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1 ESTE TRABALHO VERSA SOBRE O INÍCIO DA PERSONALIDADE, CAPACIDADE CIVIL, FIM DA PERSONALIDADE E ABORDA O TEMA “O RETORNO DO AUSENTE”. DA PESSOA NATURAL DEBATE PONTOS RELEVANTES SOBRE A PESSOA NATURAL NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO, LEI 10.406/2002. ALEX RODRIGUES DE LIMA ESTUDANTE DE DIREITO ESTADO DA PARAÍBA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA DISCIPLINA DE DIREITO CIVIL DA PESSOA NATURAL Alex Rodrigues de Lima Matrícula: 1420005386, turma “I”, 3º período. João Pessoa 2015 SUMÁRIO 1. Atividade 1ª .......................................................................................................................... 5 2. Atividade 2ª .......................................................................................................................... 6 3. Atividade 3ª .......................................................................................................................... 6 4.1 OS SILVÍCOLAS ........................................................................................................ 7 5.1 O RETORNO DO MORTO PRESUMIDO .............................................................. 8 6. Atividade 6ª .......................................................................................................................... 9 5 1. Atividade 1ª DO INÍCIO DA PERSONALIDADE Trata-se de disposições do Código Civil do Brasil [ Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002]. Quer-se mostrar os conceitos de personalidade e capacidade arraigados no texto do código. Personalidade é o atributo necessário pra ser sujeito de direito e contrair obrigações na ordem civil. É de bom alvitre frisar que só a pessoa, seja natural ou jurídica, pode ser sujeito de direito e contrair obrigações. Os animais, incapazes de querer ou exprimir suas vontades, são objeto de direito, visto que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Os animais são fundamentais para a manutenção da vida na Terra e o Estado, bem como a sociedade, deve preservá- lo. Fala-se ainda em capacidade. Esta sendo analisada sob dois aspectos: de direito [inerente a toda pessoa desde o nascimento com vida] e de fato [ condições psicológicas para a prática, pessoalmente, de certo atos da vida civil]. A personalidade inicia-se, segundo o Código, com o nascimento com vida. No tocante ao início da personalidade, a doutrina se divide. Quer-se saber a partir de que momento a pessoa é merecedora da proteção do Estado. Duas correntes, mais conhecidas, dividem os doutrinadores. A primeira, a qual este estudante abraça, é a teoria concepcionista: aqui o marco inicial da vida é no memento em que o óvulo é penetrado pelo espermatozoide. Se funda, esta teoria, no fato de que no memento da fecundação, onde os gametas se unem, a pessoa tem o sua gênese. Esta é a que mais se adequa às circunstâncias desse tema. Por outro lado, temos a teoria natalina. Esta diz que só inicia a personalidade quando o recém-nascido respira. No dizer de Nader, “o Direito brasileiro considera a respiração como indicativo de vida, tanto que a Lei dos Registros Públicos determina dois assentos, o de nascimento e o de óbito, quando criança, havendo respirado, morre no momento do porto.”1. Além dessas teorias, há várias outras acerca 1 Nader. Paulo. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO/ Paulo Nader – 35ª ed. – Rio de Janeiro: Forense: 2013 P. 287-296 do assunto, como a Teoria da Gastrulação, da formação dos rudimentos do sistema nervo central e Teoria da Nidação 2 2. Atividade 2ª DA CAPACIDADE CIVIL A capacidade pressupõe a aptidão conferida à pessoa natural para o exercício dos seus direito e deveres. A capacidade de fato é a possibilidade que a pessoa tem de exercitar a capacidade de direito pessoalmente. Por outro lado, temos a figura da incapacidade. Nesse instituto, o que se visa é acautelar os indivíduos tidos como não capazes de poder querer e decidir por si só os atos da vida. Este estudante conceitua o instituto, com base em seu estudo: instrumento de proteção de indivíduos que, por falta de maturidade, discernimento ou inconsciência transitória, não consegue decidir e querer. O Direito Civil brasileiro estabeleceu duas hipóteses de incapacidade. A primeira se dá em virtude da falta de aptidão para prática, por si só, dos atos da vida civil. Esta é a incapacidade absoluta, prevista no art. 3º do CC. Os incapazes são representados por seus pais e, na falta de deles, um tutor ou um curador. A prática de atos da vida civil é vedada a esses indivíduos. Assim, o negócio travado por incapaz é nulo ( art. 166 do CC), pois falta o elemento “agente capaz” pra sua validade. A segunda é a incapacidade relativa. Prevista no art. 4º do CC, esta pressupõe a capacidade para querer e discernir, porém reduzida. Os relativamente incapazes devem ser assistidos por um agente capaz. Há nulidade relativa nos atos praticados pelo relativamente incapaz. 3. Atividade 3ª O instituto da prodigalidade está previsto no art. 4º “IV” do Código Civil. Trata- se de um instrumento que visa acautelar os indivíduos que, por patologia, delapidam seus bens ao ponto de chegar à miséria. PONTES DE MIRANDA (1955) conceitua a prodigalidade como: “é tida pela psiquiatria uma síndrome degenerativa e, em alguns casos, é tida como um indício inicial de loucura. Segundo GONÇALVES (1955, p.862), "a prodigalidade pode ser considerada uma afecção mental: é uma monomania 2 JUSNAVEGANDI. ADI N.º 3.510: BIOÉTICA E SUAS REPERCUSSÕES NO ORDENAMENTO JURÍDICO – 2014. Disponível in: <http://jus.com.br/artigos/33465/adi-n-3-510-bioetica-e-suas- repercussoes-no-ordenamento-juridico#ixzz3jSX7zLJt > Acesso em: 22 de agosto de 2015. impulsiva, que leva uma pessoa a dissipar os seus bens, pelo delírio de ostentação ou doutra espécie”. Esses indivíduos, em razão de um desvio de comportamento, gasta de forma desordenada os seus bens. É de bom alvitre salientar que este instrumento está limitado no tocante aos bens. Assim, o prodigo pode praticar os demais atos da vida civil, desde que não versem sobre a administração de seus bens. Além da prodigalidade, fala-se ainda no menor púbere [menor de 16 e maior 18 de anos]. Este possui discernimento e pode praticar atos da vida civil, porém assistidos. O art. 4º inciso “II” apregoa: “os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.”3 A embriaguez ou alucinação é habitual e duradoura e são provenientes de substâncias toxicológicas que retraem o discernimento. Por fim, temos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo. Estes não são totalmente incapazes de discernir. Eles possuem discernimento, todavia reduzido. 4. Atividade 4ª Da cessação da incapacidade A cessação da incapacidade está prevista no art. 5º da Lei 10.460/2002. A incapacidade, tida como a impossibilidade de exercer os atos da vida cível pessoalmente, é cessada quando o indivíduo completa os dezoito anos de idade, regra geral. Porém, o próprio Código vai nos trazer hipóteses que cessam antes da referida regra geral. Chama-se emancipação, o instrumento que qualifica o indivíduo para a prática de atos da vida civil antes de atingir a maioridade. Aqui, percebe-se que o indivíduo,ainda que não tenha atingido a maioridade, desenvolve habilidade para a prática de atos da vida civil, sem a necessidade da tutela dos pais. É bom salientar que a emancipação só ocorre para os maiores de 16 e menores de 18 anos, menores púberes. A emancipação se dá de três formas: a voluntária [pela concessão dos pais ou por um deles na falta do outro], por determinação legal [pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior e pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria] e por sentença judicial [quando há divergência entre os pais quando da concessão da emancipação]. 4.1 OS SILVÍCOLAS 3 República Federativa do Brasil, Código Civil Brasileiro [lei 10.406/2002]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em: 22 de agosto de 2015. O Estatuto do Índio regula a capacidade do índio brasileiro. Cabe à FUNAI representar e assistir os índios no que for preciso. O índio poderá requerer a capacidade civil, in verbis: “Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes: I - idade mínima de 21 anos; II - conhecimento da língua portuguesa; III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. Parágrafo único: o Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil”. 4 5. Atividade 5ª DA EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE 5.1 O RETORNO DO MORTO PRESUMIDO Morte presumida sem decretação de ausência Se a morte real é aquela em que há um corpo cujas funções vitais cessaram, a morte presumida é a que não há um corpo. A morte presumida existe em virtude de não haver corpo para ser possível que o profissional habilitado ateste o óbito. Na morte presumida, além de não haver um corpo, não há testemunha que possa discorrer sobre a morte, mas é extremamente provável o óbito, pois o indivíduo se encontra em perigo de vida. Não há certeza da morte, apenas deduz-se o óbito. É preciso que haja um conjunto de circunstâncias que levem à ilação do óbito. Duas são as hipóteses de morte presumida sem a decretação de ausência, a saber: “ Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 4 República Federativa do Brasil. ESTATUTO DO ÍNDIO [Lei 6001/73]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6001.htm > Acesso em: 23 de agosto de 2015. II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.”5 Importante salientar que, em tais casos, é necessário que todas as buscas e averiguações sejam esgotadas. Da morte presumida com declaração judicial de ausência Aqui não há corpo, a pessoa não está em campanha, não foi feita prisioneira e não está em perigo de vida. O indivíduo desaparece de seu domicílio sem deixar representante ou procurador para administrar seus bens. O procedimento da ausência tem três fases: curadoria dos bens [a requerimento de qualquer interessado ou do MP, o juiz declara a ausência e nomeia um curador para zelar pelos bens do ausente], sucessão provisória [um ano sem que o ausente reapareça ou se tenha notícia de sua morte, poderá ser requeria da sucessão provisória. Esta vai conferir a posse e usufruto dos bens do ausente aos interessados] e sucessão definitiva [10 anos após a sentença da sucessão provisória, os interessados poderão solicitar o domínio dos bens do ausente]. O retorno do ausente é ponto polêmico. Caso o ausente retorne ou fica provada a sua existência após a sucessão provisória, as vantagens dos sucessores serão sanadas e os bens deverão ser entregues ao então ausente. Se o ausente retorna após a sucessão definitiva, “seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo”.6 6. Atividade 6ª DA MORTE POR COMORIÊNCIA Antes de tudo, precisa-se salientar quanto à importância da morte por comoriência. Esse instituto encontra sua valia no fato de respingar no mundo do Direito sucessório. Aqui há corpos, mas não é possível saber a sequência do óbito. Trate-se de um instituto jurídico que ocorre quando dois ou mais indivíduos morrem juntos, não havendo possibilidade de saber a sequência dos óbitos. Encontra respaldo legal no art. 8º do CC. “Nota-se que não é necessário que a morte tenha ocorrido no mesmo local. A presunção da morte simultânea tem como principal efeito que, não havendo tempo ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda do outro.” 7 5 República Federativa do Brasil, Código Civil Brasileiro [lei 10.406/2002]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em: 23 de agosto de 2015. 6 Normas Legais, CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE. Disponível em: < http://www.normaslegais.com.br/guia/curadoria-dos-bens-do-ausente.htm> Acesso em: 23 de agosto de 2015. 7 Direito Net, COMORIÊNCIA. Disponível em:< http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1246/Comoriencia> Acesso em: 29 de agosto de 2015.