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O papel da monitoria no processo de inclusão dos alunos com Necessidades Educativas Específicas.

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O papel da monitoria no processo de inclusão dos alunos com Necessidades 
Educativas Específicas. 
 
 
Prof. Doc. Vanessa Gosson Gadelha de Freitas Fortes 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – campus Natal-Central 
vanessa.fortes@ifrn.edu.br 
 
Prof. Mes. Wharton Martins de Lima 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – campus Natal-Central 
wharton.lima@ifrn.edu.br 
 
Mariana Costa Cruz 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – campus Natal-Central 
marianac.cruz@hotmail.com 
 
 
 Durante as últimas décadas a educação brasileira movimenta-se para atender aos desafios do 
paradigma da inclusão de alunos com necessidades educativas específicas (NEE). Dentre os desafios 
encontra-se a adequação tanto estrutural quanto nos seus recursos humanos para atender e acompanhar 
melhor esses discentes. Nesse contexto, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio 
Grande do Norte, campus Natal-Central, que visa - também - a formação inicial de professores no 
âmbito das licenciaturas em Espanhol, Física, Matemática e Geografia tem um papel fundamental para 
proporcionar saberes pedagógicos a respeito das especificidades dos alunos com NEE. Diante disso, 
umas das ações dentro da formação inicial é a monitoria que possibilita ao aluno da licenciatura a 
relação entre teoria e prática, o que também é requerido no contexto da inclusão. Desta forma, o 
presente projeto está voltado a proporcionar aos alunos das licenciaturas em Física e Matemática, 
experiências pedagógicas voltadas para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com 
deficiência auditiva, visual e déficits cognitivos matriculados nos cursos do ensino médio integrado e 
licenciatura já que tem disciplinas que os referidos discentes têm apresentado maior dificuldade. 
Concomitantemente a essa formação inicial aos alunos das licenciaturas, o presente projeto irá 
possibilitar aos alunos com NEE um atendimento mais específico com vista a minimizar as suas 
dificuldades e ajuda-los no processo de ensino-aprendizagem em seus respectivos cursos. Contudo, 
ainda existem outras necessidades a serem atendidas como minimizar as dificuldades dos alunos com 
NEE nas áreas de exatas, dentre elas a Matemática e a Física. 
Palavra-chave: Inclusão, Educação, Aprendizagem.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II Semana da Matemática IFRN Campus Santa Cruz: 
Práticas em Formação Docente 
 
Introdução 
 O IFRN, campus CNAT, recebeu no início de 2018, 50 alunos com NEE o que desencadeou 
a preocupação dos envolvidos no que tange a qualidade da educação inclusiva. Desta feita, 
algumas ações foram realizadas entre elas a formação docente. Mas durante o andamento das 
aulas, muitos docentes apontaram as dificuldades dos alunos com NEE no âmbito das 
disciplinas exatas, como Matemática e Física, mesmo com aulas de reforço através do CAP. 
Numa análise preliminar averiguamos que essas dificuldades decorriam, principalmente de 
uma pseudo-inclusão proveniente de um sistema educacional defasado. 
 Nesse sentido, o Núcleo de Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) 
vem propondo o acompanhamento de monitores nessas áreas com o intuito de minimizar as 
dificuldades dos discentes, como também irá possibilitar a esses monitores a experiência 
docente já que durante sua formação não é possibilitado – de forma substancial – a relação 
teoria e prática no contexto inclusão. 
 Segundo Boff e Ferreiro (2015, p. 3), "[...] dentre as práticas pedagógicas difundidas, estão as 
atividades de iniciação à docência, que vêm se destacando como um espaço a mais para a 
qualificação durante a formação acadêmica, propiciando a estudantes oportunidades de 
reflexão sobre diferentes metodologias de ensino, o desenvolvimento de atitudes e habilidades 
docentes, entre outros benefícios". 
 Nessa perspectiva, as atividades de monitoria também são destacadas como pertinentes nas 
políticas de educação inclusiva, já que "[...] cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a 
educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, 
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos 
estudantes com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, 
entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. 
Diante desses aspectos, a monitoria é um dos elementos dentro do contexto da educação 
inclusiva, bem como subsidia a iniciação a docência, proporcionando a formação pessoal e 
profissional do monitor no contexto da inclusão, como também possibilitando o aprendizado 
do aluno com NEE em outro tempo e espaço fora da sala de aula. 
 Tal aspecto é destacado por Boff e Ferreira (2015, p. 5), quando afirmam que ao ser 
considerado "os objetivos e cuidados pertinentes à prática das monitorias acadêmicas, é 
necessário pontuar o acréscimo percebido tanto na formação pessoal quanto na futura prática 
profissional do estudante monitor, tendo esse, a possibilidade de desenvolver suas 
habilidades ao longo do exercício da função. Ao mesmo tempo em que auxilia a outro 
 
estudante, o monitor faz autorregulações em suas predefinições e ainda estabelece vínculos 
com a prática docente". 
 
Metodologia 
O método de aula é simples: nas primeiras aulas damos um embasamento da explicação e 
dinâmicas dos assuntos de matemática básica do nível fundamental, até percebermos uma 
porcentagem bem positiva no aprendizado de todos os alunos para depois iniciarmos a física e 
matemática do nível médio. Também é importante ressaltar que as turmas são entre quatro e 
cinco alunos para cada dois monitores, no intuito de captarmos melhor no que eles estão ou 
não aprendendo. É válido salientar que os alunos com surdez são acompanhados por 
interpretes no intuito de facilitar muito mais a comunicação do aprendizado do assunto. 
 
Resultados e Discussão 
 Nossos resultados com o projeto estão sendo bem significativos, pois observamos que a 
maioria dos alunos com NEE tem ausência de base escolar, logo estamos trabalhando em 
laboratórios com a utilização de objetos práticos de medida para eles absorverem melhor o 
conteúdo dado quando partir para a sala de aula. 
 O projeto está sendo executado com monitorias de alunos com surdez e deficiência cognitiva 
no âmbito de nível médio, além disso estamos auxiliando uma aluna com deficiência visual 
que está cursando licenciatura no IFRN. As aulas são dadas na prática de muitos exercícios de 
fixação e, além disso, bastante interação entre eles durante todas as aulas. As monitorias estão 
com um peso muito positivo no Instituto, pois está dando uma grande assistência também ao 
professor nas salas convencionais que não consegue dá a base inicial escolar e o assunto atual 
de nível médio durante o turno da aula. 
A seguir mostraremos imagens durante as monitorias com os discentes: 
 
 (figura 1) 
 (figura 2) 
 Na figura 1 é um dos nossos monitores principais que auxilia os alunos com déficit 
cognitivos, e a figura 2 é a realização de um exercício dado em laboratório para alunos com 
surdez. 
 
Considerações Finais 
 Desta forma, temos em mente que essas monitorias ajudam não só aos alunos com alguma 
necessidade, como também alunos com uma ausência base escolar, devido a vários fatores 
antecedentes ao ensino fundamental. É de suma importância também termos uma formação 
mais qualificada em alunos com NEE, pois normalmente é bastante curto as práticas de 
Educação Inclusiva na grade curricular dos cursos de licenciatura. Ressaltamos com esse 
projeto a magnitude e necessidade deste trabalho nas escolas e universidades, já que 
 
iremos levar em frente todos os resultados obtidos e assim, contribuir para a aprendizagem e 
educação inclusiva de verdade no âmbito escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
BOFF, DainaeScopel; FERREIRA, Marine Lisbôa Alves. Monitoria Acadêmica nos cursos 
de Licenciatura em Matemática. IN: Revista Educação, Ciência e Tecnologia. Canoas, v. 4, 
n. 2. 2015. Disponível 
em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/viewFile/1948/1484. Acessado em: 
16.maio.18. 
 
NASCIMENTO, Maria Santa Borges do; SILVA, Fernando Roberto Ferreira; MARTINS, 
Maria Márcia Melo de Castro. O papel do Monitor como facilitador da aprendizagem do 
aluno com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento: o que dizem os 
coordenadores pedagógicos? IN: Anais do Congresso Internacional de Educação e Inclusão. 
Disponível em: http://editorarealize.com.br. Acessado em: 16.maio.18.

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