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Lei de Improbidade Administrativa – Atualização V
DIREITO ADMINISTRATIVO
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – ATUALIZAÇÃO V
RELEMBRANDO
Se o agente público tiver vantagem indevida, trata-se de enriquecimento ilícito.
Se o agente público age para que terceiro tenha vantagem indevida, trata-se de prejuízo 
ao erário.
Se nem o agente público nem um particular tiver vantagem indevida, trata-se de ato contra 
princípios da administração pública.
As maiores modificações da lei de improbidade ocorreram no art. 11.
Lei n. 8.429/1992
Art. 11. [...]
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto 
n. 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste 
artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou 
benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: não se trata da prática de ato que apenas viole a moral, é necessário que haja dolo 
específico, no caso, duplamente específico, já que inclui também a intenção de obter 
proveito para si ou para outros.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa tipifi-
cados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: a exigência de dolo específico não se aplica apenas ao art. 11, mas aos demais atos 
da lei de improbidade e de outras. Com a exigência de dolo específico, é preciso 
entender que “proveito ou benefício indevido” não se trata apenas de questões finan-
ceiras. Por exemplo, alguns fatos, inclusive já condenados como improbidade, como 
abuso sexual de um professor de escola pública contra aluno, continuaria sendo 
passível de enquadramento. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO
ATENÇÃO
Com a nova redação da lei de improbidade, o rol de atos que atentam contra a administra-
ção pública se tornou taxativo. Na redação anterior, o rol era exemplificativo, o que permitia 
o enquadramento de casos aleatórios, mesmo quando não descritos exatamente na legis-
lação. A partir da nova redação, isso não é mais possível.
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a 
demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação 
das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: trata-se da previsão da indicação exata da conduta praticada, com o respectivo en-
quadramento nas hipóteses do art. 11.
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico 
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção 
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
Obs.: os atos previstos no art. 11 independem do reconhecimento da produção de danos 
ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos, porque se houver dano 
ou enriquecimento ilícito, os atos de improbidade serão outros, não atos contra os 
princípios da administração pública. 
Art. 11. [...]
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de 
competência; (REVOGADO); (Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: o legislador revogou esse dispositivo por entender que se trata de uma previsão 
vaga, já que, em tese, qualquer atividade ilegal poderia ser enquadrada como impro-
bidade administrativa. Além disso, como mencionado, o rol do art. 11 é taxativo.
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (REVOGADO); (Lei n. 14.230, de 2021)
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Obs.: anteriormente, o dispositivo devia ser interpretado pelo magistrado no caso concre-
to, resultando normalmente em absolvição quando se tratasse, por exemplo, de um 
atraso de poucos minutos. Vale mencionar, no entanto, que o Código Penal prevê um 
caso similar como crime, a prevaricação.
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva perma-
necer em segredo;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva perma-
necer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco 
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021) 
Obs.: além da revelação do segredo, há a necessidade de beneficiamento por informação 
privilegiada ou risco à segurança. Se gerar o enriquecimento do agente ou causar 
prejuízo, o ato sai do âmbito do art. 11, em razão do caráter residual nesse artigo, ou 
seja, o que não se enquadrar nos art. 9º e 10, pode ser enquadrado no art. 11, porque 
o mais grave absorve o menos grave.
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
IV – negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segu-
rança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei 
n. 14.230, de 2021)
Obs.: exceções já previstas pela própria Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXIII.
V – frustrar a licitude de concurso público;
V – frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chama-
mento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, 
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: na redação anterior, a prática prevista era frustrar a licitude de concurso. A nova re-
dação incluiu o chamamento e procedimento licitatório. . Note que, no caso do art. 
11, não houve prejuízo (apesar da intenção), porque, por exemplo, podem ter desco-
berto o ato antes de sua efetivação. Se houver prejuízo, o ato se enquadrará no art. 
10, inciso VIII.
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Art. 10. [...]
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias 
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
nial efetiva;
Art. 11. [...]
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições 
para isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: note, mais uma vez, a exigência de dolo específico em “com vistas a ocultar irregu-
laridades”.
Art. 10. [...]
XIX – agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações 
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; 
Art. 11. [...]
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulga-
ção oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem 
ou serviço.
Obs.: não houve mudança redacional nesse dispositivo. No entanto, é importante ter em 
mente que, se houver prejuízo ao erário, muda o enquadramento do ato. No caso do 
art. 11, trata-se apenas de informação “capaz de afetar”, se de fato afetar e causar 
prejuízo ao erário ou enriquecimento do agente público, trata-se de outro tipo de ato 
de improbidade.
VIII – descumpriras normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parce-
rias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
Obs.: se causar prejuízo, muda para o art. 10.
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (REVO-
GADO); (Lei n. 14.230, de 2021)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde 
sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo 
único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (REVOGADO); (Redação dada pela 
Lei n. 14.230, de 2021)
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Obs.: foi revogado porque, ao se transferir recurso, causa-se prejuízo ao erário, portanto, 
insere-se no âmbito do art. 10, não do 11.
XI – nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o ter-
ceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido 
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de 
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: trata-se do nepotismo, conforme previsto na Súmula Vinculante n. 3. . A lei prevê 
como improbidade tanto o nepotismo direto quanto o nepotismo cruzado, quando 
uma autoridade nomeia o parente de outra em troca da nomeação de um parente seu.
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos deten-
tores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do 
agente. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: note que a ressalva abrange apenas os detentores de mandatos eletivos.
Art. 11. [...]
XII – praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que 
contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco 
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou 
de campanhas dos órgãos públicos. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
Obs.: o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal diz respeito à publicidade e 
impessoalidade. O ato previsto na lei de improbidade administrativa viola o preceito 
constitucional, para promoção pessoal do agente com recursos públicos. . Pela ló-
gica, esse ato se enquadraria como prejuízo ao erário, já que a promoção pessoal 
ocorre às custas dos recursos públicos, ou, até mesmo, como enriquecimento ilícito.
Casos Especiais
• Prejuízo ao erário
– Art. 10, XII: permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
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- Quando o agente público se enriquece trata-se de ato de improbidade por enri-
quecimento ilícito.
– Art. 10, VIII: frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para 
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los inde-
vidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei n. 
14.230, de 2021)
• Violação de princípio:
– Art. 11, V: frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso 
público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de 
benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei n. 
14.230, de 2021)
• Prejuízo ao erário:
– Art. 10, XIX: agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na 
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública 
com entidades privadas;
• Violação de princípio:
– Art. 11, VI: deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que dis-
ponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
– Art. 11, VII: descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação 
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
• Prejuízo ao erário:
– Art. 10: incisos XVI, XVII, XVIII e XIX
• Violação de princípio:
– Art. 11, VIII: descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação 
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Vandré Borges Amorim. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste 
material.
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