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Apostila Homeopatia 2018 2 com gabarito

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Universidade Federal de Pernambuco 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Ciências Farmacêuticas 
Curso de Farmácia 
Núcleo de Controle de Qualidade de Medicamentos e Correlatos 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE 
HOMEOPATIA 
 
CURRÍCULO 6115 
Disciplina: FA642 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Dra. Mônica Felts R. Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta apostila tem por objetivo, facilitar o estudo dos estudantes do curso de Farmácia da UFPE, vis-
to que na biblioteca são disponibilizados poucos livros de Homeopatia. No entanto, em nenhum momento 
está apostila dispensa a leitura do livro. Estes pontos importantes foram retirados de livro, farmacopeia e 
formulados pela professora. 
Referencias: 
CESAR, A. T. et al. Farmácia homeopática: teoria e pratica (4 edição), 2013, São Paulo: 
Manole, 2013. 
 
 
 
 
 
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Homeopatia, 
3ª Ed. Brasilia,2011. 
 
 
 
 
 
 
Em nenhum momento fica disponível a reprodução por qualquer processo, fica apenas disponível 
para o estudo dos estudantes da disciplina de Homeopatia do curso de farmácia da UFPE. Esta apostila não 
visa fins lucrativos, apenas a disponibilização e facilitação dos alunos ao conhecimento homeopático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
História, Princípios e Fundamentos da Homeopatia ................................................................................ 5 
Concepção Homeopática do processo Saúde-Doença ............................................................................ 13 
Farmacologia Homeopática .................................................................................................................. 16 
Medicamento Homeopático ................................................................................................................. 19 
Formas Farmacêuticas Básicas .............................................................................................................. 28 
Lista de Exercício – Formas Farmacêuticas Básicas ........................................................................................... 31 
Conceitos e Definições - Escalas e Métodos de preparo de Formas Farmacêuticas Derivadas ................. 33 
Lista de Exercício – Escalas e métodos de preparação ...................................................................................... 43 
Formas Farmacêuticas de Uso Interno .................................................................................................. 44 
Lista de exercício – formas farmaceuticas de uso interno................................................................................. 67 
Formas Farmacêuticas de Uso Externo .................................................................................................. 69 
Lista de exercício – formas farmaceuticas de uso externo ................................................................................ 76 
Gabarito ............................................................................................................................................... 77 
Lista de Exercício – Capítulo 5 – Formas Farmacêuticas Básicas ........................................................................ 77 
Gabarito ............................................................................................................................................... 84 
Lista de Exercício – Capítulo 6 – Escalas e métodos de preparação ................................................................... 84 
Gabarito ............................................................................................................................................... 95 
Lista de Exercício – Capítulo 7 - FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS ............................................................ 95 
Gabarito ............................................................................................................................................. 100 
Lista de Exercício – Capítulo 8 – FF de USO EXTERNO ..................................................................................... 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
CAPITULO 1 
História, Princípios e Fundamentos da 
Homeopatia 
 
1. HIPÓCRATES E O PRINCÍPIO 
DA SIMILITUDE 
Na Pré-História, a medicina se utilizava do 
instinto para avaliar qualquer expressão da dor. Os 
sacerdotes eram dotados de poderes pela coletivi-
dade e desempenhavam uma medicina mágica e 
empírica, buscando causas místicas e sobrenatu-
rais para as doenças. 
A enfermidade era primariamente uma en-
fermidade moral, castigo. A prescrição se dava 
através de “medicamentos” a base de flores, fru-
tos, cascas e raízes de plantas, parte de órgãos de 
animais e substâncias minerais. A relação que 
existia entre o médico e o paciente era de fé. Por 
volta de 350 a.C. na Antiga Grécia nas escolas 
médicas foi que ocorreu as primeiras tentativas de 
se criar uma teoria racional sobre a saúde e a do-
ença. 
O maior representante do pensamento mé-
dico grego foi sem dúvida Hipócrates (468 a.C. – 
377 a.C.), considerado o pai da medicina, respon-
sável pela atividade médica apoiada no conheci-
mento experimental, desvinculado da religião, 
magia e da superstição. 
Para Hipócrates, a terapêutica tinha por ba-
se o poder curativo da natureza, e as doenças in-
terpretadas como um quadro particular de cada 
indivíduo. Ele entendia como doença uma pertur-
bação do equilíbrio o qual mantinha o ser humano 
em harmonia consigo mesmo e com a natureza. 
Demonstrou ainda que os sintomas são reações do 
organismo frente a enfermidade, e que o trabalho 
do médico era ajudar as forças defensivas naturais 
do organismo. 
A homeopatia se alicerça no seguinte 
enunciado de Hipócrates: A doença é produzida 
pelos semelhantes e pelos semelhantes o paciente 
retorna a saúde. 
Como exemplo, afirmou que as próprias 
substâncias que causavam a tosse, a diarréia e 
provocavam vômitos curavam doenças que apre-
sentavam sintomas semelhantes, desde que utili-
zadas em doses menores. 
Em várias obras atribuídas a Hipócrates 
encontramos em vários trechos referências a asser-
tativa similia similibus curantur, embora a tera-
pêutica da época adotava a contraria contraris 
curantur. 
A medicina ocidental possui 2 correntes te-
rapêuticas fundamentadas nos princípios dos con-
trários e dos semelhantes: 
 Alopatia: emprega o princípio dos contrá-
rios para combater as doenças, através de 
substâncias que atuam contrariamente aos 
sintomas como por exemplo os antiinfla-
matórios e antitérmicos. 
 Homeopatia: emprega o princípio da simi-
litude, apoiando-se na observação experi-
mental de que toda substância capaz de 
provocar determinados sintomas em um 
indivíduo sadio é capaz de curar, desde 
que em doses adequadas, um doente que 
apresente sintomas semelhantes. 
Embora tenha relatado e observado este 
fenômeno, Hipócrates não se aprofundou no prin-
cípio da similitude. Coube a Hahnemann demons-
trá-lo clinicamente e firmá-lo como método tera-
pêutico, bem como dotá-lo de uma farmacopéia 
própria. 
 
2. SAMUEL HAHNEMANN 
 Christian Friederick Samuel Hahen-
mann, nasceu em 11 de abril de 1755 em Meis-
sen, Alemanha, numa época em que o comércio de 
porcelana era a maior fonte de riqueza. Filho de 
artesãos da porcelana, já na primeira infância to-
mou gosto pela química por observar seus pais no 
preparo das tintas e esmaltes. 
 Como na época a profissão de maior pres-
tígio era a de mercador de porcelana, foi orientado 
pelo pai para o aprendizado de várias línguas. 
 Encontrou muitas dificuldades nos estudos 
por ser de origem humilde e por isto nãopodia 
usar a biblioteca da escola. Porém recebeu ajuda 
de seu professor de línguas, Dr. Müller, que era 
amigo do príncipe da região e pôde aperfeiçoar 
seus conhecimentos lendo livros de botânica, 
química, matemática e física. Finalizou seus estu-
dos em Meissen aos 20 anos, dominando fluente-
mente vários idiomas. Entre eles, Francês, Italia-
no, Inglês, Espanhol, Latim, Grego, Árabe e Sírio. 
 Em 1775 foi para Leipzig estudar medici-
na, e para sustentar-se ministrava aulas particula-
res de língua estrangeira e traduzia obras científi-
cas para o Alemão. Além de estudar as patologias 
e as doenças, Hahnemann pesquisou sobre as cor-
rentes filosóficas da época, em especial o vitalis-
 6 
mo e o organicismo, que acreditavam na força 
vital e na organização biológica, respectivamente. 
Para Hahnemann o princípio vital era a causa e 
não conseqüência da estrutura orgânica, portanto 
era partidário do vitalismo da época. 
 Após 2 anos de estudo na Universidade de 
Leipzig, Hahnemann resolveu continuá-los em 
Viena, pois esta escola proporcionava maiores 
conhecimentos científicos. Se dedicou a prática 
médica criando um maior contato com as doenças 
e doentes, prática não muito comum à época. 
 Em 1779, Hahnemann recebeu o grau de 
doutor em medicina na Universidade da Alema-
nha, neste mesmo ano foi eleito para a academia 
de ciências da Mongucia, devido às suas pesquisas 
na área química. Seu Tratado de Matéria Médica, 
que fala sobre as propriedades medicinais das 
drogas, tornou-se o manual oficial da época. Além 
disso, foi responsável pela sistematização da far-
macopéia alemã. 
 Hahnemann não se fixava em nenhum lu-
gar, sempre buscando novidades científicas e mei-
os de ganhar a vida. Entre 1779 e 1787, residiu em 
várias cidades, conquistando enorme clientela e 
excelente reputação como médico e farmacologis-
ta. 
 Em Dessau, freqüentou a “Pharmacia” do 
boticário Haesseler onde conheceu a sua primeira 
esposa, Johanna Henriette Leopoldine Kücheler, 
que lhe deu 11 filhos. 
 Hahnemann terceu várias críticas a medi-
cina da época que se apoiava basicamente, em 
sangrias, fórmulas complexas e medicamentos 
tóxicos para o tratamento das doenças. Abando-
nou a medicina em 1787 por achá-la empírica de-
mais. Desiludido, escreveu a um de seus amigos: 
Para mim, foi uma agonia estar sempre no escuro 
quando tinha de curar o doente e prescrever de 
acordo com essa ou aquela hipótese arbitrá-
ria...renunciei a prática da medicina para não 
correr mais risco de causar danos à saúde alheia 
e dediquei-me exclusivamente à química e às ocu-
pações literárias. Para poder sobreviver, voltou a 
trabalhar como tradutor, passando a enfrentar 
grandes dificuldades financeiras. 
3. O NASCIMENTO DA HOMEOPATIA 
 Em 1970, ao traduzir a Matéria médica, do 
médico escocês Willian Cullen, Hahnemann ficou 
indignado com o fato de esse autor atribuir a efici-
ência terapêutica da droga quina ao seu efeito tô-
nico sobre o estômago do paciente acometido de 
malária. Não concordando com essa hipótese, re-
solveu fazer experiências ingerindo por vários dias 
certa quantidade de quina. Para sua surpresa pas-
sou a apresentar uma série de sintomas típicos de 
malária: esfriamento das pontas dos dedos dos pés 
e das mãos, fraqueza e sonolência, taquicardia, 
pulsação rápida, ansiedade e tremor intoleráveis, 
pulsação na cabeça, rubor na face, sensação de 
entorpecimento, enfim, um quadro que trazia a 
aparência global da febre intermitente, em paro-
xismo de 3 a 4 horas de duração. Ao suspender o 
uso da droga sua saúde voltou à normalidade. De-
veria haver, portanto, uma identidade entre a do-
ença e a droga ingerida. 
 O resultado desse experimento chamou a 
atenção de Hahnemann para o adágio hipocrático 
similia similibus curantur, ou seja, uma droga 
reconhecidamente eficiente no tratamento da ma-
lária era capaz de produzir sintomas semelhantes 
aos da doença num indivíduo sadio. Em seguida, 
experimentou a quina em seus familiares e ami-
gos, notando que havia a presença dos mesmos 
sintomas. 
 A partir daí resolveu fazer observações no 
homem doente para confirmar se o princípio da 
similitude funcionava na prática, e ao atender seus 
pacientes prescrevia drogas que produziam no 
homem sadio sintomas semelhantes aos dos en-
fermos para observar se ocorria o fenômeno da 
cura. Como a maioria dos resultados foi positiva, 
sua hipótese foi confirmada. A partir desse fato, 
reconheceu a necessidade da experimentação hu-
mana par poder prescrever cientificamente aos 
doentes os agentes terapêuticos capazes de curá-
los. 
 De 1790 a 1796, Hahnemann experimen-
tou diversas substâncias, sempre nas pessoas sadi-
as, além de realizar extensa pesquisa a literatura 
médica sobre sinais e sintomas provocados por 
drogas tóxicas. Em 1976, publicou no Jornal de 
Medicina Prática o seu primeiro trabalho científi-
co sobre suas descobertas denominado “Ensaio 
sobre um novo princípio para descobrir as propri-
edades curativas das substâncias medicinais”. 
Com finalidade de diminuir os efeitos tóxicos e 
nocivos das drogas, adotou as doses infinitesimais 
para o tratamento dos seus pacientes. 
 Em 1805 publicou a primeira Matéria Mé-
dica Homeopática, com 27 substâncias ensaiadas. 
Em 1810, editou a 1° edição do seu livro básico, 
ORGANON DA ARTE DE CURAR, no qual en-
contramos a doutrina homeopática e seus ensina-
mentos, regras minuciosas para exame, entrevista 
 7 
e tratamento do paciente. Entre 1811 e 1826, pu-
blicou 6 volumes da MATÉRIA MÉDICA PURA, 
com 64 medicamentos experimentados. 
 A reputação da homeopatia cresceu rapi-
damente por seus resultados e ganhou muitos sim-
patizantes. Porém seus tratamentos apresentavam 
dificuldades diante da doença crônica, que reapa-
recia frequentemente com novos sintomas. Passou 
a estudar estes casos até que encontrou um fator 
desencadeador destes processos, que denominou 
“miasmas”. Em 1828 divulgou suas descobertas 
por meio da obra “As Doenças Crônicas”, com-
posto por 5 volumes que fala sobre a causa das 
doenças crônicas, juntamente com o estudo de 
novos medicamentos para o tratamento de doen-
ças. 
 Hahnemann casou-se de novo aos 80 anos 
com uma jovem francesa de nome Marie Melaine 
Derville, indo viver em Paris, onde obteve permis-
são para exercer a medicina com muito sucesso. 
Morreu aos 88 anos, em 2 de julho de 1843, cer-
cado de muito respeito e admiração pelo legado 
que deixou ao mundo científico: 21 livros e 25 
traduções. 
 
4. A HOMEOPATIA NO BRASIL 
 Em 1840, a homeopatia foi introduzida no 
Brasil pelo médico francês, natural de Lyon, Dr. 
Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso 
meio como Bento Mure, que logo garantiu discí-
pulos entre os colegas brasileiros. As tinturas e as 
substâncias utilizadas na homeopatia vinham da 
Europa e os próprios médicos manipulavam-nas 
devido à inexistência de farmácias especializadas. 
 Por volta de 1851, a Escola Homeopática 
do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos, 
aprovou a separação da prática médica da prática 
farmacêutica. não existiam, até então, leis que 
regulamentassem a farmácia homeopática do Bra-
sil, facilitando a manipulação de medicamentos 
homeopáticos aos proprietários leigos. Somente 
em 1886 com o Decreto n° 9554, surgiu uma Lei 
que dava o direito de manipular somente a farma-
cêuticos. A partir de 1965 surgiram leis mais es-
pecíficas para a farmácia homeopática e através 
do Decreto 78841 aprovou-se a parte geral da 1ª 
Edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. 
Em 1980 com a resolução 1000/80, a homeopatia 
foi reconhecida como especialidade médica pelo 
Conselho Federal de Medicina. 
 Em 1988 no Congresso Brasileiro de Ho-
meopatia, foi aprovada a publicação do Manual de 
Normas Técnicas para Farmácia Homeopática, qe 
foi revisado 3 anos depois. Em 1997, de acordo 
com a portaria 1180 foi aprovada a parteI da 2° 
edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. A 
3a. Edição da Farmacopéia Homeopática Brasilei-
ra foi publicada em 2011. 
 A 3ª Edição do Manual de normas técni-
cas para farmácia homeopática foi publicada em 
2003, com o substituto “ampliação dos aspectos 
técnicos e práticos das preparações homeopáti-
cas”. As propostas aprovadas nas assembléias, 
coordenadas pela diretoria da Associação Brasilei-
ra de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH), foram 
sistematizados pela comissão científica e trans-
formadas no texto final da 3° edição do manual. 
Por meio de encaminhamento semelhante, em 
2007, foi lançada a 4° edição deste importante 
compêndio. 
5. O QUE É HOMEOPATIA? 
 A homeopatia é uma especialidade médica 
e farmacêutica que consiste em ministrar ao paci-
ente doses mínimas do medicamento, de acordo 
com a lei dos semelhantes, para evitar a agravação 
dos sintomas e estimular a reação orgânica na di-
reção da cura, ou seja, sobrepujar a força da doen-
ça. 
O termo homeopatia vem do grego “ho-
moios-pathos” (sofrimento/doença semelhante) e 
designa a doutrina que prega a cura de doenças 
pela administração de substâncias que, aplicadas a 
um indivíduo são, geram sofrimento semelhante 
ao do paciente, ou seja, sintomas semelhantes. 
 A missão do clínico homeopata é de pres-
crever substâncias que quando administradas em 
pessoas sadias provoca o mesmo sintoma análogo 
aos da doença a ser combatida. Essas substâncias 
são transformadas em medicamento homeopático 
pelo especialista em homeopatia, através de uma 
técnica denominada dinamização que permite di-
minuir os efeitos tóxicos da substância original. 
Desta forma, segundo a Farmacopéia Ho-
meopática Brasileira, “o medicamento homeopáti-
co é toda apresentação farmacêutica destinada a 
ser ministrada segundo o princípio da similitude, 
com finalidade preventiva e terapêutica, obtida 
pelo método de diluições seguida de sucussões 
e/ou triturações sucessivas”. 
6. FUNDAMENTOS DA HOMEOPATIA (4 
LEIS) 
6.1. LEI DOS SEMELHANTES 
 8 
Também chamado de princípio da similitude 
ou da analogia, a lei dos semelhantes foi utilizada 
empiricamente na medicina deste tempos remotos. 
Hahnemann teve como precursores vários médi-
cos, em especial Hipócrates e Paracelso, que por 
meio de suas obras difundiram a lei dos semelhan-
tes. Todavia, foi Hahnemann o descobridor do seu 
mecanismo de aplicação e de sua utilização cientí-
fica na cura de doentes. 
Trata-se de qualquer substância capaz de pro-
vocar em um organismo sadio, porém sensível, em 
doses adequadas, um conjunto de sinais e sinto-
mas capaz de curar um indivíduo que apresente 
um quadro mórbido semelhante, com exceção de 
lesão irreversível. 
Ex. Suponhamos que um doente com úlcera 
gástrica, durante uma visita ao médico homeopata, 
afirme ter hemorragias frequentes, eventuais diar-
reias explosivas, gosto amargo na boca, sensação 
de sufocamento com falta de ar à noite, grande 
inquietude de espírito, ansiedade e muito medo da 
morte, diminuição da memória, além de queima-
ção no estômago, que acalmam com calor e pio-
ram com o frio. Por serem sintomas análogos aos 
da ingestão de Arsenicum álbum, tais sintomas 
sugerem ao médico a indicação de Arsenicum 
álbum, que o prescreverá em doses bem diminu-
tas. Deste modo, para a aplicação da lei dos seme-
lhantes, é necessário saber antecipadamente o que 
cada droga é capaz de provocar em indivíduos 
sadios (os chamados experimentadores). (Obs: 
neste caso o medicamento Arsenicum álbum é o 
similimum do doente, ver definição de similimum 
a frente). 
Um conceito importante para compreender a 
Lei dos Semelhantes é o de Patogenesia: Patoge-
nesia é o conjunto de sinais e sintomas objetivos 
(físicos) e subjetivos (emocionais e mentais) ob-
tidos pela administração experimental de deter-
minada substância em indivíduos sadios porém 
sensíveis e equivale a uma doença “experimen-
tal” ou doença artificial. 
Ex. Administramos ao indivíduo uma substân-
cia em dose capaz de perturbar a homeostase or-
gânica e o organismo apresentará sintomas relaci-
onados a esta substância, os Sintomas Patogenéti-
cos. Para um indivíduo apresentar estes sintomas a 
dose deve ser forte o suficiente para provocar um 
desequilíbrio ou um alto grau de sensibilidade a 
substância testada. 
Similimum: Medicamento cujos sintomas pa-
togenéticos no homem sadio coincidem com a 
totalidade sintomática de determinado quadro 
mórbido. Representa o medicamento adequado 
ao doente. 
Para prescrever um medicamento homeopático 
o médico deverá observar o conjunto de caracte-
rísticas do indivíduo, no aspecto físico, psíquico, 
emocional – e a partir daí prescrever o Similimum 
do paciente. 
Para a homeopatia, a enfermidade é a reação 
incompleta do organismo com a doença. Ao ad-
ministrarmos uma determinada droga a este indi-
víduo, num primeiro momento observamos uma 
piora sintomática, mas que com o fim do efeito 
farmacológico notaremos um efeito biológico de 
sinal contrário que é a reação orgânica a droga. 
Hahnemann expõe assim o princípio da simili-
tura no parágrafo 19 do Organon da arte de curar: 
Visto que as doenças não são mais do que al-
terações do estado de saúde do indivíduo sadio, 
expressando-se por meio de sinais mórbidos, e a 
cura, igualmente, só é possível com a conversão 
desse estado em saúde, vê-se, então, sem dificul-
dade, que os medicamentos não poderiam curar 
as doenças de modo algum, se não possuíssem a 
força de alterar o estado de saúde do homem, 
baseado em sensações e funções e mais: vê-se que 
unicamente nesta sua força de alterar o estado de 
saúde é que se deve basear seu poder de cura. 
(Hahnemann completa a afirmação no parágrafo 
27, do mesmo livro). 
 
6.2. EXPERIMENTAÇÃO EM HOMEM 
SADIO 
 Para a homeopatia a única forma de co-
nhecer de maneira confiável os efeitos farmacoló-
gicos de uma substância medicinal é experimen-
tando-a no organismo humano sadio (experimen-
tação patogenética, homeopática ou pura). Não 
são utilizados animais, pois cada espécie apresenta 
uma reação própria, muito diferente da reação dos 
seres humanos, por serem distintas as suas consti-
tuições. Os testes em doentes também não são 
tolerados, pois a mistura dos sintomas provocados 
pela droga teste impede uma avaliação correta do 
experimento. 
Ex. se administrarmos Belladona a um ele-
fante, esta é mortal em pequenas doses, porém 
inócua a animais pequenos. A Nux vômica e o 
Aconito são inofensivos a suínos e cães, mas po-
dem matar um homem. Além do que em animais 
 9 
só observamos os sintomas mais grosseiros e nos 
doentes podemos ter uma mistura de sintomas. 
 Quando administramos uma substância 
medicinal a um indivíduo e os sintomas resultan-
tes são compilados, estamos registrando as mani-
festações específicas do organismo diante da 
agressão proporcionada por tal substância. Desse 
modo, revela-se a farmacodinâmica da substância 
testada. As drogas devem ser testadas nas doses 
tóxicas, hipotóxica e dinamizadas para que pos-
sam revelar todos os sintomas. Desta forma, os 
sintomas físicos, emocionais e mentais aparecem 
com maior riqueza de detalhes. 
 Devem ser utilizados experimentadores 
sensíveis as substâncias dinamizadas (os medica-
mentos) durante os experimentos para a obtenção 
de quadros completos de sintomas psicomentais. 
 
CARACTERÍSTICAS DO EXPERIMENTA-
DOR: 
 Indivíduo aparentemente saudável; 
 Indivíduo de ambos os sexos entre 18 a 45 
anos; 
 Indivíduo com boa capacidade de expres-
são oral e escrita; 
 Conhecimento da sintomatologia homeo-
pática; 
 Vida saudável e equilibrada; 
 Leve a experiência a sério. 
 
CARACTERÍTICAS DA SUBSTÂNCIA PARA 
EXPERIMENTAÇÃO 
 Substância pura; 
 Corretamente identificada; 
 Descrição completa da técnica de preparo. 
REGIME 
 Moderado; 
 Evitar qualquer substância com poder me-
dicamentoso, como a cafeína,especiaria, 
etc; 
 Evitar comidas condimentadas; 
 Evitar excessos físicos e mentais. 
DOSES 
 Sub-tóxicas; 
 Experimentar o medicamento 3 vezes ao 
dia até aparecer os sintomas; 
 Pacientes sensíveis passam para uma nova 
fase onde será aplicado medicamentos em 
potências mais altas. 
 
6.3. DOSES MÍNIMAS 
No início das experimentações, Hahne-
mann preocupou-se com a intensidade das reações 
provocadas que eram muito fortes visto que não se 
utilizava medicamentos divididos e sim tinturas, o 
que muitas vezes fazia com que o indivíduo desis-
tisse da experimentação. 
Com a finalidade de se diminuir estes sin-
tomas Hahnemann passou a diluir o medicamento 
em água ou álcool, porém observou que se o me-
dicamento não fosse forte o suficiente não produ-
ziria as reações orgânicas. Com resultados insatis-
fatórios continuou a sua pesquisa, e além de diluir 
o medicamento passou a realizar agitações vigoro-
sas que denominou sucussões. E ao administrar 
este medicamento observou que além de diminuir 
a agravação dos sintomas e efeitos tóxicos das 
altas doses ocorria uma aumento da reação orgâ-
nica. 
A partir desse momento Hahnemann pas-
sou a utilizar diluições infinitesimais e potenciali-
zadas. Esse processo farmacotécnico é conhecido 
como dinamização. 
Dinamização: divisão de uma droga pelo-
procedimento de diluição + sucussão ou tritura-
ção em lactose + trituração, a fim de desenvolve-
ra força medicamentosa. 
 
Diluição: É dividir uma dada quantidade 
de droga em 10 (escala decimal) ou 100 (escala 
centesimal) partes do veículo. 
Para uma explanação inicial do processo 
de preparação do medicamento homeopático, 
apresentamos o seguinte esquema: 
 Uma parte do insumo ativo na forma de 
tintura mãe (substâncias solúveis) ou tritu-
ração mãe (substâncias insolúveis) + 99 
partes do insumo inerte + 100 sucussões: 
1ª dinamização centesimal hahnemanniana 
(1CH); 
 Uma parte da 1CH + 99 partes do insumo 
inerte + 100 sucussões: 2ª dinamização 
centesimal hahnemanniana (2CH); 
 Uma parte da 2CH + 99 partes do insumo 
inerte + 100 sucussões: 3ª dinamização 
centesimal hahnemanniana (3CH); 
 E assim sucessivamente... (Figura 1) 
Figura 1 
 10 
 
 
Tabela 1 
 
Obs. Não é possível a conversão entre escalas, 
pois sua correlação é apenas matemática. Quanto 
maior a potência do medicamento, mais diluído 
está, e menor é a probabilidade de encontrarmos 
moléculas da droga original na solução. 
 
6.4. REMÉDIO ÚNICO 
 O clínico homeopata procura, sempre que 
possível, individualizar o quadro sintomático do 
paciente para encontrar o seu simillimum. Se ele 
utilizar em um mesmo paciente, de uma só vez, 
mais de um medicamento, estes mobilizarão con-
juntamente os mecanismos de defesa do organis-
mo, numa competição. Pelo princípio da similitu-
de, apenas um deve cobrir a totalidade dos sinto-
mas apresentados pelo doente. Além disso, com o 
uso simultâneo de dois ou mais medicamentos, 
fica impossível determinar, cientificamente, qual 
foi o responsável pela cura. Entretanto, na prática, 
nem sempre é possível encontrar o simillimum. 
O remédio único constitui um dos fundamentos 
mais importantes da homeopatia do ponto de vista 
médico-científico e o mais difícil de ser realizado 
na prática, pois exige do clínico conhecimentos 
bastante profundos da matéria médica homeopáti-
ca. 
 
7. ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS 
 
Existem vários motivos para a criação de dife-
rentes escolas médicas, entre eles: 
 Complexidade da doença; 
 Imprecisão dos sintomas; 
 Desconhecimentos dos princípios homeo-
páticos; 
 Inexistência de patogenesias capazes de 
cobrir a totalidade dos sintomas; 
 Necessidade do estudo constante; 
 Experiência clínica particular de alguns 
homeopatas. 
As principais escolas homeopáticas são: unicismo, 
pluralismo, complexismo e organicismo. 
 
7.1. UNICISMO 
Clínico prescreve um único medicamento, à 
maneira de Hahnemann, com base na totalidade 
dos sintomas, independe do quadro fisiológico, 
corresponde ao simillimum do paciente. 
 Inconveniência: 
o existência de um medicamento que 
represente em todos os detalhes o 
quadro que o paciente apresente; 
o o médico conheça este medicamen-
to; 
o o medicamento esteja sempre dis-
ponível. 
 Exemplo de receita unicista: 
o Pulsatilla nigrans 6LM. 
Tomar uma colher (chá) de 2 em 2 
horas. 
o Sepia 12CH. 
Pingar 10 gotas diretamente na bo-
ca, 2 vezes ao dia. 
Obs: Existe uma variante do Unicismo Hahnema-
niano, que trata-se do Kentismo, dos seguidores 
de James Tyler Kent (1849-1916), médico norte-
americano responsável por realizar experiências 
com altíssimas potências, e dose única, geralmente 
Potência Diluição Concentração Exponentes 
1a. Dinamiza-
ção centesimal 
hahnmanniana 
(1CH) 
1/100 1 para 100 10-2 
2a. Dinamiza-
ção centesimal 
hahnmanniana 
(1CH) 
1/10.000 0,01 para 100 10-4 
3a. Dinamiza-
ção centesimal 
hahnmanniana 
(1CH) 
1/1.000.000 0,0001 para 
100 
10-6 
4a. Dinamiza-
ção centesimal 
hahnmanniana 
(1CH) 
1/100.000.000 0,000001 
para 100 
10-8 
12a. Dinamiza-
ção centesimal 
hahnmanniana 
(1CH) 
1/1.1023 0,(21zeros)1 
para 100 
10-24 
 11 
potências superiores a 1000FC (milésima potência 
preparada por aparelho de fluxo contínuo). 
 Exemplo de receita kentiana: 
o Phosphorus 10000FC líquida. 
Tomar todos o conteúdo do frasco, 
de uma só vez, em jejum. 
 
7.2. PLURALISMO (ou ALTERNISMO) 
Clínico prescreve 2 ou mais medicamentos para 
serem administrados em horários alternados ou 
não, com finalidade de um completar a ação do 
outro, atingindo assim a totalidade dos sintomas 
do paciente. Os medicamentos são administrados 
em frascos isolados, e o clínico leva em conside-
ração os sintomas locais, mentais e pode utilizar 
juntamente o similimum do paciente. 
 Inconveniência: 
o tendência a polifarmácia, dificul-
tando a avaliação correta de cada 
medicamento; 
o indução de um segundo estímulo 
diferente antes de haver se esgota-
do a ação farmacodinâmica anteri-
or; 
o emprego simultâneo de estímulos 
opostos; 
o prolongamento do tratamento uma 
vez que a cura é mais rápida com o 
simillimum. 
 Exemplos de receita pluralista: 
 
Barium carbonicum 6CH, 20 mL, 1 frasco 
Phytolacca decandra 6CH, 20 mL, 1 frasco 
Pingar 5 gotas de cada medicamento, dire-
tamente na boca, de 2 em 2 horas, alter-
nando-os a cada tomada. 
 
7.3. COMPLEXISMO 
Clínico prescreve dois ou mais medicamentos para 
serem administrados simultaneamente. Podem ser 
preparados em mesmo frasco ou em frascos isola-
dos. 
 Inconvenientes: 
o impossibilidade de distinguir qual 
medicamento realmente atuou; 
o impossibilidade de distinguir qual 
remédio no complexo é eventual-
mente prejudicial; 
o risco de interação medicamentosa 
desconhecida; 
o foge do conceito de homeopatia 
pois nunca houve experimentação 
patogenética destes complexos; 
o estimulam auto-medicação; pro-
porcionam resultado de curta dura-
ção; visam a paliação dos sintomas; 
podem desenvolver patogenesias 
em indivíduos sensíveis; podem in-
terferir no tratamento bem condu-
zido. 
 
 Exemplo da receita complexista: 
- Hydrastis canadensis 6CH, 20 mL, 1 frasco 
- Hepar súlfur 6CH, 20 mL, 1 frasco 
- Kalium bichromicum 6CH, 20 mL, 1 frasco 
 
Pingar 5 gotas de cada um dos medicamentos, 
diretamente na boca, de 2 em 2 horas. 
 
Eupatorium 5CH 
Bryonia alba 6CH ãã...qsp...30mL 
Allium cepa 6CH 
 
Tomar 5 gotas, 4 vezes ao dia. 
 
7.4. ORGANICISMO 
Clínico prescreve o medicamento visando aos 
órgãos doentes, considerando as queixas mais 
imediatas do paciente. Bastante próxima da medi-
cina alopática. Fixa-se apenas no problema local. 
 Exemplo de receita organicista: 
 
Urtica urens 6CH, 20 mL, 1 frasco. Tomar 5 gotas 
de hora em hora. 
Referências Bibliográficas 
 Farmácia homeopática: teoria e prática. 
Olney Leite Fontes.4a. Edição. Editora 
MANOLE, 2001. ISBN 8520434770, 
9788520434772, 389 páginas. 
 
 Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3ª 
edição, 2011. 
 
 12 
 Organon da arte de curar de Samuel 
Hahnemann para o século XXI. Marcelo 
Pustiglione, 286 páginas. ISBN nº 978-85-
86625-39-8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
CAPITULO 2 
Concepção Homeopática do processo 
Saúde-Doença 
 
FENÔMENO VITAL 
 O modelo conceitual no qual a terapêutica 
homeopática se apóia é de origem vitalista. So-
mente quando aceitamos a noção de um princípio 
de causalidade para a vida, fora das dimensões 
físicas habituais, concordamos em considerá-lo 
um modelo para a homeopatia. 
Vitalismo é uma doutrina filosófica, se-
gundo o qual os seres vivos possuem uma força 
particular que os mantém atuantes, o princípio ou 
força vital, distintas das propriedades físico-
químicas do corpo. 
Segundo o modelo filosófico homeopático, 
a condição do organismo depende apenas da saúde 
da vida que o anima. Assim conclui-se que a do-
ença consiste em uma condição alterada original-
mente apenas nas sensibilidades e funções vitais, 
independentemente de toda consideração química 
ou mecânica, ou seja, a origem primária das doen-
ças está na perturbação da força vital. 
 
FORÇA VITAL 
Hahnemann interpreta a força vital como man-
tenedora do equilíbrio orgânico. 
É a força vital que mantém o organismo em 
harmonia. Sem ela, o organismo não age, não sen-
te e se desintegra, sendo a força vital responsável 
pela integração dos diversos níveis dinâmicos da 
realidade humana (físico, emocional e mental). 
No estado de saúde, a força vital imaterial que 
dinamicamente anima o corpo material reina com 
poder ilimitado e mantém todas as suas partes em 
admirável atividade harmônica, nas suas sensa-
ções e funções, de maneira que o equilíbrio dotado 
de razão, que reside em nós, pode livremente dis-
por desse instrumento vivo e são para atender aos 
mais altos fins de nossa existência. 
A homeopatia define saúde como um estado 
de equilíbrio dinâmico que abrange as realidades 
física e psicomental dos indivíduos em suas inte-
rações com o ambiente natural e social. A doença 
reflete, mediante os sintomas, o esforço da força 
vital na tentativa de restabelecer o equilíbrio. 
Concebe, desse modo, a doença como um pro-
cesso que pode ter se iniciado nos níveis emocio-
nal e mental dos indivíduos suscetíveis, e posteri-
ormente se manifesta sob a forma de lesão orgâni-
ca. Assim, o ponto final do adoecer para a homeo-
patia é o ponto inicial para a alopatia. 
O ser humano apresenta 3 níveis dinâmicos 
identificáveis: o físico, o emocional e o mental. 
Sobre eles age a força vital, mantendo-os equili-
brados. O homem pensa por meio do seu nível 
mental, sente por seu nível emocional, age pelo 
seu nível físico e encontra-se coeso em seus três 
níveis pela ação integradora da força vital. 
Existe uma hierarquia na constituição do ser 
humano: mental > emocional > físico. Para o ho-
meopata é necessário distingui-los para avaliar a 
evolução da doença. 
Existe também a hierarquia dentro de cada ní-
vel: 
 Físico: órgãos respiratórios > pele; 
 Emocional: depressão > irritabilidade; 
 Mental: delírio ou paranóia > falta de con-
centração ou letargia. 
Quando um órgão nobre é atingido por uma 
doença, a força vital transfere o problema para um 
nível mais periférico para aliviar a agressão, como 
a pele. Ou ainda se esta estiver abalada poderá 
resultar em uma doença mais grave. 
A pele é muito importante no contexto geral 
do organismo, não devendo utilizar medicamentos 
de forma paliativa, pois removendo os sintomas 
antes da cura do problema original pode ocorrer 
uma supressão e dificultar a identificação do si-
millimum. Quando suprimimos algum sintoma 
podemos ter uma evolução no quadro para níveis 
mais profundos e perigosos, que denominamos 
metástases mórbidas. 
PROCESSO DE CURA 
 A primeira constatação de que o tratamen-
to está correto é quando ocorre um aumento tran-
sitório dos sintomas, que logo a seguir desapare-
cem com a cura do paciente. 
 Leis da cura: 
 Os sintomas devem desaparecer na ordem 
inversa do seu aparecimento; 
 A cura progride do alto do corpo para bai-
xo; 
 O corpo procura exteriorizar os sintomas, 
mantendo-os em suas partes mais exterio-
res (mucosas e pele); 
 A cura progride dos órgãos mais nobres 
para os menos nobres 
 14 
 Antigos sintomas podem desaparecer. 
SEMIOLOGIA HOMEOPÁTICA 
 Numa consulta homeopática bem conduzi-
da, o homeopata escuta, interroga, observa e exa-
mina o paciente, par obter a mais perfeita totalida-
de dos sinais e sintomas capazes de espelhar a 
imagem do seu estado enfermo particular. Para 
isto é muito importante que o clínico conheça pro-
fundamente a Matéria Médica Homeopática e as 
técnicas para interrogar o paciente. 
 As fichas clínicas representam o meio mais 
interessante para anotara as informações disponi-
bilizadas pelo paciente e seus acompanhantes para 
a escolha do simillimum. Esta ficha deve conter, 
além da data e dos dados pessoais do paciente, um 
questionário que desperte espontaneamente as 
informações que individualizam o paciente. 
 Talvez o problema mais difícil da homeo-
patia seja a retratação do caso, quando esta é bem 
feita, o trabalho posterior é mito reduzido, ou en-
tão tornar-se-á muito difícil prescrever correta-
mente. 
 ROTEIRO DA CONSULTA HOMEO-
PÁTICA 
A. REGRAS 
 Anotar tudo com as palavras empregadas 
pelo paciente; 
 Não fazer perguntas cuja as respostas se-
jam sim ou não; 
 Nunca fazer sugestões de respostas; 
 Observar o temperamento do paciente; 
 Qualificar a queixa com todas as suas nu-
ances; 
 Anotar coisas raras, estranhas, peculiares. 
 
B. EXAME FÍSICO 
 
C. SINTOMAS 
 
 Gerais: traduzem o organismo no esforço 
global ou unitário de reação e adaptação 
frente às agressões. 
o Categorias: 
 Calor vital – reação global 
no esforço da homeostase; 
 Desejos, aversões e intole-
râncias alimentares; 
 Sinais e sintomas sexuais; 
 Sono e sonhos repetidos; 
 Dores; 
 Modalidades gerais. 
 
 Locais: se refere a um órgão ou região to-
pográfica circunscrita e refletem perturba-
ções profundas da Força Vital. 
o Condições que valorizam o sinto-
ma local: 
 Raridade; 
 Intensidade; 
 Modalidade marcante; 
 Alternância com outros sin-
tomas. 
 
 Mentais: são aqueles sintomas psicológi-
cos que juntamente com os demis sintomas 
ajudam a chegar ao similliimum do pacien-
te. 
 
D. MODALIDADES 
 Modalizar um sintoma é dar a ele um ca-
racterística especial, que o individualize. 
 Ex: choro – sintoma mental comum, e pas-
sa a ter valor se for modalizado, “choro 
durante a menstruação”, “choro durante o 
sono”, etc. 
 Modalidade: piora; melhora; lateralidade 
 
E. ANÁLISE DO CASO 
 Após anotar os sintomas do paciente, atra-
vés de uma anamnese homeopática, será 
feita a análise do caso, selecionando os 
sintomas que serão levados em conta para 
a escolha do medicamento. A prescrição 
homeopática não deve ser baseada em sin-
tomas comuns das enfermidades, mas so-
mente sobre aqueles próprios do paciente. 
 Os sintomas são escolhidos entre aqueles 
mais raros, mais inexplicáveis, mais inusi-
tados, ou seja, os mais individualizantes 
deste paciente. 
 Serão priorizados os sintomas mentais, de-
pois os gerais e os locais, que sempre de-
verão ser modalizados. 
 
F. ESCOLHA DO MEDICAMENTO 
 Com base na totalidade de sintomas cole-
tados, de posse de uma Matéria Médica 
Homeopática, e de um Repertório Homeo-
pático, o médico consegue chegar ao si-
millimum do paciente, que será aquele me-
dicamento cuja patogenesia melhor coinci-
dir com a totalidade sintomática do pacien-
te. 
 
 15 
G. ESCOLHA DA POTÊNCIA DO ME-
DICAMENTO 
 Não existemnormas quanto a dinamização 
a ser prescrita ao paciente, sendo a respos-
ta ao simillimum dependente da força vital 
variável de cada paciente. 
 
H. HORÁRIO E FREQUÊNCIAS DAS 
DOSES 
 Na medicina homeopática, a prescrição do 
medicamento não está relacionada a pon-
derabilidade da dose, mas sim à sua capa-
cidade de promover o estímulo da reação 
do organismo (Reação Vital), que é variá-
vel de indivíduo para indivíduo. 
 O medicamento deverá ser administrado 
preferencialmente ao acordar ou deitar e 
espaçado das refeições, para melhor conta-
to com as mucosas livres, recomenda-se 
ainda que seja evitada a hora habitual de 
agravação indicada na Matéria Médica. 
 A frequência da dose se justifica em fun-
ção de quadros agudos e crônicos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS 
Doenças Agudas: 
 Tendência espontânea para cura 
 Prescrições são de baixa potência (3CH a 
9CH), com freqüência em função da inten-
sidade do caso, que deve espaçar ou parar 
conforme a melhora. 
 
Doenças Crônicas: 
 Sem tendência de cura espontânea, de evo-
lução progressiva. 
 Segundo Hahnemann, não se considera 
apenas o tempo para classificar uma doen-
ça como crônica, mas leva-se em conside-
ração o estudo do terreno do indivíduo e 
suas predisposições mórbidas. 
 Hahnemann estabeleceu 3 grandes diáteses 
ou modos reacionais crônicos ou miasmas: 
o Psora: instala-se quando o orga-
nismo esgota suas possibilidades 
defensivas, procurando alívio por 
meio de fenômenos episódicos e al-
ternantes de descargas de toxinas. 
O estado reacional da psora refere-
se a alergias e manifestações cutâ-
neas, serosa e mucosas. 
o Sicose: instala-se quando o orga-
nismo altera a quantidade ou quali-
dade das eliinações ou bloqueiaas 
toxinas em órgãos ou regiões cir-
cunscritas, originando neoforma-
ções. O estado reacional relaciona-
se com as excrescências verrugosas 
(verrugas, condilomas, etc). 
o Sífilis: (não confundir com a doen-
ça) instala-se quando o organismo 
tenta livra-se das toxinas ou adap-
tar-se ao estresse persistente, sacri-
ficando os próprios tecidos. O es-
tado reacional da sífilis está relaci-
onado com a tendência à destruição 
dos tecidos (úlceras, furúnculos, 
fístulas, etc). 
 Prescrições: medias e alas potências 
(12CH para cima), com frequência espaça-
das (1 vez ao dia, semana, mês). 
 
Referências Bibliográficas 
 Farmácia homeopática: teoria e prática. 
Olney Leite Fontes. 4a. Edição. Editora 
MANOLE, 2001. ISBN 8520434770, 
9788520434772, 389 páginas. 
 
 Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3ª 
edição, 2011. 
 
 Organon da arte de curar de Samuel 
Hahnemann para o século XXI. Marcelo 
Pustiglione, 286 páginas. ISBN nº 978-85-
86625-39-8. 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
CAPITULO 3 
Farmacologia Homeopática 
 
AÇÃO PRIMÁRIA E REAÇÃO SECUNDÁ-
RIA 
Toda força que atua sobre a vida, todo me-
dicamento afeta, em maior ou menor escala, a 
força vital, causando certa alteração no estado de 
saúde do homem por um período de tempo maior 
ou menor. A isto se chama ação primária. A esta 
ação, nossa ação vital se esforça para opor a pró-
pria energia. Tal ação oposta faz parte da nossa 
força de conservação, constituindo uma atividade 
automática dela, chamada ação secundária ou rea-
ção. 
Efeito primário: 
 Modificação de maior ou menor duração 
provocada por toda substância na saúde do 
indivíduo; 
 Consequência direta da droga no organis-
mo; 
 Efeito presente quando a concentração da 
droga no organismo está elevada. 
Efeito secundário: 
 Efeito rebote; 
 Intensidade maior e em sentido oposto ao 
efeito primário; 
 Concentração da droga em baixo limiar 
sanguíneo; 
 
FARMACOLOGIA DOS CONTRÁRIOS 
 Hahnemann fez referência a quatro dife-
rentes maneiras de medicar: 
 Alopatia: tende a desenvolver o homem 
sadio sintomas diferentes em relação àque-
les apresentados pela doença a ser curada, 
ex. antibióticos ou antiparasitários; 
 Enantiopatia: produz no homem sadio efei-
tos contrários (antipáticos) àqueles apre-
sentados pelo doente, ex. antitérmico ou 
antiácidos; 
 Homeopático: faz uso de substâncias que 
produzem no homem sadio sintomas seme-
lhantes àqueles apresentados pelo doente, 
ex. digitalina para tratar cardiopatias; 
 Isopático: é o método terapêutico que 
promove o tratamento da doença pelo 
mesmo princípio infeccioso que a produ-
ziu, ex. vacinas ou agentes dessensibilizan-
tes. 
Hahnemann combateu o método terapêuti-
co dos contrários por jugá-los prejudicial aos do-
entes. Afirmou que após uma pequena pausa pro-
movida pelos medicamentos alopáticos, a doença 
piora. Isso porque o efeito primário, promovido 
pela ação do medicamento paliativo, induz à ma-
nifestação de um efeito secundário do organismo 
semelhante à doença. 
 
Exemplo do efeito da farmacologia dos contrários 
Exemplo evidente da observação do efeito rebote: 
- Codeína 
Indicação terapêutica: tratamento da dor. 
Efeito rebote: dores generalizadas. 
 
FARMACOLOGIA DOS SEMELHANTES 
Atualmente, a cura por meio da terapêutica 
dos semelhantes pode ser explicada com o concei-
to de homeostase – tendência que os organismos 
vivos apresentam de manter um estado de equilí-
brio interno, apesar das variações do meio ambi-
ente externo. Sob a ação de estresses internos e 
externos, o sistema nervoso pode modular o sis-
tema imunológico por meio dos nervos e das 
glândulas. 
 
Exemplo do efeito da farmacologia dos semelhan-
tes: 
 
 
• Doente 
"indisposto, 
sonolento, 
cansaço"
droga "efeito 
estimulante"
• melhora 
inicial dos 
sintomas
suspensão ou 
eliminação da 
droga com 
"efeito 
estimulante"
• reação do 
orgnismo "efeito 
secundário 
depressor/rebote
" PIORA DOS 
SINTOMAS
• doente 
"indisposto, 
sonolento, 
cansado"
droga "efeito 
depressor"
• piora inicial 
dos 
sintomas
suspensão ou 
eliminação 
da droga 
com "efeito 
depressor"
• Reação do 
orgnismo "efeito 
secundário 
estimulante/rebo
te"
MELHORA DOS 
SINTOMAS
 17 
A ENERGIA MEDICAMENTOSA 
 A homeopatia emprega medicamentos 
diluídos e potencializados por meio do processo 
de dinamização. Desta forma, é rara a ocorrência 
de sintomas primários perceptíveis, a não ser em 
indivíduos muitos suscetíveis. O medicamento 
dinamizado é o estímulo necessário para despertar 
a reação vital no sentido da cura. Com a diluição 
da droga, a agravação é controlada; e com a po-
tencialização, a reação orgânica é estimulada ain-
da mais no sentido da cura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A concentração de um medicamento ho-
meopático é proporcional a 100-n molar, sendo “n” 
o grau de dinamização (diluições sucessivas se-
guidas de agitações). O limite de Avogrado é su-
perado quando n>12, ou seja, a parti de uma dilui-
ção 100-12 (12CH) não há mais moléculas da dro-
ga original. 
Desse modo, a ação do medicamento ho-
meopático não depende da presença de moléculas 
da droga. Todavia, existe uma “informação”, al-
gum tipo desconhecido de energia, uma vez que 
os organismos vivos reagem a ela. A energia pro-
duzida pelas agitações medicamentosas às solu-
ções. 
 Existem duas linhas de pesquisa que ten-
tam explicar o fenômeno das ultradiluições home-
opáticas: 
a. Molecular: busca associar aos medicamen-
tos homeopáticos alterações estruturais nas 
moléculas do solvente (tamanho e ângulo). 
Empregando as técnicas de Raman e es-
pectroscopia de IV, descreveu-se modifi-
cações na auto-organização das moléculas 
da água após o processo de dinamização, 
originando quase cristais, formados por li-
gações de hidrogênio entre as moléculas da 
água (clusters). 
 
b. Não – molecular: uma substância exerce 
papel de significante biológico capaz de 
gerar modificações fisiológicas, após in-
terpretação pelo organismo. Propriedades 
físico-químicas podem ser transmitidas nas 
dinamizações. Segundo a teoria dos signi-
ficados corporais, sistemas em interação 
podemtrocar informação não molecular. 
 
LEIS DE ARNDT DE SCHULTZ 
 Tendo em vista as experimentações cientí-
ficas, Hahnemann foi o primeiro médico a afirmar 
que os efeitos primário e secundário dos medica-
mentos dependem da dose em que são administra-
dos. Em 1920, essa constatação foi confirmada 
pelo farmacologista Hugo Schultz, da Universida-
de de Greifswald. 
Ao fazer experiências com levedura obser-
vou que seu crescimento dependia da concentra-
ção de substâncias tóxicas que recebiam, ou seja, 
enquanto doses pequenas estimulavam o cresci-
mento das leveduras, doses grandes o inibiam. 
A Lei da Farmacoterapia, que resume o 
trabalho de Schultz, dispõe: “Toda excitação pro-
voca sobre a célula um aumento ou uma diminui-
ção de sua função biológica em relação à atividade 
fraca ou forte de excitação”. 
Rudolf Arndt, fisiologista da mesma uni-
versidade, baseando na Lei da Farmacoterapia de 
Schultz, após uma série de trabalhos de pesquisa 
anunciou a Lei Biológica Fundamental, que pode 
ser resumida da seguinte forma. 
 
 Pequenas excitações provocam a atividade 
vital, despertando-a; 
 Excitações médias aumentam-na; 
MEDICAMENTO 
HOMEOPÁTICO 
Informação 
medicamento-
sa depressora 
/efeito primá-
rio depressor 
Doente “indisposto, 
sonolento, cansado” 
Reação do 
organismo 
“efeito se-
cundário 
estimulante 
CURA 
 18 
 Excitações fortes anulam-na em parte; 
 Excitações exageradas anulam-na total-
mente. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E DE ELIMI-
NAÇÃO 
 O medicamento homeopático pode ser 
administrado pelas mucosas, pela epiderme e pe-
las vias áreas superiores e inferiores. 
 O método mais empregado pelos homeo-
patas, pela tradição, com relativa ausência de da-
nos locais e conveniência para o paciente, é a ad-
ministração oral. Além disso, essa forma de admi-
nistração é a única utilizada nos experimentos 
patogenéticos, pois as drogas podem apresentar 
diferentes ações dependendo da via em eu forem 
introduzidas. Entretanto os medicamentos homeo-
páticos não devem ser engolidos, mas deixados na 
boca para que sejam absorvidos pela mucosa bu-
cal. Essa mucosa absorve muito bem os medica-
mentos homeopáticos e evita que estes recebam 
influências do estômago e do fígado.a absorção 
por essa via é rápida e segura, sendo a ação medi-
camentosa transmitida por todo o organismo. 
 O medicamento homeopático não age pela 
quantidade de droga presente nas suas diferentes 
formas farmacêuticas, mas por meio da “informa-
ção” que veicula, fazendo o organismo reagir de 
acordo com a qualidade dessa informação. Portan-
to, ele não se acumula no organismo, nem é elimi-
nado, como ocorre com os medicamentos alopáti-
cos. 
POSOLOGIA 
 Para medicina alopática, a dose útil de 
cada droga está diretamente relacionada com a sua 
quantidade. Nesse caso, prevalecem os efeitos 
primários, químicos e cumulativos. Entretanto, 
para medicina homeopática a prescrição do medi-
camento não está relacionada à ponderabilidade da 
dose, mas a sua capacidade de promover o estímu-
lo da reação do organismo (reação vital), que é 
variável de indivíduo para indivíduo, por meio da 
informação correta que o simillimum veicula. A 
escolha da potência depende do caso clínico, ape-
sar de o simillimum atuar em todas as dinamiza-
ções, em menor ou maior profundidade. 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 Farmácia homeopática: teoria e prática. 
Olney Leite Fontes. 4a. Edição. Editora 
MANOLE, 2001. ISBN 8520434770, 
9788520434772, 389 páginas. 
 
 Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3ª 
edição, 2011. 
 
 Organon da arte de curar de Samuel 
Hahnemann para o século XXI. Marcelo 
Pustiglione, 286 páginas. ISBN nº 978-85-
86625-39-8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
CAPITULO 4 
Medicamento Homeopático 
 
1. O QUE É MEDICAMENTO HOMEOPÁ-
TICO? 
É toda forma farmacêutica de dispensação minis-
trada segundo o princípio da semelhança e/ou da 
identidade, com finalidade curativa e/ou preventi-
va. É obtido pela técnica de dinamização e utili-
zado para uso interno ou externo (FHB III, 2011). 
Os medicamentos homeopáticos efetuam a 
cura mediante sua capacidade dinâmica de atuar 
sobre a vitalidade. Portanto, o medicamento ho-
meopático deve ser compreendido por suas carac-
terísticas energéticas, já que não atam diretamente 
no organismo por meio de átimos ou moléculas. 
Assim, não basta que as substâncias originais 
e as preparações básicas sejam apenas diluídas e 
potencializadas pelos métodos da dinamização 
para serem consideradas medicamentos homeopá-
ticos. Elas precisam ter sido previamente testadas 
no homem sadio, de acordo com os protocolos de 
experimentação patogenética, e utilizadas em con-
formidade com a lei dos semelhantes. Nenhuma 
substância dinamizada torna-se homeopática por 
estar estocada em uma prateleira de uma farmácia 
homeopática. Nesse local, encontramos apenas 
medicamentos que serão homeopáticos ou não na 
razão direta da sintonia da semelhança, pois sem 
ela o estímulo adicional necessário para a cura não 
ocorre. Dessa perspectiva, o medicamento home-
opático será sempre o “remédio”do paciente, ou 
seja, o seu simillimum. 
2. ORIGEM DO MEDICAMENTO HOME-
OPÁTICO 
 
A Farmacopeia Homeopática 3a. edição apresenta 
o seguinte texto: 
 
Os medicamentos usados em homeopatia têm ori-
gem nos diferentes reinos da natureza, assim co-
mo nos produtos químico-farmacêuticos, subs-
tâncias e/ou materiais biológicos, patológicos ou 
não, além de outros agentes de diferente natureza. 
 
O Reino Vegetal constitui a maior fonte de dro-
gas para a preparação de medicamentos homeo-
páticos. O vegetal pode ser usado inteiro e/ou 
suas partes, nas diversas fases vegetativas, tais 
como: parte supraterrânea, sumidade, folha, flor, 
pelo, casca, lenho, rizoma, fruto, e semente. Utili-
za-se ainda seus produtos extrativos ou de trans-
formação: suco, resina, essência, etc. A parte uti-
lizada, o estado vegetal (fresco ou dessecado) são 
indicados na monografia. O vegetal deve apresen-
tar-se em estado hígido, não deteriorado, isento 
de impurezas e contaminantes microbiológicos, 
conforme legislação em vigor. 
 
O Reino Animal também é uma fonte para a pre-
paração de medicamentos homeopáticos, mas em 
menor quantidade. Os animais podem ser utiliza-
dos inteiros, vivos ou não, recentemente sacrifica-
dos ou dessecados, como também em partes ou 
ainda sob a forma de produtos de extração e/ou 
transformação. A parte usada e o estado do ani-
mal são indicados na monografia. 
 
O Reino Mineral fornece substâncias em seu es-
tado natural e/ou sintéticas, decorrentes de trans-
formações químico-farmacêuticas. Os produtos 
químico-farmacêuticos, soros, vacinas, culturas 
bacterianas, produtos opoterápicos, medicamen-
tos alopáticos, cosméticos e outros também são 
utilizados na preparação de medicamentos ho-
meopáticos. 
 
Todos os produtos utilizados na preparação de 
medicamentos homeopáticos devem ser identifica-
dos, de acordo com as regras de classificação ou 
literatura técnica científica. 
 
Contudo alguns outros livros de Farmácia 
Homeopática podem trazer certas alterações. O 
livro Farmácia Homeopática: Teoria e Prática 
(Olney Leite Fontes, 3a. edição), descreve a ori-
gem dos medicamentos homeopáticos, como: 
 
Medicamentos que provêm dos reinos vegetal, 
mineral e animal, dos produtos de origem quími-
ca, farmacêutica e biológica, bem como dos pre-
parados especiais desenvolvidos por Hahnemann. 
Fungos (reino fungi), bactérias (reino monera) e 
protozoários (reino protista) também representam 
importantes fontes de matérias-primas emprega-
 20 
das na preparação dos medicamentos homeopáti-
cos e são classificados a parte, já que, segundo a 
moderna classificação dos seres vivos, não per-
tencem aos reinos animale vegetal. Alguns com-
pêndios incluem, ainda, medicamentos cuja ori-
gem não se enquadra em nenhuma das fontes ci-
tadas acima, sendo pouco utilizados. Estes medi-
camentos são chamados de imponderáveis, como 
Eletricidade, Luna, Magnetis polus articus, Mag-
netis polus astralis, Magnetis polus ambos, Raios 
X, Radium, Sol, etc. 
 
Outros livros diferenciam-se pois ao invés 
de classificar o Reino Mineral como principal, e 
adicionar a esta origem as substâncias de origem 
química e farmacêutica, denominam tal origem 
como ORIGEM QUÍMICA, e a esta origem agru-
pam as substâncias inorgânicas (formados por 
substâncias inorgânicas, que constituem a maioria 
dos medicamentos homeopáticos de origem quí-
mica empregados em homeopatia. Ex: Acidum 
nitricum, Alumina (alumen), Argetum nitricum 
(nitrato de prata), Borax (borato de sódio), Iodum 
(Iodo), etc.), substâncias orgânicas (compreende 
substâncias orgânicas, que são menos utilizadas 
que as inorgânicas. Ex: Petroleum (petróleo), Aci-
dum carbonicum (fenol), Terebinthinum (tereben-
tina)), substâncias minerais (formados também 
por substâncias inorgânicas, mas por seus miné-
rios naturais e não pelos compostos purificados. 
Sua utilização é rara no cotidiano. Ex: Galena, 
Pirolusita, etc.), substâncias complexas de ori-
gem natural (engloba os metabólitos secundários 
extraídos de vegetais, em grau PA. Também pou-
co utilizados no cotidiano. Ex: Aconitum (aconiti-
na), Strychninum nitricum (nitrato de estriquini-
na), Pilocarpina nitricum (nitrato de pilocarpina), 
etc.), produtos e misturas, definidas somente 
por seu modo de preparo. Ex: Hepar súlfur, 
Causticum, Mercurius solubilis, etc.) 
 
a. DETALHAMENTO DAS ORIGENS 
I. Origem Vegetal 
 
A grande maioria das drogas desta origem 
é obtida pela forma farmacêutica básica denomi-
nada TINTURA-MÃE (substâncias solúveis, de-
vido a solubilidade dos constituintes desta origem 
nos solventes permitidos para a preparação das 
tinturas mães), embora algumas exceções sejam 
preparadas pela forma farmacêutica básica deno-
minada TRITURAÇÕES-MÃE (substâncias inso-
lúveis). 
As espécies de origem vegetal a serem uti-
lizadas em homeopatia devem ser coletadas em 
épocas e em condições adequadas, seguidas de 
identificação, sendo essa identificação comple-
mentada em laboratório por profissional habilita-
do. As drogas vegetais devem ser utilizadas, pre-
ferencialmente, no seu estado fresco e, na impos-
sibilidade de tal procedimento, podem ser empre-
gadas no estado seco. As plantas utilizadas em 
homeopatia devem estar em estado hígido, isentas 
de contaminação patogênica ou de outra natureza 
qualquer e sem sinais de deterioração. 
A forma de colheita e preparo da tintura-
mãe ou da trituração-mãe deve seguir rigorosa-
mente a MONOGRAFIA da PLANTA VEGE-
TAL da FARMACOPEIA BRASILEIRA 3a. edi-
ção. Podemos utilizar: 
 
 Planta inteira: 
Ex: Balladonna, Drosera, Pulsatilla nigricans, 
Hypericum perforatum. 
 
 Partes vegetais: 
Ex: Allium cepa (bulbo), Ipecacuanha (raiz), Pae-
onia officinalis (raiz), Sanguinaria canadensis (ri-
zoma), Coffea cruda, Nux vomica (sementes), 
Tabacum (folhas), Calendula officinalis (flores ou 
sumidades floridas). 
 
 Outras partes: 
Ex: Lycopodium clavatum (esporos), China offi-
cinalis (casca do caule), Thuya occidentalis (ra-
mos). 
 
 Produtos extrativos ou de transformação (sarcó-
dios): 
Ex: Terebentina (óleo ou resina), Colchicum (al-
calóide), Opium (látex). 
 
 Produtos Patológicos (nosódicos): 
Ex: Sercale Cornutum (esporão de centeio), Usti-
lago maidis (doença milho por fungos). 
 
Para a preparação das tinturas homeopáticas, o 
vegetal passa por uma seleção rigorosa em que são 
retiradas as partes deterioradas e as contaminações 
 21 
grosseiras (penas, casca de ovos, insetos, etc.). Em 
seguida, o planta é lavada em água corrente e, por 
último, em água purificada. 
 
Cuidados importantes para a preparação de TM 
Homeopática: 
- perfeita identificação do vegetal, 
- parte utilizada, 
- época da coleta, 
- seleção e limpeza. 
 
Quando não descritas nas respectivas monografi-
as, as matérias primas de origem vegetal devem 
ser coletadas, preferencialmente, obedecendo as 
seguintes orientações gerais (Farm. Bras. Home-
op. III): 
1 - Plantas inteiras: coletadas na época de sua flo-
ração. 
2 - Folhas: após o desenvolvimento completo do 
vegetal, antes da floração. 
3 - Flores e sumidades floridas: imediatamente 
antes do seu desabrochar total. 
4 - Caule e ramos: após o desenvolvimento das 
folhas e antes da floração. 
5 - Cascas de plantas resinosas: no período de 
desenvolvimento das folhas e brotos, ocasião em 
que há maior produção de seiva. 
6 - Cascas de plantas não resinosas: no período de 
maior produção de seiva, em exemplares jovens. 
7 - Madeira ou lenho: de exemplares jovens, po-
rém completamente desenvolvidos. 
8 - Raízes de plantas anuais ou bi-anuais: no final 
do período vegetativo. 
9 - Raízes de plantas perenes: antes de completar 
seu ciclo vegetativo. 
10 - Frutos e sementes: na sua maturidade. 
11 - Brotos: no momento da sua eclosão. 
12 - Folhas jovens: logo após a eclosão dos bro-
tos. 
 II. Origem Mineral 
Além dos minerais obtidos em seu estado 
natural, consideramos pertencentes ao reino mine-
ral os produtos extraídos, purificados e produzidos 
pelos laboratórios químicos-farmacêuticos, bem 
como os preparados obtidos segundo fórmulas 
originais de Hahnmenann. O reino mineral forne-
ce grande variedade de substâncias para a prepa-
ração dos medicamentos homeopáticos, que po-
dem ser simples como Aurum metallicum, Chlo-
rum e Bromum, ou compostas, como Natrium 
chloratum Acidum phoshoricum e Kalium bi-
chromicum. 
 Depois do reino vegetal, o reino mineral é 
o que fornece o maior número de drogas experi-
mentadas, sendo alguns medicamentos minerais 
bastante usados na clínica diária, como Sulfur, 
Phosphorus e Causticum. 
 Os minerais naturais são assim chamados 
pois são utilizados na forma que são encontrados 
na natureza. Para que possam reproduzir fielmente 
as patogenesias, devem ser recolhidos de prefe-
rencia no mesmo local, já que suas características 
químicas podem variar de um lugar para outro. Na 
impossibilidade da obtenção do mineral no seu 
local de origem, podemos lançar mão de drogas 
vindas de outros lugares, desde que apresentem 
composição uniforme e compatíveis com aquelas 
testadas no homem são. O Sulfur, adotado na ho-
meopatia, é o enxofre proveniente de minas italia-
nas situadas na Silícia; já o Graphites é obtido nas 
minas inglesas de Borrowdale, que contêm o me-
nor teor de ferro; o Natrium cholatum ensaiado no 
homem sadio é o sal marinho, que apresenta em 
sua composição vários fármacos, além do cloreto 
de sódio; o Petroleum homeopático é procedente 
da Áustria ou do Méxio, pois ambos apresentas as 
mesmas características físicas e químicas. 
As drogas de origem industrial são aquelas 
elaboradas por laboratórios químicos e farmacêu-
ticos, como Acidum phosphoricum, Kalium sulfu-
ricum e Sulfanilamidum. Elas devem ser empre-
gadas na forma mais pura possível e identificadas 
pelos métodos comuns da química analítica. Nas 
drogas hidratadas devemos considerar o peso cor-
respondente ao da mesma droga anidra, compu-
tando a água no peso do veículo a ser utilizado na 
ocasião da preparação do medicamento. 
 III. Origem Animal 
 22 
Não são tão numerosas quanto as matérias-
primas originárias dos reinos vegetal e mineral, 
mas o reino animal fornece importantes drogas 
empregadas com frequência em homeopatia, como 
Sepia officinalis e a Calcarea carbônica. Podem 
ser utilizados: 
 Animal Inteiro 
Ex: Apis melifica (abelha européia), Formica rufa 
(formiga ruiva), Blatta orientalis (barata do orien-
te), Bufo rana (sapo), etc. 
 
 Partes de animais 
Ex: Carbo animalis(couro de boi carbonizado), 
Hypophysinum (porção posterior da glândula hi-
pófise), etc. 
 
 Produtos fisiológicos (secreções/excreções – 
produtos extrativos ou de transformação) – Sarcó-
dios (quimicamente definidos) 
Ex: Lashesis muta (veneno da Surucucu), Mos-
chus moschiferus (Almiscar), Sepia officinalis 
(Sibia Ordinaria/Calamar), etc. 
 
 Produtos patológicos (ou Nosódios): produtos 
quimicamente não definidos (secreções, excreções 
patológicas ou não, certos produtos de origem 
microbiana, alergenos). 
Ex: Medorrhinum (pus blenorrágico), Psorinum 
(conteúdo seroso da vesícula da sarna), Luesinum 
(raspado do cancro sifilítico). 
 
As drogas de origem animal devem ser ob-
tidas a partir de exemplares devidamente identifi-
cados e classificados zoologicamente, sendo essa 
identificação complementada em laboratório por 
profissional habilitado. Salvo descrição diferente 
na respectiva monografia, devem ser utilizados 
animais sãos e jovens, mas completamente desen-
volvidos. 
 
Cuidados importantes para a preparação de TM 
Homeopática animal: 
 
- Perfeita identificação da espécie animal. 
- Condições em que se encontram. 
- Quando se tratar de órgãos e glândulas – veteri-
nário para localizá-lo e identificá-los. 
- Usar monografia das farmacopéias. 
- Época da coleta 
- Materiais patológicos 
 IV. Drogas de outras origens biológicas, 
patológicas ou não 
As drogas de origem microbiológica (bacteri-
ana, virótica ou fúngica), tecidos, órgãos e se-
creções, devem ser tratadas de forma a garantir 
biosegurança. Aquelas provenientes de patologias 
de notificação compulsória deverão cumprir com a 
legislação em vigor. 
 V. Drogas de outras naturezas 
São os medicamentos cuja origem não se en-
quadra em nenhuma das anteriores, disponibiliza-
dos a partir de outros recursos naturais ou físicos. 
3. NOMENCLATURA, NOMES ABREVIA-
DOS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS, 
SINONÍMIA (retirado da Farm. Bras. Ho-
meopatica, 3a. ed) 
 
a. NOMENCLATURA 
Para designação dos medicamentos homeopá-
ticos poderão ser utilizados Nomes Científicos, de 
acordo com as regras dos códigos internacionais 
de nomenclatura botânica, zoológica, biológica, 
química e farmacêutica, assim como Nomes Ho-
meopáticos consagrados pelo uso (constantes em 
Farmacopeias, Matérias Médicas, Repertórios ou 
obras científicas reconhecidas pela homeopatia). 
 
 Na nomenclatura botânica, zoológica e bi-
ológica, o gênero escreve-se com a primei-
ra letra maiúscula e a espécie com letras 
minúsculas. 
 
Exemplos: 
Apis mellifica. 
Bryonia alba. 
Chelidonium majus. 
Conium maculatum. 
Digitalis purpurea. 
Lycopodium clavatum. 
 
 Em relação aos medicamentos com nomes 
consagrados homeopaticamente pelo uso, é 
facultado usar somente o nome da espécie 
omitindo-se o do gênero. 
 23 
 
Exemplos: 
Belladona, em vez de Atropa belladona. 
Colocynthis, em vez de Citrullus colocynthis. 
Dulcamara, em vez de Solanum dulcamara. 
Millefolium, em vez de Achillea millefolium. 
Nux vomica, em vez de Strychnos nux vomica. 
 
 Em relação à espécie pouco usada deve-se 
citar o nome completo. 
 
Exemplos: 
Aconitum ferox, a fim de distinguí-la de Aconi-
tum napellus.
 
Clematis erecta, a fim de distinguí-la de Clematis 
vitalba.
 
Crotalus horridus, a fim de distinguí-la de Crota-
lus terrificus.
 
Dioscorea petrea, a fim de distinguí-la de Diosco-
rea villosa.
 
Eupatorium purpureum, a fim de distinguí-la de 
Eupatorium perfoliatum. 
Lobelia inflata, a fim de distinguí-la de Lobelia 
purpurea. 
 
 Em relação à designação de medicamentos 
de origem química são permitidas, além do 
nome científico oficial, também aquelas 
designações consagradas pelo uso na ho-
meopatia. 
 
Exemplos: 
Barium e seus compostos - Baryta e seus compos-
tos. 
Bromum e seus compostos - Bromium e seus 
compostos. 
Calcium e seus compostos - Calcarea e seus com-
postos. 
Kalium e seus compostos - Kali e seus compostos. 
Iodum e seus compostos - Iodium e seus compos-
tos. 
Magnesium e seus compostos - Magnesia e seus 
compostos. 
Natrium e seus compostos - Natrum e seus com-
postos. 
Sulfur e seus compostos - Sulphur e seus compos-
tos. 
 
 Em relação aos medicamentos químicos, 
ácidos e sais, de natureza orgânica ou 
inorgânica, é permitida, além da designa-
ção química oficial, aquela consagrada pe-
lo uso homeopático, escrevendo-se, de pre-
ferência, em primeiro lugar, o nome do 
elemento ou do íon de valência positiva e, 
em segundo lugar, o de valência negativa. 
 
Exemplos: 
Acidum aceticum ou Acetic acidum. 
Acidum benzoicum ou Benzoic acidum. 
Acidum muriaticum ou Muriatis acidum. 
Acidum lacticum ou Lactis acidum. 
Acidum nitricum ou Nitri acidum. 
Acidum sulfuricum ou Sulphuris acidum. 
 
b. NOMES ABREVIADOS 
O emprego de nome abreviado do medi-
camento pode dificultar a compreensão do recei-
tuário. O uso de abreviaturas arbitrárias é proibido 
pela legislação farmacêutica brasileira. 
 
Exemplos de notações que podem gerar confu-
são: 
 
Arsenic. sulf. 
- Arsenicum sulfuratum flavum = Arsenic. sulf. 
flav = Sulfeto de arsênio = As2S3
 
- Arsenicum sulfuratum rubrum = Arsenic. sulf. 
rub. = Bissulfeto de arsênio = As2S2 
 
Aur. chlor. 
- Aurum chloratum = Aur. chlorat. = AuHCl4-
4H2O
 
- Aurum chloratum natronatum = Aur. chlorat. 
natron. = NaAuHCl4-2H2O 
 
Kali chlor. 
- Kalium chloratum = Kali chloratil = Clorato de 
potássio = KClO3 
- Kalium chloricum = Kali chloric. = Cloreto de 
potássio = KCl 
 
Antim. ars. 
- Antimonium arsenicosum = Antim. arsenic. = 
Sb2O5-As2O3 
- Antimonium arsenicum = Antim. arsenicum = 
Sb3-AsO3 
 
Exemplos de notações corretas: 
 24 
Aconitum napellus ou Aconitum - Acon. ou Aco-
nit. 
Atropa belladona ou Belladona - Bell. ou Bellad. 
Mercurius solubilis - Merc. sol. ou Mercur. sol. Mercu-
rius sublimatus corrosivus - Merc. corr. 
Solanum dulcamara ou Dulcamara - Dulc. ou Dul-
cam. 
 
c. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 
 
Comprimido = comp.
 
Diluição = dil.
 
Dinamização = din.
 
Escala centesimal preparada segundo o método 
hahnemanniano = CH 
Escala cinquenta milesimal = LM 
Escala decimal de Hering preparada segundo o 
método hahnemanniano = DH Farmacopeia Brasi-
leira = FB
 
Farmacopeia Homeopática Brasileira = FHB
 
Forma farmacêutica básica, Tintura-mãe = 
Tint.mãe, TM,  
Glóbulo = glob.
 
Método de fluxo contínuo = FC 
Método Korsakoviano = K 
Microglóbulo = mcglob.
 
Partes iguais = ana = ãã
 
Pastilha = past.
 
Quantidade suficiente = qs
 
Quantidade suficiente para = qsp 
Resíduo seco tintura-mãe = r.s.
 
Resíduo sólido de vegetal fresco = r.sol. 
Solução = sol.
 
Tablete = tabl. 
Título alcoólico da tintura-mãe = tit.alc. 
Trituração = trit. 
d. SINONÍMIA 
 
O emprego de sinônimos deve restringir-se 
aos constantes de obras consagradas na literatura 
científica. 
 
Exemplos: 
Apisinum = Apis vírus.
 
Arsenicum album = Metallum album.
 
Blatta orientalis = Periplaneta orientalis.
 
Bryonia alba = Vitis alba.
 
Calcarea carbonica = Calcarea ostrearum, Calca-
rea osthreica. 
Chamomilla = Matricaria. 
Glonoinum = Trinitrinum.
 
Graphites = Carbo mineralis.
 
Hydrastis canadensis = Warneria canadensis.
 
Ipeca ou Radix = Cephaelis ipecacuanha.
 
Lycopodium = Muscus clavatus.
 
Mercurius sulf. ruber = Cinnabaris.
 
Nux vomica = Colubrina.
 
Pulsatilla = Anemone pratensis.
 
Rus toxicocodendron = Vitis canadensis.
 
Secale cornutum = Claviceps purpurea.
 
Sterculla acuminata = Kola, Cola.
 
Sulphur = Flavum depuratum.
 
Thuya occidentalis = Arbor vitae. 
 
Medicamentos apresentados com denomina-
ção de sinônimos arbitrários, não constantes nas 
obras citadas anteriormente, assim como o uso de 
código, sigla, número e/ou nome arbitrário não 
são permitidos. 
4. CATEGORIA DOS MEDICAMENTOS 
 
a) Medicamentos Policrestos e Semi-
policrestosPolicresto (do grego, polys = muitos e 
khréstos= benéfico; e do latim polycrestus 
= que tem muitas aplicações), são medi-
camentos homeopáticos utilizados com 
frequência na prática clínica diária. Neste 
grupos temos também os medicamentos 
semipolicrestos, que apresentam elabora-
da patogenesia, mas não tem utilização 
tão frequente como os outros. 
 
b) Medicamentos Agudos e de Fundo 
Medicamentos agudos são aqueles que 
provocam quadros agudos violentos durante o 
experimento patogenético. Ex.: Belladonna, 
Aconitum e Cantharis, são utilizados na práti-
ca clínica para aliviar sintomas agudos de de-
terminadas doenças. 
Medicamentos de fundo, como Phos-
phorus, Silicea e Calcarea carbonica, dentre 
outros, são os que estão relacionados a estado 
crônicos, de acordo com a constituição, o 
temperamento. 
Contudo, nenhum medicamento poderá 
ser considerado, de antemão, agudo ou de 
fundo, pois todos os medicamentos homeopá-
ticos poderão ser utilizados como simillimum, 
 25 
independentemente do quadro manifestar-se 
agudo ou crônico. 
 
c) Medicamentos complementares e antí-
dotos 
Medicamentos complementares são 
aqueles que suprem as deficiências patogené-
ticas do outro. Deve ter utilização apenas em 
casos especiais. 
Antídotos neutralizam os sintomas da 
agravação, provocados por outro medicamen-
to. Ex.: o Mercurius solubilis inativa o Anti-
monium crudum. 
 
d) Placebo 
A palavra placebo deriva do verbo latino pla-
cere, que significa agradar. Na medicina é defini-
do com substância inerte administrada com a fina-
lidade de agir terapêuticamente por meio da su-
gestão. Substância inerte, "sem finalidade terapêu-
tica“. 
O placebo é utilizado ainda em pesquisa, vi-
sando o grupo paralelo testemunha, de maneira 
que os sujeitos de pesquisa não possam distinguir 
entre o ingrediente ativo e o inerte (duplo cego). 
 
Organon § 281: 
“ A fim de se convencer disso, o paciente é deixa-
do sem qualquer medicamento por oito, dez ou 
quinze dias, e, neste ínterim recebe somente um 
pouco de pó de açúcar de leite.....” 
Motivos para usar o placebo na Homeopatia: 
 Interromper dependência medicamentosa 
antes do uso do simillimum; 
 Para satisfazer os impulsos dos hipocon-
dríacos, que se encontram sob tratamento 
homeopático; 
 Nas provas duplo-cego, durante o experi-
mento patogenético; 
 Nas agravações iniciais enquanto se 
aguarda o desenvolvimento de sintomas 
secundários. 
 
Aspectos éticos: "enganar" o paciente 
 
Aspectos legais: A Farmacopéia Homeopática 
Brasileira proíbe o uso de sinônimos arbitrários, 
não constantes em obras oficiais. Tais medica-
mentos são considerados secretos. 
 
 Identificação de placebos no Manual de 
Normas Técnicas da ABFH 
 
Nome do medicamento, potencia, escala e méto-
do, acrescido do número zero, de uma barra e do 
volume ou peso a ser dispensado. 
 
Exemplos: 
Aconitum 6CH 0/20 ml (para liquidos) 
Argentum nitricum 6CH 0/15g (para glóbulos, 
tabletes e comprimidos) 
Thuya occidentalis 12 CH 0/1 papel (para pós) 
 
Quando a prescrição for de medicamento e place-
bo, o número antes da barra indicará o papel que 
deverá conter o medicamento. 
 
Exemplos: 
Phosphorus 30CH 1/10 Papéis 
Luesinum 12CH 1,5,9,13,17/20 Papéis 
 
O número indicado após a barra indica o número 
total de papéis; 
Os papéis deverão ser rotulados e numerados se-
quencialmente. 
5. VEICULOS E EXCIPIENTES USADOS 
EM HOMEOPATIA 
Insumos inertes: são substâncias e produtos 
utilizados em homeopatia para realizar diluições, 
incorporar dinamizações e extrair os princípios 
ativos das drogas na elaboração das formas home-
opáticas. 
São: 
 Água purificada. 
 Apósitos inertes (gaze e outros). 
 Bases ou insumos para linimentos. 
 Bases ou insumos para cremes, géis, géis-
creme, loções, pomadas e supositórios. 
Bases ou insumos para pós medicinais. 
 Bases ou insumos para xaropes. 
 Comprimidos inertes. 
 Insumos ou adjuvantes farmacotécnicos 
para formas farmacêuticas sólidas. Etanol 
a 96% (v/v) e suas diluições. 
 Glicerol (glicerina) e suas diluições. 
 26 
 Glóbulos e microglóbulos inertes ou insu-
mos para prepará-los. 
 Lactose. 
 Sacarose. 
 Tabletes inertes. 
 
a. Soluções alcoólicas: 
As soluções alcoólicas serão obtidas a partir da 
mistura de álcool (etanol) com água purificada, até 
se obter o teor alcoólico desejado. O etanol e a 
água purificada utilizados devem seguir as exi-
gências farmacopeicas. 
Na preparação das tinturas-mãe, matrizes e formas 
farmacêuticas de uso interno ou de uso externo, 
líquidas, é lícito adotar o critério ponderal (p/p), 
ou volumétrico (v/v), ou, ainda (v/p) ou, ainda, 
(p/v), contanto que se conserve o mesmo critério 
até o fim da operação. 
 Etanol a 20%: é empregado na passagem 
da forma sólida (trituração) para a forma 
líquida. 
 Etanol a 30%: é utilizado na dispensação 
de medicamentos homeopáticos adminis-
trados em gotas. 
 Etanol a 70%: é usado nas dinamizações 
que irão impregnar a lactose, os glóbulos, 
os comprimidos e os tabletes, bem como 
na moldagem de tabletes. 
 Etanol a 96%: é empregado na dinamiza-
ção de medicamenros preparados na escala 
cinquenta milesimal (proporção 1/50.000). 
 Diferentes graduações alcoólicas são ado-
tadas na elaboração das tinturas homeopá-
ticas e na diluição de drogas solúveis, nas 
primeiras três dinamizações na proporção 
1/100 (centesimais) ou nas seis primeiras 
dinamizações preparadas na proporção 
1/10 (decimais). 
 
b. Diluições Glicerinadas 
As diluições glicerinadas serão obtidas a partir da 
mistura de glicerina com água purificada e/ou 
etanol. A glicerina, o etanol e a água purificada 
utilizados devem seguir as exigências farmacopei-
cas. 
Exemplos: 
Glicerina + água (1:1) 
Glicerina + etanol (1:1) 
Glicerina + água + etanol (1:1:1) 
 
6. MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO E 
EMBALAGEM 
 
a. Recipientes 
 
É permitido o emprego dos seguintes materiais 
nas operações abaixo relacionadas. 
 
PREPARAÇÃO E ESTOCAGEM DE MEDI-
CAMENTOS: 
 Vidro: âmbar, classe hidrolítica I, II, 
III e NP (6.1) FB 5. 
 
DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS: 
 Vidro: âmbar, classe hidrolítica I, II, 
III e NP (6.1) FB 5. 
 Plástico: branco leitoso de polietile-
no, polipropileno (6.2.1) FB 5 e poli-
carbonato. 
 Papel: papel manteiga ou outro papel 
semitransparente com baixa permea-
bilidade a substâncias gordurosas. 
 Blister. 
 Sachê. 
 Flaconete. 
 
b. Acessórios 
 
 Tampas: polietileno ou polipropileno. 
 Batoques: polietileno ou polipropile-
no. 
 Cânulas: vidro, polietileno, polipropi-
leno ou policarbonato. Bulbos: látex, 
silicone atóxico ou polietileno. 
 Gotejadores: polietileno ou polipropi-
leno. 
 Rótulos. 
 
7. ROTULAGEM E EMBALAGEM 
 
 Deve obedecer a RDC 67 de 08/10/2007 
da ANVISA e as regras da FHB III 
 Parte fixa do rótulo: nome fantasia e co-
mercial do estabelecimento, endereço 
completo, telefone, CNPJ, IE, nome do 
 27 
farmacêutico responsável, número do 
CRF. 
 Parte móvel do rótulo: nome do paciente, 
nome do médico, CRM, nome do medica-
mento homeopático com potência, escala e 
método, modo de usar, FHB III ou MNT 
3ª Ed, data de Fabricação e validade, con-
teúdo preparado, lote, uso interno/ externo. 
 
8. MEDICAMENTOS TÓXICOS EM BAIXA 
POTÊNCIA 
 
- Tabela de Toxicidade: HPUS 
- Manual de Normas Técnicas da ABFH 
- Portaria 344/98: 
o Proscritos: Cannabis sativa; Can-
nabis indica; Cocainum etc. 
o Codeinum; Morphinum e o Opium. 
o 
Referências Bibliográficas 
 Farmácia homeopática: teoria e prática. 
Olney Leite Fontes. 4a. Edição. Editora 
MANOLE, 2001. ISBN 8520434770, 
9788520434772, 389 páginas. 
 Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3ª 
edição, 2011. 
 Cesar T., Amarilys; Tese de doutorado: O 
Medicamento Homeopático nos Serviços 
da Saúde;

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