Buscar

CAD -LITERATURA-232

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1925 *** COLÉGIO MALLET SOARES *** 2019 
94 ANOS DE TRADIÇÃO, RENOVAÇÃO E QUALIDADE 
DEPARTAMENTO DE ENSINO 
DATA: ___/___/2019 NOTA:______ 
NOME:________________________________________________________N°______ 
Exercícios de Recuperação- Turma 232 – PROFª CRISTINA – 3º BIMESTRE 
 
 Leitura do bimestre: Gota d´água- Chico Buarque 
Apostila 12- Pós-Modernismo (Guimarães Rosa e Clarice Lispector) 
Teatro do Século XX 
Tropicalismo/ Poesia Marginal 
Gêneros Literários 
 
 
JOANA — Não! Pelo menos 
me dê um dia... Um dia só, que é para eu saber pra 
onde é que eu posso ir... 
CREONTE — Não dá... 
JOANA — Não vou poder 
sair sem destino com dois filhos pequenos 
Eu ia embora mesmo. Não quero ficar 
nesta desgraça de lugar. Só quero um dia 
pra me orientar, se não não dá... 
CREONTE — Eu não devia nem ouvir... 
JOANA — Um dia... 
CREONTE — Nem devia levar 
em consideração, porque tenho certeza 
de estar fazendo besteira quando te atendo... 
Certeza que, sendo humano, saio perdendo 
Agora, eu vou lhe falar com toda a clareza: 
se amanhã à noite você ainda estiver 
aqui, eu acabo de vez co’essa novela 
Não vai sobrar cama, nem porta, nem janela, 
[...] 
Sai com a polícia. 
JOANA — Ouvi sim, Creonte, um dia.Um dia, preciso 
mais do que isso? Por quê? Pra quê? Quem te pariu 
só precisou de um dia. O que se construiu 
em séculos se destrói num dia. O Juízo 
Final vai caber inteirinho num só dia 
Quando me deu um dia, você se traiu, 
Creonte, você não passa de um imbecil, 
porque hoje me deu muito mais do que devia 
 
 
 
 
 (A orquestra ataca; ela canta:) 
Pra mim 
Basta um dia 
Não mais que um dia 
Um meio dia 
Me dá 
Só um dia 
E eu faço desatar 
A minha fantasia 
Só um 
Belo dia 
Pois se jura, se esconjura 
Se ama e se tortura 
Se tritura, se atura e se cura 
A dor 
Na orgia 
Da luz do dia 
É só 
O que eu pedia 
Um dia pra aplacar 
Minha agonia 
Toda a sangria 
Todo o veneno 
De um pequeno dia 
(Joana, cantando, chegou em frente 
ao set de Egeu; enquanto chama 
Corina, a orquestra segue tocando.) 
Gota d´água: uma tragédia 
brasileira 
 
1- A obra pertence ao gênero dramático. 
a) Aponte duas características desse gênero. 
 
b) A obra é múltipla, porque na letra de música cantada por Joana evidencia-se outro gênero literário. 
Qual? Aponte duas características desse outro gênero presente no texto. 
 
2- Comente o título da obra, relacionando-o ao enredo. 
 
3- Identifique a protagonista e os principais conflitos que vivia. 
 
 
4- Faça uma breve caracterização dos personagens Jasão e Creonte. Qual a importância deles na 
obra? 
 
5- Explique a intertextualidade presente na peça. 
 
6-Leia os enunciados abaixo, feitos a propósito de mestres do teatro brasileiro do século XX: 
I- Estreou como autor dramático com a comédia Auto da Compadecida (1955), utilizando uma linguagem 
popular, saborosa, irreverente. Essa peça é uma contestação de raiz católica, que combina o sagrado e 
o profano, característica que se encontra em outras peças de sua autoria, como O Santo e a Porca e A 
Pena e a Lei. 
II- Provocou os brasileiros com a técnica e a temática da revelação do inconsciente humano. A linguagem 
fez-se cada vez mais crua, os motivos propostos mais escabrosos. Produziu uma forte obra de 
dramaturgia, principalmente a peça Vestido de Noiva. Ao mesmo tempo, mostrava-se um reacionário 
machista, criador de frases polêmicas. 
III -Escreveu a peça, O Rei da Vela, que é considerada o primeiro texto modernista para teatro. Nela, 
apresenta uma sociedade decadente, misturando o enfoque marxista com a linguagem e o humor típicos 
do modernismo. Pelo seu caráter pouco convencional, sua peça só foi levada a cena trinta anos depois, 
integrando o movimento tropicalista. 
 
 As afirmativas se referem, respectivamente, a: 
a) Ariano Suassuna, Oswald de Andrade e Paulo Pontes 
b) Paulo Pontes, Dias Gomes e Nelson Rodrigues 
c) Gianfrancesco Guarnieri, Nelson Rodrigues e Oswald de Andrade 
d) Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues e Oswald de Andrade 
e) Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Chico Buarque. 
 
Na apostila 12, lemos dois dos mais importantes autores da prosa brasileira, no Brasil pós-45.: 
Guimarães Rosa e Clarice Lispector. 
 
 A hora da estrela , obra de Clarice Lispector foi lançada pouco antes da morte da autora. O 
romance narra os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (que representaria a própria 
Clarice) narrando a história de Macabéa, uma nordestina pobre, órfã, virgem e solitária, criada por 
uma tia tirana, e que está vivendo no Rio de Janeiro com um salário de fome, como datilógrafa. 
 Neste trecho o encontro de Macabéa com Olímpico e o namoro dos dois são apresentados pelo 
narrador. 
 
 Maio, mês das borboletas noivas flutuando em brancos véus. Sua exclamação talvez tivesse sido 
num prenúncio do que ia acontecer no final da tarde desse mesmo dia: no meio da chuva abundante 
encontrou (explosão) a primeira espécie de namorado de sua vida, o coração batendo como se ela 
tivesse engolido um passarinho esvoaçante e preso. O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e 
se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara 
enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente 
sua goiabada-com-queijo. 
 Ele… 
 Ele se aproximou com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe: 
 - E se desculpe, senhorita, posso convidar a passear? 
 - Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia 
 E, se me permite, qual é mesmo a sua graça? 
 -Macabéa. 
 -Maca - o quê? 
 - Béa, foi ela obrigada a completar. 
 - Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele. 
 - Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa 
Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia 
continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu 
certo - parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor - pois 
como o senhor vê eu vinguei... pois é... 
 - Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra. 
 Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de 
uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e 
pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-
namorado: 
 - Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor? 
 Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem 
nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas 
escorrendo. 
 Da terceira vez em que se encontraram - pois não é que estava chovendo? - o rapaz, irritado e 
perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe: 
 - Você também só sabe é mesmo chover! 
 - Desculpe. 
 Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor. 
 Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome 
 - Olímpico de Jesus Moreira Chaves, mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, 
sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar 
as pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher. […] 
 Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se 
chamava de “operário” e sim de “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele 
porque também tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. 
Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de 
classe. 
 
7-Transcreva trechos que revelem os sentimentos de Macabéa por Olímpico. Olímpico tinhapor ela 
sentimentos semelhantes? Justifique. 
 
8-Releia o último parágrafo. Como a ingenuidade de Macabéa é demonstrada nesse fragmento? 
 
9- Há, no caso, um narrador onisciente? Explique. 
 
10-Justifique o emprego da palavra explosão entre parênteses no primeiro parágrafo. 
 
11- Numa leitura subjetiva da realidade, Macabéa achava que ele e Olímpico eram ”alguém no mundo”. 
No entanto, o narrador apresenta fatos que desmentem Macabéa. Que fatos são esses? 
 
Guimarães Rosa é de nossos autores mais inventivos. No conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, o 
protagonista Nhô Augusto é um sertanejo briguento, valentão e cruel. Numa ocasião, jagunços inimigos 
o espancam violentamente, depois o marcam com ferro em brasa usado para marcar gado e o 
abandonam para morrer. Augusto foi socorrido por um casal pobre da região:Quitéria e Serapião. Aqui 
ele conversa com Quitéria. 
 
‘‘– Desonrado, desmerecido, marcado a ferro feito rês, mãe Quitéria, e assim tão mole, tão sem 
homência,será que eu posso mesmo entrar no céu?!...’ 
(ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p.385.) 
Rês- animal quadrúpede que forma o gado 
 
12- Determine o processo de formação da palavra “homência” e o sentido que apresenta considerando 
o contexto do fragmento. 
 
Texto para as questões 13 e 14 
 
[...]Não viu: imediatamente. A mata é que era tão feia de altura. E — onde? Só umas penas, 
restos, no chão. — "Uê se matou. Amanhã não é o dia-de-anos do doutor?" Tudo perdia a eternidade 
e a certeza; num lufo, num átimo, da gente as mais belas coisas se roubavam. Como podiam? Por que 
tão de repente? Soubesse que ia acontecer assim, ao menos teria olhado mais o peru aquele. O peru-
seu desaparecer no espaço. Só no grão nulo de um minuto, o menino recebia em si um miligrama de 
morte. Já o buscavam: — "Vamos aonde a grande cidade vai ser, o lago… 
 
IV 
 Cerrava-se, grave, num cansaço e numa renúncia à curiosidade, para não passear com o 
pensamento. Ia. Teria vergonha de falar do peru. Talvez não devesse, não fosse direito ter por causa dele 
aquele doer, que põe e punge, de dó, desgosto e desengano. Mas, matarem-no, também, parecia-lhe 
obscuramente algum erro. Sentia-se sempre mais cansado. Mal podia com o que agora lhe mostravam, 
na circuntristeza: o um horizonte, homens no trabalho de terraplenagem, os caminhões de cascalho, as 
vagas árvores, um ribeirão de águas cinzentas, o velame-do-campo apenas uma planta desbotada, o 
encantamento morto e sem pássaros, o ar cheio de poeira. Sua fadiga, de impedida emoção, formava um 
medo secreto: descobria o possível de outras adversidades, no mundo maquinal, no hostil espaço; e que 
entre o contentamento e a desilusão, na balança infidelíssima, quase nada medeia. Abaixava a cabecinha. 
ROSA, João Guimarães. As margens da alegria. In: -----. Primeiras estórias. 5. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969. 
 
13-No conto evidencia-se caracterização do mundo interior de um menino, através de recursos do 
discurso indireto livre. Transcreva do texto, respectivamente, um exemplo de discurso indireto livre e um 
exemplo de discurso direto. 
 
14- Guimarães Rosa e sua obra despontam na geração pós-45. Comente sua linguagem peculiar e 
inovadora, transcrevendo do texto ao menos dois recursos empregados. 
 
15- O fragmento da letra de música ao lado representa um 
exemplo do movimento cultural que nasceu em meados dos 
anos 1970, principalmente musical. Naquele contexto político 
nacional, os artistas buscavam a denúncia à repressão e a 
reflexão sobre a identidade nacional. Por isso, se aproximaram 
dos conceitos estéticos dos fundadores do Modernismo para 
criar obras que revelassem o caldo cultural (nacional e 
estrangeiro) em que foram concebidas. 
Determine o nome do movimento e denomine alguns artistas que 
dele participaram. 
 
 
16-O objeto escultórico produzido por Lygia Clark, representante do Neoconcretismo, exemplifica o início 
de uma vertente importante na arte contemporânea, que amplia as funções da 
arte. Tendo como referência a obra Bicho de bolso, identifica-se essa vertente 
pelo(a) 
a) participação efetiva do espectador na obra, o que determina a proximidade 
entre arte e vida. 
b) percepção do uso de objetos cotidianos para a confecção da obra de arte, 
aproximando arte e realidade. 
c) reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte, o que determina a 
consolidação de valores culturais. 
d) reflexão sobre a captação artística de imagens com meios óticos, revelando o desenvolvimento de 
uma linguagem própria. 
e) entendimento sobre o uso de métodos de produção em série para a confecção da obra de arte, o que 
atualiza as linguagens artísticas. 
 
 
a alegria é a prova dos nove 
 e a tristeza é teu porto seguro 
 minha terra é onde o sol é mais limpo 
 e mangueira é onde o samba é mais 
puro 
tumbadora na selva selvagem 
pindorama – país do futuro 
Gilberto Gil & Torquato Neto – 
 Geléia geral 
 
 
 O clima de experimentação rítmica e musical da Tropicália foi desaguar, nos anos 70, na poesia 
marginal. Recebeu essa denominação pelos meios de divulgação empregados. Os poetas mesmos 
editavam sua obras, abandonando o modelo tradicional. Eram cópias mimeografadas, panfletos mais 
rústicos, às vezes penduradas em varais ou distribuídas nas praças e faculdades. Também ficou 
conhecida como ”poesia mimeógrafo”. 
 Seus principais nomes foram Cacaso , Ana Cristina César, Chacal, Glauco Mattoso e Paulo 
Leminski. A ideia era libertária:“casar” vida e poesia, “ensinar a poesia a falar”, com dizia Cacaso. A 
linguagem era normalmente coloquial, com paródias e metalinguagem. A questão abaixo , do ENEM, 
avalia a interpretação de um poema dessa estética. 
 
Primeira lição 
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro. 
O gênero lírico compreende o lirismo. 
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero 
e pessoal. 
É a linguagem do coração, do amor. 
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os 
versos sentimentais eram declamados ao som da lira. 
 
O lirismo pode ser: 
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte. 
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres. 
c) Erótico, quando versa sobre o amor. 
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio. 
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes. 
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta. 
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado. 
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração. 
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares. 
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta. 
 
CESAR. A. C. Poética. São Paulo. Companhia das Letras, 2013 
 
17-No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de 
construção do texto indica que o(a) 
a. caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo. 
b. tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética. 
c. seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística. 
d. enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade. 
e. referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.

Continue navegando