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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO

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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Papel do Estado na economia:
Em função das flutuações cíclicas e das transformações produtivas da economia, o
papel do Estado na economia vem sendo permanentemente redefinido ao sabor de
culturas e ideologias dominantes.
Pontos de discussão - papel do Estado e das forças do mercado na:
- alocação dos recursos (escassos);
- garantia da eficiência produtiva.
Principais modelos de intervenção do Estado (séculos XV – XX):
- Mercantilismo: séculos XV – XVIII.
- Estado mínimo: século XIX.
- Estado do Bem-Estar: século XX.
- Estado planejador, regulador e provedor: século XX.
Mercantilismo (séculos XV – XVIII)
Período marcado pela formação do Estado moderno e consolidação dos Estados
regionais e internacionais.
Características na economia:
- Forte intervenção do Estado na economia.
- Protecionismo (indústria nacional protegida).
- Formação de monopólios (concessões monopolistas).
- Excedentes de produção (necessidade de intensificar o comércio).
- Expansão dos mercados (colônia).
- Balança comercial favorável.
- Novas formas de relacionamento entre Poder Público e iniciativa privada.
Estado e economia – segunda metade do século XVIII
A hegemonia na geração de riquezas paulatinamente vai sendo redirecionada para
a produção industrial de mercadorias.
Aos industriais, interessava dispor de alternativas para a comercialização de seus
produtos, tanto no que se refere aos agentes comerciais, quanto aos mercados de
consumo.
Os industriais passam a questionar os ditames regulatórios oriundos do
mercantilismo e a pugnar contra a tutela estatal do comércio e da indústria.
Confrontação de forças econômicas emergentes nas colônias de países europeus
com os preceitos metropolitanos de direitos exclusivos de comércio e altos
impostos.
Adam Smith: The Wealth of Nations (1776) – oposição à intervenção protecionista e
monopolizante do Estado no comércio.
Mão invisível (mecanismo de mercado): garante uma alocação eficiente de recursos
escassos.
Rigorosa restrição das atividades do Estado (liberalismo econômico):
(manutenção da defesa comum e da diplomacia, ao provimento da justiça e à
realização de certas obras públicas necessárias ao crescimento econômico).
Elemento chave na conformação da política econômica dos Estados nacionais no
século XIX.
Estado e economia – século XIX
Século XIX, refinamentos e atualizações ao modelo de Adam Smith - capitalismo
contra o Estado (Albert, 1991).
Lei de Say, toda a produção gera sua própria demanda, não há possibilidade de
desequilíbrios persistentes na relação entre oferta e demanda.
Ricardo, os contratos deveriam ser deixados à livre e justa concorrência no
mercado, jamais sendo controlados pela interferência de legisladores.
Consequência, afastamento do Estado e a proeminência da iniciativa privada.
Mercado impulsionou a expansão da infraestrutura técnica.
Estado (papel restrito): licenciar as obras necessárias, formalizar o direito às
desapropriações e garantir policialmente a operação, em troca da obrigatoriedade
de atendimento generalizado.
Forças e contradições que levaram ao esgotamento do modelo de Estado
mínimo.
Estados Unidos:
-necessidade de conferir proteção tarifária a suas incipientes indústrias contra a
produção britânica;
-no plano interno havia intensos movimentos de cartelização e concentração
industrial.
Itália e da Alemanha: incentivar uma aceleração de seu desenvolvimento
industrial.
Superprodução na Europa: Inglaterra, França, Alemanha e Itália.
Pauperização da classe proletária.
Estado e economia – século XIX
Modelo Econômico de oposição ao Estado mínimo.
Karl Marx: o capitalismo industrial apresentava certas fragilidades intrínsecas —
más distribuições do poder e da renda, a suscetibilidade às crises e a tendência
orgânica à monopolização.
Modelo sujeito a crises que provocariam seu esgotamento.
Necessidade de uma intervenção do Estado visando garantir sua sustentação.
Mudanças no papel do Estado na economia:
- Estado passa a atuar de modo direto (Alemanha e França) ou indireto (EUA e
Inglaterra) na provisão de infraestruturas e serviços públicos.
- O comércio internacional voltou a ser regulado para proteger as produções
nacionais.
- São estabelecidas leis de proteção ao trabalhador na Alemanha e
parcialmente adotadas logo depois por outros países europeus.
Estado e economia – século XX
Quadro político e econômico no final do século XIX e início do século XX:
Depressões e persistente instabilidade, que culminariam com a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) e, em seguida, com a crise de 1929.
A ortodoxia clássica não tinha interpretação nem respostas satisfatórias para a
persistência das crises, nitidamente de caráter estrutural.
- Suécia (reformismo criativo):
Implantação de políticas públicas formuladas a partir de uma visão de que a
presença do Estado era fundamental à manutenção do equilíbrio econômico e
ao bem-estar social.
Keynes - Teoria Geral (1936)
O equilíbrio econômico e o bem-estar social não estariam garantidos pela
simples ação das forças de mercado, sendo necessária a presença da ação
coletiva representada pelo Estado.
Esta ação pública ordenadora não é incompatível com a essência do
regime de livre iniciativa. Principal contribuição do modelo.
A eficiência do regime capitalista depende da intervenção estatal sensata para a
superação das crises orgânicas do sistema.

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