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Enterobiose: Parasitose Intestinal

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Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 08/03/2022 
Enterobiose 
Classificação Taxonômica 
 Filo: Nematoda 
 Vermes cilíndricos que só realizam reprodução sexuada 
 Possuem tubo digestivo completo, por isso conseguem viver fora do intestino delgado do hospedeiro 
 Possuem ciclos monoxênico, o que os leva a ter maior facilidade de transmissão e serem os mais 
prevalentes nos seres humanos 
 
 Classe: Secermentea – classe ampla com diversas espécies 
 Ordem: Ascaridida 
 Família: Oxyuridae – presença de cauda bem mais fina (afilada) que o resto do corpo 
 Espécie: Enterobius vermicularis 
 
Enterobius vermicularis 
 Agente etiológico da doença chamada enterobiose/oxiurose/oxiuríase – conhecida como “doença das mãos 
sujas”, pois o indivíduo pega por meio da mão que ele coloca no chão e leva a boca 
 Conhecido como “oxiúros”, por isso a doença é chamada oxiurose 
 Distribuição geográfica mundial, vivendo cerca de 10 mil anos com o ser humano, mas sua maior 
incidência é em locais de clima temperado, tendo em vista que ele consegue se transmitir em ambientes 
fechados com aglomeração de pessoas, e no clima temperado isso acontece no inverno 
 Faixa etária: 5 a 15 anos 
 Basicamente, é quando a criança começa a frequentar creches/escolas, ou seja, começa a convivência 
em ambientes coletivos, então se pode afirmar que a partir de 1-2 anos a criança já está no grupo de 
risco para se infectar atualmente 
 Os 15 não é uma regra, se diz essa faixa por ser um limite para grandes taxas de infecção uma vez que 
o sistema imune ainda não está totalmente maduro para rechaçar com eficiência as infecções mais 
graves promovidas pelo enterobius 
 
 São dioicos, ou seja, sempre estão em pares, macho e fêmea, por isso a carga parasitária é alta 
 Possui quadro clínico bem característico, sendo de fácil diagnóstico, devido ao local da postura 
dos ovos 
 Ao lado observa-se a fêmea do verme, com a sua boca em evidência, que dá origem a laringe e 
esôfago rabditóide (esôfago dividido em 2 bulbos, um menor e outro maior) conforme vai 
descendo 
 É chamado de esôfago rabditoide, pois quem deu origem a ele foi a larva rabditoide 
 A larva ainda imatura é chamada de rabiditóide, em geral incapaz de dar origem a um 
adulto, já ela madura, que costuma ser a sua forma infectante, é chamada de filarióide, 
porém, no caso do enterobius, a larva e o adulto são rabditoides 
 
Morfologia 
 Dimorfismo sexual – macho e a fêmea são diferentes no tamanho e em outros aspectos morfológicos 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 08/03/2022 
 Cor branca – visíveis a olho nu 
 Filiforme – lembram uma linha branca 
 Tanto o macho quanto a fêmea possuem o aparelho bucal, que serve para fixá-
lo na parede do órgão do hospedeiro. 
 Asas cefálicas – expansões cervicais laterais à boca (armada com lábios) que 
são responsáveis pela fixação do verme no intestino (aumento da superfície de 
contato com os vilos) 
 A: macho – possui coloração branca, possui cerca de 0,5 cm de comprimento. 
 Possuem uma particularidade, que é a região posterior do seu corpo 
espiralada 
 
 B: fêmea – tem cerca e 1 cm e também possui como particularidade a parte posterior do seu corpo 
alongada e bem fininha. 
 Eles vão copular no intestino do hospedeiro, e o macho vai utilizar a parte enrolada do seu corpo para 
se prender à fêmea, facilitando a cópula 
 
 C: ovo posto pela fêmea – tem um formato irregular bem característico, casca transparente e super-
resistente e chega a durar 6 meses em uma residência. 
 Dotado de substancias irritativas que afeta a região perianal 
 4 a 6 horas após ele ser eliminado pela fêmea, a larva dentro dele já está preparada para infectar o 
hospedeiro 
 A fêmea pode produzir até 20 mil ovos, porém ela morre após essa única postura 
 A postura desses ovos é feita na região perianal do hospedeiro após a cópula do macho e da 
fêmea 
 
Habitat 
 Machos e fêmeas: Ceco e apêndice 
 Pode ocasionar, raramente, quadros de apendicite 
 
 Fêmeas com ovos: Região perianal – o que permite o diagnóstico 
 
Ciclo Biológico 
 Monoxênico – parasita exclusivamente humano, sendo o seu único hospedeiro ao longo do seu ciclo 
 Parasitose de curta duração, ou seja, o parasita vive pouco tempo no hospedeiro 
 Período Pré-patente (tempo de vida): 1 a 2 meses 
 Período anterior ao surgimento dos sintomas, por isso, possuem grande capacidade de colonização 
 O macho vive no máximo 1 mês no intestino, já a fêmea é cerca de 2 meses 
 Quanto maior o tempo de vida do verme no hospedeiro, mais difícil é desse hospedeiro ser infectado 
 
 Esses vermes possuem ciclo circadiano parecido com o do humano, portanto, à noite eles costumam sair 
para a região perianal. 
 Assim, se a criança coçar o ânus durante à noite e depois colocar a mão na boca, ele se reinfectará. 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 08/03/2022 
 Se ele coçar o ânus e depois tocar outros objetos da casa, ele estará 
disseminando os vermes, e as outras pessoas que tocarem nesses 
lugares, irão se infectar 
 
 O ciclo 
1) Os ovos são eliminados na região perianal do hospedeiro e são 
dispersados no ambiente 
2) Cerca de 4 a 6h depois, a larva já está pronta para infectar o 
hospedeiro 
3) Os ovos chegam ao mesmo indivíduo para fazer a reinfecção 
(misturados em água, alimentos, superfície, etc). 
4) Depois disso, a larva eclode do ovo no intestino delgado do 
indivíduo, e migra para o ceco através da peristalse 
 
 Quando há alguém infectado em uma casa, não se deve varrer o chão 
para não dispersá-los, deve apenas passar pano molhado. 
 Os ovos também são encontrados nas roupas do indivíduo infectado, por isso é preciso 
lavar bem, secar ao sol e depois passar utilizando o ferro. 
 Na imagem ao lado vemos o cólon com uma fêmea do verme se dirigindo a região anal do 
indivíduo contra aos movimentos peristálticos 
 Essa parte escurecida representa o útero dela repleto de ovos 
 Ela pode acabar liberando esses ovos se uma partícula alimentar ferir seu tegumento 
ou se ela morrer pelo caminho. 
 Nesses casos acima, há 2 opções, os ovos podem ir para o ânus ou a larva que está 
dentro do ovo eclodir e causar infecção interna. 
 
Transmissão 
 Heteroinfecção – de uma pessoa para outra em ambientes coletivos em poucas 
semanas 
 Autoinfecção indireta – individuo elimina os ovos no ambiente e acaba se 
reinfectando com eles, seja por meio da ingesta de alimentos contaminados ou 
contato com objetos e superfícies também contaminadas 
 Autoinfecção direta externa – individuo coça a região perianal e coloca a mão 
na boca 
 Autoinfecção direta interna – fêmea se rompe ainda no lúmen do intestino 
grosso e libera os ovos, de onde eclodem as larvas 
 Retroinfecção – fêmeas eliminam os ovos na região perianal, os ovos eclodem, e as larvas voltam 
ativamente pelo ânus em direção ao intestino 
 
Patogenia 
 A patogenicidade do macho no organismo humano é bem baixa quando comparada a da fêmea 
 Ação mecânica (presença física) e irritativa: Enterite catarral (inflamação intestinal) 
 Resposta do organismo a grande produção de muco pelo “arrastar” da fêmea na parede intestinal, que 
por meio da ação irritativa provoca a inflamação intestinal e a produção de um muco que pode sair 
com as fezes ou não 
 
 Alteração mais frequente: Prurido anal – Mucosa congesta, com muco, perda de sono e nervosismo 
 Sua ação espoliativa é pequena, pois ele se alimenta mais de células epiteliais descamadas, partículas não 
digeridas, muco e outros elementos, como bactérias 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 08/03/2022 
 Sua toxicidade e as reações inflamatória desencadeadas irão determinar, principalmente, sintomas 
intestinais, como dores de baixo ventre, ou seja, cólicas intestinais (pouco frequentes), diarreia (raro), 
entre outras 
 Dores periumbilicaissão mais características de vermes que afetam o intestino delgado 
 
 Infecção na vagina, útero e ovários – retroinfecção 
 As larvas eclodidas do ovo podem ir para a região do períneo, chegar no canal vaginal, útero, tubas 
uterinas e até ovários, desencadeando processo inflamatório com a formação de granulomas. 
 Esses granulomas podem prejudicar o sistema reprodutor feminino, e também, parte dessas larvas 
podem atingir o canal uretral, causando uretrite, prurido na região vulvar, dor e ardência ao urinar 
 A ação das larvas na região anal pode gerar alguns quadros de erotização do comportamento nas 
crianças 
 
 Perda de peso devido aos efeitos que o verme promove, e não pela competição com o hospedeiro 
 
Diagnóstico 
 Clínico – por meio da sintomatologia 
 Exame parasitológico de fezes não serve, uma vez que a fêmea faz a postura dos ovos na região perianal, 
seria melhor um SWAB anal ou o método de Graham (padrão ouro) 
 Laboratorial: Método de Graham 
 Utiliza-se uma fita transparente com duas etiquetas de papel coladas uma de cada lado, onde uma fica 
em branco e a outra se escreve a identificação (data de coleta, idade, local, etc) 
 Passa-se a fita com a parte adesiva voltada para fora sobre uma estrutura cilíndrica, ou semi-
cilindrica, a qual irá ser atritada levemente na região anal do indivíduo segurando nas áreas com papel 
 Os ovos, as fêmeas ou as larvas irão ficar coladas na fita adesiva e poderão ser visualizadas no 
microscópio 
 
 
 
Epidemiologia 
 Maior prevalência em crianças em idade escolar 
 Transmissão: Doméstica ou em ambientes coletivos 
 Fatores predisponentes: 
 Helminto exclusivamente de humanos 
 Fêmea elimina grande número de ovos 
 Ovos rapidamente se tornam infectantes 
 Infecção ocorre por vários mecanismos 
 Viabilidade do ovo – na fêmea é 90%, ou seja, dos 20 mil ovos liberados, 18 mil são viáveis 
 Hábito de sacudir a roupa de cama pela manhã promove a disseminação dos ovos 
 
 O quadro sintomatológico, com exceção do prurido anal, costuma ser brando, porém, possui alta 
capacidade de autoinfecção no indivíduo 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 08/03/2022 
 É por isso que ele vive pouco, caso contrário as cargas parasitárias seriam muito altas, provocando 
desequilíbrio na relação parasito-hospedeiro 
 
Medidas de Controle 
 A mais importante é diagnosticar e tratar os indivíduos parasitados para interromper o ciclo 
 Não varrer a casa, principalmente o quarto onde está o parasitado, e sim utilizar pano molhado 
 Cuidado com os alimentos 
 Individualizar a roupa pessoal e de cama do indivíduo parasitado, lavando-as, deixando secar ao sol e 
passando, uma vez que os ovos não suportam a incidência dos raios solares 
 Banho no indivíduo parasitado toda manhã 
 Corta-se as unhas das crianças parasitadas para evitar que o coçar lese a região perianal e promova 
infecções secundárias 
 
Tratamento 
 Albendazol – dose única (400 mg), por via oral, a repetir 2 semanas depois. 
 Mebendazol – 100 mg, duas vezes ao dia, durante 3 dias. 
 Pamoato de pirantel – dose única (10 mg/kg) por via oral, a repetir após 15 dias. 
 Piperazina – (50 mg/kg), tomar durante uma semana 
 Mais específico e igualmente eficiente é o pamoato de pirvínio (5 a 10 mg/kg em dose única, por via oral). 
 Todo tratamento deve ser repetido 2x, no intervalo de 15 dias, para combater a reinfecção

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