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Quadro periódico: histórico e características organizacionais Química Inorgânica A Prof. Hemerson Nascimento Robert Boyle (1661) – elaborou o primeiro conceito de elemento com base experimental: “um conjunto de átomos que têm o mesmo número de prótons em seu núcleo, ou seja, o mesmo número atômico (Z)”. Dimitri Ivanovich Mendeleev (1869) – organizou fichas descritivas das propriedades de 50 elementos em ordem crescente de massa atômica. Na mesma época, Julius Lothar Meyer apresentou trabalho semelhante. A NATUREZA É UM QUEBRA-CABEÇA Alguns anos depois, Henry Moseley percebeu que as propriedades dos elementos estavam mais ligadas ao número atômico que à massa. Lei periódica “As propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas dos seus números atômicos”. Tabela periódica moderna – IUPAC Tabela periódica moderna – IUPAC 2 Tabela periódica moderna – IUPAC Em 1985, a IUPAC resolveu chamar cada coluna da tabela periódica de grupo, numerados de 1 a 18, extinguindo assim os subgrupos A e B (as chamadas “famílias” de elementos). Periodicidade e configuração eletrônica Periodicidade e configuração eletrônica Periodicidade e configuração eletrônica Examinando a tabela periódica, veremos que arranjos semelhantes de elétrons no último nível de energia aparecem em elementos diferentes. À medida que o número atômico aumenta, as configurações mais externas se repetem a intervalos de 8: O neônio (Z = 10), que tem subnível 2p completo e o sódio (Na), que marca o início de um novo período, pode ter a sua configuração representada na forma condensada Na: [Ne] 3s1 Elétrons mais internos: os elétrons no [Gás Nobre]. Elétrons de valência: os elétrons fora do [Gás Nobre]. Exercício – Dê a configuração eletrônica condensada dos seguintes átomos: Se (Z=34); Nb (Z=41); Fr (Z=87); Sm (Z=62) Como encontrar o período e o grupo? O elemento possui quatro camadas eletrônicas (n = 4), então estará no quarto período. Como o último elétron entrou num subnível p, trata-se de um elemento representativo situado no grupo 15 (antiga família VA), pois tem 5 elétrons na camada de valência. Para os elementos de transição, as coisas mudam um pouco: Vanádio (V, Z = 23) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3 A soma do número de elétrons nos dois últimos subníveis (2+3 = 5) é o que indica o número do grupo (5 ou família VB). Cátions: os elétrons são primeiramente removidos do orbital com o maior número quântico principal, n. Li = 1s2 2s1 Li+ = 1s2 Fe = [Ar] 3d64s2 Fe3+ = [Ar] 3d5 Fe2+ = ? Ânions: os elétrons são adicionados ao orbital com o mais baixo valor de n disponível. F = 1s2 2s2 2p5 F− = 1s2 2s2 2p6 Configuração eletrônica dos íons Propriedades periódicas e aperiódicas As propriedades periódicas são aquelas que se repetem com certa frequência, periodicamente, de acordo com o número atômico. Raio atômico: o tamanho do átomo Numa molécula diatômica simples, a distância entre os dois núcleos é denominada distância de ligação e a metade da distância de ligação é corresponde ao raio covalente do átomo. Existem dois fatores determinantes do raio: o número quântico principal (n) e a carga nuclear efetiva (Zef) Propriedades periódicas e aperiódicas Ao descermos em um grupo, os átomos aumentam; ao longo dos períodos da tabela periódica, os átomos tornam-se menores. Blindagem e carga nuclear efetiva Ao mesmo tempo que cada elétron é atraído pelo núcleo, é repelido pelos demais elétrons, de modo que ele está menos ligado ao núcleo do que estaria sem a influência do demais elétrons. Dá-se a este fenômeno o nome de [efeito de] blindagem. Como resultado da blindagem ocorre uma diminuição da carga nuclear efetiva (Zef) experimentada pelo elétron. Observe-se, no entanto, que os elétrons não “bloqueiam” a influência do núcleo; cria uma interação coulombiana de repulsão adicional que corrige parcialmente a atração núcleo-elétron. Em termos de penetração, elétrons num orbital s estão mais próximos do núcleo do que elétrons de orbitais p, assim estão mais ligados e tem energia ligeiramente menor (e.g.). Tendências no tamanho dos íons (raio iônico) O tamanho do íon é a distância entre os íons em um composto iônico e também depende da carga nuclear, do número de elétrons e dos orbitais que contenham os elétrons de valência. Os cátions deixam vago o orbital mais volumoso e são menores do que os átomos que lhes dão origem, enquanto os ânions adicionam elétrons ao orbital mais volumoso e são maiores do que os átomos que lhe dão origem. Propriedades periódicas e aperiódicas Energia de ionização (I) Energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso. É expressa em elétron-volts (eV) para um átomo isolado e em joules por mol (J.mol-1) de átomos. X (g) + ENERGIA X + (g) + e - A primeira energia de ionização (I1) atende a definição acima: Cu (g) Cu + (g) + e - (g) I1 = 8,14 eV, 785 kJ.mol -1 Propriedades periódicas e aperiódicas A segunda energia de ionização (I2) é a energia necessária para remover um elétron de um cátion com carga unitária na fase gasosa. Cu+ (g) Cu 2+ (g) + e - (g) I2 = 20,26 eV, 1955 kJ.mol -1 Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre diminuição do raio e, em decorrência disso, aumenta a atração exercida pelo núcleo sobre o elétron mais afastado (Zef), por isso I2 é sensivelmente maior. Quanto maior o tamanho do átomo, menor será a energia de ionização, logo, na tabela periódica, esse potencial varia de modo inverso ao raio atômico. Propriedades periódicas e aperiódicas Afinidade eletrônica ou eletroafinidade (Eea) Diz respeito à energia liberada quando um elétron se liga a um átomo isolado no estado gasoso. Também é expressa em elétron-volts (eV) ou em joules por mol (J.mol-1) de átomos. X (g) + e - (g) X – (g) + ENERGIA Uma alta afinidade eletrônica implica que grande quantidade de energia é liberada quando o elétron se liga ao átomo. Cl (g) + e - (g) Cl – (g) Eea = 3,62 eV, 349 kJ.mol -1 Propriedades periódicas e aperiódicas É difícil determinar valores de Eea, mas verifica-se que, no geral: Quanto menor o tamanho do átomo, maior a eletroafinidade. Para os gases nobres, um elétron adicionado deve ocupar camada externa a última completa, o que requer energia (processo endotérmico), assim Eea é negativa ou não definida. Propriedades periódicas e aperiódicas Densidade absoluta (d) Chama-se densidade absoluta (d) ou massa específica de um elemento o quociente entre sua massa (m) e seu volume (V ). Os elementos mais densos situam-se no centro e na parte inferior da Tabela. Exemplo: ósmio (d = 22,5 g/cm3) e irídio (d = 22,4 g/cm3). Propriedades periódicas e aperiódicas Pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) As temperaturas nas quais os elementos entram em fusão ou em ebulição são, também, funções periódicas de seus números atômicos. Os elementos de menores pontos de fusão e de ebulição são aqueles que podem se apresentar no estado líquido ou gasoso, em condições ambiente. O tungstênio (W) é o metal com maior PF (3.422 °C). Propriedades periódicas e aperiódicas Propriedades periódicas e aperiódicas As propriedades aperiódicas dos elementos são aquelas cujos valores variam (aumentam ou diminuem) à medida que o número atômico aumenta e não se repetem comregularidade nos períodos. Assim, não se enquadram na lei da periodicidade de Moseley. Massa atômica É o número que indica quantas vezes o átomo é mais pesado que 1/12 do átomo de 12C. Sempre aumenta com o número atômico. Calor específico Quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C a temperatura de um grama de uma substância sem alteração no seu estado físico. Para um elemento no estado sólido, diminui com o aumento de Z. Propriedades periódicas e aperiódicas Dureza A dureza é uma propriedade característica de materiais sólidos que representa a resistência destes materiais ao risco ou à penetração quando pressionados. Quanto maior é o número atômico, maior também é a dureza do elemento químico. Índice de refração O índice de refração é uma propriedade física definida como a razão entre a velocidade da luz em dois meios diferentes (no ar e num corpo transparente mais denso). Tal propriedade também aumenta com o aumento do número atômico. Referências ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2006. 968p. Tradução de: Ricardo Bicca Alencastro. ATKINS, Peter; PAULA, Julio. Atkins: Físico-Química. 7 ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2004. 593p. 2v. Tradução de: Edílson Clemente da Silva. FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo, SP: Moderna, 2001. 740p. KOTZ, J.C. e cols. Química Geral I e Reações Químicas – tradução da 5ª edição norte-americana. São Paulo, SP: Pioneira Thonson Learning, 2005. 672p. LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São Paulo, SP: E. Blücher, 2008. 527 p. USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química: ensino médio. São Paulo, SP: Saraiva, 1997. 607p.
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