUTIÃ MODELADOR COM FAIXA TORÁCICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fisiomedic, 2010. 
 
CUIDADOS PRÉ e PÓS-OPERATÓRIOS 
 
Orientações pré-operatórias 
 
Antes da cirurgia, serão realizados exames clínicos e laboratoriais para verificar 
as condições clínicas gerais da paciente e o risco cirúrgico. Alguns dias antes da 
intervenção, o cirurgião responsável recomenda a suspensão de medicamentos que 
contenham salicilatos, uma vez que eles interferem no processo de coagulação 
sanguínea. A paciente deve manter uma dieta equilibrada e procurar manter-se calma. 
Nos dias anteriores à cirurgia é conveniente utilizar, na hora do banho, um sabão 
germicida na área das mamas (Kawasaki, 2010). 
 
Sinais e sintomas comuns no pós-operatório 
 
Existem sinais e sintomas comuns no período pós-operatório e que podem ser 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
aliviados com a utilização de medicamentos e a assistência pós-operatória realizada 
por profissional habilitado (Arquero, 2010): 
▪ Dor no esterno e costelas e sob o sulco do seio, devido ao tratamento 
realizado sobre a inserção nos músculos destas zonas; 
▪ Dor ou desconforto nas mamas de intensidade leve a moderada; 
▪ Ligeiro aumento de temperatura (até 38.3ºc) durante as primeiras 48 horas; 
▪ Ligeiro sangramento e/ou secreção serossanguinolenta por meio da 
cicatriz, durante as primeiras 48 horas; 
▪ Presença de edema que vai diminuindo progressivamente até o 3º mês após 
a cirurgia. 
 
Cuidados pós-operatórios 
 
As pacientes devem ser orientadas sobre os cuidados que devem tomar no 
período pós-operatório para evitar complicações e atingir o resultado almejado com a 
intervenção (Freitas, 2010). 
• Manter repouso absoluto (exceto as atividades indispensáveis,como ir ao 
banheiro) nos dois primeiros dias. 
• Manter repouso relativo (evitando esforços desnecessários) por sete dias. 
• Após os primeiros dez dias decorridos, as atividades de vida diária podem 
ser gradativamente retomadas. 
• Recomenda-se a aplicação de compressas geladas no local da cirurgia nas 
primeiras 24 ou 48 horas, para diminuir a dor, o edema e o sangramento. 
• Evitar molhar as mamas durante o tempo em que estiver com a venda 
compressiva. 
• Quando as cicatrizes estiverem cobertas com esparadrapo antialérgico é 
permitido tomar banho com água morna. Após, secar o curativo com ar frio. 
• Dormir ou descansar com a cabeça ligeiramente elevada e em posição 
supina, evitando posturas laterais. 
• Manter os braços próximos ao corpo durante as três primeiras semanas, 
evitando levantar objetos pesados e praticar atividades que exijam o movimento dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
braços. 
• Não dirigir durante as duas primeiras semanas nem praticar exercícios 
violentos até passadas oito semanas. 
• Massagear os seios para baixo e para dentro, 48h após a cirurgia. 
 
COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE MAMOPLASTIAS DE AUMENTO 
 
As complicações das cirurgias de prótese mamária podem ser relacionadas às 
seguintes variáveis: paciente, mama propriamente dita, prótese, sulco mamário, 
complexo aréolo-papilar e complicações sistêmicas ou decorrentes da anestesia 
(Arquero, 2010; Bioplastica, 2010). 
 
Complicações relacionadas à insatisfação do paciente 
 
As principais complicações relacionadas à insatisfação do paciente são o 
descontentamento com o tamanho (excessivo ou insuficiente) ou com o resultado 
estético (altura ou projeção das mamas). 
 
Complicações relacionadas à mama propriamente dita 
 
As principais complicações relacionadas à mama propriamente dita são as 
alterações ou assimetrias no tamanho, forma ou posição, atrofia glandular, 
estiramento excessivo da pele, ptose, ondas cutâneas e evidentes cicatrizes; 
alterações do sulco mamário (elevação, desabamento, alterações e sulco duplo) e do 
complexo aréolo-papilar (alterações da posição e retrações). 
 
Complicações relacionadas à prótese 
 
As principais complicações relacionadas à prótese são: contratura capsular, a 
laxitude capsular, a ruptura do implante e posição inadequada da prótese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
▪ Contratura capsular: principal complicação dos implantes mamários. A 
presença da prótese de silicone no organismo pode favorecer a formação de uma 
cápsula fibrosa como reação de defesa orgânica frente a um corpo. Quando essa 
cápsula torna-se excessivamente grossa, ocasiona a contratura capsular. Essa 
disfunção pode atingir diversos graus e surgir em qualquer tempo pós-operatório, uni 
ou bilateralmente. O tratamento da contratura capsular é possível. Inicialmente 
utilizam-se recursos físicos como massagens e ultrassom para tentar reduzir a fibrose 
existente. Não resolvendo o problema realiza-se correção cirúrgica através da 
capsulotomia ou da capsulectomia. Em casos de reincidências, utilizam-se próteses 
de poliuretano, cujo índice de contratura é mínimo. 
 
CÁPSULA FIBROSA FORMADA EM PRÓTESE MAMÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Saraceni, 2010. 
 
▪ Laxitude capsular: situação contrária a da contratura capsular. A 
formação de uma cápsula muito fina impede que suporte o peso da prótese; motivo 
pelo qual tende a cair verticalmente e deslizar-se lateralmente. A baixa posição da 
prótese causa um mau posicionamento da glândula mamária. Como prevenção, se na 
primeira semana do pós-operatório observa-se que a prótese está ligeiramente caída, 
recomenda-se o uso de sutiã, a fim de criar uma cápsula resistente. Se isto não dá 
resultado, posteriormente, realiza-se uma capsulorrafia (refaz-se a cavidade, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
levantando o sulco mamário mediante uma sutura com fio não absorvível, para manter 
a prótese na posição correta). 
▪ Ruptura do implante: dificilmente ocorre espontaneamente, porém pode 
acontecer em decorrência de traumas, contratura capsular severa, manuseio vigoroso 
da mama ou capsulotomias fechadas. Quando a prótese é preenchida por gel coesivo, 
a ruptura não é problemática, devendo apenas a prótese ser substituída. Porém, 
quando a prótese é preenchida por silicone líquido pode haver problemas. A ruptura 
pode ser intracapsular (normalmente não causam sintomas e são diagnosticadas 
apenas por exames de imagem) ou extracapsular (provoca uma reação inflamatória 
ao redor do material vazado (siliconoma), que deve ser prontamente retirado. Quando 
a prótese é de soro, o diagnóstico é evidente e basta substituir a prótese. 
▪ Posição inadequada da prótese: levantamento, deslocamento lateral, 
medialização excessiva e deslizamento inferior. 
 
Complicações sistêmicas ou decorrentes da anestesia 
 
As infecções são condições incomuns em mamoplastias. Qualquer ato 
cirúrgico está sujeito a infecções, porém, normalmente, as mamoplastias são 
realizadas em alas hospitalares específicas, sem acúmulo de doentes. Quando ocorre 
uma infecção, é por germes comuns, geralmente provenientes do próprio paciente e 
que se aproveitam das incisões ou de feridas surgidas durante a recuperação, o que 
facilita o controle. Podem acarretar cicatrizes, que posteriormente serão corrigidas e 
sempre aumentam o tempo de recuperação, necessitando-se alterar o tipo de curativo 
utilizado. 
Os hematomas estão presentes na maioria das mamoplastias e somente são 
considerados complicações quando muito extensos. Podem ser evitados, na maioria 
das vezes, seguindo as instruções de pós-operatório (gelo, uso constante de sutiã 
adequado, repouso e assistência pós-operatória). Quando são extensos, provocam 
aumento da dor e do inchaço, podendo necessitar de punções. Em certas ocasiões, 
podem drenar espontaneamente pelas incisões, levando a sua ruptura, imediatamente 
corrigida. Sempre retardam a visualização do resultado final, mas quase nunca o 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
alteram. 
CICATRIZES 
 
A cicatriz da cirurgia de implante de prótese de silicone nas mamas pode ficar 
na aréola, embaixo das mamas (inframamária) ou nas axilas. O perfil de cicatrização 
varia em cada paciente. Uma mesma cirurgia, realizada pelo mesmo cirurgião, com o 
mesmo tipo e fio de sutura, pode resultar em uma cicatriz imperceptível numa 
paciente, enquanto em outra poderá gerar uma cicatriz hipertrófica ou queloideana 
(Bioplástica, 2010). 
A evolução da cicatriz areolar normalmente é boa, porém deve-se ressaltar que 
o uso da via areolar implica no risco de diminuição da sensibilidade na região areolar 
(Bioplástica, 2010). 
 
 EVOLUÇÃO DA CICATRIZ AREOLAR 
 
Dois dias Três meses Seis meses Um a dois anos 
Linha pouco 
perceptível 
Cicatriz mais 
avermelhada e 
grossa 
Redução da 
vermelhidão 
Aspecto final da 
cicatriz 
 
FONTE: Bioplástica (2010). 
 
A cicatriz inframamária também normalmente é de boa evolução. Tem 
extensão aproximada de quatro centímetros e fica posicionada logo acima do sulco, 
para que não fique aparente ao levantar os braços (Bioplástica, 2010). 
 
EVOLUÇÃO DA CICATRIZ INFRAMAMÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mamoplastia pós-operatório 
 
Dois dias Três meses Seis meses Um a dois anos 
Linha bem marcada Cicatriz mais 
avermelhada e 
grossa 
Redução da 
vermelhidão 
Aspecto final da 
cicatriz 
 
 
FONTE: Bioplástica (2010). 
 
RESULTADOS 
 
Respeitadas as características de cada paciente, o resultado das mamoplastias 
de aumento é muito bom, elevando a autoestima das mulheres que se submetem a 
este tratamento. Em geral a troca do implante é feita após 10 a 20 anos da colocação, 
tendo como base queixas de dor, endurecimento ou aumento de sensibilidade.

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