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FUNDAMENTOS DE FARMACOTÉCNICA
FARMACOTÉCNICA: DA MAGIA À CIÊNCIA
Fabrício dos Santos Cirino
OLÁ!
Você está na unidade Farmacotécnica: da magia à ciência. Conheça aqui a história da Farmacotécnica e sua consolidação como ciência, por meio de sua aplicação e desenvolvimento, na necessidade de obtenção de novas formas farmacêuticas para a administração de medicamentos.
Venha conhecer melhor as formas diferenciadas de absorção dos fármacos, e as relações de melhoria em processos de biodisponibilidade geradas pelas diferentes formas como os medicamentos se apresentam. 
Bons estudos!
1 Histórico e Introdução à Farmacotécnica
Caro estudante, começa aqui a nossa viagem pela Farmacotécnica, ciência esta que tem como finalidade o estudo das formas farmacêuticas, incluindo a inserção de novas tecnologias que permitam atender aos mais diversos públicos, de acordo com suas especificidades.
1.1 Farmácia desde a Pré-História?
Em torno de 10 mil anos a.C., o homem fazia uso dos medicamentos na sua forma mais natural imaginável, sem qualquer preparo de formas farmacêuticas convencionais, mesmo que fossem as mais simples. Com o decorrer do tempo, seguindo a própria evolução de saberes, o homem passa a empregar formas farmacêuticas primárias, como tinturas, chás, macerados, triturados e em pastas. Estas formas se desenvolveram pela associação do uso de energia na forma de calor (percebe-se a condição de processo extrator bastante simplificada), assim como de ferramentas desenvolvidas de maneira primitiva, e utilizadas em processos de moagem das plantas medicinais. Essa tecnologia disponível a época, aumenta de forma considerável o conhecimento médico-farmacêutico. (GALLETTO, 2006)
Pode-se afirmar, então, que a história da farmácia e dos medicamentos é tão antiga como a própria história da humanidade, tendo início por práticas mágico-religiosas, haja vista que não eram possuídos todos os conhecimentos científicos atuais, ou seja, mesmo fazendo uso de produtos naturais no preparo dos medicamentos, o processo era quase intuitivo. (CABRAL; PITA, 2015)
Aquele que possuía esta intuição, capaz de manipular de forma artesanal os recursos naturais, seja animal, vegetal e/ou mineral, para prevenir ou curar enfermidades naquela época, era conhecido como alquimista.
1.2 Os Alquimistas
Essa entidade, também conhecida como “bruxo-feiticeiro” ou curandeiro, possuía enorme importância para a sociedade, pois em um período em que uma doença era tratada como oriunda de algo que estivesse punindo o homem por alguma ação, um mal olhado, ou ainda a fúria dos deuses no castigo a este enfermo, era ele o responsável por “dialogar” com os deuses ou espíritos responsáveis pela doença a fim de restabelecer a saúde aos indivíduos doentes. (DIAS, 2005; PITA, 2000) Torna-se evidente que esse papel era o que mais se assemelha ao atual farmacêutico (PITA, 2000).
Contudo, é relevante que em dias atuais, mostremos a alquimia não como algo místico – destinado só a iniciados ou a bruxos e feiticeiros –, pois certamente foi essa ciência que veio a se transformar em um ponto de partida para a Química, Biologia, a Física e a Farmácia, já que a alquimia era a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da natureza (BARBOSA, 2003).
1.3 Galeno e os humores corporais
Com o passar do tempo e a padronização entre os procedimentos adotados às matérias-primas necessárias para o preparo dos medicamentos, feito pelo considerado “Pai da Farmácia”, Galeno (131-200 d.C.), foi concebido um conceito de preparo dos medicamentos, com a arte de os preparar em função da teoria dos humores, natural da Grécia Antiga, por Hipócrates (CABRAL; PITA, 2015).
A medicina hipocrática era baseada essencialmente na observação do processo da doença, preocupando-se mais com os prognósticos e o tratamento, do que com eventuais diagnósticos, ou seja, constituía-se a cura muito mais pela prática do que pela teoria. Logo, reconhecia-se a sintomatologia, mas não necessariamente a enfermidade que afligia o paciente, pois se trabalhava dentro da perspectiva mais ampla de que qualquer perturbação no estado de saúde era decorrente de um desequilíbrio no corpo, visto sempre como uma totalidade, não havendo então as doenças, mas sim pessoas doentes (LIMA, 1996).
Pelos quatro humores corporais, considerado por esta prática, temos: sangue, fleuma, bile branca e bile negra. Com base nisso, Galeno descreveu, em sua monografia, quatro temperamentos primários, conhecidos entre teóricos e leigos, sendo nomeados de acordo com os humores predominantes no corpo (ITO; GUZZO, 2002):
Tipo sanguíneo, caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos quais o humor corporal predominante era o sangue (coração).
 Tipo colérico, indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile amarela (fígado).
Tipo melancólico, indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de bile negra (baço);
Tipo fleumático, indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus movimentos, que possuíam excesso de fleuma (cérebro).
A partir destes humores, o desequilíbrio de qualquer um deles poderia causar sintomas no homem. Até ao século XVI, a farmácia europeia era sustentada nas doutrinas humorais de Galeno, tirando partido de drogas vegetais conhecidas na Europa e bacia do Mediterrâneo com recurso a purgas, sangrias, clisteres e dietas apropriadas. (CABRAL; PITA, 2015)
1.4 Novo Paradigma – Paracelso
Uma mudança de visão ocorre com a inserção de Paracelso. Neste processo histórico, a quem é atribuída a frase de que “a diferença entre o medicamento e o veneno é a dose”.
Posterior a Galeno, Paracelso denominava de “farmácia magna” aos imensos e infindáveis recursos da Natureza, em todos seus reinos: plantas medicinais, metais, minerais e animais que poderiam ser estudados, catalogados e manipulados para produção de medicamentos que aliviassem do sofrimento humano. Essa relação dos conceitos da medicina com a Natureza era ancorada na ideia básica de ligar aquele componente natural ao organismo humano, em um processo que originalmente lhe pertenceu, mas que foi perdido ao longo da evolução (este fato tem relação com o ciclo de vida da cadeia alimentar), portanto, as plantas têm uma espécie de registro que atua, por ser assim, como medicamento – o princípio ativo. (DE MORAES, 2010)
Esse novo conceito ganha robustez com a expansão europeia pelo Oriente e pela América, proporcionando a chegada à Europa de drogas desconhecidas, e de grande interesse terapêutico e comercial, praticamente colocando um fim à vigência galênica. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, as inovações terapêuticas provenientes da América e do Oriente foram sendo introduzidas na terapêutica europeia por meio de uma série de publicações botânicas, farmacêuticas, além das farmacopeias. (CABRAL; PITA, 2015)
Neste período, introduziu-se um conceito importante que ainda o consideramos na atualidade como base para a terapia alopática: a máxima contraria contrariis, além da expressão primum non nocere, que significa “em primeiro lugar, não prejudicar o paciente” (DIAS, 2005; PITA, 2000). Com estas duas máximas, verifica-se que ao estar exposto a novas práticas e substâncias inovadoras, tinha-se como prioridade a condição de minimizar o dano ao paciente, já que todas as substâncias teriam característica exógena.
1.5 Médicos e Farmacêuticos: duas profissões
Por muito tempo, aquele que fazia a identificação do quadro patológico também fazia o medicamento. Por este motivo, a separação do exercício dos atos médicos e farmacêuticos em dois profissionais distintos foi pacífica em alguns lugares. Porém, nem tudo foi tão amigável, pois em algumas localidades foram necessários séculos para se concretizar, fazendo com que um só indivíduo acumulasse ambas as funções por muito tempo. Na Europa, a separação ocorreu desde o início do século XII. Em Portugal, a obrigatoriedade da separação foi determinada no século XV, precisamente em 1461 (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
A profissão farmacêutica e médica separaram-se durante a história, e por forçade lei, o médico ficou proibido de ser proprietário das boticas. Com a industrialização, o farmacêutico ficou restrito aos produtos magistrais e venda de especialidades farmacêuticas. Porém, atualmente, alguns modelos vêm aproximando estes profissionais novamente, como o modelo visto no vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iPXVkR3zkqQ .
1.6 Os boticários
Os primeiros boticários teriam surgido em Portugal ainda no século XIII, mas antes destes já existiam os especieiros. As especiarias e/ou temperos tiveram na Idade Média uma utilização generalizada para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos medicamentos, seja como droga ativa, seja como edulcorantes (substâncias acrescidas a uma formulação com o intuito de alterar sabor ou cor) (DIAS, 2005).
O açúcar ocupava um lugar de destaque na galênica da época devido à necessidade de tornar palatar muitas substâncias de sabor abominável utilizadas na terapêutica medieval, portanto, fazia para de uma quantidade apreciável na composição de inúmeras formas galênicas, destacando-se os electuários, os xaropes e as conservas. (DIAS, 2005)
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma Botica no estilo francês antigo, com móveis em madeira no estilo colonial peças de vidro com produtos referentes ao boticário e um móvel de madeira e vidro no centro com produtos boticários.
Os boticários, de fato, surgiram depois dos especieiros, mas ambos coexistiram durante um certo período. A evolução de uma denominação para a outra correspondeu ao surgimento de um estabelecimento fixo (armazém ou depósito) para a venda de medicamentos (DIAS, 2005).  Com a chegada da Família Real em solo brasileiro, os portugueses depararam-se com a comunidade indígena, que buscava na floresta seus insumos (raízes, folhas, sementes e plantas) para que, após manipulação pelos pajés, fosse usado para a resolução de qualquer problema de saúde (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
Como havia uma orientação básica aos jesuítas para que criassem colégios, conventos e realizassem missões junto aos índios, muito se aproveitou destas atividades para que aprendessem mais sobre a manipulação das matérias-primas nativas e a obtenção de medicamentos. Isso contribuiu para o empenho dos jesuítas em aprender a transformar em medicamento o que as plantas nativas ofereciam, mesclando os conhecimentos médicos europeus com aqueles obtidos com os indígenas. E foi assim que várias boticas foram instaladas sob a direção dos padres, sendo a da Bahia a mais importante, por se tornar um centro distribuidor para as demais, tanto daqui como das outras províncias (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
2 Classificação das formas farmacêuticas
Você sabe o que é uma forma farmacêutica? Segundo o Formulário Nacional de Farmacopeia Brasileira (2012), forma farmacêutica é o estado final de apresentação dos princípios ativos farmacêuticos, após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com a adição ou não de excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com características apropriadas a uma determinada via de administração.
Podemos afirmar, então, que a forma farmacêutica de um medicamento corresponde ao seu formato físico, presente no ato da administração do mesmo. Convido você a conhecer um pouco mais sobre as diferentes formas farmacêuticas e a discutir sobre as particularidades para sua seleção.
2.1 Tipos de formas farmacêuticas
Você já pensou se um paciente possui problema de deglutição, e necessita de uma dose que faria com que, na forma sólida, o medicamento tivesse um volume muito grande, impedindo a aderência ao tratamento, e comprometendo o sucesso da terapia? Será que é possível produzir este medicamento em uma forma líquida, facilitando assim, a administração do mesmo?
E se um medicamento tem instabilidade comprovada em meio ácido, impossibilitando de ser administrado por via oral, pois ao passar pelo estômago e ter contato com o ácido clorídrico ali contido, teria sua degradação e inativação, o que comprometeria o sucesso na terapêutica? Como proteger este princípio ativo desta degradação?
Lembre-se de que existem dois conceitos muito fortes na profissão farmacêutica, mas que não possuem nenhuma relação direta entre si: forma e fórmula farmacêutica. A fórmula farmacêutica é a relação de componentes de um medicamento com suas respectivas concentrações, e isso não implica que determinada forma farmacêutica não possa ser aplicada a uma matéria-prima. Você sempre pode planejar uma nova forma para um medicamento!
Para os medicamentos de uso contínuo, um dos maiores responsáveis pelo insucesso no tratamento é o esquecimento das administrações pelo paciente. E se sua forma fosse alterada para uma administração em menor número (até mensal), mas com um sistema de liberação controlado, que mantenha a concentração plasmática do fármaco?
Vídeo
Todos os problemas acima são reais, e é por isso que a partir de agora, cada uma das classificações que forem apresentadas será discutida, baseando-se nos enunciados da Farmacopeia Brasileira. De posse deste conhecimento, você certamente consegue propor alterações de formas farmacêuticas para que a maioria de seus problemas sejam solucionados. As poucas formas farmacêuticas, que não estão presentes na literatura oficial, terão suas fontes indicadas na sequência. Boa leitura!
· Aerossol
Independente de seus diversos formatos, não é gasoso. São partículas sólidas ou líquidas que se encontram suspensas em um meio gasoso (geralmente o ar) (HINDS, 1999). Essa é a forma de administração principal para medicamentos respiratórios, pois a sua efetividade se toda maior, já que consegue chegar no local de ação de forma mais rápida.
· Comprimido
Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que possuem formatos muito variáveis, geralmente obtidas pela compressão, em equipamento específico, do(s) fármaco(s) e de adjuvantes (excipientes) adequados (FERRAZ, 2007).
Certamente, esta é a forma farmacêutica mais conhecida, apesar de poucos saberem sobre as diferentes tecnologias aplicadas aos comprimidos, por exemplo, um comprimido pode passar por um processo de revestimento, cuja operação consiste no recobrimento da forma farmacêutica (em geral comprimido), a partir da utilização de açúcar (drágeas) ou polímeros (comprimidos revestidos). Com estas duas formas de revestimento, criam-se duas aplicações diferentes, pois, no caso das drágeas, a finalidade do revestimento é a proteção do fármaco contra a ação da umidade, da luz e do oxigênio, além da finalidade estética e para encobrir eventuais odores e sabores desagradáveis dos medicamentos.
Já, no caso dos comprimidos revestidos, a aplicação é voltada para controlar a liberação do fármaco, porém, neste caso específico, o polímero empregado é especialmente designado para atuar como agente capaz de regular a dissolução do fármaco, desta forma, podemos ter ao menos três tipos de polímeros:
Matriz de bomba osmótica “push-pull”: A água do organismo penetra no comprimido por osmose, desintegrando o núcleo, causando intumescimento do polímero hidrofílico, expandindo-a, e promovendo a liberação do fármaco por um sistema denominado “oros”.
#ParaCegoVer: Imagem confere a três rodelas, no estilo pizza, mostrando as partes de antes e após a deglutição, mostrando quando a água penetra e quando ela  sai, mostrando o fármaco liberado pelo orifício do revestimento.
· Matriz insolúvel: A água do organismo penetra no comprimido e dissolve o fármaco contido internamente. Formam-se canais na estrutura da matriz, liberando o princípio ativo por difusão.
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
Matriz hidrofílica: a água dos fluidos corporais penetra no comprimido, hidratando o polímero de revestimento, que intumesce e forma uma porção gel. O fármaco que está presente nesta camada gel se difunde e é liberado. Esse processo se repete inúmeras vezes, até que não exista maismedicamento.
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
	Cápsula
	É uma forma farmacêutica sólida, na qual o princípio ativo e os excipientes estão contidos em um invólucro solúvel, duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente contendo uma dose única do princípio ativo. O invólucro normalmente é constituído de gelatina, mas também pode ser de amido ou de outras substâncias.
As cápsulas representam a maior demanda de produção em uma farmácia magistral, pois permite, em seus tamanhos variados, personalizar as doses de acordo com a prescrição de cada paciente.
	Colírio
	É um produto farmacêutico líquido destinado à aplicação sobre a mucosa ocular. Todo colírio deve possuir esterilidade em seu controle de qualidade e caracteriza-se por uma solução líquida na maioria das vezes.
	Creme
	É a forma farmacêutica semissólida que consiste em uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas.
ssa forma farmacêutica envolve administração de ativo de uso tópico, e tem em especial a capacidade de hidratação, haja vista que a sua composição (água e óleo) é semelhante a composição da pele.
	Elixir/hidrolato
	É a preparação farmacêutica, líquida, límpida, hidroalcoólica, de sabor adocicado, agradável, apresentando teor alcoólico na faixa de 20% a 50%. Os elixires são preparados por dissolução simples e devem ser envasados em frascos de cor âmbar e mantidos em lugar fresco e ao abrigo da luz.
A sua aplicação em cosmetologia e aromaterapia são bastante comuns pelo fato de estarem associados a óleos essenciais de plantas medicinais, mas podem ser empregadas em uso interno também.
	Emulsão
	É a forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que consiste em um sistema de duas fases com pelo menos dois líquidos imiscíveis e no qual um dos líquidos é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) no outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente, é estabilizada por meio de um ou mais agentes emulsificantes.
É semelhante aos cremes, pois a relação de imiscibilidade geralmente está associada à água e ao óleo, porém mais fluido, por exemplo, xampu ou loções cremosas.
	Espírito
	É a forma farmacêutica líquida alcoólica ou hidroalcoólica, contendo princípios aromáticos ou medicamentosos e classificados em simples e compostos. Os espíritos são obtidos pela dissolução de substâncias aromáticas em etanol, geralmente na proporção de 5% (p/v).
É semelhante ao elixir, mas com menor teor alcoólico.
	Gel
	É a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente gelificante para fornecer viscosidade a um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – tipicamente entre 1 nm e 1 μm – são  distribuídas uniformemente. Um gel pode conter partículas suspensas.
Essa forma farmacêutica geralmente está associada a locais de administração em que se necessita de ausência de óleo, pois independente de seu agente, a composição básica de um gel é a base de água.
	Implante
	O implante é um biochip formado por inúmeros micro reservatórios selados, no interior dos quais o medicamento fica armazenado. Quando recebe o comando pelo controle remoto externo, uma reação eletroquímica remove a minúscula cobertura de ouro de um dos reservatórios, liberando a dose correta de medicamento no organismo (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2008).
	Loção
	É a preparação líquida aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável, para aplicação na pele, incluindo o couro cabeludo, que pode ser solução, emulsão ou suspensão, contendo um ou mais princípios ativos ou adjuvantes.
	Óvulo
	É a forma farmacêutica sólida, de dose única, contendo um ou mais princípios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos, usualmente ovoide, com componentes químicos que se fundem na temperatura do corpo, pois o local de administração é vaginal.
	Pasta
	É a pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). Deve atender às especificações estabelecidas para pomadas.
Por possuir grande concentração de óleo em sua composição, tem grande facilidade de fixação, logo, é administrado para fixar em locais de difícil aplicação, melhorando desta forma sua espalhabilidade
	Pastilha
	É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma base adocicada e com sabor. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser preparada por modelagem ou por compressão.
	Pó
	É a forma farmacêutica sólida contendo um ou mais princípios ativos secos e com tamanho de partícula reduzido, com ou sem excipientes.
Neste caso, pode ser aviado em sachês para tomada direta ou dissolução.
	Pomada/unguento
	É a forma farmacêutica semissólida, para aplicação na pele ou em membranas mucosas, que consiste na solução ou na dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada, usualmente não aquosa.
A pomada é bastante gordurosa, pode ter ação secundária de hidratação ou isolamento de uma área, quando houver alguma lesão na pele, além disso, persiste mais tempo no local aplicado.
	Solução
	É a forma farmacêutica líquida, límpida e homogênea, que contém um ou mais princípios ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis.
Pode ser administrado em qualquer via, incluindo intravenosa, desde que mantenha a condição de esterilidade.
	Supositório
	É a forma farmacêutica sólida de vários tamanhos e formatos, adaptados para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo um ou mais princípios ativos dissolvidos numa base adequada. Eles, usualmente, se fundem, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo.
Sua diferença para o óvulo é sua forma de modelagem, pois o supositório é mais alongado.
	Suspensão
	É a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis.
Neste caso, sempre se emprega um agente suspensor, aumentando a viscosidade do meio e dificultando a decantação dos pós durante a administração. Somado a isso, a formulação sempre deve ter expressa de forma clara o termo “agite antes de usar”, para que a dosagem do medicamento possa ser respeitada.
	Tintura
	É a preparação alcoólica ou hidroalcoólica resultante da extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição dos respectivos extratos. É classificada em simples e composta, conforme preparada com uma ou mais matérias-primas.
Bastante presente na homeopatia, as tinturas representam tanto medicamentos finalizados quanto matérias-primas. Por este motivo, deve-se estar atento ao seu uso, pois, em alguns casos, a alta concentração de ativos em uma tintura exige uma diluição antes da administração.
	Xarope
	É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados.
Bastante útil em sua apresentação, principalmente para o público pediátrico, devido à aceitação na administração, e fácil mascaramento de sabores indesejados de alguns medicamentos.
3 Vias de administração e aspectos biofarmacêuticos
Gostaria de chamar você para uma viagem pelo corpo humano, apresentando as vias de administração de um medicamento e verificando o quanto deste medicamento será absorvido.
Como? Você não viu o que a absorção tem de relação com a forma farmacêutica? Pois Ashford (2008) define biofarmácia como o estudo do modo como as propriedades físico-químicas do fármaco, a forma farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade e o grau de absorção dos fármacos.
3.1Vias de administração
Medicamentos podem ser de uso interno (quando se engole) e uso externo (quando não é engolido), você sabia? E eles podem ser de ação sistêmica (há absorção pela corrente sanguínea, distribuindo o medicamento para o organismo) ou de ação local (a ação do medicamento limita-se ao local em que foi administrado), você sabia?
O que você não sabia é que em alguns casos, o medicamento pode ser de uso interno, ou seja, você irá engoli-lo, mas a ação é local, logo, ele não chegará a sua corrente sanguínea, limitando sua atividade farmacológica apenas ao local que foi administrado, ou entrou em contato.
· Oral
Sem dúvidas, os medicamentos que têm sua administração realizada por esta via são os mais comuns. Isso pelo simples fato de ser mais prática e econômica sua produção, mais conveniente sua tomada e possuir muito mais segurança ao paciente, haja vista que o medicamento vai circular por todo o trato gastrointestinal, o que possibilita, em casos de intoxicação ou reação alérgica, possuir tempo hábil para restabelecer o paciente.  Como aspectos negativos, pode-se citar a dificuldade de deglutição de certos públicos ou pessoas, além, é claro, de interferir na digestão e irritar a mucosa gástrica.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos uma mulher com um comprimido no estilo gel entre os dentes.
· Retal
A via retal, apesar de ser extremamente vascularizada e com fácil absorção pela corrente sanguínea, é empregada de forma mais comum para pacientes com patologias nestas áreas.  Mesmo sabendo que, por esta via, se evita o metabolismo de primeira passagem, já que o medicamento não passará pelo fígado ao ser absorvido, isso só acontece quando aplicado em região menos profundas.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos a mão de uma pessoa segurando um medicamento na forma de supositório.
· Tópica
Para lesões ou patologias superficiais, uma das vias mais confortáveis e seguras para a administração de medicamentos é a via tópica. Por meio de movimentações rítmicas (massagem local) durante a aplicação, promove-se a elevação da temperatura e ativação da circulação sanguínea, o que propicia melhor absorção do medicamento.  Em algumas áreas da Farmacotécnica, como a Cosmetologia e Estética, esta via de administração é mais evidente pelo tipo de ativos empregados e pelas novas tecnologias de liberação de medicamentos usada nesta produção.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma mulher sorrindo e com os olhos fechados, com as mãos próximas ao rosto e com creme nas duas bochechas.
Há também, nesta via, o uso dos adesivos transdérmicos, porém sem a necessidade de massageamento, pois o próprio dispositivo tem a tecnologia de possuir membrana de dispersão, capaz de liberar gradativamente o medicamento nele acondicionado.
· Parenteral
A administração de medicamentos por via parenteral é considerada um procedimento simples, entretanto, por ser um processo invasivo requer certos cuidados. Essa via permite a liberação da substância farmacologicamente ativa em regiões próximas à corrente sanguínea ou diretamente nela, possibilitando efeito rápido e ação que pode ser sistêmica ou localizada, dependendo do local de aplicação.
Por este mesmo motivo, o grau de pureza microbiológica neste grupo de medicamentos deve ser na ordem de esterilização, pois, em casos em que haja a presença de microrganismos, este, após o procedimento invasivo, seria colocado diretamente em contato com nossa circulação sanguínea. Com isso, seria quase improvável que o sistema imune respondesse de forma satisfatória, conseguindo inativar o patógeno.
Para a administração deste tipo de medicamento, o profissional também deve passar por um rígido treinamento, capacitando-o a empregar as técnicas abaixo, já que as variações de uma camada a outra de nossa pele possui precisão milimétrica. Neste caso, a aplicação do medicamento deve estar no limite com a perfeição para não causar nenhuma intercorrência no paciente.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos, o braço de uma pessoa com bandagens e acesso para a inserção de medicamentos intravenosos.
· Respiratória
Assim como a via retal, o pulmão, altamente vascularizado, tem absorção quase completa e instantânea da dose administrada, evitando inclusive a passagem pelo fígado no metabolismo de primeira passagem. Por esta razão, esta via se torna segura e eficaz para pacientes, principalmente com patologias cardiorrespiratórias, pela rápida ação do fármaco. O único inconveniente desta via é que os dispositivos possuem o medicamento pressurizado no estado gasoso, e pelas Leis de Transformações Gasosas, seu jateamento ocorre em temperatura muito baixa. Esse é um incomodo que não se possui maneira de remediar.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma criança com medicamento respiratório na boca.
· Nasal
Com a atual carga de poluição atmosférica nos mais diferentes municípios, assim como a maior incidência de alergias respiratórias na população, esta via tornou-se, nos últimos anos, uma via promissora para a administração de medicamentos para tratamentos de patologias respiratórias.  A alta vascularização do local realmente faz com que os medicamentos sejam facilmente absorvidos, porém, a cavidade orofaríngea faz com que parte destes medicamentos, dependendo da forma de administração, seja ingerido por via oral, e não tenha a absorção pela via nasal, como desejada.  Para resolução deste problema, orienta-se que o paciente se mantenha deitado por aproximadamente 2 minutos, para que o líquido não escorra nem para fora do nariz, nem que passe direto para a via oral.
· Ocular
Da mesma forma como a via nasal, a maior preocupação com a via ocular não é com o local da administração, mas sim com a técnica de administração. Irritações, glaucomas, infecções, e outras patologias que fazem com que seja crescente o uso de colírios pela população. Para que a sua ação não seja pela perda de parte do medicamento, recomenda-se que se administre o colírio com a cabeça pendente para trás, ou com o paciente deitado. Goteja-se a dose necessária do medicamento, e comprime-se levemente o canal lacrimal, que em casos de medicamentos para glaucoma, podem ter absorção e atividade sistêmica anti-hipertensiva.
Outra preocupação deve-se ao fato de que o nível de contaminação microbiológica também deve ser na ordem de esterilidade, assim como os injetáveis, mas como os colírios ou pomadas oftálmicas não são de dose única, deve-se estar atento para que não se contamine o medicamento, e siga a recomendação do fabricante quanto à validade após aberto o produto.
· Auricular
Como um órgão anatomicamente favorável a retenção de sujidades e infecções, a via auricular, geralmente empregada para administração de emolientes, anti-inflamatórios, antibióticos e anestésicos, deve ter a aplicação dos medicamentos sempre em ambiente em que o paciente possa se manter por alguns minutos (cerca de cinco minutos), para que o medicamento permaneça no local e produza efeito farmacológico.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um médico, por meio de instrumentos próprios, verificando o interior do ouvido de uma paciente.
3.2 Formas farmacêuticas e o tempo de ação do medicamento
Segundo dados de Aulton (2016), a relação da forma farmacêutica com a via de administração altera o tempo médio que o medicamento inicia sua ação. Com essas informações, somos capazes de planejar um melhor produto, para um esquema terapêutico que melhor se ajuste a necessidade do paciente e a melhora de seu quadro clínico.
O processo farmacocinético (velocidade com que o medicamento, depois de administrado, alcança a corrente sanguínea para ser distribuído pelo corpo) varia de acordo com as características da molécula ativa, mas o comportamento comum a maioria dos medicamentos, segundo sua via de administração, é a seguinte:
	Injeções intravenosas
	Como já são administradas na corrente sanguínea, em um segundo o medicamento já está fazendo efeito.
	Injeções intramusculares, subcutâneas, comprimidos orais, gases e aerossóis
	Em alguns minutos, pela alta vascularização com seus locais de administração,já teremos efeitos farmacológico.
	Soluções, suspensões, pós, grânulos, cápsulas e comprimidos de liberação prolongada
	Há uma grande variação para início de atividade, podendo começar em minutos, ou até horas.
	Cápsulas entéricas
	Por serem produzidas para que passem pelo estômago sem sofrer alteração, liberando o fármaco apenas no intestino, a ação do medicamento se inicia após várias horas após a administração.
	Implantes
	Após o processo cirúrgico, a ação do medicamento se inicia em alguns dias.
	Medicamentos de uso tópico
	Possuem tempo de início bastante variado, dependendo muito da tecnologia empregada na composição da base, e das propriedades físico-químicas do medicamento, incapaz de precisar esta informação.
Apesar de não poder transformar esses dados em números, pois cada princípio ativo e forma farmacêutica geram uma combinação única de fatores que determinam estas condições biofarmacêuticas, pode-se ter uma ideia de suas características após a administração.
REFERÊNCIAS
ASHFORD, M. Introdução à biofarmácia. In: AULTON, Michael E. Delineamento de formas farmacêuticas. Artmed, 2008.
AULTON, Michael; TAYLOR, Kevin. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 4a. edição. Rio de Janeiro: Editora Artmed, 2016.
BARBOSA, Browdo Marins et al. XXXX) Análise bibliográfica de artigos sobre alquimia. Ciências Farmacêuticas. Vol.1. Número 1, Jan.-Mar./2003. http://saudeemmovimento.com.br/revista/artigos/cienciasfarmaceuticas/v1n1a3.pdf
CABRAL, Célia; PITA, João Rui. Sinopse da História da Farmácia. Cronologia. Coimbra Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20, 2015. http://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/folhetosdasexposicoes/folhetosinopse_pt.pdf
DE MORAES, Wesley Aragão. O arsenal terapêutico do médico nas fórmulas magistrais–recursos da Mata Atlântica. Arte Méd. Ampl. Ano XXX, n.2, inverno/2010.
DEL CORRAL, Diez; SANTOS, Florentina. Do boticário ao farmacêutico: o ensino de farmácia na Bahia de 1815 a 1949. EDUFBA, 2009.
DIAS, J.P.S. A farmácia e a história: uma introdução à história da farmácia, da farmacologia e da terapêutica. Lisboa: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2005. Lisboa, 2005. http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf
FERRAZ, H. G. Formas farmacêuticas sólidas: comprimidos e comprimidos revestidos. Brazil: Farm/USP Fac Ciênc, p. 1-9, 2007. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3500709/mod_resource/content/0/Comprimidos%20e%20comprimidos%20revestidos.pdf
FREITAS, Ronilson Ferreira et al. Administração de medicamentos por via parenteral: Uma revisão. Conexão Ciência (Online), v. 11, n. 1, p. 153-158, 2016.
GALLETTO, RICARDO. História da Farmácia: do surgimento da espécie humana ao fim da Antiguidade Clássica. REVISTA UNINGÁ, v. 10, n. 1, 2006. http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/515
HINDS, William C. Aerosol technology: properties, behavior, and measurement of airborne particles. John Wiley & Sons, 1999.
ITO, Patrícia do Carmo Pereira; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Diferenças individuais: temperamento e personalidade; importância da teoria. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 19, n. 1, p. 91-100, 2002. http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v19n1/a08.pdf
LIMA, Tania Andrade. Humores e odores: ordem corporal e ordem social no Rio de Janeiro, século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 2, n. 3, p. 44-94, 1996. http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v2n3/a04v2n3.pdf
MATANZAS, CUBA - MAY 10: Old French Colonial pharmacy, known as Botica La Francesa, was founded by Dr Ernesto Triolet in 1882 and stands unchanged today in the city of Matanzas, Cuba. May 10, 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Formulário Nacional da Farmacopéia Brasileira. 2012. http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_setembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741
PEZZINI, B.R.; SILVA, M.A.S.; FERRAZ, H.G. Formas farmacêuticas sólidas orais de liberação prolongada: sistemas monolíticos e multiparticulados. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 43, n. 4, p. 491-502, Dez/2007.
PITA, J.R. História da farmácia. 2 ed. Coimbra: Minerva, 2000.
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Micro-implante libera medicamentos no organismo durante um ano. 28/02/2008. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=micro-implante-libera-medicamentos-no-organismo-durante-um-ano. Capturado em 04/02/2020.
FUNDAMENTOS DE FARMACOTÉCNICA
INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA
Eurislene Moreira Moreira Antunes Damasceno
OLÁ!
Olá! Você está na unidade Introdução à Farmacotécnica. Conheça aqui os conteúdos de Excipientes Farmacêuticos e Cálculos Farmacêuticos. Serão trabalhados os conceitos, aplicação e importância desses conteúdos para a sua atuação. Aprenda as categorias, características, funções, classificações e mais.
 
Bons estudos!
1 Excipiente
 Excipiente pode ser definido por qualquer substância que tenha sua segurança comprovada e pode ser integrado na forma farmacêutica com finalidades variadas, tais como:
· Contribuir na preparação;
· Melhorar a estabilidade do produto;
· Facilitar a disponibilidade do ativo no organismo;
· Assegurar a aceitabilidade do paciente;
· Aprimorar a segurança e a efetividade.
#PraCegoVer: Na imagem, temos um infográfico em que temos um círculo central que está escrito “Excipientes” e três quadrados ao redor desse círculo em que estão escritos: “Facilitar a administração dos princípios ativos”, “Assegurar a estabilidade” e “Melhorar a eficácia do  princípio ativo”.
Ao logo dos anos, o conceito de excipiente vem sendo modificado. Já é sabido que o aspecto da forma farmacêutica indica diferentes variáveis no processo produtivo, da interação entre os excipientes e do efeito que estes podem apresentar sobre o princípio ativo. Os excipientes são considerados, constituintes essenciais, que atuam como facilitadores na administração, assegurando o efeito do medicamento e da segurança (DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 2019).
            A International Pharmaceutical Excipients Council (IPEC) define:
Excipientes farmacêuticos como substâncias integradas em um sistema de liberação de fármacos que contribuem no processo de manufatura e/ou melhora a estabilidade, biodisponibilidade e/ou maior aceitação pelo paciente, ou garante a segurança e efeito terapêutico do fármaco durante o estoque e uso.
Em relação ao volume da forma farmacêutica, os excipientes representam a maior parte, quando comparados com a concentração do ativo.  Esses valores variam de 1% a 99% da formulação.
1.1 Categorias dos Excipientes
· Categoria um
São excipientes já aprovados que são originados da indústria alimentícia ou usados há muito tempo.
· Categoria Dois
São excipientes obtidos por alteração estrutural de um excipiente já aprovado.
· Categoria Três
São compostos que estão sendo descobertos e poderão, futuramente, serem utilizados em novas formulações. 
1.2 Características dos Excipientes
· Toxicologicamente inativo.
· Inerte frente ao fármaco.
· Comportável com outros ingredientes da formulação.
· Incolor e insípido.
· Alta fluidez e capacidade de escoamento.
· Boa capacidade de sofrer compressão.
· Custos adequados.
· Facilidade no armazenamento.
· Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
· Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
· Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
· Fácil armazenamento.
· Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
· Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
· Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
· Fácil de ser armazenado.
· Características reprodutíveis lote-a-lote.
· Consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
1.3 Funções dos Excipientes
Os excipientes possuem as funções de: antioxidantes, quelantes, conservantes, desintegrantes, plastificantes, modificadores e apresentam influência na preparação de emulsões, géis, sólidos, emulsificantes. 
1.4 Classificações dos Excipientes
Existem aproximadamente 1300 excipientesusados pela Indústria Farmacêutica (MONTEIRO, 2013). Estes são responsáveis por estabilizarem os medicamentos, impedirem o crescimento de microrganismos, além de torná-los mais atrativos, melhorando a adesão ao tratamento pelo paciente. Os mesmos podem ser classificados em: diluentes, desintegrantes, aglutinantes, lubrificantes, conservantes, aromatizantes, corantes, adoçantes, emulsificantes, solventes, espessantes, estabilizantes, antioxidantes, tensoativos.
Além disso, os excipientes podem apresentar funções e estruturas moleculares distintas:  que podem ser estruturas simples ou moléculas complexas, de elevado peso moleculares. Vale ressaltar que a escolha dos excipientes deve ser levada em consideração, de forma a garantir o melhor desempenho da formulação, melhores características de manufatura e, ao mesmo tempo, que apresente um custo acessível.
· Definições dos Tipos de Excipentes
	Conservantes
	Tem a função de impedir o crescimento microbiano.
Exemplo: Ácido benzoico e derivados, parabenos (Nipagim e Nipazol)
	Diluentes
	São adicionados na formulação de comprimidos e cápsulas.
Exemplo: Celulose, lactose e amido.
	Desintegrantes
	Tem a capacidade de romper a massa compactada em pequenas partículas e  afim de garantir que o fármaco fique em condições de dissolver-se.
Exemplo: Amido, celulose microcristalina glicolato sódico de amido, crospovidona etc.
	Aglutinantes
	Substâncias usadas para provocar a agregação das partículas do pó nos grânulos destinados a compressão.
Exemplo: Goma arábica, metilcelulose etc.
	Lubrificantes
	Evita que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados em alguma das máquinas quando são fabricados.
Exemplo: Estearato de cálcio; Estearato de magnésio; Óleo mineral; Acido esteárico; Estearato de zinco.
	Aromatizantes
	Usado para do cheiro a formulação.
Exemplo: Óleo de anis; Óleo de canela; Coco; Mentol; Óleo de laranja; Óleo de hortelã; Baunilha.
	Corantes
	Confere cor às preparações.
Exemplo: Oxido férrico; Caramelo; Vermelho.
	Adoçantes
	Confere sabor adocicado a preparação.
Exemplo: Sorbitol; Manitol; Sacarose;Sacarina sódica.
	Solventes
	Utilizado para dissolver substâncias.
Exemplo: Água, álcool e glicerina.
	Agentes Suspensores
	Aumenta a viscosidade da fase externa de uma suspensão.
Exemplo: Goma xantana.
	Tensoativo
	Trata-se de uma substância que se adsorve nas superfícies ou interfaces para reduzir a tensão superficial ou interfacial.
Exemplo: Nonoxinol 10; Octoxinol 9; Polissorbato 80; Lauril sulfato de sódio; Monopalmitato de sorbitanol.
	Antioxidantes
	Evita que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo.
Exemplo: Alfa-tocoferol, bissulfito de sódio, ácido ascórbico, EDTA dissódico.
	Agentes molhantes
	Tem função de diminuir a tensão superficial na interface.
Exemplo: Lauril sulfato de sódio, LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens®).
	Agentes temponantes
	Tem função de resistência contra variações de ph.
Exemplo: Tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato.
	Agentes de revestimento
	São usados no revestimento e tem a função de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio atmosférico e umidade.
Exemplo: Derivados da celulose (metil ou etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, acetato de celulose)
Fonte: Adaptado de DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 2019.
·  Diluentes
São os adjuvantes adicionados em maior proporção a formulação de comprimidos e cápsulas cuja função é:
- Conferir volume adequado;
- Propriedade de fluxo;
- Características de compressão.
 Ex: Lactose; caulim; manitol; Sorbitol; amido.
· Atributos de um bom diluente
- Não tóxicos;
- Inerte;
- Estavél;
- Ausência de contaminação microbiológica;
- Baixo custo;
- Disponível comercialmente;
- Compatível com o corante;
- Não apresentar efeito sobre a biodisponibilidade do fármaco. 
· Exemplo de um bom diluente
- Lactose 
· Características desejáveis: 
- Sabor agradável.
- Dissolve-se em água.
- Não é higroscópica.
- Baixa reatividade.
- Boa compatibilidade.
- Baixo custo.
· Aglutinantes
            São substâncias usadas para promover a agregação das partículas do pó nos grânulos destinados a compressão. São divididos em granulação a seco e granulação úmida. 
· Desintegrantes
            Os desintegrantes asseguram que o comprimido, quando em contato com um líquido, desintegre-se em fragmentos menores, os quais promovem uma rápida dissolução do fármaco.
            Os desintegrantes podem atuar por três processos:
1- Inchando (amido, celulose e pectina);
2- Desenvolvendo (lactose e Glicose);
3- Liberando Gás (carbonatos, bicarbonatos, peroxidos, misturas efervescentes).
·    Lubrificantes      
Os lubrificantes evitam que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados quando são fabricados, melhorando as propriedades de fluxo das misturas de pós e facilitando o seu escoamento.
OBS: Para evitar esses feitos deletérios utilização de substâncias mais hidrofílicas conjuntamente ou como alternativa aos lubrificantes hidrofóbicos.
· Lubrificantes Líquidos (Parafina líquida)
            A sua incorporação na massa deve ser feita em solução orgânica (dissolvida no éter).
· Lubrificantes interfaciais (forma sólida)
- Ácido esteárico apresenta baixas concentrações e, normalmente, são os mais eficientes.
- Estearatos
 Mg2+ – mais empregado devido as suas propriedades lubrificantes superiores.
Zn2+ – aportam grande lipofilia (< 1%)
Exemplo de substâncias hidrofílicas
· Agentes tensoativos
            Lauril sulfato de sódio – em algumas preparações, pode funcionar como molhante, lubrificante, detergente, solubilizante;
Magrogóis ou PEG 4.000 a 60.000 (na forma sólida);
OBS: Uma combinação das substâncias hidrofílicas e hidrofóbicas também pode ser usada.
· Agentes molhantes
            Tem o objetivo de diminuir a tensão superficial na interface solido/líquido. Exemplo: Lauril sulfato de sódio (LSS) e docusato sódico.
· Deslizantes
            Tem a finalidade de melhorar as propriedades de fluxo das misturas de pó.
Exemplo:
Estearato de magnésio
Estearato de zinco
Talco – 1 a 2%
Dióxido de Silício Coloidal (Aerosil 200®) (emprego mais amplo hoje) – cerca de 0,2% – reduz a fricção interparticular (partículas muito pequenas).
Estearato de Magnésio – concentrações menores que 1%.
· Agentes suspensores
Tem por finalidade aumentar a viscosidade e reduzir a velocidade de sedimentação de partículas em veículo no qual não são solúveis.
Papel da Viscosidade em uma Formulação farmacêutica  
- Apresenta Tempo de contato maior;
- Aumenta a viscosidade;
- Sabor de preparações orais melhorado;
- Permite a tomada correta da dose.
Exemplos:
Derivados Semi-sintéticos da celulose:
Metilcelulose.
Carboximetilcelulose Sódica (Carmelose Sódica ou CMC-Na).
 Hidroxipropilcelulose.
 Hidroxipropilmetilcelulose.
Polímeros Sintéticos:
Carbômero.
 Poloxamer.
Povidona.
Polímeros Naturais:
Goma acácia ou arábica.
Goma Adragante.
Goma Xantana.
Alginato de sódio.
Coloides de associação: bentonita, veegum,  dióxido de silício coloidal e celulose microcristalina.
· Agentes espessastes
            São usados para melhorar a consistência ou dureza de uma preparação.
Exemplos: vaselina, parafina e álcool cetílico.
· Agentes Emulsificantes
 São substâncias adicionadas às emulsões para aumentar a sua estabilidade cinética, tornando-as razoavelmente estáveis e homogêneas.
Polissacarídeos, semissintéticos, substâncias contendo esteróis (ex.: cera de abelha, lanolina e álcoois de lanolina).
· Corantes
 São empregados como a finalidade de melhorar a aceitação do medicamento pelo paciente.
Exemplos: Corantes, pigmentos e opacificantes.
· Educorantes
Substâncias que conferem o sabor doce aos nutrientes e possui boa a aceitação do paciente. 
Exemplos Sacarose, manitol, lactose, entre outros.
· Flavorizantes
Substância utilizada para conferir sabor e odor agradáveis às formulações farmacêuticas e cosméticas.
Sabores primários
Azedo, salgado, doce e amargo.
· Antioxidades
em a função de evitar que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo. Há alguns compostosque oxidam com facilidade (removedores de oxigênio) Ex: sulfitos, ácido ascórbico, monotioglicerol.
Exemplo de agentes redutores: ácido ascórbico, tiossulfato de sódio.
· Conservantes
            Substância usada para prevenção de crescimento e desenvolvimento de microrganismos (Fungos e bactérias).
 
Exemplos de conservantes:
Ácido benzoico
Benzoato de sódio
Butilparabeno
Metilparabeno (Nipagin®)
Propilparabeno ( Nipasol®)
Etilparabeno,
Propionato de sódio
· Quando não é necessário fazer o uso do conservante?
Quando não há presença de água.
Para evitar a Contaminação.
Ausência de nutrientes.
O pH do meio é acido ou alcalino.
· Agentes Temponantes
São substâncias utilizadas para fornecer as formulações, resistência.
1.5 Recomendações Para Aumentar a Segurança no Uso dos Excipientes
Segundo Senna et al. (2014), são utilizados os recursos citados abaixo para a segurar a segurança dos princípios ativos:
· Não utilizar os excipientes de risco em medicamentos destinados a grupos suscetíveis.
· Utilizar outro medicamento que não contenha o excipiente.
· Adicionar alerta nas bulas e/ou rótulos.
· Avaliação e/ou intervenção do farmacêutico.
· Formulações alternativas do produto sem o excipiente ou com outros excipientes mais seguros.
· Mudar via de administração.
· Não exceder quantidade diária máxima estabelecida.
· Pré-medicação com corticosteroides e anti-histamínicos.
· Precaução no uso por meio da monitorização.
· Controlar níveis do excipiente nas formulações.
· Diminuir a concentração da forma oral, diluindo antes de administrar.
· Diminuir a taxa de infusão.
· Diluir adequadamente a forma intravenosa.
· Educar profissionais sobre os efeitos dos excipientes.
É importante utilizar corretamente os excipientes, disponíveis para manipular cada receita, pois determinados excipientes podem ser farmacologicamente incompatíveis com certos princípios ativos. Deve-se atentar ao tipo, quantidade e qualidade da substância inerte a ser utilizada no procedimento. Assim, é necessário estabelecer critério sobre a utilização de excipientes. 
2 Cálculos Farmacêuticos
Praticamente todas as operações farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Os mais comuns são: Regra de três – empregados em cálculos de diluição –, fator de correção ou equivalência, conversão em unidades, entre outros. É de extrema importância conhecer e entender esses cálculos, pois são essenciais para produzir uma fórmula eficaz e segura.
2.1 Aplicações dos Cálculos Farmacêuticos
As aplicações dos cálculos farmacêuticos se dão nos/nas:
· Regimes de dosagem.
· Taxas de administração de medicamentos.
· Taxas de metabolismo e excreção.
· Formulações farmacêuticas.
· Prescrições.
2.2 Conversão de Unidades e Medidas (peso)
#PraCegoVer: A imagem traz uma tabela com conversão de medidas para peso. Nas linhas estão grama, miligrama, micrograma e nanograma. 
· Conversão de Unidades e Medidas (volume)
#PraCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de volume. Nas linhas estão o mililitro e microlitro.
· Conversão de Unidades e Medidas (utensílios)
#PraCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de utensílios. Nas linhas estão colher de café, colher de sobremesa, colher de sopa e 20 gotas.
2.3 Equivalências
1 kg – 1000 g;
1 g – 1000 mg;
1 mg – 1000 mcg;
1 mg – 0,001 g;
1 g – 0,001 kg;
1 L – 1000 mL;
1 mL – 0,00 1L;
1 mL = 1 cm3.
· Medidas de Volume
O volume pode ser medido, por exemplo, em Pipetas, Micropipetas, Bureta.
· Pesagem
Geralmente utiliza-se Balança:
Analíticas (0,0001 g);
Semi-analíticas (0,01g);
Granatária (0,1  g);
Roberval (acima 10 g).
2.4 Porcentagem
É muito utilizado para demonstrar concentrações em formulações farmacêuticas.
 
% - 1 parte em 100 mL ou g de material.
Porcentagem (p/V) – número de gramas em 100mL de solução.
Porcentagem (V/V) – número de mL Porcetagem.
(p/p) - número de gramas.
Exemplo:
Se 5,0 ml de uma solução aquosa de paracetamol 20% p/v foi diluída a 1 0 ml, qual será a % de paracetamol?
Resposta:
10X = 5 . 20
10X = 100
X= 100/10= 10 %
A resposta será 10.
2.5 Regra de Três (Razão e Proporção)
Baseado na razão e proporção,
Exemplo:
Em uma solução de Cloreto de sódio tem 20 g em 100 mL, quantos gramas de Cloreto de sódio eu precisaria para preparar 20 mL de uma solução?
20 g____100 ml
X_____20 ml
20 X 20 ÷ por 100 =4
20 vezes 20 Dividido por 100 =4
2.6 Razão de Concentração
Relação entre o soluto e a preparação total.
15%
15:100
Exemplo: Calcule a quantidade necessária de biotina para cada um dos componentes para se preparar a formulação.
Biotina    _________________10 % p/v
Metilparabeno (Nipagin®)____0,1 % p/ v
Água destilada_____________5 ml v/ v
Álcool metro qsp ___________50 ml
Resposta
Biotina                                 
-----
 100x = 50 x 10
100x= 500
X= = 0,5 ml
Metilparabeno (Nipagin®)
-----
100x= 50 x 0,1
100X= 5
X= = 0,05 ml
Sendo assim: 0,05 + 0,5 + 5,00= 5,55
50,00 - 5,55 = 44,45 ml qsp
2.7 Concentração x Volume
Consiste na relação entre a massa do soluto (m1) e o volume de uma solução (v).
Fórmula:
                C1 x V1 = C2 X V2
C1= concentração antes da diluição (solução estoque)
V1= volume antes da diluição
C2= concentração após a diluição (nova solução)
V2= volume após a diluição
Exemplo:
Deseja-se preparar 50 mL de uma solução a 0,007 % (p/v). Se a farmácia só dispõe da matéria de partida em uma solução estoque de concentração de 1 %, quanto se deveria utilizar da solução estoque?
C1V1=C2V2
50 mL x 0,007 = V2 x 1 V2 = 0,35 mL
· Solução Estoque
            É usada para preparar soluções com concentrações menores que a concentração de origem.
2.8 Densidade
É a relação de massa (g) sobre volume (mL).
#PraCegoVer: A imagem traz uma tabela com a densidade da água e do óleo.
Fórmula para calcular a densidade:
d= densidade
m= massa
v= Volume
Exemplo: Considerando que a densidade de uma substância é 0,8765 g/mL qual a massa em 1.500 ml?
D= 0,8765
 V=1500
m= ?
0,87650= w/1500
m= 1,314 g
· Densidade Aparente
            Representa ao volume ocupado pelo sólido, sem a inserção das porosidades (espaços entre os grânulos sólidos).
Fórmula para calcular a densidade : 
Obs: A medição do volume aparente é realizada com auxílio de uma proveta graduada.
2.9 Cálculo Do Fator de Correção (FCR)
Essa fórmula é utilizada para corrigir a diluição de uma substância. Para calcular o fator de correção, divide 100 pelo teor da substância ou elemento.
Exemplo : Betacaroteno ...................10 mg/cápsula
Betacaroteno 11% qual o fator de correção
100 dividido por 11: 9,09
10 mg x 9,09: 90,9 de Betacaroteno por cápsula
· Cálculo do Fator de Correção (Fcr) De Umidade
A correção da umidade é calculada a partir do teor de umidade.
Exemplo: Metotrexato 8% de umidade.
Qual o fator de correção?
Sendo assim, essa matéria-prima só é Metotrexato em 92% dela.
FC= 100% dividido por 92% = 1,08.
2.10 Fator de Equivalência (FEq)
É o cálculo usado para conversão da massa do sal ou éster para a do fármaco ativo.
Matéria-prima disponível na forma de base hidratada.
Exemplos: Sulfato de Salbutamol: fazer a conversão para Salbutamol.
Fórmula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3) 2.H2 SO4
 1) Grama do sal (sulfato de salbutamol): 288,35 g.
Grama da base (salbutamol): 239,31 g.
Fórmula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3
Peso Molecular do Salbutamol: 239,31 g
grama da base: 239,31
Cálculo:
FEq =do sulfato de Salbutamol   para Salbutamol   é 1,20
2) grama do sal (cloridrato de ranitidina): 350,87 g
grama da base (ranitidina): 314,41 g
350,87 ÷ 314,41=1,11
É importante utilizar corretamente os cálculos farmacêuticos, pois todas as operações farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Fique ligado!!!
ANSEL, H. C.; STOKLOSA, M. J. Cálculos Farmacêuticos. 12. ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
REFERÊNCIAS
ANSEL, H. C.; STOKLOSA, M. J. Cálculos Farmacêuticos. 12. ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
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BRASIL. Ministério da Saúde. AgênciaNacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 87 de 21 de novembro de 2008. Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano. Diário Oficial da União, 24 nov 2008. p. 58-9.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 1, São Paulo, mai., 2011
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 2, São Paulo, mai., 2011.
DO NASCIMENTO, Jaqueline Freitas; SANTANA, Evanilza Aristides; JÚNIOR, Antonio Carlos Souza Silva. Descrição de excipientes presentes em medicamentos antimicrobianos de diferentes marcas comerciais. Revista Arquivos Científicos (IMMES), v. 2, n. 1, p. 04-11, 2019
FERREIRA, O. Guia Prático de Farmácia Magistral.In:______. Excipientes e Adjuvantes Farmacêuticos. v.1.3.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008. p.43-140
MACHADO, T. C., da Silveira, R. L., Laporta, L. V., & dos Santos, M. R. (2016). Influência de excipientes na manipulação de cápsulas de furosemida. Disciplinarum Scientia| Saúde, 13(1), 27-39.
MONTEIRO, A.S.C. Segurança dos excipientes utilizados nos medicamentos genéricos numa população pediátrica. 176 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) -Universidade da beira interior, 2013.
RAMOS, G; MORAIS, D.C.M. Revisão de literatura sobre excipientes em farmácia de manipulação. Foco. v.4, n.5, p.11-26, 201.
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SOUZA, R. M. L. Desenvolvimento de comprimidos de mebetazol e avaliação comparativas com dois genéricos disponíveis no mercado Recife: Revista ciências farmacêuticas básicas e aplicada. V. 27, n.2, p.139-144, 2006.
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THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 3. ed., Porto Alegre: Artmed,  2013.
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FUNDAMENTOS DE FARMACOTÉCNICA
PRODUÇÃO E QUALIDADE
Fabrício dos Santos Cirino
OLÁ!
Você está na unidade Produção e Qualidade. Conheça aqui a principal variável que pode influenciar na geração de desvios de qualidade: erros de cálculos nas formulações, adulterando as concentrações de ativos e demais componentes do medicamento.
Para esta compreensão, convido você para se familiarizar com as Boas Práticas de Manipulação e, desta forma, manter o processo de fabricação dentro de parâmetros que não comprometam a sua produção.
Bons estudos!
1 Cálculos em farmacotécnica II
Entende-se por cálculos em Farmacotécnica todas as atividades matemáticas, com relação à dose e à proporcionalidade de componentes de uma formulação, que viabilizem a execução da preparação deste medicamento.
Por se tratar da segunda parte frente a este assunto, trataremos aqui sobre as aplicações destes cálculos em sua vida cotidiana profissional, abordando temas, como:
· Diluições de ativos (erros em medidas menores);
· Formulações e doses em medicamentos injetáveis;
· Densidade em supositórios;
· Duplicação de formulações em cápsulas.
Então, vamos a alguns exemplos?
1.1 Erros de Empuxo
Os erros de empuxo estão relacionados em quanto de desvio teremos de relação em menores medidas em balanças analíticas eletrônicas. Esta é uma preocupação existente, principalmente, para a manipulação de hormônios, pois as dosagens usuais se encontram na ordem de microgramas.
Sabendo que pequenas massas causam grandes erros de medidas, devemos sempre estar atento ao processo de homogeneização, que pode ser manual (colocando todos os pós em um saco plástico e agitando-o com as mãos), ou instrumental (equipamentos que possuem a função de pulverizar e homogeneizar). Capriche nesta técnica para não ter problemas com dosagens diferentes de medicamentos. Veja como funciona um destes equipamentos: https://www.youtube.com/watch?v=AN_j4YFSG98 .
Veja no gráfico abaixo que, para que não tenhamos interferência da massa específica (razão de massa e volume, como a densidade) no erro da medida, espera-se uma densidade entre 9,0 g/cm3 e 10,0 g/cm3. Essa massa específica está associada a materiais metálicos. Para substâncias químicas ativas, cuja densidade geralmente está em torno de 2,0 g/cm3, sempre estaremos errando para menos, ou seja, se pesarmos 5 g da substância, certamente, teremos menos massa do que esta, pois haverá a ação do erro de empuxo.
#ParaCegoVer: O gráfico mostra o aumento considerável do empuxo vs massa específica da amostra que vai de - 0,6% a 0,0% do erro devido ao empuxo e de quase a 20 g/cm3 de massa específica.
Para os ativos empregados com dosagens usuais na ordem de microgramas, recomenda-se um processo de diluição, em que utilizaremos um fator de correção para que possamos usar a dosagem o mais próximo da indicada na prescrição. Por exemplo:
· considere a Levotiroxina (T4), hormônio empregado para o tratamento de hipotireoidismo em uma dosagem média de 75 mcg. Prepare 30 cápsulas.
Seleciona-se o excipiente recomendado, mas a conta é simples:
75 mcg x 30 cápsulas = 2250 mcg no total da formulação
Convertemos para a unidades de gramas, pois é a unidade empregada em uma balança:
1 g ------- 106 mcg
X g ------- 2250 mcg
Logo, executando esta regra de três, concluímos que necessitamos pesar      0,00225 g.
Considere ainda que, o desvio da balança é de +/- 0,0001 g e, neste caso, além de informar que já existe um erro de medida na quarta casa decimal, estamos considerando um equipamento de primeira linha, geralmente não usada na maioria das farmácias magistrais.             Assim, você NUNCA conseguiria pesar a quantidade necessária.
Para resolver isso, deve-se, já ao adquirir a matéria-prima, proceder com uma diluição 1:100, em que já se homogeneíza o ativo ao abrir a embalagem, com uma matéria inerte, apenas para dar volume e sabendo que a massa foi aumentada em 100 vezes, no exemplo descrito, passaria a ser necessário pesar 0,2250 g da Levotiroxina, ou seja, com o desvio da balança, não há nenhuma influência na medida, já que a quarta casa decimal é zero.
1.2 Produção de Injetáveis em frasco-ampola
Se em seu ambiente profissional é possível produzir formas farmacêuticas injetáveis, devemos ter a ciência de que existem duas maneiras de dispensá-las: ampolas e frasco-ampolas. O primeiro representa uma embalagem de dose única, pois após aberta, não garante mais a estabilidade do medicamento. A segunda é classificada como uma embalagem de dose múltiplas, em que o paciente pode fazer uso de parte do conteúdo, mas o restante pode ser guardado de forma estável para nova aplicação.
Então, considere que como a tecnologia disponível para sua produção magistral não comporta a fabricação de ampolas, logo vai dispensar em frasco-ampolas, atendendo a uma prescrição que solicita: fosfato dissódico de dexametasona 4 mg/mL, com posologia descrita como administrar 6 mg intramuscular, uma vez ao dia, por 4 dias. Vamos calcular como será a ficha de produção?
Bom, devemos partir da concentração da formulação padrão para o medicamento industrializado, de 4 mg/mL. Se a cada tomada do medicamento serão administrados 6 mg, podemos dizer que serão administrados 1,5 mL.
4 mg ------- 1 mL
6 mg ------- x mL                     Essa regra de três indica um volume de 1,5 mL.
Se o tratamento deve ser realizado por 4 dias, podemos saber que serão preparados 6 mL do medicamento.
1 dia ------- 1,5 mL
4 dias ------- x mL                   O total que deverá ser preparado é de 6 mL.
Como a concentração do medicamento na solução deve ser de 4 mg/mL, deve-se pesar de princípio ativo 24 mg para diluir no veículo estéril.
4 mg ------- 1 mL
x mg ------- 6 mL                     Você deverá pesar 0,0240 gem balança analítica.
Viu como é simples? Como podemos ver, a regra de três é amplamente empregada em Farmacotécnica, portanto, se você domina esta metodologia de cálculo, sua vida será muito mais fácil.
 
1.3 Densidade em Supositórios
Na preparação de supositórios e óvulos, geralmente se supõe que a quantidade do fármaco é menor que 100 mg e, assim, o volume ocupado pelo pó é insignificante e não precisa ser considerado. Via de regra, toma-se como base o peso de 2 g. Obviamente, se o molde de menos de 2 g for usado, o volume do pó precisa ser levado em conta.
Os fatores de densidade das várias bases e fármacos precisam ser conhecidos para determinar os pesos corretos dos componentes a serem usados. Com os fatores de densidade da manteiga de cacau determinados, se o fator de densidade de uma base não for conhecido, ele será calculado simplesmente como a proporção entre o peso absoluto da base e o da manteiga de cacau.
O método de determinação do fator de substituição da dose é calculado da seguinte forma:
f = 100 x (E – G) + 1
         (G) x (X)
Em que:
E = peso da base pura para supositórios
G = peso dos supositórios com X% do fármaco
Vamos exemplificar com uma prescrição de supositório com 250 mg de resorcina  (f = 0,71), usando manteiga de cacau como base. O peso do supositório com manteiga de cacau pura é de 2 g. Como 250 mg de resorcina precisam ser contidos em um supositório de aproximadamente 2 g, ele terá cerca de 12,5% de resorcina. Qual será o peso total de cada supositório?
0,71 = 100 (2 – G) + 1
            (G) x 12,5
 
8,875 x (G) = 200 – 100 x (G) +1
 
91,125 x (G) = 201
 
G = 2,206 g
 
De posse desta informação, sabemos que não se pode desprezar a quantidade de matéria-prima na formulação, e que a mesma tem influência na massa total da forma farmacêutica escolhida.
1.4 Duplicações de Formulações em Cápsulas
Esse fenômeno acontece quando o volume de um conjunto de pós (ativo e excipiente) possui uma densidade aparente maior do que aquelas descritas pelos fabricantes. Densidade aparente é a leitura direta e absoluta, em proveta, de qual volume será ocupado por 1 g de uma mistura em pó.
Neste caso, há um acréscimo de mais excipiente para que o pó possa ser acondicionado em um outro tamanho de cápsula. Veja abaixo esta relação de tipo de cápsula e o volume acondicionado.
#ParaCegoVer: Na tabela temos o tipo de cápsula, que vai de 00 a 4, e o volume interno em mL de que vai de 0,20 a 0,95.
Essa também é uma alternativa para o tratamento de pacientes com problemas de deglutição, haja vista que darão preferência a trabalhar com cápsulas menores. Então, vamos a um exemplo:
– Uma formulação de fitoterápicos, com a mistura de três espécies diferentes, mas pela sua coloração, não comporta a adição de excipiente. Ao se misturar a quantidade de cada componente, referente à quantidade total necessária para a formulação (ver os cálculos demonstrados nos itens anteriores), e realizar o teste de densidade aparente, certifica-se que o volume é igual a 0,75 mL. Em que cápsula se deve manipular a formulação?
Se o volume que será ocupado é de 0,75 mL, ficamos tentados a encapsular no tipo 00, porém há uma orientação de não adicionar excipiente. Logo, ela não seria uma boa escolha.
Se pensarmos em empregar a cápsula 0, perceberemos que o volume aceito é apenas de 0,68 mL. Ou seja, menor do que o necessário. Daí em diante, os volumes das cápsulas ficam menor, torna ainda pior este cenário, porém, se avaliamos a cápsula 2 (volume de 0,37  mL), percebemos que encapsular esta formulação e indicar que o paciente deve “tomar duas cápsulas ao invés de uma cápsula” é a melhor opção, haja vista que duas cápsulas tamanho 2 possuem juntas um volume de 0,74 mL.
Essa prática é mais comum do que se imagina e serve tanto para pós com densidade aparente entre dois tipos de cápsulas, quanto para formulações extremamente volumosas, cujo volume da formulação ultrapassa o que comporta a cápsula 00.
2 Alcoometria
O Anexo A, do Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (2012), contém com detalhamento a relevância e a aplicação da alcoometria. Neste mesmo documento, detentor de todo o conhecimento farmacotécnico, é explicada a justificativa e os procedimentos para esta atividade farmacêutica.
Por se tratar de uma literatura oficial para as mais diferentes atividades e rotinas farmacêuticas, consta aqui o que é determinado como padrão brasileiro no segmento farmacêutico no que diz respeito ao etanol.
2.1 Análise Descritiva Qualitativa
Alcoometria é a manutenção do grau alcoólico das misturas de água e álcool etílico. Estão aqui descritos então, dois dos solventes empregados na farmacotécnica, e podemos afirmar que são os mais relevantes para as formas farmacêuticas. Logo, o álcool pode ser descrito como:
· Fórmula e massa molecular – C2H6O – 46,07;
· Especificação – contém, no mínimo, 96% (v/v);
· Descrição – líquido límpido, incolor, volátil e de odor característico;
· Características físicas – tem ponto de ebulição de aproximadamente 78 °C; e densidade de 0,803 a 0,808;
· Conservação – em recipientes bem fechados;
· Armazenagem – proteger do calor;
· Segurança – tóxico e inflamável.
2.2 Alcôometro Centesimal
Esse instrumento analítico, também chamado por densímetro, é composto de um bulbo de vidro, onde em sua extremidade inferior há a presença de uma quantidade de chumbo, chamada de lastro. Acima do lastro, há um bulbo flutuador, composto de ar, responsável por determinar a densidade por imersão neste líquido testado. E na porção mais alta da vidraria, há uma escala de leitura de concentração ou teor alcoólico, de acordo com o quanto se “afunda” o instrumento.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um alcoômetro medindo a quantidade de etanol numa determinada quantidade de cerveja.
Este instrumento possui precisão apenas para misturas hidroalcoólicas, demonstrando a concentração de etanol em 100 volumes de uma solução de etanol e água, sendo que, quanto menor a concentração de álcool, maior será sua precisão. Existem outros equipamentos denominados refratômetros, de uso bastante simples, e indicado para qualquer tipo de solução. Entretanto, o método e as tabelas de conversão descritos na Farmacopeia Brasileira dizem respeito ao alcoômetro centesimal.
Um outro fator que altera a capacidade de precisão desta análise é a temperatura, o alcoômetro é calibrado para leituras em 20 ºC (temperatura ambiente). Qualquer alteração nos dados de temperatura, deve-se recorrer a uma tabela de conversão, denominada “Força Real dos Líquidos Espirituosos, presente no Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira.
Existem duas formas de medidas destas proporções: a Gay-Lussac (°GL = % Volume) e a INPM (%P = Porcentagem de Álcool em Peso ou Grau Alcoólico INPM). Na primeira e mais usual, teremos a unidade que determina a quantidade de etanol, em mililitros, contida em 100 mililitros de uma mistura hidroalcoólica. No INPM, teremos a quantidade em gramas de álcool etílico contida em 100 gramas de uma mistura hidroalcoólica.
A medida Gay-Lussac é a mais empregada, pois, como durante as análises, a variável temperatura está controlada (variável esta que influencia no volume), não haverá interferência nos valores medidos. Como no INPM, a relação se dará pela massa de cada componente da solução, e esta variável só seria controlada pela pressão, a precisão da medida depende deste controle.
A leitura da tabela alcoométrica, presente na Tabela A.1 do Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, possui na primeira coluna os valores de grau centesimal ou centésimos de etanol, em volume (°GL); na segunda coluna, estão os valores da densidade a 15 °C da mistura de água e álcool etílico; e, na terceira coluna, estão registrados os títulos ponderais ou centésimos de álcool absoluto, em peso.
2.3 Preocupação na Determinação do Grau Alcóolico
Assim como em qualquer procedimento analítico convencional, a alcoometria não está livre de condições de preparo do experimento que sejam classificados como interferentes durante a quantificação do teor alcoólico na amostra.Por isso, destacamos para você alguns itens em que sua atenção deve ser redobrada neste procedimento:
O álcool deve ser dosado em uma vidraria adequada, em que seja possível verificar o volume exato da amostra analisada. Preferencialmente, deve-se usar uma proveta de grande volume (acima de 1000 mL).
A amostra deve estar bem acondicionada, ou seja, espera-se a liberação de todas as bolhas possivelmente formadas durante a transferência da solução.
Previous
Sempre utilize o alcoômetro rigorosamente limpo e seco, mas embebido em etanol anteriormente para ambientação da vidraria, além de controlar a temperatura.
Previous
Aguarde a posição de equilíbrio, com flutuação livre do alcoômetro, e leia o valor da graduação na parte inferior do menisco (evita-se o chamado erro de paralaxe), determinando o grau alcoólico contido na amostra.
Previous
Todo e qualquer lote de solução hidroalcoólica deve ser analisado.
Previous
Respeitando as orientações anteriores, garante-se de forma quase absoluta que o valor determinado durante a análise de alcoometria. Parece que não foi o que aconteceu com o estudo de Voss (2015), em que foi observado durante testes físico-químicos, a ausência de valores consistentes de concentração alcoólica em decorrência de um erro no processo de produção das matrizes homeopáticas, o que inviabilizou inferências quanto à estabilidade físico-química.
3 Boa práticas de Manipulação
A história da profissão farmacêutica teve origem nos alquimistas, com a preparação artesanal de medicamentos e “poções”, assim como no setor magistral atualmente, e depois sofrendo as padronizações em uma fase industrial. Contudo, nas últimas décadas, a atividade da manipulação teve um retorno em seu crescimento, obtendo números expressivos no mercado comercial (ALVES et al, 2009). Ao acompanhar este crescimento, as Boas Práticas de Fabricação foram elaboradas em 1967 nos Estados Unidos, com revisão em 1975 pelos especialistas da Organização Mundial de Saúde.
O setor magistral vem passando por mudanças que indicam o atendimento das diretrizes de qualidade relacionadas ao fármaco, à gestão do processo e ao sistema de garantia de qualidade. Além disso, o farmacêutico deve desenvolver e atualizar as diretrizes e procedimentos relativos aos aspectos operacionais da manipulação (GUIMARÃES et al, 2018).
A Farmacopeia Brasileira, por meio de seu Formulário Nacional, determina as condições norteadoras com as quais devem ser estruturadas as Boas Práticas de Manipulação neste território, portanto, a partir de agora, esteja pronto para conhecer a forma com a qual se planeja a manutenção da qualidade em medicamentos manipulados no Brasil.
3.1 Exigências do Profissional em Boas Práticas de Manipulação
Todos os medicamentos e produtos magistrais estão intrinsicamente envolvidos com o saber científico, capacitação e competência técnica do profissional farmacêutico, o que determina aprimoramento contínuo em sua formação, tanto em aspectos tecnológicos quanto humanos. Sim, humanos! A cada dia é mais exigido do profissional farmacêutico uma contínua interação entre farmacêutico, o prescritor e o paciente.
A formação do profissional farmacêutico, já bastante complexa, para atuar com as Boas Práticas de Manipulação, deve ser estruturada de forma que fique evidente a avaliação dos processos com os quais são gerados os medicamentos: desde as técnicas de preparo, as matérias-primas e demais componentes, os equipamentos e instrumentos utilizados no preparo e análise dos produtos, as condições de acondicionamento dos insumos e produtos, e as regulações no que tange a documentação sobre todos os procedimentos, materiais e recursos empregados na preparação dos produtos magistrais em todas as suas fases, incluindo aquelas posteriores à dispensação.
Além de todas estas características de formação, existem condições que podemos afirmar que contribuem para que a atribuição em Boas Práticas de Manipulação seja mais satisfatória, como uma personalidade metódica, organizada e detalhista.
3.2 Garantia de Qualidade
A estrutura da Garantia da Qualidade é dada de forma documental, para que não se torne duvidoso um procedimento, assim, por meio do registro das suas atividades, somando-se a rotina de produção, faz com que, a qualquer que seja o momento, consiga ser comprovada cada ação vinculada ao medicamento manipulado.
Essa Garantia da Qualidade é construída por uma organização gerencial em formato de sistema integrado, documentado e rastreável de gestão, assegurando o sucesso terapêutico do paciente, resguardando as responsabilidades profissionais do médico e do farmacêutico, bem como o atendimento às normas sanitárias vigentes.
Uma série de objetivos estão vinculados à Garantia da Qualidade, como:
a)    Assegurar a elaboração de especificações, procedimentos operacionais padrão (POP), manual de BPM, ordens de manipulação, metodologia analítica e especificações para matérias-primas, produtos e material de embalagem, controle das condições ambientais e programas de limpeza dos locais de trabalho, armazenamento e dispensação dos produtos e insumos, treinamentos de pessoal, auditorias e inspeções, calibração, manutenção e verificação de equipamentos e de instrumentos, entre outros procedimentos documentados.
b) Garantir o cumprimento das especificações, procedimentos, controles, treinamentos, auditorias e demais tarefas listadas anteriormente, e prover seus registros.
c)  Zelar pelo gerenciamento dos registros e da documentação envolvida e de seu arquivamento.
d) Providenciar o adequado dimensionamento físico e organização de espaços para a realização das diversas tarefas e para o armazenamento seguro de substâncias químicas, solventes, material de contraprova, reagentes, documentos, entre outros, bem como de alocação de equipamentos e pessoal.
Previous
e) Prever e fornecer todos os subsídios necessários para garantir segurança e eficácia dos produtos obtidos na farmácia e para o atendimento das normas técnicas, fiscais e sanitárias vigentes.
As Boas Práticas de Manipulação são aplicadas por meio dos Procedimentos Operacionais Padrões (POP), elaborados e atualizados pelo farmacêutico responsável e que devem estar presentes no Manual de Boas Práticas de Manipulação.
3.3 O Procedimento Operacional Padrão (POP)
Todo POP deve ser redigido com linguagem clara e direta, descrevendo de forma pormenorizada todas as etapas do procedimento a ser executado, incluindo os materiais e equipamentos necessários, além de estar posicionado de maneira que sua consulta seja de fácil acesso aos operadores. Essa ação será executada por operadores previamente treinados e comprovadamente capacitados para o desempenho daquela atividade, pois necessita-se um contato prévio com o procedimento, evitando-se falhas no processo. É de extrema relevância que se tenha o controle de cópias, das datas de elaboração e modificação do documento, e conter os nomes dos responsáveis pela elaboração, revisão e aprovação.
O POP obedece a uma sequência de elaboração, cuja sequência, uma vez obedecida, faz com que a estrutura de um procedimento seja criada e, consequentemente, mais facilmente executada. Todo o procedimento deve responder às seguintes perguntas:
	O que fazer?
	Esse é o título do POP e deve ser único, pois cada POP deve ter seu título direto, evitando termos ou expressões generalistas.
	Quando fazer?
	Esse item descreve a frequência com a qual tal atividade será executada, e também deve ser evitado pronomes indefinidos, portanto, use variáveis de tempo.
	Onde fazer?
	Esse é o local onde será executado o procedimento, portanto, defina de forma que não possibilite interpretações.
	Por que fazer?
	Essa é a justificativa ou motivo para que o procedimento esteja presente na rotina de trabalho, garantindo maior credibilidade da sua necessidade de execução para o processo como um todo.
	Quem deve fazer?
	Essa questão deve ser respondida empregando o organograma do local ou setor de trabalho, e nunca de forma nominal, pois assim se sabe a quem se reportar em caso de falhas no processo.

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