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1 Prof. Douglas Agostinho Tempos e Métodos Aula 1 Conversa Inicial O objetivo desta disciplina é mostrar a você, futuro gestor, a importância de se determinar o tempo correto de realização de uma tarefa produtiva, suas aplicações e os benefícios que proporciona às empresas Existem empresas especializadas em realizar estudo de tempos, com softwares para facilitar esse cálculo Mas, aqui, vamos aprender a origem de tudo e como fazer para chegar ao tempo correto de fabricação Assim, você poderá discutir sobre o assunto junto à engenharia industrial de sua empresa Histórico do estudo de tempos e movimentos Situação do trabalhador X evolução da indústria Como se mede um trabalho Origem do estudo de tempos Origem do estudo dos movimentos Temas desta aula Histórico do estudo de tempos e movimentos 2 Produtos de cerâmica, fiação, tecelagem e artefatos de metais eram produzidos de forma bem primitiva, há milhares de anos, desde antes de Cristo O progresso industrial foi muito lento A indústria da fiação e tecelagem só teve uma grande transformação no final do século XVIII com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra Pepe Garcia - Photo/Shutterstock Danilovski/shutterstock SFROLOV/Shutterstock A Revolução Industrial ocorreu entre os anos de 1765 e 1785 Aprimoramento da máquina a vapor, por James Watt Hein Nouwens/Shutterstock A Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, pois na época era um país com acúmulo de capitais, mão de obra disponível e muitas jazidas de carvão, matéria-prima essencial para mover as máquinas a vapor A partir da invenção da máquina a vapor, apareceu a locomotiva e os barcos a vapor, e, com isso, o sistema de transporte se expandiu em todo o mundo, via terra e via mar katiko.dp/Shutterstock 3 Trabalhador X evolução da indústria Reflexos da mecanização provocada pela expansão do uso da máquina a vapor: Criação das primeiras fábricas de tecido Substituição do artesanal para o mecanizado Aumento do desemprego (no início) Uma máquina fazia o trabalho de vários trabalhadores Aumento da demanda de produtos produzidos Produto mais barato, tempo menor de entrega do produto, mais procura Necessidade de produzir mais máquinas Aumento de produção nas fábricas de máquinas e mais fábricas Procura de mão de obra para produzir máquinas Contratação de mão de obra Procura de mão de obra para operar essas máquinas Volta da oferta de trabalho Observe no vídeo o trabalho do operador de um tear manual Agora veja a diferença após a mecanização 4 Como medir o trabalho Existem diversas maneiras de medir um trabalho, por exemplo: volume diário de produção horas de trabalho da máquina quantidade mensal de envios de encomendas (serviços) muitas outras unidades de medida Arcady/Shutterstock Na produção artesanal os produtos não tinham padronização, ou seja, se o artesão recebesse uma encomenda de 20 produtos X, com certeza um seria diferente do outro, e o tempo de produção também variava de peça a peça Roberto Epifanio/Shutterstock Já com a industrialização e a produção em série de produtos, fabricantes foram obrigados a se preocupar com a padronização desde a concepção do produto ao método de produção, permitindo assim produtos intercambiáveis, sempre iguais, com tempo padrão de produção definido Sasenki/Shutterstock Quando se fala em medir trabalho, o ideal é determinar o tempo padrão de produção e, para isso, alguns pontos importantes devem ser considerados em relação à: 1. Máquina e/ou equipamento 2. Posto de trabalho 3. Meio ambiente 4. Ergonomia 5. Operador 5 Origem do estudo de tempos Pouco mais de 120 anos após a Revolução Industrial (fim do século XIX), as indústrias da época começaram a se preocupar em melhorar a sua produtividade e em conhecer o tempo padrão de realizar determinada tarefa Billion Photos/Shutterstock noche/Shutterstock Frederick Taylor é considerado o criador do estudo de tempos Sua preocupação principal era voltada ao uso efetivo do esforço humano na execução das tarefas do dia a dia Before My Ken/CC-BY-2.0 Um dos trabalhos que Taylor realizou e obteve grande sucesso foi a análise dos trabalhadores de uma mina de carvão e minério – uso de pás para coleta pupahava/Shutterstock Aprimorando cada vez mais o estudo de tempos, Taylor criou um método científico, substituindo assim o estudo empírico usado até então O método de Taylor era dividido em duas partes: analítica e construtiva 6 Decompor uma tarefa em elementos, avaliar todos os movimentos corporais, determinar o tempo de cada elemento, corrigir percentualmente perdas inevitáveis durante a realização de uma tarefa, cobrir tempo de repouso Analítica Reunir grupos de movimentos corporais básicos, determinar a série correta de movimentos, realização do fracionamento de uma tarefa em elementos para facilitar a análise em detalhes Construtiva goodluz/Shutterstock Origem do estudo dos movimentos Seguindo a linha traçada por Taylor, o casal Frank e Lillian Gilbreth desenvolveu o estudo dos movimentos Esse estudo envolveu não apenas o trabalhador, mas também o conhecimento de materiais, ferramentas e instalações Gilbreth analisou os diferentes métodos adotados por diversos pedreiros na tarefa de assentar tijolos Por meio de filmagens e fotografias conseguiu encontrar 17 elementos básicos, para os quais deu o nome de therbligs, um anagrama de seu nome Alguns anos depois, um aluno seu criou o 18º elemento, chamado de segurar www.pt.wikipedia.org 7 Após muitos estudos, fotos e filmagens sobre os diversos métodos de assentamento de tijolos, Gilbreth determinou um novo método, reduzindo de 18 diferentes movimentos para apenas 5, obtendo o mesmo resultado final, porém com o trabalhador tendo menos cansaço físico Breedfoto/Shutterstock Finalizando Na aula de hoje você conheceu o histórico do estudo de tempos e movimentos, assim como os reflexos na vida do trabalhador após a Revolução Industrial Aprendeu também os benefícios oriundos dos trabalhos desenvolvidos por Taylor e pelo casal Gilbreth Referências AGOSTINHO, D. S. Tempos e métodos aplicados à produção de bens. 1. ed. InterSaberes, 2015. BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. 6. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1983.